Rejeitada & Gravida DO VIUVO QU - Padua, Aline
Rejeitada & Gravida DO VIUVO QU - Padua, Aline
Rejeitada & Gravida DO VIUVO QU - Padua, Aline
ELIANA
Um ano depois...
ELIANA
ELIANA
ELIANA
ELIANA
RICARDO
RICARDO
Acho que é assim que tem que ser agora que não nos falamos”[7]
Semanas depois...
ELIANA
RICARDO
ELIANA
ELIANA
Você sonha com como era a minha boca antes dela te chamar de traidor e de mentiroso”
[10]
RICARDO
Eu ainda queria acreditar que ela não estava lá, por todo
aquele tempo, porque sabia que eu era um Reis. Ela esteve antes,
claro, antes mesmo de eu aceitar que era um, e aquilo ser
anunciado. Contudo, apenas confirmava que o meu sobrenome
estava totalmente ligado a como ela simplesmente aceitou estar
comigo, mal me conhecendo, porque ali estava ela, novamente,
aparecendo todas as manhãs na livraria.
Sabia daquilo, porque as câmeras que eu tinha acesso, a
mostravam, aparecendo sempre de manhã, só que em horários
diferentes, e procurando por algo, ou melhor, por mim. Ela até
mesmo perguntou sobre, para os atendentes e para o caixa.
Ela estava determinada a me encontrar, enquanto eu me
escondia por completo, ainda tentando digerir aquela situação. Não
conseguia acreditar que tinha sido tão cego e não percebido as suas
intenções. Neguei com a cabeça, encarando a cama, em que
semanas atrás, ela também estava deitada, e sentindo raiva de mim
mesmo, por ser tão ingênuo.
E pior de tudo, por deixar aquela ilusão me envolver de forma
tão intensa, que ela ainda permanecia em minha mente, todos os
dias. Como se eu tivesse encontrado o que todos ao meu redor
tinham, e eu nunca pensei que seria necessário. Como se eu
pudesse ter escutado a voz de Leila em minha mente, com toda sua
expertise de sempre: eu avisei, não foi?
Peguei o copo em mãos, com o uísque que me ajudava a
relaxar um pouco, e neguei com a cabeça.
— Estava errada dessa vez — assumi para o nada, e passei
a outra mão pelos cabelos.
A voz dela ainda me rondando, perto de uma das nossas
últimas conversas. E pior de tudo, era que Eliana... que eu não tinha
ideia de ser Eliana Junqueira, estava nela, como protagonista.
Como uma desconhecida virava o alvo principal em uma conversa
sobre o meu casamento? Ou melhor, o pivô de uma separação?
Ela teria feito aquilo por querer também? Ela sabia o que
estava fazendo a respeito da minha vida particular?
Senti a raiva me dominar, ao me lembrar daquele momento
com Leila, e em como, eu gostaria de ter negado com certeza, e dito
que ela estava errada. Porém, eu apenas calei, porque no fundo, eu
consentia.
— Já percebeu na forma como fala dela? Seja para mim?
Seja para sua melhor amiga?
— O que quer dizer, Leila?
— Nós achamos um no outro, o desejo e carinho que muitos
vão buscar a vida toda, entre amores e outros amores, mas não vão
encontrar. Mas não encontramos o que vemos acontecer ao nosso
redor.
— Leila...
— Vai mentir que sente, Ric?
Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer.
— Pode ser querer demais, mas é estranho ver o seu marido
falar com brilho nos olhos sobre uma desconhecida, mas não sobre
si.
— Não é como que eu sinta algo por outra pessoa...
— Não estou te acusando, só estou te dizendo que não
somos o amor da vida um do outro. — Senti o impacto das suas
palavras. — Nós pensamos que fosse, mas..., mas me diga que não
tem vontade alguma de saber como ela te faria sentir?
— Leila, por favor.
— Diga-me que não, não minta, e eu juro que não falo mais
nisso.
E então, eu me calei, porque ela estava certa.
Cabelos longos, palavras baixas, olhos presos a livros e que
às vezes, procuravam por mim. Ela estava lá, no fundo da minha
mente, como se me esperando.
— Então isso é o melhor, para nós dois.
— Mas eu te amo, Leila.
— Não o suficiente para não pensar em como seria amar
outra pessoa... — ela tocou meu rosto e sabia que ela estava se
machucando ao fazer aquilo. — E eu quero um amor só meu, Ric.
Só meu.
— Leila... Eu posso...
— Pode o quê? Esquecer alguém que está há anos na sua
mente? Antes mesmo de me conhecer? — negou com a cabeça. —
Se eu tivesse visto a forma como olha para ela antes, nós nunca
teríamos nos casado.
— Você não me ama mais?
— Amo, mas eu... eu me amo mais, Ric. — Deu-me um leve
beijo no meu rosto. — E eu quero a sua felicidade, e a minha. E não
somos, por mais que tenhamos tentado tanto.
Engoli em seco, virei o resto de uísque no copo, e senti-o
queimar a garganta, mas nem perto de como doía cada parte de
mim, por saber que eu fui dominado pelo sentimento de entender o
que aquela desconhecida me causava.
Ela me trouxe um interesse genuíno por anos, mas que nunca
foi além. Ela me trouxe um pedido de divórcio, porque Leila
conseguia ler por completo os meus trejeitos, e eu não mentiria. Ela
me levou a me sentir tão completo, que quando se foi no dia
seguinte, além da culpa que me consumiu, a sua falta, era ainda
maior. Ela me fez sentir um completo fantoche, porque ela sabia
tudo, antes de mim.
Ela sabia o que estava fazendo, e eu... eu estava apenas
perseguindo um sentimento que deveria ter deixado enraizado
dentro de mim, e nunca tentando cultivar. Porém, o fiz. Contudo, eu
a tive. E agora, eu pagava o preço pela culpa, de dar toda a razão
para a mulher que um dia me escolheu, e o preço de ter o meu
coração exposto para a mulher que nunca o quis.
Ela queria o meu sobrenome.
Enquanto eu, queria o que ela me fazia sentir.
E eu me odiei, naquele momento, por me permitir ser tão
fraco quando se tratava dela.
Eu estava evitando a minha própria casa, por conta dela.
Sabia que ela aparecia toda manhã, e durante aquela
semana inteira, consegui fugir, enquanto me escondia em algum
lugar, que não me faria olhá-la por uma vez, e duvidar da minha
própria certeza.
Ela me fazia duvidar de tudo, e precisava me recompor e não
permitir que fosse enganado novamente. Eu já o tinha sido antes,
por meu próprio pai, que eu só desejava que ardesse logo no fogo
no inferno, e por aquilo, eu temia, por mim mesmo, como seria
encará-la.
Eu não gostaria de me sentir com ela, da mesma forma que
Reinaldo Reis me fez. Na realidade, não gostaria de aceitar, que ela
poderia ser colocada em algumas prateleiras abaixo, da minha
estante de usurpadores mentirosos. Eu estava em negação, durante
aqueles dias.
Porém, não faria o mesmo no dia seguinte. Voltaria à minha
rotina e deixaria com que apenas o meu ignorar fosse o bastante
para ela me esquecer. Sua mãe pararia de me ligar, em algum
momento. E Eliana tinha que esquecer que se envolveu com um
Reis, para que eu pudesse começar a esquecer que tinha me
envolvido com ela.
Na fila dos emocionados, com toda certeza, Julia diria que eu
tinha passado duas vezes. E na fila dos otários, talvez eu tivesse
passado umas cinco. Porém, não tinha o porquê mentir para mim
mesmo. Já tinha feito por anos, e o teria feito, por muito mais tempo,
se a minha própria ex-esposa não tivesse percebido, o que eu tentei
lutar contra.
Como eu explicaria, que tinha me interessado por uma mulher
quase doze anos mais nova? Era uma culpa que também
carregava, mas nunca tinha contado a ninguém. Porém, poderia ser
óbvio, se eu abrisse a boca sobre qualquer coisa a respeito de
Eliana.
No momento que coloquei a chave na porta da frente, senti a
presença de alguém ali. Pisquei algumas vezes confuso, e me virei,
porque eu só poderia estar maluco, de ter aquela sensação, que
apenas ela trazia, sendo sentido no meio da madrugada, enquanto
voltava para casa depois de comprar qualquer coisa para comer no
lanche mais próximo.
