Formações Paroquiais Sobre o Missal Romano - 2023
Formações Paroquiais Sobre o Missal Romano - 2023
Formações Paroquiais Sobre o Missal Romano - 2023
DIOCESE DA CAMPANHA - MG
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 1
INTRODUÇÃO
O SENTIDO DO ESTUDO DO MISSAL
Para facilitar o estudo, entendimento e acolhimento da Terceira Edição do Missal Romano,
organizamos esse material para uso das comunidades nas formações pastorais necessárias e
oportunas. Pontuamos, aqui, as novidades da Terceira Edição do Missal Romano, e procuramos
corresponder aquilo que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil indicou na apresentação do
novo Missal Romano:
O Missal é fruto daquele desejo da Igreja de realizar uma acurada reforma geral da Liturgia, "para que o
povo cristão possa receber com maior segurança graças abundantes na sagrada Liturgia" (SC 21) Ele garante
a intrínseca relação entre lex orandi - lex credendi, pois a Igreja crê o que celebra. Por isso, no processo de
tradução, houve um cuidado meticuloso para buscar as expressões mais adequadas que assegurassem
fidelidade ao texto oficial latino, à língua portuguesa e à mentalidade cultural brasileira.1
Assim, esse material formativo tem por objetivo trazer conteúdos para um estudo objetivo
das novidades da terceira edição, com apontamentos sobre alguns elementos que já existiam na
segunda edição do Missal que, presentes também na terceira, não podem ser esquecidos. Portanto,
esse material trará:
❖ Novidades da terceira edição do Missal Romano presentes na versão Latina;
❖ As inserções do Brasil e tradução para a terceira edição;
❖ Quadros comparativos entre a 2ª edição, 3ª edição e os elementos próprios do Brasil;
❖ Algumas pontuações da Instrução Geral do Missal Romano e rubricas da Terceira
Edição;
Convém, ainda, lembrar mais alguns pontos da apresentação do Missal feitos por Dom
Edmar Peron:
❖ É preciso mencionar, ainda, que esta tradução da 3ª edição do Missal Romano respeita o acordo com a
Conferência Episcopal Portuguesa, de 5 de setembro de 1969, confirmado pela então Congregação para
o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e renovado em 13 de outubro de 2015, no que se refere à
participação dos fiéis no Ordinário da Missa e às fórmulas sacramentais.
❖ Enfim, cabe enfatizar que é muito importante pensar sobre o modo como a recepção desta nova tradução
do Missal acontecerá nas comunidades. Esta tradução requer - tanto da assembleia que se reúne para
celebrar "a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico" (IGMR 27), quanto do ministro ordenado que a
preside, bem como dos responsáveis pela pastoral litúrgica - um profundo conhecimento do Missal e,
também, da sua Instrução Geral, nos quais "estão contidas riquezas que guardam e exprimem a fé e o
caminho do povo de Deus ao longo dos dois milênios da sua história" (SCa 40)Tal empenho favorecerá a
participação consciente, ativa e frutuosa (cf. SC 11) de todos os que tomam parte na celebração
eucarística.
❖ É urgente, pois, que reconheçamos, tal como ensina Francisco em sua Carta Apostólica Desiderio
Desideravi, a legítima necessidade da formação litúrgica, a qual possui dois aspectos interligados: "a
formação para a Liturgia e a formação a partir da Liturgia. O primeiro está em função do segundo, que é
essencial" (DD 34), pois “o conhecimento que vem do estudo é apenas o primeiro passo para poder entrar
Mistério celebrado" (DD 36). Portanto, "não é suficiente reformar os livros litúrgicos para renovar a
mentalidade. Os livros reformados nos termos dos decretos do Vaticano II desencadearam um processo
que requer tempo e recepção fiel, obediência prática, atuação celebrativa sábia por parte, primeiro, dos
ministros ordenados, mas também dos outros ministros, dos cantores e de todos os que participam na
liturgia. Na realidade, sabemo-lo bem, a educação litúrgica de Pastores e fiéis é um desafio a ser
enfrentado sempre de novo" (Francisco. Discursos, 24 de agosto de 2017). A esse desafio, Francisco
acrescentou a importância de se cultivar: o encantamento diante da grandeza do mistério pascal que se
torna presente e atuante hoje, mediante os sinais sensíveis da ação litúrgica; bem como o silêncio litúrgico,
"símbolo da presença e da ação do Espírito Santo, que anima toda a ação celebrativa" (DD 52).
❖ Desse modo, podemos ter esperança de que a Liturgia - e especificamente a celebração eucarística, com
suas orações, preces e ritos - se torne "a primeira e indispensável fonte da qual os fiéis poderão beber o
espírito genuinamente cristão" (SC 14).2
Desejando proporcionar, como dito acima, um estudo breve e objetivo, assinalamos que é
oportuníssimo que as comunidades não deixem de fazer, logo que possível, um estudo completo da
Terceira Edição do Missal Romano, desde sua instrução geral, rubricas e textos eucológicos.
1
MISSAL ROMANO. 3ª ed. Brasília: Edições CNBB, p. 7.
