Gimenes Filipe Biaggioni Quessada
Gimenes Filipe Biaggioni Quessada
Gimenes Filipe Biaggioni Quessada
SÃO CARLOS, SP
2010
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
ENGENHARIA AMBIENTAL
SÃO CARLOS, SP
2010
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, Rita Biaggioni, Leticia Biaggioni e Paulo
minha vida.
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 5
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ 7
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 8
RESUMO ................................................................................................................................... 9
ABSTRACT ............................................................................................................................. 10
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11
1.1. JUSTIFICATIVA .................................................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA – FUNDAMENTOS TEÓRICOS .................................. 13
3.1. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS ............................................................................................................. 13
3.1.1. Hidrologia de Superfície ................................................................................................................. 13
3.1.2. Bacias hidrográficas....................................................................................................................... 16
3.2. RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS .......................................................................................................... 18
3.2.1. Água Subterrânea .......................................................................................................................... 18
3.2.2. Aqüíferos ........................................................................................................................................ 19
3.2.3. Distribuição da Água no Subsolo ................................................................................................... 20
3.3. MOVIMENTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA ................................................................................................... 22
3.3.1. Fluxo em meio poroso.................................................................................................................... 22
3.3.2. Condutividade Hidráulica e Permeabilidade.................................................................................. 23
3.3.3. Porosidade ..................................................................................................................................... 24
3.3.4. Transmissividade ........................................................................................................................... 26
3.4. TRANSPORTE DE POLUENTES EM ÁGUA SUBTERRÂNEA.................................................................................... 27
3.4.1. Advecção-Dispersão em meio poroso ............................................................................................ 29
3.5. SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA – SIG.............................................................................................. 30
3.5.1. SIG como Ferramenta de Modelagem Ambiental ......................................................................... 32
3.5.2. Modelagem Numérica e Meio Ambiente ....................................................................................... 34
3.5.3. Delimitação automática de redes de drenagem............................................................................ 36
3.6. SIG E FERRAMENTAS DE MODELAGEM UTILIZADOS NA PESQUISA ..................................................................... 37
3.6.1. Ferramentas Hidrológicas de Superfície ........................................................................................ 40
3.6.2. Ferramentas Hidrológicas de Subsuperfície................................................................................... 43
4. ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................ 44
5. MÉTODO ......................................................................................................................... 47
5.1. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS HIDROLÓGICAS DE SUPERFÍCIE ......................................................................... 48
5.2. APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS HIDROLÓGICAS DE SUBSUPERFÍCIE .................................................................... 52
6. RESULTADOS ................................................................................................................ 54
6.1. MODELAGEM DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS .................................................................................... 54
6.1.1. Flow Direction ................................................................................................................................ 54
6.1.2. Flow Accumulation ........................................................................................................................ 55
6.1.3. Stream Network ............................................................................................................................. 56
6.1.4. Watershed ..................................................................................................................................... 61
6.1.5. Basin .............................................................................................................................................. 62
6.2. MODELAGEM DOS RECURSOS HÍDRICOS DE SUBSUPERFÍCIE ............................................................................. 64
6.2.1. Darcy Flow ..................................................................................................................................... 64
5
6.2.2. Darcy Velocity ................................................................................................................................ 69
6.2.3. Particle Track ................................................................................................................................. 70
6.2.4. Porous Puff ..................................................................................................................................... 71
6.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................................................ 72
7. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 78
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 80
9. ANEXOS ......................................................................................................................... 84
6
LISTA DE FIGURAS
7
LISTA DE TABELAS
8
RESUMO
apresentam-se como grande auxílio para um estudo adequado destes processos. A presente
preliminarmente o desempenho destas ferramentas, que podem ser úteis em estudos e ações
9
ABSTRACT
studies, especially in environmental area. In this context, computational tools represent great
support for a correct study of these processes. This research studies and applies some
They make possible the automated cartography of drainage networks, of drainage basins, of
watershed areas upper outlets defined by the users, of groundwater and of contamination
plumes. The studies were developed in the metropolitan region of João Pessoa (PB), using
digital topographic maps at the scale of 1:10,000, with topographic contours in intervals of 5
meters and spot elevations rated in meters. The selected area for groundwater analysis had
26 borings. The obtained results provided to evaluate preliminarily the performance of these
tools, which can be useful in studies and actions of environmental management of the hydric
10
1. INTRODUÇÃO
drenagem, ele é freqüentemente não prático, especialmente para grandes bacias hidrográficas.
