Biosseguridade em Equinos
Biosseguridade em Equinos
Biosseguridade em Equinos
COMPETIÇÕES
Internacional
Conforme dados da FEI (Fédération Equestre Internationale), somente no ano
de 2014 houve um total de 31 eventos internacionais no Brasil, de um total de
1352 eventos de competições eqüestres no mundo todo, enquanto que no ano
de 2015, este total saltou para 34 eventos em um total de 1416 no mundo todo.
Sob o âmbito sanitário, esses animais têm um histórico impecável para que
estejam aptos ao processo de admissão temporária e tenham mais segurança
também, o que os tornam uma população de alto valor. Medidas em que
incluem um conjunto específico de testes de laboratório, tratamentos, períodos
de isolamento e vacinas adequadas ao país de origem ou região de residência
habitual e o país de importação temporária do cavalo. Registros de todos os
tratamentos, vacinas e os resultados dos testes e exames clínicos são
documentados em um passaporte individual, que contém também o número de
identificação do animal, registrado através de um microchip, e acompanha o
animal em todos os momentos (CANTELLI, B.).
Para equinos, o Ministério da Agricultura prevê, no Decreto nº 5.741 de 30 de
março de 2006, a obrigatoriedade da fiscalização do trânsito desses animais,
independente da via de trânsito e sua apresentação se torna obrigatória. O
documento oficial que deve ser apresentado para transporte de animal no
Brasil é a Guia de Trânsito Animal (GTA), que expressa informações
específicas e gerais como o destino, condições sanitárias do animal, contendo
também normas específicas para cada espécie, bem como a finalidade do
transporte animal.
No entanto, é exigido pelo Código Sanitário para os Animais Terrestres (2008),
que o contêiner para transporte siga alguns princípios gerais de concepção de
estrutura:
· Estar em conformidade com o tamanho do pallet padrão para aeronave
usado no transporte de animais. Os tamanhos normais são: 224 x 318 cm (88 x
125 pol) e 244 x 318 cm (96 x 125 pol);
· Não ser construído com nenhum tipo de material prejudicial aos
animais ou ao seu bem-estar;
· Permitir que os animais sejam observados, e ser marcado em lados
opostos com os símbolos da Associação de Transportes Aéreos Internacionais
(IATA) indicando a presença de animais e a posição vertical correta;
· Permitir o acesso de emergência aos animais;
· Permitir o fornecimento fácil de água e possivelmente alimento durante
um transporte mais longo que 6 horas de duração
· Proteger os animais de condições climáticas adversas;
· Garantir um piso adequado para evitar que os animais escorreguem e
se firam;
· Impedir a passagem de fezes e a urina, o que requer uma elevação de
20 cm, sem bloquear nenhuma abertura de ventilação;
· Se reutilizável, ser construído de material impermeável, que seja
facilmente limpo e desinfetado
Ainda segundo as orientações do Código Sanitário para os Animais Terrestres
(2008), existem normas que garantem a ventilação adequada do contêiner.
Esses animais também possuem o seguro de vida internacional, que podem
cobrir algumas ocorrências como Acidentes, Doenças, Asfixia Eletrocussão,
incêndio, insolação e raio, Envenenamento, intoxicação e ingestão de corpo
estranho, Luta, ataque, picada ou mordedura de animais, parto ou aborto
(CANTELLI, B.).
Nacional
Criados com o intuito de auxiliar na prevenção, controle e erradicação de
determinadas enfermidades que possam acarretar impactos econômicos e de
saúde animal e/ou humana, foram desenvolvidos os programas sanitários
dentro da defesa animal. Considerando que os estudos epidemiológicos de
uma dada doença, os trabalhos e incentivos dos programas de controle se
tornam mais eficazes para a erradicação da doença em uma determinada área,
podendo levar à anulação dos casos (EMBRAPA, 2018).
Assim como em outros eventos agropecuários, as vaquejadas podem ser um
amplo campo de fontes e recursos para estudos epidemiológicos de doenças
infectocontagiosas. Um fator preponderante à exposição dos animais a agentes
potegênicos, seria a alta frequência de eventos e estruturas físicas que
agrupam uma alta densidade animal e um baixo controle sanitário
(ALENCAR-ARARIPE, 2014).
Alguns fatores que podem trazer riscos como os alojamentos dos equinos, o
mesmo local de banho utilizados por alguns animais e o cocho, até mesmo o
próprio ambiente de festa que os animais são inseridos e geram um estresse
aos mesmos e a corrida influenciam nos parâmetros fisiológicos do equino, que
podem colaborar para o acometimento de doenças durante o evento. O que
reforça a importância de trabalhar de acordo com as normas e leis de Defesa
Sanitária Animal (SILVA, 2017).
