Resumo Golpe Da Maioridade
Resumo Golpe Da Maioridade
Resumo Golpe Da Maioridade
NO SEGUNDO REINADO
O GOLPE DA MAIORIDADE
O quadro de instabilidade e revoltas que marcou o Período Regencial
contribuiu para aprofundar as divergências políticas entre as elites sobre como
garantir a estabilidade e a unidade territorial. Nesse contexto e com apoio da
província do Rio de Janeiro e das províncias do Nordeste, o grupo dos
regressistas criou o Partido Conservador, composto de altos funcionários do
governo, grandes comerciantes e proprietários de terras. Os progressistas
formaram o Partido Liberal, apoiado pelas províncias do Rio Grande do Sul,
São Paulo, Minas e Pernambuco. Em geral, os liberais eram senhores rurais e
membros das camadas médias urbanas.
Em 1840, durante a regência de Araújo Lima, o governo regencial decretou a
Lei de Interpretação do Ato Adicional, que diminuía o poder das Assembleias
Legislativas Provinciais, limitando a autonomia das províncias. Insatisfeitos com
o chamado “regresso conservador”, os liberais lançaram uma campanha
pública pela antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara, então com 14
anos de idade.
A campanha acabou ganhando grande apoio popular e do próprio príncipe.
Nesse contexto, o Parlamento proclamou a maioridade de Pedro de Alcântara.
Em julho de 1840, ele assumiu o trono, recebendo o título de D. Pedro II,
iniciando, assim, o Segundo Reinado no Brasil. Essa foi a saída encontrada
pelas elites para manter a ordem escravocrata e a unidade do império.
A GUERRA DO PARAGUAI
O principal fator para a eclosão da Guerra do Paraguai, ou Guerra da Tríplice
Aliança, entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foram as disputas pelo
controle da Bacia do Prata, formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
O Paraguai, sem acesso ao mar, dependia dos rios platinos para o escoamento
de seus produtos. Para o Brasil, os rios representavam a única via de
comunicação entre as províncias de Mato Grosso e do Rio de Janeiro. Para ir
do Rio de Janeiro a Cuiabá, era necessário passar por Buenos Aires, subir os
rios Paraná e Paraguai, bem como seus afluentes, até chegar à capital da
província do Mato Grosso. Logo, a navegabilidade dos rios da região também
era importante ao Brasil.
Os enfrentamentos militares começaram com a intromissão do Brasil nos
assuntos internos do Uruguai, cujo poder político era disputado entre dois
partidos, Blanco e Colorado. Em outubro de 1864, o Brasil, que apoiava o
Partido Colorado, invadiu o Uruguai, alegando defender os interesses dos
brasileiros, especialmente os dos fazendeiros gaúchos que tinham
propriedades no Uruguai.
Nesse contexto, o Paraguai, governado por Francisco Solano López e aliado
dos blancos, rompeu relações diplomáticas com o Brasil e, em novembro,
aprisionou o navio Marquês de Olinda, que seguia para Cuiabá. Em dezembro,
tropas paraguaias invadiram o Mato Grosso e pediram autorização ao governo
argentino para atravessar seu território e entrar no Rio Grande do Sul. Diante
da recusa, Solano López declarou guerra à Argentina e atacou a província de
Corrientes.
As investidas do Paraguai motivaram Brasil, Argentina e colorados uruguaios a
formalizar, em maio de 1865, a Tríplice Aliança, com o compromisso de derrotar
Solano López e liberar a navegação fluvial na região para os três países.
A guerra só terminou em 1870, com a morte de Solano López e a derrota
paraguaia.
As consequências do conflito
Para o Paraguai, o conflito teve graves consequências geopolíticas e humanas.
O país teve de arcar com uma pesada dívida de guerra, além de ter parte de
suas terras anexadas pelos vencedores. Sua população reduziu-se a um
quinto, a maior parte composta de mulheres, idosos, pessoas com deficiência e
crianças. A infraestrutura, como estradas, pontes e ferrovias, foi destruída.
O Brasil teve cerca de 40 mil soldados mortos em combate e um gasto enorme.
As dívidas contraídas com a guerra foram pesadas, o que provocou o aumento
da inflação. Como o país assumia a maior parte das despesas do bloco dos
aliados, o governo de D. Pedro II, em várias ocasiões, teve de recorrer a
empréstimos externos para custear o conflito. Além disso, os militares
passaram a ocupar mais espaço na política regional e no governo central,
ampliando a influência desse grupo.
A Guerra do Paraguai é objeto de diferentes interpretações por parte dos
historiadores. Uma vertente dos anos 1970-1980 tendeu a analisar o conflito
como resultado, principalmente, dos interesses da Inglaterra em pôr fim ao
desenvolvimento econômico paraguaio, visto como uma ameaça aos
interesses ingleses na região platina. Opondo-se a essa visão, o especialista
em relações internacionais Francisco Doratioto analisa essa guerra como fruto
das disputas entre os países da região e o caminho escolhido para se
consolidarem como Estados nacionais.