CI Base de Patrulha
CI Base de Patrulha
CI Base de Patrulha
CURSO AVANÇADO
Caderno de Instrução
BASE DE PATRULHA
1ª Edição - 2009
Experimental
PALAVRAS INICIAIS
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ORAÇÃO DO GUERREIRO DA SELVA
Senhor,
Tu que ordenaste ao Guerreiro da Selva:
“Sobrepujai todos os vossos oponentes!”
Dai-nos hoje da floresta,
A sobriedade para persistir,
A paciência para emboscar,
A perseverança para sobreviver,
A astúcia para dissimular,
A fé para resistir e vencer,
E dai-nos também Senhor,
A esperança e a certeza do retorno.
Mas, se defendendo esta Brasileira Amazônia,
Tivermos que perecer, ó Deus,
Que o façamos com dignidade,
E mereçamos a vitória.
SELVA!
3
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pag
ARTIGO I - Conceitos ..................................................................05
ARTIGO II – Planejamento da Instalação de uma B Pa...............06
ARTIGO III - Planejamento da Instalação de uma B Pa...............07
ARTIGO IV - Instalação de uma B Pa..........................................08
ARTIGO V – Comunicações na B Pa...........................................31
ARTIGO VI - Ressuprimento........................................................32
ARTIGO VII – Conduta durante um ataque a B Pa......................33
ANEXOS:
“A” – Memento de Ordem ao Pelotão para a ocupação de uma
Base de Patrulha.
“B” – Sugestão de material a serem conduzidos para uma
Base de Patrulha.
“C” – Modelo de confecção de um alarme improvisado.
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ARTIGO I
CONCEITOS
a. Base de combate
(1) Ponto forte que se estabelece na área de combate ou de
pacificação de uma força em operações na selva, em operação de
pacificação e em certas operações em áreas autônomas para
assegurar o apoio logístico, proporcionar a ligação com os elementos
subordinados e superior, acolher e despachar tropas e garantir a
duração na ação.
(2) É instalada pelo batalhão ou companhia para se constituir em
pontos de concentração dos seus órgãos de comando e de apoio, de
sua reserva e de outras frações não empenhadas nos patrulhamentos
ou encarregadas da segurança da base.
(3) A reserva, normalmente, deve possuir grande mobilidade.
(4) Há um equilíbrio entre as medidas de segurança e
administrativas.
b. Base de patrulha
(1) Local de uso temporário na área de combate de companhia, a
partir da qual o pelotão ou grupo de combate executa ações de
patrulha, reconhecimento ou combate. Área oculta na qual se acolhe a
patrulha de longa duração por curto prazo para se refazer, se
reorganizar e dar prosseguimento ao cumprimento da missão.
(2) O tempo de ocupação, normalmente, não deverá ultrapassar 48
(quarenta e oito) horas, por medida de segurança e sigilo.
(3) As bases de patrulhas são instaladas por pelotões.
(4) Geralmente, delas se irradiam pequenas patrulhas.
(5) As medidas de segurança e táticas prevalecem sobre as
medidas administrativas.
(6) As patrulhas não deverão utilizar a mesma base duas vezes,
dependendo da situação tática.
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(1) Destina-se ao pernoite de final de jornada ou à dissimulação da
patrulha durante o dia, quando, taticamente, isso for necessário.
(2) Prevalecem as medidas de segurança, adequadas em função
do efetivo da patrulha e do ambiente operacional.
(3) A instalação de uma área de reunião é semelhante a uma base
de patrulha, sendo restritas as medidas administrativas.
(4) Quando esta área de reunião for localizada em ambiente sob o
controle do inimigo é denominada área de reunião clandestina. Cabe
ressaltar que nesta área, as medidas administrativas são quase
inexistentes, tendo em vista o volume das atividades inimiga e o
conseqüente risco de a patrulha ser percebida.
ARTIGO II
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(4) Necessidade de suprimento aéreo. A área de lançamento não
deve comprometer a localização da base. Havendo mais de um
lançamento, prever outras áreas. A noite é favorável ao lançamento.
(5) Adequabilidade da área. Considerando o ambiente operacional,
escolher um terreno seco e bem drenado e de pouco valor tático. As
medidas de segurança preterem as medidas administrativas da
patrulha.
(6) Proximidade de uma fonte de água, sempre que possível.
