"O Canteiro de Obras Como Um Espaço Pedagógico
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"O Canteiro de Obras Como Um Espaço Pedagógico
MESTRE EM EDUCAÇÃO
Processo Ensino-Aprendizagem
Título da Dissertação
Candidato:
Departamento:
Comissão:
__________________________________________
Profª. Drª. IRIA BRZEZINSKI - Orientadora
__________________________________________
Profª. Drª. SELMA GARRIDO PIMENTA.
__________________________________________
Prof. Dr. JOSÉ CARLOS LIBÂNEO.
À Professora Doutora Iria Brzezinski, por toda sua dedicação e por seu
idealismo em favor do desenvolvimento desse Curso de Mestrado. Como minha
Orientadora, por sua coragem, na luta contínua para vencer obstáculos, sem
consentir que as dificuldades encontradas esmorecessem o meu entusiasmo. Um
agradecimento especial a ela pela amizade demonstrada e pelos cuidados que
teve, em não permitir que me desviasse dos objetivos originais do projeto de
pesquisa e nem perdesse os prazos das etapas dos trabalhos. A tanto empenho,
Profª. Iria, a minha gratidão!
INTRODUÇÃO I
1 OBJETIVOS II
2. METODOLOGIA III
2.1 População e Instrumentos de Coleta de Dados III
CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E TRABALHO 06
1.1 A Universidade 06
1.2 O Mundo Produtivo 13
1.3 Uma Concepção de Educação 16
1.4 O Trabalho na Sociedade 19
1.5 Funções da Universidade 29
1.6 O Papel Social da Engenharia 34
CAPÍTULO II
CURRÍCULO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO 39
CAPÍTULO III
A PRÁTICA DO ESTÁGIO E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO 76
CAPÍTULO V
SOLUÇÕES QUE SE ESBOÇAM 117
ANEXOS
1 Questionários Aplicados na Pesquisa Realizada 129
QUADROS:
GRÁFICOS:
TABELAS:
1 – OBJETIVOS
2 – METODOLOGIA
Foi realizada, inicialmente, uma pesquisa bibliográfica sobre os fundamentos teóricos que
embasam o presente estudo de caso.
A análise documental, sobretudo, dos documentos orientadores do processo de estágio,
dos relatórios dos alunos da disciplina Estágio Supervisionado, do curso de Engenharia Civil, dos
Convênios celebrados, desde 1980, entre a UCG e instituições públicas e privadas, e a leitura de
pesquisas e dissertações realizadas, anteriormente, por outros profissionais, no diversificado
campo dos estágios, permitiram reunir informações indispensáveis para a realização desse estudo.
1.1 A UNIVERSIDADE
Embora Giannotti (1987) afirme que “não existe conhecimento oficial nem
se pode afirmar a existência dum único caminho para a libertação dos povos
oprimidos” (p.86), a meu ver, somente o caminho de uma educação
conscientizadora, exercida em nome da promoção humana e não voltada quase
exclusivamente para a lógica do mercado e do capital, poderia impulsionar a
redescoberta das potencialidades internas da nação, reanimar os valores da
cidadania e do direito, fortalecer a criatividade dos indivíduos e favorecer o
estabelecimento de uma nova ordem econômica no país, com relações sociais
mais justas e menos excludentes.
Na atual realidade, o trabalho tornou-se mais variado e menos monótono, mas as pressões
e as demandas que incidem sobre o trabalhador são intensas. Trabalha-se menos isolado na
empresa e a maioria dos serviços é feita em equipes. Todavia, o acesso à informação, via novas
tecnologias, pode ser feito isoladamente, retirando o homem do conjunto da sociedade. De modo
geral, o profissional deve atender a um leque muito mais amplo de atributos pessoais, para fazer
frente às exigências de multifuncionalidade, de competitividade e de qualidade dos serviços que
presta junto a essas equipes.
O processo passa, necessariamente, pela visão comum que professores e alunos possam
ter, dos objetivos da formação que se pretende dar aos futuros profissionais.
É justamente por essa abertura que, a meu ver, projeta-se um dos maiores
desafios atuais, a compor as linhas de ação para uma concepção ressignificada
de educação, qual seja: conscientizar as pessoas das semelhanças da espécie
humana e sua interdependência entre raças e etnias, e, ao mesmo tempo,
trabalhar profundamente o respeito às diferenças.
Diante dos inúmeros espaços e meios por que, hoje, as pessoas podem aprender (por
televisão, propagandas, vídeos, CD, DVD, internet, na rua, no outdoor, na fábrica, no sindicato, na
revista e outros), tornou-se necessário que os sistemas educativos formais busquem se
reestruturar, também, passando a escola a conviver com outras modalidades de educação para
além da formal. Nessa nova realidade mundial, em que os agentes educativos não-formais
possuem outras funções, mas também educam, tudo há de contribuir para a formação dos
indivíduos, oxalá pensantes e capazes de aprender a aprender, permanentemente.
Esses canais de influência entre espaços e meios, às vezes de origens tão distintas, criam,
nas universidades, uma interferência de mão dupla: de fora para dentro e de dentro para fora. Pelo
menos, é assim que pensa Dias (2001), quando afirma que “antes de decidir que tipo de educação
superior um país deseja estabelecer, é necessário decidir sobre que modelo de sociedade
pretende-se construir” ( p. 8). Além disso, a experiência mostra que os alunos aprendem, segundo
Thurler (2001)
Diante das necessidades geradas pela reorganização dos meios de produção econômica,
física e cultural, à educação continuada tem sido legado o enorme desafio de prover o
aperfeiçoamento na formação dos cidadãos que já estão no mercado de trabalho.
Sob o domínio das classes capitalistas, esses meios de produção procuram absorver
rapidamente os avanços científicos e tecnológicos que ocorrem, como forma de aumentar sua
produtividade e otimizar seus resultados, e passam a pressionar, constantemente, o sistema
educacional em busca de novos benefícios.
Entretanto, a educação continuada não deveria tornar-se refém das exigências do mercado
e, na opinião de Brzezinski (1999),
A Universidade teria, simultaneamente, que ser “capaz de reinventar uma cultura mais
humana” (Goergen, apud Brzezinski,1999, p. 36), comprometendo-se com as implicações sociais e
humanas desse desenvolvimento capitalista, mas praticando uma educação emancipatória, em
favor dos incluídos e dos excluídos da economia. Ela deveria cuidar para construir, tanto quanto
possível, o que Brzezinski (1999, p. 36) chama de “um novo conhecimento profissional”, apoiado
em um paradigma que adote uma “nova concepção da relação entre corpo e espírito, cérebro e
mente, inteligência e emoção, razão e coração, subjetividade e objetividade, ciência e arte,
natureza e cultura” (Tavares, apud Brzezinski, 1999, p.36).
