Guia de Leitura - Semiótica - Antonio Vicente Pietroforte
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introdução
Para Peirce, a mediação entre o homem e o mundo pode ser descrita por meio de
uma lógica, chamada por ele semiótica, baseada nos signos, em princípio, grandezas
formadas por referente, interpretante e fundamento; na teoria, os três conceitos se definem
mutuamente, não havendo predominância nem pressuposição de um em relação aos de-
mais.
Seria equivocado, quando se explica a significação, considerar o mundo objetivo
das coisas preexistindo aos hominídeos para, em seguida, idealizar a humanidade a cons-
truir imagens simbólicas em seus pensamentos, os quais, por fim, seriam expressos por
meio das linguagens humanas; tais processos não correspondem, respectivamente, aos
conceitos de referente, interpretante e fundamento, embora possam ser, eventualmente,
relacionados a eles. Deve-se considerar que o referente não se confunde simplesmente
com as coisas do mundo; nem o interpretante equivale ao pensamento enquanto fenô-
meno centrado em si mesmo, logo, autossuficiente; nem sequer o fundamento coincide
com imagens, palavras ou sons utilizados para expressar coisas e pensamentos, os quais
existiriam independentemente das devidas referências.
O referente, efetivamente, define-se enquanto tudo aquilo que se apresenta ao
conhecimento; para explicar como isso acontece, Peirce, em sua semiótica, propõe a arti-
culação entre o sujeito conhecedor e o objeto cognoscível segundo a lógica formada pelos
três termos, com o signo e a significação se definindo, justamente, na relação triádica.
O modelo é bastante complexo; nas articulações da tríade proposta, surgem tipos
distintos de signos – ícones, índices, símbolos; remas, discentes, argumentos; sin-signos,
quali-signos, legi-signos –, que, por suas vezes, articulam-se entre si em novas combina-
ções. Além disso, devido ao interpretante se apresentar ao conhecimento, isso faz dele
objeto cognoscível, ou seja, o interpretante se torna referente, inaugurando-se novas re-
lações semióticas, chamadas por Peirce semiose infinita (Peirce, 1977).
Por fim, em seus desenvolvimentos, a semiótica de Peirce, inicialmente uma an-
tropossemiótica, ou seja, uma semiótica restrita à significação humana, desdobra-se na
zoosemiótica, na fitossemiótica e, inclusive, na fisiossemiótica, semióticas cujos objetos
de estudos são, respectivamente, a significação animal, a significação vegetal e a signifi-
cação entre os seres inanimados, por exemplo, partículas elementares, átomos, estrelas e
demais grandezas cósmicas (Deeley, 1990: 69-123).
a semiologia
Em sua vida, Saussure não desenvolveu a semiologia; quem levou isso a cabo
foi principalmente Roland Barthes (1915-1980), cujo livro Elementos de semiologia
(Barthes, 1992) é praticamente a primeira sistematização dos procedimentos analíticos da
nova ciência. Em linhas gerais, trata-se da aplicação das dicotomias de Saussure, deduzi-
das a partir da linguística, aos demais sistemas de signos, tornando-se necessário conhecê-
las para compreender minimamente os princípios da semiologia.
A época de Saussure coincide com a consolidação dos estados nacionais euro-
peus; se os poetas e romancistas românticos tematizavam o nacionalismo e o nascimento,
muitas vezes miticamente, de seus países, os linguistas, imersos na mesma época, estu-
davam os troncos linguísticos, buscando pelas origens das línguas, das culturas e das so-
ciedades modernas. Dessa maneira, quando há ênfase dos estudos nas transformações dos
sistemas linguísticos, define-se, segundo Saussure, a linguística diacrônica, quer dizer, a
análise das línguas ao longo dos tempos; contrariamente, quando o estudo se concentra
nas relações internas de determinado sistema de signos, isoladamente do tempo, define-
se a linguística sincrônica. Essa primeira dicotomia, diacronia vs. sincronia, remete à
próxima dicotomia língua vs. fala.