(TARBOTON e AMES, 2001). Modelos digitais de elevação (MDEs) são as fontes primárias
essencial para obtenção de modelos hidrológicos bem distribuídos, pois ela grava os
elementos de ligação destes modelos, através dos quais, os fluxos de água superficial são
dados coletados também podem servir como uma ferramenta de sistema de apoio à decisão –
meio.
11
O banco de dados foi desenvolvido em ambiente SIG – Sistema de Informações
foram definidas por um Modelo Digital de Elevação – MDT e por modelos hidrológicos
uma área total de 208,61 km2 e 13 mapas topográficos na escala 1:10.000, com curvas de
nestes mapas (ANEXO 1). Esta área de estudo foi selecionada, pois o presente trabalho
1.1. JUSTIFICATIVA
de água superficial e água subterrânea com base em um banco de dados digital, estruturado
João Pessoa – PB. A partir do objetivo geral, foram traçados objetivos específicos:
urbanizada).
O escoamento superficial é a fase do ciclo hidrológico que trata do conjunto das águas
superficial engloba, portanto, desde a simples gota de chuva que, tombando sobre o solo
desemboca no mar. As águas que escoam superficialmente representam uma das maiores
riquezas naturais do globo. Sua importância não precisa ser realçada, bastando lembrar os
13
imensos problemas que afligem as regiões em que este recurso natural é escasso (GARCEZ,
1967).
retorna à atmosfera por evaporação. Do restante que atinge a superfície do solo; parte retorna
por evaporação no solo e superfícies líquidas, parte pela transpiração de vegetais; e outra parte
é absorvida por infiltração, o restante escoa livremente pela superfície do terreno, seguindo
superficial vai se tornando mais espessa, passando a escoar um volume que representa a
nas depressões. Estas águas, que não têm ainda um caminho preferencial de escoamento, mas
tão somente um sentido de escorrimento dado pela linha de maior declividade do terreno, são
conhecidas como “águas livres”. Seu estudo é importante para o conhecimento do processo de
As águas livres vão, pouco a pouco, confluindo para os pontos mais baixos do terreno,
drenagem”. A própria capacidade erosiva das águas tende a aprofundar esta “canaletas”,
fixando, cada vez mais, caminhos preferenciais para o escoamento. A reunião de diversos
coletoras mais profundas, os cursos d’água (rios) que apresentam um regime mais ou menos
14
rede de drenagem propriamente dita, compreendendo os formadores, subafluentes e afluentes
do curso d’água principal, que encaminha as águas para seu destino final (RIGHETTO, 1998).
o afluxo da água em uma determinada drenagem podem ser genericamente resumidos em:
pontos acumuladores;
principalmente o escoamento superficial que passa por um ponto de um curso d’água. Entre as
varias grandezas que caracterizam o escoamento superficial, podem ser indicadas como mais
importantes:
relação entre a quantidade total escoada pela seção e a quantidade total de água
15
d) Vazão (descarga). É a relação entre o volume escoado e o intervalo de
tempo em que escoa; é igual ao produto da velocidade média pela área da seção.
Uma Bacia Hidrográfica pode ser definida como uma área topograficamente delineada
drenada por um sistema de canais – ou seja, o total de área do terreno sobre um determinado
ponto em um canal ou rio que drena passando por este ponto. A bacia é uma unidade
política para planejamento e manejo dos recursos naturais (BROOKS et al., 1997).
características físicas de uma bacia hidrográfica e a quantidade de água que chega aos corpos
hídricos. Por outro lado, os limnólogos têm considerado que as características do corpo
estudo têm evoluído bastante, desde que estas apresentam características biogeofísicas que
denominam sistemas ecológicos e hidrológicos relativamente coesos (PIRES et al., 2002 apud
16
Por ser uma unidade estratégica para manejo dos recursos naturais, é importante
definir uma bacia hidrográfica de interesse para ser possível aplicar diferentes ferramentas de
modo a permitir prever o comportamento dinâmico da bacia, como por exemplo, verificar
como uma chuva altera o escoamento das drenagens, determinar vazões de pico na saída de
uma bacia (exutório), ou ainda avaliar qual a extensão da influencia de ações em um dado
Define-se como tempo de concentração o tempo necessário para que toda a bacia
hidrográfica esteja contribuindo com a água sobre ela precipitada, desde o início da chuva,
para uma determinada seção do curso de água ou da superfície da bacia objeto de análise.
