Sessao e Sseting Psicanalitico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 19

SESSÃO

PSICANALÍTICA E
SETTING
TERAPÊUTICO
CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS CLÍNICOS

Profa. Roberta Ferreira


BIBLIOGRAFIA DA AULA
PRINCIPAL
• ZIMERMAN, David E. Manual de técnica psicanalíBca: uma
re-visão. Porto Alegre : Artmed, 2008. cap.
• Barros, Glória. O seCng analí'co na clínica co'diana.
Revista Estudos psicanalíGcos. Nº.40. Belo Horizonte: 2013.
Disponível em:
hOp://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arOext&pi
d=S0100-34372013000200008
EXTRA
• MIGLIAVACCA, Eva Maria. Breve reflexão sobre o SeCng.
BoleGm de Psicologia, 2008, Vol. LVIII, No 129: 219-226.
Disponível em:
hOp://pepsic.bvsalud.org/pdf/bolpsi/v58n129/v58n129a0
9.pdf
O QUE É O SETTING?
• Tradução livre: Enquadre;
• “A soma de todos os procedimentos que
organizam, norma5zam e possibilitam o
processo psicanalí5co”.
• Envolve o conjunto de regras, a9tudes e
combinações, tanto as con9das no
contrato, como as que surgirem durante a
evolução da análise, como os dias e
horários das sessões, os honorários com a
respec9va modalidade de pagamento, o
plano de férias, etc.
O que é o setting e qual a
sua função?
• O seang não é algo passivo;
• Tem função aGva e determinante para a evolução
da análise;
• “serve de cenário para a reprodução de velhas e
novas experiências emocionais e está sob uma
coninua ameaça em vir a ser desvirtuado tanto
pelo analisando como também pelo analista, em
função do impacto de constantes e múlGplas
pressões de toda ordem”.
• Seang como espaço transicional para pacientes
muito regredidos.
Qual a função do Setting?
• Funciona como um importante fator
terapêu0co;
Como isso acontece?
• Através da criação de um espaço que
possibilite ao analisando trazer seus aspectos
infan:s no vínculo transferencial e, ao mesmo
tempo, usa a parcela adulta da personalidade
para ajudar no crescimento e amadurecimento
da parte infan:l.
UMA VEZ INSTITUÍDO, O SETTING DEVE
IMPORTANTE: SER PRESERVADO AO MÁXIMO!
Cenário para as manifestações
da transferência;
FUNÇÕES DO
SETTING Espaço transicional;

Função terapêu:ca;
Estabelecer o aporte da realidade exterior (com as suas
inevitáveis privações e frustrações).

Ajudar a definir a predominância do princípio da realidade


sobre o do prazer.
FUNÇÕES Prover a necessária delimitação entre o “eu” e os “outros”.
DO
Auxiliar a obtenção das capacidades de diferenciação,
SETTING separação e individuação.

Definir a noção dos limites e das limitações que


provavelmente estão algo borrados pela influência da
onipotência e onisciência, próprias da “parte psicóGca da
personalidade” (Bion, 1967), sempre existentes em qualquer
paciente.
Desfazer as fantasias do analisando, que
sempre está em busca de uma ilusória
FUNÇÕES simetria e de uma similaridade com o
DO SETTING analista.

Reconhecer que é unicamente sofrendo


as inevitáveis frustrações impostas pelo
seFng, que o analisando (tal como a
criança no passado), pode desenvolver
a capacidade para simbolizar e pensar.
FUNÇÕES DO SETTING
De todas as funções citadas, Zimerman afirma que a mais nobre é a criação de
um novo espaço onde o analisando terá a oportunidade de reexperimentar
com o seu analista a vivência de anBgas e marcantes experiências emocionais
conflitosas que foram:

Mal compreendidas,

Mal atendidas e

Mal significadas pelos pais do passado e, por conseguinte,

Mal solucionadas pela criança de ontem, que habita a mente do paciente adulto de hoje.
O SETTING E AS REGRAS TÉCNICAS
RECOMENDAS POR FREUD
Freud “aconselhou” algumas regras técnicas para o bom
desenvolvimento de uma análise (às veremos na próxima
aula);
Embora essas regras con@nuem sendo válidas, em sua
essência, elas necessitam sofrer pequenas adaptações ao
contexto sócio-histórico atual;
Não devem ser seguidas como dogmas na condução do seJng
analí@co;

Rigidez e flexibilidade: escassez e excessos.