2
Idem, p. 7-9.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 2
PRIMEIRA PARTE
PERSPECTIVA HISTÓRICO-TEOLÓGICA DO MISSAL ROMANO
Tratar sobre a revelação cristã, isto é, sobre a vida de Cristo e aquilo que foi transmitido por
Cristo aos primeiros discípulos, vemos que há uma relação íntima entre teologia e celebração desde
o início do cristianismo. Nesta dinâmica, o grande liturgista Salvatore Marsili nos auxilia, dizendo
que os testemunhos do uso do termo grego theologia para se referir a celebração cristã é muito
frequente na antiguidade cristã. Afinal, teologia significa ‘discurso sobre Deus’: discurso que,
provocado pelo fato de a pessoa se achar na presença de Deus no contexto de uma celebração
litúrgica, que pode se expressar sob palavras, cantos, gestos, sinais e até mesmo no segredo do
silêncio sagrado.3
De uma liturgia que era, originalmente, espontânea, dependendo da criatividade do bispo para
as fórmulas das orações, mantendo a essência das palavras, gestos e sinais provenientes de Cristo, com
o passar do tempo, as formas litúrgicas bem estabelecidas desde o período apostólico, tais como a Ceia
do Senhor e o Batismo, passaram a ser transcritas como texto para uso das diversas comunidades cristãs.4
Particularmente, as descrições mais importantes daquela época se encontram na Primeira apologia de
São Justino e na Tradição apostólica de Hipólito de Roma onde, apresentando elementos da reunião dos
cristãos para a celebração eucarística, nota-se a dinâmica entre aquilo que foi transmitido da revelação
(vida) de Cristo, tomado como norma da fé e celebrado, formando a estrutura da celebração litúrgica
que primeiramente foi transmitida oralmente, depois transformada em literatura/texto. Como no
exemplo:
Foi isso que os Apóstolos nas memórias por eles escritas, que se chamam Evangelhos,
nos transmitiram que assim foi mandado a eles, quando Jesus, tomando o pão e dando
graças disse: “Fazei isto em memória de mim, este é o meu corpo”. E igualmente,
tomando o cálice e dando graças, disse: “Este é o meu sangue”, e só participou isso a
eles.5
Nesse sentido, entendemos que a estrutura e conteúdo daquilo que celebramos na liturgia
não é uma simples norma, mas é carrega o que é proposto e deve ser crido como de fé divina e
católica.6 Sendo, portanto, o rito da celebração dos sacramentos o lugar em que se faz memória do
evento salvífico de Cristo é o que permite e faz da celebração uma autêntica liturgia (ação de culto a
Deus, a literatura ritual, ou seja, os livros rituais, são fonte de ensinamento e preservação da identidade
da fé das comunidades cristãs.
A literatura/ texto dos ritualexprime uma teologia que faz o rito e que, por sua vez, se
exprime no rito; de tal modo que é constante o apelo que eles fazem, não raro de cunho polêmico,
aos usos e às fórmulas litúrgicas para defender e sustentar suas teses: a literatura ritual torna-se
a “theologia prima” da Igreja.7 Desse modo, o interesse teológico litúrgico agora se orienta para
compreender a estrutura dessa literatura ritual, reivindicando tanto ao culto em geral quanto à liturgia
em particular a propriedade de dar origem à teologia, de tal modo que esta literatura vai assumindo, ao
longo dos tempos, um caráter jurídico, isto é, normativo para a celebração da fé gerando, inclusive, o
axioma: “Lex credendi – Lex orandi”. A síntese desse conhecido axioma atribuído a Próspero de
Aquitânia (+463) que na íntegra é “... ut legem credendi statuat lex suplicandi” (=isto é, a lei da prece
estabelece a lei da fé). Isto chama atenção para o relacionamento vital entre fé e liturgia.8
3
MARSILI, Salvatore. Teologia litúrgica, p. 1175.
4
Cf. MARSILI, Salvatore. Das origens da liturgia cristã às caracterizações rituais. In: ID. et al. Panorama histórico
geral da liturgia. v. 2. Trad. Cristina Pena de Andrade; Ver. José Joaquim Sobral. São Paulo: Paulinas, 1986, p. 21.
(Col. Anámnesis).
5
JUSTINO de Roma. I e II apologias: diálogo com Trifão. Intr. e notas Roque Frangiotti. Trad. Ivo Storniolo; Euclides
M. Balancin. São Paulo, Paulus, 1995, p. 82. (Col. Patrística).
6
VAGAGGINI, Cipriano. O sentido teológico da liturgia. Trad. Francisco Figueiredo de Moraes. São Paulo: Loyola,
2009, pp. 447-453.
7
Cf. PELLEGRINO, Miguel. Padres e liturgia. In: DL, p. 881.
8
Cf. NOSETTI, A. e CIBIEN, C. Vocabulário. In: DL, p. 1267.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 3
Quando pensamos na literatura ritual, isto é, nos livros litúrgicos ao longo da história e, de modo
especial do Livro Litúrgico da celebração eucarística (Missal Romano), há uma relação intrínseca entre
fé eucarística e celebração, que evidencia a ligação entre “a norma da oração e a norma da fé”. A
primazia, porém, é dada “à ação litúrgica”. Portanto, “é necessário viver a Eucaristia como mistério da
fé autenticamente celebrado” (SCa, n. 34).