Os animais ao participarem de vaquejadas, submetem-se a exames periódicos
de Anemia Infecciosa Equina (AIE) e mormo, são obrigatoriamente vacinados
contra a influenza equina como prevenção e por se tratar de doenças de alto
risco para o sistema da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e para o
sistema de defesa agropecuária, exigências são feitas para o trânsito desses
animais nos eventos (OIE, 2020; BRASIL, 2013).
Ocorre uma falha no controle da reintrodução dos animais no plantel, que está
correlacionada aos exames sorológicos, que pode ser a causa de introdução e
reintrodução de novos casos nos plantéis, seguido pelo trânsito intenso dos
animais nos eventos. O manejo sanitário em provas hípicas é um fator
preponderante para o controle sanitário, assim como a presença e participação
do profissional médico veterinário com conhecimentos técnicos das normas e
atividades sanitárias (OLIVEIRA, 2016).
Barreiras sanitárias, interdições de propriedades com animais positivos,
sacrifício dos animais positivos, testes de fixação de complemento para
descarte de novos casos no foco, atuam como medidas preventivas, de
controle e combate, previstas pela instrução normativa nº 6 de 16 de janeiro de
2018, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2018)
Há algumas diretrizes complementares na Portaria Federal de nº 162 de
outubro de 1994, para fins de autorização da realização de eventos
agropecuários que haja presença de animais. Em suas exigências, abordam
desde o local de recepção dos cavalos, que deve dispor de rampa para o
desembarque e local para a inspeção dos animais, até a assistência veterinária
no local, que deve ser integral até o término do evento (BRASIL, 2009).
Os animais só poderão participar de eventos se estiverem em garantidas
condições clínicas e sanitárias, que exiba boa saúde e aparência, sem
suspeitas de doenças e livres de ectoparasitos. Informações as quais deverão
estar contidas na guia de trânsito, nos exames e atestados exigidos.
A integração dos conceitos de higiene, que é um conjunto de técnicas com o
objetivo de auxiliar na promoção de saúde animal e bem-estar, que confere
qualidade de vida a um animal, são fundamentais para a sanidade e,
consequentemente, da saúde dos animais participantes dos eventos. A
sanidade tem o foco em agentes e origens de determinada doença, condutas
essas imprescindíveis aos animais para o fortalecimento à relação de saúde e
de prevenção. Ambos os conceitos têm o objetivo de assegurar a saúde dos
animais e de bem estar animal, além de atuar na prevenção para que haja
redução na disseminação de patógenos (DIAS et al., 2013).
REPRODUÇÃO
A biosseguridade em equinos para reprodução é de suma importância para a
área e tem como foco um manejo de qualidade, em que se torna de máxima
importância instituir um protocolo vacinal e manter a higiene de todos os
produtos e equipamentos durante os procedimentos biotecnológicos e de
inseminação. Além disso, o centro de criação responsável pela reprodução
deve possuir piquetes para cada categoria animal e para um animal saudável,
são estipuladas medidas de biosseguridade aos mesmos.
PROTOCOLO VACINAL
PIQUETE MATERNIDADE
Havendo o acasalamento e a confirmação de prenhez, é necessário
documentar os respectivos dados, criando uma estimativa de data do parto,
para que haja o deslocamento da égua gestante aproximadamente um mês
antes do parto para o piquete-maternidade (BLANCHARD et al., 2003).
A área do piquete deve ser ampla o suficiente para acomodar movimentos
ambulatoriais e permitir que a fêmea se deite confortavelmente no pré-parto e
no pós-parto e durante a fase de amamentação. As baias devem atender aos
mesmos requisitos do piquete em relação ao conforto da égua e do potro;
possuindo no geral uma instalação 30% maior do que uma acomodação
comum para um adulto.
Para os cuidados dos neonatos, é necessário garantir que o animal faça a
ingestão do colostro no período correto, devem ser mantidos em isolamento de
outros animais, principalmente de outros neonatos nas primeiras semanas para
diminuir o índice de doenças infectocontagiosas e em animais que não
apresentarem nenhuma alteração ou anormalidade, não se deve interferir nas
primeiras horas, sendo necessário apenas realizar a cura do umbigo, não
interferindo mais nessa fase entre a égua e o potro, o que interfere diretamente
no desenvolvimento neonato.
PIQUETE PARA DESMAME
Os piquetes de desmame alojam potros que atingem a idade adequada para a
desmama, processo o qual consiste em separar fisicamente as éguas dos
potros. Uma vez que o potro é abandonado ao pé, a égua volta para a cadeia
reprodutiva. É comum que os criadores aproveitem o cio do potro nas
éguaspara que quando entrarem no desmame esses animais retornem direto
ao piquete de gestação.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Revisão
do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo. [Brasília]: MAPA, 2016.