Agronegocio Fundamentos Do Agronegocio 2018
Agronegocio Fundamentos Do Agronegocio 2018
Agronegocio Fundamentos Do Agronegocio 2018
Disciplina:
Fundamentos do Agronegócio
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Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Agronegócio das Escolas
Estaduais de Educação Profissional – EEEP
2018
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Agronegócio – Fundamentos de Agronegócios
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
SUMÁRIO Página
a) Condicionantes da produção 07
b) Conceitos de agricultura 11
Unidade II Agronegócios: 20
b) Agricultura Irrigada 67
a) Agricultura de precisão 76
c) Agricultura natural 98
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Com o domínio do fogo e a descoberta e fabrico do ferro inicia-se uma nova etapa,
desta vez de natureza técnica. Entre 4.000 – 3.500 AC desenvolveram-se invenções
que tiveram uma contribuição decisiva para a expansão e evolução da agricultura: o
arado, na Mesopotâmia, e a roda que revolucionou não só a agricultura como a
própria civilização.
A agricultura foi evoluindo gradualmente por todo o mundo. No período que decorreu
entre 3.000 AC e 500 DC houve um especial desenvolvimento a nível técnico,
diversificação das culturas e domesticação de novas espécies animais. Nesta época
destacam-se os seguintes acontecimentos:
Alto consumo de uvas e vinho no Egito (2.900 AC);
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Após o declínio do Império Romano surge um período que muda o sistema agrícola:
o feudalismo, que teve o seu ponto alto por volta de 1.100 DC. Este período é
caracterizado por sistemas agrícolas mais complexos, cultivo de uma maior
diversidade de legumes, cereais e frutos, e, criação e domesticação de mais espécies
animais (principalmente de aves). Os solos agrícolas começam a ser utilizados e
explorados com fins monetários, através do pagamento de taxas na utilização das
terras, e de poder, com a subjugação dos camponeses aos senhores das terras –
senhores feudais.
Os acontecimentos mais relevantes nesta época foram:
Implementação de sistemas de rega em solos estéreis ou não produtivos;
No Egito a produção de grão era suficiente para vender trigo para outros países;
Na Espanha começaram a cultivar vinhas em terrenos inclinados que eram irrigados
com água proveniente das montanhas;
Cultivo laranjas, limões, pêssegos e ameixas no Oriente Médio;
Criação do bicho-da-seda e plantação da sua alimentação – amoreiras;
As cruzadas aumentaram o contato da Europa com as terras islâmicas, familiarizando
a Europa Ocidental com os citros, os têxteis de algodão e a seda;
Utilização da rotação das culturas;
Criação de ovelhas com a finalidade de lhes ser retirada a lã;
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Num processo que se iniciou na Holanda em meados do séc. XVII e que decorreu em
Inglaterra no séc. XVIII introduziram-se alterações profundas nas técnicas da
produção agrícola. A abolição do pousio, possibilitada por lavouras mais profundas e
frequentes e a prática de novas rotações (rotação de Norfolk) conduziram à chamada
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Após a I Guerra Mundial houve uma nova explosão demográfica que levou a um
incremento na procura de alimentos. O aumento da produção obteve-se
temporariamente com a Revolução Verde, que envolveu o cultivo seletivo de
colheitas, a introdução de novos híbridos e métodos de cultura intensivos.
Atualmente, a indústria da agropecuária conta com a intervenção e apoio das mais
diversas áreas e domínios: genética, evolução tecnológica (ex.: maquinaria e
sistemas de irrigação e drenagem), desenvolvimento de produtos químicos para o
combate a pragas e para a fertilização dos solos, entre outros, que contribuem para
o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo.
a) CONDICIONANTES DA PRODUÇÃO
Clima, solo, relevo, entre outros, são os fatores físicos naturais que influenciam na
produção agrícola de vegetais e animais. A influência climática é a mais importante,
exercendo-se em consequência das variações da temperatura, umidade, insolação,
etc. Existem plantas tropicais, como a cana-de-açúcar, o cacau, o café, que não
podem ser cultivadas em outro clima, o mesmo ocorrendo com plantas do clima
temperado, como o trigo, a cevada etc., e plantas do clima frio, como a aveia.
Normalmente, quando as plantas são de ciclo vegetativo curto, isto é, levam menos
de seis meses entre o plantio e a colheita, podem adaptar-se a vários tipos de climas.
Assim, o fumo, planta típica do clima tropical, às vezes é cultivado em regiões de
clima temperado, desde que a semeadura se faça na primavera e a colheita no verão,
justamente no período em que as regiões de climas temperados apresentam
temperaturas elevadas. O trigo, produto típico dos climas temperados, é cultivado em
regiões frias, quando a variedade cultivada é de ciclo vegetativo curto, como ocorre
nas planícies canadenses e russas.
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Tropicais – cana, cacau e café (não podem ser cultivadas em outro clima)
Temperado – trigo e cevada (não podem ser cultivadas em outro clima)
Frio – aveia (não pode ser cultivada em outro clima)
Outras podem adaptar-se – fumo (pode adaptar-se ao clima temperado) Trigo (pode
adaptar-se ao clima frio, desde que com o ciclo vegetativo curto) Geadas –
beneficiam o trigo e são fatais para o café.
Café – Nordeste acima dos 700 m de altitude.
Açúcar – necessita de clima quente com alternância de uma estação chuvosa
(cresce) e desenvolve-se com uma estação seca para desidratar e se tornar rica em
sacarose.
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b) CONCEITOS DE AGRICULTURA
Uma definição sintética e expressiva foi proposta por René Dumont (Barros, 1975).
Para este autor a agricultura é "a artificialização pelo homem do meio natural, com o
fim de torná-lo mais apto ao desenvolvimento de espécies vegetais e animais, elas
próprias melhoradas". O conceito de artificialização do meio engloba as técnicas
culturais, independentemente do seu grau de aplicação. A enorme dificuldade em
definir agricultura, prende-se com complexidade de que se revestem as atividades
humanas, que decorrem em determinado momento histórico, ambiente natural e
contexto social. Na sua mais larga acepção a agricultura deve ser encarada como
fenômeno social.
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Por volta de 1775, entretanto, Francis Home afirmou que não havia apenas um
princípio, mas provavelmente vários, entre os quais se incluíam ar, água, terra, sais,
óleo e fogo em um estado fixo. Home acreditava que os problemas da agricultura
eram essencialmente aqueles de nutrição das plantas. Ele realizou experimentos em
vasos para avaliar os efeitos de diferentes substâncias no crescimento das plantas e
fez análises químicas de materiais das plantas. Seu trabalho foi considerado valioso
pilar no progresso da agricultura científica.
O fim do século XVIII foi o período que iniciou a busca pela alta produtividade,
objetivando uma maior produção de alimentos a nível local e nacional. Os técnicos e
especialistas desenvolveram novas tecnologias de produção agrícola, que
promoveram a Primeira Revolução Agrícola. Nesse período intensifica-se a adoção
de sistemas de rotação de culturas com plantas forrageiras (capim e leguminosas) e
as atividades de pecuária e agricultura se integram, trazendo um grande aumento da
produção de alimentos com o uso dos excrementos dos animais para a adubação
das lavouras. A Primeira Revolução Agrícola teve como características principais:
- baixa necessidade de capital;
- alta demanda de mão de obra;
- atendimento ao mercado local;
- autoconsumo;
- utilização de técnicas adequadas para o manejo da matéria orgânica;
- crescimento de produções extensivas de alimentos,
como o café, a cana de açúcar e o citros, para atendimento do mercado regional,
nacional e internacional;
- controle de pragas e doenças através de extratos de plantas e emulsões de
querosene, tendo iniciado o emprego da Calda Bordalesa e o Verde de Paris
(acetoarsenito de cobre).
