4 - A Identidade Civilacional Da Europa Ocidental

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RESUMOS DE HISTÓRIA

1.1. Poderes e crenças – multiplicidade e unidade

1.1.1. A multiplicidade de poderes

 Época Medieval começa com a queda do Império Romano do Ocidente.


 Ocidente fragmentou-se em inúmeras unidades políticas, reinos e até um império.
 A gente comum era comandada por autoridades locais (pouco sentia o poder de reis,
…) – em 1200 os senhorios ocupavam 4/5 da Europa

Os senhorios

 Senhorio – terra de um senhor/nobre/membro do alto clero (tamanho variável)


 O senhor exerce poder sobre a terra (era dele, cobrava rendas e serviços); poder sobre
os homens (impostos de natureza económica, jurisdicional e militar)
 Domínio económico (posse da terra); o senhor podia aplicar e julgar penas, lançar
impostos, recrutar para o exército. Os + importantes podiam até cunhar a própria
moeda
 Poderes políticos são hoje do Estado; nome dos poderes: ban ou bannus; tinha de
prestar contas ao rei

País- território Partilha “justa” Banalidades – impostos – exigência e


Nação- população Ex: se fizeres 5 pães dás 1 imposição que os habitantes das
terras tinham que pagar ao senhor

Ducados e condados

 Duques e condes: familiares + próximos do rei (escalões superiores da nobreza, tinham


senhorios gigantes que se iam alargando)
 Com generosas doações régias e hábeis políticas de casamentos juntavam parcelas
senhoriais (englobavam terras agrícolas, vilas e até cidades)
 Muito ricos e poderosos: chegavam a afrontar o poder do rei, a quem teoricamente
deviam obediência.

Os reinos

 São unidades políticas extensas, comandadas por um rei.


 Para serem estáveis, era preciso:
o O reconhecimento da autoridade de 1 família, a qual compete exercer a realeza
(regime hereditário); rei- exerce poder sobre todos, para garantir o bem comum.
o Delimitação de um território, onde o monarca exerce a sua autoridade. Nascer
numa terra = dependência do rei.

Constituição de um reino: processo de identificação Laços do tipo étnicos, históricos,


de um rei, um território e os seus habitantes. culturais e políticos.

SÉC. XIII – reinos consolidados – Portugal, Castela, Aragão, França e Inglaterra


O Império

 Apesar da queda do império do ocidente, o ideal de uma autoridade máxima não foi
apagado.

1ªTENTATIVA:
- No Natal do ano 800, o Papa coroou, em Roma, Carlos Magno (rei dos Francos),
imperador do ocidente
-o império de Carlos Magno foi curto e depois da sua morte acabou por se dividir,
devido á ambição e inveja dos seus filhos.

2ªTENTATIVA:
-No século X, o sonho imperial renasceu em Otão I (936-71) rei da Germânia (+
poderoso monarca Ocidental)
-Aliou-se ao Papa, que também recebeu a coroa imperial
- Este império recebeu o nome de Sacro Império Romano-Germânico (territórios
germânicos e italianos)
 O Sacro Império nunca concretizou o sonho de domínio universal

Na Europa Ocidental: afirmavam-se Internamente, o poder imperial foi


reinos mais organizados e enfraquecendo: disputas entre o Papa e o
fortalecidos imperador; afirmação de grandes senhorios
 No séc. XIII- o Sacro Império não passava de um conjunto de territórios governados
por príncipes locais, que escolhiam o imperador.

As Comunas

 A partir do séc. XI – clima de paz e prosperidade, a cidade renasce e anima-se.


 As cidades aceitam mal o domínio dos senhores e reivindicam a sua autonomia.
 No século XI – luta pela liberdade citadina – Norte da Itália onde nunca se perderam as
tradições urbanas.
 Os mercadores, o grupo + rico, + influente, + ativo obrigou à união de todos os
habitantes, selado por um juramento – a COMUNA.
 As lutas comunais – toda a Europa – episódios violentos (Milão, Cambrai ou Colónia) e
alguns episódios pacíficos – dinheiro.
 No séc. XII, violenta ou negociada, boa parte dos burgos europeus recebeu a sua
CARTA COMUNAL – garantias e liberdades concebidas pelo senhor á cidade.