Podemos, ainda, resumir esta afirmação com dizendo que “a Igreja crê conforme reza”
(Catecismo, 1124), fazendo com que a lei da fé seja determinada pela lei da oração. A consequência
desta realidade é apontada pelo Código de Direito Canônico (1983) em dois cânones especiais:
Cân. 2 – O Código geralmente não determina os ritos que se devem observar na celebração das
ações litúrgicas; por isso, as leis litúrgicas até agora vigentes conservam sua força, a não ser que
alguma delas seja contrária aos cânones do Código.9
Cân. 846 – § 1. Na celebração dos sacramentos, sigam-se fielmente os livros litúrgicos
aprovados pela autoridade competente; portanto, ninguém acrescente suprima ou altere coisa
alguma neles, por própria iniciativa.
§ 2. O ministro celebre o sacramento conforme o rito.
Os cânones citados indicam que os livros rituais têm, por natureza, estrutura normativa. A
literatura ritual goza de canonicidade não porque lhe foi imputada pelo direito, mas por sua própria
natureza teológica, a qual o código somente aponta. Sendo, portanto, os livros rituais fonte do direito
litúrgico-sacramental da Igreja, eles carregam em seu conteúdo e formas estruturadas – chamadas de
“formas rituais” – os elementos que no rito (palavras, gestos e elementos) preservam a fé eclesial de
forma válida e lícita. Por isso, tais livros são aprovados pela autoridade dos bispos e da Sé Apostólica,
inclusive em sua organização e tradução.
Mesmo que a reforma dos ritos e rubricas feita a partir do Concílio Vaticano II tenha
proporcionado um “novo vigor” à literatura ritual, preserva-se, ainda, na hermenêutica de continuidade
o respeito pelas palavras, gestos e elementos aprovados pela autoridade competente, recordando sempre
aos ministros, conforme o cân. 846 §2, que o sacramento seja celebrado conforme o rito. A celebração
não realizada conforme o rito, por vezes identificada aqui e acolá, atingem tanto a liceidade quando a
validade.
Como exemplo, vemos o artigo abaixo:
Robert K. Merton, um famoso sociólogo estadunidense, era, segundo todos os relatos, alguém
inteligente. Entre outras coisas, ele popularizou a expressão “lei das consequências não intencionais”
para se referir a situações em que uma pessoa faz algo por uma razão, mas constata que isso produz todo
o tipo de outros resultados inesperados. Neste momento, o Pe. Matthew Hood, da Arquidiocese de Detroit,
é a prova viva da afirmação de Merton.
O comentário é de John L. Allen Jr., publicado por Crux, 25-08-2020. A tradução é de Moisés
Sbardelotto.
Como está bem documentado, Hood viu uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé do
Vaticano divulgada no dia 6 de agosto, que afirmava que os batismos realizados usando a fórmula “nós te
batizamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” são inválidos, e que qualquer pessoa batizada
com o uso do “nós” em vez de “eu” precisa ser batizada novamente.
9
“A palavra rito tem diversos significados. (...) No sentido litúrgico, pode significar tanto um sistema legítimo de
celebrar o culto divino (nesse sentido, um rito jurídico-canônico, como o latino, pode ter diversos ritos litúrgicos, como
o romano, o ambrosiano, o mozarábigo etc.) quanto as prescrições relativas a uma ação litúrgica completa (p. ex., o
batismo). É neste último sentido (ação litúrgica completa) que este cânon fala de "ritos". As normas litúrgicas vigentes
na Igreja latina se encontram nos diversos livros litúrgicos, reformados após o Vaticano II: Missal Romano, Liturgia
das Horas, Ritos (lat.: Ordines) dos diversos sacramentos, Ritos da Profissão religiosa e da consagração das virgens,
Pontifical Romano (com os ritos de ordenação, dedicação e bênção de igrejas e oratórios, bênção dos óleos), Cerimonial
dos Bispos, Ritual das bênçãos, Rito dos exorcismos.” Comentário sobre o cânon 2. CIC, p. 34-35.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 4
Isso despertou a memória de Hood, que, em abril, assistiu a um vídeo familiar do seu próprio
batismo na Paróquia Santa Anastácia, em Troy, Michigan, há 30 anos. Ele mostrava que o diácono Mark
Springer realmente usou a fórmula “Nós te batizamos”, tornando assim o batismo de Hood – sem falar da
sua ordenação ao sacerdócio e de todos os sacramentos que ele celebrou desde que ela aconteceu em 2017
– inválido.
O que se seguiu para Hood foi um turbilhão. Ele foi batizado, confirmado e recebeu
a Eucaristia no dia 9 de agosto, depois foi ordenado diácono transicional no dia 15 de agosto e padre no
dia 17 de agosto. Em outras palavras, para ele, a vida está mais ou menos de volta ao normal.
Não é exatamente o mesmo que estão vivendo todos aqueles que receberam os sacramentos
de Hood nos últimos três anos, enquanto ele atuava como pároco auxiliar na paróquia de St. Lawrence,
em Utica, Michigan, e antes disso na igreja Divine Child, em Dearborn.