ARTIGO III
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desnecessária para tropas adestradas e para as quais a ocupação de
bases de patrulha é uma rotina.
e. Antes da partida para a instalação da base, deverá ser feita uma
inspeção final no intuito de verificar se realmente todo o material
previsto está sendo levado e se o mesmo está devidamente preparado
(impermeabilizado, miniaturizado, etc). No caso da fração estar
partindo para o cumprimento de uma missão depois da qual deverá
ocupar a base de patrulha, o material necessário para a instalação da
base deverá ser verificado na inspeção final desta missão.
ARTIGO IV
b. Deslocamento
(1) Quando o pelotão/GC for ocupar uma base de patrulha após o
cumprimento de uma missão, a ordem de movimento e as condutas
serão idênticas às de uma patrulha normal.
(2) No caso da fração partir diretamente da base de combate para a
base de patrulha, sem cumprir qualquer outra missão antes, o
pelotão/GC deverá estar organizado por GC ou esquadras,
respectivamente. Isso implica que, da mesma forma que ocorre em
uma patrulha, um GC será o responsável pela navegação do pelotão,
outro por fornecer os esclarecedores, etc. A divisão dos setores de tiro
também deverá ser observada.
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(3) Poderão ser adotadas qualquer uma das formações previstas no
CI 25-71/1.
(4) Durante o deslocamento atentar para os seguintes aspectos:
(a) Evitar regiões habitadas.
(b) Manter uma correta dispersão entre os homens
(c) Observar ao máximo a disciplina de ruídos.
(d) Aproveitar judiciosamente o terreno.
c. Aproximação e reconhecimento.
(1) Ao atingir uma região relativamente próxima da área a ser
ocupada, a patrulha abandona a direção de marcha em ângulo reto e
faz um altoguardado, numa posição coberta e abrigada, próxima do
local escolhido para a base.
Fig. 1- Alto-guardado.
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Local da Base
de Patrulha
Pç Mtr
Fig. 2- Reconhecimento
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(9) Os comandantes de grupo permanecem na entrada da base,
aguardando a chegada da patrulha, que deverá se aproximar orientada
pelos guias.
Fig. 3- Falsa-base
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(a) O comandante da patrulha, seu rádio-operador/mensageiro,
juntamente com os comandantes de grupo e seus guias, deslocam-se
para o reconhecimento da falsa base.
(b) Os guias retornam e a patrulha é conduzida pelo
subcomandante até a entrada da falsa base.
(c) Procede-se, normalmente, a ocupação.
(d) Visando ganhar tempo diurno, enquanto a patrulha se instala
na falsa base o comandante da patrulha, juntamente com os elementos
de reconhecimento, partem para a base principal, dando início a
segunda fase da instalação que é o reconhecimento.
(e) O subcomandante responde pela patrulha na falsa base até
conduzí-la para a entrada da base principal, onde se encontra o
comandante.
(4) A mecânica da ocupação da base principal é definida a seguir:
(a) após o reconhecimento da base principal e o retorno dos
guias ao local do alto-guardado ou da falsa-base, cada comandante de
grupo permanecerá na entrada da base principal, onde aguardará a
chegada de sua fração e a conduzirá para o seu local no dispositivo.
Cada homem tem que conhecer a localização de quem está ao seu
lado, o seu setor de tiro, bem como saber as rotas de qualquer
movimentação prevista, dentro e fora da área base.
(b) Cada homem, após receber o seu setor de tiro deve balizar o
mesmo, utilizando-se, para isso, de estacas ou qualquer outro meio
disponível.
(c) os comandantes dos grupos levam os homens escalados
para mobiliar o PV, que já foi reconhecido enquanto o grupo era trazido
pelo guia. Durante os trabalhos de instalação na base, pelo menos um
homem deverá ser mantido no PV, no intuito de proporcionar
segurança à fração.
(d) o comandante de grupo ocupa uma posição em seu setor
onde possa melhor controlar seus homens e ligar-se, visualmente, com
o comandante da patrulha. Essa posição, geralmente, se situa entre o
PC e a posição dos grupos. Havendo restrições, em função do
ambiente operacional, adaptar as ligações por quaisquer meios
disponíveis.
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Posição dos
Cmt GC
PC
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(d) Com este dispositivo, a patrulha torna-se menos vulnerável
ao encontro inimigo. Caso um grupo venha a ser descoberto,
provavelmente não comprometerá os outros grupos.
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(e) Cabe ressaltar que este dispositivo possui algumas
vantagens e desvantagens.
(1)Vantagens
- Aumento da segurança do perímetro da base.
- Diminuição da probabilidade do número de baixas quando esta for
atacada.
- Aumento da dispersão entre os grupos, conseqüentemente,
diminuindo a vulnerabilidade aos fogos de apoio do inimigo.
