1684874015458lei Da Mensalidade Escolar 2
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A legislação estabelece um conjunto de regras não só para as IES, como também para as escolas de ensino fundamental
e médio. Ela define, de forma completa, como deve ser feito o reajuste.
Isto é, quantas vezes esta correção pode acontecer no período letivo, qual a base de cálculo e as justificativas que
devem ser apresentadas pela IES. Além disso, também determina como deve ser feita a comunicação aos alunos, e
quais são os procedimentos no caso de estudantes inadimplentes.
É de suma importância que os responsáveis pela IES conheçam bem a Lei da Mensalidade Escolar, para que seu
reajuste seja feito de maneira correta, evitando problemas legais.
Neste e-book, explicaremos cada aspecto da Lei da Mensalidade Escolar. Passaremos pelos seguintes pontos:
Introdução
Ao longo deles, a legislação estabelece toda a regulamentação do processo de reajuste das mensalidades,
definindo exatamente o que as IES devem seguir.
É essencial que os gestores das instituições de ensino superior tenham conhecimento de todos os artigos da Lei da
Mensalidade Escolar, o que previne eventuais problemas legais.
Um dos aspectos de grande importância para as universidades é sua saúde financeira. Afinal, oferecer um ensino de
qualidade passa por investimentos na educação, não só no aspecto didático-pedagógico, como também estrutural.
Neste quadro, o reajuste das mensalidades entra como uma das etapas do planejamento institucional. Este deve
ser muito bem feito, pois influencia diversos fatores como: evasão no ensino superior e captação de alunos, reajuste
salarial dos docentes e funcionários, entre outros.
“O valor total, anual ou semestral, apurado na forma dos parágrafos precedentes terá vigência por um ano e será
dividido em doze ou seis parcelas mensais iguais, facultada a apresentação de planos de pagamento alternativos,
desde que não excedam ao valor total anual ou semestral apurado na forma dos parágrafos anteriores” (BRASIL,
1999; destaque nosso).
Leia mais: Saiba o que é gestão educacional e como desenvolvê-la em sua IES
2. Taxa de matrícula
A taxa de matrícula não pode ser cobrada à parte. No entanto, o valor pode ser inserido na anuidade. Ele deve
estar descrito no contrato de prestação de serviços.
Dessa forma, se o contrato for anual, a taxa de matrícula é diluída nas 12 parcelas. No caso de um acordo
semestral, em 6 mensalidades. No momento da matrícula ou rematrícula, o contratante deve saber exatamente o
valor total:
“Art. 1º: O valor das anuidades ou das semestralidades escolares do ensino pré-escolar, fundamental, médio e superior,
será contratado, nos termos desta Lei, no ato da matrícula ou da sua renovação, entre o estabelecimento de ensino
e o aluno, o pai do aluno ou o responsável” (BRASIL, 1999; destaque nosso).
A legislação define que o valor anual ou semestral deve ter como base a última parcela da anuidade ou da semestralidade
legalmente fixada no ano anterior, multiplicada pelo número de parcelas do período letivo. Assim, a partir deste valor,
as IES podem propor um acréscimo.
4. Justificativa do acréscimo
Não há um limite para o reajuste das mensalidades. No entanto, a justificativa deve ser bem fundamentada. A Lei da
Mensalidade Escolar define que poderá ser acrescido ao valor total anual (o valor-base que mencionamos no tópico
anterior):
O montante proporcional à variação de custos a título de pessoal e de custeio, comprovado mediante apresentação
de planilha de custo, mesmo quando esta variação resulte da introdução de aprimoramentos no processo didático-
pedagógico.
Ou seja, este acréscimo deve ser justificado por meio de uma planilha que comprove toda a variação de custos que a
IES teve. Todo o processo deve ser muito transparente. Mais adiante, neste e-book, explicaremos o que a universidade
deve levar em consideração no cálculo deste acréscimo.
Tal comunicação deve ser feita em local de fácil acesso ao público, de modo que os estudantes, pais ou responsáveis
devem ter uma noção clara das condições contratuais a que estarão sujeitos.
