Tipologia Textual - Narração
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NARRAÇÃO
• Textos narrativos têm por objetivo contar histórias com personagens e acontecimen-
tos. Por isso, é a tipologia mais comum no dia a dia.
• A intenção do autor do texto narrativo, portanto, é reproduzir uma realidade dinâmica.
Obs.: diferente do autor do texto narrativo, o autor do texto descritivo tem por objetivo apre-
sentar uma realidade estática.
Nem sempre os elementos narrativos aparecerão de forma clara, mas podem aparecer
de outras formas, dependendo do contexto. .
5m
Elementos Narrativos
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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DIRETO DO CONCURSO
Texto:
Imigrantes ilegais, os homens e as mulheres vieram para Prato, na Itália, como parte de
snakebodies liderados por snakeheads na Europa. Em outras palavras, fizeram a perigosa
viagem da China por trem, caminhão, a pé e por mar como parte de um grupo pequeno, ater-
rorizado, que confiou seu destino a gangues chinesas que administram as maiores redes de
contrabando de gente no mundo. Nos locais em que suas viagens começaram, havia filhos,
pais, esposas e outros que dependiam deles para que enviassem dinheiro. No destino, havia
paredes cobertas com anúncios de mau gosto de empregos que representavam a esperança
de uma vida melhor.
Pedi a um dos homens ao lado da parede que me contasse como tinha sido sua viagem.
Ele objetou. Membros do snakebody têm de jurar segredo aos snakeheads que organizam
sua viagem. Tive de convencê-lo, concordando em usar um nome falso e camuflar outros
aspectos de sua jornada. Depois de uma série de encontros e entrevistas, pelos quais paguei
alguma coisa, a história de como Huang chegou a Prato emergiu lentamente.
James Kynge. A China sacode o mundo. São Paulo: Globo, 2007 (com adaptações).
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COMENTÁRIO
• O texto biográfico é a obra da vida de alguém contada por outra pessoa, e o autobio-
gráfico é escrito pelo próprio autor a quem pertence a biografia.
15m
Texto:
Ofereceram a meu pai o emprego de juiz substituto e ele o aceitou sem nenhum escrú-
pulo. Nada percebia de lei, possuía conhecimentos gerais muito precários. Mas estava apa-
rentado com senhores de engenho, votava na chapa do governo, merecia a confiança do
chefe político — e achou-se capaz de julgar.
Naquele tempo, e depois, os cargos se davam a partidários dóceis, perfeitamente cegos.
Isso convinha à justiça. Era necessário absolver amigos, condenar inimigos, sem o que a
máquina eleitoral emperraria.
Os magistrados de anel e carta diligenciavam acomodar-se, encolher-se, faziam vista
grossa a muita bandalheira. De repente acuavam, tinham melindres que o mandão local não
entendia e lançava à conta de má vontade. E lá vinham rixas, viagens rápidas, afrontas, um
libelo contestado a punhal ou cacete. Enfim os bacharéis se aguentavam mal. Dispensavam-
-lhes obséquios, salamaleques — e desviavam-nos.
Os funcionários matutos não vacilavam: ignorando a razão de intransigências, amole-
ciam imperturbáveis, assinavam despachos redigidos pelo escrivão. Foi assim que meu pai
recebeu um título.
Graciliano Ramos. Infância. São Paulo: Record, 2013 (com adaptações).
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COMENTÁRIO
Textos descritivos possuem predominância de verbos de ligação, que servem para ligar
sujeitos a características. Já textos narrativos reproduzem realidades dinâmicas em que
as ações ocorrem seguindo uma linha temporal, então é natural na narração ocorrer a
predominância de verbos de ação. Na narração, o autor também narra situações que já
aconteceram, consequentemente, com o emprego de verbos no pretérito.
20m
Texto:
[...] Saiu da casa da cartomante aos tropeços e parou no beco escurecido pelo crepús-
culo — crepúsculo que é hora de ninguém. Mas ela de olhos ofuscados como se o último
final da tarde fosse mancha de sangue e ouro quase negro. Tanta riqueza de atmosfera a
recebeu e o primeiro esgar da noite que, sim, sim, era funda e faustosa. Macabéa ficou um
pouco aturdida sem saber se atravessaria a rua pois sua vida já estava mudada. E mudada
por palavras — desde Moisés se sabe que a palavra é divina. Até para atravessar a rua ela
já era outra pessoa. Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em si uma esperança tão violenta
como jamais sentira tamanho desespero. Se ela não era mais ela mesma, isso significava
uma perda que valia por um ganho. Assim como havia sentença de morte, a cartomante lhe
decretara sentença de vida. Tudo de repente era muito e muito e tão amplo que ela sentiu
vontade de chorar. Mas não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que morria. Então ao
dar o passo de descida da calçada para atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou
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veloz e guloso: é agora é já, chegou a minha vez! E enorme como um transatlântico o Merce-
des amarelo pegou-a — e neste mesmo instante em algum único lugar do mundo um cavalo
como resposta empinou-se em gargalhada de relincho.
Macabéa ao cair ainda teve tempo de ver, antes que o carro fugisse, que já começavam
a ser cumpridas as predições de madama Carlota, pois o carro era de alto luxo. Sua queda
não era nada, pensou ela, apenas um empurrão. Batera com a cabeça na quina da calçada e
ficara caída, a cara mansamente voltada para a sarjeta. E da cabeça um fio de sangue ines-
peradamente vermelho e rico. O que queria dizer que apesar de tudo ela pertencia a uma
resistente raça não teimosa que um dia vai talvez reivindicar o direito ao grito. [...]
(Excerto adaptado e extraído da obra “A Hora da Estrela”. LISPECTOR, Clarice. 23ª edição. Rio
de Janeiro: Francisco Alves, 1995.)
COMENTÁRIO
• O texto dissertativo aborda um tema e não tem como pretensão reproduzir uma
realidade.
• O narrador no texto está em 3ª pessoa.
30m
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GABARITO
1. C
2. E
3. d
4. c
5. d
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Wagner Alves de Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES
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