(2) Desvantagens
- Dificuldade da coordenação e controle por parte do comandante
da patrulha.
- Aumento do número de rotas de fuga, facilitando o rastreamento
por parte do inimigo.
- A dificuldade de delimitar os setores de tiro, a fim de não ocorrer o
fratricídio, pois os grupos encontram-se dispersos.
- Dificuldade de reorganizar a patrulha após a dispersão (ataque à
posição).
LEGENDA
Minas
Armadilhas
PV/PE
Ponto Luminoso
(Alarme)
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outro, ficando todo o perímetro da base coberto pelo sistema de
alarmes.
(c) A única abertura no sistema de alarmes é a existente junto à
entrada/saída da base que, geralmente, será nas 06 horas.
(d) Na impossibilidade de se lançar um sistema de alarmes que
cubra todo o perímetro da base, deve ser dada prioridade aos locais de
provável aproximação do inimigo.
(e) Para a confecção de alarmes improvisados consultar o
anexo “C”.
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(3) Minas e armadilhas
(a) Devem ser instaladas minas e armadilhas entre o sistema de
alarmes e a posição dos homens. Os princípios de instalação desses
dispositivos são os mesmo empregados em qualquer situação,
destacando-se os cuidados com a escolha do local, camuflagem e
acionamento.
(b) As minas podem ser de qualquer tipo (direcional,
acionamento por pressão ou controle remoto, etc), tendo cada uma
suas vantagens e desvantagens. O importante é que elas sejam
instaladas nos prováveis locais de aproximação do inimigo e
suficientemente afastadas da posição dos homens, de forma a não
apresentar riscos para a tropa que ocupa a base de patrulha.
(c) As armadilhas também devem estar localizadas nos
prováveis locais de aproximação do inimigo. As armadilhas podem ser
confeccionadas com material específico para isso ou então utilizar
meios de fortuna. De qualquer maneira o limite para a utilização das
armadilhas vai ser ditado pelo material disponível, pelo tempo e pela
criatividade da tropa.
(d) Entre as armadilhas indicadas para a utilização nas bases de
patrulha estão aquelas que utilizam o acionador polivalente M142. No
caso de se utilizar esse dispositivo deve-se ter o cuidado de instalar a
armadilha em local que não ofereça risco para a tropa amiga. Além
disso, é recomendável que o acionador seja utilizado no modos de
acionamento por tração ou liberação por serem os métodos que
cobrem maior área.
Pregos e parafusos de
fixação
Manual de
Instruções
Parafuso de Cabeça
Quadrada
Arame
Parafuso de
Cabeça Redonda
Pino de Dispositivo de
Segurança Liberação de
Tensão
Furo para
fixação do
acionador
Base de
Cápsula de
percussão
Acoplamento F4
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armadilhas de confecção mais simples como, por exemplo, as do tipo
“quebra-canela”.
(g) Um cuidado que a tropa que instala minas e/ou armadilhas
deve ter é com relação ao balizamento dos itinerários dentro da base.
Isso evita que algum militar desavisado acabe acionando
inadvertidamente algum desses dispositivos. Outro cuidado é com
relação a marcação dos locais onde as minas e armadilhas foram
instaladas. No caso de desmobilização, quando for possível o
recolhimento desses dispositivos, será necessário que se saiba
exatamente onde foram instaladas cada uma das minas e armadilhas.
Nesse caso, deve-se ter o cuidado de sempre incumbir dessa missão
os mesmo militares responsáveis pelo lançamento desses artifícios.
Além disso, cabe ao Cmt GC cobrar desses homens, que durante a
instalação dos dispositivos, seja confeccionado um croqui com a
posição de cada uma das minas e armadilhas.
1º GC
Resp: Cb João GDH: 231600Jun09
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(b) O ponto é camuflado e guardado permanentemente, se
possível, com uma arma de emprego coletivo.
(c) Fora essa entrada/saída, existirão apenas aquelas que
conduzirão às bases alternativas. Essas saídas deverão estar
balizadas e só serão utilizadas em situações de emergência e
mediante ordem.
(4) Utilização de senhas, contra-senhas e sinais de reconhecimento
(a) Utilizar aquelas previstas nas IEComElt.
(b) Atentar para os horários de mudança de senha e contra-
senha.
(5) Emprego de armas coletivas
(a) O Cmt Pa deve definir a posição e o setor de tiro das armas
coletivas da fração, priorizando os prováveis locais de aproximação do
inimigo. Dentro das disponibilidades, colocar um armamento coletivo
junto a entrada/saída da base.