Por exemplo, há pessoas que Hood tentou confirmar depois de completarem o RICA, que é o
programa de iniciação da Igreja para os convertidos adultos à fé, que agora têm que fazer outros arranjos
para completar os sacramentos.
A Arquidiocese de Detroit criou uma página na internet informando a qualquer pessoa confirmada
por Hood que sua confirmação não era válida, que as suas confissões não forneceram a absolvição
sacramental, que os casamentos que ele presidiu podem ser inválidos, e que quaisquer unções dos enfermos
que ele ministrou também não eram válidas.
Além disso, as pessoas batizadas por Springer que passaram a receber
outros sacramentos precisarão recebê-los novamente para que sejam válidos.
Ironicamente, aqueles que Hood batizou, na verdade, estão em situação regular, visto que a lei
da Igreja diz que qualquer pessoa, não apenas um padre, pode administrar esse sacramento, e ele sempre
usou a fórmula correta.
Pode-se imaginar que Hood ficaria irritado com o Vaticano por virar o seu mundo de cabeça para
baixo, mas não foi assim.
“Tudo isso pode dar a impressão de um ato administrativo, mas é algo que precisa ser levado a
sério, porque os sacramentos são muito sérios”, disse ele. “Os sacramentos vêm de Cristo e são confiados
à Igreja. É importante celebrar os sacramentos de acordo com os preceitos da Igreja.”
Por que essa situação é uma ilustração da lei das consequências não intencionais?
Bem, embora o próprio Springer não tenha se manifestado desde a divulgação da notícia, é
razoável supor que ele usou a fórmula “nós” com boas intenções. Em sua declaração sobre o caso, a
arquidiocese disse que Springer, que agora está aposentado e não está mais no ministério ativo, foi
instruído a parar de usar o “nós” em 1999 e acatou a decisão.
Em geral, as pessoas que desejam substituir o “nós” pelo “eu” no rito do batismo geralmente o
fazem porque estão preocupadas com o clericalismo, querendo enfatizar o papel da comunidade,
especialmente da família, no gesto que significa a incorporação de uma criança na Igreja.
Na nota doutrinal do dia 6 de agosto passado, o Vaticano disse que estava respondendo a casos
em que um batismo era realizado com a expressão: “Em nome do papai e da mamãe, do padrinho e da
madrinha, dos avós, dos familiares, dos amigos, em nome da comunidade, nós te batizamos em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Obviamente, essa é uma tentativa de ser inclusivo, de reconhecer o papel de todas as pessoas
envolvidas no caminho de fé de uma criança, que certamente são preocupações nobres.
No entanto, nesse caso, Springer quase literalmente destruiu a aldeia a fim de salvá-la.
Talvez tudo isso sugira uma lição para os aspirantes a reformadores na Igreja. Uma das glórias
da Igreja Católica é que as pessoas se sentem tão apaixonadas por ela que se sentem dispostas a derramar
o próprio sangue para que ela se torne a melhor versão de si mesma. Essa paixão é o que mantém a Igreja
viva, e, independentemente da nossa causa pessoal, todos nós ficaríamos mais pobres se não lutássemos,
pressionássemos e defendêssemos isso.
No entanto, ao fazer isso, é preciso tomar cuidado com a lei das consequências não intencionais.
Não se deve dar passos em nome do “povo” que, na realidade, trarão dor, confusão e dores de cabeça
desnecessárias às mesmas pessoas às quais os aspirantes a reformadores afirmam servir.
Em outras palavras, a moral da história é: olhe antes de pular. Uma ideia antiga, talvez, mas que
nunca sai de moda.
Queremos, por fim, elencar os princípios doutrinais de interpretação dos textos litúrgicos
utilizados pela reforma realizada a partir do Concílio Vaticano II para garantir a relação “lex
credendi – lex orandi” dos livros rituais: quando a Igreja cria fórmulas eucológicas para o culto, é
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 5
Brevemente, poderíamos recordar a história dos livros litúrgicos romanos para compreender
a estrutura e os princípios presentes na Terceira Edição do Missal Romano:
10
AUGÉ, Matias. Princípio de interpretação dos textos litúrgicos. In: A Liturgia: momento histórico da salvação. São
Paulo: Edições Paulinas, 1986. (Anámnesis, 1)
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 6
C) Concílio Vaticano II
❖ O Missal (Segunda Edição Típica):
publicado por Paulo VI em 1970,
quatro séculos após o primeiro, com
revisão dos ritos, revisão da instrução
e rubricas, revisão das normas para o
Ano Litúrgico e Calendário romano
trazendo um novo espírito à
interpretação da literatura ritual;
❖ O Lecionário: publicado por Paulo VI em 1969, partindo do que estabeleceu a
