Aplicacoes Conicas 2015
Aplicacoes Conicas 2015
Aplicacoes Conicas 2015
Orientador:
o
Prof . Dr. Marcelo Gomes Pereira
Kepler
Resumo
v
Abstract
Conical are curves that can highlight the parabola, ellipse and hyperbola. These
have the usual applications via satellite dishes, solar heaters, elliptical mirrors, telescopes,
among others. In this paper, we will define the conical, present and show applications of
reflective property of each conical and also present their canonical equations.
We also present some examples involving canonical equations and graphs of
conic. For the construction of the graphs we will use the GeoGebra program.
vi
Sumário
Introdução 1
1 Transformações de coordenadas no E 2 3
1.1 Translação de eixos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Rotação de eixos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Parábola 11
2.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Elementos da Parábola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3 Equações Canônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3.1 Parábola P com vértice na origem e reta focal coincidente com o
eixo OX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3.2 Parábola P com vértice na origem e reta focal coincidente com o
eixo OY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3.3 Parábola P com vértice V = (xo , yo ) e reta focal paralela ao eixo OX 22
2.3.4 Parábola P com vértice V = (xo , yo ) e reta focal paralela ao eixo OY 24
3 Elipse 28
3.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2 Elementos da Elipse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 Equações Canônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.1 Elipse E com centro na origem e reta focal coincidente com o eixo OX 33
3.3.2 Elipse E com centro na origem e reta focal coincidente com o eixo OY 35
3.3.3 Elipse E com centro no ponto O = (xo , yo ) . . . . . . . . . . . . . . 36
4 Hipérbole 39
4.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
vii
4.2 Elementos da Hipérbole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.3 Equações Canônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.3.1 Hipérbole H com centro na origem e reta focal coincidente com o
eixo OX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.3.2 Hipérbole H com centro na origem e reta focal coincidente com o
eixo OY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.3.3 Hipérbole H com centro no ponto O = (xo , yo ) . . . . . . . . . . . . 48
viii
Introdução
A palavra cônica (ou seção cônica) indica uma curva obtida por meio de um
corte de um plano α secante a um cone circular reto e que não contenha o vértice desse
cone. Conforme podemos observar na figura 1, abaixo:
Conforme [1]:
Nesta perspectiva e como forma de mostrar a importância sobre o tema, já que é parte
integrante do currı́culo do Ensino Médio de Matemática, mas que não é abordado no Pro-
grama do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), conforme análise feita no edital do
ENEM e das versões das provas aplicadas desde o ano de 1998. Corre-se o risco de tornar-se
1
um assunto irrelevante nos programas escolares, pois a maioria das instituições de Ensino
Médio tomam-no por base para preparar seus planejamentos de ensino o programa do
ENEM. Contudo, faz-se necessário uma revisão em tal programa, para que não deixe de
fora assuntos tão importantes e necessários para a preparação curricular dos alunos.
Inicialmente, abordamos as transformações de coordenadas como forma de sim-
plificar e/ou compreender melhor algumas equações do 2o grau e que servirão de modelos
para os capı́tulos seguintes. Apresentamos as translações e rotações de eixos cartesianos e,
ainda, mostramos quando devemos usar uma translação e/ou rotação.
A partir do segundo capı́tulo apresentamos um problema motivador como forma
de instigar a curiosidade do leitor, ferramentas para desenvolvê-lo e uma prosposta de
solução.
No segundo capı́tulo, definimos a parábola, apresentamos a propriedade refle-
xiva e algumas aplicações, damos os elementos geométricos da parábola e sua forma gráfica.
Em seguida, tratamos das suas equações canônicas e mostramos alguns exemplos envol-
vendo estas equações.
No terceiro capı́tulo, definimos a elipse, apresentamos a propriedade reflexiva
e algumas aplicações, damos os elementos geométricos da elipse e sua forma gráfica. Em
seguida, tratamos das suas equações canônicas e mostramos alguns exemplos envolvendo
estas equações.
