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ESCOLA:
LÍNGUA
PORTUGUESA MUNICÍPIO: DATA:
NOME: TURMA:
Com as próprias mãos, Oxalá amassou o barro e com ele modelou os bonecos
aos quais deu a vida com o sopro de Olorum, transformando-os em seres huma-
nos. Mas isso também não foi nada fácil. O Criador fracassou várias vezes antes
de chegar à matéria-prima mais adequada para a modelagem dos humanos.
Primeiro os fez de ar, mas eles se desvaneciam, sem consistência. Com água
também não funcionou: as criaturas lhe escorriam por entre os dedos, caíam
num jorro e se infiltravam no solo.
Oxalá achou que tinha que dar mais solidez ao ser humano e tentou fazê-lo
de pau. Agora sim, os novos seres se mantinham firmes e não lhe escapavam
das mãos. Só que ficaram duros demais, quase nem podiam se mexer.
E assim Oxalá foi experimentando tudo quanto era material que lhe parecia
apropriado. De ferro, os modelos do ser humano ficaram pesados demais. De
massa de inhame ficaram leves, mas muito moles.
Adetutu ficou tentada a sugerir a Oxalá que pedisse ajuda a Exu, mas decidiu
não se meter na Criação. Exu insistia em seu ouvido:
“Diga a ele para me pedir ajuda, diga.”
Ela preferiu ficar quieta. [...]
PRANDI, Reginaldo. Contos e lendas afro-brasileiros: a criação do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
p. 34-35.
QUESTÃO 1
Na Criação, Oxalá fracassou várias vezes antes de chegar à matéria-prima mais
adequada para a modelagem dos humanos. De acordo com o texto, a massa de inha-
me mostrou-se inapropriada, pois era
A) dura demais.
B) mole demais.
C) inconsistente.
D) rígida demais.
E) pesada demais.
QUESTÃO 3
No trecho “Oxalá achou que tinha que dar mais solidez ao ser humano”, a palavra
destacada pode ser substituída, sem comprometer o sentido da frase, por
A) segurança.
B) garantia.
C) durabilidade.
D) firmeza.
E) força.
Com base na leitura do texto, é possível inferir que o pai de Malala pediu aos amigos
que jogassem frutas secas, doces e moedas no berço, pois
A) queria comemorar o nascimento dela.
B) preferia que ela fosse um menino.
C) almejava apresentá-la aos amigos.
D) sentia que havia algo diferente nela.
E) lutava pela igualdade de gênero.
Reprodução
NETO, João. Mais de 25 milhões de jovens não estudavam em 2017. Agência IBGE Notícias, 18 maio 2018.
Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/21256-mais-
de-25-milhoes-de-jovens-nao-estudavam-em-2017>. Acesso em: 11 nov. 2020.
Em relação aos motivos de não frequência dos jovens a escola, curso ou universida-
de, conforme o infográfico, é correto afirmar que
A) o principal motivo de não frequência, no caso dos homens, é a falta de interesse
pelos estudos.
B) a falta de dinheiro para pagar as despesas impede mais homens do que mulheres
de frequentarem escola, curso ou universidade.
C) o principal motivo de não frequência das mulheres é o cuidado com afazeres do-
mésticos ou criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
D) a maioria dos homens não frequenta escola, curso ou universidade porque está
estudando para concurso ou por conta própria para vestibular.
E) a falta de vagas ou escolas no local de residência ou em suas proximidades impe-
de mais mulheres do que homens de frequentarem escola, curso ou universidade.
Reprodução
Cartaz: Conscientizar sobre acessibilidade deveria ser coisa de museu. Disponível em: <https://cargocollective.com/joaoj>.
Acesso em: 22 ago. 2020.
O cartaz trata da
A) conscientização sobre a importância dos museus para a vida em sociedade.
B) importância de os museus serem acessíveis para a população de baixa renda.
C) necessidade de compreender o que foi o Holocausto, para que nunca se repita.
D) urgência da conscientização sobre acessibilidade para as pessoas com deficiência.
E) relevância dos museus para tornar o conhecimento histórico acessível a todos.