PRIVAÇÃO – FRUSTRAÇÃO - CASTRAÇÃO

PRIVAÇÃO São vivências emocionais básicas,


é algo que falta, e tem origem nas
necessidades não saGsfeitas, no passado.
São inerentes ao processo analí6co,
FRUSTRAÇÃO
é algo que não se realiza e faz referência,
principalmente, aos desejos existentes, Em grande parte são desencadeadas pela
no presente. própria natureza frustradora do se>ng,

CASTRAÇÃO Seu surgimento no enquadre é necessário


algo que pode vir a faltar, no futuro. porque vai possibilitar o aprofundamento da
análise de suas raízes e conseqüências.
FUNÇÃO DA FRUSTRAÇÃO NA
ANÁLISE
• Zimeman: a frustração é uma experiência necessária no processo analíGco:
• Manter o enquadre – seang.
• “A experiência de sofrer frustrações não só é inevitável como também é
indispensável para uma estruturação sadia do psiquismo, muito
especialmente para a formação e a uGlização da capacidade para pensar”
• “As frustrações impostas pelas pessoas importantes do mundo exterior –
incluído, portanto, o analista no seang – não devem ser por demais
escassas, excessivas ou incoerentes.”
FUNÇÃO DA FRUSTRAÇÃO NA ANÁLISE

Exagerada escassez de frustrações:


• ocasiona a não se formação de um “problema a ser resolvido”, que é a alavanca propulsora da
necessidade de pensar uma forma de achar uma solução, e também não se desenvolverá a
capacidade para formar símbolos, que têm a finalidade de ocupar o lugar daquilo que está ausente
ou falta.

Frustrações excessivas:
• podem despertar fortes emoções que não servem ao processo de forma úDl, havendo a necessidade
de evacuação dos mesmos via ac#ngs, somaDzações, etc.
Frustrações incoerentes:
• provocam um estado confusional deletério para a análise, e também pode estar igualando o analista
às figuras parentais, assim reforçando uma forma de educação que, no passado, provavelmente, foi
incoerente – como mensagens incoerentes, por exemplo.
FRUSTRAÇÕES NECESSÁRIAS
• São inevitáveis e necessárias para o
FRUSTRAÇÕES bom andamento da análise.
NECESSÁRIAS FRUSTRAÇÕES DESNECESSÁRIAS
Vs. • Podem ser evitáveis,
FRUSTRAÇÕES • São desnecessárias,
• Não representam o menor ganho para
DESNECESSÁRIAS o processo analí9co,
• As dores que elas produzem são
inúteis.
PERVERSÃO DO SETTING

• Quando há uma extrema desvirtuação do


seang ou dos seus objeGvos;
• Pode acontecer com a presença de conluios
inconscientes e até, por vezes, conscientes,
sendo o mais frequente deles aquele ditado
pela necessidade recíproca de sedução, para
agradar e ser agradado;
• Por parte do analista, pode acontecer por
medo de perder o paciente.
INCLUSÃO DE “PARÂMETROS”

• PARÂMETRO – senso comum;


• PARÂMETRO – psicanálise: “tudo aquilo que transgrida o enquadre”;
• Nem sempre é uma a9tude considerada errada;
• Segundo Zimerman: o psicanalista pode se afastar PARCIALMENTE, das
normas clássicas, desde que isso não interfira na evolução da análise;
• Ex. quan9dade de sessões semanais, duração da sessão, uso do divã, uso
de medicações e recomendações quanto aos ac9ngs.
INCLUSÃO DE “PARÂMETROS”
O emprego de parâmetros, visando alterações profundas no enquadre, deve
atender três condições básicas:
PRIMEIRA: é a de que o psicanalista tenha uma absoluta segurança e domínio sobre aquilo
que ele está fazendo e introduzindo no seAng, e de que essa alteração não vai danificar a
essência da análise.

SEGUNDA: no caso em que a proposta de alterações provenham de insistentes pedidos do


analisando, elas somente devem ser atendidas após uma exausRva análise das mesmas,
tentando esclarecer se as mesmas realmente são necessidades da realidade ou se acRngs.

TERCEIRA: o par analíRco deve ter condições de retornar, se for necessário e possível, às
condições prévias.
3 DIMENSÕES DO SETTING

Método

Técnica

É,ca

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy