Familia CAP Alta

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Pais e responsáveis que

CAP Conhecem, Amam e Protegem seus filhos


Semana de Proteção Integral para Pais e Responsáveis
Ficha técnica

Diretora Nacional: Vanessa Viotti


Gerente Sênior de Suporte ao Programa: Betânia Garcia
Gerente de Suporte ao Programa: Nathalia Milhome
Elaboração original: Anne Lino
Especialista em Proteção Infantil: Yasmin Freire
Revisão e modificações: Yasmin Freire
Fotografia: Sara Navarro
Projeto Gráfico/Diagramação: Felipe Araujo

Material desenvolvido pela Compassion do


Brasil em 2019. Todos os direitos reservados
e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98.

Nenhuma parte deste material, sem autorização Para enviar críticas, elogios e sugestões, escreva
prévia por escrito da Compassion, poderá ser para: comunicação@compassion.com
reproduzida ou transmitida sejam quais forem Compassion – Sede Nacional:
os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, Av. Barão de Studart, 2626, 5º andar,
fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Dionísio Torres – Fortaleza/CE

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Introdução

FAMÍLIA CAP – Família que Conhece, Ama e Protege.

O objetivo desse Plano de Aula é, através de instrução de alta qualidade, capacitar os pais e responsáveis
para proteger seus filhos, engajá-los em práticas positivas e apropriadas de parentalidade e serem
aptos a responder adequadamente no momento em que o maltrato ocorrer.

O Artigo 227 da Constituição Brasileira de 1988 diz que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,


com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

E em seu Artigo 226, dita: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”

Vemos aqui como a legislação brasileira prevê que a base familiar é de significativa importância de seu
papel no resguardar da dignidade desde a infância até a juventude; sendo que ela não está sozinha,
mas tem apoio do Estado e da Sociedade.

Assim, para promover, fortalecer e efetivar a proteção integral no seio familiar tão necessária às famílias,
lançamos o Família CAP – Pais e Mães que conhecem, amam e protegem seus filhos. Trata-se de um
currículo planos de aula a serem aplicadas na Semana de Proteção Integral, que ocorrerá em Maio,
(em casos especiais, em outra semana que melhor se adeque à programação do projeto parceiro), os
pais e cuidadores dos beneficiários serão capacitados anualmente em temas de proteção infantil, com
uma carga horária mínima de 06 h/atividade.
• Por exemplo, o projeto parceiro poderá realizar 3 sessões no início da noite, com 2 horas
cada, quando os pais retornam de seus empregos; ou
• Convidar os pais para participarem de uma única sessão de 06h no sábado ou domingo.

A Compassion do Brasil entende a sua missão e considera a Proteção Integral a nossa pedra angular,
pois uma criança necessita ser protegida e viver em um ambiente saudável, livre de qualquer tipo de
Violação de Direitos, para que se desenvolva de forma holística.

Yasmin Freire
Especialista em Proteção Integral Infantil
Compassion do Brasil

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Plano de aula 1 – Família CAP
Aula 1 – Por que devemos proteger as crianças?

Objetivo:
Os pais terão informações sobre:
• O que é o abuso infantil?
• O que é proteção integral de Crianças e Adolescentes?
• Qual a sua importância?
• O que Deus diz sobre proteger as crianças?

Tamanho de grupos: 30 a 40 pessoas.

Tempo: 2 horas

Materiais necessários: Bola Pequena, Folha de papel Oficio, Data


show, Post-it e Caixa de Som.

Ambiente Físico: ambiente informal em que as cadeiras podem ser


colocadas em círculo para uma comunicação eficaz e mais envolvente.
e ore por todos os pais e filhos.

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Introdução (5 minutos)

Nota ao Oficial de Proteção:

É importante considerar que este assunto é delicado e deve ser conversado de forma
amorosa e cuidadosa. Estamos aqui para orientar e ajudar as famílias de acordo com suas
necessidades ou fragilidades em relação à essa temática. Compreendemos que a proteção
é central para a Compassion do Brasil e para Deus, dessa forma, os pais também precisam
entender a importância da Proteção e ter essa mesma prioridade e compromisso com seus
filhos e filhas. Se possível, reserve um tempo para orar antes da atividade iniciar.
É importante orar pelas famílias e com as famílias para que os seus corações estejam sensíveis
para receber o assunto e para que exista um movimento de sensibilização e compreensão
para gerar bons resultados.

Atividade em grupo

Dinâmica Inicial [10 minutos]


Material necessário: Bola pequena

Oficial de Proteção:
Peça para que os participantes formem um círculo, se possível. E inicie explicando sobre a apresentação,
peça para que os participantes digam seu nome, qual o nome das crianças no projeto e sobre o que
gosta de fazer (Essa é uma sugestão, podem criar outras perguntas).

Explique que a pessoa que iniciar vai segurar a bolinha e se apresentar, em seguida, ela escolherá uma
outra pessoa do grupo para jogar a bola e ser a próxima a se apresentar, e assim sucessivamente.

Essa dinâmica pode proporcionar uma interação e descontração entre as pessoas, e por consequência,
um bom ambiente para o momento.

Atividade em pequenos grupos [20 minutos]

Material Necessário: Folha de papel Oficio com as Perguntas, Post-it, Data Show, Caixa de Som.

Facilitador:
Se for possível no seu ambiente, proponha que as pessoas formem grupos pequenos com a quantidade
que seja melhor de acordo com a quantidade de participantes no total. Entregue ao grupo uma folha
de papel com as seguintes perguntas para refletirem e discutirem em grupo:

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1. O que é abuso infantil?
2. O que é Proteção Integral de Crianças e Adolescentes? Qual a sua importância?

3. O que Deus diz sobre proteger as crianças?

Atividade em grande grupo [60 MINUTOS]


Ao final desse momento, depois dos grupos terem conversado e refletido sobre as questões entre si,
todos abrem um grande círculo para que a discussão possa abranger todos os participantes.
Oficial de Proteção: É importante discutir as ideias em grande grupo, pergunte sobre as questões
para que possam expor suas opiniões sobre os temas. Em seguida, falar sobre cada questão que foi
perguntada aos pequenos grupos.

