Planejamento e Acompanhamento de Obras de Interiores
Planejamento e Acompanhamento de Obras de Interiores
Planejamento e Acompanhamento de Obras de Interiores
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 PLANEJAMENTO DE OBRAS
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2.1 Planejamento estratégico, tático e operacional
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Para obras, destaca a programação tática como a programação em médio
prazo. Se, na programação estratégica, o cronograma foi dividido em meses, por
exemplo, na tática, ele será subdividido em semanas. O principal objetivo está
ligado com o planejamento de aquisição de recursos para a obra. Um exemplo é a
divisão dos serviços de um prédio por pavimentos, como a subdivisão dos serviços
de alvenaria em alvenaria do 1º pavimento, 2º pavimento, entre outros (MATTOS,
2010).
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Figura 1. Planejamento estratégico, tático e operacional.
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Figura 2. Cronograma em forma de gráfico de Gantt.
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• Otimização de projetos: por meio da criação de diversos tipos de
planilhas e gráficos, o MS Project ajuda o profissional a planejar, gerenciar e
otimizar seu projeto.
• Criação de vínculos entre as tarefas: as atividades da obra requerem
tempo e recursos e são realizadas na sequência de outras tarefas. A possibilidade
de ligar tarefas entre si, tornando-as dependentes, é uma importante ferramenta do
software.
• Maior vantagem no mercado: a eficácia do software atua no controle
sobre o planejamento e controle da obra, aumentando a qualidade do
gerenciamento e da execução da obra.
• Identificação do caminho crítico: o software identifica automaticamente
o caminho crítico, permitindo o acompanhamento da obra a partir desse parâmetro
e facilitando a vida do gestor.
• Controle de custos: pode-se atribuir os custos dos recursos atribuídos
a cada atividade, e o programa calcula os custos e gastos conforme o andamento
da obra.
• Planejamento físico e financeiro: por meio da geração de cronogramas
e gráficos de Gantt, o software permite a elaboração do planejamento físico e
financeiro da obra.
• Conhecer e prever riscos: o software permite calcular a probabilidade
de riscos na obra, como ameaça de atraso de tarefas ou da data final da obra e
aumento do orçamento, aumentando a previsibilidade de problemas durante sua
execução.
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Beneficia-se o controle do planejamento também no sentido de: organização do
cronograma, com informações para avaliar a evolução da obra; explicar atrasos e
imprevistos, por meio do registro de alterações climáticas, falha de equipamentos,
entre outros; avaliação da qualidade do trabalho dos envolvidos, a partir do registro
e acompanhamento dos serviços prestados; e prevenção de acidentes e
imprevistos, pois, com o registro dos acontecimentos, torna-se mais fácil criar meios
de prevenção (LIMA, 2017).
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Figura 3. Microciclos, mesociclos e macrociclos.
3 PROJETO EXECUTIVO
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responsáveis pela obra. Nessa etapa, todas as lacunas projetuais precisam ser
completadas, para que não ocorram erros na sua execução (RODRIGUES, 2018).
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• ABNT NBR 12721:2006 — Avaliação de custos de construção para
incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios —
Procedimento;
• ABNT NBR 7200:1998 — Execução de revestimento de paredes e
tetos de argamassas inorgânicas — Procedimento;
• ABNT NBR 7190:1997 — Projeto de estruturas de madeira;
• ABNT NBR 5674:2012 — Manutenção de edificações — Requisitos
para o sistema de gestão de manutenção;
• ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 — Iluminação de ambientes de
trabalho/Parte 1: Interior.
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4 PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE EXECUÇÃO DE OBRAS
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está intimamente ligada ao desenvolvimento do setor da construção civil, visto que
é essa atividade que permite o acesso das pessoas a moradia, saneamento básico,
rede de energia elétrica, entre outros serviços (ADORNA, 2019).
A falta de planejamento financeiro no setor da construção civil gera, também,
impactos econômicos significativos. Construtoras de pequeno e médio porte, que
compõem a maior parte das empresas atuantes no setor da construção,
frequentemente têm que encerrar suas atividades em função de prejuízos
insustentáveis decorrentes de falhas de planejamento e execução de obras.
Situações como essa criam grande instabilidade nos setores da construção civil e
imobiliário, podendo resultar em crises econômicas de grande impacto nacional
(ADORNA, 2019).