CARTA COMUNAL: os estatutos e privilégios dependem da cidade (Itália e Alemanha: mais


privilégios adm.)

- As cidades reorganizaram-se, altos cargos- mercadores + ricos.

As cidades independentes, especialmente a Itália, prosperaram e destacaram-se.

A imprecisão de fronteiras

 Turbulência política – fronteiras imprecisas e pouco estáveis


 Anexações, guerras, acordos políticos – alterava
 A nível interno: delimitações efémeras e de contornos mal definidos (junção de
senhorios, desmembramento, liberdades conquistadas, usurpações senhoriais,
pregressos de autoridade real)
1.1.2. A unidade da crença

 Apesar de não ser unida em termos políticos, a Europa era unida pela mesma Fé
 Igreja – Ultrapassa fronteiras – IDENTIDADE COMUM
 CRISTANDADE LATINA – Ocidente – conjunto de terras e povos cuja língua é o latim e
que obedecia o bispo de Roma (o Papa)

O poder do bispo de Roma

 Apesar de se ter reconhecido ao bispo de Roma uma dignidade especial, a sua


aceitação entre os outros bispos suscitou graves e prolongadas desavenças – séc. XI –
corte de relações entre o clero do Ocidente e do Oriente (Constantinopla)

Papa Gregório VII – consolidou o poder de Roma: Considerou-se detentor do poder


máximo, superior a qualquer monarca
o Moralizou os costumes e a atuação dos clérigos
(até o Imperador do Sacro)
o Proclamou a supremacia absoluta do papado

 Resultou em inúmeros conflitos entre o Papa, o imperador e monarcas europeus (não


acabaram com uma vitória total do papado, mas contribuíram para o reforço da
autoridade e do prestígio da Igreja – no séc. XIII – instituição mais poderosa e
organizada do Ocidente.

Centro reconhecido: Roma; chefe supremo: Papa


Exerce o poder sobre o Ocidente e todos os seus habitantes
Possui meios humanos e materiais (clérigos, fiéis, taxas – dízimas 1/10 colheitas)
Código de leis próprias – Direito Canónico

A Cristandade Ocidental face a Bizâncio

 O Império Romano do Oriente “sobreviveu” até 1453, onde sucumbiu ao poder Turco

O Império Bizantino achava-se herdeiro direto do mundo romano, “superior”

Constantinopla é a “nova Roma” – centro religioso – Imperador Constantino – língua grega


– Patriarca (não é Papa)

 A rivalidade entre os bispos de Roma e Constantinopla sempre existiu – recusa do


patriarca bizantino em aceitar a supremacia romana.
 Em 1054 – rutura efetiva, os legados de ambos excomungaram-se mutuamente
(mandaram-se mutuamente para o inferno)
 Oriente – Igreja ortodoxa – língua grega – segue a “doutrina certa”; Ocidente – Igreja
latina
 Esta cisão religiosa agrava-se em 1204: os cavaleiros da Quarta Cruzada (iam para o
Oriente para combater os muçulmanos) assaltam e saqueiam Constantinopla.
Motivados certamente pelas riquezas da cidade. Bizâncio representava que os
ocidentais eram tão pérfidos e hostis que se esqueceram que compartilhavam a
mesma fé em Cristo.
A Cristandade ocidental face ao Islão

 Séc. VII – ano 609 – Maomé inicia a sua vida de pregações.