1. O QUE É ABUSO INFANTIL?

“É toda e qualquer situação que ameace ou viole os direitos da criança ou do adolescente,


em decorrência da ação ou omissão dos pais ou responsáveis, da sociedade ou do Estado,
ou até mesmo em face do seu próprio comportamento. Abandono, negligência, conflitos
familiares, convivência com pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas,
além de todas as formas de violência (física, sexual e psicológica), configuram violação de
direitos infanto-juvenis.”

Fonte: Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente - Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal.

Ou seja, uma ação ou uma omissão podem ser consideradas violações dos direitos das nossas crianças.
A falta de uma ação em favor de uma criança que pode ser: não cuidar da higiene, não disponibilizar
tempo para ela brincar, não cuidar devidamente, não orientar sobre a importância da educação e de
valores, não a incentivar a estudar, dentre outras ações podem ser consideradas violações dos direitos
dessa criança.

A violência ocorre frequentemente dentro de casa. Apesar das pesquisas apontarem crianças maiores,
há muitos acontecimentos em casa, na surdina, com crianças bem pequenininhas. Impera a “lei do
silêncio” para que ninguém saiba do caso. E também por causa desta “lei do silêncio” não ser quebrada,
muitas crianças sofrem de abusos várias e repetidas vezes.

Alguns tipos de abuso infantil são:


Violência Sexual
É o ato, jogo ou relação sexual, de natureza erótica, destinado a buscar o prazer sexual (com
ou sem contato físico, com ou sem emprego da força física), heterossexual ou homossexual,
tendo como finalidade estimular sexualmente a criança ou o adolescente ou utilizá-lo para
obter uma estimulação sexual para si ou para outra pessoa.

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Violência Psicológica
É a interferência negativa do adulto sobre a criança ou adolescente mediante um padrão
de comportamento destrutivo. Costuma apresentar-se associada a outros tipos de violência.

Negligência
Corresponde aos atos de omissão, cujos efeitos podem ser negativos, que representam
uma falha do adulto em desempenhar seus deveres em relação a crianças e adolescentes,
incluindo os de supervisão, alimentação e proteção.

Violência Física
Corresponde ao uso deliberado de força física ou do poder da autoridade no relacionamento
com criança ou adolescente por parte de qualquer pessoa que exerça uma relação de
superioridades causando-lhe sofrimento físico. Esta relação de força baseia-se no poder
disciplinador do adulto e na desigualdade entre adulto e criança.

Lembrando que toda violação de direitos e toda violência pode ser evitada, desde que pais e responsáveis
saibam qual o seu papel na educação e na proteção de cada criança. É importante que esses pais e
responsáveis abracem essa causa da proteção e:
• Trabalhem em prol da prevenção de abusos;
• Estejam sensíveis para identificar casos de abuso quando ocorrer;
• Saiba responder adequadamente se houver casos de abuso para que a crianças seja restaurada.

2. O QUE É PROTEÇÃO INTEGRAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES? QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?

A proteção da criança é fundamental para o seu crescimento e desenvolvimento saudáveis. Pois,


dificilmente, uma criança poderá se desenvolver de forma holística se ela tiver vivendo alguma situação
de trauma ou privação de algum direito básico.

Por isso, a lei designa que os adultos sejam os encarregados de fazer valer esta proteção.
Os adultos e as instituições (família, sociedade e Estado) farão coisas em favor das crianças
e adolescentes até que eles se tornem plenamente desenvolvidos física, mental, moral,
espiritual e socialmente, tornando-se adultos.

Proteger integralmente a criança e o adolescente é fazer com que todos os seus direitos sejam cumpridos
para que eles possam ser atendidos de forma integral.

Oficial de Proteção: Escreva os cinco direitos fundamentais em uma folha de papel oficio e corte o
papel para que cada direto fique em um papel diferente. Esses papeis serão distribuídos entre cinco pais
voluntários. Pergunte quem pode ler os papeis e os convide para ficar de pé e ler em voz alta.

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Cinco direitos que estarão escritos nos papeis são direitos fundamentais da criança e do adolescente:

1. Direito à vida e à saúde


• Toda criança e adolescente tem direito à vida e à saúde. Os cuidados começam bem
cedo e continuam até a adolescência.
• O acompanhamento médico inicia desde a gravidez e se estende após o nascimento,
em todas as fases de desenvolvimento da criança.
• A saúde contempla a saúde física, cognitiva, emocional e psicológica da criança.
• A saúde física diz respeito à alimentação, a vacinação ao acompanhamento médico, à
higiene, etc.
• A saúde cognitiva diz respeito ao aprendizado da criança, as suas capacidades de
desenvolvimento mental e etc.
• A saúde emocional e psicológica precisa ser cuidada e suprida também, pois crianças
também passam por frustrações e sofrimentos, dessa forma, elas precisam de cuidados.
Se for necessário apoio psicológico, é importante que os pais apoiem e participem desse
tipo de tratamento.

2. Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade.


São direitos de toda criança e adolescente. Eles têm direito a participação, a expressar as
suas opiniões e à serem respeitados. Quando houver divergência de é indispensável impor
limites, mas com carinho, paciência e nunca sendo violentos.

3. Direito à convivência familiar e comunitária.


Toda criança e adolescente tem direito à convivência saudável com sua família, vizinhos e
comunidade. Cada família tem seu jeito. O importante é manter o ambiente saudável e de
respeito. Atenção: afeto e carinho fazem toda a diferença. Diversão com a turma é essencial.

4. Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer.


Acompanhe e faça parte da vida escolar do seu filho. Assistir a algo que emociona e faz
pensar diferente é bom para todos. Existem atrações gratuitas e elas também podem ser
feitas pelas próprias pessoas como professor voluntário ou alguém que entenda do assunto.
Visite bibliotecas e exposições de sua cidade. Esportes e atividades físicas devem fazer
parte da vida de todos. Aproveite a natureza. Faz bem para o corpo e a alma.

5. Direito à profissionalização e à proteção no trabalho.


Todo adolescente tem direito a se profissionalizar desde que com respeito ao fato de estar
em desenvolvimento e com treinamento adequado. Uma ótima maneira de entrar no
mercado de trabalho é fazendo um curso profissionalizante. A lei prevê que o adolescente
pode trabalhar, mas na condição de aprendiz.

Oficial de Proteção: Depois da leitura dos pais, conversem brevemente sobre o que entenderam.

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3. O QUE DEUS DIZ SOBRE PROTEGER AS CRIANÇAS?

“Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o


protetor dos direitos de todos os desamparados! Ergue a tua voz
e julga com justiça, defende o pobre e o indigente.”

(Provérbios 31:8-9)

As crianças são vulneráveis, por isso, não sabem ainda se defender. O versículo nos ordena que sejamos
protetores dos direitos de quem não sabe se defender e para erguer a voz e julgar com justiça.

Oficial de Proteção: Comente que os pais devem entender o seu papel como defensor primário dessa
criança, não apenas por ser uma lei instituída por um país, mas também pelo mandato bíblico sobre
amar e proteger o pequeninos do Senhor.

As crianças têm um grande valor para Deus, vejamos alguns versículos bíblicos que evidenciam isso:

1) Jesus valorizou as crianças, ele abriu o caminho para elas.


“Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus.”
Mc 10:14

2) Jesus condena aqueles que fazem mal à uma criança.


“E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que
lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar”. Mc 9.42

3) Deus formou cada criança no ventre materno.


Salmo 139:13-17; Salmo 22:9-11.

4) Deus instruiu Seu povo especificamente a honrar as crianças.


Deuteronômio 6:7, 11:19-21; 31:12-13; Salmo 78:4.

5) Quando as crianças são machucadas e abusadas, o Pai celestial vem para salvá-las.
“Ele defende a causa do órfão” (Deuteronômio 10:18)
porque Ele é o “pai para os órfãos” (Salmo 68:5).

Podemos observar que Deus ama os seus pequeninos e evidencia isso, assim como, fala da importância
de proteger as crianças.

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Atividade de encerramento [20 minutos]

Material necessário: Projetor, Caixa de Som.

Sugestão de Vídeo – Youtube:


O bom samaritano
https://www.youtube.com/watch?v=KwRIngNeZZc

O vídeo fala do Bom Samaritano, é uma ilustração em desenho, mas muito rica de sentido. Para que os
pais possam refletir sobre ser bons samaritanos em seus lares, cuidando não apenas da família, mas de
todos os membros da família, pois todos são únicos e importantes para Deus.

Oficial de Proteção: Fale que o amor favorece o vínculo de confiança entre as crianças e os adultos,
ele é indispensável para a vida. Essas relações baseadas no amor devem ser exercitadas e mantidas
nas famílias dos nossos beneficiários. Essas relações baseadas no amor, no respeito e no cuidado tem a
possibilidade de contagiar a todos.
“Por estarem unidos com Cristo, vocês são fortes, o amor dele os anima, e vocês participam
do Espírito de Deus. E são bondosos e misericordiosos uns com os outros. Então peço que
me deem a grande satisfação de viverem em harmonia, tendo um mesmo amor e sendo
unidos de alma e mente. Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de
receber elogios; mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês mesmos.”
(Filipenses 2: 1-3)

Trazendo para o contexto da família, se conseguirmos exercitar essa ordenança de sermos bondosos e
misericordiosos uns com os outros, teremos um lar saudável, com respeito, com amor e com uma família
que se respeita e cuida um dos outros.

É importante ter consciência de que esse ser pequeno é totalmente dependente de cuidados e atenção
e que precisa ser protegido e cuidado, tendo suas necessidades supridas. Precisa-se agir não por si, mas
por amor.

Oficial de Proteção: Finalize a atividade orando pelas famílias e pelos beneficiários. E convide os pais
para o próximo encontro.

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Avaliação [5 minutos]

Oficial de Proteção:
Ao fim da aula, agradeça a participação de todos e peça que respondam uma pequena avaliação deste
momento, como a está sugerida abaixo. Ela é importante para que as ações de orientação aos pais e
responsáveis possam continuar com qualidade e sempre melhorando.

Dê sua opinião sobre esta aula, circulando o número da régua que melhor representa o seu pensamento
sobre cada pergunta:

Qual sua satisfação com essa reunião?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Este assunto foi importante para você?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Qual a clareza do conteúdo da atividade?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Qual sua satisfação com o dirigente desta reunião?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Você gostaria de comentar algo sobre esta reunião, fazendo sugestões, críticas ou elogios?

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Reunião 2 – Disciplina positiva

Objetivo:
Os pais terão informações sobre:
• Disciplina x Indisciplina
• Ensinando com firmeza e gentileza:
Ferramentas de Disciplina Positiva

Tamanho de grupos: 30 a 40 pessoas.

Tempo: 2 horas

Materiais necessários:
Folha de papel Oficio, Canetinhas Coloridas, Fita Gomada, Cartolina,
Data show, Post-it e Caixa de Som.

Ambiente Físico:
Ambiente informal em que as cadeiras podem ser colocadas em
círculo para uma comunicação eficaz e mais envolvente.

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Introdução: [5 minutos]

Nota ao Oficial de Proteção:


Inicie conversando com os pais. Diga que este é um ambiente de aprendizagem e todos
estão em cumplicidade para aprender porque querem o bem das crianças e adolescentes.

Reflitam juntos:
Quantos de nós já não perdemos a paciência com os filhos em alguns dias? Ou em vários
dias? Perder a paciência pode acontecer. O que não pode acontecer é tornar os nossos filhos
um alvo para descontar nossa chateação, nosso desespero ou nossas frustrações.
Perder a paciência pode acontecer com todo mundo, mas existem maneiras de extravasar
sem descontar tudo em uma pessoa indefesa.

“E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora
que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar.” Marcos 9:42

Explique que, juntos irão aprender mais um pouco sobre o cuidado com os filhos.

Se possível, reserve um tempo para orar antes da atividade iniciar. É importante orar pelas famílias e
com as famílias para que os seus corações estejam sensíveis para receber o assunto e para que exista
um movimento de sensibilização e compreensão para gerar bons resultados.

Atividade [20 minutos]

Material Necessário: Folha de Papel Oficio (cortada ao meio), fita gomada e canetinhas coloridas.
Oficial de Proteção: Entregue uma folha e uma canetinha colorida para cada pai/mãe presente.
Em seguida, peça para que eles escrevam no papel uma palavra ou uma frase pequena sobre o que eles
pensam ou entendem sobre disciplina. O que é disciplinar?

Quando todos tiverem escrito, puxe uma roda de conversa sobre o assunto. Pergunte sobre o que os pais
pensam e permita que eles compartilhem as suas ideias. Conforme o pai/mãe for falando, vá colhendo
os papeis e anexando em uma parede disponível com fita gomada(ou outra fita adesiva), para que
todas as ideias sobre disciplina fique visível.
Essa também é uma forma de avaliar o pensamento deles antes da atividade.

