MOD2 - UA6 - Sociologia e Antropologia
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SOCIOLOGIA E
ANTROPOLOGIA
CULTURA E SOCIOLOGIA POLÍTICA
AUTOR
Danilo Eustáquio de Oliveira
Filho
UNIDADE 6
Política
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
[...] o poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas para
agir em concerto. O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um
grupo e permanece em existência apenas na medida em que o grupo conserva-se
unido. Quando dizemos que alguém está “no poder”, na reali- dade nos referimos
ao fato de que ele foi empossado por um certo número de pessoas para agir em
seu nome.
Por sua vez, Weber (1982) destaca algumas características relativas ao poder. Em
síntese, o poder é realizado pela ação humana. É produzido por uma coletividade
e constrói legitimidade para impor as suas ideias. Quando se trata de poder no
Estado, você pode pensar nos representantes estatais, que, de alguma maneira,
estão autorizados a falar em nome do grupo.
Por isso, somente o Estado teria legitimidade para exercer a força a fim de impor
algo a todos os cidadãos. Como afirma Weber (1982, p. 98): “O Estado é aquela
comunidade humana que, dentro de determinado território — este, o ‘território’,
faz parte de suas características — reclama para si (com êxito) o monopólio da
coação física legítima [...]”.
E você sabe por que o Estado é o único que pode impor suas regras por meio da
força aos membros da sociedade? Porque, pelo menos conceitualmente, o Estado
exerce suas ações de poder a fim de fazer o melhor para manter e organizar a
sociedade.
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SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Por isso, aqueles que não se adequam às normas hegemônicas são considerados
contra-hegemônicos e podem sofrer sanções. Essas sanções podem ser formais
(como a advertência, a multa e a prisão) ou informais (como a exposição pública e
os olhares de reprovação). Portanto, você deve compreender que há uma
estratificação na sociedade que separa diferentes grupos sociais a partir do
poder que eles exercem. Por exemplo, como lembra Franco Júnior (2001), na
Idade Média havia: o clero, classe composta por pessoas ligadas à Igreja Católica;
os nobres, que tinham privilégios e não trabalhavam; e os vassalos, que
trabalhavam para o clero e para a nobreza.
O Estado como você o conhece hoje surgiu na Europa nos séculos XV e XVI. Antes
desse período, as sociedades se definiam pelo seu aspecto tribal. “Tribo” é o
nome que se dá a um agrupamento humano unido por questões culturais, como
tradição, língua e território. Independentemente do número de membros dessas
sociedades, a figura da chefia realiza a intermediação entre a tribo e a
organização estatal. Ou seja, para ser chefe é preciso ser um grande homem.
Sobre isso, Pougy (2015, p. 1) enfatiza que:
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E este direito hereditário instituído pelas Cortes acabaria por conceder o poder
àquelas mesmas pessoas a quem Deus concederia o poder. De modo que de
Deus e da História resulta a felicidade atual dos povos portugueses. Pereira de
Castro conclui assim que a história só pode confirmar a natureza da monarquia:
de que o poder político seja exercido pelo monarca, e apenas seus sucessores
serão igualmente revestidos por Deus destes régios e supre- mos poderes. É
assim que o discurso do desembargador Pereira formula o poder real pela
assunção simultânea destes dois fundamentos (histórico e natural). Ambos se
reforçam numa narrativa teleológica e tornam imperativo o reconhecimento da
titularidade de D. Maria e a legitimidade de seu reinado.
Então, uma vez no poder, a família do rei criava meios de legitimar a continuidade
da posição de comando. O povo, por sua vez, assistia a esse movimento com
certa insatisfação. Por isso, quando as estruturas sociais começaram a mudar,
com a formação dos comércios e dos entroncamentos de trocas comerciais e o
surgimento das primeiras cidades, esse contexto foi tensionado.
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O que um Estado deve fazer para ser considerado soberano, segundo Weber (op.
cit.), é utilizar bem os recursos que permitem a simulação (lógica da
representação) e o controle dos elementos simulados, a fim de representar
autoridade e simular fronteiras. Analisar a soberania estatal seria, dessa forma,
investigar como os Estados são simulados e simbolicamente representados
(SANTOS, 2017, p. 138).
Outra ideia-chave desse novo Estado é a democracia, que foi retomada da Grécia
de meados do século V a.C. Segundo a sua etimologia, a palavra “democracia”
significa “governo do povo”. Entretanto, quem era considerado povo na sociedade
grega? Em Atenas, apenas parte da população — homens com terras e maiores
de idade — tinha o direito de participar das decisões políticas (somente 30% da
população total). Por isso, para fazer valer a ideia da democracia como princípio,
era preciso ampliar as possibilidades de participação política dos demais
membros da sociedade.
