Máquinas Elétricas I
Máquinas Elétricas I
Máquinas Elétricas I
ELÉTRICAS I
Introdução
Máquina elétrica é aquela cuja concepção permite a conversão de energia
elétrica em mecânica, e vice-versa. Uma dessas máquinas é a síncrona
que, quando utilizada na conversão de energia elétrica em mecânica, é
conhecida como motor síncrono.
Neste capítulo, você estudará os princípios básicos e a operação em
regime permanente dessa máquina e, por fim, calculará os parâmetros
necessários para a definição do circuito equivalente desse equipamento.
d
∮C Edl = – ∫ B · da
dt S
2 Motor síncrono I
dφ dλ
e=N =
dt dt
λ = Nφ
Ni
N
TOT
λ Nφ N2 N2μA
L= i = i = = =
i TOT l
N2μA
L=
lg
Até aqui, você estudou que um condutor energizado, com corrente circu-
lando, produzirá um campo magnético. Se esse campo for variante no tempo e
passar por uma bobina, uma tensão será induzida nela. Agora, se for aplicada
uma carga no circuito da bobina com a tensão induzida, surgirá uma corrente
que, na presença de um campo magnético, gerará uma força no condutor. Esse
fenômeno é modelado pela lei da força de Lorentz:
F = q(E + v × B)
Com essa introdução, você é capaz de entender como ocorre a interação en-
tre campos magnéticos e elétricos em uma máquina. Como consequência, caso
exista um entreferro, será possível o deslocamento de partes dessa máquina.
A estrutura das máquinas CA é dada por uma parte estática (estator) e uma
parte rotativa (rotor). A Figura 1a apresenta um estator com o seu núcleo. Note
que, para reduzir perdas nesse núcleo, ele é laminado (Figura 1b). A compo-
sição do estator e do rotor é de aço, e os enrolamentos (grupo de bobinas) são
instalados em ranhuras nessas estruturas, conhecidas como enrolamento de
armadura, ou enrolamento de estator.
4 Motor síncrono I
a b
ESTATOR
ESTATOR
LÂMINA DO NÚCLEO DO ESTATOR
Figura 1. (a) Estator de uma máquina elétrica; (b) lâminas que compõem o núcleo do estator.
Fonte: Learn Engineering (2013, documento on-line).
120fe
ηS =
polos
ηn = (1 – s)ηS
CAMPO GIRANTE
CAMPO ESTACIONÁRIO
V∅ = EA – jXSIA – R AIA
Para ler mais sobre o efeito do formato dos polos salientes, consulte Chapman (2013)
e Umans (2014).
IF IA
jXS RA
RF
VF EA V
LF
EA = V∅ – jXsIA – R AIA
jXS RA
EA3 V3
Motor síncrono I 9
IF RF IA
jXS RA
VF LF EA V
Limite do aquecimento
da armadura
Va2
–
XS
120fse
nm = ηS =
P
τind
τmáximo
nvz – npc
RV = npc × 100%
RV = 0%
τnominal
nm
nsinc
Linha de entreferro
EA (ou VT), V
Característica a vazio
(CAV)
If , A
Para ler mais sobre indutância mútua, consulte Chapman (2013) e Umans (2014).
O vídeo disponível no link a seguir mostra um gerador síncrono em detalhes. Note que
a máquina elétrica que funciona como gerador tem a mesma estrutura como motor.
https://qrgo.page.link/9qZL
O ensaio a vazio de uma máquina síncrona trifásica (60 Hz) mostra uma tensão nominal
de 13,8 kV produzida por uma corrente de campo de 318 A. Partindo de medições
feitas na máquina para 13,8 kV, teríamos uma corrente de 263 A. Calcule o valor da
indutância mútua saturada e não saturada.
L ωI 13,8
Note que EA = af e f = = 7,97 kV.
√2 √3
a) Indutância mútua com saturação:
Isso significa que, como o material sofreu saturação, foi necessária uma corrente
maior para gerar o mesmo nível de tensão, com uma indutância mútua menor, apro-
ximadamente 18%.
14 Motor síncrono I
V∅ = Ea – jXsIa – RaIa
Ea = Ia(Ra + jXs)
Ea
XS =
Ia
Existe um problema no cálculo de Xs. A tensão gerada interna (Ea) é obtida quando a
máquina está parcialmente saturada para correntes de campo elevadas. Por outro lado,
a corrente Ia é obtida quando a máquina não está saturada para todas as correntes de
campo. Essa diferença faz com que o valor resultante de Xs seja apenas aproximado.
Entretanto, a resposta dada por essa abordagem é exata até o ponto de saturação.
IA, A
Característica de curto-circuito
(CCC)
If , A
Leituras recomendadas
DEL TORO, V. Fundamentos de máquinas elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
HAYT JR., W. H.; BUCK, J. A. Eletromagnetismo. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
KOSOW, I. Máquinas elétricas e transformadores. Rio de Janeiro: Globo, 1998.