“Sacrosanctum Concilium” que na Liturgia se atenda a mais abundante, mais
variada e adaptada leitura da Sagrada Escritura, seja no AT seja no NT (SC 24,
35, 51);
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 7
SEGUNDA PARTE
NOVIDADES: ORGANIZÇÃO INTERNA DO MISSAL ROMANO
❖ Índice Geral
❖ Ciclo cristológico: aqui está o “Próprio do Tempo”, onde temos a celebração os
Mistérios da Salvação nos diversos tempos litúrgicos (Advento, Natal, Quaresma,
Páscoa, Tempo Comum, Solenidades do Senhor) que tem por cume o “Tríduo
Pascal”
❖ Ordinário da Missa: rito romano da celebração da Eucaristia;
❖ Ciclo eclesiológico: neste grupo de formulários, temos:
• Próprios dos santos e comuns: celebrado no santoral em que Maria, os
mártires e todos os santos se unem a Cristo e seu Mistério;
• Missas Rituais: dos diversos sacramentos e sacramentais;
• Missas e Orações para as diversas necessidades ou circunstâncias:
divididas em três grupos (I – Pela Santa Igreja; II – Pelas circunstâncias da
vida pública; III – Em diversas necessidades);
• Missas votivas: alguns formulários novos;
• Missas pelos defuntos;
❖ Apêndices;
❖ Preparação da Missa e Ação de Graças depois da Missa
A Comissão Episcopal para Tradução dos Textos Litúrgicos (CETEL), ao acolher a Terceira
Edição do Missal Romano, teve três desafios a considerar em seu trabalho:
❖ Fidelidade ao latim e ao português: missão de ser fiel ao texto latino e sua tradução
compreensiva para a língua portuguesa;
❖ Proximidade cultural;
❖ Sonoridade e poesia, isto é, textos com uma estrutura que favoreça a
proclamabilidade na Liturgia;
Como é de costume, na recepção do texto latino do Missal, bem como de cada ritual, a
conferência episcopal pode e fez, tanto para a segunda edição do Missal quanto para a terceira edição
do Missa, indicações elementos para compor o Missal para tradução do Brasil, que foram aprovadas,
dentre estas, destacamos:
❖ Fórmulas de acolhida nos ritos iniciais e admoestações;
❖ Prefácios;
❖ Orações eucarísticas;
❖ Formulários para o próprio dos santos do Brasil;
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 10
TERCEIRA PARTE
NOVIDADES NA INSTRUÇÃO GERAL, RUBRICAS E TEXTOS DO MISSAL ROMANO
Destaques:
❖ A ordem dos capítulos permaneceu inalterada, mas foi incluído o capítulo 9º:
“Adaptações que competem aos Bispos e às suas Conferências”;
❖ O Proêmio foi integrado à numeração dos 399 parágrafos;
❖ Foram incluídos novos parágrafos e feitas mudanças na maioria dos demais, unindo
ou inserindo textos, ou apenas esclarecendo o conteúdo com alguma interpolação
(IGMR 23-26);
❖ O texto foi enriquecido com novas notas de pé de rodapé;
❖ Parágrafo novo no número 22 da Instrução:
“De máxima importância é a celebração da Eucaristia na Igreja particular”, presidida
pelo Bispo, da qual participam o presbitério, os diáconos e o povo; nela “manifesta-
se o mistério da Igreja. Por isso, tais celebrações devem ser tidas como modelares
para toda a diocese”. É, pois, dever do Bispo “esforçar-se para que os presbíteros, os
diáconos e os féis cristãos leigos compreendam sempre mais profundamente o
sentido autêntico dos ritos e dos textos litúrgicos e assim sejam levados a uma
celebração ativa e frutuosa da Eucaristia”.
❖ Parágrafo novo no número 56 da Instrução:
“A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por
isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-
na também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembleia reunida, pelos
quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se
prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam
observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a
primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia”.
❖ Parágrafos 131 e 133 modificados:
131. Depois, todos se põem de pé e canta-se o Aleluia ou outro canto, conforme as
exigências do tempo litúrgico (cf. n. 62-64).
133. Toma, então, o Evangeliário, se estiver no altar e, precedido dos ministros
leigos, que podem levar o turíbulo e os castiçais, dirige-se para o ambão, conduzindo
o Evangeliário um pouco elevado. Os presentes voltam-se para o ambão,
manifestando uma especial reverência ao Evangelho de Cristo.
❖ Parágrafo refeito no número 138, que fala das preces na Missa sem diácono:
“Terminado o símbolo, o sacerdote, de pé junto à cadeira e de mãos unidas, com
breve exortação convida os fiéis à oração universal. A seguir, o cantor, o leitor ou
outra pessoa, do ambão ou de outro lugar apropriado e voltado para o povo propõe
as intenções, às quais o povo, por sua vez, responde suplicante. Por fim, o sacerdote,
de mãos estendidas, conclui a prece por uma oração”.