 Até á sua morte em 632, Maomé dedicou-se por completo à glória de Alá e á difusão
da sua palavra. Fundou uma nova religião – o Islão – cujos princípios fez registar num
livro sagrado – o Alcorão (ou Corão).
 Os árabes passaram a ser um povo unido sob a bandeira de uma mesma fé e para a
espalharem pregaram a Guerra Santa – Jihad (em pouco tempo tinham seguidores nos
3 continentes)
 Durante 4 séculos (de VIII ao início de XII) a Cristandade apequenou-se face ao Islão,
que impôs o seu poder militar e apropriou-se do comércio mediterrânico.
 Civilização próspera e requintada, onde brilhavam as ciências, poesia e a filosofia. O
mundo cristão, comparado ao mundo islâmico, era pequeno, pobre e rude.
 Em 1095 a Cristandade deu um sinal que tudo estava prestes a mudar (cruzadas)
 Atendendo ao apelo do Papa Urbano II, o Ocidente começou uma série de grandes
ofensivas militares (cruzadas)

OBJETIVO: libertação dos lugares santos da Palestina (foi a ir para lá que saquearam
Bizâncio)

O poder das cruzadas fortaleceu a ideia de uma sociedade encabeçada por um ideal
religioso.

 No século XIII, a Europa Ocidental tinha, claramente, recuperado do seu


abatimento face ao Islão. Passaram a ter uma rivalidade + equilibrada.
 Ocidente: cristão; Oriente: muçulmano
 Shiva, Deus, Jeová, Alá – mesmo deus

1.2. O quadro económico e demográfico – expansão e limites do crescimento

1.2.1. A expansão agrária e o crescimento demográfico

 A partir do ano mil, florestas passaram a terras cultivadas. Os homens desbradaram


bosques, amanharam baldios e secaram pântanos – terras de lavoura (aldeias e vilas
novas)
 Esta iniciativa de grandes arroteamentos deve-se a reis, senhores e até a cidades, mas
foram as ordens monásticas que assumiram um alto papel, distribuindo terras,
atraindo trabalhadores, dando materiais e instrumentos de trabalho.
 Ocorreram também avanços técnicos.
o O crescente uso de ferro nos utensílios agrícolas
o Melhor aproveitamento da força animal (novas formas de atrelagem)
o Rotação trienal de culturas (permitiu granjear, por ano, uma maior parcela de
terreno)
o A fertilização dos campos (com marga e cinzas e estrume animal) + qualidade
dos solos
 Esta abundância de alimentos refletiu-se num aumento da população. Quando as
grandes fomes recuaram, diminuíram as epidemias (ficaram mais resistentes)
 Nos sécs. XI e XIII a população da Europa duplicou
1.2.2. O renascimento das cidades e a dinamização das trocas

 Além do setor agrícola, também houve prosperidade no comércio e no artesanato. O


seu dinamismo contribui para o renascimento das cidades.

O surto urbano

 As cidades aumentaram em número e em tamanho (em torno dos velho castelos


senhoriais).
 Também se transformaram, assumem uma feição essencialmente económica.
 Estabelecem-se mercadores, banqueiros, artesãos, lojistas – burgueses, novo grupo
social – burguesia (ligado á cidade e às suas atividades).
 Os nobres vão procurar novos divertimentos e artigos de luxo; os peregrinos procuram
hospitalidade; desenraizados procuram a esperança de uma vida melhor.
 A cidade assume-se como um POLO DE ATRAÇÃO (auge no início do séc. XIV - peste).

A dinamização das trocas locais e regionais

 Pequenos mercados de dominante agrícola – alimentavam vida económica – ligação


contínua entre a cidade e os campos + próximos.
 Necessidades de abastecimento da população urbana eram para o camponês um
mercado certo (vender: cereais, frangos, ovos, queijo, legumes, lã) Em troca adquiria
alfais agrícolas, vestuário, utensílios de cozinha e outros objetos de uso corrente –
eram um verdadeiro luxo para as gentes do campo.
 Área de abastecimento de uma cidade de 10 a 20 mil hab. era de 50 quilómetros
 As ligações cidade-campo estabeleciam-se pelos almocreves (abasteciam as cidades de
géneros alimentícios e as zonas agrícolas de produtos manufaturados)
 1º vende o senhor, depois os que vivem no senhorio.
 Proibiu-se a venda pelo caminho ou fora das horas definidas; evitava-se os
açambarcamentos, regulava-se os preços e garantia-se a qualidade dos produtos.
Medidas rígidas: limitavam-se as quantidades que cada um podia adquirir e punia-se
os comerciantes enganadores.
 Mercado local – afirmação da economia monetária. A rede de trocas alargou-se –
comércio regional.
 Resumindo, o renascimento urbano dinamizou a vida económica (orientou-se para o
mercado e lucro) – mudou o rumo da História.