6. Inadimplência
A Lei nº 9.870 proíbe a suspensão de provas, retenção de documentos ou a aplicação de quaisquer outras
penalidades pedagógicas por motivo de inadimplência.
As sanções legais e administrativas, compatíveis com o Código de Defesa do Consumidor, são aplicadas caso a
inadimplência perdure por mais de 90 dias.
A IES também deve expedir documento de transferência de seus alunos, a qualquer tempo, independentemente
de sua adimplência ou da adoção de procedimentos legais de cobranças judiciais.
O desligamento do aluno inadimplente pode ocorrer no fim do semestre letivo, caso a IES adote o regime didático
semestral. Trataremos, em detalhes, a respeito da inadimplência ao longo deste e-book.
Por outro lado, as IES também não querem fazer um acréscimo excessivo no valor da anuidade, de modo que
influencie negativamente não só em seus atuais estudantes, como também na captação de alunos. Logo, o cálculo do
reajuste, garantindo a sustentabilidade financeira, não é uma tarefa fácil.
Todavia, é importante que os gestores tenham em mente que a chave para o processo de reajuste é a comunicação.
Isto é, torná-lo muito transparente, para que os alunos e responsáveis entendam o porquê dos acréscimos. Na lista
abaixo, separamos alguns fatores que a IES deve considerar no cálculo do reajuste:
Neste cálculo, inclua tudo aquilo que é necessário para o funcionamento adequado da instituição. Desde contas
básicas como água e luz, até os gastos com corpo docente.
• Conta de água;
• Telefone;
• Aluguel;
• Internet;
• Manutenção da infraestrutura;
Dessa forma, a IES deve fazer uma estimativa de todas as correções que
suas despesas podem sofrer ao longo do ano letivo. Isso é essencial para
evitar possíveis prejuízos, advindos de acréscimos inesperados nos
gastos.
• Inflação;
• Reajustes tributários;
O passo seguinte é calcular tudo aquilo que a IES receberá. Isso pode ser feito calculando o número total de alunos
pagantes da universidade.
Para tanto, pode ser utilizado o valor-base da mensalidade. Ele é o valor da última parcela legalmente fixada no
ano anterior. Com esse número, a instituição já consegue ter uma ideia estimada do quanto receberá em receitas no
próximo período.
5. Investimentos
Para a IES se manter competitiva dentro do mercado, oferecendo um ensino de qualidade, é evidente que ela deve
fazer investimentos.
Por exemplo, a universidade deve promover melhorias em sua infraestrutura educacional. Deve verificar se o espaço
físico das salas comporta a quantidade de alunos pretendida. Observar se cada curso tem o material adequado para
as disciplinas e se os laboratórios estão bem equipados.
Também deve investir no seu projeto pedagógico de curso, capacitando seu corpo docente, e estando de olho nas
inovações na educação superior.
Tudo isso envolve uma série de gastos, que devem ser previstos pela IES. Eles podem ser usados como justificativa
para o reajuste das mensalidades. Afinal, a lei define que a variação pode ser resultante de aprimoramentos no
processo didático-pedagógico.
A IES também deve prever uma perda relativa à inadimplência. Para fazer esta estimativa, ela pode usar os dados de
anos anteriores.
Ou seja, a quantidade de dinheiro que a universidade perdeu por este motivo nos períodos pregressos. É recomendado
utilizar como base os últimos três anos.
Em cada um deles, qual foi o valor que a IES deixou de receber? Use estes números para estimar as perdas do ano
letivo seguinte.
Por fim, consideradas todas as receitas, despesas e perdas, quanto a universidade deseja ter de margem de lucro?
A IES precisa deste lucro para dar continuidade, seguindo de maneira sólida dentro do mercado, e com as contas em
dia. Com este valor em mãos, é possível fazer uma estimativa de quanto a faculdade precisará em receitas, e, assim,
calcular o reajuste da anuidade.