No quarto capı́tulo, definimos a hipérbole, apresentamos a propriedade reflexiva
e algumas aplicações, damos os elementos geométricos da hipérbole e sua forma gráfica.
Em seguida, tratamos das suas equações canônicas e mostramos alguns exemplos envol-
vendo estas equações.
2
Capı́tulo 1
Transformações de coordenadas no E 2
3
Figura 1.1: Translação de eixos - Fonte:http:www.professores.uff.br
Dizemos que o novo sistema XOY foi obtido por uma translação do antigo sistema XOY .
Em ambos os sistemas, conservam-se as unidades de medida.
Sendo (xo , yo ) as coordenadas da nova origem no sistema de eixos ortogonais
XOY em relação ao sistema de eixos ortogonais XOY , teremos que:
x = xo + x (1.1)
y = yo + y (1.2)
4
Figura 1.2: Gráfico da circunferência
Outra maneira para eliminar os termos de primeiro grau seria aplicar as equações
(1.1) e (1.2) na equação da cônica e impor as condições para que os coeficientes dos termos
5
de primeiro grau sejam nulos.
o ponto P (x, y) pode ser localizado em relação ao sistema de eixos ortogonais XOY , mas
esse mesmo ponto terá coordenadas diferentes em relação ao sistema de eixos ortogonais
−→
XOY , considerando, ainda, ϕ o ângulo que o vetor OP faz com o semi-eixo positivo OX
e r = d(P, O). Então, pela figura 1.3, teremos:
x = r cos ϕ (1.3)
y = r senϕ (1.4)
e, ainda:
6
x = r cos(ϕ + θ) (1.5)
y = r sen(ϕ + θ) (1.6)
logo, desenvolvendo o cosseno e o seno da soma de dois ângulos nas equações (1.5) e (1.6),
obtemos:
7
Figura 1.4: Gráfico da elipse
√ √
2 2
Substituindo nas equações de rotação (1.9) e (1.10) teremos: x = 2
x − 2
y e y =
√ √
2
2
x + 22 y.
√ √ √ √ √ √ √ √
5[ 22 x − 22 y]2 + 6[ 22 x − 22 y][ 22 x + 22 y] + 5[ 22 x + 22 y]2 − 8 = 0
⇒ 5x2 − 10xy + 5y 2 + 6x2 − 6y 2 + 5x2 + 10xy + 5y 2 − 16 = 0
⇒ 16x2 + 4y 2 − 16 = 0
⇒ 4x2 + y 2 = 4
Vejamos a rotação apropriada para uma equação do segundo grau com duas
variáveis considerando:
8
B
tg(2θ) = (paraA 6= C) (1.12)
A−C
Vamos demonstrar:
A cos2 (θ)x2 −2A cos(θ) sen(θ)xy+A sen2 (θ)y 2 +B(cos(θ) sen(θ)x2 +cos2 (θ)xy− sen2 (θ)xy−
cos(θ) sen(θ)y 2 ) + C sen2 (θ)x2 + 2C cos(θ) sen(θ)xy + C cos2 (θ)y 2 + D cos(θ)x − D sen(θ)y +
E sen(θ)x + E cos(θ)y + F = 0.
(A cos2 (θ) + B cos(θ) sen(θ) + C sen2 (θ))x2 + (−2A cos(θ) sen(θ) + B cos2 (θ) − B sen2 (θ) +
2C cos(θ) sen(θ))xy + (A sen2 (θ) − B cos(θ) sen(θ) + C cos2 (θ))y 2 + (D cos(θ) + E sen(θ))x +
(−D sen(θ) + E cos(θ))y + F = 0.
(A cos2 (θ)+B cos(θ) sen(θ)+C sen2 (θ))x2 +[−2(A−C) cos(θ) sen(θ)+B(cos2 (θ)− sen2 (θ))]xy+
(A sen2 (θ)−B cos(θ) sen(θ)+C cos2 (θ))y 2 +(D cos(θ)+E sen(θ))x+(−D sen(θ)+E cos(θ))y+
F = 0.