Trata-se, portanto, de uma educação emancipatória que, de acordo com Libâneo e Oliveira
(1997), postularia
“uma formação geral e continuada para todos, a preparação para a vida numa sociedade
técnico-científico-informacional, a formação para a cidadania crítica e participativa e a
formação ética para novas exigências de inclusão social e de qualidade de vida” (p. 9).
Uma vez que essas interferências do capital transnacional ocorrem em todos os âmbitos
da vida nacional, Fonseca (2000) alerta os educadores brasileiros para o fato de que todo esse
fenômeno “está modificando a geopolítica do mundo e, apesar dos seus críticos e defensores, uma
coisa é certa: o planeta Terra está se transformando na aldeia global” (p.17). Segundo constata,
existem opiniões divergentes a respeito da globalização e cita algumas delas, tais como:
“Não se trata de mera coincidência: os recursos destinados ao Brasil pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) foram
multiplicados por 15, entre 1970 e 1990. Isso significa passar de 2% para 29% do total das
aplicações do Banco Mundial no país. Basicamente, para financiar uma reforma
educacional ajustada às novas exigências da globalização” (p.18).
Complementando sua interpretação, Plínio de Arruda Sampaio Jr. identifica, ainda, dois
movimentos que formam as linhas mestras da reforma educacional imposta aos brasileiros nesse
período pelo Banco Mundial, quais sejam:
Segundo esse professor de Harvard, “entre os anos 1980 e 1990, aquele país apresentou
um crescimento econômico de 9,4%, graças aos investimentos feitos anteriormente em educação”
(p.20).
Esse otimismo remete à expressão “destruição criativa”, criada pelo economista austríaco
Schumpeter e mencionada por Silveira (2000), para explicar os processos de implantação de
novas tecnologias e novas formas gerenciais e organizacionais. Essas novas formas de
gerenciamento e organização assegurariam o dinamismo econômico, mas, primeiramente,
destruiriam alguns empregos, para entrar, posteriormente, em um ciclo de criação de novos e mais
numerosos postos de trabalho ligados a essas novas tecnologias.
Para alguns estudiosos do assunto, a exemplo de Robert Kurz, integrante do grupo Krisis,
e Jeremy Rifkin, autor de O Fim dos Empregos, “essa promessa schumpeteriana não está se
confirmando”(Silveira, 2000, p.24) e acrescenta:
“A terceira revolução tecnológica, iniciada nos anos 70, já se espalhou pelo globo
atingindo quase todos os setores econômicos, e a destruição de postos de trabalho tem
sido superior à criação. As causas conjunturais do desemprego podem ser sanadas pela
elevação da atividade econômica, já as causas estruturais ou tecnológicas, não” (p.24).
“L’éducation est l’action exercée par les générations adultes sur celles qui
ne sont pas encore mures pour la vie sociale. Elle a pour objet de susciter
et de développer chez l’enfant um certain nombre d’états physiques,
intellectuels et moraux que réclament de lui et la société politique dans son
ensemble et le milieu spécial auquel il est particulièrement destiné.” *
(*) Por tradução livre, “A educação é a ação exercida por gerações adultas sobre aquelas que não estão ainda
amadurecidas para vida social. Ela tem por objeto suscitar e desenvolver, na cabeça dos jovens, um certo
número de estados físicos, intelectuais e morais que se exigem deles, na sociedade política como um todo, e,
em especial, naquela sociedade a que se destina a educação.”
Devido à pouca idade com que os estudantes universitários iniciam o curso
de Engenharia Civil na UCG, as transformações comportamentais exigidas
durante sua formação estariam ligadas ao processo de amadurecimento dos
próprios indivíduos, respeitada a bagagem trazida de suas recentes histórias de
vida. Em vista desse fato, o discernimento necessário para quaisquer
transformações terá que ser decorrente do acesso incondicional do estudante a
uma educação conscientizadora, da reflexão crítica que ele aprender a fazer sobre
a realidade, da diversidade cultural e do caráter democrático dos currículos que as
políticas educativas devem encerrar. Tais aspectos pretendem traduzir,
especialmente, os propósitos superiores de inclusão social e de pleno
desenvolvimento dos universitários.
Cabe citar aqui as recomendações de Libâneo (1998), quanto à função –
ensino, na Universidade:
“o dever da universidade, dos administradores de cursos e professores de
se posicionarem explicitamente sobre as finalidades sociais do curso, o tipo
de profissional a formar, os requisitos sociais, científicos e técnicos do
exercício profissional, os objetivos que norteiam a seleção de conteúdos, os
métodos e formas de organização do ensino, bem como a avaliação, à
medida em que dão o tom à função educativa do ensino” (p.2).
*
Tradução livre do trecho final do Compendio de la Declaración Mundial sobre la Educación
Superior (1998): “La pertinencia de la educación superior debe evaluarse en función de la
adecuación entre lo que la sociedad espera de las instituciones y lo que éstas hacen”.
Entretanto, à época em que foi elaborada, essa Proposta Curricular não dispunha de dados
sistematizados que permitissem uma avaliação mais precisa da clientela do curso de Engenharia
Civil e supunha “tratar-se, na maioria, de alunos provenientes da classe média, estudantes que
trabalham concomitantemente, dependentes dos rendimentos do emprego para manter-se na
Universidade” (p.5).
Sabemos que a realidade é um pouco diferente disso, pois uma pesquisa de RIBEIRO
(1999), cujas tabelas constam no Anexo II, caracteriza assim essa clientela:
• a idade média dos alunos é de 24,4 anos;
• 58,8 % deles são do sexo masculino;
• 94,1 % são solteiros;
• 70,6 % são originários de Goiânia (Capital);
• 58,9% deles não trabalham, são exclusivamente estudantes.
Além disso, sabe-se que, a cada ano, chegam mais jovens à universidade, vindos de
vários Estados brasileiros, com costumes diferenciados e pouca maturidade pessoal, como os de
origem goiana.
Três desses professores, que hoje são Mestres, estão na fase de defesa de
Tese de Doutorado, enquanto outros tantos concluirão, em breve, seus cursos de
Mestrado e Especialização, em diferentes áreas do conhecimento.
Isso pode ser observado no Quadro 5, em que foram citadas as disciplinas das áreas
sociais e/ou humanas que constam das propostas curriculares dos cursos das novas modalidades
de Engenharia, na UCG.
Essa, na verdade, seria uma das missões do ensino superior, a de qualificar bem os
profissionais para atuarem no mercado, mas, também, a de transformar e recriar as situações de
trabalho.