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ATIVIDADE EM PEQUENOS GRUPOS [35 minutos]

Material Necessário: Textos Impressos, Cartolina e canetinhas coloridas.


Oficial de Proteção: De acordo com o número de participantes, separe-os em 4 grupos.
Os grupos terão temas diferentes, dois grupos terão o tema “DISCIPLINA” e os outros dois grupos terão
o tema “INDISCIPLINA”.

GRUPOS COM TEMA DISCIPLINA

Os grupos que ficaram com esse tema irão ler alguns estudos de caso e produzir um cartaz sobre o
que compreenderam e discutiram sobre disciplina, esse cartaz será apresentado para todos ao final
das discussões em grupo.
Eles discutirão estudos de caso.
(Oficial: peça para que os estudos de caso sejam lidos durante a apresentação para o grupão, para que todos possam
também aprender com os exemplos)

Os textos compartilhados serão:


(corte os textos e entregue aos grupos de forma separada)

Conceito do Dicionário:
Disciplina é obediência às regras, aos superiores, a regulamentos. É também ordem, regulamento,
conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento.

Uma história:
Jeremias estava apanhando quase todas as noites quando o pai chegava em casa. A ordem era para
que ele varresse a calçada na frente da casa todo fim de tarde. E ele não fazia o trabalho completo.
Seu pai não entendia isso. Não parou para conversar com ele. Apenas deduzia que ele não fazia
porque estava desobedecendo.
Com 10 anos, Jeremias não conseguia tirar todos os entulhos e lixos deixados na calçada pelas pessoas.
Mas seu pai não compreendia porque muitas vezes alguns lixos ficavam parados ali na frente da casa.

O pai não compreendia o filho, o que estava faltando o pai de Jeremias fazer? O que você faria?

Uma história:
Fernanda, de 11 anos, estava na casa da colega para um trabalho. Quando deu 7 horas da noite,
mesmo sem concluir o trabalho, ela se despediu da colega e foi embora. Chegou em casa às sete e
meia, porque sabia o limite que sua mãe impunha como horário para chegar em casa.
Por que você acha que Fernanda é tão obediente à mãe? Como você acha que é a relação da mãe
e da filha?

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Otaviano foi para o jogo de futebol. Saiu com os colegas pela manhã, mas sabia que tinha que voltar
para casa às 17 horas. Já se aproximando do horário, teve que sair sem poder participar do jogo que
ele mais queria porque tudo ia começar exatamente às 17 horas. Chegou em casa e, ao entrar, o seu
pai perguntou: “E aí, deu para apresentar bem seu futebol?” Otaviano respondeu: “Ô, pai, não deu
não. Apenas treinei. A apresentação do jogo está sendo agora.” O pai responde: “Pô, garoto, por que
não ficou para exibir seu esporte?! Poderia voltar até meia-noite se fosse o caso!” Otaviano arregalou
os olhos e disse: “Como eu queria ter participado!”

O que vocês acham que a fala do pai provocou na mente de Otaviano?

Veja esta conversa entre mãe e filha:

Mãe: Alice, quando você chegar da escola, tome seu banho e venha para a mesa almoçar.
Alice: Mãe, será que antes do banho posso mandar aquela mensagem para a vovó?
Mãe: Que mensagem?
Alice: Aquela que eu estou concorrendo a uma vaga na escola de pintura.
Mãe: Você pode passar a mensagem, mas depois do almoço.
Alice: Ah, mãe. Poxa, eu nunca posso falar com a vovó.
Mãe: Pode sim! E você vai falar, só que depois do almoço.

Veja esta outra conversa entre mãe e filha:

Mãe: Júlia, quando você chegar da escola, tome seu banho e venha para a mesa almoçar.
Júlia: Mãe, será que antes do banho posso mandar aquela mensagem para a vovó?
Mãe: Que mensagem, que nada! Já disse que é para almoçar.
Júlia: Poxa, mãe... queria tanto falar com a vovó.
Mãe: Deixa de chatice, menina! Que coisa!! Para com isso que eu vou catar esse celular e não te dou
mais. Já disse que é para almoçar!
Júlia: Ah, mãe...
Mãe: PARA! Já pro quarto! Ô, que chatice!!

Em qual conversa houve disciplina saudável e eficaz?


E por que houve disciplina?

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GRUPOS COM TEMA INDISCIPLINA

Os grupos que ficaram com esse tema irão ler alguns textos e produzir um cartaz sobre o que
compreenderam e discutiram sobre INDISCIPLINA, esse cartaz será apresentado para todos ao final
das discussões em grupo.

Os textos compartilhados serão:


(corte os textos e entregue aos grupos de forma separada)

Conceito do Dicionário:
Indisciplina – falta de disciplina; desobediência, insubordinação, rebeldia; insubordinação.

João era uma criança obediente, amorosa e disciplinada, mas nas últimas semanas, depois de ter
apanhado do pai, os pais de João começaram a receber reclamações da escola e do projeto. Eles
dizem que o menino não se comporta nas atividades e está bastante agressivo, por isso, já se envolveu
em duas brigas com coleguinhas.
Em casa, João não quer fazer as atividades e chegou a gritar com a mãe.

O que você acha que ocasionou a mudança de comportamento de João?


O que a mãe e o pai deveriam fazer com João?

Então sempre é bom refletir: “Por que será que a criança está indisciplinada?”
Será que está faltando quem a oriente para a disciplina, de modo que ela possa, ao menos, fazer um
comparativo entre o certo e o errado?
Como será a forma de disciplina dessa criança? Será que está sendo disciplinada com amor?
E também: Será que ela está seguindo algum exemplo?

É preciso compreender que a criança repete o que vê e o que ouve na mesma medida dada pelos
adultos e isso é comprovado por exemplos comuns:

1. Se os pais ensinam à criança que ela não deve falar palavrões, mas em casa os pais falam,
ela os falará;

2. Se os pais dizem aos filhos que violência não é uma boa coisa, mas se ele vê violência em casa,
certamente será violento com o próximo, batendo, revidando.

