01 Planejamento Urbano
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Desenho Urbano
O Desenho Urbano aparece como uma dimensão que deve sempre permear o processo de planeja-
mento, desde a elaboração dos objetos gerais até a consecução de suas estratégias e recomenda-
ções específicas.
A preocupação pela qualidade física-espacial do meio ambiente deve nortear os esforços do setor
público e, ao mesmo tempo, ser produto destes esforços.
As cidades sempre lidam com o Desenho Urbano em seus processos de planejamento, mesmo que
inconscientemente, pois todas as decisões terminarão por afetar a qualidade do meio ambiente.
O Desenho Urbano como disciplina surgiu na década de 1960, a partir das críticas e protestos sobre
a qualidade do ambiente urbano que vinha sendo produzido pelas iniciativas públicas e privadas.
Essas críticas se davam em torno de 5 questões básicas:
Ações muitas vezes revestidas de um caráter preconceituoso e elitista, ao promoverem grandes re-
moções populacionais.
– O Movimento Moderno Criticado: Primeiras críticas aos projetos modernos por moradores e usuá-
rios, descontentes tanto em termos estéticos quanto ao conforto ambiental, assim como quanto aos
seus aspectos econômicos e funcionais.
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“A realidade sismava em não se amoldar aos modelos rígidos idealizados pelos planejadores, nem
era tão simplista quanto as suas visões profissionais idealistas faziam crer” (DEL RIO, 1990, pg.44)
Desenho Urbano é a disciplina que lida com o processo de dar forma e função a conjuntos de estrutu-
ras, bairros inteiros ou à cidade em geral.
O geógrafo Goodey (1979) destaca seis características básicas que marcam o campo de atuação do
Desenho Urbano, e não se limita a uma delas em particular:
Escala espacial: o espaço entre edifícios, o bairro, locais das atividades do cotidiano;
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Escala temporal: transformações e evolução, meio ambiente como processo, programas e linhas de
ação.
Interações homem/meio ambiente: campo onde usuários e grupos sociais são identificáveis, análise
destas realizações e das transformações.
Morfologia Urbana
A morfologia urbana deva ser vista como “o estudo analítico da produção e modificação da forma
urbana no tempo”. Estuda, portanto, o tecido urbano e seus elementos construídos formadores atra-
vés de sua evolução, transformações, inter-relações e dos processos sociais que os geraram. São
eles:
Articulações: relações entre elementos, hierarquias, domínios do público e privado, densidades, rela-
ções entre cheios e vazios.
Análise Visual
O objetivo é a exploração do drama e dos efeitos emocionais, sentidos a partir de nossa experiência
visual, dos conjuntos edificados. Utilizando-se da metodologia desenvolvida por Gordon Cullen, Vi-
cente Del Rio apresenta três maneiras pelas quais o meio ambiente urbano pode gerar respostas
emocionais:
ótica: considera as reações a partir de nossas experiências meramente visuais e estéticas dos per-
cursos, conjuntos, espaços, detalhes, etc.
lugar: tem a haver com a nossa posição em relação a um conjunto de elementos que conformam o
ambiente; ponto focal, recintos, vista, aqui/ali, interno/externo, espaço definidor.
conteúdo: define como temáticas a serem analisadas nesta categoria; intimidade, multiplicidade de
usos, escala, confusão, complexidade, etc..
O significado da cidade para o desenho urbano, possui qualidades como conceitos de referências:
legibilidade, estrutura e identidade, imageabilidade. Estas categorias foram desenvolvidas por Kevin
Lynch em seu livro “A Imagem da Cidade”. Segundo Lynch, essas categorias poderiam ser definidas
da seguinte forma:
Legibilidade: uma boa imagem ambiental dá a seu possuidor um importante senso de segurança
emocional.
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Estrutura e Identidade: estrutura é a categoria que todas as imagens compostas devem ter, para coe-
rência do todo e relações internas definidas e identidade é uma imagem ambiental de uma área, que
possui diferenciação de outra, sua personalidade e individualidade.
Imageabilidade: qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma forte
imagem em qualquer observador.Ex.: percursos, limites, setores, nós, marcos
Ainda valendo-se do método desenvolvido por Kevin Lynch, Vicente Del Rio apresenta os elementos
que estruturam o espaço urbano, os quais tem uma grande aplicabilidade analítica para o Desenho
Urbano:
Percursos: canais ao longo dos quais o observador normalmente se movimenta; constituem-se, como
elementos mais importantes e que compõem a estrutura da cidade.
Limites: elementos lineares não utilizados como percursos e que demarcam o limite de uma área ou
zona; são importantes pois quase sempre representam uma interrupção de continuidade da imagem
urbana.
Setores: Áreas da cidade de certa extensão e que o observador identifica “de dentro” uma identidade
própria, ou “de fora”, são interligados por percursos.
Nós: Locais estratégicos da cidade e que possui forte função coma estrutura; locais de concentração
de atividade ou convergência física do tecido urbano; podem ser locais centrais.
Marcos: Referência que se destaca na paisagem; objeto físico; podem estar distantes e constituírem
uma referência constante ao usuário, ou mais integrados à estrutura destacando-se do conjunto por
seu forte imageabilidade.
Vicente Del Rio, após conceituar a história do Desenho Urbano, procura propor uma metodologia de
ação para o arquiteto e planejador urbano. Para ele, o Comportamento Ambiental, ou seja, a análise
do comportamento dos usuários dos espaços urbanos é fundamental para compreender as carências,
demandas, potenciais ou problemas do local. Segundo ele, “estudos de comportamento podem nos
ajudar a compreender a cidade e a complementar nosso procedimento metodológico geral para o
Desenho Urbano” (DEL RIO, 1990, pg.97).
Ainda segundo Del Rio, “o ambiente influencia nosso comportamento e gera esquemas territoriais nos
usuários (consciente e inconscientes); a intensidade e a forma de uso são proporcionais à qualidade
do espaço e seus elementos”. (DEL RIO, 1990, pg.97).
Disso ele conclui que “estudar o comportamento ambiental conforma a investigação sistemática das
interrelações entre o ambiente e o comportamento humano e suas implicações para o projeto” (DEL
RIO, 1990, pg.99).
Assim, “as questões básicas a serem respondidas são: como as pessoas se relacionam com o meio
ambiente construído, quais são suas necessidades, e como aplicar tais respostas no processo de
projeto?” (Moore, 1977, pg. 63 apud Del Rio, 1990, pg.97).
Para Vicente Del Rio o projeto urbano correto deveria responder a três grupos básicos de satisfação
do usuário: visual, funcional e comportamental.
O desenho urbano possui definições de critério de qualidade para sua implementação; para a elabo-
ração de projetos com alta qualidade de desenho urbano, Vicente Del Rio propõe 7 CATEGORIAS
DE ATUAÇÃO PARA O DESENHO URBANO:
uso do solo: trata basicamente de tipos de funções e intensidade de utilização do solo e das edifica-
ções;
configuração espacial: tradicionais “zoneamentos”, uso das edificações apenas consideram gabaritos,
compreende também cones de visibilidade, volumes, topografia, compatibilidade tipológicas, continui-
dade e inserção na morfologia.
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circulação viária e estacionamento: a circulação viária é um dos elementos mais importante para a
estruturação da imagem urbana, um dos fatores básicos na democratização da cidade, acessibilidade
e estacionamento devem ser entendidos como vitais para a animação e a sobrevivência social e eco-
nômica de uma área, em soluções conciliadoras.
Espaços livres: função importante no urbano quanto aos aspectos sociais (encontros), cultural (even-
tos), funcional (circulação) ou higiênica (mental ou física);
percursos e pedestres: integram um forte sistema interdependente com as atividades sociais e eco-
nômicas no nível térreo das edificações; devem ser tratados em conjunto com o sistema de circulação
viária e transportes públicos e reforçados pelo projeto dos espaços livres e atividades de apoio.
atividade de apoio: devem se organizar a partir da alocação de fortes nós de atividades (como no
conceito de lojas âncora em shopping-center) e integrar um sistema complementar e coerente com o
de movimento de pedestres e veículos.