— Eu esperei o dia todo. — Sua voz soou baixa, seu olhar
encarando o chão, e via suas mãos presas sobre a barriga. — Eu...
Podemos conversar, Ricardo?
Como ela conseguia, com apenas a sua presença, me fazer
questionar tudo o que havia deixado claro para mim mesmo durante
os dias que se passaram?
Como ela parecia conseguir me colocar ao redor do seu
dedo, e me manipular como uma aliança em seu anelar?
— O que precisamos conversar? — perguntei, tentando
manter um tom frio, e não pensar em como ela parecia bonita, com
os cabelos longos soltos, e espalhados pela frente do seu corpo.
— É... — Vi-a levantar a cabeça e encarar a rua vazia,
pensando sobre algo. — Eu posso falar disso, lá dentro? — pediu, o
seu olhar finalmente parando no meu, e reconheci as olheiras em
seus olhos, assim como tinha sob os meus.
Por que ela parecia tão cansada, impotente e desesperada?
É um jogo, Ricardo! Repeti a mim mesmo, enquanto abria a
porta e entrava, vendo-a me seguir no minuto seguinte. Assim que
parei, abruptamente, para me virar e encará-la, vi a forma como ela
parecia pequena e assustada.
Por que eu me deixava levar assim? Por que eu tinha um lado
que simplesmente não desligava?
Respirei fundo, lembrando que eu não conhecia aquela
mulher à minha frente, mas conhecia o sobrenome dela. Éramos
apenas o lado da mesma moeda naquele momento, e sabia que só
precisava daquela conversa, para colocar um ponto final.
Um ponto final de uma página da minha vida que não deveria
existir. E eu a rasgaria fora, se preciso.
CAPÍTULO 10
“Mas você não diz, mas você não diz, mas você não diz
Eu ficaria pra sempre se você dissesse: Não vá
Mas você não diz, mas você não diz, mas você não diz” [11]
ELIANA
RICARDO
Então eu a vi ir.
Enquanto me impedia de apenas trazê-la para os meus
braços e deixar que a minha parte irracional tomasse conta. Se eu
estava certo, ao deixá-la ir, por que doía tanto? Se era o correto,
não a deixar me envolver ainda mais, por que me machucava
daquela forma?
Não pude negar meus passos, até o lado de fora da livraria, e
buscar seu carro, que eu até tinha decorado qual era. O quão
ridículo eu era? O quão incontrolável ela me deixava?
Olhei ao redor, mas não encontrei o carro, e entendi como um
sinal para simplesmente voltar para dentro e colocar minha cabeça
no lugar. Sentia um nó na garganta, que não sabia se iria se
desfazer em algum momento, mas eu precisava ignorá-lo, e apenas
seguir a minha vida.
Por que parecia tão difícil?
Por que parecia pesar demais?
Sentei-me à frente da cafeteria, e relembrei cada palavra
dela, durante aquela noite. Eu conseguia me lembrar de cada uma
delas, e dos seus suspiros, da sua pele em contato com a minha, da
maneira como ela parecia certa do que queria, e depois
simplesmente se foi.
Por que ela tinha que voltar e me provar que era realmente o
que eu pensava?
Se ela, ao menos, tivesse apenas me ignorado por completo
após aquela festa. Eu conseguiria enterrar parte daquela
desconfiança, e acreditar que alguma coisa, em todos aqueles anos,
vendo-a de longe, poderia ser real. Porém, como eu o faria, se ali
estava ela, dizendo que gostava de mim?
Para alguém que não disse nada tão profundo sobre si
naquela noite, aparecer e querer abrir seu coração, não fazia
sentido.
E eu fazia algum sentido? Indagava-me, enquanto sentia o
vazio tão grande em meu peito, que me culpava por ter sido tão
rude com ela. Talvez eu devesse ter ouvido tudo, e apenas... apenas
a mandado embora no fim. No entanto, lá estava eu, tentando a
todo custo, fazê-la desaparecer, antes que eu esquecesse que ela
não estava ali por mim.
Ela estava ali por mais.
Mais, que apenas o meu sobrenome poderia proporcionar.
Contudo, não conseguia diminuir a dor em meu peito, de ter
visto seus olhos machucados, em cada palavra que eu lhe
direcionava, ou até mesmo, como ela parecia se proteger. E me
rasgou por dentro, mais do que saber que ela me queria pelo meu
sobrenome, que ela estivesse se protegendo de mim.
Eu precisava esquecê-la.
Eu precisava realmente, arrancar aquela página.
Entretanto, eu me sentia miserável, enquanto percebi que não
tinha forças para o fazer. Não ainda. Torcendo para que ela, o
fizesse por nós.
ELIANA
Semanas depois...
ELIANA
RICARDO
Um mal-estar tomou conta de mim.
E ali estava eu, encarando a minha casa vazia, e pensando
em que momento voltou a ser o meu lar. Suspirei fundo, sabendo
que foi difícil deixar para trás aquele lugar, mas o casamento não
era apenas sobre o meu lado. Era sobre ceder. Leila tinha cedido os
seus horários intermináveis como braço direito da minha irmã mais
velha. E eu tinha cedido de morarmos em sua casa, que ficava no
mesmo condomínio que meus irmãos.
Foi uma troca justa, entre nós dois.
Minha mente me traindo, enquanto pensava na antiga casa, e
sabia que eu nunca me senti, de fato, em um lar. Como eu poderia
ter percebido que não daria certo, assim que nos casamos? Como
Leila teve a coragem, em poucos meses, de trazer aquilo à tona?
Depois de anos juntos, ela era a corajosa entre nós. Se ela...
se ela não tivesse trazido à tona, eu teria ficado com o nosso amor,
que era sincero e calmo, compatível e prazeroso, mas ao mesmo
tempo, quando ela me questionou, se era o suficiente, eu tive a
certeza de que não era.
O pior de tudo era que eu não tinha como ligar para ela e
dizer que ela tinha razão. Que eu tinha encontrado o amor que nós
tínhamos falado, que ela até tinha acertado, muito antes de eu
querer enxergar. Contudo, era um encontro vazio. Minha mente me
condenando, por pensar nela daquela forma, mas como seria, se
nós dois pudéssemos falar sobre como nosso coração tinha batido
por outra pessoa, e que era uma sensação diferente?
Eu gostaria de compartilhar com ela. Antes de tudo, nós
éramos amigos, confidentes. E agora, eu só tinha a sua foto, dentro
de uma gaveta, que eu não tinha coragem de encarar, porque me
doía saber que o seu número não tocaria novamente. Porque eu
não podia correr até ela e dizer: a Aurora fodeu com o meu coração
e com a minha mente.
E ali estava eu, pensando sobre Eliana.
Pensando sobre o que eu tinha descoberto, sem querer,
apenas puxando os assuntos certos, no momento correto, com cada
um dos meus irmãos. Os três, do mais novo ao mais velho, tinham
sido convidados a serem maridos dela.
Um encontro às cegas com Tadeu, que achou que seria
apenas uma reunião de negócios.
Uma reunião de negócios marcada, que no fim era um
encontro forçado, com Murilo.
Um encontro nada casual em uma boate com Igor, que disse
ter ficado com pena, da forma como ela tinha tentado o atrair, mas
não causou absolutamente nada.
Sabia que a família dela tinha tentado com cada um deles.
Sabia até mesmo, por Verônica, que a mãe dela, tinha tentado
negociar um casamento com eles, e ela simplesmente nunca se deu
ao trabalho de responder. O silêncio de Verônica Reis poderia ser
assustador, e a mulher parecia ter entendido.
Bom, até eu.
Até o cara certo no lugar certo. Era o que eu significava para
ela?
A minha vontade era voltar atrás, bater na sua porta e
indagar: por que sempre foi até lá? Por que sempre me olhou de
longe, como eu te olhava? Por que nunca deu um passo, se sabia
quem eu era? Por que agora?
Olhei para o meu dedo anelar esquerdo vazio, e talvez
tivesse a resposta. Neguei com a cabeça, jogando-me contra a
cama, e tentando não pensar sobre. Minha mãe me xingaria por
perder a cabeça tão facilmente, assim como agradeceria aos céus.
Eu era sempre tão certinho, que a irritava – palavras dela.
— É, dona Silvia... Não tão mais certinho assim. — Suspirei
fundo. — Me sinto um merda por ter dito tudo aquilo para ela.