Como o termo xy, desaparecerá através de uma rotação, da equação acima, teremos que:
−2(A − C) cos(θ) sen(θ) + B(cos2 (θ) − sen2 (θ)) = 0
⇒ (C − A)(2 sen(θ) cos(θ)) + B(cos2 (θ) − sen2 (θ)) = 0
⇒ (C − A)( sen(2θ)) + B cos(2θ) = 0.
E, dividindo por cos(2θ), temos:
(C − A) tg(2θ) + B = 0
B
⇒ tg(2θ) = A−C (paraA 6= C)
9
Se A = C ⇒ B cos(2θ) = 0 ⇒ 2θ = 90o ⇒ θ = 45o .
Texto complementar
Distância entre dois pontos no plano cartesiano
10
Capı́tulo 2
Parábola
11
Figura 2.1: Refletor parabólico - Fonte: http://sites.unifra.br
12
da fonte de luz ao vértice da parábola é de 1, 875cm.
2.1 Definição
É uma curva plana aberta que se obtém quando um plano intercepta um cone
reto de modo paralelo à sua geratriz, conforme podemos ver na figura 1. Na parábola,
todos os pontos estão a uma mesma distância de um ponto fixo, denominado foco, e de
uma reta fixa, chamada diretriz. Portanto, a parábola é o lugar geométrico dos pontos em
um plano cujas distâncias a um ponto fixo e a uma reta fixa são iguais.
A propriedade de reflexão da parábola afirma que se uma reta t, tangente em
um ponto P sobre a parábola, faz ângulos iguais com a reta que passa por P paralela ao
eixo de simetria e com a reta que passa por P e o foco F .
13
Figura 2.4: Ponto P da parábola com foco F e diretriz d - Fonte: http://portal.mec.gov.br
14
Figura 2.5: Representação gráfica - Fonte: http://portal.mec.gov.br
−→
Fazendo um prolongamento do segmento DP determinamos a semi-reta P Y ,
que faz com a reta t um ângulo congruente ao formado pelo segmento P D e a reta t, já
que são ângulos opostos pelo vértice. E como a reta t é bissetriz do ângulo, então, o ângulo
−→
formado pelo segmento P F e a reta t é congruente ao ângulo formado pela semi-reta P Y
e a reta t. Por isso, todo sinal recebido na direção do eixo da parábola toma a direção do
foco após a reflexão.
Do exposto acima, podemos dizer que todo raio luminoso ou onda que incida
sobre a parábola paralelamente ao seu eixo é refletido de modo a passar pelo foco da
parábola. O processo inverso também acontece, ou seja, qualquer raio ou onda que seja
emitido do foco da parábola e que incida sobre a parábola é refletido numa mesma direção
segundo retas paralelas ao eixo da parábola.
15
Figura 2.6: Raios refletidos na parábola - Fonte: http://parquedaciencia.blogspot.com.br
Essa propriedade faz com que a parábola apresente várias aplicações, como, por
exemplo, em antenas parabólicas, faróis de veı́culos, fornos solares e em telescópios. Estes
exemplos são parabolóides (superfı́cies obtidas pela rotação de uma parábola ao redor de
seu eixo) cujas secções têm o formato de uma parábola.
O sistema dos coletores solares, onde a temperatura no ponto focal pode chegar
a 3800o C, tem a forma de uma parábola. É nesse ponto focal que é colocado o dispositivo
que irá recolher a energia concentrada. O maior forno solar do mundo está em Odeillo
nos Pirinéus Orientais, em França, inaugurado em 1970 e, é usado até hoje para fins me-
talúrgicos na produção de ligas de altas temperaturas e aço.
16
simetria serão refletidas na direção do aparelho que se encontra no foco dessa antena.
17
Figura 2.9: Parábola - Fonte: Geometria Analı́tica - João Xavier
y 2 = 4px (2.1)
A equação (2.1) é conhecida como a equação canônica (ou reduzida) da parábola para a
condição citada acima.