Todo ouvinte atento percebe o quanto as falas das pessoas diferem umas das
outras, pois cada um possui seu timbre de voz, os sotaques próprios dos lugares em que
vive, o vocabulário da terra natal, da classe social, da profissão; além das características
individuais, cujas motivações são majoritariamente psicológicas, cada falante herda as
variantes de região, estrato social, faixa etária e situação discursiva do idioma, sociolin-
guisticamente determinadas. Apesar das diferenças dos falares, no entanto, todos os fa-
lantes do mesmo idioma se entendem, justamente, porque a língua pode ser concebida
enquanto forma abstrata e geral, da qual emanam todas as falas concretas e específicas.
Consequentemente, o estudo de qualquer língua, sejam mudanças e variações, seja a es-
trutura, começa por se concentrar nessa forma geral e abstrata, a partir da qual são siste-
matizadas variações, estimadas mudanças e descrita a estrutura.
Uma vez proposta, a dicotomia língua vs. fala encaminha a dicotomia signifi-
cante vs. significado, utilizada na definição de signo e essencial na definição de língua.
Para Saussure, vale lembrar, a língua é um sistema de signos, formados pela relação entre
imagens acústicas, isto é, formas fonológicas, e conceitos, formas semânticas, respecti-
vamente significantes e o significados, cujos sentidos se fazem mediante relações entre
os signos do mesmo sistema verbal, conforme se expõe anteriormente.
Por fim, a dicotomia paradigma vs. sintagma. Se as línguas podem ser descritas
por meio de sistemas de signos, devem ser determinadas as relações regentes desses sis-
temas; para tanto, Saussure propõe relações associativas, aquelas estabelecidas entre todo
signo e os demais signos na formação do sistema, e regras de combinação entre tais ele-
mentos na realização da língua. As primeiras são as relações paradigmáticas, nas quais
um signo se define em relação aos demais por meio do significante, do significado ou de
ambos. No Curso de linguística geral, Saussure utiliza a palavra “ensinamento” para
exemplificar a proposta: (1) por meio do significado, esse signo se relaciona com “apren-
dizagem” ou “educação” e, inclusive, com os termos contrários “ignorância” ou “embru-
tecimento”; (2) por meio do significante, com “lento” ou “elemento”; (3) por meio do
signo morfológico do radical, com “ensinar” ou “ensinemos”; (4) por meio do signo mor-
fológico do sufixo, com “desfiguramento” ou “armamento” (Saussure, 2012: 174-175).
Figuras de linguagem tais quais rimas, aliterações e assonâncias são estabelecidas por
meio de relações paradigmáticas entre significantes, enquanto metáforas e metonímias,
por meio do significado.
Há a necessidade de regras sintagmáticas, entretanto, por meio das quais os ele-
mentos do sistema se combinam entre si. Em linhas gerais, se os signos são morfológicos,
há regras lexicais para os combinar na formação de palavras; se os signos são lexicais, há
regras sintáticas para combinar as palavras na formação das frases. Em português, se-
gundo Mattoso Camara (1904-1970) (Camara, 1986: 65-71), os verbos se alinham no
sintagma (radical) + (vogal temática) + (modo e tempo) + (número e pessoa), por exemplo
(am)+(á)+(va)+(mos), (am)+(á)+(sse)+(mos) ou (am)+(a)+(rá)+(s); ainda em português,
as palavras se alinham no sintagma frasal (sujeito) + (verbo) + (complementos verbais).
Pois bem, se tais dicotomias permitem descrever os sistemas verbais, uma ciên-
cia geral do signo, construída nos mesmos princípios, partiria não apenas da aplicação da
dicotomia significante vs. significado nas demais linguagens, mas também da aplicação
das outras três dicotomias na descrição dos sistemas. Basicamente, essa é a metodologia
de análise da semiologia; em Elementos de semiologia (Barthes, 1992), Barthes desen-
volve exatamente tal proposta, com os capítulos do livro fundamentados nas dicotomias
de Saussure.