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No Brasil, por exemplo, no Estado de Minas Gerais, cada propriedade rural podia
produzir ao mesmo tempo: arroz, feijão, milho, algodão, café, cana-de-açúcar, fumo,
mandioca, frutas, hortaliças e outras, além de criações de bovinos e ovinos, suínos,
aves e equinos. E mais, nessas propriedades o algodão era tecido e transformado
em confecções; o leite era beneficiado e transformado em queijos, requeijões e
manteiga; da cana-de-açúcar faziam a rapadura, o melado, o açúcar mascavo e a
cachaça; da mandioca fabricavam a farinha, o polvilho e biscoitos diversos; o milho
era usado diretamente como ração e/ou destinado ao moinho para transformação em
fubá, que era usado para fabricação de produtos diversos; e assim por diante.
Com isso, menor número de pessoas cada dia é obrigado a sustentar mais gente.
Assim, as propriedades rurais cada dia mais:
-Perdem sua autossuficiência;
-Passam a depender sempre mais de insumos e serviços que não são seus;
-Especializam-se somente em determinadas atividades;
-Geram excedentes de consumo e abastecem mercados, às vezes, muito distantes;
-Recebem informações externas;
-Necessitam de estradas, armazéns, portos, aeroportos, softwares, bolsas de
mercadorias, pesquisas, fertilizantes, novas técnicas, tudo de fora da propriedade
rural;
-Conquistam mercado;
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O surgimento da agropecuária teve um impacto evidente, pois pela primeira vez, era
possível influir na disponibilidade dos alimentos. Com o passar do tempo, o homem
foi se tornando cada vez menos nômade e mais e mais dependente da terra em que
vivia, desenvolvendo a habilidade de produzir. Assim, o homem fixou-se ao solo e
apropriou-se da terra. A época exata em que isso aconteceu não é conhecida, mas
certamente há milhares de anos antes de Cristo. Durante milhares de anos, as
atividades agropecuárias sobreviveram de forma muito extrativa, retirando o que a
natureza espontaneamente lhes oferecia. Os avanços tecnológicos eram muito
lentos, até mesmo de técnicas muitos simples, como as adubações com materiais
orgânicos (esterco e outros compostos) e o preparo de solos.
Com a fixação do homem a terra, formando comunidades, surge organizações as
mais diferenciadas no que se refere ao modo de produção, tendendo à formação
de propriedades diversificadas quanto à agricultura e à pecuária. Os trabalhadores
eram versáteis, aprendendo empiricamente e executando múltiplas tarefas, de
acordo com a época e a necessidade. Logo, desde o século XIX, quando se
estabeleceram hipóteses de como teria sido o desenvolvimento do homem, foram
estabelecidas quatro fases:
- Primeira fase – o homem foi selvagem;
- Segunda fase – o homem foi nômade (sem habitação fixa) e
domesticador; - Terceira fase – o homem se tornou agricultor; -
Quarta fase – o homem se civilizou.
A atividade agrícola foi predominante para as economias por milhares de anos antes
da revolução industrial. Sua importância não diminuiu nem mesmo com o surgimento
de fábricas nem com a proclamada chegada de uma era digital, pois se trata da
produção de alimentos e, sem alimentos, a vida não é possível.
UNIDADE II - AGRONEGÓCIOS
Com a internet, todo mercado agropecuário, desde o produtor até o consumidor final
vêm obtendo resultados positivos nos negócios, com a ampliação das vendas,
redução de custos, localização de compradores e parceiros, etc. Hoje existem vários
sites de mercado agropecuário via internet, os chamados portais de agronegócio.
Vale ressaltar que as CPA não são estanques entre si. Determinado complexo
agroindustrial pode apresentar operações ou estados intermediários de produção
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comuns a várias CPA que o compõem. Neste caso pode ocorrer o que será chamado
de 4 operações nó. Estas operações são muito importantes do ponto de vista
estratégico, pois representam lugares privilegiados para a obtenção de sinergias
dentro do sistema, além de funcionarem como pontos de partida eficientes para a
diversificação das firmas.
Por outro lado, existem também "ligações convergentes" em que várias operações
anteriores darão origem a um número menor de operações à frente. No caso do
exemplo apresentado, as operações 4, 5 e 6 darão origem seja à operação 8, seja à
operação 7. Não é raro encontrar no interior das CPA mecanismos de
retroalimentação, onde um produto oriundo de uma etapa intermediária da CPA vá
alimentar, nesta mesma CPA, outra operação situada à montante desta operação.
A operação 7 seria uma operação no, já que ela representa um interconexão entre as
CPA 1 e CPA 2. As operações representadas na Figura podem ser, do ponto de vista
conceitual, de origem técnica, logística ou comercial. No entanto, a representação
gráfica de uma CPA neste nível de detalhe seria de difícil execução prática, com
ganhos de qualidade de informação, em termos de visualização, duvidosos. Assim, é
válido que a representação seja feita seguindo o encadeamento das operações
técnicas necessárias à elaboração do produto final (Batalha, 1993). Os aspectos
tecnológicos assumem, neste caso, um papel fundamental. O "esqueleto" da CPA
seria composto pela sucessão de operações tecnológicas de produção, distintas e
dissociáveis, estando elas associadas à obtenção de determinado produto
necessário a satisfação de um mesmo segmento de demanda. Estabelecido o
fluxograma de produção, deve-se arbitrar o grau de detalhe da representação. Todas
as operações de produção devem necessariamente ser representadas.
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O SAI, como pode ser visto na próxima figura, é composto por seis elementos básicos:
COMPLEXO AGRO-INDUSTRIAL
Um complexo agroindustrial, tal como ele é entendido neste trabalho, tem como ponto
de partida determinada matéria-prima de base. Desta forma, poder se- ia, por
exemplo, fazer alusão ao complexo soja, complexo leite, complexo cana-de-açúcar,
complexo café, etc. A arquitetura deste complexo agroindustrial seria ditada pela
"explosão" da matéria-prima principal que o originou, segundo os diferentes
processos industriais e comerciais que ela pode sofrer até se transformar em
diferentes produtos finais. Assim, a formação de um complexo agroindustrial exige a
participação de um conjunto de cadeias de produção, cada uma delas associada a
um produto ou família de produtos.
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Conceito de Agronegócios
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O termo agroindústria não deve ser confundido com agronegócios; o primeiro é parte
do segundo. Ao longo do tempo, novos conceitos têm sido elaborados com o objetivo
de dar uma definição mais precisa para agroindústria, ampliando-a na medida do
possível. Um deles define-a nos seguintes termos:
"No agronegócio, a agroindústria é a unidade produtora integrante dos segmentos
localizados nos níveis de suprimento à produção, transformação e acondicionamento,
e que processa o produto agrícola, em primeira ou segunda transformação, para sua
utilização intermediária ou final".
Por essas e outras razões, vê-se que o enfoque sistêmico do agronegócio representa
um instrumento poderoso de estudo e análise de uma parcela substancial do sistema
econômico da sociedade contemporânea. A visualização da estrutura e organização
operacional de toda a rede de alimentos, fibras e substitutos energéticos abre
caminho para entender como os recursos escassos são alocados e dirigidos para a
satisfação das necessidades e desejos do homem. Serve igualmente para, em
qualquer tempo, aportar subsídios para responder a questões-chaves ligadas ao
gerenciamento do agronegócio, em uma visão de planejamento.