(b) No caso de haver possibilidade de apoio de fogo por parte
do escalão superior, esse deverá ser coordenado antes da ocupação
da base pela patrulha. Além disso, o Cmt Pa deve informar aos
militares mais antigos na cadeia de comando as formas de solicitar
esse apoio ao Esc Sup.
(6) Realização de patrulhas
(a) Normalmente, duplas de homens são lançadas para
reconhecimentos à frente da periferia da base para verificar a presença
do inimigo nas proximidades. São designados pelo comandante da
patrulha e coordenados pelo comandante de grupo que planeja a
execução. Os homens aguardam no setor e mediante um sinal,
deslocam-se em torno da base, cobrindo uma área que permita o apoio
mútuo, observando as características do ambiente operacional.
(b) Em algumas oportunidades, o comandante de uma patrulha
que está ocupando uma base terá que lançar pequenas patrulhas para
cumprirem missões de menor envergadura e retrairem em seguida.
Nesse caso, sempre deverá permanecer na base um efetivo que lhe
confira segurança e que mantenha a ligação rádio com quem saiu.
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(7) Determinação de bases alternativas
(a) É uma medida de segurança que funciona como um ponto
de reunião, dando flexibilidade ao comandante da patrulha, caso a
base principal seja atacada.
(b) Iniciada a ocupação da base principal e transmitidas as
ordens aos homens, o comandante da patrulha acompanhado do seu
rádio-operador/mensageiro, dos comandantes de grupo e guias (um
por GC), partem para o reconhecimento da base alternativa. É
interessante que sejam reconhecidas no mínimo duas bases
alternativas em sentidos opostos, as quais devem receber uma
designação que seja do conhecimento de todos (por exemplo: Base
Alfa e Base Zulu).
(c) O comandante da patrulha deve estudar as prováveis
direções de atuação do inimigo e definir um mínimo de rotas de fuga
para a(s) base(s) alternativa(s). As rotas são opostas às prováveis
direções de atuação do inimigo e dirigidas para a(s) base(s)
alternativa(s).
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(d) A distância entre a base principal e as bases alternativas vai
ser ditada pelo terreno, mas, em média, gira entre 500 e 1000m.
(e) Todo o itinerário até a base alternativa deve ser balizado.
(f) O primeiro trecho desse itinerário é aquele compreendido
entre o centro da base e o final do perímetro externo da base. Esse
trecho deve ser balizado com cordel, uma vez que, em caso de ser
necessária uma evacuação da base, os homens, deverão seguir esse
balizamento fielmente a fim de não correrem o risco de acionar alguma
das minas e armadilhas instaladas pela patrulha.
(g) O segundo trecho é aquele entre o perímetro externo da
base e a entrada da base alternativa. Esse balizamento pode ser feito
através do azimute/distância, cialume ou cordel.
(h) O balizamento através do azimute/distância é o mais seguro,
pois dificulta o rastreamento da patrulha, no entanto é indicado para
tropas adestradas, que não encontrem problemas em se orientar à
noite. Já o balizamento por meio do cialume é o mais rápido de ser
seguido, todavia tem as desvantagens de se constituir, mesmo durante
o dia, em um indício da presença de tropa na região e de, caso não
seja realizado um bom contra-rastreamento, denunciar a direção e até
mesmo a localização da base alternativa. Com relação ao balizamento
com cordel, ele deve ser utilizado em trechos considerados mais
sensíveis, como, por exemplo, na travessia de pontos críticos.
Apresenta as mesmas desvantagens do uso do cialume, acrescido do
fato de ser impraticável, em virtude da limitada quantidade de material
disponível, a utilização desse tipo de balizamento em trechos mais
extensos.
(i) Outro eficiente método de balizamento é a utilização de
meios de fortuna encontrados no próprio ambiente operacional, como,
por exemplo, a palha branca na Amazônia. Esse método apresenta,
além do fato de ser mais discreto do que o uso de meios estranhos ao
ambiente em que se desenvolvem as operações, a vantagem de estar
disponível no próprio local, não sendo necessário à tropa a condução
desse matarial no seu fardo de combate.
(j) É interessante que no local que marca a entrada da base
alternativa seja feita alguma diferenciação no balizamento, de forma
que, o guia que vai a frente da patrulha tenha facilidade em encontrar a
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referida base. Por exemplo: no caso de ser utilizado cialume, o mesmo
será colocado em forma de pequenos pontos e de tempos em tempos,
permitindo que patrulha possa se orientar através deles; no ponto que
marca a entrada da base alternativa podem ser colocados dois pontos
luminosos de cialume, o que permitirá sua fácil localização.