1.2.3. As grandes rotas do comércio externo

 Nos sécs. XII e XIII, os mercadores reativaram as rotas do comércio internacional.


 Polos mais atrativos no novo comércio europeu: cidades de Flandres, as do mar
Bálticos e do Mar do Norte; as do Norte de Itália e as cidades-feira de Champagne.

A Flandres

 Ativa indústria de laticínios fez prosperar as cidades. Ypres, Gand, Bruges, Donai –
cidades manufatureiras cujos tecidos chegavam a toda a Europa e até ao Oriente.
 A Flandres atraía, por força da sua posição geográfica, mercadores dos quatro cantos
da Europa.
 Norte (alemães das cidades hanseáticas) traziam produtos do Báltico e das longínquas
regiões da Rússia; Sul (italianos) traziam produtos mediterrânicos e especiarias
orientais)
 As cidades (destacando Bruges) acolhem os mercadores com privilégios (dando-lhes
residência e autorização para construção de casas de comércio). Bruges torna-se o
local mais cosmopolita da Europa:
o Peles, madeira e a cera do Norte;
o Vinhos, sal e o azeite da Península Ibérica
o Lãs de Inglaterra
o Alúmen da Síria
o Especiarias do Oriente

O comércio da Hansa

 Associações mercantis: protegiam os comerciantes de um cidade/região e defendiam


os seus interesses: as hansas ou guildas.
 HANSA TEUTÓNICA (associação que uniu as cidades do Mar do Norte e do mar
Báltico): mais poderosa, “a Hansa”
 Principais cidades: Hamburgo, Dantzig, Riga, Colónia, Lubeque
 Carregavam em rumo ao sul:
o Cereais da Prússia e da Polónia
o Peles, ceras e madeiras da Rússia e da Noruega
 Carregavam para o norte:
o Vinho e sal da França
o Lãs da Inglaterra
o Azeite do Mediterrâneo
o Tecidos da Flandres
 Papel importante no comércio entre a Flandres e a Inglaterra, transportando, no séc.
XV, mais de 70% das mercadorias inglesas para a Flandres

As cidades italianas e o domínio do comércio mediterrânico

 Cidades italianas: melhor preservaram a memória e o saber das ligações mercantis.


 Amalfi, Génova, Pisa e Veneza – antes do séc. XI – comércio marítimo – ligações com o
Império Bizantino e até Alexandria.
 Primeira cruzada (1095) marcou o recuo do domínio muçulmano no Mediterrâneo e a
sua abertura ao comércio europeu.
 Apesar de rivais, os genoveses, venezianos e pisanos concordaram entre si nas rotas
comerciais que levavam à Ásia Menor, à Síria e ao Egipto.
 Faziam chegar ao mercado europeu: tecidos finos, pérolas, pedras preciosas, alúmen.
 Especiarias: leves, de fácil transporte. Bons lucros. A estes produtos juntavam-se os
tecidos de lã fabricados em Florença, Pádua ou Milão.
 Desta prosperidade falam as suas ricas moedas de ouro e a ousadia dos seus
mercadores (aventuram-se ao Oriente) – até os portugueses terem desvendado as
Índias.
As feiras de Champagne

 Mercadores eram sobretudo viajantes, deslocavam-se muito, comprando aqui e


vendendo ali.
 Desenvolveram-se feiras periódicas – atingiram dimensão internacional.
 Para atrair reis, feirantes e senhores ofereciam condições vantajosas de alojamento e
armazenamento, isenção/redução de impostos. Também garantiam a segurança dos
mercadores – através de um salvo-conduto.
 Cidades de: Lagny, Bar-sur-Aube, Provins e Troyes.
 Ponto de encontro dos mercadores da Europa e de tudo o que eles tinham para
oferecer. Calendário estendia-se ao longo de todo o ano – mercado contínuo.