AGRONEGÓCIOS – ORGANIZAÇÃO
Cadeia de Agronegócios:
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• Siderurgia
• Indústria de Calçados
• Indústria da Borracha
• Madeira e Mobiliário
• Elementos Químicos
• Vestuário
• Indústria Têxtil
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Dados 2004
O agronegócio brasileiro tem dado uma demonstração de vigor e competitividade sem
precedentes em toda a história, elevando o saldo da balança comercial de US$ 15
bilhões, em 1995, para US$ 34 bilhões, em 2004. Hoje o Brasil exporta mais de 150
itens, embora mais de 50% do valor exportado esteja concentrado em soja, carnes,
açúcar, café, laranja e tabaco.
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Dentre os principais produtos do agronegócio brasileiro estão: soja, milho, arroz, trigo,
feijão, algodão e sorgo. O Brasil é atualmente um dos líderes mundiais na produção
e exportação de vários produtos agropecuários. É o primeiro produtor e exportador
de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Além disso, lidera o ranking das vendas
externas de soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados de couro.
Sobre a excelente colocação do agronegócio brasileiro em termos de produção
mundial e participação nas exportações mundiais apresenta-se a seguinte tabela.
As projeções indicam que o país também será, em pouco tempo, o principal pólo
mundial de produção de algodão e biocombustíveis, feitos a partir de cana de açúcar
e óleos vegetais. Milho, arroz, frutas frescas, cacau, castanhas, nozes, além de
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A economia do Brasil passou por reformas radicais que propiciaram um clima mais
estável para investimentos e estimularam o crescimento da agricultura nos últimos
anos. O governo adotou uma ampla série de reformas, as quais incluíram
estabilização macroeconômica, reformas estruturais e liberalização comercial. A
estabilização macroeconômica foi alcançada na metade dos anos noventa quando,
após vários planos de estabilização mal sucedidos, o plano real aplicou o controle
orçamentário para o controle da inflação. Reformas estruturais incluíram a
privatização de empresas estatais, a desregulamentação dos mercados domésticos
e o estabelecimento de uma união aduaneira, o MERCOSUL, com outros países da
América do Sul.
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Dados 2006
Também é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das
exportações totais e 37% dos empregos brasileiros (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2006). O forte dinamismo do agronegócio no país tem sido um dos
aspectos mais relevantes da nossa economia nos últimos anos. É importante lembrar
que nos primeiros anos desse novo milênio, esse setor vem tendo um desempenho
ainda melhor que na década de 1990. De 2000 a 2004 o setor cresceu, em média, a
4,64 % a.a.; enquanto o crescimento da economia brasileira foi de 2,66%. Assim, a
comparação do crescimento entre setores mostra que o setor agropecuário tem sido
superior aos setores de indústria e serviço no país.
Dados 2007
Setor cresceu mais que o PIB nacional em 2007 e representou um terço de tudo que
foi exportado no país; soja lidera as remessas para o exterior e pode levar o Brasil a
superar os EUA no comércio internacional do agronegócio representou em 2007
cerca de 24% da economia brasileira. Os altos preços das commodities e uma safra
recorde de 133,3 milhões de toneladas de grãos (cereais, leguminosas e
oleaginosas), de acordo com o IBGE, fizeram com que o setor como um todo
crescesse 7,89% em comparação com o período anterior, 2005/2006. O PIB do
agronegócio, que soma a produção agrícola, a pecuária e os insumos, atingiu R$
611,8 bilhões, de acordo com estimativa da CNA (Confederação da Agricultura e
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Este crescimento foi maior até mesmo que o do PIB nacional, que subiu 5,4% em
2007 e alcançou R$ 2,55 trilhões. E ainda compensou o comportamento praticamente
estável observado em 2006 (quando houve alta de apenas 0,45%) e a queda ocorrida
em 2005 (de 4,66%). A julgar pelo comportamento do setor no primeiro quadrimestre
de 2008, o bom desempenho deve continuar. Em janeiro, fevereiro, março e abril
houve um crescimento de 3,83%, em comparação com o mesmo período do ano
anterior,
o que fez com que a CNA projetasse para o ano um aumento nos negócios de 10%
em relação a 2007. A previsão foi respaldada também pelos números da atual safra
(2007/2008). Com 90% dos grãos colhidos, a Conab (Companhia Nacional de
abastecimento) estimou um novo recorde: 143,3 milhões de toneladas.
Dados 2011
O agronegócio brasileiro deve fechar 2011 com alta de 9% no Produto Interno Bruto
do setor, o dobro da expansão esperada para o PIB nacional. O cenário favorável é
tema de matéria especial da edição de agosto da América Economia, publicação da
Spring Editora.
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“Estamos vivendo o maior ciclo de preços altos da história recente. Nunca houve
tamanha duração de demanda maior que a oferta”, afirma o ex-ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de
Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O cenário aquecido pela demanda internacional por alimentos, puxada pelos países
emergentes, principalmente a China, e o aumento no poder de compra da classe C
brasileira, estão entre os fatores apontados como âncoras para o excelente
desempenho do setor.
A ocupação iniciada durante o séc. XVI e apoiada na doação de terras por intermédio
das sesmarias, na monocultura da cana-de-açúcar e no regime escravocrata foi
responsável pela expansão do latifúndio, que concentra as terras e utiliza sistemas
agrários nocivos, os quais ainda existem em muitas áreas do país. Antes da expansão
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Essa nova atividade foi responsável pelo aumento de áreas voltadas para agricultura
de subsistência e promoveu o aparecimento de propriedades de menores dimensões,
dedicadas à produção de alimentos, com fins comerciais. A prática da mineração
ficou sob a forma de garimpos, embora em áreas restritas e localizadas, o que
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A relação Estado Sociedade foi erguida, nos últimos séculos, em algumas realidades
dos países mais ricos, de forma a firmar direitos e conquistas que garantem a vida
digna dos cidadãos. Direitos e conquistas firmadas nas constituições e leis gerais que
regulamentam a vida. Necessidades básicas, como educação, saúde, comunicação
e energia vinham sendo efetivadas através de serviços organizados e prestados pelo
Estado, de forma a buscar a garantia destes para toda a população. Assim, para
manter taxas de lucros, manter a propriedade privada e baratear os custos do
trabalho reforma-se o Estado, passando do "Estado-de-Bem-Estar Social" para o
"Estado mínimo", ou seja, o Estado desresponsabilizado. É importante ressaltar que
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para o êxito dos planos de estabilização da moeda brasileira, inclusive o Plano Real,
e, continua fundamental para a manutenção do crescimento. A produção agrícola,
precisa crescer a taxas maiores que o crescimento populacional (em torno de 1,4%
ao ano) para, além de atenuar o problema da fome existente no Brasil, gerar divisas
e novos postos de trabalho.
O Brasil apresenta grande potencial de crescimento para sua produção agrícola, pois
conta com clima favorável que possibilita duas ou mais safras por ano; grandes
extensões de áreas agricultáveis ainda não aproveitadas; disponibilidade de água;
produtores e agroindústrias com bom nível tecnológico; demanda mundial por
alimentos em crescimento; e, acima de tudo, um grande potencial de aumento no
consumo interno. Apesar de todo esse potencial, a agricultura brasileira não vem
crescendo a taxas expressivas nos últimos anos como era de se esperar. É, portanto,
fundamental, para a formação das expectativas dos diversos agentes econômicos
que atuam na economia brasileira, conhecer as principais restrições a um
desempenho mais consistente do setor agrícola e avaliar as suas perspectivas para
os próximos anos.
Fazer qualquer análise prospectiva sobre a agricultura brasileira impõe que se faça
uma abordagem sobre os caminhos e transformações pelos quais passou a
agricultura nas últimas décadas. Isto porque grande parte dos problemas e soluções
que se apresentam em discussão guarda uma relação direta com os avanços e
atrasos contidos no âmbito da política agrícola passada e suas variações.