Desenho urbano interfere na cidade - reconstrução mental das imagens, atributos e qualidades que
percebemos, buscando:
Embora subjetiva, percepção dos habitantes tem imagens comuns, gerando condutas comuns.
Políticas públicas devem levar em conta expectativas comuns (população, planejadores, políticos,
investidores) para programas urbanísticos – gerando impactos positivos (econômicos, socioculturais)
– local/ globalmente.
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Planeadores urbanos, os profissionais que lidam com este processo, aconselham municípios, suge-
rindo possíveis medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de
uma dada comunidade urbana, ou trabalham para o governo ou empresas privadas que estão inte-
ressadas no planejamento e construção de uma nova cidade ou comunidade.
Uma ideia muito comum, ainda que com certo nível de imprecisão teórica, é a de que os planeadores
urbanos trabalham principalmente com o aspecto físico de uma cidade, no sentido de criar propostas
que têm como objetivo embelezá-la e fazer com que a vida urbana seja a mais confortável, proveitosa
e economicamente viável a todos os habitantes. Porém, o trabalho de planeamento envolve especi-
almente o contato com o processo de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano, e não
apenas sua configuração a posteriori, como quer a afirmação anterior. Sob este ponto de vista, os
planejadores são atores de um perpétuo conflito de natureza eminentemente política e, por este moti-
vo, seu trabalho não deve ser considerado como neutro. Também precisam prever o futuro e os pos-
síveis impactos, positivos e negativos, causados por um plano de desenvolvimento urbano, e podem
ser acompanhados de controvérsias, já que eles podem contrariar a opinião de grupos com interes-
ses específicos que, às vezes, não correspondem à necessidade da população majoritária.
Uma definição precisa do que seja o planejamento urbano necessariamente passa pelo trabalho de
localizá-lo, enquanto disciplina, em relação ao urbanismo. Tanto o planejamento urbano quanto o
urbanismo são entendidos como o estudo do fenômeno urbano em sua dimensão espacial, mas dife-
rem notadamente no tocante às formas de atuação no espaço urbano. Desta maneira, o urbanismo
trabalha (historicamente) com o desenho urbano e o projeto das cidades, em termos genéricos, sem,
necessariamente, considerar a cidade como agente dentro de um processo social interativo, enquan-
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to que o planejamento urbano, além de agir diretamente do ordenamento físico das cidades, trabalha
com os processos que a constroem (ainda que, indiretamente, sempre atue no desenho das cidades).
A questão da definição clara e distinta das duas disciplinas complica-se de fato quando se procura a
sua história: é um consenso, no meio acadêmico, que o Urbanismo seja tratado apenas como disci-
plina autônoma a partir do século XIX e que o planejamento urbano surja como matéria de interesse
acadêmico apenas no século XX, mas também é fato que as cidades são planejadas e desenhadas
desde o início da civilização. Desta maneira, a história das cidades (ou da urbanização, para ser mais
preciso), ocorre paralelamente com a história do homem em sociedade, embora o estudo da inter-
venção do homem na cidade seja mais recente. A partir do momento em que se considera que o pla-
nejamento urbano lida basicamente com o conjunto de normas que regem o uso do espaço urbano
(assim como sua produção e apropriação), sua história seria bastante diversa daquele referente
ao desenho das cidades.
História
Pistas de que a civilização humana tem trabalhado com planejamento urbano em escala limitada
remonta a 3500 a.C. Muitos historiadores consideram como pai do planejamento urbano
o grego Hippodamus e suas teorias e ideias sobre o uso ideal da terra e da localização de ruas e
edifícios nas cidades de Mileto e Pireu.
Os muçulmanos são, muitas vezes, creditados com a criação do zoneamento, criando zonas especí-
ficas para estabelecimentos comerciais, residências, culto religioso etc.
Muitas cidades das civilizações pré-colombianas também construíram suas cidades, considerando um
planejamento urbano incluindo sistemas de esgoto e de água corrente. A Cidade de Tenochtitlan-
México, capital do Império Asteca, foi construída numa ilha do lago Texcoco onde é hoje a Cidade do
México. No seu auge, Tenochtitlan era a maior cidade do mundo, com uma população próxima a 250
mil habitantes.
Antiguidade
A Civilização do Vale do Indo é considerada por muitos como a primeira civilização a desenvolver o
senso de planejamento urbano, por volta de 2600 a.C. onde algumas pequenas vilas cresceram em
grandes cidades contendo milhares de pessoas, que não trabalhavam primariamente na agricultura,
criando uma cultura unificada. O repentino aparecimento dessas grandes cidades, bem como o cres-
cimento e a formação organizada destas cidades, parece ser o resultado de um esforço planejado e
deliberado. Alguns assentamentos da Civilização do Vale do Indo aparentemente foram designados
segundo um plano desenvolvido. As ruas de cidades como Mohenjo-daro e Harappa também foram
desenhadas segundo um padrão de gradeamento imperfeito, com uma hierarquia de ruas, (avenidas
comerciais para pequenas vias residenciais), de modo a proteger as áreas residenciais da poluição
sonora, de fortes odores e de ladrões existentes próximos às áreas urbanas.
Os antigos romanos utilizaram um padrão consolidado de planejamento urbano, voltado para defesa
militar e conveniência civil. O plano básico é uma praça quadrada central com serviços urbanos, cer-
cados por uma grade compacta de ruas, tudo cercado por um muro para defesa. Para reduzir o tem-
po necessário para locomoção, duas ruas em diagonal cruzam pela praça quadrada. Um rio geral-
mente corre dentro da cidade, para obtenção de água potável e transporte, e despejo de esgoto, até
mesmo durante cercos. Muitas cidades europeias ainda conservam a essência destes planos, co-
mo Turim.
Habitantes de cidades da antiguidade criaram certas áreas destinadas para encontros, recrea-
ção, comércio e culto religioso. Muitas destas cidades possuíam muralhas em volta, cujo objetivo era
impedir (ou, ao menos, de dificultar) o acesso de possíveis inimigos à cidade. A construção de pré-
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dios públicos e monumentos são outros exemplos de planejamento urbano nos tempos antigos, das
quais, as cidades mais famosas são Romae Atenas.
Idade Média
Muitas cidades e feudos medievais eram protegidas por muros. Com o crescimento populacional,
muitas destas cidades tornaram-se superpovoadas. Para solucionar este problema, algumas cidades
derrubavam seus muros (e muitas vezes construindo outro, protegendo uma área maior), e outras
simplesmente deixavam seus muros antigos de pé, construindo novas cidades e vilas ao redor da
antiga cidade.
A religião fazia parte integral da vida política, cultural e social da Europa da Idade Média, e isto refle-
te-se nas cidades da época, onde na maioria das vezes, a principal igreja estava localizada no centro
da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara estrutura.
Muitas civilizações da América Latina utilizaram medidas de planejamento urbano em suas cidades,
como sistemas de esgoto e água potável. Tenochtitlán, a capital do Império Asteca, foi construído em
uma ilha no Lago Texcoco, no que é atualmente o Distrito Federal do México. No seu auge, Tenochti-
tlán era uma das maiores cidades do mundo à época, com aproximadamente 250 mil habitantes.
Renascimento
Alguns artistas conhecidos, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, por exemplo, desenharam e
ajudaram a embelezar algumas cidades italianas, no século XV e XVI, enquanto Georges-Eugène
Haussmann planejou grandes avenidas e praças, em Paris, no século XIX, que ajudaram a cidade
francesa em se tornar reconhecida mundialmente como uma das cidades mais belas do mundo.