Para exemplificar brevemente a análise semiológica, recorre-se, semelhante-
mente a Barthes, à culinária e à semiologia da alimentação. Atualmente, tanto a feijoada
quanto o sarapatel, podendo-se dizer o mesmo da cozinha à base de cogumelos, são pratos
da alta culinária, os primeiros são, inclusive, pratos típicos e celebrados da cozinha bra-
sileira; todos eles, porém, por serem feitos das sobras preteridas em meio a partes macias
e saborosas dos animais de corte ou da natureza dos fungos e vegetais, foram antes con-
siderados alimentação de menor qualidade, permitindo-se traçar valorizações sincrônicas
e diacrônicas.
Quanto à dicotomia língua vs. fala, própria para analisar as relações entre as
abstrações do sistema e as ocorrências concretas, ao ser estendida para quaisquer abstra-
ções, ela possibilita descrever as variações, por exemplo, da culinária dos sanduíches,
afinal, tanto o cachorro-quente estadunidense, feito com salsicha, mostarda e pão, e o
brasileiro, feito com os mesmos ingredientes anteriores acrescidos de ketchup, maionese,
batata-palha, purê de batata e molho vinagrete, são variações da mesma forma geral e
abstrata.
No domínio do signo, nenhuma comida significa apenas alimento, sobre todas
elas são projetadas conotações culturais: (1) as menções à feijoada ilustram isso, a análise
diacrônica coincide com a análise das valorizações culturais por meio da significação; (2)
embora considerada comida vulgar, atualmente há chefes especializados em sanduíches
artesanais; (3) os animais de corte são articulados, na linguagem dos açougueiros, em
função das qualidades culinárias da carne, correlacionadas a pratos específicos, aos quais
correspondem consumidores separados em classes sociais, isto é, carne de pescoço para
o proletariado e filé mignon para a pequena burguesia.
Por fim, qualquer cardápio apresenta a sequência sintagmática ritualizada das
práticas alimentares, melhor dizendo, a ordem na qual os alimentos devem ser consumi-
dos, e as possibilidades de escolha, quando elas existem, em cada etapa. No ocidente, o
sintagma dos restaurantes costuma ser entrada, prato frio, prato quente, sobremesa e café,
e o paradigma, formado pelos pratos disponíveis em cada fase, dependendo das especia-
lidades da casa; assim, se for cantina, os pratos quentes são massas, se for churrascaria,
são carnes.
Além da semiologia, desenvolvida diretamente a partir das ideias de Saussure,
há outras teorias da significação inspiradas nelas, destacando-se entre tantas, devido ao
escopo analítico, a semiótica narrativa e discursiva proposta por Algirdas Julien Greimas
(1917-1992) e levada adiante por seus colaboradores, tais quais Jean-Marie Floch (1947-
2001), Dennis Bertrand (1949) e José Luiz Fiorin (1942).
plano
de verbal, visual, olfativo, gustativo, musical, sincrético etc.
expressão
significante significante significante
texto significado significado significado
Depois desta breve introdução ao tema, como responder a essa pergunta? Nas
páginas anteriores, discutem-se as etimologias e os campos semânticos das palavras signo
e significação; conheceram-se, brevemente, algumas concepções religiosas e filosóficas
sobre a matéria; estudou-se do logos à fenomenologia, da ideoscopia de Peirce à semio-
logia de Saussure e à semiótica de Greimas; por fim, sabe-se que, além delas, há outras
propostas semióticas, algumas buscando conciliações, outras afirmando posturas contrá-
rias e contraditórias. Nessas circunstâncias, a única resposta possível para a indagação
inicial é a conscientização de que se trata, antes de tudo, de polêmicas formadas entre
discursos afins. Afirmar que os objetos de estudos da semiótica são o signo e a significa-
ção, a bem da verdade, diz pouquíssimo sobre o tema; para melhorar o esclarecimento,
deve-se definir signo e significação, e tais definições, conforme se verifica, nem sempre
são coincidentes, tendo em vista concepções distintas, nas diferentes propostas. Dessa
maneira, em vez de assumir posições exclusivas sobre o que seria ou não semiótica, a
melhor resposta é considerar os conceitos de signo, significação e o próprio conceito de
semiótica sendo, justamente, tal polêmica de concepções diversas; semiótica é, desse
ponto de vista, o campo discursivo formado pelo conjunto de propostas do que seria signo,
significação, semiótica.