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Cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira vêm desse tipo
de produção rural e quase 40% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são
produzidos por agricultores familiares. Cerca de 70% do feijão consumido pelo país,
alimento básico do prato da população brasileira, vêm desse tipo de produção rural e
quase 40% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores
familiares. Vêm daí também 84% da mandioca, 5,8% da produção de suínos, 54% da
bovinocultura de leite, 49% do milho e 40% de aves e ovos.
O esforço que o Governo Federal vem realizando, por meio da oferta do crédito rural
no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar -
PRONAF, seguramente acarretará mudanças no histórico desequilíbrio da política de
concessão de crédito rural. Pretende-se fortalecer e estimular a agricultura familiar
com o objetivo de superar um padrão de carência existente no meio rural em várias
regiões do país. Para isso é impossível pensar um projeto nacional de crescimento
sustentável considerando não só o enorme potencial da agricultura familiar pela sua
expressão econômica, mas também por sua dimensão sociocultural e ambiental.
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As ações de Assistência Técnica e Extensão Rural deverão ser ampliadas, seja ela
pública ou privada; a pesquisa agrícola deverá dar atenção às necessidades dos
agricultores e da agricultura familiar; será preciso estabelecer um seguro agrícola que
garanta a renda dos agricultores; o crédito rural do PRONAF deverá considerar de
forma mais efetiva as questões do desenvolvimento regional e territorial.
Vale a pena ressaltar que todos os países desenvolvidos têm na agricultura familiar
um sustentáculo do seu dinamismo econômico e de uma saudável distribuição da
riqueza nacional. Todos eles, em algum momento da história, promoveram a reforma
agrária e a valorização da agricultura familiar. Para se ter uma ideia, a ocupação
histórica do território dos Estados Unidos foi na unidade entre gestão e trabalho e a
agricultura foi inteiramente baseada na estrutura familiar. O bom desempenho e o
fortalecimento da agricultura familiar estão na dependência da capacidade de
articulação dos diversos atores sociais envolvidos e comprometidos com a agricultura
familiar, tais como: movimentos sociais, diversos ministérios, governos estaduais e
municipais, agentes financeiros, ONGs e outros.
Com tudo isso, a política de crédito rural do PRONAF poderá contribuir ainda mais
para a ampliação desses espaços de articulação, disseminando informações e
descentralizando a tomada de decisões, promovendo um papel mais efetivo nos
processos de financiamento da agricultura familiar. Ao estimular a atividade familiar
no campo e, simultaneamente, o aumento da produção, o grande desafio estará na
solução estrutural para uma importante questão social e econômica do país.
A expressão agricultura familiar (AF) vem sendo usada por organizações não
governamentais (ONGs), sindicatos de trabalhadores rurais (STRs) e suas
federações. Também o governo acatou a expressão e dedica uma parcela do
orçamento da União ao apoio à agricultura familiar, principalmente através do
PRONAF. Definem-se como agricultura familiar os estabelecimentos que atendem os
seguintes critérios, simultaneamente:
• a direção dos trabalhos do estabelecimento é exercida pelo produtor;
• o trabalho familiar é superior ao trabalho contratado;
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Uma primeira conclusão é que a grande maioria das unidades produtivas se enquadra
nesses critérios: Dos 4,86 milhões de estabelecimentos agropecuários brasileiros
4,14 milhões ou 85% do total caem nessa categoria. Representam 30,5% da área
total e são responsáveis por 38% do valor bruto da produção agropecuária. Quer
dizer, grosso modo, tudo o que não é latifúndio é agricultura familiar. Podem ser
definidas como familiares aquelas unidades onde a gestão, o trabalho e a propriedade
dos principais meios de produção - mas não necessariamente da terra - pertencem
ao produtor direto.
A característica central das regiões de muita pobreza é que seus mercados tendem
a ser imperfeitos e incompletos. Reina agonia financeira com grandes dificuldades de
acesso ao crédito e falta de assistência técnica. De fato, os agricultores familiares do
Sul concentram a metade dos créditos destinados à agricultura familiar do País, 47%
dos familiares no Sul utilizam assistência e somente 2,7% no Nordeste.
A agricultura familiar merece especial atenção pelo seu significado para a saúde
humana porque é responsável por boa parte da produção de alimentos básicos que
chegam às nossas mesas. Como um todo, produz dois terços do feijão, 84% da
mandioca, metade do milho e quase a totalidade do fumo do Pais. Além disso, é
responsável por 50% do leite, 30% de arroz e boa parte de frutas e hortaliças.
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tem sido atribuído nos últimos anos, no Brasil, assume ares de novidade e renovação”
(WANDERLEY, 2001: 21).
Contudo, não se pode afirmar que este segmento tenha sido reconhecido como
prioridade pelos governos, haja vista que a agricultura patronal tem concentrado, nos
últimos anos, mais de 70% do crédito disponibilizado para financiar a agricultura
nacional. Assim, há hoje dois projetos em pugna os para o campo no Brasil. O
primeiro é um enfoque setorial, cuja preocupação central está na expansão da
produção e da produtividade agropecuária, na incorporação de tecnologia e na
competitividade do chamado agribusiness. Este enfoque se articula em torno dos
interesses empresariais dos diversos segmentos que compõem o agronegócio e está
claramente representado no Ministério da Agricultura. Em contraposição, o segundo
enfoque enfatiza os aspectos sociais e ambientais do processo de desenvolvimento,
de acordo com o que vem se denominando a sustentabilidade do desenvolvimento
rural, que procura equilibrar a dimensão econômica, social e ambiental do
desenvolvimento.
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Este segundo enfoque tem escolhido a agricultura familiar como um dos seus pilares
chaves. Uma pesquisa realizada pela FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação) e pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária), cujo objetivo principal era estabelecer as diretrizes para um
“modelo de desenvolvimento sustentável”, escolheu-se como forma de classificar os
estabelecimentos agropecuários brasileiros a separação entre dois modelos:
“patronal” e “familiar”. Os primeiros teriam como característica a completa separação
entre gestão e trabalho, a organização descentralizada e ênfase na especialização.
O modelo familiar teria como característica a relação íntima entre trabalho e gestão,
a direção do processo produtivo conduzido pelos proprietários, a ênfase na
diversificação produtiva e na durabilidade dos recursos e na qualidade de vida, a
utilização do trabalho assalariado em caráter complementar e a tomada de decisões
imediatas, ligadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo
(FAO/INCRA, 1994).
Assim, o meio rural, sempre visto como fonte de problemas, hoje aparece também
como portador de soluções, vinculadas à melhoria do emprego e da qualidade de
vida (WANDERLEY, 2002). Este enfoque é representado também pelo Prof. José Eli
da Veiga e colaboradores no documento “O Brasil Rural precisa de uma Estratégia
de Desenvolvimento”, onde os autores sugerem que o projeto de desenvolvimento
para o Brasil rural deve visar a maximização das oportunidades de desenvolvimento
humano em todas as regiões do país diversificando as economias locais a começar
pela própria agropecuária. Em reportagem publicada pela Revista Rumos em
novembro-dezembro de 2003, o mesmo Prof. José Eli da Veiga observa o brutal
poder devorador de postos de trabalho da atual modernização das grandes lavouras,
exemplificado no caso da cana-de-açúcar, onde a demanda de força de trabalho foi
cortada pela metade nos anos 90, apesar da expansão de 10% da área cultivada.
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Recentemente, vem sendo defendida uma perspectiva que reforça as ideias acima
apresentadas é a dimensão territorial do desenvolvimento rural, onde as atividades
agrícolas e não-agrícolas devem ser integradas no espaço local, perdendo sentido a
tradicional divisão urbana/rural e ultrapassando o enfoque predominantemente
setorial (agrícola) do espaço rural. No âmbito das políticas públicas, isto se traduziu
na criação da SDT (Secretaria do Desenvolvimento Territorial), subordinada ao MDA.