18
Figura 2.10: Parábola - Fonte: Geometria Analı́tica - João Xavier
y 2 = −4px (2.2)
19
2.3.2 Parábola P com vértice na origem e reta focal coincidente
com o eixo OY
Vamos considerar que o foco F está acima da reta diretriz L, conforme a figura
2.11. Sendo o vértice da parábola na origem V = (0, 0), o foco F = (0, p) e a diretriz é a
reta y = −p e, como 2p = d(F, L). Portanto, se P = (x, y) ∈ P ⇒ d(P, F ) = d(P, L), logo:
p
x2 + (y − p)2 = |y + p|.
Elevando-se ambos os termos ao quadrado, temos:
x2 + (y − p)2 = (y + p)2 .
Desenvolvendo-se os produtos notáveis, ficamos com:
x2 + y 2 − 2py + p2 = y 2 + 2py + p2 .
Efetuando-se a adição e subtração dos termos semelhantes, obtemos:
x2 = 4py (2.3)
20
Figura 2.12: Parábola - Fonte: Geometria Analı́tica - João Xavier
Para o foco F abaixo da reta diretriz L, conforme a figura 2.12. Sendo o vértice
da parábola na origem V = (0, 0), o foco F = (0, −p) e a diretriz é a reta y = p e, como
2p = d(F, L). Portanto, se P = (x, y) ∈ P ⇒ d(P, F ) = d(P, L), logo:
p
x2 + (y + p)2 = |y − p|.
Elevando-se ambos os termos ao quadrado, temos:
x2 + (y + p)2 = (y − p)2 .
Desenvolvendo-se os produtos notáveis, ficamos com:
x2 + y 2 + 2py + p2 = y 2 − 2py + p2 .
Efetuando-se a adição e subtração dos termos semelhantes, obtemos:
x2 = −4py (2.4)
21
2.3.3 Parábola P com vértice V = (xo , yo ) e reta focal paralela ao
eixo OX
22
Figura 2.14: Parábola - Fonte: Geometria Analı́tica - João Xavier
23
2.3.4 Parábola P com vértice V = (xo , yo ) e reta focal paralela ao
eixo OY
24
Figura 2.16: Parábola - Fonte: Geometria Analı́tica - João Xavier
(x − xo )2 = −4p(y − yo ) (2.8)
25
Figura 2.17: Parábola e Reta diretriz
É fácil ver que o seu vértice está na origem e a reta focal coincide com o eixo
OX e passa pelo ponto F = (2, 0), já que a reta diretriz é dada por x = −2. Portanto
p = 2. Conforme a equação (2.1), temos que:
26
Vamos fazer uma rotação para eliminarmos o termo xy e como A = C, temos
que a amplitude θ de rotação é de 45o . Portanto, substituindo nas equações (1.9) e (1.10),
teremos que:
√ √
x = 22 (x − y) e y = 22 (x + y.)
E substituindo na equação da parábola dada, teremos:
√ √ √ √ √ √
2 2 2 2 2 2 2 2
[ 2
(x−y)] +2[ 2
(x−y)][ 2
(x+y)]+[ 2
(x+y)] +8[ 2
(x−y)]−8[ 2
(x+y)] = 0.
√
x2 = 4 2y.
Logo uma equação bem mais simples de ser interpretada e que obedece a forma canônica
da parábola.
27
Capı́tulo 3
Elipse
Por que os refletores elı́pticos dos dentistas não ofuscam a visão do paciente?
Os dentistas usam refletores elı́pticos que têm como objetivo concentrar o máximo de luz.
Dessa forma, o ponto de luz do refletor consiste em um dos focos da elipse.
Como exemplo motivador para o estudo de elipse, vamos considerar que um
dentista usa um espelho elı́ptico conforme figura 3.1 abaixo. Qual a distância entre a
lâmpada do espelho e o local em que está conceentrada a iluminação na boca do paciente?