Balizamento
diferenciado
Balizamento para a
Base Altnv ZULU
LEGENDA
Minas
Armadilhas
PV/PE
Ponto Luminoso (Alarme)
Balizamento com cordel
Balizamento com cialume
ou Az/Dist
Entrada/saída
da base
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(j) O balizamento para as bases alternativas deve se iniciar no
mesmo ponto, de preferência no centro da base. Essa medida facilita a
evacuação em situações críticas, em particular durante a noite.
(m) Todo o balizamento deverá ser retirado por ocasião da
evacuação da base. Esse trabalho será incumbência dos homens
escalados como contra-rastreadores. Eles serão de no mínimo um por
GC, de forma que, no caso da base ser atacada (ver artigo V), os dois
contra-rastreadores dos GC não engajados realizarão o trabalho de
apagar os rastros da patrulha sendo, para tanto, os últimos homens
que sairão da base, retraindo junto com o GC engajado.
(n) Na(s) base(s) alternativa(s) o comandante define os setores
dos grupos. Considerando o fator tempo, esta ocupação será
semelhante a de um alto-guardado, com redobradas medidas de
segurança. Como medida facilitadora no caso de uma ocupação no
período noturno, o Cmt pode determinar, durante o reconhecimento,
que seja utilizado algum tipo de balizamento (cialume, por exemplo)
para balizar os setores da cada um dos GC. Para tanto, seria
necessário apenas marcar três pontos que seriam aqueles definidos
como 02, 06 e 10 horas.
(o) Após o reconhecimento, o comandante e sua equipe
retornam à base principal, onde o subcomandante deu andamento aos
trabalhos de ocupação. No itinerário de retorno, é interessante que
seja feita a medição da distância entre as bases alternativa e principal,
além da cronometragem de quanto tempo se leva, em média, para
percorrer o referido trajeto (lembrar que à noite e com todo o pelotão
equipado o tempo será muito maior). Ainda durante esse retorno,
podem ser levantadas pelo Cmt Pa possíveis locais para
concentrações das armas de apoio de fogo do Esc Sup, se for o caso.
(p) Os comandantes de grupo informam aos homens o plano de
evacuação da base (itinerário de evacuação, distância a ser percorrida,
o setor do grupo, o que fazer ao chegar na(s) base(s) alternativa(s),
etc). Na jornada seguinte, caso a situação tática permita, e mediante
ordem do comandante, os demais integrantes da patrulha poderão
reconhecer os itinerários para a(s) base(s) de alternativa(s).
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e. Medidas administrativas – Concluídas as medidas de segurança
(instalação operacional), iniciam-se as medidas administrativas. Entre
outras medidas, o comandante pode determinar as que se seguem:
(1) Construção de latrinas;
(2) Ressuprimento de água;
(3) Construção de abrigos;
(4) Consumo de ração;
(5) Higiene pessoal;
(6) Manutenção do armamento e equipamento;
(7) Descanso;
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executa o ressuprimento. Por exemplo: enquanto um homem enche os
cantis, os outros dois realizam a segurança.
(d) Ainda com relação à segurança é interessante que seja
executado o Q3OM junto ao Cmt Pa e que seja conduzido pelo grupo
que sai da base um equipamento rádio.
(e) No momento em que se retorna para a base deve ser
executado um criterioso contra-rastreamento (tanto no local de coleta
da água quanto no itinerário do grupo) a fim de se evitar denunciar a
localização da patrulha.
(f) O consumo deve ser disciplinado e os homens orientados a
manter sempre uma reserva (02 litros é o ideal) que poderá ser
utilizada em momentos críticos como, por exemplo, depois de um
ataque à base.
(3) A construção de abrigos
(a) Conforme a situação permitir, pode ser autorizada a
confecção de abrigos sumários para o pernoite.
(b) Esses abrigos devem ter a silhueta baixa de forma a não
denunciar a localização da patrulha. Ainda nesse intuito, deve ser
vetado o uso de materiais que contrastem com o ambiente em que foi
instalada a base.
(c) Deve ser tomado bastante cuidado para, após a
desmobilização, não ser deixada caracterizada a passagem da
patrulha pelo local. Para tanto, na hora de confeccionar o abrigo não
retirar material em excesso do ambiente, tais como galhos e folhas.