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governamentais [...] aquilo que era antes de tudo um modo de vida converteu-se
numa profissão, numa forma de trabalho (ABRAMOVAY, 1992, p.22-127).
Para esse autor, em lhe sendo favorável esse ambiente e com apoio do Estado, a
agricultura familiar preencherá uma série de requisitos, dentre os quais fornecer
alimentos baratos e de boa qualidade para a sociedade e reproduzir-se como uma
forma social engajada nos mecanismos de desenvolvimento rural. O pensamento de
Abramovay fica claramente evidenciado quando expressa que “Se quisermos
combater a pobreza, precisamos, em primeiro lugar, permitir a elevação da
capacidade de investimento dos mais pobres. Além disso, é necessário melhorar sua
inserção em mercados que sejam cada vez mais dinâmicos e competitivos”.
Assim, existe uma visão onde o agricultor familiar está fortemente inserido nos
mercados e procura sempre adotar novas tecnologias. Em contraposição, há uma
corrente que tem sido caracterizada como “neo-populismo ecológico”, por resgatar
alguns conceitos do pensamento de Alexander Chayanov, que destaca a autonomia
relativa do pequeno produtor, enfatizando a utilização de recursos locais, a
diversificação da produção e outros atributos que apontam para a sustentabilidade
dos sistemas de produção tradicionais. Nessa visão, a sobrevivência do agricultor
familiar teria muito mais de resistência do que de funcionalidade à lógica da expansão
capitalista.
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A relação do Brasil com os recursos de clima e solo remonta ao início de sua história
como colônia. Se inicialmente esta dependência estava ligada a uma atividade
puramente extrativista, com a retirada de pau-brasil quase até a extinção, depois ela
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Nos anos 70, com a criação da Embrapa e do SNPA (Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária), foram produzidas variantes genéticas mais resistentes de culturas até
então propícias somente à região Sul do país. Soja e milho puderam ganhar assim o
Cerrado. E a incorporação de novas tecnologias fez com que a região se tornasse
responsável por mais de 40% da produção brasileira de grãos, de acordo com a
Embrapa. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) considera
que 60% do aumento.
plantada (de 1,3 milhão para 8,8 milhões de hectares, entre a década de 1970 e os
anos 2000), mas também ao expressivo incremento da produtividade (1,14 t/ha para
1,73 t/ha), por conta das novas tecnologias disponibilizadas aos produtores pela
pesquisa brasileira.
produção mundial de soja, contra 30,4% dos EUA, de acordo com os cálculos da
organização internacional Fapri (Instituto de Estudos de Política Agrária e Alimentar,
na sigla em inglês).
Os resultados deste estudo sugerem, no entanto, que essas estimativas podem estar
otimistas demais, visto que o aquecimento global pode diminuir a área de baixo risco
ao cultivo de soja no país em pelo menos 21% até 2020. Daí por que se fazem tão
necessárias mais pesquisas para minimizar os impactos do aquecimento global e
estabelecer estratégias de adaptação. Algumas respostas o governo vem dando. O
Ministério da Agricultura tem defendido a criação de um PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) agrícola, que diminuiria os juros para os financiamentos
e traria um seguro contra catástrofes climáticas. Tal projeto ainda está em
negociação, mas paralelamente o governo lançou o PAC da Embrapa, que prevê o
investimento de cerca de R$ 1 bilhão para as pesquisas na agricultura brasileira até
2010, além de mais contratações para a empresa. Parte dos recursos deve subsidiar
estudos sobre formas de amenizar os efeitos das mudanças climáticas na
agropecuária. O tema também deve ser incluído no Plano Nacional de Mudanças
Climáticas, que está em elaboração pelo governo.
Além da mudança na base técnica no campo surgem, nos anos 70, como produto da
modernização agrícola, os complexos agroindustriais representando a integração
técnica entre a indústria que produz para a agricultura, a agricultura e a agroindústria.
Entender, portanto, a modernização da agricultura brasileira como uma simples
mudança da base técnica é simplificar, em muito, o seu significado. É importante levar
em consideração que a agricultura brasileira sempre se apresentou, ao longo da sua
história, subordinada à lógica do capital, sendo um setor de transferência de riquezas.
Assim sendo, dentro do seu processo de modernização deve-se dar significado maior
à sua transnacionalização e à sua inserção na divisão internacional do trabalho ou,
ainda, à penetração do modo de produção capitalista no campo brasileiro (Aguiar,
1986).
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É por ter sido um processo integrado ao movimento mais amplo do capital, que se
deu, à modernização da agricultura, um caráter imediatista, voltado para o aumento
da produtividade no curto-prazo, buscando-se minimizar os riscos e maximizar o
controle do homem sobre a natureza aumentando, cada vez mais, a capacidade de
reproduzir, artificialmente, as condições da natureza. Além disso, o processo de
modernização foi orientado para a modernização do latifúndio, para os grandes
proprietários, potenciais compradores dos produtos industriais, cuja produção se
instalara no Brasil tendo, como base, os complexos agroindustriais, que tinham como
função maior o direcionamento da produção para o mercado externo.
que leva à conclusão de que não é toda agricultura que está globalizada, mas apenas
sua parcela mais rica. Assim, como proposta de desenvolvimento para regiões não
integradas à globalização e fadadas à miséria, vem-se difundindo o conceito de
desenvolvimento rural sustentável, voltado basicamente para o homem e para a
melhoria da qualidade de vida, visando-se à eliminação da pobreza no campo.
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- soja: expandiu-se com maior vigor no país, durante os anos 70, notadamente
nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. Cultura típica de exportação, está
cada vez mais voltada para o mercado interno em razão do crescente consumo de
margarinas e óleos na alimentação do brasileiro. Atualmente, verifica-se sua
expansão nas áreas do cerrado, sobretudo nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia;
Outros produtos de destaque são: o trigo, apesar de ser insuficiente para abastecer
o mercado interno; o algodão, fortemente controlado pela indústria têxtil e de
alimentos (óleo). O cacau, cultura ecológica, encontra-se em crise, notadamente na
Bahia, seu maior produtor.
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b) AGRICULTURA IRRIGADA
No Brasil, estima-se que 29,5 milhões de hectares se configuram como solos aptos
para desenvolvimento sustentável da agricultura irrigada, dos quais 3,4 milhões estão
em produção com técnicas e sistemas de irrigação. Isso significa que 26,1 milhões
de hectares de terras aptas, aproximadamente 88% dos solos, são passíveis de
produção com métodos e sistemas de irrigação e drenagem agrícola.
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A segunda fase iniciou-se em fins dos anos 60, com a criação do Grupo de Estudos
Integrados de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola (GEIDA), cujas orientações
produziram efeitos até o final da primeira metade dos anos 80. As características
relevantes dessa fase foram:
• A busca da ampliação do conhecimento global sobre os recursos naturais
disponíveis e pela concepção e implementação de programas nacionais, a exemplo
do Programa Plurianual de Irrigação (PPI), em 1969, e do Programa de Integração
Nacional (PIN), em 1970;
• A criação de oportunidades para manifestação da iniciativa privada na esfera
da irrigação e drenagem, até então preterida, com o Programa Nacional para
Aproveitamento Racional de Várzeas Irrigáveis (Provárzeas); o Programa de
Financiamento de Equipamentos de Irrigação (Profir); a concepção de “lotes
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A área total irrigada no Brasil é estimada em 2.870.244 ha, com forte concentração
nas regiões Sul e Sudeste, que representam 72,7%, somente o Rio Grande do Sul,
voltado à produção de arroz, é responsável por 35% da área irrigada no País. O
Nordeste brasileiro respondia, em 1998 por 17,26% da área irrigada no país.