outras recomendações
As dez obras para conhecer semiótica recomendadas foram escolhidas, entre tan-
tas possíveis, com, pelo menos, dois objetivos: (1) apresentar as correntes principais da
semiologia e da semiótica, em especial, as teorias derivadas das ideias de Saussure e Pei-
rce; e (2) mostrar a heterogeneidade do espaço discursivo formado pelas teorias do signo
e da significação. Para concluir, encaminham-se sugestões para prosseguir além das lei-
turas iniciais, justamente, para os leitores motivados a avançarem com a semiótica.
Antes de tudo, todos os autores mencionados no item anterior escreveram outras
obras, ora introduzindo ora aplicando a semiótica. Barthes é dono de vasta bibliografia,
todos os seus escritos são obras fundamentais para o pensamento semiótico, entre eles,
recomendam-se A câmara clara (1984), Mitologias (1987), O rumor da língua (2004) e
Sade, Fourier, Loyola (1979); Eco, semelhantemente, é escritor prolífico, de seus traba-
lhos, aconselham-se Obra aberta (2015) e Os limites da interpretação (2010). Embora
não tenham sido mencionados em itens anteriores, há nomes importantes da semiótica e
ciências afins merecedores de atenção; entre eles, recomendam-se Teorias do símbolo
(1979) e As estruturas narrativas (2013), de Todorov; A significação no cinema (2014),
de Christian Metz (1931-1993); O sistema dos objetos (2015), de Jean Baudrillard (1929-
2007); e A sociedade refletida (1992) e Presenças do outro (2002), de Eric Landowski
(1946). Quanto às coletâneas de artigos, há três leituras indispensáveis, quais sejam, o
volume organizado por Boris Schnaiderman (1917-2016), Semiótica russa (1979), dedi-
cado aos principais teóricos da linguagem no leste europeu, Semiologia do teatro (2012),
organizado por Jacó Guinsburg (1921-2018), e Ensaios de semiótica poética (1975), or-
ganizado por Greimas.
Retomando os autores indicados no item anterior, recomendam-se Linguagem e
ideologia (1997) e Introdução ao pensamento de Bakhtin (2016), de Fiorin; Informação,
linguagem e comunicação (2008) e O que é comunicação poética (2011), de Pignatari;
Introdução à semiótica (2017) e Imagem – cognição, semiótica, mídia (2020), de Santa-
ella, ambos escritos com Winfried Nöth (1944). Ainda na semiótica brasileira, indicam-
se Teoria semiótica do texto (1999), uma excelente introdução ao tema, e Teoria do dis-
curso – fundamentos semióticos (2002), com detalhada descrição de tópicos bastante for-
mais da semiótica, tais quais a sintaxe modal e o aparato formal da enunciação, ambos de
Diana Luz Pessoa de Barros (1947); para quem se interessa pela semiótica da música e
da canção, a leitura de O cancionista: composições de canções no Brasil (1996), de Luiz
Tatit (1951), é importante; para quem busca por relações entre semiótica e psicanálise,
indica-se Inconsciente e sentido – ensaios de interface entre psicanálise, linguística e
semiótica (2009), e sobre semiótica e cinema, Semióticas sincréticas: posições (a lingua-
gem do cinema) (2015), ambos de Waldir Beividas (1950); de nossa autoria, modesta-
mente, sugerimos Semiótica visual – os percursos do olhar (2004), Análise do texto visual
– a construção da imagem (2007), Tópicos de semiótica – modelos teóricos e apli-
cações (2008), Análise textual da história em quadrinhos – uma abordagem semiótica da
obra de Luiz Gê (2009), Enunciação e tensividade – a semiótica na batida do samba
(2010), O discurso da poesia concreta – uma abordagem semiótica (2011), A significação
na música instrumental erudita (2015), A significação na pintura (2016) e A significação
na fotografia (2016) – os cinco últimos livros se encontram, integralmente, no site sera-
phimpietroforte.com.br –.