Depois de tantos anos sem minha mãe, eu me pegava,
muitas vezes, falando com ela, como se ela pudesse me ouvir, de
onde estivesse, e quem sabe, me mandar alguma resposta. Mesmo
que não viesse, era assim que eu conseguia desabafar. Como
quando éramos nós dois contra o mundo. Até que Júlia apareceu
em nossas vidas, e nos tornamos três.
Talvez um dia eu conseguisse, encarar a perda de Leila,
assim como eu via a da minha mãe. Porém, meses eram algo
completamente diferentes de anos. Ainda estava viva, no meu peito,
a sua falta. E me doía, saber que eu estava envolvido de forma tão
profunda, com alguém que era para ser apenas uma noite, uma
prova de que não significam nada demais.
Porém, a verdade fosse dita. Eu sentia que Eliana Junqueira
tinha quebrado meu coração, apenas por ter se aproximado pelo
meu sobrenome. Em um segundo, ela o tomou por completo, e no
outro, ela o estraçalhou.
O amor verdadeiro era aquilo? Ardente, dolorido e vivo? Vivo
até demais?
Não sabia responder, e acho que nunca encontraria a
resposta de fato. No entanto, eu sabia que ela ainda queimava por
todo meu peito, assim como, pelo rastro que deixou.
CAPÍTULO 14
ELIANA
Sabrina me obrigou a tomar um banho, enquanto eu
desabava em lágrimas, já sentindo toda a dor voltar a tomar conta
de mim. Uma dor tão profunda, da rejeição e maldade dos meus
pais, que eu não sentia há anos. Eu tinha apenas me acostumado
com seu ódio, mas naquela noite, eu já sentia demais.
Era demais para aguentar.
Apenas me vi caminhando, como se pedaços meus fossem
sendo derrubados a cada passo. Sabrina me ajudou a secar, e
colocar uma roupa limpa. Ela era a parte da família que deu certo,
por sua conta. Eu era da parte da família, que tentou tirar tudo dela,
e mesmo assim, ela estava ali.
— Obrigada — foi tudo o que consegui dizer, enquanto ela
me entregava uma caneca, e senti o cheiro de erva-cidreira. — Eu...
eu não sei como agradecer.
— Beba o chá e se acalme, é o suficiente — falou, em um
tom calmante, talvez até mais do que o chá.
Eu o bebi com calma, vi-a pegar uma cadeira que estava
perto da parede, e trazê-la para perto de mim, colocando-se à minha
frente. Seu olhar me varrendo por inteira, e parando em algumas
cicatrizes que tinha nas mãos, e então, as do rosto.
Terminei a bebida, e lhe entreguei o copo, o qual ela segurou.
— Algo recente? — perguntou, ao apontar minha mão direita,
que tinha uma leve cicatriz, de quando eu fui pegar o caco do chão
do café da livraria, e me cortei, antes de Ricardo ser mais rápido e
me parar. Porém, tinha deixado um pequeno estrago ali, mesmo que
mínimo.
— Não foram eles — assumi, e engoli em seco. — Alguém
me ajudou a cuidar dessa ferida.
— E ele abriu outra? — indagou, como se podendo me ler por
inteira, e meu olhar permaneceu baixo.
— Ele... ele é importante — contei, sabendo que eu não tinha
nada a perder. Não para Sabrina. Se existia alguém que não
perderia nada ao saber sobre aquilo, era ela. Ela claramente odiava
a alta sociedade como eu, talvez até mais, já que raramente ela
estava na mesma, mesmo sendo parte. E muito menos, fazia parte
de acordos comerciais de casamentos.
— Como o quê?
— Como... — respirei fundo, segurando minhas mãos, e as
deixando à frente da barriga. Eu não sabia como confessar aquilo.
Eu deveria?
— A gente começa a fazer isso, sem perceber — falou de
repente, quebrando o silêncio. E eu senti um dedo em meu queixo,
levantando-o. — Olhe para mim.
Ela indicou a própria barriga já um pouco marcada, e vi que
sua outra mão estava pousada ali.
— Não precisa me dizer quem é, mas se precisar contar... Eu
sei que precisa colocar para fora, Eliana — falou, e me fez sustentar
seu olhar, segurando com cuidado o meu queixo. — Nunca nos
procurou, a não ser, quando perdeu Leo. Então... então, pode me
dizer, o que quiser. Eu vou ser apenas uma ouvinte.
Assenti, e levei uma das mãos ao cordão em meu pescoço,
segurando-o com força.
— Ele... ele é um Reis.
Ela apenas permaneceu da mesma forma, sem expressar
nada.
— Eu não sabia... Eu o perseguia, como uma boa
observadora ou obcecada, por anos. Talvez já esteja para fazer sete
anos... Ele é dono da minha livraria favorita na cidade, e eu... Eu ia
lá, e ficava o vendo de longe. Eu sabia que um homem como ele,
mais velho, e que parecia tão inteligente, não olharia para mim. Ele
nem podia. Eu não podia. Então, eu me contentei a ir todos os
sábados de manhã, além de comprar meus dois livros diferentes
para aprender mais, já que... eu não estudei, como sabe. E também,
para vê-lo. Até que eu soube que ele se casou, e ele desapareceu
um tempo da livraria, talvez lua de mel, talvez outra coisa, mas...,
mas meses atrás, eu precisei sair da casa para respirar e fui até a
livraria... E... e ele não tinha aliança no dedo, mas talvez ainda seja
casado. E também, eu não sei, talvez tenha filhos ou... Eu não
sabia, Sabrina. Eu não sabia que o meu Ricardo, era Ricardo Reis.
— Ok, respira! — falou, suas mãos parando em meus
ombros, e só nesse momento percebi que eu era uma bagunça de
lágrimas novamente. — Bem fundo, e depois, solta... — assenti,
seguindo sua dica, até que me acalmasse. — Ele acha que se
envolveu com ele para dar o golpe da barriga? — perguntou na lata,
e eu neguei.
— Ele não sabe da gravidez, ele... ele sequer me deu a
chance de contar — assumi. — Eu fiquei atrás dele por toda essa
semana, tentando encontrá-lo, e quando o fiz, ou quando ele
finalmente me deixou, sequer me ouviu. Ele apenas disse coisas e
mais coisas, e... Eu fui embora.
— Eu posso fazê-lo saber, com uma ligação — sugeriu, e eu
engoli em seco. — Se for o que quer...
— Eu não sei o que quero, Sabrina — confessei. — Eu contei
aos meus pais, menti que estou grávida de um cara comum e que ia
viver com ele, e então... bati na sua porta.
— Bom, aqui eles não vão te encontrar ou sequer ousar te
buscar — concordei, sabendo que era verdade. — E eu acho que
precisa do seu tempo para entender o que está sentindo, e pouco se
foder para o que Ricardo ou qualquer um possa sentir.
— Eu... eu não sei o que dizer.
— Apenas tente descansar, e vamos pensar, no dia a dia, no
que fazer...
— Mas, Sabrina, eu... eu não posso pedir para que me aceite
aqui.
— Apareceu à minha porta, e isso foi um pedido de ajuda, por
mais que eu saiba o quanto é difícil para você, o fazer. — Afastou
suas mãos de mim, e firmou um dedo no meu queixo, fazendo-me
olhá-la. — Então vamos fazer o seguinte, eu... eu estou te obrigando
a ficar aqui, a partir desse exato segundo.
— Sabrina...
— Vou te apresentar o meu noivo, os namorados de minhas
irmãs, e o nosso sobrinho, e claro, vai ter que aguentar outra
grávida sob o mesmo teto... — eu fiquei completamente perdida
diante das suas palavras. — Vai ficar aqui, nem que eu te obrigue.
Quando tiver certeza do que fazer, eu também vou te apoiar. O que
seja.
— Eu...
Eu me afastei do seu toque, e fui até onde tinha deixado cair
a pequena bolsinha que eu tinha carregado, e que tinha as joias que
eu havia conseguido esconder e um pouco de dinheiro, além de
provas contra os meus pais.
— Não é muito, eu sei, mas...
— É seu. — Não aceitou a bolsa que eu lhe endereçava. —
Seu e do seu bebê, claro.
— Sabrina, por favor, eu não tenho como ficar e não pagar...
Batidas na porta me fizeram parar, e logo a cabeça de Helena
foi colocada para dentro, e em seguida, a de Iara.
— Preferidinho contou que tinha uma titia nova, de cabelo
longo... só pensei em Eli.
Todo mundo me via como a pessoa do cabelo longo, pelo
jeito.