O planejamento financeiro de obras, portanto, consiste em um conjunto de
medidas adotadas por empresas de pequeno, médio e grande porte com o objetivo
de gerenciar os custos decorrentes das etapas de projeto, execução e
administração de obras de engenharia civil e arquitetura, de modo a garantir
segurança financeira às empresas envolvidas no empreendimento.
PINHEIRO e CRIVELARO (2014) definem planejamento como:
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Quadro 1. Benefícios do planejamento de obras
BENEFÍCIO DESCRIÇÃO
Conhecimento pleno da obra O gestor, ao realizar o plano de
trabalho, deve considerar todas as
variáveis envolvidas na construção da
obra, como projetos, métodos
construtivos, orçamentos e prazos de
execução. Desse modo, o gestor
adquire conhecimento de todas as
etapas da obra.
Detecção de situações desfavoráveis A existência de um plano de trabalho
adequado permite ao gestor analisar e
detectar inconformidades no
andamento do projeto, podendo intervir
antes que a situação desfavorável se
torne irreversível.
Agilidade de decisões A existência de planejamento e controle
na execução da obra permite que o
gestor analise e tome decisões rápidas
e pontuais, de modo a gerir prazos e
recursos materiais e humanos,
intervindo no processo construtivo
quando necessário.
Relação com o orçamento Os serviços são orçados considerando
índices de produtividade das equipes e
quantitativos de materiais. O
planejamento e o controle da obra deve
considerar esses parâmetros, de modo
a poder verificar o desenvolvimento da
obra e intervir pontualmente em
serviços que não transcorram conforme
definido em projeto.
Otimização da alocação de recursos Por meio do plano de trabalho, o gestor
da obra adquire conhecimento dos
recursos necessários e prazos
estimados. Com esses parâmetros, o
gestor pode intervir nos serviços,
alocando recursos de serviços cujos
prazos estão adiantados para serviços
atrasados.
Referência para o acompanhamento A existência de um plano de trabalho
original em uma obra fornece ao gestor
um referencial, pelo qual pode analisar
e controlar o desenvolvimento dos
serviços efetivamente executados. A
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esse plano de trabalho original, dá-se o
nome de planejamento referencial ou
linha de base.
Padronização O planejamento de execução de uma
obra permite que todos os profissionais
envolvidos, tenham consciência dos
procedimentos, prazos e metodologias
adotadas.
Referência para metas A existência de um plano de trabalho
permite a adoção de metas de
execução de serviços, as quais
agregam benefícios financeiros e
econômicos à construção, além de
melhorar o marketing da empresa,
visando futuras obras.
Documentação e rastreabilidade O planejamento e o controle de
execução de obras permitem que a
empresa obtenha maior organização na
gestão de documentos e registros,
facilitando a elaboração de justificativas
e pleiteando maiores prazos ou
recursos financeiros, assim como
garantindo maiores chances de defesa
em casos judiciais.
Criação de dados históricos Um mesmo plano de trabalho pode ser
aplicado integral ou parcialmente em
obras similares, permitindo que a
empresa desenvolva planos de ação
que garantam maior destaque no
mercado.
Profissionalismo A empresa que preza pelo
planejamento e pelo controle de
execução das obras garante a
confiança dos clientes e maior
visibilidade no mercado.
Fonte: Adaptado de Mattos (2010).
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As deficiências no planejamento e no controle da obra consistem nas
principais causas de baixa produtividade e qualidade no setor da
construção civil, além de serem responsáveis pelas elevadas perdas de
recursos materiais e financeiros.
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disponibilidade de recursos financeiros, também influencia a qualidade do
planejamento e do controle de execução de obras (ADORNA, 2019).
O planejamento financeiro das obras deve ser encarado, não apenas como
um conjunto de planilhas elaboradas com o objetivo de agradar o cliente, e, sim,
como um instrumento que garante segurança financeira para a empresa. A
elaboração do planejamento financeiro se baseia na análise de dois instrumentos
fundamentais: o orçamento da obra e o fluxo de caixa (ADORNA, 2019).
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individuais e acumulados, de cada atividade ao longo do tempo (PINHEIRO e
CRIVELARO, 2014).