da máxima vazão que estará contribuindo para um determinado local da bacia após o início da
concentrou-se à saída da bacia e a taxa de água deixando o sistema bacia hidrográfica, por
escoamento superficial (vazão à saída), iguala-se à taxa de água entrando no sistema na forma
O método racional é dos mais conhecidos e antigos modelos para o cálculo da vazão
de pico à saída de uma bacia hidrográfica. Aplica-se a pequenas bacias hidrográficas, ou seja,
desprezíveis.
17
O método tempo-área é uma extensão do método racional, já que este se aplica apenas
a bacias hidrográficas com pequenas áreas de drenagem (até 1 Km2) podendo, entretanto,
uso do solo na bacia hidrográfica. Esse método baseia-se no estabelecimento de uma função
relacionando áreas de contribuição na bacia ao tempo necessário para que essas áreas
Dessa forma, tendo sido definida a bacia hidrográfica e sendo conhecida sua dinâmica
e os fatores atuantes na mesma, torna-se possível realizar análises mais detalhadas sobre a
área, o que pode servir de subsídio para ações de gerenciamento dos recursos naturais, e
principalmente dos recursos hídricos. Nesta primeira etapa da pesquisa, visou-se definir uma
Segundo Teixeira et al. (2003), de maneira simplificada, toda água que ocupa vazios
e sedimentos arenosos. Por outro lado, materiais argilosos e rochas cristalinas pouco
fraturadas são desfavoráveis à infiltração. A quantidade de água transmitida pelo solo depende
volume de água absorvido pelo solo, antes de atingir a saturação, e que não sofre movimento
18
Em áreas vegetadas a infiltração é favorecida pelas raízes que abrem caminho para a
retardamento de parte da água que atinge o solo, através da interceptação, sendo o excesso
lentamente liberado para a superfície do solo por gotejamento. Por outro lado, nos ambientes
regularmente distribuídas ao longo do tempo promovem uma infiltração maior, pois, desta
recarga subterrânea. Nas áreas rurais, a infiltração sofre redução pelo desmatamento em geral,
pela exposição de vertentes através de plantações sem terraceamento, e pela compactação dos
solos causada pelo pisoteamento de animais, como extensivas áreas de criação de gado
(TODD, 1959).
3.2.2. Aqüíferos
aqüitarde.
Os livres são aqueles que o topo é delimitado pelo nível freático (NA). Os suspensos são
impermeáveis.
movimento da água no subsolo é controlado também pela força de atração molecular e tensão
20
superficial. A atração molecular age quando moléculas de água são presas na superfície de
argilominerais por atração de cargas opostas, pois a molécula de água é polar. Este fenômeno
argilominerais. A tensão superficial tem efeito nos interstícios muito pequenos, onde a água
fica presa nas paredes dos poros, podendo ter movimento ascendente, contra a gravidade, por
capilaridade.
lentamente ou gravitacional (livre) em poros maiores, que permitem movimento mais rápido
(DAVIS, 1966).
O limite inferior da percolação de água é dado quando as rochas não admitem mais
espaços abertos (poros) devido à pressão da pilha de rochas sobrejacentes. Esta profundidade
Pode-se imaginar então que toda água de infiltração tende a atingir este limite inferior, onde
Estabelece-se assim uma zona onde todos os poros estão cheios de água, denominada zona
saturada ou freática. Acima desse nível, os espaços vazios estão parcialmente preenchidos por
água, contendo também ar, definindo a zona não saturada, também chamada de vadosa ou
zona de aeração. O limite entre estas duas zonas é uma importante superfície denominada
superfície freática (SF) ou nível da água subterrânea (NA). O nível freático acompanha
21
3.3. Movimentação de Água Subterrânea
diferença de pressão entre dois pontos, exercida pela coluna de água sobrejacente aos pontos e
pelas rochas adjacentes. Esta diferença de pressão é chamada de potencial da água (potencial
hidráulico) e promove o movimento da água subterrânea de pontos com alto potencial, como
nas cristas do nível freático, para zonas de baixo potencial, como fundos de vales. Esta
pressão exercida pela coluna de água pode causar fluxos ascendentes da água subterrânea,
contrariando a gravidade, como no caso de porções profundas abaixo de cristas, onde a água
tende a subir para zonas de baixo potencial, junto a leitos de rios e lagos (TEIXEIRA et al.,
2003).