— Sabe a nossa assistente que vai tirar férias e precisa de
um tempo a mais... — Sabrina falou, fazendo um sinal para que as
duas entrassem, e eu paralisei no lugar. — O que acha de Eliana
ser a substituta por esse tempo?
— Nossa, me livraria facilmente de várias entrevistas que eu
detesto fazer — Helena falou, e me encarou, com um sorriso aberto
no rosto. — Gostaria de trabalhar com a gente, Eli?
— Eu... eu não tenho qualificação.
— A gente te ensina. — Helena fez um sinal de desdém com
a mão. — É nossa prima, é inteligente por natureza.
— Ainda bem que ela puxou para parte humilde. — Iara
provocou, e Helena lhe deu uma cotovelada, enquanto eu voltava
meu olhar para Sabrina.
— Bom, Eli vai ficar com a gente, a partir de hoje, e assim
que ela decidir, pode nos dizer se quer esse emprego — Sabrina
falou, levantando-se, e parecendo perceber que eu me sentia
completamente pressionada, com todas elas ao redor. — Agora
vamos deixar ela descansar...
— Mas Sasá... — Iara e Helena reclamaram ao mesmo
tempo, e um olhar da mais velha, as fez dar meia-volta e ir até a
porta novamente.
— Até amanhã então, Eli — Iara falou, dando-me um sorriso
sincero.
— Não estranhe porque eu acordo com as galinhas — Helena
comentou, dando uma piscadela, e indo atrás da irmã mais nova. —
Boa noite! — gritou, antes de Sabrina fechar a porta, e as deixar do
lado de fora.
— Somos simples assim — Sabrina disse, com a mão na
maçaneta. — Esse quarto tem roupa limpa, roupa de capa limpa, e
produtos e tudo o que precisar, mas... mas qualquer coisa, eu estou
no quarto do final do corredor, é só bater.
— Sabrina, eu... Eu realmente não sei como agradecer.
Ela veio até mim, e tocou meu queixo, fazendo-me encará-la,
e percebi que meus olhos sempre procuravam o chão, mas ela não
o permitiu.
— Apenas olhe nos olhos, de quem quer que seja, ou por
cima... Você merece isso, Eliana.
Ela então deu um leve olhar para o medalhão, e sabia que ela
entendia por completo, o que Leo queria para mim. Ela, melhor do
que ninguém, parecia saber mais daquela noite, e eu apenas
aceitei, me calando.
Era demais, tudo, em um dia só. Talvez um dia, eu tivesse
coragem de lhe perguntar, o que ela sabia. Porém, mantive meu
olhar alto, enquanto ela se afastava, e fechava a porta atrás de si.
Sentei-me na cama, e em seguida, acabei me deitando. E
pela segunda vez, em anos, eu encarei um teto que não me
causava medo, apenas de estar ali. Pela segunda vez, em toda
minha vida, eu me sentia segura. Eu só conseguia pensar, que nós
estávamos... Minha mão sobre minha barriga, conforme eu
respirava fundo e pedia forças a quem veio e bagunçou tudo.
Minha baguncinha - e não existia apelido melhor para defini-
lo, não mesmo.
CAPÍTULO 15
ELIANA
Não havia mais nenhum vestígio seu, acho que finalmente estou limpa” [17]
RICARDO
“Eu parti meu próprio coração porque você era educado demais para parti-lo
Ondas batem no litoral, eu corro para a porta
RICARDO
A Aurora tá grávida.
Aquelas quatro palavras de minha melhor amiga estavam se
revirando em minha mente. Não sabia como eu tinha conseguido
simplesmente sair no meio do almoço de família de domingo, e
seguido para o endereço que eu não deveria ter buscado. Eu sabia
que em algum momento, poderia acabar cedendo à curiosidade de
meu interior, de saber como ela tinha seguido a vida, depois daquela
noite, como se me considerasse algo marcante. Eu não o era. Nem
para ela. Nem para ninguém.
Porém, ali estava eu, simplesmente parado com a carro à
frente de um condomínio fechado e pedindo a liberação para a casa
de Sabrina Junqueira. Por que eu tinha me feito ir até ali? Por que
eu estava fazendo aquilo?
Eliana estava grávida.
Ela realmente estava?
De quanto tempo ela estava?
E se naquela noite, que ela me procurou, o que ela tentava
me contar, era que na verdade, tinha engravidado na noite que eu
tanto lutava, todos os dias, para esquecer?
E se...
— Senhor Reis, a senhora Junqueira-Dias liberou sua
entrada.
Não precisava de mais nada, apenas segui as instruções que
a portaria me deu, e me vi parando diante de uma grande casa, que
já tinha começado a ter uma decoração de Natal. O ano já estava no
fim, e eu sequer me lembrava de que a data estava chegando.
Por quê?
Porque minha mente estava cheia de mais, sobre tudo o que
eu deveria ignorar. Sobre a mulher que ainda permanecia nela,
inconscientemente, e agora, eu estava literalmente, na porta que ela
deveria estar morando. Era o que o eu tinha descoberto, e me
negava a crer, que realmente tinha feito aquilo.
Desci do carro, e vi o exato segundo em que uma mulher de
cabelos pretos saiu pela grande porta. A primeira coisa que percebi
foi a sua barriga grande, e meu coração gelou. Contudo, assim que
o semblante sem qualquer expressão encarou o meu, os olhos fixos
nos meus, soube que não era Eliana.
— Bom dia, e desculpe por... — corrigi-me, assim que ela
parou no segundo degrau à frente da fachada da casa e me
encarou. — Deve ser Sabrina Junqueira, eu sou...
— Ricardo Reis — complementou, e me encarou
profundamente. — É realmente ele, certo?
— Sim, eu...
— Ótimo!
Antes que eu pudesse raciocinar sobre o que dizer a seguir,
senti um impacto forte do lado direito do meu rosto. De forma que eu
dei dois passos para trás, enquanto meu rosto era praticamente
virado. Senti a dor se espalhar, assim como o sangue escorrer pelo
meu lábio, que deveria ter sido cortado.
— O que quer aqui?
— Eu... — respirei fundo, limpando a boca, e sem saber
exatamente o que dizer. — Eu soube que Eliana está grávida.
— E o que quer com isso?
— Eu... eu acho que sou o pai — respondi, vendo que a
mulher deveria estar prestes a socar minha cara, mais uma vez.
— Acha? — ela então negou com a cabeça. — Eu agora sei
por que ela fugiu... Não merece ela, nem o mínimo da atenção que
ela possa te dar. Mas quem sou eu para decidir por ela?
— Senhora Junqueira...
— Junqueira-Dias — corrigiu-me, e eu assenti. — Vai
encontrá-la na academia, ela sempre vai lá por esse horário... Mas
se eu a vir chorar novamente, uma lágrima que seja, não vai ser
apenas o meu soco que vai encontrar a sua cara, estamos
entendidos?
Assenti para a mulher mais velha, que me fez pensar no
exato momento sobre a minha irmã. Era como uma versão mais
falante, mas nem um pouco menos áspera e direta de Verônica.
— Obrigado.
Vi-me entrando no carro, e torcendo para encontrar o mais
rápido possível a academia, usando o mínimo que eu entendia
sobre condomínios fechados de pessoas ricas como elas. Suspirei
fundo, ignorei a dor em meu rosto e sequer tive coragem de encarar
meu reflexo.
Não demorou muito para ver uma placa, que indicava onde a
academia estava. Estacionei o carro não muito longe, e me vi
respirando dezenas de vezes, até chegar próximo à porta. No
momento que adentrei o lugar, ouvi uma música alta, em uma língua
que já não me era tão indiferente, porque meus irmãos ouviam
muito sobre a cultura oriental.
Eu me vi seguindo a música, já que não havia ninguém nos
aparelhos do que parecia ser o térreo do lugar. Subi as escadas, e
meu coração acelerou, como se reconhecendo que eu estava perto
dela. Como ele sempre parecia querer me mostrar que o faria, por
ela.
Suspirei fundo, abrindo devagar a porta que separava o
primeiro andar das escadas, e foi quando a vi.
De imediato, notei que estava dançando junto com a música,
o suor escorrendo por seu corpo, e um sorriso enorme para o
espelho, claramente concentrada no que fazia. No segundo
seguinte, quando ela deu um novo passo, e seu corpo se virou para
a direção que eu estava, tudo em mim paralisou.
Sua barriga.