28
Figura 3.1: Gráfico do refletor elı́ptico
3.1 Definição
É uma curva plana fechada que se obtém quando um plano intercepta um cone
reto de maneira inclinada em relação à sua base, sendo que essa inclinação deve ser menor
do que a inclinação da geratriz do cone, conforme podemos ver na figura 1. Na elipse, há
a presença de dois pontos fixos, denominados focos. A soma das distâncias de qualquer
ponto da elipse até esses focos sempre é um valor constante.
Uma propriedade muito importante da elipse é que uma reta tangente a uma
elipse em um ponto P faz ângulos iguais com as retas que unem P aos focos da elipse,
29
conforme indicado na figura 3.2.
30
reta r é mediatriz de F1 F10 , logo d(P, F1 ) = d(P, F10 ) e d(A, F1 ) = d(A, F10 ). Como a reta
r faz ângulos iguais com P F1 e P F2 e, pela simetria, os ângulos F \ \0
1 P A e AP F1 também
são iguais. Temos que, os segmentos P F2 e P F10 fazem ângulos iguais com a reta r, logo,
os pontos F10 , P e F2 pertencem à mesma reta r. Então, P é um ponto da elipse e, como
d(A, F1 ) + d(A, F2 ) 6= 2a. Concluimos que P é o único ponto da reta r que pertence à
elipse, sendo assim, a reta r tangencia a elipse em P e, portanto, uma reta tangente a uma
elipse em um ponto P faz ângulos iguais com as retas que unem P aos focos da elipse.
31
Figura 3.5: Fragmentação do cálculo renal - Fonte:
www.pedranorim.com.br/litotripsia.htm
32
• a → distância do centro aos vértices sobre a reta focal;
33
Dividindo os termos por −4, temos:
p
a2 − cx = a (x − c)2 + y 2 .
Elevando os dois termos ao quadrado:
(a2 − cx)2 = a2 ((x − c)2 + y 2 )
⇒ a4 − 2a2 cx + c2 x2 = a2 (x2 − 2xc + c2 + y 2 )
⇒ (a2 − c2 )x2 + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )
⇒ b 2 x 2 + a2 y 2 = a2 b 2 .
Dividindo todos os termos da equação acima por a2 b2 encontramos a equação canônica da
elipse para a condição citada acima:
x2 y 2
+ 2 =1 (3.1)
a2 b
Tomando, como exemplo, a equação 9x2 + 16y 2 = 144 para ficar com a forma da equação
2 2
canônica da elipse, vamos dividir essa equação por 144 e encontraremos a equação x16 + y9 =
1. Comparando com a equação (3.1), teremos que: a2 = 16 ⇒ a = ±4 e b2 = 9 ⇒ b = ±3,
portanto a medida do eixo maior (que coincide com o eixo OX) é 2a = 8 e do eixo menor
√
é 2b = 6. Ainda, temos que: a2 = b2 + c2 ⇒ 42 = 32 + c2 ⇒ 16 = 9 + c2 ⇒ c = ± 7, logo
√ √
as coordenadas dos focos são F1 = (− 7, 0) e F2 = ( 7, 0), sendo estes pontos bastante
importantes para uma elipse, conforme vimos na aplicação da elipse.
Vejamos o gráfico da elipse na figura 3.7, abaixo:
34
3.3.2 Elipse E com centro na origem e reta focal coincidente com
o eixo OY
35
⇒ a2 x 2 + b 2 y 2 = a2 b 2 .
Dividindo todos os termos da equação acima por a2 b2 encontramos a equação canônica da
elipse, para a condição citada acima:
x2 y 2
+ 2 =1 (3.2)
b2 a
(x − xo )2 (y − yo )2
+ =1 (3.3)
a2 b2
36
Reta focal paralela ao eixo OY
(x − xo )2 (y − yo )2
+ =1 (3.4)
b2 a2
37
Devemos fazer uma translação do eixo OY para o ponto (4, 0). Logo, temos os seguintes
valores xo = 4, yo = 0, a = 5 e b = 1. Portanto, de acordo com a equação (3.4), temos que
2 2 2
a equação da elipse será: (x−4)
12
+ (y−0)
52
= 1 ⇒ (x − 4)2 + y25 = 1.