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ATIVIDADE EM GRANDE GRUPO [20 MINUTOS]

APRESENTAÇAO DE CARTAZES

Depois dos grupos terem conversado, refletido e produzido os seus cartazes. Eles irão todos formar um
grande círculo para apresentação e discussão entre todos os participantes.

Oficial de Proteção:
Convide os grupos para apresentarem os seus cartazes, cada grupo terá 05 minutos para a
apresentação. Os grupos podem ter alguns representantes para a apresentação que serão
escolhidos pelo próprio grupo.

ATIVIDADE EM GRANDE GRUPO [35 MINUTOS]

Material Necessário: Data Show e Caixa de Som.

Depois de todas as apresentações, é importante discutir as ideias em grande grupo, comentando sobre
as apresentações e sobre os conteúdos apresentados.

Sobre disciplina comente que é necessário que os pais entendam 2 pontos:


1 - Compreensão. Tenha um tempo de conversa com seu filho para entendê-lo e saber se
aquilo que você está pedindo dele com relação à disciplina, isto é, à obediência, é suportável
para ele.
2 – Estabeleça com clareza os limites. Se a criança e o adolescente não sabem quais são
os limites, eles não entenderão quando parar ou quando não fazer isto ou aquilo.
Os limites precisam estar claros para a criança. Não se deve reprimir um comportamento e
logo depois permiti-lo. Isto gera confusão, insegurança e desobediência.

Explique que com a disciplina adequada, a criança e o adolescente serão ajudados a compreender
quando não poderão realizar alguns desejos e também quando terão ajuda e apoio que facilitarão a
obtenção do desejado. Nesse momento é muito importante que haja comunicação.

Oficial de Proteção: Use o projetor, se for possível, para anexar o seguinte exemplo que tratará de
comunicação entre pais e filhos:

Sem comunicação
Você dizer simplesmente: “Não!”, “Não dá!” “Não pode!” “Vai pra lá!”, “Você é um chato!”,
“Eu já disse que não e é não!”

O que foi comunicado aqui? (Deixe os pais responderem).

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Leia essa história com eles:

Magali estava precisando fazer um cadastro no banco de alimentos da prefeitura. Sua vizinha falou
que conseguiu e foi fácil.
Chegando na prefeitura, ela foi ao balcão de atendimento e disse que gostaria de fazer o cadastro.
O atendente respondeu: “Não dá!”. Ela perguntou: “Mas o que precisa para que eu consiga me
cadastrar?” Ele respondeu: “Ora, eu já disse que não dá e pronto!”
“Mas o senhor poderia me dizer porque não dá?” Ele respondeu: “São normas!”
“Mas que normas? O que eu poderia saber destas normas para entender porque ‘não dá!’?”.
O atendente respondeu: “Por favor, sai da fila que eu preciso continuar meu trabalho. Próximo!”

Pergunte: Alguém já passou por alguma situação assim? Não é triste? Frustrante? Ela poderia sair dali
pelo menos com a informação de por que “não dá!”

Explique que, na verdade, não houve comunicação. Só há comunicação quando os dois lados
entendem aquilo que está sendo falado. Muitas vezes com aquelas palavras soltas da sessão “sem
comunicação” seus filhos não vão entender nada e ficarão sem disciplina, isto é, sem orientação.

A comunicação vai ajudar a criança e o adolescente a entender a disciplina (que são as regras: “o que
pode” e “o que não pode”). Eles terão a direção certa do que fazer.

Ser uma criança ou um adolescente disciplinado não é indicativo de estar sempre quietos, silenciosos,
atentos, centrados, sempre acessíveis; uma criança e um adolescente disciplinados brincam, conversam,
trocam ideias, sorriem, correm, pulam, gritam, choram, brigam, porque criança é criança e adolescente
é adolescente e é assim que se comportam – têm energia para suas vivências e disposição para se
comunicar.
Mas ter disciplina é saber respeitar as regras e limites que se impõem ao ambiente.

SOBRE A INDISCIPLINA:
Oficial de Proteção: Explique que quando a criança é indisciplinada, é preciso os pais investigarem
sobre os motivos que podem estar levando-a a esse comportamento. A criança não sabe muito bem
como controlar suas emoções ou comportamentos, então, uma criança indisciplinada pode estar
querendo dizer algo através do seu comportamento.

Os pais precisam compreender que a criança aprende muito pela repetição e pelo exemplo. Então, ela
vai repetir o que vê e o que houve em casa. Se os pais querem que uma criança não fale palavrões, eles
têm que ter um ambiente que não fale palavrões. Se os pais não querem que os filhos sejam violentos,
eles não podem ser violentos, porque certamente a criança também será violenta com o próximo.
Por isso, é sempre bom refletir: “Por que será que a criança está indisciplinada?”

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Será que está faltando quem a oriente para a disciplina, de modo que ela possa, ao menos, fazer um
comparativo entre o certo e o errado? Será que ela está seguindo algum exemplo?

Ensinando com firmeza e gentileza: Ferramentas de Disciplina Positiva


Como se comunicar através da disciplina positiva?

Oficial de Proteção: Use o data show, se for possível, para projetar os seguintes exemplos de disciplina
positiva.
Nós separamos alguns exemplos sobre como aplicar a disciplina positiva para fixar limites e normas e
fazer com que eles sejam cumpridos através da comunicação e o diálogo.

1 – Empatia: Quando você se coloca na pele do seu filho é mais fácil escutá-lo. Você deve ensinar o
seu filho a negociar, por exemplo: ‘você tem 2 horas de parque se fizer as tarefas’. O seu filho também
pode participar mediante a negação: ‘mas você me dá meia hora para descansar depois de chegar da
escola e depois faço as tarefas?’ E assim a sua participação vai acontecendo.

2 – Ajude-o a pensar: ‘Por que você pensa que isso é ruim para você?’ E a mesma criança pode
elaborar uma resposta.

3 – Dê o exemplo: As crianças se fixam sempre no comportamento dos pais. Você pode dizer em voz
alta: ‘eu vou descansar meia hora antes de voltar ao trabalho’. Quando terminar o descanso, você deve
anunciá-lo para que o seu filho se dê conta de que você cumpre os seus compromissos.

4 – Firmeza na hora de fixar limites: Faça-o se sentir importante, mas recordando as regras: ‘você
se lembra quanto tempo combinamos que você descansaria?’.