A) No Tempo do Advento:
❖ Os formulários completos para as Missas feriais do Tempo do Advento
❖ Na organização: as missas feriais vêm na sequência de cada domingo do Advento,
diferente da 2ª edição, que vinham após os 4 domingos do advento;
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 11
B) No tempo do Natal:
❖ Novo formulário para a Missa da Vigília na Epifania do Senhor – antes, havia
somente a Missa do Dia que se utilizava nas primeiras vésperas;
C) No tempo da Quaresma:
❖ As orações sobre o povo, ao final da
Missa, desde a Quarta-feira de
Cinzas até a Quarta-feira da Semana
Santa (quase todas do Missal de Pio
V);
❖ Na organização, estas orações estão
dentro dos formulários de cada dia de
semana no tempo quaresmal, após as
orações pós comunhão;
❖ Lembrando que estas orações são de
uso opcional na bênção final, tanto
para os domingos quanto para os dias
de semana;
D) No Tríduo Pascal
❖ Na Quinta-feira Santa: mudança na rubrica do rito do lava-pés, passando de “homens
escolhidos” para “pessoas escolhidas”;
❖ Note-se, aqui, que sendo o rito do lava-pés um sacramental dentro da Missa da Ceia
do Senhor, a modificação da rubrica recorda-nos que tanto homens quanto mulheres
podem ser chamados para esse rito, no qual fazemos memória que Jesus Mestre lava
os pés dos seus discípulos. Note-se, também, que, sendo sacramental, é inconcebível
que os chamados para rito se “fantasiem” de apóstolos, pois o rito é memorial e não
teatro;
E) No Tempo Pascal
❖ Os formulários completos para as Missas feriais do Tempo da Páscoa;
❖ Adequação da titulação: “Segundo Domingo da Páscoa” ou “Domingo da Divina
Misericórdia)
❖ A Missa da Vigília em forma prolongada na solenidade de Pentecostes.
• Na 2ª edição: tínhamos uma missa de Vigília com duas leituras, um salmo e
evangelho. Contudo, havia a rubrica com indicações para fazer uma vigília
mais prolongada;
• Agora, a missa de Vigília em forma prolongada vem mais completa, tanto
com as rubricas, como com as orações de coleta, leituras e admoestações.
Lembramos, quanto à estrutura, que para essa missa são: 4 leituras do AT
com seus salmos e orações de coleta (tal como na vigília pascal); hino de
louvor; oração de coleta; 1 leitura o NT; após, segue a Missa como de
costume com aclamação e evangelho;
QUARTA PARTE
ESTUDO COMPARATIVO DO ORDINÁRIO
(Com algumas indicações da IGMR)
4.1 RITOS INICIAIS DA TERCEIRA EDIÇÃO DO MISSAL
Algumas coisas a serem destacadas a partir da Instrução Geral do Missal Romano sobre
os Ritos Iniciais (para leitura caso seja oportuno e haja tempo na formação):
❖ Sobre a “Antífona de Entrada” presente nos formulários: n. 48 (na missa com
o povo) e n. 256 (na Missa com assistência de um só ministro);
❖ Sobre os “Ritos Iniciais: n. 46, §3.
❖ Sobre o Silêncio: n. 45
❖ Sobre o Hino de Louvor: n. 53, §2.
Trazemos, neste tópico, a Terceira Edição do Missal, na tradução e nos acréscimos aprovados
para o Brasil. Para isso, sugerimos que esse texto seja projetado para facilitar a visualização.
Trazemos, neste tópico, a Terceira Edição do Missal, na tradução e nos acréscimos aprovados
para o Brasil:
Homilia
Na 3ª edição, Em seguida, faz-se a homilia, que compete ao sacerdote ou diácono; ela é obrigatória em
acrescenta-se, na todos os domingos e festas de preceito e recomendada também nos outros dias.
IGMR, no n. 66, a ➢ Vale ressaltar aqui que o Diretório Homilético recentemente
observação de um promulgado destaca a importância e o modo de proceder do
tempo de silêncio homiliasta;
após a homilia. Nos ➢ O Diretório, também, indica pontos fundamentais da homilia nas
números 41 e 42 da diversas celebrações do Ano Litúrgico, inclusive nos sacramentos e
2ª edição, não se sacramentais. Note-se, ainda, que os livros rituais em sua instrução
falava nisto.
geral ou mesmo dentro do rito indicam os princípios da homilia para
aquela celebração;
PROFISSÃO DE FÉ
Terminada a homilia, quando for prescrito, canta-se ou recita-se o símbolo
ou profissão de fé:
➢ Não há novidade na tradução
Símbolo niceno-constantinopolitano
➢ Destaque:
E por nós, homens, e para nossa salvação,
desceu dos céus
Às palavras seguintes, até e se fez homem, todos se inclinam.