O cronograma físico-financeiro facilita o controle do cronograma das etapas
e dos gastos em cada etapa da obra, de modo a verificar se estão de acordo com o
projeto. Permite que o gestor identifique rapidamente se as atividades e serviços
necessitam reajustamento de preços, podendo agir para adequar o projeto, o
cronograma e os gastos esperados (PINHEIRO e CRIVELARO, 2014).
5 PRODUTIVIDADE DA OBRA
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Diferente do que muitos pensam, a produtividade não se relaciona somente
com a diminuição de custos ou aumento da velocidade de produção. Ela está
relacionada com a minimização do uso dos recursos, como materiais, mão de obra
e equipamentos, para diminuir os custos de produção, aumentar sua velocidade e
também para gerar melhores condições de trabalho ao trabalhador.
Para alcançar uma boa produtividade, deve-se pensar num plano de trabalho
e num planejamento eficiente, traçando objetivos estratégicos considerando
desafios, gargalos, etapas a serem terceirizadas, fornecedores, custos, prazos e
tipo mão de obra. Em seguida, realiza-se o plano de ação, ou seja, indicam-se as
medidas para alcançar os objetivos, no trabalho real. No plano de ação, planeja-se
detalhadamente como a obra vai realmente ser levada ao canteiro (SOUZA,
MORASCO e RIBEIRO 2017).
Os fatores que influenciam a produtividade da obra são comumente
separados em externos e internos. Fatores externos são aqueles que não podem
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ser controlados pelos gestores. Fatores internos são aqueles que podem ser
influenciados. Cada obra possui seus fatores internos e externos e a intensidade de
cada um e as relações entre eles devem sem analisadas para cada
empreendimento (SOUZA, MORASCO e RIBEIRO 2017).
Embora os fatores externos não possam ser controlados, é importante
conhecê-los para saber lidar com eles, caso venham a influenciar na obra.
Alguns fatores externos são:
Os fatores internos, que podem ser controlados pelos gestores, são também
considerados alavancas da produtividade quando bem administrados. O sucesso
ou fracasso vinculados a esses fatores dependem de como a obra é administrada.
Por isso, é muito importante reconhecê-los e saber como lidar com cada um.
BARREIROS et al. (2014) descrevem, em seu trabalho de estudo sobre a
produtividade na construção civil, com enfoque no Brasil, alguns dos fatores internos
mais importantes que alavancam ou prejudicam a produtividade da obra, conforme
vemos no Quadro 3.
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• Processos estruturados de
atualização do planejamento conforme
a execução.
• Escritório integrado de gestão de
projetos (PMO — Project Management
Office).
Adoção de métodos de gestão • Melhor sincronização do
empreendimento e melhoria do fluxo de
materiais, visando a eliminação das
atividades que não agregam valor.
Equipamentos • Modernização de equipamentos.
• Maior taxa de utilização de
equipamentos.
Materiais • Adoção de novos materiais mais
eficientes.
Melhorias de projeto • Foco na melhoria dos projetos e
sua adequação para a execução.
Qualificação da mão de obra • Ações para aprimorar o
recrutamento.
• Ações para aumentar a
qualificação atual (treinamento,
motivação).
• Plano para retenção de
profissionais.
Fonte: Adaptado de Barreiros et al. (2014).
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6 GERENCIAMENTO DO TEMPO NO PROJETO DE INTERIORES E
ACOMPANHAMENTO DE OBRAS
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Figura 5. Características do gerenciamento de projetos.
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um cronograma, conhecido como elaboração iterativa de cronograma com lista de
pendências (backlog):
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depois, são destacadas etapas relacionadas. Identificar etapas independentes das
dependentes entre si ajuda a evitar o retrabalho. O passo a passo ficaria assim:
• Elaborar uma listagem completa de todas as etapas que devem ser
executadas para a realização do trabalho;
• Utilizar um esquema de fluxograma (pode ser feito à mão ou até
mesmo em um editor de texto);
• Preencher as caixas de texto do fluxograma com a etapas presentes
na listagem;
• Criar setas de correspondência e sequência entre as etapas (para
formar o fluxo);
• Destacar com outra cor as etapas que são dependentes uma das
outras, ou seja, para que uma ocorra, precisa que a outra já tenha ocorrido;
• Avaliar aquelas tarefas que podem ocorrer ao mesmo tempo.