5 – Dialogue com o seu filho: Se a criança não tiver acatado a regra fixada para corrigir uma má
ação, pergunte-lhe: ‘você se lembra do nosso acordo?’ ‘em que consistia?’, ‘o que aconteceu com o que
acordamos?’, ‘o que irá fazer para remediá-lo?’. Sempre faça a criança sentir que ela é responsável
pelo seu comportamento. Assim você estará dando a ela responsabilidade pelos seus atos.

6 – Critique a ação e não a criança: Não generalize diante dos seus comportamentos: ‘você é
uma criança muito grosseira, mal-educada, uma criança muito má’. Frases desse tipo só farão que
se converta no que está dizendo e que se identifique com essas palavras. Refira-se à ação: ‘você foi
grosseiro com aquela pessoa e ela se sentiria melhor se você se desculpasse com ela’.

7 – Foque no lado positivo do seu filho: Igualmente reconheça a ação e não a pessoa. ‘você fez
sua tarefa muito bem, parabéns!’. Evite frases do tipo: ‘você é uma menina boa, a melhor’ etc. Você
só conseguirá rótulos confusos porque as ações das crianças não são constantemente boas nem más
e é importante que recorde o momento exato em que ela tenha feito bem e quando tenha feito mal.

19
Oficial de Proteção: É importante que esses exemplos sejam discutidos e refletidos em grupo. Tente
promover uma interação e troca de experiências.

Fale um pouco sobre a disciplina positiva, explicando que os castigos convencionais não são bons a
longo prazo porque geram ressentimento e rebeldia, já que não conseguem conectar as necessidades
dos pais e filhos e acabam não dando importância às suas necessidades e finalmente não cumprem o
objetivo de ensinar-lhes valores para a vida.

Sendo assim, se os pais quiserem que os filhos o escutem, eles precisam escutar; se quiserem
amabilidade, precisam ser amáveis; se quiserem respeito, respeitem, e se quiserem um lar em paz,
sejam mais positivos na criação dos filhos.

Frutos da Disciplina com amor, gentileza e firmeza:


• Proporciona afeto e carinho profundo;
• Facilita um canal de comunicação saudável e efetivo;
• Promove autonomia da criança;
• É flexível e se ajusta as verdadeiras necessidades da criança e do adolescente;

Oficial de Proteção: Finalize a atividade orando pelas famílias e pelos beneficiários. E convide os pais
para o próximo encontro.

Avaliação [5 minutos]

Oficial de Proteção: Ao fim da aula, agradeça a participação de todos e peça que respondam uma
pequena avaliação deste momento, como a está sugerida abaixo. Ela é importante para que as ações de
orientação aos pais e responsáveis possam continuar com qualidade e sempre melhorando.

Dê sua opinião sobre esta aula, circulando o número da régua que melhor representa o seu pensamento
sobre cada pergunta:

Qual sua satisfação com essa reunião?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Este assunto foi importante para você?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Qual a clareza do conteúdo da atividade?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Qual sua satisfação com o dirigente desta reunião?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

20
Reunião 3 – Prevenção ao abuso infantil

Objetivo:
Os pais terão informações sobre:
• Papel dos pais na prevenção
• Identificando os sintomas de abuso
• Onde pedir ajuda? No projeto e no Sistema de Garantia de
Direitos (SGD)

Tamanho de grupos: variados.

Tempo: 2 horas

Materiais necessários:
Data Show, caixa de som, Caixinha Pequena (decorada, se for
possível) e barbante.

Ambiente Físico:
Ambiente informal em que as cadeiras podem ser colocadas em
círculo para uma comunicação eficaz e mais envolvente.

21
Introdução: [5 minutos]

Nota ao Oficial de Proteção: Inicie com uma oração com as famílias, pedindo a Deus sabedoria.
Em seguida, continue conversando com os pais. Diga que este é um ambiente de aprendizagem e todos
estão em cumplicidade para aprender porque querem o bem das crianças e adolescentes. Por isso, é um
ambiente de paz e acolhimento.

Fale que na primeira aula, voês aprenderam sobre sobre proteção integral, e que você queria lembrar
que ela é, em primeira mão, responsabilidade dos pais e que queria acrescentar que a proteção integral
é feita também por várias mãos.

Explique que nesta aula, vocês irão conversar sobre mais um tema importante, que irão aprender juntos
à pedir ajuda por um filho que foi vítima de abuso ou que se tenha suspeita de um abuso. Para isso, os
pais precisam conhecer sobre o Sistema de Garantia de Direitos e sobre a Rede de Proteção que pode
ser acionada para isto.

Atividade [25 minutos]

Vídeo Estresse Tóxico

Material Necessário: Data show e caixa de som.


Oficial de Proteção: Prepare o Vídeo que será apresentado pelos pais. E explique que nesse momento
irão aprender com o vídeo que será passado sobre extresse tóxico. Comente que é importante que
as crianças sejam protegidas de qualquer tipo de abuso, pois isso prejudica o seu desenvolvimento
saudável, como vamos observar no vídeo.

Sugestão de Vídeo – Youtube:


O stress tóxico prejudica o desenvolvimento saudável:
https://www.youtube.com/watch?v=dZazltqAti0

Depois do vídeo, pergunte sobre o que os pais entenderam e promova uma roda de conversa e interação
entre eles. Após o relato dos pais sobre suas percepções e experiências, explique que como puderam
observar no vídeo, o estresse prolongado na infância tem consequências para a saúde e o bem-estar de
uma criança. Pode perturbar o desenvolvimento inicial do cérebro e comprometer o funcionamento do
sistema nervoso e imunológico.

Ou seja, explique que uma criança que sofre algum tipo de abuso e está sob condição de estresse,
dificilmente, ela poderá se desenvolver bem como as outras crianças.

22
Tendo isso em mente, a proteção da criança deve prevenir abusos sempre que possível e intervir
rapidamente se ocorrem, pois se isso ocorre de forma qualificada, proporciona restauração e cura aos
beneficiários afetados pelo abuso. Como vimos no vídeo, a resposta ao stress pode ser diminuída quando
a criança tem um adulto acolhedor.

Oficial de Proteção: Fale sobre a importância dos pais serem esses adultos acolhedores para as
crianças, pois elas necessitam de cuidado. É importante também que os pais conheçam os seus filhos e
o conhecer vem através do(a):
• sensibilidade dos pais
• empatia
• diálogo

Mencione que esse vínculo proporciona relação de confiança e se torna um fator de proteção para a
criança, pois se ela sofrer algum tipo de violência, as chances de ela desabafar são muito maiores
quando ela tem um ambiente em que confia.