Olhando para os sapatos velhos e sem lustro, para a roupa de três anos,
com joelheiras e algumas manchas, Eugênio sentiu renascer-lhe a velha sensa-
ção de inferioridade. E compreendeu mais do que nunca que as atenções que
Alcibíades lhe dispensava tinham um caráter de favor, de esmola. Que encanto
ou interesse poderia encontrar nele um rapaz rico e adulado que nunca tivera
dificuldades na vida? Que era que ele, um pobre diabo, podia oferecer em com-
pensação a uma criatura como aquela, que vivia no melhor dos mundos? Qual
a razão do convite para a visita? Alcibíades mostrara-lhe tudo. O guarda-roupa
enorme, cheio de fatiotas, gravatas, chapéus. Os perfumes, loções e cosméti-
cos do toucador. Os livros. A máquina de escrever. A coleção de moedas... Por
que todo esse exibicionismo senão para atormentá-lo? Na academia, falava-se
muito na vaidade de Alcibíades...
[...]
VERÍSSIMO, Érico. Olhai os lírios do campo. Porto Alegre: Globo, 1938.
No trecho “Que era que ele, um pobre diabo, podia oferecer em compensação a
uma criatura como aquela, que vivia no melhor dos mundos?”, o narrador utiliza a
expressão destacada para indicar que Eugênio
A) sentia-se insignificante.
B) tinha inveja de Alcibíades.
C) resignou-se a sua pobreza.
D) reconheceu a vaidade do amigo.
E) valorizava a amizade com Alcibíades.
Texto I
A máxima tragédia
Era uma senhora casada. Uma senhora casada e muito sábia que tinha uma
filha de uns três anos. Pois esta mulher muito sábia não deixava a filha brincar com
terra, não deixava a filha entrar no mar, não deixava a filha andar de pés descalços.
A senhora era uma sumidade em seu ofício, respeitada por toda a sociedade, então
era possível que tivesse razão quando impunha esses impedimentos dizendo que
era para o bem da filhinha, para que a menina não pegasse doença, não corresse
riscos. Eu escutava essa história e pensava: ok, é uma senhora sábia e a filha dela
nunca vai ficar doente — mas eu não queria ser essa filha vetada pra vida.
Era, eu também, uma menina, portanto meu pensamento não vinha acompanhado
dessa eloquência toda, mas era assim que eu sentia. Sem pé na terra, pé na grama,
pé na areia, que infância era aquela, que graça haveria em ser um bibelô cujo vestido
jamais ficaria imundo, cuja trança jamais se desmancharia? Acreditavam todos que
a intenção da senhora era amorosa e protetora (e era), mas eu achava que faltava
mais um adjetivo, sem saber direito qual — ainda não conhecia a palavra paranoica.
Não sei que consequências teve isso na vida das duas protagonistas. Hoje
aquela filhinha de três anos deve ter saudáveis 45, por aí, e a senhora sábia deve
ter mais de setenta. Todos sobreviveram, inclusive essa história que nunca me saiu
da cabeça, e que de vez em quando retorna, como agora.
[...]
MEDEIROS, Martha. Quem diria que viver ia dar nisso. 1.ed. Porto Alegre: L&PM, 2018.
Texto II
Superproteção: em vez de evitar que seu filho sofra,
ela pode gerar mais frustração
No parquinho, você pede que ele não vá ao escorregador mais alto pois pode
se machucar. Se a lição de casa é muito difícil e ele não consegue entender, você
praticamente a faz por ele. Dormir fora nem pensar — mesmo que seja na casa da
avó —, pois acredita que ninguém vai cuidar tão bem dele quanto você. Se der para
ficar de olho nele o dia inteiro, aliás, com a ajuda de uma câmera de segurança, em
casa ou na escola, melhor ainda.
Identificou-se com alguma das situações acima? Está na hora de ligar o sinal
de alerta. Isso porque, mesmo com a melhor das intenções, atitudes como essas
podem prejudicar seu filho tanto agora quanto no futuro. “Mas como assim? Eu só
quero protegê-lo!”. Sim, sabemos disso. A vontade de colocar nossos filhos em uma
bolha e poupá-los de todo mal é compreensível e natural, afinal todo pai quer o me-
lhor para sua cria. Porém, ao tirar da criança a chance de testar seus limites (errar
para acertar depois), ser curiosa, aprender a lidar com problemas, ter autonomia e
se defender, fazemos com que se tornem pessoas frágeis.
[...]
É o que discute também a jornalista espanhola Eva Millet, no recém-lançado
livro Hiperniños: Hijos Perfectos o Hipohijos? (Hipercrianças: filhos perfeitos ou
hipofilhos?, em tradução livre, sem previsão de lançamento no Brasil). “A obses-
são pelo hiperfilho (ou seja, perfeito e intocável) resulta em algo que eu chamo de
hipocriança, um indivíduo mais frágil, inseguro e dependente, que carece de uma
habilidade fundamental para viver: autonomia”, diz a autora. Na obra, ela defende
que a ânsia de superproteger resulta na desproteção. Afinal, como a criança vai
aprender por conta própria se sempre fazem por ela ou a poupam das dificuldades?