Nesse sentido, antes de se formarem, os alunos poderiam ser incentivados, entre outras
atividades, a realizar uma prospecção científica sobre um tema qualquer que escolhessem, na
área da Engenharia Civil, convergindo sua abordagem teórica para um enfoque especializado, que
tivesse um alcance prático no canteiro de obras. Com isso, talvez conseguissem desenvolver
produtos inéditos para a engenharia, gerar novos conhecimentos teórico-práticos, ou sugerir
soluções tecnológicas inovadoras para velhos problemas na execução dos serviços.
A meu ver, o que deve sempre existir é o diálogo e a pesquisa na ação, conforme
Bachelard (1985), que também considera um absurdo dizer que o pensamento tem que se adequar
à teoria. Explica este autor que a ciência não é uma simples tradução do mundo pitoresco ou
racional, e nem a especialização é um fenômeno que empobrece a ciência ou a enquadra. Ao
contrário, quanto mais se cava a especialidade, mais ela se alarga.
Embora sejam encontrados indícios de uma visão de maior totalidade do estagio como
componente curricular, ainda persiste a sua estruturação centrada em campos de estágio,
conforme o que prescreve Proposta de Regulamento de Estágio do ENG, datado de 1º/04/97, que
transcrevo parcialmente, abaixo:
A meu ver, os critérios propostos para a aprovação dos campos de estágio são
incompletos quando não mencionam que o planejamento das atividades do estágio deverá ser feito
pelos candidatos, em conjunto com os professores supervisores e os representantes das
respectivas empresas. Esse detalhe é interessante porque inclui a opção pessoal do aluno na
organização do próprio estágio, criando a oportunidade de ele continuar outros trabalhos iniciados
anteriormente, por colegas que trilharam os mesmos caminhos.
Nas palavras de Marques (1987), a documentação escrita dessa experiência faz com que
se registre a maturação dos conhecimentos da teoria e da prática num processo de aprendizagem
continuada, ao longo da história das gerações que passam pelo Departamento de Engenharia,
compondo um acervo precioso para professores e alunos, por facilitar a elaboração de
monografias e teses e levantar pistas para novas pesquisas na Universidade.
Os critérios propostos para a aprovação dos campos de estágio também não firmam a
possibilidade de o aluno poder contar com o apoio de outras instâncias do Departamento de
Engenharia e da própria Universidade, para a consecução dos objetivos do estágio. Esse apoio
poderia vir com as possibilidades de o estagiário se incluir em algum grupo de trabalho de
pesquisa científica já em andamento, de contar com a eventual assistência de professores não
vinculados à disciplina Estágio Supervisionado, de obter com facilidade a bibliografia especializada
que necessitar, de usar os laboratórios tecnológicos para a realização de alguns ensaios
complementares, de dispor de computadores e programas de informática para uso do estagiário,
de receber orientação especial quanto à metodologia científica utilizada nos relatórios e de outras
tantas formas.
O fato faz com que essa experiência do aluno seja concebida como
eminentemente externa à Universidade, negando as premissas do próprio projeto
institucional da UCG, quanto à integração dos Departamentos, à
interdisciplinaridade e à própria natureza dos conhecimentos científicos.
A proposta de estágio do Departamento de Engenharia também define o funcionamento da
disciplina, constante do seu Capitulo III - Do Funcionamento:
Além disso, constata-se que esses relatórios também representam muito pouco, pois eles
são técnicos e pouco analíticos. Cuidam unicamente de registrar os “serviços” feitos pelos
estagiários, sem relatar os novos conhecimentos adquiridos, sem analisar as atividades envolvidas,
ou levantar questões sobre a maneira como elas foram feitas, as relações surgidas entre as
pessoas, as pressões exercidas sobre elas, o processo das tomadas de decisão, as dúvidas
surgidas e erros cometidos. Tudo passa ao largo dos registros feitos, porque os relatórios são
“objetivamente técnicos”.
Os alunos, por sua vez, que convivem inicialmente com uma busca aflitiva de um campo
para estagiar, contentam-se, posteriormente, com uma participação passiva no processo de
realização do estágio: cumprem as determinações do Coordenador do campo de estágio, na rotina
da obra ou do escritório, e entregam seus relatórios, pontualmente, nas datas acordadas, aos
professores supervisores e Coordenadores de Estágio e Extensão do Departamento.
A Norma Técnica da ABNT (NBR-12284), que trata das Áreas de Vivência em Canteiros de
Obras, por sua vez, define o canteiro de obras como “o conjunto de áreas destinadas à execução e
apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de
vivência” (p.11).
Esses conceitos continuam atuais, mas o setor de Construção Civil vem, aos poucos,
modificando suas dinâmicas de trabalho e gerenciamento, em função das recentes tecnologias
incorporadas aos métodos de produção, como foi descrito anteriormente.
Com uma estrutura organizacional própria, o canteiro de obras dispõe, ainda, de uma
distribuição planejada dos espaços disponíveis, uma setorização das atividades intermediárias e
complementares da produção, uma hierarquia administrativa definida para um limitado quadro de
recursos humanos e um conjunto de equipamentos e tecnologias disponíveis que, variando de
acordo com as possibilidades da empresa e as necessidades da obra, conferem uma maior ou
menor facilidade à execução dos serviços.
Média administração
Local de trabalho Nível intermediário HUMANAS
ou Estágio, na empresa
Administração em
Nível de Supervisão TÉCNICAS
.
Tipos de Competências demandadas
Fonte: Adaptado do IEL / GO
Dificuldades
Envolvidas Grande
Crescente Comportamento
Em Grupo
Média Comportamento
Individual
Atitude
Pequena Conhecimento
Na visão de Paiva (1999), esse fato cria uma estratégia de controle da força de trabalho
pelas empresas e representa riscos politicamente indesejáveis para a classe trabalhadora.
Isso equivale a dizer que, de um certo tempo para cá, a universidade tem
herdado a missão de formar profissionais que sejam competentes e possam
responder às mais diversas necessidades dos postos de trabalho.
Entretanto, de acordo com Libâneo & Oliveira (1997), quando se questiona o perfil de
profissional que se deve formar, a resposta deve ser sempre “nenhum, se não se discutirem, antes,
quais as atitudes, habilidades e os valores da sociedade em que este profissional estará inserido”
(p. 598).
Essa postura cautelosa se justifica diante dos pensamentos novos que
surgem com os avanços científicos e tecnológicos, que criam novas linguagens
nas ciências e na filosofia, propiciando uma outra reflexão sobre as verdades
“atualizadas” da sociedade.
Segundo o mesmo autor, quando se concebe a noção de atualidade no plano das idéias,
concebe-se um novo conceito de temporalidade − a temporalidade da ciência, por exemplo − que
implica um crescimento do número de verdades e um aprofundamento da coerência das verdades.
Mesmo que haja o que ele chama de momentos de espera na trajetória do desenvolvimento do
pensamento científico, essas digressões, na história do homem, são sempre exteriores à ciência e
esta, enquanto não haja outras constatações científicas que a renovem, continua atualizada.