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Podemos afirmar que a seca de 1877 a 1880 levou, no entanto, o Governo Imperial
às primeiras medidas efetivas de combate a esse flagelo. Foram decididas as
construções das primeiras barragens. Aqui no Ceará temos o exemplo do Açude do
Cedro que iniciou com trabalho escravo e só foi concluído no início do século
passado.
Quase um século depois das primeiras barragens construídas, podemos afirmar que
o ano de 1970 marca o início do programa de irrigação para o Nordeste. Foi criado o
PIN – Plano de Integração Nacional, alocando recursos e organizando o GEIDA –
Grupo Executivo de Irrigação e Desenvolvimento Agrário, sistematizando a política
irrigatória através do Plano Plurianual de Irrigação – PPI.
Enquanto isso, no Ceará, iniciou-se outra revolução que percorreu quatro governos
estaduais, que foi o trabalho de interligação das bacias do Estado. Dentre as oito
bacias do Estado, existem aquelas com precipitações que superam os mil
milímetros/ano e outras que não alcançam os 300 mm/ano. Dessa maneira, uma
compensaria outra nos déficits para consumo humano, animal ou de irrigação.
demais insumos, causando como resultado uma lavoura com produtividade não
uniforme (CAPELLI, 1999).
Esta meta não é nova, mas novas tecnologias agora disponíveis permitem o conceito
de agricultura de precisão ser percebido em uma produção prática (DAVIS, 1998).
MIRANDA (1999) dando uma posição mais defensiva quanto à agricultura de
precisão menciona que ela envolve um complexo processo, cujo fundamento é o
conhecimento espacial preciso da atividade agrícola, frequentemente baseado no
uso de dados obtidos com auxílio de satélites. Industriais e vendedores de insumos,
sob argumentos de eficiência, vêem nessa proposta uma nova oportunidade de
venda de equipamentos e produtos. Segundo BATCHELOR et al. (1997) a agricultura
de precisão é uma filosofia de manejo da fazenda na qual os produtores são capazes
de identificar a variabilidade dentro de um campo, e então manejar aquela
variabilidade para aumentar produtividade e os lucros. O termo agricultura de
precisão engloba o uso de tecnologias atuais para o manejo de solo, insumos e
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dos processos envolvidos para alcançar uma meta particular. A meta pode não ser
necessariamente maximizar rendimento, mas pode ser maximizar vantagem
financeira dentro de uma série de constrangimentos ambientais e financeiros.
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Com isto tem-se uma maior capacidade e flexibilidade para a distribuição dos insumos
naqueles locais e no tempo em que são mais necessários, minimizando os custos de
produção; a uniformidade na produtividade é alcançada pela correção dos fatores que
contribuem para sua variabilidade obtendo-se, com isto, um aumento global da
produtividade; a aplicação localizada dos insumos necessários para sustentar uma
alta produtividade contribui com a preservação do meio ambiente, já que estes
insumos são aplicados somente nos locais, quantidades e no tempo necessário.
Conforme citado por GENTIL & FERREIRA (1999) a agricultura de precisão promete
grandes benefícios para os usuários deste sistema como:
- redução do grave problema do risco da atividade agrícola;
- redução dos custos da produção;
- tomada de decisão rápida e certa;
- controle de toda situação, pelo uso da informação;
- maior produtividade da lavoura;
- mais tempo livre para o administrador; e
- melhoria do meio ambiente pelo menor uso de defensivo.
A agricultura de precisão tende a se tornar cada vez mais comum nas propriedades
rurais. As tecnologias hoje existentes já permitem que se tenha um grande
conhecimento das variabilidades encontradas entre as diferentes áreas da
propriedade, o que já proporciona a tomada de decisões com base em dados mais
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Aqui estão o debate e conceitos realizado por vários autores em torno da agricultura
convencional versus a agricultura alternativa, focando nos conceitos de
sustentabilidade de um novo sistema agrícola.
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frágil situação ambiental, item que passou a ser questionado e discutido pelo
movimento social e ambientalistas, que por sua vez pressionaram (e ainda
pressionam) a ações para a “questão ambiental” por parte dos programas de governo
nacionais, ao sistema político-partidário e à agenda dos organismos internacionais.
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Assim, busca-se um crescimento que não seja selvagem e não traga grandes
externalidades negativas, baseando sua sustentabilidade em cinco dimensões:
a) Social: fundamental por motivos tantos intrínsecos quanto instrumentais, por causa
da perspectiva de desequilíbrio social que paira de forma ameaçadora sobre
muitos lugares problemáticos do nosso planeta;
b) Ambiental: com as suas duas dimensões (os sistemas de sustentação da vida
como provedores de recursos e como “recipientes” para a disposição de resíduos);
c) Territorial: relacionado a distribuição espacial dos recursos, das populações e das
atividades;
d) Econômico: sendo a viabilidade econômica condição “sine qua non” para que as
coisas aconteçam;
e) Político: a governança democrática é um fundador e instrumento necessário para
se fazer as coisas acontecerem, a liberdade faz toda diferença.
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Por outro lado, a lógica presente na maioria dos segmentos da agricultura familiar
nem sempre se manifesta apenas através da obtenção de lucro, mas também por
outros aspectos que interferem em sua maior ou menor capacidade de reprodução
social. Por isso, há que se ter em mente, por exemplo, a importância da produção de
subsistência, assim como a produção de bens de consumo em geral, que não
costumam aparecer nas medições monetárias convencionais, mas que são
importantes no processo de reprodução social e nos graus de satisfação dos
membros da família. Igualmente, a soberania e a segurança alimentar de uma região
se expressam também na adoção de estratégias baseadas em circuitos curtos de
mercadorias e no abastecimento regional e microrregional, não sendo possível,
portanto, desconectar a dimensão econômica da dimensão social.
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c) AGRICULTURA NATURAL
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Segundo Mokiti Okada “... Nada poderia existir no Universo sem os benefícios da
Grande Natureza, ou seja, nada nasceria nem se desenvolveria sem os três
elementos básicos: o Fogo, a Água e a Terra. (...)”. O poder fundamental do
desenvolvimento das plantas corresponde ao elemento Terra; os elementos Água e
Fogo têm um poder de atuação secundário. Conseqüentemente, dependendo da
qualidade do próprio solo, tem-se o resultado bom ou ruim da planta, de modo que
no caso do cultivo, a condição principal é melhorar, ao máximo, a qualidade do solo.
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Vamos comprovar que realmente os seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e
Terra”, dando o exemplo de um punhado de folhas caídas, elas estavam vivas na
natureza, e ficaram completamente secas. O fato de terem ficado secas significa que
o elemento água acabou, e ficaram somente os elementos fogo e solo, se atearmos
fogo nesses folhas, queimando-as por completo, significa que acabou o elemento
fogo. Depois desse processo ficou somente a cinza, que nada mais é do que o
elemento solo, pois a cinza retorna ao mesmo.
Seguindo esse exemplo temos ainda a seguinte pergunta: Para onde terá ido o
elemento fogo? Em química, a queimada é a reação pelo oxigênio, ou seja, pelo
princípio da Agricultura Natural o elemento fogo atua e se transforma em espírito.
Seguindo o exemplo acima se comprova através de fatos que o princípio da
Agricultura Natural jamais está afastada de fatos.
De acordo com o princípio da Agricultura Natural, a base é fazer o solo emanar toda
sua força. Observamos a fertilidade do solo das matas e dos campos naturais. Há um
acúmulo de resíduos vegetais, tal como folhas, ramos, troncos de árvores e capim
seco, os quais se transformaram em morada de organismos que os decompõem.