A regata que ela usava, totalmente colada e marcando o
arredondado que não existia ali, meses atrás.
Sua barriga com o contorno que não deixava dúvida alguma -
ela estava grávida.
— Eu já terminei.
Três palavras apenas, enquanto ela simplesmente me deu as
costas, e a vi ir até o que parecia uma mochila juntar algumas
coisas. O som cessou, e eu permaneci no mesmo lugar, paralisado,
vendo-a apenas se voltar em minha direção, pronta para sair.
— Eliana...
Como se eu sequer existisse, ela tentou passar por mim, e eu
respirei fundo, levando a mão ao seu pulso, e a segurando com
delicadeza.
— Não me toque.
Três palavras que me fizeram soltá-la de imediato.
— Você está grávida.
Três palavras que eu devolvi, conforme ela simplesmente me
dava as costas e descia as escadas. Forcei-me no segundo
seguinte a segui-la, e a vi parando, respirando fundo, no último
degrau.
— Eliana, você está grávida — insisti, e ela então se virou,
enquanto eu me aproximava do degrau que parou.
— Qualquer um pode dizer isso.
Eu não a reconhecia.
Nem o seu tom e muito menos, a forma como ela claramente
estava pronta para o ataque.
— Não ia me dizer?
Minha boca foi mais rápida que minha mente, e de repente,
eu apenas ouvi o som da sua gargalhada forçada, ao passo que ela
se escorava no corrimão, e o olhar se voltou para o meu. Um olhar
que dizia mais do que qualquer palavra: a mágoa estampada no
castanho dos seus olhos.
— Por que eu diria sobre a minha gravidez para alguém que
me mandou apenas esquecer? — rebateu, e respirei fundo, sentindo
a culpa me acertar.
— Eu sou o pai dessa criança, Eliana.
— Qualquer um com um sobrenome bom o suficiente, pode
ser o pai... Não apenas os Reis me interessam, como você mesmo
pôde deduzir.
Eu sabia que ela queria me afastar.
Eu sabia que ela queria apenas me fazer ir embora.
Porém, o que ela não sabia, era que no momento que soube
que ela estava grávida, eu entendi o erro que cometi. Ela
simplesmente me deu as costas, e seguiu em direção à saída da
academia, e eu me vi correndo atrás dela.
— Eliana, eu...
— Não vamos chegar a nada. — Parou de repente, o que me
fez parar o corpo com tudo, quase esbarrando nela. A minha própria
pele, reconhecendo o mínimo da sua que encontrou a minha. —
Não é o pai do meu filho, e não temos nada para conversar.
— Desde quando é uma mentirosa?
Ela me encarou, os olhos tão magoados, que me remoeu
tudo por dentro.
— Desde sempre, como você mesmo acredita. — Deu três
passos para trás, afastando-se. — Acho que é minha vez de dizer
para que... Esqueça aquela noite, a porra do meu sobrenome e o
meu endereço.
Ela usou minhas palavras contra mim. E agora eu entendia,
parte da dor que poderia ter causado nela, ao rechaçá-la de tal
forma. O quanto eu poderia tê-la machucado?
— Eu sinto muito, Eli.
Foi tudo o que consegui dizer, as palavras se perdendo ao
vento, enquanto ela se afastava, e levava o nosso filho consigo.
Fiquei apenas parado ali, pensando em como fazer com que ela
tivesse o mínimo de interesse, em escutar o meu lado da história.
Um lado tão errado, mas que eu tinha que dizer.
Pelo menos, que eu pudesse pedir perdão por toda a merda
que deveria ter acontecido.
CAPÍTULO 18
ELIANA
— Voltou rápido.
Soltei a mochila do lado da porta de entrada, e encarei o olhar
inexpressivo de Sabrina, que estava sentada em sua poltrona,
sozinha comigo naquele domingo. A culpa me atingia, toda vez que
ela o fazia, apenas para que eu não ficasse só. O seu marido no
interior, a irmã do meio, cunhado e sobrinho também, e sua caçula
viajando para fora do país. Ela merecia mais do que passar o seu
dia favorito da semana, na companhia de alguém que ela não tinha
obrigação alguma.
Porém, eu sabia que ela se sentia assim.
Eu tinha visto o rosto machucado de Ricardo, e tinha certeza
de que apenas uma pessoa poderia tê-lo feito, e por minha causa.
— Obrigada por socar a cara dele — falei, sabendo que tudo
o que eu me tornava perto dela, era uma onda de agradecimentos.
— Eu nem sei repetir tudo o que disse a ele, mas... mas só queria
me afastar.
— Não gosto dele — assumiu, enquanto eu suspirava fundo,
ainda esperando o suor do meu corpo se esvair. — Mas eu vi pela
janela, ele te acompanhando de carro, até em casa.
Casa.
Aquela era a minha casa.
E muitas vezes, eu apenas me sentia um estorvo, por mais
que tudo o que minhas primas fizessem fosse me mimar e me fazer
ver aquele lugar como um lar.
— Não deveria ficar nervosa, já que está grávida.
— Está mesmo me aconselhando, estando claramente
vermelha de raiva?
— É o suor e o cansaço da dança. — Tentei disfarçar. — E
um pouco de raiva — admiti, sem conseguir mentir.
— Acho que ele merecia outro soco, do lado esquerdo...
— Prima, eu... — suspirei fundo, pegando a toalha dentro da
mochila, e secando um pouco do suor que ainda estava em meu
corpo. — Eu não sei se um dia vou poder retribuir, por... por estar se
importando tanto comigo.
— Sou sua prima mais velha, e se eu soubesse, que em
algum momento, poderia ter interferido e feito da sua vida algo mais
do que fizeram, eu o teria...
— Eu nunca soube pedir ajuda.
— E ainda não sabe — corrigiu-me. — Não apenas por você.
Ela então veio até mim, e era bem mais alta, sua mão desceu
para minha barriga e fez um leve carinho.
— Não está sozinha, nunca mais... — falou, e eu assenti. —
E não estou falando sobre a gravidez, Eli.
— Obrigada, mesmo.
Suspirei fundo, e ela se afastou. Sabrina Junqueira não era
uma pessoa com a linguagem do amor definida por toque físico,
nem perto daquilo, mas poderia jurar que ela conseguia ter todos os
outros. Ela fazia o possível e impossível para que eu, uma completa
estranha, me sentisse protegida.
Por mais que ela devesse me odiar, pelo que meus pais
fizeram. Pelo que eles significaram de pior em sua vida, na verdade,
ela tinha me acolhido.
— Timóteo está ligando... — avisou, antes de arrumar o
celular, e sabia que atenderia uma chamada de vídeo. — Podemos
comer depois, certo?
Assenti, e me vi pegando a mochila e subindo pelas escadas.
Meus pensamentos perdidos, ao saber agora que Ricardo sabia
sobre a gravidez. Não sabia como ele tinha descoberto, e tampouco
me importava, porém, eu
só não tinha ideia de que ele apareceria à minha frente, sem
questionar sobre a paternidade em momento algum, e dizendo que
sentia muito.
Sentia muito exatamente pelo quê?
Por ter me acusado do que todos fizeram a vida toda, e eu já
estava calejada? Ou por ser aquele único que me acusou como
todos fizeram, mas que conseguiu me machucar profundamente?
Ele sentia muito por ser quem conseguia fazer doer, uma
ferida que eu sequer sabia que ainda estava aberta?
Ele sentia muito por eu estar esperando um filho dele?
Ele sentia muito por descobrir só agora sobre ser pai?
Ignorei meus próprios questionamentos, e fui diretamente
para o banheiro. Precisava respirar fundo, água quente e meu
cabelo limpo, para poder pensar com mais clareza. Talvez, em
algum momento, após aquele processo, eu encontrasse uma
resposta. Ou não.
RICARDO
ELIANA
Dias depois...
RICARDO
ELIANA
RICARDO
Merda!
Eu quase tinha derrubado o vaso favorito que minha mãe
tinha deixado, enquanto faxinava a casa durante o restante
daquele dia. O tempo parecendo voar, enquanto eu ignorava tudo
ao meu redor, e tentava deixar a minha casa, uma casa
apresentável para duas pessoas. Ou melhor, três.
Eu era pai.
Eu seria pai.
Como era ser o pai de alguém?
Respirei fundo uma, duas e talvez dezenas de vezes,
parado no meio da sala, e segurando o aspirador, ainda ligado,
conforme minha mente se perdia. Talvez eu devesse ligar para
Júlia e perguntar: como ela se sentiu ao descobrir que era mãe de
alguém?
— Por que a casa parece que vai vir abaixo?
A voz de minha melhor amiga, me fez parar, e me virar para
ela.
— Não deveria estar no interior? — indaguei confuso,
sabendo que geralmente, ela passava a semana na fazenda que
era sua casa, com Oscar e Clara.
— Como, se meu instinto está gritando que tem algo
errado? — perguntou, e logo senti suas mãos sobre as minhas,
afastando-me do aspirador. — Lembra quando bateu na porta dos
Esteves porque eu não te respondi, e na verdade, eu tinha me
acertado com Oscar e perdi a noção do tempo?
— Fiquei com medo de precisar de mim.
— Pois, eu tô sentindo que tá precisando de mim. — Vi-a
levar o aspirador para um canto da parede e o deixar lá. — Não
sou uma Reis, como seus outros irmãos, e nem tenho acesso a
muita coisa, mas... mas eu sei quando o melhor amigo e irmão
que eu escolhi, precisa de mim, e que dessa vez, tenho certeza
de que tem a ver com Eliana.
— Você também notou que eu sempre falei demais sobre
ela, mesmo quando era uma desconhecida?
— Quem também notou? — indagou, ao se sentar na
poltrona, e eu me vi sentando sobre o tapete, e ficando ali. —
Leila? — perguntou, e eu assenti, sem coragem para assumir. —
Não posso dizer que estou tão surpresa, porque Leila sempre foi
esperta demais, e fugiu de você, mas quando se apaixonaram...
— ouvi seu suspiro ao fundo. — Foi bonito ver você se apaixonar.
— Mas não o suficiente para ela, ou... ou para mim —
admiti, e encontrei seu olhar. — Não disse antes, acho que não
estava preparado, mas..., mas eu acho que Leila e eu
percebemos que não daria certo, porque na verdade, víamos,
todo domingo, o que é o verdadeiro amor. — Suspirei fundo. —
Nós éramos confortáveis um com o outro. Porém... porém não me
lembro de algo diferente de sermos práticos.
— E então, ela pediu o divórcio...
Assenti, e respirei fundo.
— Ela pediu, e eu não sabia, até que a notícia do acidente
veio, de que ela tinha alguém em sua mente também. — Suspirei
fundo. — Eu sempre tive Eliana, lá no fundo, mesmo que de uma
forma totalmente inocente. Até eu perceber, meses atrás, que não
o era.
— Se envolveu com ela, não é?
— A encontrei na frente da livraria, ofereci um café,
conversamos, dormimos, e quando notei, estávamos presos um
no outro, e eu entrei em total contradição no dia seguinte.
— Se culpando por querê-la e tê-la?
Assenti novamente.
— Então ela fugiu de mim, até... até aquela festa. E foi
quando eu desconfiei, ou melhor, tive a certeza de que ela ficou
comigo pelo meu sobrenome.
— Ricardo...
— Eu sei, eu... — Júlia parecia incrédula. — Mas ela tinha
tentado com todos os meus outros irmãos, e a linha temporal de
ela aparecer bem agora, e...
— Existe a porra do destino, também — ela falou, num tom
mais baixo. — Agora eu tô ficando preocupada, e começando a
dar razão para o roxo na sua cara dias de semanas atrás.
— Ela veio atrás de mim, dias depois da festa. Ficou vindo,
toda manhã aqui na livraria, perguntando de mim para os
atendentes, e eu fugi, enquanto pude, e daí... daí nos
encontramos, e eu disse coisas que não deveria, a machuquei, e
sequer dei a chance para me contar sobre a gravidez.
— Ric...
— Eu sei, eu... — fechei os olhos com força. — Eu me senti
tão mal depois de simplesmente expulsá-la da minha vida, mas
não tive coragem de ir até ela novamente. E quando ela
reapareceu, foi naquele stories da prima dela.
— Então ela socou a sua cara?
— A prima dela fez, Sabrina — expliquei. — Mas acho que
me sentiria menos pior, se Eli me desse outro. — Suspirei
cansado. — Então, eu a tenho perseguido por todos esses dias,
tentando... tentando pedir perdão, buscando por ele, e... e eu vou
ser pai, Juju!
— Pai de um filho da Aurora... — ela respirou fundo, e se
levantou, e assim que se aproximou, pegou a almofada e bateu
contra o meu peito. — Sorte sua que Sabrina já socou sua cara,
porque Ric... Que merda, hein!
— Imagine quando Oscar descobrir. — Fiz uma careta.
— Ele vai rir e te julgar para sempre — provocou, sabendo
que eu o tinha feito, com o seu marido. — Mas o que realmente
importa, por que está virando a casa de cabeça para baixo?
— Ela vem morar comigo.
— O quê? — a voz de Júlia deveria ter sido ouvida do lado
de fora da livraria. — Ela vem? Aqui?
— Eu não sei como, mas ela aceitou morar comigo.
— Ok, eu perdi alguma coisa no meio do caminho, não é
possível... — andou de um lado para o outro, enquanto eu me
jogava de costas no tapete. — Ela vai mesmo vir morar com você,
entendeu certo?
— Juju, pode só tentar não parecer que é um absurdo.
— Mas espera, como ela tem agido nos dias que foi atrás
dela?
— Me dado as costas todas as vezes, principalmente,
quando falei sobre morarmos juntos, pelo... pelo bebê.
— Quem não te conhece que te compre, Ricardo. — Olhou-
me como se me julgando até a minha quinta geração. — Vamos
fingir que é apenas pelo seu bebê... ai, meu Deus! Eu vou ser
madrinha! — Deu um pulinho e pareceu querer guardar o
minissurto no segundo seguinte. — Mas foco! Ela te deu as
costas e...
— E apareceu aqui ontem, dizendo que vinha morar comigo
— revelei, mordendo o lábio inferior. — Eu estou surtando desde
a hora que ela apareceu, e não consegui parar de limpar a casa,
e comprar roupas, sapatos, brinquedos...
— Ric...
A voz de Júlia me parou, e eu a encarei.
— Você a ama? — perguntou, e eu engoli em seco, porque
a resposta veio tão rápido, que eu só a impedi, porque me
surpreendi. — Ama, não é?
— Sabe quando perguntei sobre você e Oscar? — assentiu,
e eu suspirei. — Não sou bom com sentimentos, você sabe,
mas... mas ela conseguiu quebrar o meu coração, sem ter culpa
alguma. O quão perto isso pode ser do amor, Juju?
— Entregar o poder sobre si mesmo, para outra pessoa...
— ela estendeu a mão e me ajudou a levantar. — Está na dela,
de um jeito que vai cantar até Taylor Swift, aposto.
— Eu estava ouvindo o dia todo, acho que o novo álbum
que saiu — admiti. — Você acha que ela pode gostar de mim,
Juju?
— Isso, só com ela, mas... — suspirei fundo, sabendo que
ela tinha razão. — O que você vai fazer, para ela gostar de você?
Ali, Júlia acabava de implantar uma nova missão em minha
mente. Eu tinha uma única missão: conquistar a mulher que eu
amava.
Amava....
Era aliviador poder dizer aquilo em voz alta. Era até
mesmo, calmante. Como seria, poder admitir, aquilo, diretamente
para ela?
CAPÍTULO 23
“Farol, queimando
Cintilando na noite somente por você
Mas você ainda estava ausente
Ausente, ausente”[24]
ELIANA
ELIANA
RICARDO
ELIANA
“A luz reflete
A corrente em seu pescoço
Ele diz: Olhe para cima
E seus ombros te tocam
Sem provas, um toque
RICARDO
ELIANA
ELIANA
ELIANA
“Duas da manhã
Aqui estamos nós
Vejo seu rosto
ELIANA
ELIANA
ELIANA
E foi assim...
Concluímos a missão da primeira geração dos Reis e de
quebra, fechamos as Junqueira... Quem diria, não?
Isso quer dizer que tem previsão de segunda geração? Eita
eita! Vamos por partes!
Queria só agradecer por acompanharem essa real saga até
aqui, e se este é o seu primeiro contato com a minha escrita: BEM-
VINDA AO ALINEVERSO! E claro, gostaria de dizer que se
gostaram de Eli e Ric, não se esqueçam de deixar sua avaliação e
me dizer o que mais esperam, quem sabe, de uma segunda
geração.
Obrigada por lerem esse livro, de todo meu coração
Com amor,
Aline
Junqueira-Dias
SINOPSE
Se no meio do caminho de algumas pessoas tem uma pedra, no meio do
caminho de Maria Beatriz, sempre teve Inácio. O herdeiro da fazenda que fica ao lado
das antigas terras de sua família, tornou-se um homem bruto e fechado, que quando
aparece na sua frente, ela já sabe que só pode ser problema ou alguma proposta
indecorosa. Maldito peão velho!
Inácio Torres é um homem de poucas palavras, mas que vê em uma mulher
tagarela, a oportunidade perfeita. Mabi precisa de dinheiro, ele o tem. Ele precisa de um
casamento falso, e ela é a escolha perfeita. Porém, a única coisa que recebe de Mabi,
como sempre, é uma negativa. Maldita criança sonhadora!
No meio das voltas que a vida dá, uma noite de prazer os marca. E a
consequência será muito maior que o arrependimento: UMA GRAVIDEZ INESPERADA.
CEO INESPERADO – meu ex-melhor amigo
Família Torres – Livro 2
SINOPSE
Se nem tudo que reluz é ouro, Júlio é apenas a melhor imitação de pedra
preciosa em que Babi colocou os olhos.
O seu ex-melhor amigo, a abandonou e quebrou seu coração quando eram
adolescentes. Bárbara Ferraz jurou a si mesma que nunca mais o deixaria ficar
perto. Maldito CEO engomadinho!
Júlio Torres sabe que deixou uma parte de si para trás. Sua ex-melhor amiga o
odeia e ele, muitas vezes, teve o mesmo sentimento por si. Maldita sombra!
Júlio sabe que não pode mais ignorar, porque ele não quer apenas a sua melhor
amiga de volta, ele a quer como sua.
Babi foge dele como o diabo foge da cruz. Entretanto, como fugir se depois do
reencontro e finalmente os pratos limpos, ela se descobre grávida do seu ex-melhor
amigo?
O BEBÊ INESPERADO DO COWBOY
Família Torres – Livro 3
SINOPSE
Se existe amor à primeira vista, Abigail Alencar e Bruno Torres compartilham
o completo oposto. Abi o detestou desde o primeiro momento, e com o passar dos anos,
o sentimento permaneceu. Bruno é o típico cowboy cafajeste, arrogante e popular, de
quem ela não suporta a presença um segundo.
A cidade pequena sabe de seu desgosto e desinteresse no mais novo dos Torres,
porém, ele sempre pareceu ficar ainda mais animado em confrontá-la. Se existe algo sobre
Bruno que ela conhece bem, é que ele não foge de um desafio.
Assim, quando Abi o encontra como babá da sua filha de apenas um ano, ela só
consegue pensar que ele quer algo. Bruno jura que está ali apenas para tirá-la do sério,
como sempre, mas tudo acaba por mudar, naquele exato instante.
Existe uma linha tênue entre o amor e o ódio... eles estarão dispostos a
cruzá-la?
FELIZ NATAL, TORRES
Família Torres – Livro Extra
SINOPSE
O Natal parou de ser uma data festiva, e tornou-se dolorosa, assim que Maria
Beatriz perdeu os pais. No entanto, nesse ano, tudo mudou e ela vai lutar para que essa
data seja ressignificada. Que ela possa sorrir, o tanto quanto, um dia fez, no passado.
Assim, ela precisa que tudo saia PERFEITO.
Uma árvore de Natal destruída, enfeites perdidos pela casa, a ceia que não vai
chegar a tempo, um desmaio...
Será que ela terá o seu Feliz Natal ao lado dos Torres?
Esse é um conto natalino, narrado na visão de Mabi e Inácio (do livro Uma
Gravidez Inesperada), onde você poderá passar essa data tão especial ao lado da Família
Torres.
UMA FAMÍLIA INESPERADA PARA O VIÚVO
Família Torres – Livro 4
SINOPSE
Olívia Torres sempre teve em mente que para bom entendedor meia palavra
bastava. Assim, quando se apaixonou perdidamente e descobriu que o homem com o qual
se envolveu era casado, o seu mundo perdeu o chão. Ela apenas foi embora, sem olhar
para trás.
Contudo, com Murilo, ela nunca pôde parar de olhar. Ainda mais, quando descobriu
que estava grávida.
Murilo Reis perdeu tudo. Nunca pensou, que em algum momento, poderia voltar a
sentir algo. Entretanto, bastou um olhar para Olívia, para ele compreender que ainda
existia uma chance. Chance essa, que se perdeu por completo, quando ela o deixou.
Anos depois e uma coincidência do destino, Murilo descobre que não apenas as
lembranças daquele amor de verão permaneceram, mas sim, que ele tem uma filha.
Um amor de verão pode ser o amor para a sua vida?
GRÁVIDA DO CEO QUE NÃO ME AMA
Família Reis – Livro 1
SINOPSE
O triste é que aquele velho ditado se tornou real em sua vida: Valéria que
amava Tadeu, que amava Bianca, que amava Murilo, que não amava ninguém. Desde
que seus olhos pousaram em Tadeu Reis, Valéria se apaixonou. Não sabia dizer se era
pelo olhar escuro enigmático, o sorriso que ela queria tirar daqueles lábios cerrados ou o
fato de ele ser tão atencioso com quem amava.
Porém, Tadeu apenas tinha olhos para outra mulher, e Valéria escondeu aquele
sentimento no fundo de sua alma, tentando matá-lo durante os anos que se passaram.
Uma coincidência do destino, os coloca frente a frente. Ela sabe que ele é errado, mais do
que isso, uma grande mentira, porém, seu corpo não resiste.
E uma noite com o homem errado não é o fim do mundo, certo?
Para ela, tornou-se um outro começo, já que terá uma parte dele consigo, para
sempre. Valéria está grávida do homem que não a ama. E não pretende deixá-lo descobrir.
O CASAMENTO DO CEO POR UM BEBÊ
Família Reis – Livro 2
SINOPSE
Águas passadas não movem moinhos – era o que Lisa repetia a si mesma.
Contudo, estar sempre tão próxima do único homem que realmente se apaixonou, fazia
com que ela quisesse voltar, e na verdade, se afogar com ele. Igor Reis era um erro, e ela
sempre soube.
Ainda assim, não podia evitá-lo para sempre, já que seus círculos de amizades
eram tão próximos. Então, era apenas isso: Igor era um amigo. Um ótimo fofoqueiro e uma
pessoa para perder horas conversando – mesmo que quisesse perder muito mais.
Todavia, quando ele bate na sua porta no meio da madrugada com um bebê a
tiracolo, ela não sabe o que de fato está acontecendo. Porém, nada é tão ruim que não
possa piorar, e ele a pede em casamento.
Nas voltas que a vida dá, Lisa se vê com o sobrenome Reis, um bebê para chamar
de seu e um contrato de casamento por um ano com o homem que ama.
Até onde o casamento do CEO por um bebê será uma mentira?
A FILHA DO VIÚVO QUE ME ODEIA
Família Reis – Livro 3
SINOPSE
Os opostos se atraem.
Carolina Reis queria jurar que isso estava errado, mas não pôde evitar a forma
como seu corpo reagiu ao cowboy bruto e grosso que, literalmente, atravessou o seu
caminho. Franco era uma incógnita, com um chapéu de cowboy escuro e uma expressão
tão dura, que lhe fazia indagar se ele em algum momento sorria. Bruto insensível!
Franco Esteves não tinha tempo para perder, muito menos, com uma patricinha
mimada que encontrou sozinha no meio da estrada. Porém, não conseguia evitar ajudar
alguém, mesmo que este parecesse ser no mínimo uma década mais novo, com olhos
claros penetrantes e um sorriso zombeteiro. Diacho de madame!
O que era para ser apenas um esbarrão no meio do nada, torna-se uma verdadeira
tortura, quando Carolina assume, por coincidência a função de tutora da filha do cowboy.
Ele só quer evitá-la. Ela só quer irritá-lo. No meio do ódio e atração que lhes permeiam,
uma adolescente se torna um vínculo que eles não podem evitar.
Mas até onde ela será a única a uni-los?