e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
➢ Destaque:
No lugar do símbolo niceno-constantinopolitano, pode-se usar,
sobretudo nos tempos da Quaresma e da Páscoa, a profissão de
fé batismal da Igreja Romana, o assim chamado Símbolo dos
Apóstolos:
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
Ver IGMR, n.69-71 ORAÇÃO UNIVERSAL
Algumas coisas a serem destacadas a partir da Instrução Geral do Missal Romano sobre
a Liturgia Eucarística:
❖ Sobre a “Liturgia Eucarística”: a IGMR, no n.72, dispõe as palavras, gestos e
sinais que indicam no núcleo do sacramento;
❖ Sobre os “Preparação dos dons”: n. 73-76
Trazemos, neste tópico, a Terceira Edição do Missal, na tradução e nos acréscimos aprovados
para o Brasil:
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COMUNICANTES PRÓPRIOS
* Para os Domingos
Em comunhão com toda a Igreja, celebramos o glorioso dia em
que o Senhor Jesus venceu a morte e nos tornou participantes
de sua vida imortal. Veneramos em primeiro lugar a memória
da Mãe de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, a gloriosa sempre
Virgem Maria, *
* No Natal do Senhor e durante a Oitava
Em comunhão com toda a Igreja, celebramos (a noite
santíssima) o dia santíssimo em que Maria, intacta em sua
virgindade, deu à luz o Salvador do mundo. Veneramos em
primeiro lugar a memória da mesma Mãe de nosso Deus e
Senhor Jesus Cristo, a gloriosa sempre Virgem Maria, *
* Na Epifania do Senhor
Em comunhão com toda a Igreja, celebramos o dia santíssimo
em que vosso Filho unigênito, eterno convosco na glória, se
manifestou visivelmente em nossa carne. Veneramos em
primeiro lugar a memória da mesma Mãe de nosso Deus e
Senhor Jesus Cristo, a gloriosa sempre Virgem Maria, *
* Da Vigília Pascal até o 2º Domingo da Páscoa
Em comunhão com toda a Igreja, celebramos (a noite
santíssima) o dia santíssimo da Ressurreição de nosso Senhor
Jesus Cristo segundo a carne. Veneramos em primeiro lugar a
memória da Mãe de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, a
gloriosa sempre Virgem Maria, *
* Na Ascensão do Senhor
Em comunhão com toda a Igreja, celebramos o dia santíssimo
em que nosso Senhor, vosso Filho unigênito, elevou à vossa
direita na glória a nossa frágil natureza humana. Veneramos em
primeiro lugar a memória da mesma Mãe de nosso Deus e
Senhor Jesus Cristo, a gloriosa sempre Virgem Maria, *
* Em Pentecostes
Em comunhão com toda a Igreja, celebramos o dia santíssimo
de Pentecostes em que o Espírito Santo, em línguas de fogo, se
manifestou aos Apóstolos. Veneramos em primeiro lugar a
memória da mesma Mãe de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo,
a gloriosa sempre Virgem Maria, *
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O sacerdote, com os braços abertos, continua:
CP Recebei, ó Pai, com bondade, a CP Aceitai, ó Pai, com bondade,
oferenda dos vossos servos e de toda a oblação dos vossos servos
a vossa família; dai-nos sempre a
e de toda a vossa família;
vossa paz,
dai-nos sempre a vossa paz,
livrai-nos da condenação livrai-nos da condenação eterna
e acolhei-nos entre os vossos eleitos. e acolhei-nos entre os vossos eleitos.
Une as mãos. (Por Cristo, nosso Senhor. Amém.)
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Da Vigília Pascal até o 2º Domingo da Páscoa
Texto presente nas Missas Aceitai, ó Pai, com bondade, a oblação dos vossos servos
Rituais dos diversos e de toda a vossa família; nós a oferecemos também por
Sacramentos aqueles que vos dignastes regenerar pela água e pelo
Espírito Santo, concedendo-lhes a remissão de todos os
pecados. Daí aos nossos dias a vossa paz, livrai-nos da
condenação eterna e acolhei-nos entre os vossos eleitos.
Une as mãos. (Por Cristo, nosso Senhor. Amém.)
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 24
b) ORAÇÃO EUCARÍSTICA II
d) ORAÇÃO EUCARÍSTICA IV
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O sacerdote abre os braços e prossegue com o povo:
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a
nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no
céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis
cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
O sacerdote prossegue sozinho, de braços abertos:
Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados
pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos
Enquanto vivendo a
esperança
de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança e a vinda
do nosso Salvador, Jesus Cristo.
O sacerdote une as mãos.
O povo conclui a oração, aclamando:
Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
O sacerdote, de braços abertos, diz em voz alta:
Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz,
eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que
anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade.
O sacerdote une as mãos e conclui:
Vós que sois Deus com o Pai e o Espírito Santo.
O povo responde:
Amém.
O sacerdote, voltado para o povo, estendendo e unindo as mãos, acrescenta:
A paz do Senhor esteja sempre convosco.
O povo responde:
O amor de Cristo nos uniu.
Em seguida, se for oportuno, o diácono ou o sacerdote diz:
Irmãos e irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus.
__________________________________
Formulários Ou:
alternativos Como filhos e filhas do Deus da paz, saudai-vos com um gesto de
aprovados para comunhão fraterna.
Ou:
o Brasil
Em Jesus, que nos tornou todos irmãos e irmãs, saudai-vos com um sinal
de reconciliação e de paz.
Ou:
No Espírito de Cristo ressuscitado,
saudai-vos com um sinal de paz.
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E, todos, segundo o costume do lugar, manifestam uns aos outros a paz,
a comunhão e a caridade; o sacerdote dá a paz ao diácono e a outros
ministros.
Em seguida, o sacerdote parte o pão consagrado sobre a patena e coloca
um pedaço no cálice, rezando em silêncio:
Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso,
Nos sirva para a vida
que vamos receber, nos faça participar da vida eterna.
eterna. Enquanto isso, canta-se ou recita-se:
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
dai-nos a paz.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 30
Fazei, Senhor, que conservemos num coração puro o que a nossa boca
recebeu. E que esta dádiva temporal se transforme para nós em
remédio eterno.