Algumas cidades dos Estados Unidos, na América colonial foram planejadas de antemão antes de
terem sido construídas. Exemplos incluem Charleston, Filadélfia e Savannah. O exemplo mais famo-
so, porém, é o da atual cidade de Washington, DC, a atual capital do país. George Washing-
ton contratou Pierre Charles L'Enfant, um arquiteto francês, para planejar a cidade.
Revolução Industrial
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Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e a criação de fábricas em cidades, a população
de muitas cidades europeias e americanas começaram a aumentar rapidamente, recebendo milhares
de pessoas vindas dos campos, abandonando trabalhos nas áreas rurais, para trabalhar na indústria.
Isto fez com que cidades da época ficassem superlotadas, sujas e barulhentas. Muitas pessoas vivi-
am em bairros que possuíam péssimas condições sanitárias, na qual famílias inteiras viviam espremi-
das em casas de um ou dois cômodos, perto das fábricas.
Reformistas sociais começaram a pedir ao governo que melhorassem tais condições precária de vida,
sugerindo planos como novo zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Também sugeriram a
separação de zonas industriais e residenciais, cada uma em zonas separadas da cidade. Várias mu-
nicipalidades e governos tomaram medidas para melhorar a qualidade de vida nas cidades, mas à
medida que estas continuavam a crescer rapidamente, as poucas medidas tomadas foram insuficien-
tes para surtir algum efeito.
Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade ideal na Feira Mundial de Chicago,
em 1893. Largas e grandes avenidas, com grandes estruturas públicas, eram dois dos muitos aspec-
tos numa cidade ideal. A exposição marcou o início do movimento City Beautiful (Bela Cidade,
em inglês), nos Estados Unidos.
Islamabad, no Paquistão.
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Até o final do século XIX, o planejamento urbano na maioria dos países industrializados era de res-
ponsabilidade de arquitetos, que eram contratados por empresas particulares ou, raramente, pelo
governo. Mas o crescimento dos problemas urbanos durante o final do século XIX forçou governos de
muitos países, em especial, o dos Estados Unidos, a participar mais ativamente no processo de pla-
nejamento urbano.
Entre 1900 e 1930, muitas cidades nos Estados Unidos introduziram comissões de planejamento
urbano e leis de zoneamento. Um dos mais famosos planos de revitalização urbana desse período foi
o Plano Burnham, que revitalizou uma grande parte da cidade de Chicago.
A explosão populacional da década de 1950 e da década de 1960 criou problemas como congestio-
namentos, poluição, aparecimento ou crescimento de favelas, e falta de moradia. Para vencer os
novos desafios destas cidades em crescimento, agências de planejamento urbano precisaram ex-
pandir seus programas, incluindo novas residências, áreas recreacionais e melhores distritos comer-
ciais e industriais.
Atualmente, o planejamento urbano de uma cidade é geralmente feito por acordos entre agências
governamentais e empresas privadas, especialmente nos países desenvolvidos. Nos países subde-
senvolvidos, porém, o planejamento urbano passa por um momento de redefinição. Se, por um lado,
tais países atravessaram longos períodos de planejamento centralizador e autoritário (não raro resul-
tando em periferias urbanas espraiadas, estruturadas por projetos residenciais movidos mais pelo
caráter quantitativo que pelo qualitativo), nas últimas duas décadas, o planejamento urbano no Brasil,
por exemplo, tem procurado colocar-se como possível mediador no conflito social pelo solo urbano.
Contrariamente a esta tendência, teóricos internacionais, como Manuel Castells, propõem o que se
convencionou chamar de planejamento urbano estratégico, que procura tratar as cidades sob a lógica
da guerra fiscal e de sua localização na suposta nova rede de cidades globais.
Plano diretor
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Novas áreas residenciais devem ser planejadas com cuidado, para que possam integrar-se com ser-
viços municipais já existentes: na foto, casas planejadas em Union, no Kentucky
Um plano diretor, plano compreensivo ou plano mestre, é um plano criado por um grupo de planeja-
dores urbanos que tem impacto válido para toda a comunidade da cidade, por um certo período de
tempo.
Um plano diretor mostra a cidade como ela é atualmente e como ela deveria ser no futuro. Um plano
diretor mostra como o terreno da cidade deve ser utilizado e se a infraestrutura pública de uma cidade
como educação (escolas e bibliotecas), vias públicas (ruas e vias expressas), policiamento e
de cobertura contra incêndio, bem como saneamento de água e esgoto, e transporte público, deve
ser expandida, melhorada ou criada.
Além disso, o plano diretor deve definir as áreas que podem ser adensadas, com edifícios de maior
altura, as áreas que devem permanecer com média ou baixa densidade, e aquelas áreas que não
devem ser urbanizadas, tais como as áreas de preservação permanente.
O plano diretor tem, como objetivo principal, fazer com que a propriedade urbana cumpra sua função
social, entendida como o atendimento do interesse coletivo em primeiro lugar, em detrimento do inte-
resse individual ou de grupos específicos da sociedade. Um exemplo é a necessidade de prever uma
destinação adequada aos terrenos urbanos, especialmente aqueles subutilizados e localizados em
áreas dotadas de infraestrutura (Brasil, 2002).
Limites impostos pelo plano diretor incluem a altura máxima de estruturas em algumas ou em todas
as regiões da cidade, por exemplo.
Durante o processo de elaboração do plano diretor, os planejadores urbanos, representados por pro-
fissionais de várias áreas, co-
mo engenheiros, arquitetose urbanistas, geólogos, economistas, sociólogos, geógrafos, antropólogos,
juristas, estatísticos, biólogos, analisam a realidade existente do município e, com a participação da
sociedade civil, representada por comerciantes, agricultores, associações de morado-
res, organizações não governamentais e movimentos sociais, propõe novos rumos de desenvolvi-
mento do município, buscando-se alcançar a realidade desejada por toda a população.
Desde 2001, a legislação brasileira exige que a elaboração e a revisão de um plano diretor seja reali-
zada de forma participativa e democrática, por meio de debates públicos, audiências, consultas e
conferências. Se não houver participação da sociedade civil, o plano diretor pode ser invalidado.
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Geralmente, em pequenas cidades, um plano diretor é desenvolvido por uma companhia privada, que
então manda o plano para o governo ou município, para aprovação. Já em cidades maiores, é uma
agência pública que desenvolve o plano diretor. Grandes cidades costumam possuir um departamen-
to próprio para o planejamento urbano, que é responsável por desenvolver, alterar e implementar o
plano diretor.
Plano Diretor
O alvo de um plano diretor é fazer a vida urbana mais confortável, aproveitável, segura, além de for-
necer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade. Um plano diretor inclui, quase sem-
pre, instalações de transporte público, bem como áreas de recreação, escolas e facilidades comerci-
ais.
Um plano diretor recomenda como o terreno da cidade deve ser usado. O plano geralmente divide a
comunidade em secções separadas para casas e edifícios de apartamentos, comércio, indústria e
áreas para instalações públicas. A altura-limite das estruturas também é delimitada, sendo que ge-
ralmente o centro financeiro possui os maiores limites. Pode-se permitir apenas a construção de pe-
quenas casas em um dado bairro, enquanto em que outro, permite-se a construção de prédios de
apartamentos e de casas geminadas. Planos diretores de certas cidades, porém, não impõem restri-
ções quanto ao limite de altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer área da cidade,
como em Houston, no Texas, nos Estados Unidos.
Um plano diretor também pode pedir a demolição de prédios em uma dada região e regular os tipos
de serviços a serem oferecidos dentro de uma dada região, permitindo, por exemplo, a presença de
pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indústrias. Alguns planos
podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso mistos, com uma combinação de indústrias, co-
mércio e residências.
Além disso, um plano diretor também sugere meios de melhorar a aparência e a beleza da comuni-
dade, com a construção de parques, grandes avenidas e centros cívicos. Outros serviços públicos
como a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico e vias públicas (tais co-
mo ruas e vias expressas) também podem ser incluídos.