A criança precisa de espaços emocionalmente seguros para crescer. Esses espaços seguros precisam ser
a sua casa também!! Comente que para combater essa realidade é necessário que cada um cumpra o
seu papel com cuidado, amor, responsabilidade.
Além disso, explique essa é uma responsabilidade dos pais, mas que eles não estão sozinhos nessa
missão de proteger e proporcionar uma infância saudável livre de violências.

Atividade [25 MINUTOS]

CAIXINHA DE PERGUNTAS
Material Necessário: Caixinha pequena (decorada, se for possível), papel com perguntas.
Oficial de Proteção: Pegue uma caixinha pequena e coloque dentro algumas perguntas.

As perguntas são:
1. O que é prevenir?
2. Qual o papel dos pais na prevenção à abusos?
3. O que você acha que pode ser um sinal de abuso infantil?
4. Você sabe o que é Sistema de Garantia de Direitos?
5. Onde devemos pedir ajuda caso aconteça um caso de abuso?

Imprima ou escreva essas frases e corte, fazendo com que fique 5 papéis de perguntas. Coloque essas
perguntas dentro da caixinha e peça para que os pais sejam voluntários em ler as perguntas. Primeiro,
pergunte se um pai ou mãe pode ler a primeira pergunta, espere que ele responda e pergunte se
alguém mais no grupo quer responder a essa pergunta. Quando todos tiverem falado, passe para as
demais perguntas até que a última pergunta seja discutida pelo grupo.

23
Atividade [30 MINUTOS]

Oficial de proteção:
Depois que cada pergunta for discutida, você irá explicar sobre os conteúdos conversados.

Sobre prevenção, leia com eles sobre este conceito do Dicionário:


Prevenção é um conjunto de medidas ou preparação antecipada de (algo) que visa prevenir.
Prevenir um mal.

A Bíblia nos ensina sobre prevenir:


“Afaste-se do mal e pratique o bem; busque a paz e nela persevere.”
I Pe 3:11

Prevenir é Ação. É AGIR!

Precisamos entender que alguns tipos de violência nem sempre são logo visíveis. Mas em alguns tipos
de violência, a criança mostra sinais.
É muito importante prevenir, como já discutimos anteriormente, porque evitam muitos traumas para a
criança, traumas esses que podem passar para a sua vida adulta também.

Algo que devemos focar nesse encontro é:


1- É possível PREVENIR A VIOLÊNCIA.
2- É possível COMBATER A VIOLÊNCIA.

Então, como PREVENIR A VIOLÊNCIA?

1 – Prevenção primária:
É a primeira prevenção, antes que uma violência ou maus-tratos aconteçam.
Procure ver o que está acontencendo com seu filho. Não perder ele de vista. Não deixá-lo
sozinho por muito tempo.
Importante ouvir quando o filho que falar sobre algo que o machuca ou que tem medo de
alguém. Ouvi-lo quando ele diz que alguém tocou em seus órgãos genitais ou lhe deu um
beijo forçadamente.
Não deixar seu filho pequeno com pessoas que não são de confiança ou com alguém que seu
“coração” já desconfia. Ou seja, a prevenção primária é tomar todos os cuidados possíveis
para que um abuso não ocorra.

2 – Prevenção secundária:
É o que você vai fazer imediatamente se já aconteceu uma violência com seu filho, como
cuidados após a ida ao hospital, tratamentos de doenças, tratamentos psicológicos, dentre

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outras interveções caso o abuso tenha acontecido. É necessário que a criança seja amparada
para que seja restaurada de suas dores físicas e emocionais causadas se algo dessa natureza
acontecer.

3 – Prevenção terciária:
É o que você vai fazer após a prevenção secundária, que são tratamentos a longo prazo,
como lutar contra a repetição de violência contra seu filho, tratá-lo para diminuir algum
trauma que ficou.

Oficial de Proteção: Fale para os pais que se eles vivem em uma localidade onde a violência é sempre
vista, eles têm que atuar com bom senso e direção. Que eles precisam estar sempre alerta para cuidar
dos seus filhos. Eles são a parte mais vulnerável, porque não têm força física para se livrar de uma
ameaça e também ainda não percebem totalmente certos riscos de pessoas más podem trazer.

Você comentará com os pais que prevenir situações que causem mal é um dos papéis mais lindos que
os eles podem exercer na vida dos filhos.

Peça para que os pais construam em sua cabeça a imagem de uma criança, de uns 2 anos, que está
em pé, em uma mesa, e seu pai diz: “Vem, pule!” e ela pula. Ela pula com total segurança e confiança
que seu forte pai vai segurá-la e ela estará sã e salva!!

Agora vamos pensar em outra imagem. Essa mesma criança está em cima da mesa e, na frente dela,
está um irmãozinho de 3 aninhos dizendo: “Vem, vemmmmm...” Essa criança começa a olhar para os
lados procurando os braços fortes do pai.

Pergunte: Será que ela pularia?

Prevenção tem a ver com Proteção e com Confiança. E um ótimo fator de proteção é a confiança, uma
criança que se sente segura com sua família, ela irá se sentir bem e confortável para relatar tudo que a
machuca ou o que a preocupa. Por isso, a confiança deve ser estabelecida.

Prevenir é agir antes que o mal aconteça. É cercar a pessoa com os cuidados necessários para ela ficar
bem. Cotidianamente, os pais têm atitudes de prevenção em suas casas como:
• A mãe que troca a fralda do filho coloca apoios de pano para prevenir que ele não venha
a rolar e cair.
• A avó que coloca o bolo no forno usa uma chama média para prevenir que o bolo não
queime antes mesmo de assar.
• O pai cuidadoso tranca todas as portas e janelas antes de dormir para prevenir que
ninguém invada a sua casa.
• O vô apaga a vela antes de dormir para prevenir um incêndio na casa.

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Um dos grandes desafios para os pais e cuidadores é sem dúvida a prevenção, é uma tarefa diária e que
precisa de atenção e amor para desempenhar. Portanto, o papel dos pais é estabelecer um ambiente de
segurança em sua casa e cuidar das suas crianças e adolescentes de forma presente e dedicando tempo
de qualidade para estar com elas.