[...]
MONTANO, Fernanda. Superproteção: em vez de evitar que seu filho sofra, ela pode gerar mais frustração. Revista
Crescer, 5 nov. 2018. Disponível em: <https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Seguranca/noticia/2018/11/superprotecao-
em-vez-de-evitar-que-seu-filho-sofra-ela-pode-gerar-mais-frustracao.html>. Acesso em: 29 out. 2020.
QUESTÃO 9
O trecho do texto II em que se encontra a tese defendida pela autora é
A) “No parquinho, você pede que ele não vá ao escorregador mais alto pois pode se
machucar [...]”.
B) “[...] Se a lição de casa é muito difícil e ele não consegue entender, você pratica-
mente a faz por ele [...]”.
C) “A vontade de colocar nossos filhos em uma bolha e poupá-los de todo mal é
compreensível e natural [...]”.
D) “[...] Dormir fora nem pensar — mesmo que seja na casa da avó —, pois acredita
que ninguém vai cuidar dele tão bem quanto você [...]”.
E) “[...] ao tirar da criança a chance de testar seus limites [...], fazemos com que se
tornem pessoas frágeis”.
Foi aprovada este ano a Lei 1.095/2019, que altera a Lei de Crimes Ambien-
tais, aumentando a pena relacionada ao crime de maus-tratos a cães e gatos. A
pena passa de, no máximo, um ano e quatro meses para dois a cinco anos. [...]
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019, divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cães e gatos estão
presentes em 47,9 milhões de domicílios brasileiros. A professora Briseida Re-
zende, do Instituto de Psicologia (IP) da USP e especialista em comportamen-
to animal, psicologia comparada e psicologia do desenvolvimento, compartilha
que a concepção de cães e gatos na história ocidental remonta ao período da
era vitoriana. “Pensando bastante em cães, [foi na era vitoriana] que explodiu
essa questão do cão e dos humanos convivendo, entrando como um animal de
trabalho, com o pastoreio, isso já existia, mas na época vitoriana começa um in-
vestimento na produção de raças de cães. Então, os humanos são responsáveis
por uma seleção artificial de cães com características consideradas atraentes,
o que explica essa empatia que nós sentimos pelos cães e a convivência que
nós temos.”
Segundo a agência de dados Fique Sabendo, na Delegacia Eletrônica de
Proteção Animal (Depa) do Estado de São Paulo houve um aumento de 81,5%
nas denúncias de maus-tratos a animais de janeiro a julho de 2020, comparado
ao mesmo período do ano anterior. [...]
ABREU, Gabrielle. Aumento de pena para maus-tratos aos animais pode desestimular prática.
Jornal da USP, 3 nov. 2020. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/aumento-de-pena-
para-maus-tratos-aos-animais-pode-desestimular-pratica>. Acesso em: 03 nov. 2020.
Ângelo era um velho português muito trabalhador e honrado, agricultor nos arre-
dores de uma pequena vila de Portugal.
Em certa ocasião, seguiu para o lugarejo, levando consigo abundante carrega-
mento de cereais, produto do seu labor, a fim de expô-lo à venda na feira pública,
que havia ali mensalmente.
Tendo feito bom negócio, voltava para a sua casinha, conduzindo fazendas e ou-
tros objetos de que carecia a idolatrada família.
Um salteador, que durante a feira lhe seguira os passos intencionalmente e o vira
vender os seus cereais, foi esperá-lo na estrada da montanha, para o assassinar e
roubar.
Quando o pobre velho seguia contente na estrada que levava à sua choupana,
salta-lhe de repente o malfeitor e crava-lhe o punhal.
Ângelo pôde apenas pronunciar estas palavras, exalando o último suspiro: “Mal-
vado! Quem com ferro fere com ferro será ferido!”
Debalde a polícia procurou saber quem era o assassino de Ângelo. Não havia
testemunhas e o crime ficou impune. Passado apenas um ano, o salteador, estando
na mesma feira, provocou um conflito e deram-lhe uma punhalada.
O salteador, conhecendo que ia morrer, confessou ter sido o autor do assassínio
do pobre Ângelo e disse:
— Bem ele exclamou na hora da morte: “Quem com ferro fere com ferro será
ferido!”
[...]
VERÍSSIMO, Érico. Olhai os lírios do campo. Porto Alegre: Globo, 1938.