Planejadores urbanos, desde o século XIX, preocupam-se muito com o a aparência de uma cidade,
embora atualmente preocupam-se mais com problemas econômicos e sociais. Planos diretores po-
dem incluir também propostas para um melhor crescimento econômico, educação e assistência social
para os necessitados.
Planejadores urbanos precisam de duas coisas para fazer seus projetos saírem do papel e serem
realizados na prática: apoio e dinheiro. Ambos vêm das autoridades que apoiam os planejadores
urbanos, sendo o dinheiro, indiretamente, pelos impostos, vindos da população da cidade a ser afeta-
da por tais planos.
Apoio Público
Grande oposição pública pode fazer com que as autoridades municipais ou governamentais recusem-
se a apoiar um dado plano diretor. Oposição pública acontece porque ou grande parte da população
acha que tal plano irá beneficiar apenas uma pequena parcela da população da cidade ou que sairá
caro demais para cidade, seja em termos econômicos ou culturais (exemplo: demolição
de patrimônios históricos etc.).
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Por outro lado, se um plano diretor inclui propostas para a solução ou minimização de certos proble-
mas da cidade, tal plano geralmente tende a receber maior apoio da população. Isto inclui a constru-
ção de ruas, autoestradas e/ou metrô em cidades com grandes problemas de trânsito, casas que
podem ser alugadas ou compradas a baixos preços para uma grande população de classe baixa,
abrigos para uma grande população de sem-tetos e de parques e outras facilidades recreacionais.
Suporte Econômico
Planejadores urbanos precisam ter influência sobre a comunidade, e o desenvolvimento físico desta.
Isto é possível através da municipalidade e o poder desta de fazer com que as leis de zoneamento e
regras sobre a construção de casas e prédios sejam efetivamente cumpridas pela população em ge-
ral. Planejadores urbanos também dependem das autoridades municipais para a expropriação de
propriedades e terrenos, quando necessária para a realização do projeto.
Leis de zoneamento urbano designam os tipos de estruturas que são permitidas em uma dada área
da comunidade. Quando planejadores urbanos pretendem fazer com que uma dada zona seja ape-
nas residencial, então, apenas casas e, talvez, prédios de apartamentos, serão permitidas. As leis de
zoneamento urbano também limitam o tamanho dos terrenos a serem vendidos, a localização
de placas e sinais.
Novas Cidades
O termo planejamento urbano também vale para a criação e desenvolvimento de novas cidades ou
comunidades, que se diferenciam de subúrbios por uma razão: enquanto subúrbios são desenhados
geralmente apenas como comunidades residenciais de baixa densidade, para pessoas que trabalham
em cidades próximas, o planejamento e a construção de novas cidades têm o objetivo de tornar tais
cidades totalmente independentes e autossustentáveis, com, por exemplo, a designação de grandes
áreas comerciais ou industriais, que, em volta, irão atrair habitantes à cidade.
Planejadores urbanos encarregados da construção de novas cidades fazem o possível para garantir
que a nova comunidade possua suficientes oportunidades de trabalho para todos os habitantes, tor-
nando possível a construção destas cidades em áreas relativamente isoladas. Porém, novas cidades
também são projetos extremamente caros, sendo poucas as cidades de grande porte que foram cria-
das planejadamente. Exemplos incluem: Brasília, a capital do Brasil; Goiânia, capital de Goiás; Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais; Teresina, capital do Piauí; Palmas, capital do Tocantins; Rio Cla-
ro, no interior de São Paulo; Canberra, a capital da Austrália; Washington, DC, a capital dos Estados
Unidos; Nova Délhi, a capital da Índia; Islamabad, a capital do Paquistão; Abuja, a capital da Nigé-
ria; Astana, a capital do Cazaquistão; Naypyidaw, a capital de Myanmar ou Birmânia; Thimphu, a
capital do Butão; Kyoto, a antiga capital do Japão; além da cidade de La Plata, capital da província
de Buenos Aires, na Argentina. Além destas, também existem outras diversas cidades planejadas
espalhadas pelo mundo, sobretudo nos países do antigo bloco socialista, já que o planejamento ur-
bano foi largamente implantado e difundido pela então União Soviética.
Outra opção, mais barata, é a construção de vilas em torno de uma cidade. Vilas provém seus habi-
tantes com oportunidades de trabalhos, que, porém, são insuficientes para atender boa parte da força
de trabalho. Muitos trabalhadores têm de trabalhar em outras cidades próximas, e, por esta razão,
vilas precisam estar localizadas perto de uma cidade. O Reino Unido, a Suécia a Noruega e
a Dinamarca são os países que mais constroem novas vilas de tempos em tempos. Os governos
destes países ajudam com contribuições econômicas e a compra da terra necessária para as novas
municipalidades.
Na França, a Ville nouvelle ou Vila nova é uma nova forma de urbanismo. Exemplos de villes nouvee-
les são Cergy-Pontoise, Marne-la-Vallée, Sénart, Évry e Saint-Quentin-en-Yvelines ne região
de Paris, Lille-Est em Villeneuve-d'Ascq, perto de Lille, L'Isle-d'Abeau, perto de Lyon, Étang de Berre,
perto de Marselha e Vaudreuil, perto de Ruão, que, posteriormente, tornou-se Val-de-Reuil.
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Planejamento
Estética
Em países desenvolvidos, muitas pessoas são contra o uso excessivo de artigos humanos como
propagandas, sinais, placas, que geram poluição visual. Outros assuntos relacionados são tensões
entre o crescimento da periferia, a densidade populacional em crescimento as cidades e o planeja-
mento e construção de novas cidades.
Planejadores urbanos de sucesso levam o caráter, de "casa" e "senso de lugar", identidade local,
respeito por heranças naturais, artísticas e históricas, e o entendimento dos (possíveis) principais
problemas como tráfego, transporte, utilidades e desastres naturais.
Embora as cidades que sejam planejadas desde o começo - como no caso de Brasília - os planejado-
res são importantes em planejar o crescimento destas cidades. Examinadas historicamente, várias
cidades, atualmente consideradas como uma das mais belas do mundo, são o resultado de restritos
planos diretores.
Algumas cidades são planejadas desde o começo, e embora nem sempre os resultados saiam como
o esperado, evidências do plano diretor inicial muitas vezes permanecem. Algumas das cidades pla-
nejadas de maior sucesso consistem de células que incluem parques e espaços abertos, repetindo
por várias vezes esta célula. Geralmente, as células são separadas por ruas. Muitas vezes cada célu-
la possui monumentos e características únicas, tornando as células diversas entre si. Estas diferen-
ças ajudam a instituir um "senso de lugar" na cidade, enquanto as similaridades das células fazem
cada lugar da cidade familiar aos habitantes da cidade.
Segurança
Muitas cidades são construídas em lugares vulneráveis a enchentes, tempestades, guerra e desas-
tres naturais como terremotos, furacões e vulcões ativos. Os planejadores urbanos, ao planejar uma
cidade, também devem levar em conta estes fatores. Se os perigos estão localizados e podem ser
prevenidos, como enchentes, por exemplo, uma solução pode ser a construção de parques e espa-
ços abertos. Outra solução, mais prática, é simplesmente construir a cidade em terrenos de alta alti-
tude e os parques, espaços verdes e fazendas em terrenos de menor altitude.
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PLANEJAMENTO URBANO
razoáveis para qualquer espaço urbano. Outras cidades também planejam e constroem muros e ca-
nais como medida de proteção.
Alguns métodos de planejamento urbano, no entanto, podem servir como métodos de segregação,
ajudando uma elite a controlar cidadãos ordinários. Um exemplo foi Roma na década de 1930, quan-
do o fascismo da década de 1930 criou vários bairros nos limites da cidade onde criminosos e
a classe baixa foram despejados, longe do Centro da cidade.