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• Iluminação: reflita sobre o uso de forros (p. ex., o gesso precisa de um
tempo para ser aplicado, depois é preciso esperar secar, pintar, recortar e aplicar
as luminárias e possíveis ajustes); teto sem forro apenas com escolha de luminárias;
escolha e prazo de entrega de luminárias e lâmpadas; instalação da iluminação.
Lembre-se de que existe ordem para um cronograma: a aplicação de gesso gera
muita sujeira, então os móveis devem ser colocados depois, e até mesmo a
avaliação do piso a ser colocado pode vir depois dessa etapa.
• Mobiliário: no caso de móveis planejados ou sob medida, existe o
tempo do detalhamento do desenho, a escolha dos materiais e a confecção destes
pela empresa ou pelo marceneiro, os quais podem levar mais de 1 mês para ficarem
prontos; móveis “prontos” também podem ter prazo de entrega, pois, muitas vezes,
o que está na loja é mostruário ou alguns podem ser customizados.
• Visita técnica: o seu trabalho também demanda tempo; avalie quantas
visitas à obra serão necessárias e a sua duração; faça a checagem do andamento
da execução e conclusão das etapas, bem como ajustes.
• Decoração: visitas a lojas com ou sem o cliente podem levar bastante
tempo; quase todas as etapas anteriores também estão relacionadas a escolhas,
mas, aqui, lembre-se da escolha de objetos, como vasos e quadros, o que pode
levar bastante tempo; várias possibilidades de escolha e dúvidas; dica: restrinja
previamente o número de lojas a serem visitadas (o comum são três).
• Avaliação: quase ninguém coloca no cronograma essa contabilização,
mas o profissional precisa destinar um tempo para avaliar o que funcionou e o que
precisa ser ajustado em projetos futuros, o que foi estimado e o que foi realizado, e
isso demanda tempo na hora, mas é “economia” futura.
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Já para as fases dinâmicas, deve-se destacar aquelas que podem ter uma
mudança contínua durante o projeto, como, por exemplo, quando se tem um
vazamento identificado no local do projeto, ele pode ter várias causas, e, até se
descobrir a sua origem, ele se torna dinâmico, sua solução pode levar alguns
minutos, se é um registro que precisa ser trocado, ou até mesmo dias, se foi
identificado algo estrutural proveniente até mesmo de um vizinho.
As fases padronizadas são aquelas etapas rotineiras que seguem uma certa
previsibilidade para a sua execução, como a pintura de uma parede, colocação de
objetos decorativos, posicionamento de móveis prontos, entre outros. Diante disso,
duas estratégias se mostram bastante eficientes para o gerenciamento do tempo:
PERT e CPM, que, via de regra, são utilizadas em conjunto. Elas são ferramentas
do processo de estimar as durações das atividades.
O PERT (do inglês Program Evaluation and Review Technique) se
caracteriza por um cálculo envolvendo cada atividade/etapa, com três
possibilidades de tempo para a sua realização: otimista, mais provável e pessimista.
Essas possibilidades de tempo podem ser baseadas por meio da opinião de um
especialista ou de um grupo com conhecimento em determinada área, ou por
estimativa com base em projeto semelhante. O cálculo se caracteriza pela seguinte
fórmula:
tE = (tO + 4 tM + tP)
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Onde:
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• Pessimista (tP): a duração é baseada na análise do pior cenário para
a atividade (PMBOK, 2013).
Cálculo:
tE = (tO + 4 tM + tP)
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tE = (1 + 4 x10 + 30)
=11,8 dias (12 dias)
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• Atividade fantasma caracterizada por uma seta tracejada, que
representa a dependência entre duas atividades, mas sem a necessidade de se
criar uma nova.
Para a montagem do gráfico CPM, considere as seguintes atividades para o
diagrama de flechas e as nomeie com letras:
• A — Definições de projeto
• B — Ida a lojas de móveis
• C — Prazo de entrega dos móveis
• D — Nivelamento do contrapiso
• E — Ida à loja de piso laminado
• F — Contratação da mão de obra de colocação
• G — Prazo de entrega do piso
• H — Colocação do piso
• I — Colocação dos móveis
• J — Ajustes finais
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PINHEIRO, A. C. F. B.; CRIVELARO, M. Planejamento e custos de obras. São
Paulo: Érica, 2014
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