GRÁVIDA EM UM CASAMENTO POR CONTRATO
Família Reis – Livro 4
SINOPSE
Se no meio do caminho de algumas pessoas tem uma
pedra, no meio do caminho de Nero, sempre teve Verônica. A
matriarca dos Reis era uma mulher que intimidava a qualquer um, e
ele nunca conseguiu entender uma reação dela. Quando ela estava
à sua frente, ele sabe que tudo o que deve fazer é correr para a
direção oposta.
Verônica Reis é uma mulher que nunca demonstra o que
sente. Sendo assim, praticamente impossível desvendar o que se
passa em sua cabeça, e muito menos, em seu coração. Contudo,
sempre lhe intrigou o fato de que Alfredo Lopes – ou apenas Nero
para os demais – parecia querer enfrentá-la em uma simples troca
de olhares, e nunca a temer.
No meio das voltas que a vida dá, um contrato de casamento
é o que os une. O que ela e muito menos eles esperavam, era que
no único momento que deixassem a guarda baixar, teriam algo
maior do que o arrependimento para lidar: UMA GRAVIDEZ EM UM
CASAMENTO POR CONTRATO.
UM CASAMENTO DE MENTIRA PARA O CEO
Família Fontes – Livro 1
SINOPSE
Nas voltas que a vida dá, Talita e Gael se encontram dizendo “sim” no altar.
A rejeição à frente de várias pessoas foi o que Talita Kang vivenciou aos dezessete
anos, quando Gael Fontes a recusou e humilhou abertamente sobre o possível noivado
dos dois.
Porém, como o carma nunca falha, tudo o que o herdeiro dos Fontes necessita
quinze anos depois, quando retorna para recuperar a empresa da família, é justamente um
casamento por contrato.
O que ele não esperava era que justamente a mulher que quebrou seu coração
seria a candidata perfeita, e mais, que ela o escolheria novamente.
Ele a humilhou por um casamento por contrato.
Ele precisa dela agora, pelo mesmo motivo.
Talita se apegou a esse contrato pela sua família, e por uma promessa que apenas
ela pode cumprir. Mas nada lhe impede de se divertir com a infelicidade do homem que
estará preso nessa mentira com ela. Entre o carma, uma rede de mentiras e corações
partidos, até que ponto um casamento por contrato significará apenas isso?
GRÁVIDA DO COWBOY QUE NÃO ME AMA
Família Esteves – Livro 1
SINOPSE
Ter um ditado como aquele sendo uma realidade, depois de tanto tempo,
apenas fazia Guta duvidar se realmente queria tal casamento. Augusta que amava
Juan, que amava Pâmela, que amava Franco, que amava Carolina, que felizmente, o
amava de volta.
Deixada sozinha em casa, após finalmente ter o homem que amava da forma que
sempre desejou, Guta parou de se questionar do que era necessário para que aquele
casamento fosse real, e aceitou que o amor de Juan Esteves nunca seria seu.
Ela então o deixa para trás, e com ele, todo o sonho do primeiro amor que agora
ela jurou que esqueceria. Contudo, o que ela não esperava, depois de tanto tempo, era que
criaria algum laço real com ele.
Guta apenas quer os papéis do divórcio e distância, mas se descobre grávida do
cowboy que não a ama.
UMA FILHA INESPERADA PARA O CEO
Família Esteves – Livro 2
SINOPSE
Júlia Medeiros sempre pensou que para bom entendedor, meia palavra
bastava. Entretanto, ela não sabia o que entender, quando o homem para o qual se
declarou, a abandonou na cama, na companhia de um chapéu. Ela só não tinha ideia do
que mais acabou ficando para si.
Oscar Esteves sempre lutou por sua família, e seus irmãos eram seu mundo,
contudo, os olhos bonitos da mulher que o encantou desde que a encarou pela primeira
vez, sempre vagavam em suas memórias.
Anos depois e uma coincidência do destino, Oscar descobre que aquele amor não
resultou em apenas lembranças que ele não conseguia tirar da mente, mas também, em
uma filha.
UMA FILHA INESPERADA NA MÁFIA
Família Esteves – Livro 3
SINOPSE
Se no meio do caminho de algumas pessoas tem uma pedra, no meio do
caminho de Flávio, sempre teve Dove Kang.
Ele, um cowboy de sorriso fácil e cheio de piadinhas.
Ela, uma mafiosa que sorri apenas de forma calculada.
Ele, não pode evitar a atração que sente.
Ela, adora ver a forma como o homem mais novo a teme.
O que nenhum deles imaginou é que no meio desse caminho que os une, surgiria
uma filha inesperada.
GRÁVIDA DO MAFIOSO QUE NÃO ME AMA
Família Kang – Livro 1
SINOPSE
O ditado que ela não queria ter como uma realidade, mas era: Hari que amava
Kalel que amava Lea que não amava ninguém.
Ele, conhecido com o diabo da máfia Kang.
Ela, a mulher apaixonada por ele desde os dezoito anos.
Ele, se apaixona por outra, mas acaba na cama dela no fim da noite.
Ela, acorda sozinha na cama, com a notícia de que ele abandonou a máfia.
Hari apenas quer seguir em frente após ser usada, porém se descobre grávida do
mafioso que não a ama.
REJEITADA POR UM MAFIOSO
Família Kang – Livro 2
SINOPSE
E quando você se apaixona por um mafioso?
Ele, o segundo no comando da máfia Kang.
Ela, dez anos mais nova e que não confia em ninguém.
Ele, tenta ajudá-la de todas as maneiras a se abrir.
Ela, tenta vê-lo apenas como um irmão, mas acaba falhando.
Hinata se apaixona por um mafioso, só não esperava que seria rejeitada por ele.
UMA FAMÍLIA INESPERADA PARA O MAFIOSO
Família Kang – Livro 3
SINOPSE
Sara Hernández ficou viúva aos vinte e dois anos, com uma filha de quatro anos, e
fará de tudo para protegê-la. Até mesmo, se casar por contrato com um homem
estrangeiro, que pertence à máfia mais respeitada e temida.
Chae Kang está no México por uma razão: se responsabilizar pela máfia da sua
família e fazer o Cartel se reerguer. Ele só não esperava encontrar algo além do seu
objetivo e trabalho: uma família inesperada.
UMA GRAVIDEZ INESPERADA PARA O MAFIOSO
Família Kang – Livro 4
SINOPSE
Se no meio do caminho de algumas pessoas tem uma pedra, no meio do caminho
de Paola, sempre teve Vincenzo Kang.
Ele, o chefe da máfia mais temida e respeitada.
Ela, à venda para um contrato de casamento desde que nasceu.
Ele, um homem que vive apenas para os irmãos e pelo seu legado.
Ela, uma mulher que tenta se livrar do fardo do seu sobrenome.
Nas brincadeiras que o destino lhes prega, os dois sempre se encontram. Porém, o
que nenhum deles imaginava era que em algum momento seriam de fato unidos, e ainda
mais, que seria por UMA GRAVIDEZ INESPERADA.
[1]
Is It Over Now? – Taylor Swift
[2]
Say Don’t Go – Taylor Swift
[3]
Say Don’t Go – Taylor Swift
[4]
"Slut!" – Taylor Swift
[5]
Say Don’t Go – Taylor Swift
[6]
"Slut!" – Taylor Swift
[7]
Now The We Don’t Talk – Taylor Swift
[8]
Say Don’t Go – Taylor Swift
[9]
Is It Over Now? – Taylor Swift
[10]
Is It Over Now? – Taylor Swift
[11]
Say Don’t Go – Taylor Swift
[12]
Is It Over Now? – Taylor Swift
[13]
Out Of The Woods – Taylor Swift
[14]
Wildest Dreams – Taylor Swift
[15]
Atlantis – Seafret
[16]
Clean – Taylor Swift
[17]
Clean – Taylor Swift
[18]
Suburban Legends – Taylor Swift
[19]
Suburban Legends – Taylor Swift
[20]
I Wish You Would – Taylor Swift
[21]
I Wish You Would – Taylor Swift
[22]
Style – Taylor Swift
[23]
How You Get The Girl – Taylor Swift
[24]
This Love – Taylor Swift
[25]
This Love – Taylor Swift
[26]
This Love – Taylor Swift
[27]
How You Get The Girl – Taylor Swift
[28]
You Are In Love – Taylor Swift
[29]
You Are In Love – Taylor Swift
[30]
You Are In Love – Taylor Swift
[31]
How You Get The Girl – Taylor Swift
[32]
I Wish You Would – Taylor Swift
[33]
You Are In Love – Taylor Swift
[34]
Bad Blood – Taylor Swift