Transportes
Existe uma clara conexão entre a densidade de uma dada região urbana e a quantidade
de transporte dentro desta região. Transporte de boa qualidade - que inclui desde uma malha
de transporte público bem planejada até um sistema de vias públicas capazes de atender tráfego com
eficiência - é muitas vezes procedida por desenvolvimento. Porém, este sistema eficiente de transpor-
tes pode ser arruinado quando esta região desenvolve-se demais, tornando-se mais densa que um
dado limite.
Um planejamento urbano eficiente tenta colocar zonas comerciais e residenciais de alta densidade
próximos a meios de transporte em massa. Por exemplo, algumas cidades permitem prédios comer-
ciais e residenciais somente quando elas estão a um quarteirão de distância de estações
de trens, metrô ou vias públicas tais como ruas e avenidas de duas faixas por sentido ou mais, en-
quanto posicionam casas de família e parques mais longe destes pontos de transporte.
A densidade de uma área é geralmente medida como a área total das estruturas (incluindo todos os
andares) dividida pela área do terreno que estas propriedades ocupam. Quando o total é menor que
1,5, a área é de baixa densidade, enquanto totais maiores do que 5 são áreas de alta densidade. A
maioria dos centros de cidade, por exemplo, possuem totais significativamente maiores do que 5.
Locais ocupados por arranha-céus podem atingir um total de 30 ou mais. Municípios tentam muitas
encorajar densidades menores, porque isto reduz custos de infraestrutura, embora alguns especialis-
tas observam que baixas densidades podem não acomodar população suficiente para tal infraestrutu-
ra (educação, saúde, etc.).
Carros são eficientes como meio de transporte em regiões de densidade de até 1,5. Densidades en-
tre 1,5 a 5 são mais eficientemente servidas por ônibus e densidades maiores que 5 são mais eficien-
temente servidas por trens e metrô.
Meio Ambiente
O processo de urbanização influencia o meio ambiente, assim como também é influenciado por este.
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PLANEJAMENTO URBANO
No processo de planejamento urbano, questões ambientais são importantes, pois é possível se pre-
ver usos e impactos e fazer um zoneamento da região de forma que cada atividade interfira o mínimo
possível nas atividades vizinhas e no meio ambiente. Levar as condições ambientais em considera-
ção ajuda na preservação dos recursos naturais e da capacidade de o ambiente se recuperar dos
danos causados pela urbanização, além de proporcionar um bem-estar maior à população.
Mas, para isso, falta uma harmonização na Constituição Brasileira entre o plano diretor e o relatório
de impacto do meio ambiente para que não ocorram barreiras à execução dos objetivos propostos
nos planos diretores.
A maior parte da população de uma comunidade tende a apoiar os objetivos dos planejadores urba-
nos, mas uma minoria critica os métodos usados para o alcance desses objetivos.
Objetivos Errados
Alguns críticos argumentam que planejadores urbanos se importam primariamente com a estética e
com o comércio da cidade, ao invés de se concentrar em propostas para a solução de problemas
sociais como trânsito ou poluição, ou que certos planos tendem a aumentar problemas sociais já exis-
tentes, como, por exemplo, a autorização de construção de parques e prédios de apartamentos de
luxo, que muitas vezes substituem residências de baixo custo.
Mesmos os críticos dividem-se: uns acreditam que certos planejadores urbanos põem ênfase demais
no futuro das cidades, e não o suficiente para a solução de problemas sociais já existentes, e outros
criticam planejadores urbanos que buscam solucionar tais problemas a curto prazo.
Altos Custos
Críticos argumentam que o custo de um plano diretor sai caro para o município e seus habitantes,
uma vez que o suporte econômico fornecido ao plano quase sempre provém dos impostos pagos por
tais habitantes. Tais críticos dizem que planejadores urbanos tendem a fazer tudo de uma vez só.
Tempo Necessário
Tempo necessário para a finalização de um programa de planejamento urbano é uma das críticas
mais comuns. Alguns críticos e líderes políticos argumentam que os resultados de um dado plano
diretor chegam tarde demais para solucionar corretamente os problemas que o plano estava destina-
do a corrigir.
Controle Da Municipalidade
Muitas pessoas são contra o poder da municipalidade (ou outro órgão público) de poder forçar indiví-
duos a vender suas propriedades e de regular o uso de propriedades e terrenos. Tais pessoas vêm
isso como uma violação dos direitos de propriedade. Outras pessoas também criticam planejadores
urbanos e suas decisões, uma vez que eles, os planejadores urbanos, não são pessoas que foram
eleitas pela população.
Por isso é que o Plano Diretor deve ser elaborado com uma equipe multidisciplinar com representan-
tes da sociedade organizada sob o comando de um Coordenador técnico com capacidade de agluti-
nação de ideias.
Devemos lembrar que o Plano Diretor deve ser dinâmico e organizado para um longo período, portan-
to estar vinculado a um conselho municipal multidisciplinar que o atualizará sempre que necessário,
encaminhado as propostas através do prefeito para encaminhamento à Câmara Municipal caso haja
necessidade de alguma regulamentação.
Reduzindo Críticas
Planejadores urbanos claramente precisam de suporte público. Para a minimização das críticas, o
tempo entre diferentes projetos é aumentado, diminuindo gastos. Planejadores urbanos esperam que
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PLANEJAMENTO URBANO
mais pessoas fiquem convencidas do valor das ações implementadas pelo planejamento urbano, à
medida que mais projetos alcancem sucesso.
Conceito
Dados De Referência
Regras e parâmetros definidos pela CDHU para o projeto de urbanismo, além das legislações inci-
dentes.
Dados locais:
Estudo do município
história
ocupação do sítio
atividades econômicas
Legislação Municipal
caracterização geográfica
equipamentos urbanos
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PLANEJAMENTO URBANO
transporte urbano
infra-estrutura básica
localização do terreno na malha urbana considerando: zoneamento, sistema viário, serviços urbanos
e equipamentos comunitários existentes no entorno.
Terreno
características geomorfológicas
acidentes geográficos
ocupações (construções existentes e usos, inclusive número de famílias quando for o caso, linhas de
transmissão e/ou de alta tensão e respectivas voltagens, oleodutos etc.)
Perfil sócio-econômico
Custos
Custos unitários de Terraplenagem (limpeza, corte, aterro, bota-fora, troca de solo, plantio de grama);
Custos de drenagem:
Custos de pavimentação;
Custos complementares.
Produtos
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PLANEJAMENTO URBANO
Relatório contendo:
Conceito
A urbanização de uma gleba é um processo de intervenção no espaço, que cria áreas de múltiplos
usos, tanto públicas como privadas, tais como áreas de sistema viário, de lazer, de uso institucional,
de comércio e de habitação.
O projeto de urbanismo deve prever uma distribuição equilibrada desses espaços, um adequado rela-
cionamento com a realidade do entorno da gleba e com as características sócio-econômicas e cultu-
rais dos moradores da região.
O sistema viário projetado deverá estar relacionado hierarquicamente ao existente. O projeto deve
atender adequadamente às legislações e ao programa do projeto.
Documentos De Referência
Insumos
Documentos Etapas
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PLANEJAMENTO URBANO
Documentos Etapas
Parcelamento
O parcelamento do solo adotado deverá indicar com clareza os lotes residenciais, comerciais quando
houver, o sistema viário, as áreas verdes, sistemas de lazer e áreas institucionais.
O parcelamento do solo adotado no projeto deve estar adequadamente inserido no tecido urbano,
considerando o relevo da gleba e do seu entorno, a hidrografia (deve-se fazer avaliação das bacias e
sub-bacias e da drenagem existente e/ou previstas), o tipo de solo, a vegetação existente e os fatores
poluentes regionais que poderão ser atenuados pelo projeto.
As áreas com declividades acima de 25% não são recomendadas para a implantação de edificações.
A destinação das áreas para sistema viário, áreas verdes, sistemas de lazer e áreas institucionais
deverão observar as diretrizes definidas nos sub-itens 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5.