Existem fórmulas específicas e até mesmo softwares que podem ajudar os gestores neste cálculo. E, é claro,
contadores que podem contribuir de modo mais especializado com as instituições.
Entretanto, fazer este passo a passo já facilita o caminho para eles, e também dá uma ideia à coordenação da IES de
como está a saúde financeira da instituição.
Isso não é algo simples, e envolve um planejamento prévio por parte da IES, a fim de pensar a melhor forma de
estruturar essa comunicação. Na lista abaixo, separamos 5 dicas para ajudar neste processo:
O texto deve ser colocado em local de fácil acesso ao público. Portanto, a IES tem a obrigação legal de comunicar
o reajuste com antecedência.
Para tanto, a instituição deve fazer um planejamento prévio. Quanto antes for definido o novo valor do
contrato, melhor para planejar a parte de comunicação. Se você é gestor de uma IES, tente comunicar com muita
antecedência, pois isso prepara seu público e também diminui desconfortos causados pela mudança.
É válido lembrar que um novo valor de mensalidade exige também o planejamento dos estudantes ou
responsáveis para arcar com esse gasto. Logo, quanto antes eles souberem, melhor podem se preparar
financeiramente.
Quanto ao local de divulgação, fica a critério da IES, de acordo com a plataforma mais utilizada pela instituição.
De todo modo, ela deve garantir que todos sejam avisados, podendo utilizar para isso e-mail ou site educacional.
A Lei nº 9.870 também define que a IES deve justificar o acréscimo, “mediante apresentação de planilha de custo”.
Por isso, é necessário que a IES faça uma argumentação sólida, justificando concretamente o porquê do aumento.
Isso contribui para que os alunos entendam os motivos do acréscimo, e também fortalece a confiança na instituição,
pois o reajuste não é fruto de uma arbitrariedade.
A universidade deve ser sempre transparente com seus clientes, mostrando de maneira clara suas razões, com
dados concretos de despesas e receitas. Em suma, o motivo do acréscimo deve ficar muito legível.
De modo geral, as pessoas se sentem melhor quando conseguem enxergar os impactos positivos de certo gasto.
Assim, ele deixa de ser visto como uma despesa, e passa a ser um investimento, algo que vai contribuir para a sua
formação.
Portanto, elenque todas as melhorias na experiência do aluno, decorrente de investimentos na estrutura física e no
projeto pedagógico. Coloque tudo que será feito no período seguinte, de acordo com o planejamento educacional.
E, é claro, ao longo do ano, invista de fato nestes aprimoramentos.
Uma outra característica importante da comunicação é utilizar uma linguagem clara e objetiva. Isso se relaciona com o
elemento da transparência, citado anteriormente.
Afinal, os clientes geralmente sabem quando uma comunicação enrola para chegar ao ponto, ou é muito evasiva. Por
isso, no texto, seja direto e simples. Não use termos técnicos ou muito difíceis, e tente argumentar com exemplos
próximos da realidade dos estudantes.
Enfim, não demore muito para ir ao ponto do reajuste. Faça uma breve introdução, em seguida, comunique seu ponto
central.
Divulgue uma forma de contato ao final do comunicado, para que os estudantes e responsáveis tirem suas dúvidas.
Caso algum deles entre em contato, acolha as queixas, e reforce os elementos da sua estratégia de comunicação,
deixando claro os motivos do reajuste.
• Documentos de transferência;
• Desligamento do aluno;
Entenda em detalhes:
Portanto, a IES deve ficar atenta a este ponto, não impedindo que o aluno tenha
acesso a todos os seus direitos acadêmicos. Ele deve ter a possibilidade de
realizar os exames, e também de obter seus documentos, como históricos
escolares, e até mesmo diploma.
“Os estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior deverão expedir, a qualquer tempo, os documentos
de transferência de seus alunos, independentemente de sua adimplência ou da adoção de procedimentos legais de
cobranças judiciais” (BRASIL, 1999; destaque nosso).