Estes organismos gostam de sombra, do calor, da umidade e da porosidade do solo
enriquecido por resíduos vegetais. Segundo as estatísticas citadas no livro “Nogyo
To Dojo Seibutsu” escrito por Iwao Watanabe, estudioso de agricultura no Japão, em
1 m2 de solo de campo natural existem umas 360 (trezentas e sessenta) espécies de
organismos maiores, como: anelídeos de mais de 2 cm de comprimentos e
centopéias; 2.030.000 (dois milhões e trinta mil espécies de tamanho médio, como
parasitas, insetos voadores e minhocas e 1.000.000.000 (um bilhão) de
microorganismos, como fungos e bactérias. Se no solo fértil existe um número infinito
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Os elementos não digeridos dessa excreção servem, por sua vez, de alimentos para
os organismos menores. Dessa maneira as minhocas modificam o estado do solo,
aumentando a sua porosidade e contribuindo assim para uma melhor aeração e
umidade. Estima-se que a quantidade de terra preparada anualmente por esses
anelídeos, em 100 m2, oscile entre 38 e 55 toneladas. Baseado nesses fatos vemos
a necessidade de desenvolver uma técnica capaz de tornar o solo cada vez mais
produtivo como um operário experiente. Se o solo for mantido puro e se ele puder
manifestar toda sua energia vital, não surgindo doenças nem pragas, poderemos
alcançar uma agricultura que respeite a natureza.Para compreender melhor a
Agricultura Natural, surge agora a questão de se definir a palavra “Natureza”.
Existem definições que incluem desde a visão que considera natural tudo aquilo que
não sofreu interferência humana, até casos que admitem todos os fenômenos
relacionados com a troca de energia solar centralizados na terra e que ocorrem na
litosfera, na hidrosfera e na atmosfera. Há ainda, casos que incluem o Universo além
do nosso planeta. Do ponto de vista da agricultura, o elemento primordial consiste na
manutenção da vida humana mediante a utilização de matéria viva da Natureza.
Cada ser está vivendo da cooperação de outros seres. As definições a seguir ilustram
o pensamento de personagens ilustres que já viram que preservar o solo é resposta
correta.
1. O solo é a diferença entre a vida e a morte
2. O solo é a pele viva da Terra. Ele conecta o mundo acima e abaixo da terra,
mantendo o delicado balanço entre os seres vivos. Ele sustenta a vida do planeta.
Assim preservando o solo mantemos a nossa vida e o planeta terra.
3. A nação que destrói o solo destrói a si mesmo. (Franklin Delano Roosevelt)
4.O fazendeiro é dono do título da propriedade, mas em realidade ele pertence a
todas as pessoas,porque a civilização na sua totalidade sobrevive do solo (Thomas
Jefferson).
d) AGRICULTURA ORGÂNICA
A base para o sucesso do sistema orgânico é um solo sadio, bem estruturado, fértil
(macro e micronutrientes disponíveis às plantas em quantidades equilibradas), com
bom teor de húmus, água e ar e boa atividade biológica, pois é o solo e não o adubo
que deve nutrir a planta. O solo deve estar sempre coberto para evitar erosão.
No sistema de produção orgânica utilizam-se o cultivo múltiplo e a rotação de culturas,
pois isso torna a cultura menos suscetível a pragas e patógenos e dificulta o
aparecimento de plantas invasoras, devido à diversidade dos organismos do
agroecossistema. É preferível para o agricultor, quando possível, utilizar variedades
para o cultivo, pois assim torna-se viável a produção de sementes na propriedade, e
não há dependência de empresas para sua compra, como ocorre com híbridos.
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O sistema orgânico requer mais mão de obra e mais cara, mas a não utilização de
insumos como fertilizantes nitrogenados (os mais caros), agrotóxicos, etc., o maior
valor dos produtos orgânicos no mercado e algumas vezes maior produção que no
sistema convencional fazem com que o lucro de um produtor orgânico seja igual ou
maior que de um convencional.
É cada vez maior o número de pessoas que estão buscando uma alimentação mais
saudável, na tentativa de resgatar um tempo em que ainda era possível ter à mesa
alimentos frescos, de boa qualidade biológica e livres de agrotóxicos. Hoje em dia,
esse tipo de alimento pode ser encontrado, com alguma facilidade - pelo menos nas
grandes cidades - nos supermercados, lojas especializadas e feiras de produtores.
São os “alimentos orgânicos”, produzidos segundo critérios rígidos de qualidade, por
agricultores que fazem parte de associações de agricultura orgânica. Eles utilizam
apenas métodos e práticas ecológicas em suas plantações.
“...é muito mais que um produto sem agrotóxicos e sem aditivos químicos. É o
resultado de um sistema de produção agrícola que busca manejar de forma
equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, insetos e
outros), conservando-os no longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos
entre si e com os seres humanos”.
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Alguns anos mais tarde, nas décadas de 30 e 40 - o inglês Sir Albert Howard dá início
a uma das mais difundidas correntes do movimento orgânico, a da agricultura
orgânica. Sir Howard trabalhou com pesquisas na Índia durante 40 anos, publicando
obras relevantes, defendendo a não utilização de adubos artificiais e, particularmente
de adubos químicos, destacando a importância do uso de matéria orgânica na
melhoria da fertilidade e vida do solo e que da fertilidade natural do solo dependia a
resistência das plantas a pragas e doenças. No final da década de 40, nos Estados
Unidos, Jerome Inving Rodale, influenciado pelas idéias de Howard, fundou um forte
movimento em prol da agricultura orgânica. O Rodale Institute realiza pesquisa,
extensão e ensino em agricultura orgânica até os dias de hoje.
Após os modelos criados por Steiner e Howard, também no início dos anos 30, outro
biologista e homem político, Hans Muller, trabalhou na Suíça em estudos sobre
fertilidade do solo e microbiologia, criando a agricultura biológica. Esse movimento
fez numerosos adeptos, destacadamente na França (Fundação Nature & Progrès),
na Alemanha (Associação Bioland) e na Suíça (Cooperativa Muller). Dentro dessa
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exemplo: o produto químico nitrato de amônio, que era usado como munição, se
tornou um fertilizante eficaz; os organofosforados usados na fabricação de gás foram
utilizados mais tarde como inseticida; a partir do agente laranja utilizado como
desfolhante na Guerra do Vietnã, desenvolveram-se os herbicidas, que controlam as
plantas invasoras das culturas. Abriu-se espaço para um novo e lucrativo mercado.
No início dos anos 1960, a publicação do livro Silent Spring, em português “Primavera
Silenciosa”, de Rachel Carson, chamou a atenção da opinião pública para os danos
que a utilização de inseticidas estava causando ao ambiente, inclusive a grandes
distâncias das áreas de aplicação.
Com a consciência ecológica, nos anos 1980 e 1990, a proposta de uma agricultura
sustentável ganha força, entre os produtores e os consumidores e governos.
Para o grande público, até o final da década de 1970, o termo ecologia não existia.
Com a crescente conscientização da magnitude dos problemas ambientais, o termo
passou a ser reconhecido com facilidade, sempre associado à preservação ou
recuperação do meio ambiente e à saúde das pessoas. Os produtos orgânicos, por
serem identificados como ecológicos, começaram a ser muito bem aceitos pelo
mercado e as iniciativas de produção orgânica passaram a ser muito bem-sucedidas.
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De maneira que não basta que estejam impressas numa embalagem as palavras
Produto Orgânico, Produto Natural, ecológico ou qualquer adjetivo semelhante, para
garantir ao consumidor o que se está dizendo. A única certeza do consumidor são os
selos das certificadoras, cujos inspetores de fato, acompanharam todo o processo
produtivo daquela banana, alface, palmito, cacau, açúcar, café, geleia etc.