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PLANEJAMENTO URBANO
Parâmetros Genéricos
O estudo preliminar de terraplenagem é incluído como um dos produtos do estudo preliminar de ur-
banismo, entendendo-se que são produtos complementares e interdependentes, que precisam ser
desenvolvidos de forma integrada. É de fundamental importância que o profissional de urbanismo
possa contar com o apoio do responsável pelo projeto de terraplenagem no momento que define a
geometria da intervenção, possibilitando assim a racionalização do movimento de terra e minimização
dos problemas geotécnicos.
As divisas e áreas do terreno, quadras, lotes, áreas institucionais, áreas verdes, sistemas de lazer,
lotes remanescentes e fases de projeto deverão ser obtidos por cálculo analítico.
Deverão também ser calculados analiticamente todas as distâncias, direções, áreas e pontos notá-
veis (vértices e pontos de começo e término de curvas) das divisas.
As dimensões deverão ser expressas em metros, com duas casas decimais. As direções deverão ser
expressas em azimute, com grau, minuto e segundo.
As áreas deverão ser expressas em metros quadrados, com duas casas decimais.
As coordenadas deverão ser expressas em unidade métrica com quatro casas decimais.
O raio mínimo das curvas de concordância horizontal entre alinhamentos contíguos de uma mesma
quadra será de 9,00m quando o ângulo de deflexão for < 105°, ou 6,00m quando o ângulo de defle-
xão for > 105°, sempre respeitando a legislação municipal.
As quadras, sistema de lazer, áreas institucionais e áreas remanescentes, deverão ser identificadas
por número, em ordem seqüencial, devendo cada tipo ter a seqüência própria dentro do empreendi-
mento.
Os pontos notáveis dos perímetros de todas as áreas de lazer, institucionais, lotes residenciais (uni-
familiares e multifamiliares), comerciais, remanescentes e fases de projeto, quando houver, deverão
ser numerados numa ordem seqüencial única, de modo a não haver qualquer repetição de número
dentro do empreendimento.
O projeto de terraplenagem deverá ter como premissa básica gerar o menor movimento de terra pos-
sível, procurando-se compensar os volumes de corte e aterro, de modo a evitar-se, ao máximo, a
necessidade de empréstimos ou “bota-foras” de materiais.
A execução das obras de terraplenagem deve ser precedida da remoção da camada vegetal de reco-
brimento do terreno.
Deverá ser evitada a execução de taludes de aterro em áreas de encostas com declividade superior a
30%. Quando este procedimento se mostrar indispensável, deve-se prever o tratamento prévio da
superfície da fundação composto por remoção da camada vegetal e terraceamento da superfície sub-
jacente. As espessuras mínima e média da camada vegetal a ser removida serão obtidas do relatório
de sondagens realizadas na área e/ou das observações realizadas na vistoria de campo. As áreas
que serão objeto deste tratamento prévio deverão estar claramente identificadas na planta de terra-
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PLANEJAMENTO URBANO
A altura e inclinação dos taludes, tanto de cortes quanto de aterros, devem garantir níveis de segu-
rança adequados, estabelecidos a partir de análises geotécnicas de estabilidade de taludes. Nos
casos de aterros apoiados em terreno pouco resistente (argilas moles e muito moles e areias fofas)
as análises de estabilidade devem também considerar a resistência do solo da fundação. Nos casos
de taludes de aterro com altura máxima inferior a 4,5 metros apoiados sobre fundação resistente (re-
sistência do material de fundação superior a do aterro), pode-se prescindir de análises de estabilida-
de de taludes desde que se adote uma inclinação máxima de 1,0:1,5 (vertical:horizontal). Nos casos
de taludes de corte executados em fundações resistentes, com altura máxima inferior a 4,5 metros,
pode-se prescindir de análises de estabilidade de taludes, desde que se adote uma inclinação máxi-
ma de 1,0:1,0 (vertical:horizontal).
Os taludes com altura superior a 1,50m deverão ser protegidos por canaletas de crista. Nos casos de
existência de bermas intermediárias, estas devem ser inclinadas para o interior do maciço, devendo-
se implantar canaletas de drenagem junto à base do talude superior. O sistema de drenagem deve
compreender, além das canaletas, todos os dispositivos complementares necessários, como caixas
de transição, caixas de dissipação de energia, escadas hidráulicas etc. Deve-se enfatizar nos projetos
que a implantação das canaletas de drenagem deve garantir que suas bordas fiquem 5 cm abaixo do
terreno adjacente.
Todos os taludes com altura superior a 1,50m deverão ser dotados de proteção superficial formada,
preferencialmente, por vegetação. A proteção deve compreender toda a extensão do talude, uma
faixa de 1,0m além do pé e crista dos taludes e as eventuais bermas intermediárias. No caso de utili-
zação de proteção vegetal, a inclinação dos taludes deve ser adequada ao tipo de vegetação e sis-
tema de plantio adotados. Nos casos de taludes de aterro implantados próximos a cursos d’água, o
tipo de proteção superficial a ser adotado deve considerar a possibilidade de ocorrência de erosão
fluvial.
A relação adotada deverá ser informada no memorial descritivo de terraplenagem. Deverá ser tomado
cuidado especial caso ocorram materiais de 2ª ou 3ª categoria.
Deverão ser estudados, em cada projeto, a possibilidade de aproveitamento da camada vegetal, bem
como o selecionamento dos solos de melhor qualidade (argilosos) para coroamento das áreas onde
permaneceriam, após a terraplenagem, solos mais vulneráveis ao processo de erosão.
Deverá estar incluído no memorial descritivo da terraplenagem o plano de manejo de solos, incluindo-
se a definição dos locais para estocagem do solo vegetal e do solo para coroamento de solos mais
vulneráveis ao processo de erosão, as características e dimensões máximas das pilhas e a definição
do conjunto de medidas de proteção superficial e de drenagem das áreas terraplenadas. Nos projetos
em que for previsto empréstimo de solos ou remoção de terra excedente, deverão ser identificados os
respectivos locais de empréstimo ou “bota-fora”, levando-se em conta os custos de transporte e as
características geotécnicas da jazida.
O projeto de terraplenagem deverá ser concebido de tal forma a serem evitadas obras complementa-
res de drenagem (por exemplo: bueiros de travessia em aterros, ponto baixo em locais sem possibili-
dade de escoamento etc.). Quando ocorrerem esses casos, a solução deverá ser pesquisada na eta-
pa de Projeto Básico.
Fica estabelecido que deverão ser previstas, no projeto de terraplenagem, somente as estruturas de
drenagem que devam ser executadas concomitantemente com as obras de terraplenagem, bem co-
mo aquelas necessárias à preservação de patamares e taludes, tais como os drenos subterrâneos,
canaletas, escadas hidráulicas, e estruturas de dissipação nos pontos de lançamento.
Tais projetos deverão ser elaborados de acordo com as normas e padrões específicos da CDHU,
devendo ser detalhadas todas as estruturas que não constem dos projetos-padrão ou difiram dos
mesmos em algum detalhe.
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PLANEJAMENTO URBANO
O projeto de terraplenagem deverá incluir a indicação das medidas previstas para proteção do leito
viário e demais áreas terraplenadas, na fase de transição entre o término da terraplenagem e a con-
clusão das obras de infra-estrutura. Deverá incluir ainda as diretrizes para elaboração do projeto de
macro-drenagem e a indicação das vias para as quais se identifica a necessidade técnica de pavi-
mentação e aquelas para as quais é viável o tratamento primário do leito, considerando a erodibilida-
de dos solos.
As Áreas Institucionais (de uso público) destinadas aos equipamentos, devem atender às necessida-
des estabelecidas no programa específico do projeto, além das legislações vigentes. Estas áreas não
devem ter declividades superiores a 15%, exceto em situações cujo projeto específico da edificação
seja apropriado a declividades maiores.