√
Sendo c2 = a2 − b2 ⇒ c2 = 25 − 1 ⇒ c = ±2 6, logo os focos da elipse são os pontos
√ √
F1 = (4, −2 6) e F2 = (4, 2 6).
38
Capı́tulo 4
Hipérbole
A maior parte do universo que conhecemos só pode ser observada através das
imagens reproduzidas pelos telescópios. Como essas imagens de conglomerados de estrelas,
planetas e outros corpos celestes presentes no espaço são feitas? Um telescópio é como um
grande olho, quando enxergamos um objeto, a luz que o olho recebe fica marcada fisica-
mente na retina, ocupando um espaço que é proporcional ao tamanho desse objeto. Como
nosso olho é muito pequeno para enxergar tão longe, foram inventados conjuntos de lentes
e espelhos (parabólicos e hiperbólicos) que proporcionam imagens ampliadas do universo.
Essas imagens são formadas nos telescópios pela incidência da luz paralela ao eixo focal
dos espelhos, pois incidem de uma grande distância, e por fim quando refletidos no espelho
hiperbólico do telescópio refletem para o foco deste espelho.
Como exemplo motivador para o estudo de hipérbole, vamos considerar um
telescópio que usa espelhos parabólicos e hiperbólicos como esquematizado na figura 4.1
abaixo. Qual a equação de cada um desses espelhos?
39
Figura 4.1: Modelo gráfico dos espelhos
4.1 Definição
É uma curva aberta, com dois ramos, que se obtém quando um plano intercepta
um cone reto de modo perpendicular à base do cone, sendo que o ângulo do plano é maior
do que o ângulo da geratriz do cone, conforme podemos ver na figura 1. Na hipérbole, há
a presença de dois pontos fixos, denominados focos, tal que a diferença entre as distâncias
de qualquer ponto da hipérbole aos focos é sempre um valor constante.
A propriedade de reflexão da hipérbole afirma que uma reta tangente a uma
hipérbole, em um ponto P é bissetriz do ângulo formado pelos raios focais F1 P e F2 P ,
ou seja, qualquer segmento de reta dirigido a um dos focos da hipérbole encontra o ramo
correspondente e é refletido em direção ao outro foco, conforme podemos ver na figura 4.2:
40
Figura 4.2: Propriedade refletiva da hipérbole - Fonte: sites.unifra.br
Vamos supor que a bissetriz e a reta tangente sejam a retas coincidentes. Seja
B um ponto qualquer da bissetriz, tal que GF2 ⊥ BP ⊥ N P , donde N P e GF2 são
segmentos paralelos e o triângulo P GF2 é isósceles de base GF2 . Daı́, os ângulos desse
triângulo em G e F2 são congruentes. Mas, os ângulos GF \ 2 P e AP N são congruentes, pois
\
são correspondentes. E, ainda, os ângulos N \ PG e P \GF2 , também, são congruentes, pois
são alternos internos. Logo, o ângulo de incidência AP \ N é igual ao ângulo de reflexão
N
\ P G, segunda a lei de reflexão. Daı́, N
\ P G é o ângulo de reflexão, isto é, o raio refletido
41
passa por F1 .
−−→
Falta provar que a bissetriz BP é, também, tangente à hipérbole em P. Da
figura 4.3, temos: BF1 < BG + GF1 ⇒ BF1 − BF2 < BG + GF1 − BF2 , mas BG = BF2 já
que o triângulo BGF2 é isósceles. Portanto, BF1 − BF2 < GF1 = P F1 − P G = P F1 − P F2 ,
−−→
logo o ponto B é externo ao ramo da hipérbole por P , ou seja a bissetriz BP só toca a
hipérbole em P , portanto é a reta tangente à hipérbole em P .