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Alguns desses selos garantem que os alimentos seguem as normas de outros países
também, podendo ser exportados e comercializados como orgânicos no exterior.
Numa feira de produtores orgânicos, não é preciso procurar pelo selo da certificadora.
Todos os produtores que estão ali vendendo os alimentos estão sendo inspecionados
pela associação responsável pela organização da feira.
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Assim é a natureza. Nela tudo funciona em harmonia. Quando uma árvore velha
morre e cai no meio de uma floresta, rapidamente começam a nascer plantinhas
rasteiras que criam condições para sementes de árvores germinarem - as primeiras
árvores criam condições para outras maiores, os bichinhos e os fungos decompõe a
árvore que caiu e ela vira novamente terra, servindo de alimento para plantas que
estão se desenvolvendo na área crescerem. Em alguns anos, a floresta se recompõe
e, assim, sozinha, ela se auto-regula.
“... Não há dúvida que a área amazônica pode ser transformada em uma paisagem
cultural, porém com a conservação dos princípios ecológicos existentes! Cada
modificação impensada significa um pioramento das condições de um ecossistema
extremamente delicado, muito mais delicado que o das planícies férteis, dos celeiros
da antiga Grécia e Roma, que hoje estão transformados no deserto do Saara ...”
Partindo desses princípios, para não incorrer no perigo de criar desertos, vamos ver
que, numa propriedade orgânica, os recursos naturais estarão sempre protegidos -
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as nascentes, a vegetação do topo dos morros, as matas da beira dos rios e córregos
(matas ciliares). Nunca serão utilizados os venenos, que matam os animais.
Para a proteção do solo será utilizado o preparo mínimo, isto é, revolvê-lo o menos
possível e de maneira adequada, para não ocorrer perda do solo por erosão (caem
as chuvas e não penetram no solo como seria o normal, mas escorrem em enxurradas
levando a terra embora) e também será tomado o cuidado de mantê-lo sempre
protegido do sol e da chuva, com palhadas (cobertura morta ) ou , com plantas
(cobertura viva).
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A FAO também observa que os preços da comida orgânica incluem não só o custo
da produção, mas também uma escala de outros fatores que não existem no preço
da comida produzida em larga escala e com compostos químicos, como:
• melhoria e proteção ambiental e o fato de evitar futuras despesas com o
controle da poluição;
• padrões melhores de bem-estar dos animais;
• prevenção de riscos contra a saúde dos fazendeiros devido ao manuseio
inadequado de pesticidas, evitando futuras despesas médicas;
• desenvolvimento rural, gerando mais empregos nas fazendas e garantindo um
rendimento justo e suficiente para os produtores.
A discussão sobre preço leva a outra pergunta: seria possível alimentar o mundo
somente com alimentos orgânicos? Além do preço mais alto, há uma outra crítica à
comida orgânica: a de que não é possível atender à fome do mundo somente com
esse tipo de produção.
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Portanto, é muito mais do que uma troca de insumos químicos por insumos
orgânicos/biológicos/ecológicos. Assim o manejo orgânico privilegia o uso eficiente
dos recursos naturais não renováveis, aliado ao melhor aproveitamento dos recursos
naturais renováveis e dos processos biológicos, à manutenção da biodiversidade, à
preservação ambiental, ao desenvolvimento econômico, bem como, à qualidade de
vida humana.
A diversificação espacial, por sua vez, permite estabelecer barreiras físicas que
dificultam a migração de insetos e alteram seus mecanismos de orientação, como no
caso de espécies vegetais aromáticas e de porte elevado (Venegas, 1996). A
biodiversidade é, por conseguinte, um elemento-chave da tão desejada
sustentabilidade. Outro princípio básico muito importante da agricultura orgânica é o
de que o SOLO É UM ORGANISMO VIVO. Desse modo o manejo do solo privilegia
práticas que garantam um fornecimento constante de matéria orgânica, através do
uso de adubos verdes, cobertura morta e aplicação de composto orgânico que são
práticas indispensáveis para estimular os componentes vivos e favorecer os
processos biológicos fundamentais para a construção da fertilidade do solo no sentido
mais amplo. O quarto e último princípio é o da INDEPENDÊNCIA DOS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO em relação a insumos agroindustriais adquiridos altamente
dependentes de energia fóssil que oneram os custos e comprometem a
sustentabilidade.
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O conceito de agricultura orgânica surge com o inglês Sir Albert Howard entre os anos
de 1925 e 1930 que trabalhou e pesquisou durante muito anos na Índia. Howard
ressaltava a importância da utilização da matéria orgânica e da manutenção da vida
biológica do solo.
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Os estudos ainda são inconclusivos, porque se uns apontam para uma maior
concentração destes fatores nos produtos biológicos, outros não encontram
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A agricultura biológica está mais sujeita à contaminação, por não receber tratamentos
químicos que as destruam e por se utilizarem estrumes compostados por vários
meses, na adubação das culturas, processo que destrói as bactérias patogênicas e
que o fato de não se usarem produtos químicos, garante o equilíbrio ecológico dos
microrganismos, não permitindo a proliferação dos microrganismos patogênicos para
o ser humano.
demonstraram que a agricultura tradicional era bem mais eficiente que a agricultura
intensiva e mecanizada de hoje em dia, pois apesar de ser menos produtiva por
hectare, as suas necessidades de inputs eram quase nulas e por isso os seus custos
eram muitíssimos mais baixos.
É verdade que os produtos biológicos são mais caros, mas não devem ser assim tão
mais caros. O seu preço varia muito consoante o local de venda. Nos hipermercados,
os preços são de fato proibitivos, mas apenas cerca de um terço desse dinheiro pago
pelo consumidor chega ao produtor. Cerca de 50% do preço de um produto biológico
à venda numa grande superfície, corresponde aos custos de embalamento e à
margem de lucro da grande superfície. Mas comprando estes produtos diretamente
ao produtor, em mercados, feiras e cooperativas, é muito fácil encontrar preços
bastante mais razoáveis e muito dificilmente custando mais do que 20% do preço dos
correspondentes produtos convencionais.
Há realmente alguns produtos que, pela dificuldade na sua produção ou pela escassa
quantidade que é produzida, atingem preços muito elevados, mas há também casos
de produtos biológicos a preços inferiores aos produtos convencionais
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cada habitante do planeta cerca de 3500 calorias por dia. Segundo outros dados, é
produzida comida suficiente para dar diariamente a cada pessoa, cerca de 1,25 kg
de cereais, leguminosas e frutos secos, 500 g de frutos e vegetais e cerca de 500 g
de carne, leite e ovos.
O problema, portanto, não é a falta de alimentos, pois estes até existem em excesso,
mas sim a distribuição desigual de dinheiro, de terras e dos alimentos. Cada vez mais
os países desenvolvidos compram as terras mais férteis dos países em
desenvolvimento ou incentivam o cultivo de produtos para alimentar os seus
mercados nessas terras, levando milhões de pequenos agricultores a deixarem as
suas terras ou a produzirem bens alimentares para exportação. As culturas para
consumo das populações locais são relegadas para as terras menos férteis,
resultando em colheitas inferiores e aumento da fome.
Algumas pessoas pensam que só os países ricos têm excedentes que devem ser
dados aos países pobres.
Mas a verdade é que muitos desses países pobres, também têm excedentes
alimentares. Um exemplo é o Brasil, onde milhões de pessoas passam fome e sofrem
de deficiência proteica, apesar deste país ser um dos maiores produtores mundiais
de soja, um alimento protéico de elevado valor, que é dado ao gado que depois é
exportado para os países ricos.
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REFERÊNCIAS
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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!