Essa ciência historicizada é a própria história das hesitações dos teóricos, segundo Koyré
(apud Canguilhem, 1975), conquanto “ela é a própria teoria, fundamentalmente
matematizável”(p.12).
Quando ingressa no mundo do trabalho, o recém-formado percebe que, muito além de sua
formação específica, existem outras tantas habilidades e atitudes pessoais que passam a ser
exigidas pelo mercado, sem que ele tenha sido preparado ou mesmo advertido para o fato. Ele
constata que existem muitas lacunas a serem preenchidas, ou a necessidade de maior
amadurecimento nos “estados” físicos, intelectuais e morais, proporcionados pela educação formal.
Na realidade, vários estagiários não se entrosam com os profissionais da obra, por serem
tímidos e sofrerem o impacto das avaliações sobre o domínio de conhecimentos, competências e
habilidades, desde o primeiro contato com o pessoal do canteiro.
Luz e Granato (1999) reproduziram as mais recentes conclusões de
estudos científicos a respeito da timidez, que atinge e prejudica tantos
profissionais.
Segundo eles,
“Os tempos estão ruins para os tímidos, a começar pelo trabalho. As
empresas esperam que cada funcionário seja um vendedor de idéias
desinibido. E querem que ele participe de tarefas em grupo – se possível,
que as lidere, Na escola, o acanhado também leva a pior. Pela moderna
cartilha pedagógica, os estudantes devem fazer apresentações públicas de
seus trabalhos e discutir as contribuições dos colegas” (p.122).
Uma pesquisa realizada por Ribeiro (1999) revelou que a maioria absoluta dos alunos da
Engenharia da UCG (53,3%) confirmam a influência das novas tecnologias nos seus campos de
estágio, mas, surpreendentemente, somente a terça parte deles (35%) dizem já ter sentido a
influência da globalização.
Embora 64,7% desses alunos avaliem-se como “preparados” para os estágios que
assumem, principalmente por meio de uma preparação feita “durante” a realização do mesmo
(47,1%), a grande maioria deles (62,5%) considera que os conteúdos curriculares vistos no curso
de Engenharia Civil foram “insuficientes” para a realização dos estágios.
Na universidade, hoje, o aluno não tem escolha a fazer, a não ser aceitar as condições que
lhe são impostas, ora pela obrigatoriedade curricular, ora pela possibilidade que vislumbra de
vencer a luta por um posto no mercado de trabalho.
Ao contrário, o estágio deveria ser praticado como um recurso didático auxiliar, capaz de
contribuir para a escolha de temas e enfoques teóricos a serem desenvolvidos em sala de aula,
transformando sua natureza investigativa em recurso retroalimentador de novos conhecimentos,
nos conteúdos das disciplinas.
Essa concepção de estágio reflete algumas idéias contidas no trabalho do Fórum de
Coordenações de Graduações da PUC-Campinas, relatadas por Pádua (1998), que consideram
também importante a integração das disciplinas teóricas com o estágio, mesmo nos períodos
iniciais dos cursos, uma vez que
“a maior integração das práticas de estágio no currículo poderia ser interpretada como
indício de uma formação reprodutora dos modelos de atuação profissional vigentes no
mundo do trabalho, no sentido de que o estagiário poderia estar espelhando-se nos
profissionais junto aos quais estagia” (p.27).
Quanto a isso, Silveira (2000) afirma que “a educação e formação tecnológica são as
chaves, num contexto de globalização e de alteração da estrutura produtiva, para que o país possa
adotar novas tecnologias e elevar sua competitividade” (p. 24).
ª
Revelando a 37 posição do Brasil no ranking mundial de trabalho qualificado, o autor
admite que:
“novas tecnologias,com economia em baixo crescimento, são uma combinação fatal para
os empregos. (...)A requalificação profissional não reduz o desemprego, já que este está
associado à falta de postos de trabalho gerados por uma política macroeconômica que
produz apenas taxas pífias de crescimento econômico. Mas é importante ressaltar que,
na existência de mais postos de trabalho, os trabalhadores mais bem-educados e
qualificados tenderão a ser absorvidos mais rapidamente” (p. 24).
• “forçam a escola a mudar suas práticas por causa do avanço tecnológico dos meios de
comunicação e da introdução da informática” – é preciso dar um tratamento qualitativo ao uso
dos recursos tecnológicos disponíveis na sala de aula, hoje, evitando as pressões de uma
tendência tecnológica de sínteses, resumos e condensação das informações, as quais
chegam, de forma ultra veloz e maciça, sem dar condições a ninguém de analisá-las antes de
optar por absorvê-las, aceitá-las, ou não;
No meu ponto de vista, os caminhos para o conhecimento são múltiplos, mas seguem uma
trilha básica: partem do concreto, do sensível, do analógico, em direção ao conceitual e abstrato.
Nessa passagem, a ação docente exerce a sua ação mais profícua: a de dotar o processo de um
espírito crítico, essencial, e trazer, com lucidez, para os assuntos em estudo, os valores que dão
sustentação e esperança às condições humanas. Diferentemente disso, o uso, por exemplo, de
computadores e outros recursos tecnológicos tem permitido que o aluno, muitas vezes, caia no
isolamento, como um expectador sem reflexão, à margem da avaliação das idéias expostas e, o
que é o pior, sem poder repartir, com seus pares, o privilégio da humanização de sua formação e
de seu futuro.
A universidade, entretanto, tem que cuidar para que, em seu relacionamento com o mundo
empresarial, onde os conhecimentos vêm-se tornando bens de capital, não seja comprometida sua
autonomia e nem feridos seus princípios acadêmicos, historicamente construídos.
De acordo com Nogueira (1999), trata-se de uma relação que deve respeitar as
diferenças institucionais, mas, ao mesmo tempo, “reconhecer a existência de pontos de interseção
de interesses” (p.91). Essa relação, na opinião da autora, é uma idéia de cooperação enquanto
“ação de interesse mútuo, em um movimento multidirecional, retroalimentador, provocador de
desdobramentos, permitindo ações permanentes, valorizando o processo e firmando horizontes de
resultados” (p.91).
Nessa relação da universidade com as empresas, muito pode ser feito em favor da
comunidade discente, sem se correr qualquer risco de perdas ou danos de qualquer ordem.
Nesse sentido, diversos convênios e contratos foram firmados em anos anteriores, entre a
UCG e outras Universidades, empresas estatais e iniciativa privada, sendo algumas
tradicionalmente provedoras de campos de estágio para os estudantes de Engenharia.