Desligamento do aluno
O desligamento do aluno por inadimplência poderá ocorrer ao final do ano ou semestre letivo, de acordo com o
regime didático que a IES adotar.Isto é, a instituição tem de esperar o final do período definido em contrato, seja uma
anuidade ou semestralidade.
“Art. 5º – Os alunos já matriculados, salvo quando inadimplentes, terão direito à renovação das matrículas, observado
o calendário escolar da instituição, o regimento da escola ou cláusula contratual” (BRASIL, 1999; destaque nosso).
Por consequência, os estudantes inadimplentes não têm direito a renovar a matrícula. Eles podem perder o vínculo
com a instituição neste momento, caso não regularizem a sua situação.
Apesar de pequeno, o número pode gerar alguns desequilíbrios na administração das universidades. Como vimos
anteriormente, a Lei da Mensalidade Escolar define regras para lidar com os alunos inadimplentes.
As sanções legais e administrativas são aplicadas de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, se a dívida
persistir, por pelo menos, 90 dias. Um aspecto fundamental do CDC é definido em seu artigo 42:
“Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça” (BRASIL, 1990; destaque nosso).
Desse modo, a IES deve ter muito cuidado e respeito com seus clientes, no momento de executar as cobranças. Na
lista abaixo, confira algumas dicas sobre como evitar o endividamento e também como proceder com os clientes
inadimplentes:
3. Faça acordos;
5. Renegocie a dívida.
Como é feita a comunicação de que existem estes diversos meios de pagamentos? Você está atingindo seu público-
alvo?
Garanta que seus estudantes tenham pleno conhecimento dos diferentes jeitos que eles podem ficar em dia com as
mensalidades. Invista na comunicação corporativa não só pelos meios tradicionais, como e-mails, como também por
Whatsapp, por exemplo.
A gestão da IES deve ter certeza que seus clientes conhecem todas as possibilidades de pagamento.
Esta é uma forma eficiente de engajar os contratantes a pagar as mensalidades antes da data de vencimento.
Não se esqueça de lidar com os clientes de maneira humanizada, respeitando-os e tentando entender seu lado. A IES
deve compreender os motivos que os levaram a não pagar a dívida.
O acordo deve também levar em consideração todo o histórico socioeconômico do estudante. O tom do contrato
deve ser respeitoso e amigável, de modo que ambas as partes possam resolver a questão, sem grandes conflitos.
Uma equipe dentro da instituição pode ficar responsável por criar este manual e também por colocá-lo em ação.
Alguns pontos importantes, que devem estar presentes nele, são:
Lembre-se de que o CDC estabelece que o cliente não deve ser exposto ao ridículo. Portanto, é importante desenvolver
alguns parâmetros para a cobrança, garantindo que ela seja feita de forma privada e respeitosa.
A instituição deve adaptar as parcelas à realidade do contratante. Neste caso, também é necessária a ajuda de uma
equipe com conhecimento técnico, tanto da área jurídica, quanto econômica, a fim de realizar um contrato que atenda
as demandas da IES e do aluno.
Conclusão: Cuidados que a IES deve ter com a Lei da Mensalidade Escolar 22
Em seguida, vem o processo de comunicação, quando a IES já tem o valor da nova anuidade ou
semestralidade. Os contratantes devem ser informados com muita antecedência sobre o acréscimo.
Tente sempre se aproximar do leitor, que no caso já é seu cliente, com exemplos próximos de sua
rotina, demonstrando como os investimentos da IES vão melhorar a qualidade do curso. Isso faz
com que a mentalidade dele mude, de modo que ele possa encarar o reajuste com outros olhos, e
não como uma adversidade.
Por fim, alguns cuidados são necessários no caso dos clientes inadimplentes. A legislação define
que eles não podem sofrer nenhum tipo de penalidade pedagógica. As sanções legais são
aplicadas apenas se a dívida persistir por mais de 90 dias.
Esperamos que você tenha gostado deste e-book sobre a Lei da Mensalidade Escolar. Continue
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Conclusão: Cuidados que a IES deve ter com a Lei da Mensalidade Escolar 23
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