Os equipamentos públicos e privados e as áreas a estes destinadas, devem ser definidos e dimensi-
onados no programa do projeto, conforme necessidades de atendimento e densidade populacional,
bem como das diretrizes dos órgãos estaduais e/ou municipais afins. Os principais equipamentos são
os destinados ao atendimento comunitário, pré-escolar, escolar, saúde básica, abastecimento e ser-
viços essenciais. A destinação de áreas para outros equipamentos é objeto de análise específica.
Áreas Verdes: são áreas com restrição de uso onde a prioridade é pela manutenção e restauração
florestal. Estas áreas deverão observar determinações das legislações vigentes.
Sistema de Lazer: são áreas previstas ao uso público com percentuais definidos pela legislação mu-
nicipal distintas das áreas verdes, podendo incorporar, praças, áreas impermeáveis de lazer, esporte,
pomares e áreas com vegetação exótica.
O quadro abaixo indica a proporção que poderá ser utilizada para a implantação destes equipamen-
tos e passeios, quando não houver orientação da legislação municipal.
As áreas verdes, sistemas de lazer e os equipamentos deverão estar localizados de forma equilibrada
no espaço urbano criado, evitando-se percursos até a edificação superiores a 500m e ter acesso
direto à via pública.
OBS.: As áreas com restrição de uso (proteção permanente a nascentes, córregos, declividades mai-
ores que 25%, matas naturais) não poderão ser destinadas a área de recreação mas devem possibili-
tar acesso público, integrando o sistema de lazer ou fazendo parte dos lotes destinados ao uso insti-
tucional.
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PLANEJAMENTO URBANO
Sistema Viário
O Sistema Viário proposto deve proporcionar uma interligação eficiente com o viário existente no
entorno, considerando diretrizes municipais e/ou estaduais.
Observar uma hierarquia eficaz para o sistema viário, diferenciando os usos e os gabaritos das ruas
(ex.: vias de pedestres, locais, coletoras, corredores ou principais, expressas etc.). Deve-se buscar
uma geometria das ruas que leve a redução da velocidade de circulação de veículos nas ruas locais,
priorizando sua utilização como espaço de recreação e lazer. Devido aos elevados custos de implan-
tação das vias, suas dimensões devem ser otimizadas, conforme quadro a seguir
A porcentagem de área destinada ao sistema viário (índice de sistema viário) é relativa à declividade
média do terreno e às tipologias habitacionais adotadas, que implicam na apropriação multifamiliar ou
unifamiliar do lote. Tem-se como referência o quadro a seguir:
A apropriação unifamiliar refere-se a lotes com áreas que variam de 125 a 200m2.
A declividade longitudinal máxima para as vias é de 10% e a mínima de 0,5%. Em casos especiais
poderão ser admitidas declividades superiores a 10%.
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PLANEJAMENTO URBANO
Nas vias destinadas a circulação de veículos coletivos os trechos que tiverem declividades entre 8 e
10% deverão ter comprimentos máximos de 200 metros.
Quando permitido pela legislação municipal, poderão ser adotados os seguintes limites para a decli-
vidade das vias pavimentadas:
A concordância vertical das pistas de rolamento deverá ser feita adotando-se os seguintes parâme-
tros “K”, onde “K” = L (m) / ∆i (%)
Estes parâmetros de concordância podem ser dispensados, desde que comprovado pelo projetista
que o projeto da via garanta condições de visibilidade: o motorista de um automóvel de passageiros
circulando na velocidade diretriz de projeto da via, deve poder enxergar uma criança a uma distância
superior à necessária para a frenagem do veículo naquela velocidade (como referência, pode ser
adotada a velocidade diretriz de 40km/h para as vias coletoras, 30km/h para as vias locais e 60cm
para a altura da criança).
A concordância vertical nos cruzamentos das vias deve levar em conta a necessidade de uma plata-
forma relativamente plana, com extensão de 5 metros, imediatamente junto à interseção, de forma
que o veículo que aguarda a passagem de outro possa ter condições de visibilidade.
Nos cruzamentos ou interseções de vias o projeto do greide da via secundária deverá concordar,
obrigatoriamente, com a lateral da via principal.
Quando a via se desenvolve entre quadras, o seu perfil longitudinal será usado para cálculo de volu-
me e, nesse caso, o mesmo deverá conter as áreas de corte e aterro.
As posições das seções transversais deverão ser criteriosamente estudadas e definidas de tal modo
que não induzam a erros nos cálculos de volumes.
Nos casos de seções esconsas em relação ao plano do talude, deverão ser tomados cuidados espe-
ciais na determinação da inclinação do mesmo.
Para os trechos de vias não abrangidos pelas seções das quadras, ou para vias de terreno natural
com declividade acentuada, deverão ser apresentadas seções transversais às mesmas, de 20 em 20
metros, pelas estacas inteiras.
As cotas e declividades dos eixos do sistema viário deverão ser obtidas por cálculo analítico na etapa
do projeto executivo.
Implantação
A implantação das edificações nos lotes deverá observar as condições naturais do terreno visando
não só a proteção ambiental como o aproveitamento da iluminação e ventilação naturais, adotando o
posicionamento no lote que resulte em maior conforto ambiental. Deverá também garantir acessibili-
dade universal e atender a NBR 9050 no que for pertinente.
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PLANEJAMENTO URBANO
Nos locais que apresentam solos de baixíssima capacidade de suporte na camada superficial (argilas
moles, muito moles ou areias fofas) deverão ser analisadas, se possível, em conjunto com os respon-
sáveis pelo projeto de fundações das edificações, alternativas para incremento da capacidade de
suporte do material superficial (por exemplo: remoção do material inadequado por simples corte im-
posto pela terraplenagem, implantação de aterro compactado sobre camada inadequada, estabiliza-
ção mecânica por pré-carregamento etc.)
Em Lotes Unifamiliares
Recomenda-se que a implantação das casas nos lotes, quando possível, adote recuos frontais varia-
dos, evitando a monotonia.
Recomenda-se localizar o acesso lateral da unidade onde a cota do lote for mais alta, evitando esca-
das de acesso à mesma.
A altura máxima dos taludes de frente dos lotes residenciais unifamiliares não poderá ser superior a
1,50 metro acima da cota do greide da rua.
Os lotes totalmente patamarizados deverão preferencialmente ter uma parcela da testada do lote com
cota pelo menos 20cm acima do greide da rua, de forma a simplificar o lançamento das águas pluvi-
ais e servidas.
A terraplenagem deverá preferencialmente se limitar a área onde será executada a edificação, bus-
cando-se tipologias de projeto da unidade habitacional que viabilizem esta alternativa. A opção por
patamarizar integralmente o lote somente será adotada quando a declividade do terreno natural for
superior a 5% e em função das características do projeto da unidade habitacional, onde a utilização
dos espaços livres do lote ou a ampliação da unidade habitacional ficar prejudicada.
Os pés e as cristas dos taludes deverão situar-se a pelo menos 30cm da calçada externa a edifica-
ção.
Na definição das cotas de patamares dos lotes buscar-se-á garantir que a camada superficial, até a
profundidade de 1,0m, apresente uma capacidade de carga compatível com as cargas a serem
transmitidas pelas edificações, de modo a viabilizar a utilização preferencial de fundação direta.
Para edificações geminadas, o desnível entre pisos deverá ser inferior a 0,8m e múltiplo de 0,2m.
Este desnível poderá ser ampliado desde que o projeto de estruturas e fundações contemple esta
situação.
Deverão ser elaboradas apenas as seções das áreas nas regiões que possuírem declividade do ter-
reno natural maior que 5%, e das quadras nas regiões com declividade do terreno natural menor ou
igual a 5% mas que possuírem lotes com testadas abaixo dos greides das ruas.
Nos casos de seções esconsas em relação ao plano do talude, deverão ser tomados cuidados espe-
ciais na determinação da inclinação do mesmo.
1º) Com curvas de nível perpendiculares às testadas dos lotes, deverão ser feitas três seções em
cada quadra, posicionadas da seguinte forma:
uma seção em cada alinhamento de frente, contendo os greides e cotas dos patamares dos lotes e
dos eixos das vias fronteiriças;
uma seção passando pela divisa entre fundos de lotes, contendo os greides e cotas dos patamares
das duas séries de lotes.