Da análise dos documentos constantes do Quadro nº 3, pude constatar diversos tipos de
contratos e convênios. Há alguns sucintos e outros bastante complexos. Os primeiros apresentam
uma linguagem simples e com definições parciais das atribuições e responsabilidades das partes e
normalmente dizem respeito a mini-cursos especializados, extensão em laboratórios e atividades
artístico-culturais. Os completos, resguardados de todo tipo de inadimplência que possa ocorrer,
referem-se a termos de cooperação técnica, assessoria especializada e oferta de campos de
estágio. Poucos se destinam à realização conjunta de pesquisas e de ensaios tecnológicos.
Em cláusulas claras e com termos bem definidos nos contratos, as partes convenentes
tentam resguardar todos os seus interesses imediatos nas atividades contratadas, sem deixarem
de atender, mutuamente e em tese, aos objetivos e especificidades das atividades de cada uma.
Para Rocha (2001), o século XXI inicia uma nova era, a era humana, em contraste com a
era industrial, do século passado. Nesse novo tempo, explica o autor, o homem se preocupará, de
maneira especial, com os valores das empresas e das sociedades. Serão valorizadas a
inteligência, mesmo que mediana, a humildade consciente, a obsessão pela leitura e a curiosidade
técnica por aprender cada vez mais, enquanto a missão, a visão e a cultura das empresas terão
que ser coincidentes com os valores das pessoas.
O planejamento dos meios inicia-se com a definição dos processos produtivos a serem
empregados, em função da natureza e complexidade dos projetos, e segue com a previsão dos
equipamentos e ferramentas envolvidos, das técnicas a serem adotadas, com o cálculo das
quantidades, o orçamento dos custos e o estabelecimento dos prazos. Culmina com a definição do
ritmo a ser impresso na obra, em função do fluxo disponível de caixa.
Infelizmente, o conteúdo dessas palestras tem sido pouco assimilado pelos estagiários,
pois os dados coletados durante esse estudo indicam que a maior parte dos estudantes acusa a
instituição pela falta de informações a respeito dos diferentes campos de estágio.
Não resta dúvida que todas essas mudanças nas relações de produção e de trabalho vêm
interferindo, de forma incisiva, no canteiro de obras, local onde a maioria dos estagiários realiza
suas atividades.
Nos tipos menos complexos de obras, tais como os de edificações verticais, construções
residenciais, loteamentos, infra-estrutura urbana e outros, embora contem com um conjunto de
equipamentos e máquinas menores e programas de computação mais simples para a execução
dos serviços, as empresas passam pelas mesmas dificuldades em relação à necessidade de mão-
de-obra especializada para operacionalizar o “aparato” tecnológico.
No escritório dessas empresas, técnicos e funcionários contam, também, com outros tipos
de aparelhos, como copiadoras, calculadoras, impressoras, scanners, note-books, computadores
etc., para elaborar e detalhar projetos, fazer levantamentos de quantidades, orçamentos, cálculos
financeiros, cronogramas físicos e financeiros, listas de pagamentos e recebimentos, contabilidade,
emissão de notas e documentos fiscais, comunicação interna e externa, reprodução e emissão de
documentos técnicos ou burocráticos, cálculo de horas trabalhadas, salários e outros. Esses
equipamentos são de diversos portes e capacidades, conforme o nível de complexidade dos
serviços a que se destinam, demandando, da mesma forma, pessoal técnico especializado para
manuseá-los, operá-los e prover-lhes uma manutenção adequada.
As empresas, muitas vezes, criam campos de estágio para estudantes de Engenharia nas
obras e frentes de serviços, onde já iniciam assumindo responsabilidades. Muitos chegam, em
pouco tempo, a liderar equipes numerosas de trabalhadores e a fazer todo o serviço da empresa
relacionado com uma determinada área como, por exemplo, as de licitações, aprovação de
projetos, orçamentos, pagamentos a fornecedores, compras etc.
Apesar de, muitas vezes, as empresas acreditarem que os estagiários não têm capacidade
suficiente para desempenhar, com competência, as tarefas que lhes são atribuídas, muitos deles
surpreendem os administradores das obras. Pela vontade dos estudantes de aprender e devido ao
fato de serem dotados de raciocínio lógico e de terem grande capacidade intelectual de abstração,
eles absorvem, com facilidade, as novas tecnologias adotadas. Repassam-nas ao grupo,
permitindo a elevação rápida dos patamares de produtividade das equipes do canteiro de obras. A
convivência entre estagiários e trabalhadores de diferentes níveis abre caminho para uma maior
intimidade dos trabalhadores com os controles e demais procedimentos que as novas tecnologias
exigem, sem a necessidade de treinamentos específicos.
Desse modo, os estagiários tornam-se uma mão-de-obra barata, com qualidade, dispondo
para a empresa o seu alto nível de escolaridade, um trabalho multiplicador ágil e eficaz sobre as
tecnologias introduzidas nas frentes de serviço.
Ribeiro (1999) mostra que os estudantes de Engenharia Civil da UCG têm conseguido,
em construtoras, campos para estagiar em áreas do conhecimento, muitas vezes, diferentes das
da Engenharia. Embora 70,6% deles afirmem estagiar auxiliando o engenheiro da obra, somente
33,3% o fazem na área de arquitetura (projetos e especificações) e outros 33,3% lidam com a
parte técnica dos serviços. A autora demonstra que são 17,0% os que estagiam na área
administrativa e 17,0% os que cuidam de assuntos da área jurídica.
A meu ver, essa diversificação das “áreas de estágio para estudantes de Engenharia” pode
estar inserida em um tipo de desqualificação massiva do trabalho, que permite às empresas
resolver a necessidade de mão-de-obra qualificada, sem ter que pagar muito por ela;
Enguita (1988) mostra como são as conseqüências dessa desqualificação para os técnicos
mais ligados à direção das empresas:
“Por causa de um novo estágio na divisão do trabalho ou pela introdução ou renovação de
maquinaria, a qualificação que ele exercia antes, passa, agora, a exercer-se em algum
outro lugar, (...) ou passa a incorporar-se à própria máquina, deslocando-se, assim, para o
lugar onde se constrói esta máquina. Mas, basicamente, passa às mãos dos que trabalham
estreitamente vinculados ao empresário, um setor privilegiado e minoritário” (p.43).
É importante considerar que o ambiente da obra convive, hoje, com um jogo de poder entre
os engenheiros, gerentes, técnicos, mestres-de-obras e encarregados, que guardam vínculos
visíveis com esse temor da desqualificação do próprio trabalho. Diante da possibilidade de
supressão de um posto de trabalho, a partir da introdução de novos equipamentos e tecnologias na
obra, ou da eventual substituição de seus ocupantes, por incompetência para aprender e
desempenhar novos papéis mais especializados, esses profissionais dos canteiros de obras
enxergam cada relação funcional como uma perspectiva de concorrência pela sobrevivência do
emprego.
Esse fato, perceptível em algumas entrevistas realizadas dentro das empresas, passa a
exercer diferentes formas de pressão na convivência do estudante de engenharia com o pessoal
da obra, onde ele faz o seu estágio.
Além desse fato, toda a formação básica, mais aqueles conhecimentos técnicos
específicos trazidos por um estudante de Engenharia Civil, habilitam-no a desenvolver facilmente
novas aprendizagens dentro do canteiro de obras, e ele passa a opinar sobre a execução dos
serviços, recomendando alterações nos métodos de trabalho, providenciando controles, sugerindo
substituições de pessoal etc. Sem dúvida, isso assusta os profissionais menos preparados da obra,
ameaçados pela ingerência do estagiário no raio de influência de sua atuação profissional, como
pode ser comprovado nos dados revelados pela realidade dimensionada na pesquisa empírica da
presente dissertação.
CAPÍTULO IV
Coêlho (1987), de forma bastante acadêmica acusa que “não há, pois,
como se pensar e recriar concretamente o estágio, sem se pensar e recriar essas
realidades mais amplas e complexas” (p. 8). Essas realidades mencionadas
pelo autor são a sociedade, a Universidade e o curso.
e a autora complementa sua idéia citando Coelho (1987): “a prática revela a teoria
como conhecimento das determinações históricas da prática coletiva, inclusive das
reais condições de produção” (p.53).
Tais fundamentos sobre teoria e prática são também adotados nos
trabalhos organizados pela Comissão de Estágios da UFPR (1990). Essa
Comissão apresenta conclusões que indicam: “não há dúvidas, na opinião do
aluno, de que o estágio supervisionado é sumamente importante para a sua
formação profissional, independente do sentido que lhe é atribuído” (p.8).
Na minha opinião, a visão que o aluno possa ter do estágio, a priori, não
invalida os inúmeros benefícios que poderão ser colhidos dessa oportunidade que
o Estágio, normalmente, representa, tanto para o aluno quanto para a própria
Universidade.
Por parte dos alunos, foi freqüente a denúncia de que - a maneira mais
comum de se conseguir um campo de estágio ainda é através da indicação de um
amigo (48%) ou de um professor (17%).
Por incrível que pareça, os estagiários informantes solicitaram que lhes seja
oferecido um lugar, na UCG, para buscarem orientações básicas e respostas para
as dúvidas surgidas no local do estágio. Supõe-se que os alunos não saibam que
o lugar já existe − aula da disciplina Estágio Supervisionado, a Coordenação de
Estágio do Departamento ou, ainda, a Coordenação de Estágios da UCG. Se isso
não ocorre, talvez exista alguma razão que os impeça de recorrer a esses locais
ou quando o fazem, não encontram soluções para o que buscam. Seria
necessário buscar conhecer melhor essas razões.
Para minha surpresa, houve um Professor que disse não ser favorável à
passagem dos estagiário por diversos setores das empresas, porque o objetivo do
estágio é dar ao estagiário a experiência profissional dentro de sua formação,
como se o trabalho técnico-profissional do Engenheiro de Obra não tivesse
ligações com as áreas administrativas, financeiras, mercadológicas, de recursos
humanos e de tantas outras, da própria obra. O fato sugere que a Universidade
deveria levar à discussão, os entendimentos básicos da questão da formação e do
perfil do Engenheiro que deseja formar, para que seus próprios representantes
não ofereçam resistência ao alcance de seus objetivos acadêmicos.
Sendo assim, concordo com Perrenoud (2001) quando afirma que “em algumas
profissões que dependem totalmente das tecnologias, a renovação das
competências é evidente” (p. 9), mas isto não se aplica plenamente à
Construção Civil, que possui seus procedimentos alicerçados em princípios que
evoluem a um ritmo mais lento, ao longo do tempo, e cuja progressiva
recomposição de suas técnicas caminha sem grandes rupturas.
Neste sentido, entende-se que a prática pedagógica, no canteiro de obras, tem como
ponto de partida e de chegada a prática social e seus espaços e tempos
complementam a aprendizagem do acadêmico em sala de aula, do Departamento de
Engenharia. A priori, existe um contexto tecnológico novo no avanço diário da
obra, com modificações contínuas na organização do trabalho, no gerenciamento
das empresas, nos tipos de relações contratuais e nas novas tecnologias,
introduzidos a partir da práxis no âmbito da Construção Civil.
ALMEIDA, Célia S. Um reexame do estágio curricular – Elementos para discussão. In.: Seminários
regionais sobre estágio curricular – Documento síntese. Brasília: MEC/SESu, 1987.
AMADO, Wolmir. Reflexões Acerca do Poder – Poder e Educação Popular. Revista Estudos. v.
14, n. ¾. jul/dez. Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 1997.
BRULL , José L. Castillejo e outros. A educação e seu processo. Mimeo. Goiânia, UCG-
Departamento de Educação. 1999.
BRZEZINSKI, Iria. Notas Sobre o Currículo na Formação de Professores: Teoria e Prática. Revista
Estudos. v. 22, n. ½. jan/jun. Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 1995.
CARNOY, Martin; LEVIN, Henry M. Escola e trabalho no estado capitalista. São Paulo: Cortez, 1987.
DIAS, Marco Antônio Rodrigues. Pertinência Social. Revista Educação. Ano 27,
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NOGUEIRA, Maria Cecília Diniz. Universidade e Indústria: Parceria Preferencial – Relato de uma
Experiência. Revista Universidade e Indústria – Perspectiva da UFMG. UFGM/CNI/IEL, Belo
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PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Diretrizes Gerais: uma proposta para
o desenvolvimento do estágio na universidade. Série Acadêmica. PUC -
Campinas, 1998.
SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Precisam-se de soluções. Revista Ensino Superior. Ano 2
nº 22. São Paulo, SEMESP. Jul 2000.
SPEYER, Anne Marie; CASTEJÓN, Agostinho S. J.; FÁVERO, Leônida; SOUSA, Djanira
L. Educação para o trabalho – Reflexões sobre o 2º grau. São Paulo: Editora Loyola,
1983.
WERTHEIN, Jorge. Abre-te, Sésamo. Revista Educação. São Paulo, ano 28, n. 244, p.7-9,
ago. 2001.
ANEXO 1
DA Nome:..............................................................................................................................................
EMPRESA Porte: Micro ; Pequena ; Média ; Grande.
Nome:..........................................................................................Área Construída:...................m2
DA Endereço:........................................................................................................................................
OBRA ........................................................................................................................................................
Tipo: Edifício Multifamiliar ; Casa Unifamiliar ; Comercial ; Outro .
PERGUNTAS
1) A Obra possui algum estagiário?
Não. Por quê não? ..............................................................................................................
.............................................................................................................................................
Sim. Em que área de atuação? ............................................................................................
.............................................................................................................................................
7) Você sabe que ano da Escola o Estagiário está cursando? Não. Sim. Qual?......
8) Você soube quais eram as expectativas iniciais do Estagiário quando ele iniciou o
trabalho em sua Obra ? Não; Sim, perfeitamente; Sim, tive uma noção.
9) O Estagiário lhe apresentou algum Plano de Trabalho ? Não apresentou nada.
Não, mas a Obra fez um Plano p/ ele. Sim, apresentou um Plano de Trabalho.
11) O Estagiário tem podido aplicar na Obra aquilo que ele aprendeu na Faculdade ?
Não. Por quê ? .........................................................................................................
........................................................................................................................................
Sim. Como isso é programado ? ..............................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
13) Na sua opinião, quem é o maior responsável pelo bom desempenho do Estágio?
A administração da Empresa. A Obra. A Escola. O Estagiário.
14) O Estagiário tem podido conhecer outras áreas da empresa ? Não. Sim.
Em que circunstâncias ? ................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
15) O serviço feito pelo Estagiário é confiável? Não. Sim. Sim, mas é conferido.
17) Na sua opinião, qual o maior benefício que o Estagiário recebe fazendo o Estágio
na Obra ? .........................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
6) Com que freqüência esse Coordenador conversa com o estagiário sobre os serviços?
_________________________________________________________________________
7) O estagiário é apresentado ao grupo todo, quando ele começa o estágio? Sim Não
8) Quem define o serviço que o estagiário vai fazer na prática?
_________________________________________________________________________
9) Quando o estagiário fica com alguma dúvida sobre um serviço, quem é que ele procura
para se esclarecer? __________________________________________________________
_________________________________________________________________________
10) Você já participou de trabalhos feitos com um estagiário? Não; Poucos; Vários.
11) Você considera confiável o serviço feito por um estagiário? Por favor, explique-se.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
12) De que você acha que o estagiário mais precisa para se ambientar melhor no estágio, ter
uma alta produtividade nos serviços e um bom relacionamento com as pessoas?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
13) Quais são os defeitos pessoais do estagiário que mais podem atrapalhá-lo no estágio?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
14) Alguém da Universidade vai ao local do estágio para conhecer as condições de serviço
e saber se a empresa e o estagiário estão satisfeitos? _______________________________
_________________________________________________________________________
15) Indique com os nº 1,2,3 etc a ordem das pessoas a quem o estagiário está diretamente
subordinado, no seu local de trabalho: Diretor; Engº; Arquiteto; Mestre; Técnico;
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
6) Na sua opinião, existe alguma resistência do pessoal do escritório ou da obra, em aceitar
a presença de um estagiário no meio deles? Por quê?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
7) Quem participa da elaboração da programação de serviços que o estagiário irá fazer?
Como você acha que isso deveria ser feito? ______________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
8) Quando o estagiário tem alguma dúvida sobre um serviço, na realidade, quem é que ele
procura para esclarecer sua dúvida? ___________________________________________
Quem ele deveria procurar? __________________________________________________
9) Quem é que normalmente ensina o estagiário a fazer algum serviço novo, que ele ainda
não sabe? _______________________________________________________________
10) Você acha que os profissionais da obra resistem em acatar as ordens de um estagiário?
_______________________________________________________________________________________
O que deveria ser feito com relação a isso? ______________________________________
_______________________________________________________________________________________
11) Você já participou de trabalhos feitos por um estagiário? Não; Poucos; Vários.
12) As pessoas confiam num serviço feito por um estagiário? Por favor, explique-se.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
______________
13) De que você acha que o estagiário mais precisa para se ambientar melhor no estágio, ter
uma alta produtividade nos serviços e um bom relacionamento com as pessoas?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
14) Quais são os defeitos pessoais do estagiário que mais atrapalham o seu rendimento no
estágio? __________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
15) Você acha benéfico permitir que o estagiário passe por outros departamentos da
empresa, estagiando fora do âmbito específico de seus conhecimentos? Por quê?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
16) Como a Universidade deveria proceder para acompanhar melhor o aluno, durante a
realização do estágio, informar-se das condições dos serviços executados pelo estagiário e
saber das qualidades técnica, ética e social da prática profissional que ele está aprendendo?
________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
17) Como a Universidade poderia envolver um número maior de disciplinas e professores
na programação dos estágios, buscando a interdisciplinaridade e a pluralidade de enfoques
técnicos e tecnológicos dos conhecimentos adquiridos?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
18) Que tipos de conhecimentos você mais sente falta, desde que começou a trabalhar como
profissional formado, ou considera que esteja faltando no currículo da Engenharia Civil?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
19) Quais desses conhecimentos você obteve na Universidade, no curso de Engª Civil?
( )Fazer Relatórios Técnicos dentro das normas da ABNT.
( )Estabelecer metas de Planejamento, c/ cronogramas físico/ financeiro das ações.
( )Desenvolver Controles de andamento da produção e cálculos de produtividades.
( )Criar normas de procedimentos técnicos/tolerâncias para execução de serviços.
( )Elaborar orçamentos de serviços, compondo custos de materiais e mão de obra.
( )Levantar quantidades de materiais a partir de projetos e especificações prontos.
( )Necessidades humanas, formação de equipes, relacionamento interpessoal.
( )Ecologia, impacto ambiental,desenvolvimento sustentável,produção mais limpa.
( )Empreendedorismo, fluxo de caixa, lançamento contábil,viabilidade econômica.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU - MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Orientadora: Profª. Drª Iria Brzezinski
Mestrando: Paulo José Mascarenhas Roriz.
____________________________________________
8) Com que freqüência esse Coordenador trata/tratava com você sobre os seus serviços?
_________________________________________________________________________
9) Você foi apresentado às equipes da empresa, quando começou o estágio? Sim; Não
Quem o apresentou? ________________________________________________________
10) A empresa lhe proporcionou algum treinamento inicial? Sim; Não. Em que área?
________________________________________________________________________
11) Quando você fica/ficava com alguma dúvida sobre um serviço,a quem recorre/recorria?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
12) Você participou de trabalhos em mais de um departamento na empresa? Não; Sim.
13) Você considera importante o serviço feito por você no estágio? Explique:
_______________________________________________________________________________________
____________________________________________
14) Como as pessoas, na empresa, valorizam os serviços feitos pelo estagiário?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
15) De que você acha que o estagiário mais precisa para se ambientar melhor no estágio, ter
uma alta produtividade nos serviços e um bom relacionamento com as pessoas?
_______________________________________________________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
16) Quais são os fatores que mais podem atrapalhar o estagiário?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
17) Alguém da Universidade vai/foi ao local do seu estágio para conhecer as condições de
serviço e saber se a empresa e você estão/estavam satisfeitos? _______________________
_________________________________________________________________________
18) Indique com os nº 1,2,3 etc a ordem das pessoas a quem você está/esteve diretamente
subordinado, no seu local de trabalho: Diretor; Engº; Arquiteto; Mestre; Técnico;
Tabela nº 1
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DOS ESTAGIÁRIOS.