Quanto aos fundadores da linguística moderna e da semiótica, isto é, Saussure,
Louis Hjelmslev (1899-1965), Peirce e Greimas, após algum conhecimento do campo
discursivo das ciências do signo e da linguagem, recomenda-se ler diretamente as obras
originais. Evidentemente, as introduções são necessárias; contudo, não se esquecendo de
seus objetivos, a finalidade delas é remeter aos pensadores fundamentais do conheci-
mento visado. Dessa maneira, nas leituras do Curso de linguística geral (2012) e Escritos
de linguística geral (2012), de Saussure, e Prolegômenos a uma teoria da linguagem
(1975), de Hjelmslev, encontram-se as bases conceituais levadas adiante por semiólogos
e semioticistas; os textos em que Peirce propõe sua teoria fazem parte da edição brasileira
chamada Semiótica (1977); de Greimas, após conhecer os conceitos principais da semió-
tica narrativa e discursiva, ou seja, o modelo do percurso gerativo do sentido, sugerem-se
Semiótica e ciências sociais (1981), Sobre o sentido II – ensaios semióticos (2014), Se-
miótica das paixões (1993), escrito com Jacques Fontanille (1948), e Da imperfeição
(2002).
Por fim, vale a pena levantar alguns alertas para quem pretende se aprofundar
nas ciências do signo e da significação. Enquanto teorias sobre o sentido, as ciências se-
miológicas e semióticas são bastante abrangentes, buscando descrever tanto os tipos de
discursos, sejam eles poéticos, políticos, religiosos etc., quanto os sistemas semióticos,
sejam eles verbais, visuais, musicais etc.; nessa abrangência, o semioticista não deve,
superestimando seus modelos gerais e abstratos, subestimar ora as ciências específicas de
cada domínio discursivo ora a história e as técnicas próprias utilizadas para viabilizar
quaisquer sistemas significantes. Em outras palavras, não basta apenas conhecer semió-
tica para se analisar os discursos sociais, deve-se conhecer, minimamente, as principais
demandas de cada tipo específico de discurso; do mesmo modo, para se fazer semiótica
da poesia, das artes plásticas ou da música, deve-se buscar pelas histórias e por teorias
característica das artes literárias, plásticas e musicais.
Uma vez mencionado o papel do conhecimento das variadas linguagens para o
sucesso de quaisquer projetos semióticos, vale a pena concluir essa introdução às ciências
da significação discorrendo, mesmo brevemente, sobre as circunstâncias históricas da se-
miótica. Quanto à semiótica derivada da linguística e das ideias de Saussure, deve-se con-
siderar sua inserção no pensamento estruturalista, formulado, principalmente, por teóri-
cos franceses ou residentes na França, na segunda metade do século XX; para tal estudo,
recomendam-se os dois volumes da História do estruturalismo (2018), de François
Dosse, no qual as obras de Barthes e Greimas são problematizadas ao lado de outros
estruturalistas, de outros domínios do conhecimento, tais quais Jacobson, Lévi-Strauss,
Lacan, Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), Michel Foucault (1926-1984), Louis Al-
thusser (1918-1990), entre outros; para complementar a tarefa, sugere-se o contraponto
de Leon Trotsky (1879-1940) a Jacobson e demais formalistas russos, feito no quinto
capítulo do livro Literatura e revolução (2007). Sendo o estruturalismo influenciado por
ideais do formalismo russo, especial e diretamente, pela presença de Jacobson, acredita-
se que as críticas de Trotsky, de cunho marxista, permitem questionar os alcances do es-
truturalismo, principalmente nos vieses políticos, e, por decorrência, o escopo da semio-
logia e da semiótica formuladas a partir dele.
bibliografia