Glossário
Labor: trabalho árduo.
Salteador: aquele que pratica assaltos em estradas.
Choupana: casa simples, rústica.
Debalde: inutilmente, em vão.
Assassínio: assassinato.
Declaração de amor
Foi realmente a gota d’água. O copo transbordou sem aviso sobre nossas
cabeças, com aquele boletim. Antes abarrotado de números brilhantes, até mo-
notonamente próximos de dez, que nos enchia de orgulho, ele apresentou-se a
nós a contragosto, depois de dias e mais dias de embromação e conversa fiada,
no derradeiro dia de ele ter de ser incontornavelmente devolvido com as nossas
assinaturas à direção da escola.
Marina estava com pressa. Como sempre. Mas daquela vez pude perceber
algo além da impaciência em seus gestos e muito mais em seus olhos.
Medo. É, medo. O bom e velho medo. Na verdade, um medo até então des-
conhecido para nós.
— É só assinar, mãe.
Não, não assinei. Pelo menos, não com a pressa e pouco-caso que ela de-
sejava. Pelo contrário, muito calmamente, sentei. Sentei e fiquei olhando para
ela, para a impaciência que foi cedendo lugar àquela palidez inconfundível que
acompanha o medo de todos nós. O suor fazia a pele brilhar e tirava o belo ro-
sado das maçãs salientes de seu rosto. Aquelas inconfundíveis mordidinhas no
canto da boca apertada com evidente tensão.
— Mãe...
— Calma, Marina — pedi, abrindo o boletim. — Eu só quero...
— Mas, mãe...
Aquela vermelhidão repentina que se abriu diante de meus olhos cegou-me
por completo. Os vários zeros que se precipitaram sobre mim, um após outro,
matéria por matéria, me deixaram sem ar. Se não tivesse sentada, certamente
teria caído. O chão me fugia debaixo dos pés. O coração dava a impressão de
que a qualquer momento iria saltar pela boca.
[...]
BRAZ, Júlio Emílio; VIEIRA, Janaina. O blog da Marina. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
QUESTÃO 14
Para se aproximar do público-alvo (infanto-juvenil), os autores fazem uso da linguagem
A) informal, exemplificada pelas expressões “a gota d’água” e “conversa fiada”.
B) coloquial, exemplificada pelas expressões “a contragosto” e “pelo contrário”.
C) formal, exemplificada pelas expressões “me fugia debaixo dos pés” e “saltar pela
boca”.
D) regional, exemplificada pelas expressões “abarrotado de números” e “como sempre”.
E) científica, exemplificada pelas expressões “transbordou sem aviso” e “cegou-me
por completo”.
Adão
ITURRUSGARAI, Adão. Um Brasil: ativista de carteirinha. Disponível em: <http://umbrasil.com/charges/?cat_
name=Ad%C3%A3o%20Iturrusgarai&term_id=20&taxonomy=cartoonist> Acesso em: 27 out. 2020.
Na frase “Então você é ativista pra valer!!”, a palavra destacada estabelece relação de
A) adição.
B) oposição.
C) condição.
D) conclusão.
E) comparação.
No último quadrinho, o termo “ainda” está destacado. Esse destaque ocorreu para
A) indicar que a palavra dita por Anésia à amiga foi empregada em sentido figurado.
B) evidenciar a intenção de Anésia de perdoar a dívida e manter a amizade.
C) mostrar a forma como ela descreveria Dolores: alguém que lhe deve 70 reais.
D) enfatizar a intenção de contar a outras pessoas que Dolores lhe deve dinheiro.
E) informar aos leitores que os devedores devem sentir-se envergonhados.
117.
No poema, a autora inicia os dois primeiros versos de cada estrofe utilizando ora o
advérbio “sim”, ora a conjunção “mas”. Essa alternância é utilizada para mostrar que
o eu lírico recusa-se a
A) resignar-se a sua situação atual.
B) ser grato por tudo que conquistou.
C) aceitar mudanças em sua vida estável.
D) buscar novas realizações para sua vida.
E) satisfazer seus desejos e seguir seus sonhos.
QUESTÃO 20
O trecho em que o autor apresenta uma opinião é
A) “A primeira é a quase ausência de textos nas suas 340 páginas [...]”.
B) “Tais características dão um charme muito especial para a história”.
C) “A partir de então, nos é apresentado o dia a dia do tal banquinho”.
D) “Um cachorro que todas as manhãs vai fazer xixi no mesmo pé do banco [...]”.
E) “A narrativa começa mostrando um casal de adolescentes [...]”.