Oficial de Proteção: Como já foi mencionado nos textos acima, a criança que sofre algum tipo de
violação de direito mostra sinais. Esses sinais podem ser observados abaixo:

Sinais de abuso físico:


• Hematomas ou feridas em vários estágios de cura.
• Ferimentos visíveis que aparecem na criança de forma recorrente e sem explicação.
• Sinais sem explicação ou com fraturas múltiplas, especialmente fraturas de costelas, fraturas
severas do crânio ou outro ferimento sério na cabeça.
• O não crescimento da criança na taxa esperada e criança que parece estar com fome e ansiosa
para comer quando a comida é oferecida.
• Queimaduras ou feridas em forma de objetos usados para causar o ferimento, como marcas de
mordida, marcas de mãos, marcas de queimadura com cigarro, marcas de fivelas de cintos, marcas
de queimadura com água ou com outros líquidos quentes.
• Reclamações persistentes e repetitivas de ordem física e de causa incerta, como: dor de cabeça
ou dor na barriga.

Sinais de abuso sexual:


• Dor, coceira, hematomas ou sangramentos na área genital. Peças íntimas com manchas ou com sangue.
• Doenças venéreas.
• Dificuldade para andar/sentar.
• Corrimento vaginal ou urinário.
• Conhecimento detalhado demais ou incomum para a idade da criança sobre órgãos genitais e
maneiras de fazer atos sexuais, como colocar a boca em órgãos sexuais ou tentar ter relações sexuais.
• A criança relata ter sido abusada sexualmente pelo pai/mãe ou por um adulto.
• O pai/mãe ou o cuidador demorou a buscar cuidado médico apropriado para a criança.

Sinais de abuso emocional:


• Atraso no desenvolvimento físico, emocional ou intelectual que não pode, de outra forma, ser
explicado.
• Hábito de balançar o corpo para frente e para trás ou chupar os dedos além do esperado para o
estágio de desenvolvimento.
• Depressão e isolamento, baixa autoestima.
• Extremos de comportamento, como: excessivamente agressivo ou passivo; apático, expressão facial
vazia; interação social diminuída, fobias, medos excessivos; medo dos pais ou cuidadores.

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Sinais de negligência:
• Fome constante, pedindo comida ou acumulando comida.
• Fadiga e apatia.
• Hábitos pobres de higiene: cabelos, pele e roupas sujas.
• Vestimenta inapropriada: usa blusas da mãe, meias do pai etc.
• Deficiência do pai/mãe ou cuidador de cuidar ou prover alimentos, devido ao abuso de substâncias
químicas ou de doenças físicas ou mentais.
• Falta de supervisão por períodos longos de tempo, inadequados para a idade da criança ou para
o estágio de desenvolvimento.
• Regressão no desenvolvimento, como: criança que já sabia usar o banheiro volta a ter incontinência.
• Distúrbios de apetite e sono.
• Depressão.
• Comportamento autodestrutivo.
• Medos excessivos e/ou inapropriados.

Esses sinais devem ser devidamente observados e levados em consideração, pois a criança pode estar
passando por algum sofrimento que precise de um adulto acolhedor e de intervenções apropriadas para
serem restauradas.

Atividade [30 MINUTOS]

DINÂMICA DO BARBANTE

Material Necessário: Barbante

Oficial de Proteção: Explique que a pessoa que iniciar vai segurar o barbante, falar o seu nome e dizer
em uma palavra o que é PREVENCÃO para ela. Em seguida, ela escolherá uma outra pessoa do grupo
para jogar o barbante e ser a próxima a se apresentar, e assim sucessivamente...
Lembrando que a primeira pessoa sempre segurará uma ponta do barbante, pois o intuito é formar uma
espécie de teia/rede entre os participantes.

Ao final, é interessante refletir sobre a importância dessa rede formada entre eles, pois esta pode
representar uma Rede de Proteção para as nossas crianças. Mencione sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente, Art. 4º em que cita:

“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,


com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

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Portanto, como lemos, é dever de todos proteger as crianças e mantê-las livres de qualquer tipo de
violência ou negligência. E essas pessoas são responsáveis por essa proteção e, juntos e juntas, com a
colaboração de todos, essa rede pode ser fortalecida e eficaz para cuidar e proteger as crianças.

Assim como a família é uma Rede de Proteção importantíssima, também existe uma outra Rede de
Proteção que também é chamada de Sistema de Garantia de Direitos e esse sistema deve ser
acionado sempre que eles perceberem que a criança precisará de ajuda por ter sofrido alguma violação
dos seus direitos.

Alguns dos órgãos competentes para receber e apurar as notificações de suspeita ou ocorrência de
abuso sexual e compõem o chamado Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente,
criado pelo ECA, são os seguintes:

Conselho Tutelar
Distrito Policial ou Delegacia de Polícia
Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONDECA
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA
Vara Especial da Infância e da Juventude
Ministério Público – Promotoria da Infância e da Juventude
Defensoria Pública
Conselho Comunitário de Segurança – CONSEG
Organizações da Sociedade Civil
Centro de Referência de Assistência Social – CRAS
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS

Oficial de Proteção: Se possível, exiba o nome desses órgãos através de cartaz ou data show, para
que todos visualizem. Explique que em caso de abuso ou suspeita de abuso, esses órgãos podem ser
acionados. Também se coloquem à disposição para ajuda-los em qualquer dúvida, por vocês, como
projeto, também amam as crianças e sempre se empenharão para protegê-las de algum mal.

Finalize agradecendo a participação de todos na atividade e orando pelas famílias e pelos beneficiários.

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Avaliação [5 minutos]

Oficial de Proteção:
Ao fim da aula, agradeça a participação de todos e peça que respondam uma pequena avaliação deste
momento, como a está sugerida abaixo. Ela é importante para que as ações de orientação aos pais e
responsáveis possam continuar com qualidade e sempre melhorando.

Dê sua opinião sobre esta aula, circulando o número da régua que melhor representa o seu pensamento
sobre cada pergunta:

Qual sua satisfação com essa reunião?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Este assunto foi importante para você?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Qual a clareza do conteúdo da atividade?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Qual sua satisfação com o dirigente desta reunião?


Pouco Satisfeito 1 2 3 4 5 Muito Satisfeito

Você gostaria de comentar algo sobre esta reunião, fazendo sugestões, críticas ou elogios?

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