As novas práticas comerciais e financeiras: solução para novos problemas

 Práticas novas – facilidade e segurança. Surgiram as/os 1ºs sociedades comerciais,


seguros e pagamentos em papel (cheque e letra de câmbio)
 Desenvolveram-se cambistas/banqueiros – antes nas feiras, troca de moedas – depois
alargaram para depósitos e transferências de dinheiro.
 A partir do século XII, banqueiros viram a sua posição social reconhecida e o seu ganho
legitimado pelos benefícios da vida económica (antes eram mal vistos pela Igreja).

1.2.4. A fragilidade do equilíbrio demográfico


 A morte na Idade Média era uma presença constante. Matava sobretudo as crianças,
chegar á idade adulta era um privilégio e quem atingia a velhice era admirado.
 Elevada mortalidade: atraso na medicina, poucos hábitos de higiene, desconhecimento
dos princípios básicos da puericultura. Fomes e pestes: principais responsáveis pelo
frágil equilíbrio demográfico.
 Nesta época, 1 mau ano agrícola implicava na subida do preço do pão (+pobre
morriam de fome); quando estes anos se sucediam, a fome atingia proporções
catastróficas. Logo depois vinham as epidemias.
 Natalidade e mortalidade elevadas, mas, quando a “trilogia negra” (morte, fome e
guerra) se completava, as mortes eram mais elevadas. Quando havia paz e boas
colheitas, a população aumentava.
 Sécs. XI a XIII (períodos felizes) houve muito crescimento e evolução 8”mundo cheio”).

A quebra demográfica do século XIV

A fome

 No fim do séc. XIII os solos estavam esgotados, a produção não era grande o bastante.
A isto juntaram-se as alterações climáticas (muito chuva e arrefecimento
generalizado).
 As chuvas e o frio faziam apodrecer as sementes e as colheitas perdiam-se. A fome
regressou ao Ocidente. Provença: 1 em cada 3 anos era mau (colheitas); Navarra:
escassez e subalimentação em todo o século XIV; Portugal: 21 crises de subsistência.
 Rasto de miséria e morte, era interpretado como um “castigo divino para os pecados
da Humanidade”.
A grande peste

 Em 1348 abateu-se uma terrível epidemia sobre o Ocidente, a Peste Negra.


 Trazida do oriente por marinheiros genoveses, foi a mais grave epidemia da história.
Atingiu a Sicília e a Toscana, propagando-se por toda a Europa, até à França, P. Ibérica,
Inglaterra e Escandinávia (numa marcha circular).
 Carácter bubónico, nasciam tumefações (bubões negros e azulados) nas virilhas, axilas
e no pescoço. Podia revestir um carácter pulmonar, propagando-se pelo ar (+
contagiosa e fatal).
 Desconhecendo a origem da epidemia, os homens medievais atribuíram-na á punição
de deus pelos seus pecados. Na falta de tratamentos, os médicos aconselhavam a
fuga, antes dela chegar ás cidades. Muitos o fizeram e fugiram para o campo
(abandono e despovoamento), outros fugiam dos doentes, mesmo dos familiares mais
próximos, que abandonavam á sua sorte.
 A peste durou meses. No total, entre 1347 e 1350, cerca de 1/3 da população foi
ceifada pela Peste Negra que, até ao século XVIII, não deu tréguas à Europa. Atingia
todos, independentemente da classe, sexo ou idade.

A guerra

 Guerras civis, conflitos entre Estados, revoltas populares assombravam o quotidiano


das populações europeias.
 Os efeitos devastadores eram causados sobretudo pelas violências perpetuadas pelos
exércitos sobre as populações. A aproximação das tropas, amigas ou inimigas, trazia o
pânico para os camponeses: celeiros roubados, gado confiscado, searas espezinhadas,
violações e assassinatos, fome e destruição. Nas cidades era igual.
 Resumindo, nos sécs. XIV e XC, a vida voltava a ser violenta e sombria.

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