42
4.2 Elementos da Hipérbole
Uma hipérbole H de focos F1 e F2 é o conjunto de todos os pontos P do plano
para os quais o módulo da diferença de suas distâncias aos focos é igual a uma constante
2a > 0, menor do que a distância entre os focos 2c > 0. Ou seja, 0 < a < c e d(F1 , F2 ) = 2c,
portanto:
43
Figura 4.5: Hipérbole - Fonte:Cônicas e Quádricas - Jacir J. Venturi
44
⇒ b 2 x 2 − a2 y 2 = a2 b 2
Dividindo-se todos os termos da equação acima por a2 b2 encontramos a equação canônica
da hipérbole:
x2 y 2
− 2 =1 (4.1)
a2 b
Como as assı́ntotas de H são retas que passam pelo centro (0, 0) e têm inclinação ± ab em
relação ao eixo OX, suas equações são:
b
y=± x (4.2)
a
Exemplo: Consideremos a equação 16x2 − 25y 2 = 400, para ficar com a forma da equação
canônica da hipérbole, vamos dividir essa equação por 400 e encontraremos a equação
2
x2
25
− y16 = 1, comparando com a equação (4.1), teremos que: a2 = 25 ⇒ a = 5 e
b2 = 16 ⇒ b = 4, portanto a medida do eixo maior (que coincide com o eixo OX) é 2a = 10
e do eixo não-focal é 2b = 8. Ainda, temos que: c2 = a2 + b2 ⇒ c2 = 52 + 42 ⇒ c2 =
√ √ √
25 + 16 ⇒ c = ± 41. Logo as coordenadas dos focos são F1 = (− 41, 0) e F2 = ( 41, 0),
45
sendo estes pontos bastante importantes para uma hipérbole, conforme vimos na aplicação
da hipérbole. Ainda, de acordo com a equação (4.2), as assı́ntotas são y = ± 45 x.
Vejamos o gráfico da hipérbole na figura 4.6, abaixo:
46
4.3.2 Hipérbole H com centro na origem e reta focal coincidente
com o eixo OY
47
p
yx − a2 = a x2 + (y − c)2
Elevando, novamente, os dois termos ao quadrado:
(yc − a2 )2 = a2 (x2 + (y − c)2 )
⇒ y 2 c2 − 2yca2 + a4 = a2 (x2 + y 2 − 2yc + c2 )
⇒ (c2 − a2 )y 2 − a2 x2 = a2 (c2 − a2 )
⇒ b 2 y 2 − a2 x 2 = a2 b 2 .
Dividindo todos os termos da equação acima por a2 b2 , encontramos a equação canônica da
hipérbole para a condição citada acima:
y 2 x2
− 2 =1 (4.3)
a2 b
e as assı́ntotas são as retas:
b
x=± y (4.4)
a
Vamos omitir o desenvolvimento do ramo inferior de H, pois ocorre de forma semelhante
ao que fizemos acima e chegaremos às mesmas equações (4.3) e (4.4).
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Reta focal paralela ao eixo OX
(x − xo )2 (y − yo )2
− =1 (4.5)
a2 b2
e substituindo na equação (4.2) determinamos as assı́ntotas:
b
y − yo = ± (x − xo ) (4.6)
a
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Figura 4.9: Gráfico da hipérbole
Devemos fazer uma translação dos eixos para o ponto O = (4, 2). Logo, temos os se-
guintes valores xo = 4, yo = 2, a = 1 e c = 2. Calculando o valor de b, temos:
√
b2 = c2 − a2 ⇒ b2 = 22 − 12 ⇒ b2 = 4 − 1 ⇒ b = ± 3. Portanto, de acordo com a equação
2 2 2
(4.5), temos que a equação da hipérbole será: (x−4)
12
− (y−2)
√
( 3)2
= 1 ⇒ (x − 4)2 − (y−2)
3
= 1.
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Observando a figura 4.10 e usando as equações (1.1) e (1.2) e substituindo na
equação (4.3), encontramos:
(y − yo )2 (x − xo )2
− =1 (4.7)
a2 b2
e substituindo na equação (4.4) determinamos as assı́ntotas:
b
x − xo = ± (y − yo ) (4.8)
a
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Referências Bibliográficas
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