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Assim, a sociedade desenvolve mais autonomia para expor suas ideias, se torna
mais crítica em relação às políticas públicas e também fiscaliza as ações de seus
representantes. Para aproximar essa discussão do contexto brasileiro, Campos
(2006, p. 119) destaca que: “O controle social é um instrumento da democracia
participativa e sua efetivação está associada à capacidade que a sociedade
brasileira tem para impor mudanças nas tradicionais dinâmicas de gestão pública
[...]”.
Como explica Chauí (2000, p. 114), há dois tipos de busca pela verdade:
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Muitas vezes, essas manifestações são pacíficas, mas elas podem ser mais
violentas. Isso depende de como as pessoas percebem a sua vida na sociedade e
de como acham que devem atuar para alcançar o que desejam. Gohn (2014, p.
432) aponta o motivo de algumas manifestações populares no Brasil:
[...] uma ideologia é um sistema (possuindo a sua lógica e o seu rigor próprios) de
representações (imagens, mitos, ideias ou conceitos, segundo o caso) dotado de
uma existência e de um papel históricos no seio de uma sociedade dada [...] a
ideologia como sistema de representações se distingue da ciência visto que a sua
função prático-social tem preeminência sobre a função teórica (ou função de
conhecimento).
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/70970953/mapa-mental-
organizacao-do-estado-estrategia
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Ainda que muitos não pudessem acessar esses produtos, eles se tornam objeto
de desejo de grande parte de população que veem as propagandas e são
atraídos pelo discurso expresso no seu conteúdo.
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Assim, a indústria cultural está referenciada por uma disputa por mercados e vive
seus dilemas para se manter competitiva e conquistar novos públicos, como
enfatiza Edgar Morin (1997, p. 25-26):
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DICA DO
PROFESSOR
O vídeo mostra como funciona o sistema político brasileiro.
https://youtu.be/90N6xRU58Vo
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
1) Os antropólogos têm em comum com os cientistas políticos o interesse em
organização e sistemas políticos, mas, nesse caso, mais uma vez, a abordagem
antropológica é global e comparativa e inclui os não estados, enquanto os
cientistas políticos tendem a trabalhar com estados-nação contemporâneos e
recentes.
E) As tribos não têm qualquer governo formal nem meio confiável de fazer
cumprir decisões políticas.
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
2) Os status adquiridos não são automáticos, porém se baseiam em escolhas,
ações, iniciativas ou circunstâncias e podem ser positivos ou negativos. O grande
homem, curandeiro, senador, criminoso condenado, terrorista, vendedor,
sindicalizado, pai e estudante universitário são exemplos de status adquiridos.
A) O grande homem é uma figura que detém mais poderes que o chefe da aldeia.
B) O chefe da aldeia pode atuar como mediador em conflitos, mas não possui em
regra poder de resolver a questão.
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
3) Em muitas partes do mundo, a chefia era uma forma transitória de organização
que surgiu durante a evolução das tribos para os estados. Sobre os estados,
marque a alternativa INCORRETA.
D) O Estado pode ser considerado uma unidade política autônoma que abrange
muitas comunidades em seu território, tendo um governo central com poder de
cobrar impostos, convocar homens para o trabalho ou a guerra e decretar e fazer
cumprir as leis.
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
A) Riqueza.
B) Idade.
C) Prestígio.
D) Altruísmo.
E) Poder.
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
5) Os sistemas políticos têm os seus aspectos informais, sociais e sutis junto com
suas dimensões formais, governamentais e públicas. A partir disso, marque a
alternativa INCORRETA.
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ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BALAKRISHNAN, G. (Org.). Um mapa da questão nacional. Rio de Janeiro: Contraponto,2000.
BARTH, F. Grupos étnicos e suas fronteiras. In: POUTIGNAT, P. Teorias da etnicidade. Seguido
de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth, Philippe Poutignat, Jocelyne Streiff-
Fenard. São Paulo: UNESP, 1998.
COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2010.
MORENO, J. C. Revisitando o conceito de identidade nacional. In: RODRIGUES, C. C.; LUCA, T. R.;
GUIMARÃES, V. (Org.). Identidades brasileiras: composições e recomposições. São Paulo:
UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.
REINHEIMER, P. Identidade nacional como estratégia política. Mana, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1,
p. 153-179, apr. 2007.
XIDIEH, O. et al. Catálogo da feira nacional de cultura popular. São Paulo: SESC, 1976.
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GABARITO
1) A - A organização social demanda articulação política. Por meio dela, os cidadãos negociam entre
si, de maneira consciente ou inconsciente, sobre o que deve reger a vida social e conômica.
4) C - Se com Weber o status social é definido pelo prestígio, poder e pertencimento a um grupo
social, no pensamento marxista, a divisão da sociedade, no caso a capitalista, ocorre, em resumo,
entre aqueles que detêm os meios de produção e, portanto, controlam a econômica, a política e,
ideologicamente, a sociedade.
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