(d) No momento da confecção do abrigo, todos os homens
devem construí-lo de forma que, quando estiverem deitados, os pés
fiquem voltados para o perímetro externo da base. Essa medida
permite que, caso a base seja atacada, todos os homens consigam
responder prontamente ao fogo inimigo.
(e) Caso a situação permita o uso de redes, elas deverão
obedecer as mesmas regras dos outros abrigos, com o cuidado
especial de as colocar em uma altura baixa e de se dissimular as
marcas que esse tipo de material deixa nas árvores utilizadas na
ancoragem. Nas redes com mosquiteiro, o cano do armamento deverá
ser sempre mantido para fora da rede permitindo, assim, a pronta-
resposta em caso de ataques à base.
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(f) Quando na área da base existirem restrições de cobertas e
abrigos, devem ser preparados abrigos individuais para um homem
deitado.
(4) Consumo de ração
(a) Caso a situação permita e conforme o período de tempo
previsto para a permanência na base, o Cmt Pa pode autorizar o
consumo de ração.
(b) Sempre que possível a ração deverá ser consumida ainda no
alto-guardado ou falsa-base, enquanto é realizado o reconhecimento
da base principal.
(c) Disciplinar a utilização do fogo para preparo da alimentação
em função da atividade do inimigo na região. Normalmente, este
preparo será realizado ainda com luminosidade, visando a não
denunciar a posição da patrulha.
(d) O consumo da ração deverá ser sempre no sistema de
rodízio ficando, no mínimo, um terço da patrulha sempre alerta em
seus postos.
(e) Cada homem deverá consumir a ração na posição, ou seja,
junto ao seu fardo de combate. Os militares do PV/PE não devem
consumir a ração enquanto estiverem na hora, devendo aguardar
serem rendidos para, aí então, comer.
(f) O consumo da ração não deverá estar associado a outras
medidas administrativas, isto é, no momento em que se está comendo,
o homem deve estar apenas se alimentando e não sem o coturno,
realizando a manutenção dos pés ou armamento, por exemplo.
(g) Ao ser utilizada ração operacional, deve se ter muito cuidado
com o lixo que é produzido. Os homens devem ser orientados a
guardar todos os detritos junto ao seu fardo de combate para que, na
primeira oportunidade e mediante ordem, desovem este material.
(5) Higiene Pessoal
(a) Regras rígidas de higiene devem ser estabelecidas, tais
como usar a roupa de muda, manutenir os pés, escovar os dentes e
fazer a barba.
(b) Essas medidas são de responsabilidade de cada um dos
combatentes sendo encargo dos Cmt em todos os níveis a fiscalização
da manutenção desses padrões de higiene.
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(c) Se a situação tática permitir e de acordo com o tempo em
que a patrulha já está e ainda vai ficar em operações, o Cmt Pa pode
autorizar o banho. Nesses casos, devem ser montados pequenos
grupos e ser seguida a mesma sistemática do ressuprimento de água.
(d) Ainda com relação ao banho, deve ser selecionado um local
afastado de qualquer habitação e que permita aos integrantes da Pa se
aproximar e se evadir por caminhos desenfiados.
(6) Manutenção do armamento e equipamento
(a) Estabelecer um horário de manutenção diária do material
para que este permaneça em condição de pronto emprego.
(b) Durante a manutenção, no mínimo, um terço da patrulha
permanece alerta em seus postos.
(7) Descanso
(a) Conforme o grau de segurança exigido, não haverá
necessidade de prontidão permanente, de forma que cada homem terá
seu horário de serviço, podendo realizar atividades Adm ou descansar
quando não estiver na hora.
(b) O homem deverá dormir sempre fardado e com o
armamento junto ao corpo, seguindo os cuidados descritos no item
sobre a confecção do abrigo.
(c) Durante o dia, é interessante que o Cmt Pa coordene as
atividades administrativas de forma a manter sempre uma força de
reação. Por exemplo: 1/3 em condições de emprego, 1/3 realizando
manutenção e 1/3 descansando.
(d) Por medida de segurança, todos devem estar em condições
de emprego trinta minutos antes do escurecer e do amanhecer.
(e) O Cmt deve, sempre que possível, transmitir para a tropa os
horários previstos para as próximas atividades até o dia seguinte.
f. Inspeção
(1) As medidas de segurança e administrativas devem estar prontas
antes do escurecer, para que o comandante da patrulha possa
inspecioná-las.
(2) As inspeções são contínuas e têm por objetivo agilizar a
instalação da base, concorrendo para que, operacionalmente, a base
fique pronta ainda com luz.
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(3) Normalmente, são inspecionados(as)
(a) Limites dos setores do grupo.