Então o sacerdote pode voltar à cadeira. É aconselhável guardar algum
tempo de silêncio sagrado ou proferir um salmo ou outro cântico de
louvor.
Em seguida, junto ao altar ou à cadeira, o sacerdote, de pé, voltado para
Ver IGMR, n. 89 o povo, diz de mãos unidas:
Oremos.
E todos, com o sacerdote, rezam algum tempo em silêncio, se ainda
não o fizeram.
Em seguida, o sacerdote, de braços abertos, profere a oração Depois da
comunhão.
Ao terminar, o povo aclama:
Amém.
Ver IGMR, n. 90. RITOS FINAIS
Orações sobre o povo:
O mesmo se faz para ❖ As seguintes orações podem usar-se, segundo o critério do
as bênçãos solenes sacerdote, no fim ad Missa, da Celebração da Palavra, do Ofício
utilizadas nos ou dos Sacramentos. O diácono ou, na falta dele, o próprio
Domingos, sacerdote, faz o convite: Inclinai-vos para receber a bênção ou
Solenidades e Festas exprime com outras palavras. Em seguida, o sacerdote estende
Litúrgicas... as mãos sobre o povo, reza a oração à qual todos respondem:
Amém.
Exemplo:
*Nas festas dos Santos
Senhor, exulte o povo cristão, ao recordar os Santos, membros gloriosos
do Corpo de Cristo e, celebrando agora a sua vida em vosso louvor,
possam um dia, em comunhão com eles, alegrar-se para sempre. Por
Cristo, nosso Senhor.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 32
QUINTA PARTE
PONTOS PARA REVISITAR A PARTIR DA INSTRUÇÃO GERAL
Algumas coisas a serem destacadas a partir da Instrução Geral do Missal Romano sobre a
Celebração Eucarística:
❖ Sobre a “A distribuição das funções e a preparação da celebração”: a IGMR,
107-111.
❖ Sobre os “Concelebração”: IGRM, n. 199-251. Destaque: n. 206
❖ Sobre a “Missa com assistência de um só ministro”: IGMR, n. 252-272
❖ Genuflexão e inclinação: IGMR, n. 274-275. Destaque: n. 274 § 3
275. Pela inclinação se manifesta a reverência e a honra que se atribuem às próprias
pessoas ou aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e
de corpo:
a) faz-se inclinação de cabeça quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas,
ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a
Missa;
b) inclinação de corpo ou inclinação profunda, se faz ao altar; às orações Ó Deus
todo-poderoso, purificai-me e De coração contrito; no Símbolo às palavras E se
encarnou; no Cânon Romano, às palavras Suplicantes, vos pedimos. O diácono faz a
mesma inclinação quando pede a bênção antes de proclamar o Evangelho. Além
disso, o sacerdote inclina-se um pouco quando, na consagração, profere as palavras
do Senhor.
❖ Sobre a “Incensação”: IGMR, n 276-277.
277. Ao colocar o incenso no turíbulo, o sacerdote o abençoa com o sinal da cruz,
sem nada dizer.
§1 Antes e depois da turificação, faz-se inclinação profunda à pessoa ou à
coisa que é incensada, com exceção do altar e das oferendas para o sacrifício da
Missa.
§2 São incensados com três ductos do turíbulo: o Santíssimo Sacramento,
as relíquias da santa Cruz e as imagens do Senhor, expostas para veneração pública,
as oferendas para o sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal,
o sacerdote e o povo.
§3 Com dois ductos são incensadas as relíquias e as imagens dos Santos
expostas à veneração pública, mas somente uma vez, no início da celebração, após a
incensação do altar
§4 O altar é incensado com ictos sucessivos, da seguinte maneira:
a) se o altar estiver separado da parede, o sacerdote o incensa, andando ao
seu redor
b) se, contudo, o altar não estiver separado da parede, o sacerdote,
caminhando, incensa primeiro a parte direita do altar, depois a parte esquerda.
§5 Se a cruz estiver sobre o altar ou junto dele, é turificada antes da
incensação do altar; caso contrário, quando o sacerdote passa diante dela.
§6 As oferendas são incensadas pelo sacerdote com três ductos do
turíbulo, antes da incensação da cruz e do altar, ou traçando com o
turíbulo o sinal da cruz sobre as oferendas.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 33
SEXTA PARTE
NORMAS PARA O ANO LITÚRGICO E CALENDÁRIO ROMANO
B) O CALENDÁRIO
❖ Sobre o “Calendário particular”: IGMR, n. 52, letra a; n. 53
❖ IGMR n. 59: A precedência de celebração entre os dias litúrgicos será regida
unicamente pela seguinte tabela...
11
Como exemplo, lembramos as Solenidades da Anunciação do Senhor e de São José que, caindo em algum domingo
quaresmal ou Semana Santa são transferidas para alguma data mais próxima e conveniente.
DIOCESE DA CAMPANHA: FORMAÇÕES PAROQUIAIS – ANO 2023 34
II
5. Festas do Senhor inscritas no calendário geral.
6. Domingos do Tempo do Natal e domingos do Tempo Comum14
(Seguem, aqui, outros itens da tabela que devem ser conferidos nas Normas para
o Ano Litúrgico e Calendário Romano – NALC)