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PLANEJAMENTO URBANO
2º) Com curvas de nível paralelas às testadas dos lotes, as seções deverão cobrir toda área da qua-
dra, com espaçamento de 20 metros, contendo os greides e cotas dos patamares dos lotes e dos
eixos das vias fronteiriças.
Em Lotes Multifamiliares
A implantação dos edifícios nos lotes multifamiliares deve procurar localizá-los próximos ao sistema
viário público, garantindo a redução das redes internas de água, esgoto e elétrica.
Adotar o limite máximo de 160 unidades na definição dos lotes condominiais de modo a que a área
total a ele destinada não seja superior a 15.000m2 e a distância maior entre os seus limites seja me-
nor ou igual a 200,00m
Observar os recuos mínimos laterais e/ou frontais entre os blocos isolados, cumprindo- se a legisla-
ção e garantindo-se os aspectos de conforto ambiental do conjunto como um todo. Caso os edifícios
implantados possuam apartamentos no pavimento térreo, a circulação de pedestres interna ao con-
domínio deverá ser proposta de forma a garantir a privacidade destas unidades. A circulação de pe-
destres deverá estar distante no mínimo 3,00m da face do edifício.
No caso da patamarização para a construção de prédios, as seções deverão cobrir todo o terreno,
com espaçamento máximo de 20 metros, e posicionadas de modo que não induzam a erros nos cál-
culos de volumes, contendo as cotas do terreno e dos patamares dos prédios e o desenho dos talu-
des de corte e aterro.
Os estacionamentos deverão ser posicionados de modo a evitar que o percurso até a edificação seja
superior a 50 metros, e/ou envolva desníveis superiores a 4,5 metros até a entrada da edificação.
Caso apresentem desníveis com relação a edificação o acesso deverá ser provido de rampas (NBR
9050).
A distância entre a face com aberturas de ambientes de longa permanência e o limite do estaciona-
mento deve ser de no mínimo 3,00m.
Para o número de vagas de estacionamento, recomenda-se deixar a proporção de 1 vaga por unida-
de habitacional. Esta proporcionalidade será definida considerando-se os custos do terreno, a dispo-
nibilidade de transporte coletivo, as faixas de renda da população alvo, as legislações vigentes e será
estabelecida no programa de projetos. Sendo que o mínimo admitido é 1 vaga para cada 2 unidades
habitacionais.
O acesso às vagas do estacionamento deverá se dar por meio de via interna ao condomínio, não
podendo estar diretamente ligada a vias públicas.
As dimensões das vagas bem como as faixas de acesso, deverão obedecer a NBR 9050 e as legisla-
ções específicas. O quadro abaixo apresenta as referências utilizadas nos projetos CDHU.
Deverá também ser prevista a existência de 5% de vagas adequadas para portadores de deficiência
física, conforme quadro abaixo:
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PLANEJAMENTO URBANO
* A vaga, quando paralela à faixa de acesso (“baliza”) será acrescido de1,00m (um metro) no com-
primento e 0,25m (vinte e cinco centímetros) na largura.
Quando o acesso ao edifício for em desnível, prever a implantação de rampas conforme tabela abai-
xo, e de acordo com a NBR 9050.
1:10
ram-pa de 1:12
Prever a localização dos reservatórios inferiores, garantindo sua implantação na proposta de terra-
plenagem do lote. Quando tratar-se de reservatórios não enterrados, os mesmos deverão ser implan-
tados em locais que não obstruam a circulação, ventilação e iluminação dos apartamentos.
Prever local específico para lixeiras, hidrômetros, abrigos de gás e centros de medição de energia
elétrica e centrais telefônicas.
Deverá ser destinada área correspondente a 6,00m² por unidade habitacional para atividades e equi-
pamento de recreação (quadras, parquinhos etc.) para crianças e idosos. As áreas de taludes e esta-
cionamentos não poderão ser computadas para este uso.
Os blocos dos edifícios são constituídos pelo conjunto de unidades autônomas que se utilizam de
uma mesma escada e/ou elevador comum para acesso às mesmas.
Os blocos deverão ser identificados por letras em ordem alfabética.Os apartamentos deverão ser
identificados, por piso, em numeração seqüencial (dois dígitos) no sentido horário dos acessos à es-
cada. O primeiro dígito refere-se ao piso e o segundo ao apartamento.
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PLANEJAMENTO URBANO
Produtos
Os produtos destes projetos estão relacionados nos quadros a seguir, com respectivos conteúdos,
formas de apresentação e referidas etapas:
Deverá conter análise do local com ficha de vistoria (anexo URB Em formato A4 padrão SP
01) e fotos atualizadas, bem como complementações necessá- CDHU (conforme anexo
rias ao Relatório Técnico do Terreno. Conterá também a avalia- URB 01)
ção e eventuais propostas para revisão do programa de projeto
de urbanismo, considerando ocorrência de áreas não edificáveis
(córregos, estradas, adutoras etc.), áreas alagáveis e outras
limitações para o desenvolvimento do projeto, frente às limita-
ções do meio físico e às condições de infra e superestrutura
urbana, verificadas na área e nas concessionárias.
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PLANEJAMENTO URBANO
Indicação das áreas que serão terraplenadas e dos locais que Desenho na escala do EP
serão patamarizados (com as respectivas cotas). Cortes es- levantamento.
quemáticos indicativos da intervenção proposta e estimativa
preliminar do volume de corte e aterro. Indicação das diretrizes
de drenagem.
Texto explicativo da proposta escolhida. Deverá conter as dire- Formato A4, padrão EP
trizes previstas para pavimentação ou tratamento do leito viário CDHU.
e para a implantação dos sistemas de abastecimento de água,
drenagem, eletricidade e de coleta e disposição de esgotos.
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PLANEJAMENTO URBANO
Planilhas PB
Preenchimento do Carimbo e
Tabela de Áreas;
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PLANEJAMENTO URBANO
critério da CDHU;
Planta de Implantação
Solução adotada com implantação das unidades habitacio- Desenho na escala do levan- PE
nais, indicação dos recuos adotados e modelo genérico de tamento com curvas de nível
implantação. No caso de unidades multifamiliares, ampliar os de 5 em 5 metros. Para uni-
lotes com cotas de nível do piso térreo, prever a implantação dades multifamiliares, dese-
dos elementos complementares ao condomínio e identificar nho na escala 1:250 ou
os blocos e numerar os apartamentos. 1:500. (Conforme anexo
URB05)
Dimensionar o sistema viário.
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Planta de terraplenagem
Deverá ser elaborada com nível de precisão permitido por A planta do projeto de terra- PB
processo gráfico e conter: plenagem deverá ser con-
feccionada a partir da planta
Divisas do terreno, Quadras e lotes, com indicação das res- de topografia, na escala
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Deverá ser elaborada com nível de precisão permitido por Escala horizontal: mesma PB
processo gráfico e conter: escala da planta. Escala
vertical: escala horizontal
Perfil do terreno natural; multiplicada por dez.
Anteprojeto de greide;
Seções
Deverá ser elaborada com nível de precisão permitido por Desenhadas a partir da plan- PB
processo gráfico e conter: ta do projeto básico. Escala
horizontal: mesma escala da
Perfil do terreno natural; planta
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Identificação e localização clara do ponto inicial da descrição Formato A4, padrão CDHU. PE
das divisas, com suas coordenadas; Confrontações em cada
trecho das divisas;
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A descrição de cada serviço deverá ser feita conforme mo- Formato A4, pa- PE
delo TRP12, ou seja, explicitando o conjunto de operações drão CDHU.
que compõem o item;
Os cálculos conforme os
Outras características ou particularidades do projeto. anexos TRP03 e TRP04.
Planta de Terraplenagem
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Legenda.
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