(b) Ligações entre os grupos (homens dos flancos).
(c) Localização do PVig ou PE, bem como sua ligação com o
grupo do setor e/ou centro da base (PC).
(d) Sistemas de alarmes (ligações) e segurança; interrogar
quanto a setor de tiro e condutas; validos também para as armas
coletivas.
(e) Patrulhas com saídas previstas à noite.
(f) Condutas para ocupação da(s) base(s) alternativa(s).
(g) Senha e contra-senha.
(4) Durante a inspeção, o comandante deve transmitir as medidas
administrativas e de segurança ainda não transmitidas e de interesse
da patrulha.
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base. Quando tudo estiver conferido e a patrulha estiver em condições
de seguir adiante, o SCmt deve dar o pronto para a o Cmt Pa.
(6) O período favorável para a desmobilização da área é o noturno.
(7) Agilizar a preparação para desmobilização.
ARTIGO V
31
uma evacuação, o homem-rádio fica sobrecarregado, tendo que levar,
além do seu material de dotação, as bobinas dos GC.
(3) Mensageiro
(a) Muito empregado no âmbito da base.
(b) É interessante que todos os militares que forem atuar como
mensageiro reconheçam, ainda durante o dia, as posições dos outros
GC e do Cmt Pa. Isso evita que durante a noite o sigilo seja quebrado.
(4) Meios acústicos, óticos e de fortuna
(a) Fumígenos podem ser utilizados tanto em auxílio à
operações aeromóveis quanto em situações emergência, como em um
ataque á base.
(b) Ao utilizar cordas e cipós como meios de comunicação,
lembrar de convencionar o número de puxadas. Deve ser evitada a
padronização de uma única puxada, pois com o trânsito de militares
dentro da base é comum que algum homem venha a tropeçar nesses
cordéis ou cipós.
ARTIGO VI
RESSUPRIMENTO
32
ARTIGO VII
33
cerram sobre o ponto central onde se inicia o balizamento para as
bases alternativas.
(f) Nesse o ponto, estará o Cmt Pa que determinará aos
GC qual a base a ser ocupada.
(g) Rapidamente os GC iniciam o seu deslocamento pelo
caminho balizado, tomando o máximo cuidado para manter o sigilo,
caso ele ainda não tenha sido quebrado.
(h) Permanecem junto ao centro do dispositivo os dois
contra-rastreadores pertecentes aos GC não engajados. Eles devem
aguardar a chegada do GC que faz a cobertura do retraimento.
(i) Esse GC permanece em base de fogos, em condições
de fixar o inimigo enquanto o restante do pelotão se evade. Ele não
deve denunciar a sua posição até a quebra do sigilo. Quando isso
ocorrer, ele deve engajar o inimigo pelo fogo até que receba ordem
para retrair. Essa ordem deverá ser dada pelo SCmt Pa que a emitirá
no momento em que os dois outros GC sairem da base atacada.
(j) Recebendo a ordem para retrair, o Cmt do GC engajado
procura romper o contato com o inimigo pelo fogo. Assim que
conseguir romper esse contato, ele se desloca o mais rápidamente
possível em direção à base alternativa, incorparando ao seu grupo os
dois militares responsáveis pelo contra-rastreamento. Durante esse
retraimento, deve-se manter sempre uma segurança a retaguarda.
(l) Conforme a situação e tomando cuidado com o
fratricídio, pode ser solicitado apoio de fogo ao Esc Sup.
(m) Ao chegar na base alternativa, os Cmt GC dispões os
seus homens no terreno e iniciam uma conferência do efetivo e do
material da sua fração. Após essa conferência, dão o pronto para o
SCmt que o retransmite ao Cmt Pa.
(n) Terminada a conferência, deve ser feito contato rádio
com o Esc Sup informando a situação da Pa e, sfc, solicitando apoio
ou novas ordens.
(o) Conforme determinação do Esc Sup e de acordo com a
situação, a base alternativa pode ser usada apenas como um ponto de
reunião onde a patrulha se reorganizará e de onde seguirá para outro
local estipulado pelo Esc Sup.
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- 2ª Hipótese: a tropa plota o inimigo e este sabe que foi plotado;
(a) Pode acontecer um contato fortuito (PV/PE avista a
força Ini ao mesmo tempo em que também é avistado) ou então, por
um acionamento de alguma das minas ou armadilhas lançadas pela
patrulha.
(b) Nessas situações, a conduta do GC que teve o
perímetro violado é abrir fogo imediatamente na direção onde está a
força inimiga. O único cuidado é com relação a se evitar o fratrícidio,
em especial com os militares que estão no PV/PE.