CURSO DE MÉDIA ALUNOS
CARACTERÍSTICAS
ENGENHARIA UCG
Idade Média (anos) 24,4 25,1
Estado Civil Solteiro 94,1 73,2
(%) Casado 5,9 21,7
Sexo (%) Masculino 58,8 35,0
Feminino 41,2 64,3
s.r. - 0,7
Procedência Capital 70,6 56,0
(%) Interior 17,6 28,8
Outros 11,8 19,2
Trabalho Sim 35,3 45,2
(%) Não 58,9 54,1
s.r. 5,7 0,7
Fontes: RIBEIRO (1999, Anexo 4).
Tabela nº 2
AUTO-AVALIAÇÃO DOS ESTAGIÁRIOS, SEGUNDO ITENS (1) A (4).
Curso Item 0,0 4,0 5,0 6,0 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 s.r Média
1 - - - - 3 - 3 - 5 - 6 - 8,8
ENG 2 - - - 1 3 - 8 - - - 5 - 8,3
3 - - - 1 - - 4 - 5 - 7 - 9,0
4 - 1 - - 3 1 4 - 3 - 4 1 7,7
1 - - 1 2 16 - 25 - 32 1 80 - 9,1
TOTAL
2 2 - 3 5 27 - 61 - 26 2 30 1 8,1
UCG 3 - - 6 5 15 - 33 - 30 1 64 2 8,6
4 1 1 3 1 23 1 28 2 26 - 69 2 8,6
Fontes: RIBEIRO (1999, Anexo 4). Itens: (1) Freqüência e pontualidade; (2) Estudos; (3) Relações
que estabelecem entre curso/universidade – campos de estágio; (4) Elaboração e registro sobre
estágio.
Tabela Nº 3
PERCENTUAL DE ESTAGIÁRIOS QUE CONSIDERAM OS ITENS
CONSULTADOS - 1997/2
ITENS ENGENHARIA TOTAL DA UCG
CONSULTADOS Sim Não s.r. Total Sim Não s.r. Total
Consideram os
conteúdos
curriculares 37,5 55,5 44,5
62,5 % - 100 % - 100 %
suficientes à % % %
realização do
Estágio?
Nº de Estagiários
que confirmam a
contribuição dos
13 03 01 17 129 21 07 157
conteúdos do
Estágio para a
revisão curricular.
Nº Estagiários que
Confirmam a
influência da 06 08 03 17 54 85 18 157
Globalização nos
campos de Estágio
Nº Estagiários que
confirmam a
influência das novas 08 07 02 17 46 106 05 157
tecnologias nos
campos de Estágio.
Fontes: RIBEIRO (1999, Anexo 4).
Tabela nº 4
PERCENTUAL DE ESTAGIÁRIOS QUE CONSIDERAM IMPORTANTE A
REALIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO, SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO DOS
ESTÁGIOS – 1997/2.
ITENS ENGENHARIA TOTAL DA UCG
CONSULTADOS
SIM NÃO s.r. SIM NÃO s.r.
Planejamento 64,7 29,5 5,8 87,8 9,5 2,7
Avaliação 82,5 11,7 5,8 94,3 3,8 1,9
Supervisão 70,6 17,7 11,7 89,4 6,0 4,6
pelo Docente
Supervisão 88,4 5,8 5,8 91,4 7,2 1,4
pelo Campo
Fontes: RIBEIRO (1999, Anexo 3).
Tabela nº 5
QUANTIDADE DE ESTAGIÁRIOS QUE INFORMAM OS ITENS ABAIXO -1997/2
ALTERNATIVA ENGENHARIA TOTAL DA UCG
ITEM
PESQUISADO S Nº % Nº %
Periodização do Início do 05 29,4 103 65,6
acompanha- Estágio
Durante o 05 29,4 30 19,1
mento do Estágio
Estágio Outra época 01 5,9 06 3,8
s.r. 06 35,3 18 11,5
Freqüência no 1 ou +x 03 17,7 99 63,1
acompanha- /semana
Mensalmente 06 35,4 12 7,6
mento ao
Conforme 03 17,6 27 17,2
Estágio
necessário
Outra ou s.r. 05 29,5 19 12,1
Fontes: RIBEIRO (1999, Anexo 3).
Tabela nº 6
NÚMERO DE ESTAGIÁRIOS QUE CONSIDERAM OS ITENS CONSULTADOS - 1997/2.
ITENS ENGENHARIA TOTAL DA UCG
ALTERNATIVAS
CONSULTADOS Nº % Nº %
Que avaliam a Sem preparação 06 35,3 54 34,4
Preparação para o Com preparação 11 64,7 100 63,7
Estágio s.r. - - 03 1,9
Segundo a época Início do Estágio 01 5,8 28 17,8
da preparação para Durante o Estágio 08 47,1 67 42,7
o Estágio. s.r. e outros 08 47,1 62 39,5
Que indicaram a Campo e UCG 04 23,6 23 14,6
quem compete a Curso 03 17,6 60 38,2
preparação para o Campo de Estágio 03 17,6 10 6,4
Estágio. s.r. 07 41,2 64 40,8
Que elegeram a Currículo 02 11,8 109 69,5
competência a Professor 01 5,8 25 15,9
definição do Campo 11 64,8 15 9,5
conteúdo do Estagiário 02 11,8 06 3,8
Estágio. Outros 01 5,8 02 1,3
Número de Constantemente 07 41,2 26 16,5
Estagiários que
Raramente 07 41,2 42 26,7
consideraram ser o
Estágio Às vezes 02 11,7 28 18,0
desenvolvido
segundo as Nunca 01 5,9 51 32,5
necessidades dos s.r. - - 10 6,3
campos,
independentemente
dos Currículos.
Número de Estagiá- Constantemente 02 11,8 06 3,8
rios que considera- Raramente 03 17,6 27 17,2
ram a possibilidade Às vezes 12 70,6 41 26,1
de contratação Nunca - - 64 40,7
pelos campos de
s.r. - - 19 12,1
Estágio.
Fontes: RIBEIRO (1999, Anexo 3).
Tabela nº 7
NÚMERO E PERCENTAGEM DE ESTAGIÁRIOS QUE CONSIDERAM A
COMPETÊNCIA NA REALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DO ESTÁGIO – 1997/2
Tabela nº 8
PERCENTUAL DE ESTAGIÁRIOS QUE CONSIDERAM O ACOMPANHAMENTO
DO DOCENTE, DOS PROFISSIONAIS DO CAMPO DE ESTÁGIO E DOS DOIS
EM CONJUNTO - UCG 1997/2.