(c) Ao escutar os tiros, o Cmt Pa deve, sem se preocupar
com o sigilo que já foi quebrado, identificar o setor atacado, determinar
que o GC desse setor permaneça em base de fogos e ordenar a
evasão dos demais GC para a base alternativa oposta a posição
inimiga. Por exemplo:
“- PATRULHA ATENÇÃO!”
“- 2º GC BASE DE FOGOS!”
“- 1º E 3º GC BASE ZULU!”
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d. Em caso de se ocupar uma base alternativa durante a noite, não
é aconselhável o lançamento de armadilhas ou alarmes, já que a
experiência mostra ser muito difícil a montagem desses dispositivos
sem luminosidade. As minas podem ser empregadas, desde que se
tenha o cuidado com a segurança, evitando-se que a própria Pa venha
sofrer os efeitos desse material. Assim que a luminosidade permita,
devem ser lançados todos os dispositivos de segurança possíveis.
e. O sucesso de evacuação depende de uma expressiva ação de
comando do comandante da patrulha e dos comandantes de grupos.
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ANEXOS
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ANEXO “A”- MEMENTO DE ORDEM AO PELOTÃO PARA
OCUPAÇÃO DE BASE DE PATRULHA
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superior, informações de especialistas de área, reconhecimentos, estudos da
carta etc.
2. MISSÃO
3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
a) Hora de Partida.
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b) Itinerário de ida (conforme quadro auxiliar de navegação).
i) Ocupação do alto-guardado.
e) Missões específicas.
f) Horários.
b) Entrada/saída da base.
d) PV/PE.
e) Sistema de alarmes.
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f) Comunicações (meios empregados, ligações a serem estabelecidas e
responsabilidades de lançamento- prescrições, senha e contra-senha, etc
serão abordados no parágrafo 5º).
f) Minas e armadilhas.
4) Medidas Administrativas
a) Quem.
b) Quando.
c) Por onde.
a) Procedimento do PV/PE.
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b) Procedimento do Cmt GC.
c) Ações do GC engajado.
e) Contra-rastreadores.
f) Conduta ao chegar na base alternativa (BEM, Ctt Esc Sup, Mdd Seg, etc).
6) Outras Prescrições
n) Linhas de controle.
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r) Elementos essenciais de inteligência (EEI).
s) Estória-cobertura coletiva.
4. LOGÍSTICA
- Ração e água.
- Armamento e munição.
- Localização do homem-saúde.
5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
- Sinais de reconhecimento.
- Indicativos.
- Autenticações.
- Sinais convencionados.
- Cadeia de comando.
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- Dúvidas?
OBSERVAÇÃO
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ANEXO “B”- SUGETÃO DE MATERIAIS A SEREM
CONDUZIDOS PARA UMA BASE DE PATRULHA
Ferramentas de sapa;
Alarmes (mínimo de 02 por GC);
Material para balizamento (cialume, cordel, etc);
Eqp Rádio com baterias reservas (Ctt Esc Sup, interno e
terra-avião);
Telefones de campanha;
Bobinas;
Centrais telefônicas;
IEComElt;
Artifícios pirotécnicos;
Painéis para LocAter;
Granadas de Mão;
Granadas de Bocal (AP e AC);
Minas;
Acionador Polivalente M142;
Petardos;
Moto-serra;
Combustível;
OVN com bateria reserva;
Binóculo;
GPS com baterias reservas;
Equipamento de escalada;
Macas;
Sacos de lixo;
Funil (ressuprimento de água);
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ANEXO “C”- MODELO DE CONFECÇÃO DE UM ALARME
IMPROVISADO
1. MATERIAIS:
b) Pilhas ou baterias;
d) Fita isolante;
2. CONFECÇÃO DO ALARME:
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A seguir, o cordel é amarrado ao cartão telefônico. Coloca-se,
então, o cartão telefônico junto ao alojamento da bateria, de forma a
manter o circuito da lanterna aberto, ou seja, mantendo a lanterna
apagada. (Figura 11). Feito isso, procura-se um ponto de fixação
próximo a uma das extremidades do perímetro a ser coberto e nesse
local é feita a ancoragem da outra extremidade do cordel (extremidade
sem o cartão), tomando-se o cuidado de manter o cordel o mais
esticado possível. (Figura 12).
Figura 11.
Figura 12.
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3. FUNCIONAMENTO:
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CONTATO:
3ª SEÇÃO DO CURSO AVANÇADO DA AMAN
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