partindo de um potencial maior para outro menor, define uma linha de fluxo, que segue o
caminho mais curto entre dois potenciais diferentes, num traçado perpendicular às linhas
22
O fluxo de água através de aqüíferos, a maioria dos quais é um meio poroso natural,
pode ser expresso pela conhecida Lei de Darcy (TODD, 1959), desenvolvida pelo engenheiro
francês Henry Darcy, em 1856. Seu experimento se baseou na medição da vazão de água Q
com um cilindro preenchido por material arenoso, para diferentes gradientes hidráulicos. O
fluxo de água pelo cilindro (definido como vazão específica - q) para cada gradiente foi
comprimento do cilindro L. Quando combinadas, essas conclusões nos dão a Lei de Darcy:
(8)
Assim, para cada meio poroso estudado ele obteve o gráfico de uma reta, de
coeficiente angular K, que foi definido como sendo a condutividade hidráulica do material,
expressando sua capacidade de transmissão de água. Dessa forma foi possível quantificar a
gradiente hidráulico (∆h/∆L), é definido pela razão entre o desnível (∆h) e a distancia
horizontal entre dois pontos (∆L). O desnível indica a diferença de potencial entre os pontos.
Quanto maior a diferença de potencial, dada uma distancia lateral constante, maior será a
23
permeabilidade do solo e a viscosidade da água. A relação desses parâmetros com o fluxo de
água subterrânea foi investigada e quantificada pelo engenheiro hidráulico francês Henry
Darcy, em 1856, o que resultou na formulação da lei de Darcy, base da hidrologia de meios
porosos.
saturação. Isto é influenciado pelo do tamanho dos poros e pela conexão entre eles.
3.3.3. Porosidade
A porosidade é uma propriedade física definida pela relação entre o volume de poros e
o volume total de certo material. Existem dois tipos fundamentais de porosidade nos materiais
ou rocha, sendo caracterizada nas rochas sedimentares pelos espaços entre os clastos ou grãos
secundária, por sua vez, se desenvolve após a formação das rochas ígneas, metamórficas ou
Dentro dessa definição dois conceitos devem ser distinguidos, são eles o da
de um solo ou rocha pode ser definida como a relação entre o volume de vazios e o volume
total, assim:
(2)
24
Onde,
η = porosidade total;
Vv = volume de vazios;
V = volume total;
porosidade tende a ser menor do que no caso de grãos uniformes, porque os grãos pequenos
líquido é retido pelas forças moleculares e pela tensão superficial e apenas parte do total
porosidade efetiva ou eficaz. Este parâmetro pode ser definido como a quantidade de água
fornecida por unidade de volume do material, ou seja, a razão entre o volume de água
efetivamente liberado de uma amostra de rocha porosa saturada e o volume total (COSTA,
2009).
(3)
Onde,
ηe = porosidade efetiva;
V = volume total;
Um aqüífero para ser considerado como bom, deve apresentar valores elevados tanto
de porosidade total quanto de porosidade efetiva. Assim, a argila apresenta uma elevada
porosidade total (média variando em torno de 35 a 40%), mas possui uma reduzida porosidade
efetiva (valores médios em torno de 3%) e não tem, utilização como aqüífero. Já uma mistura
de areia e pedregulho apresenta uma porosidade total um pouco menor (valores médios
25
variando entre 20 a 35%), porém apresenta um valor elevado de porosidade efetiva (média em
quantidade de água que os materiais armazenam, mas a sua capacidade em permitir o fluxo de
3.3.4. Transmissividade
diversas formulações para cálculo de vazão de poços, sendo uma das incógnitas a ser
determinada em ensaios in situ. Este parâmetro foi introduzido por Theis, em 1935, com o
objetivo de avaliar a capacidade de transmissão de água pelo meio, através de toda sua
espessura saturada.
através de uma parcela vertical do terreno, de largura unitária (LU), cuja altura é igual à da
(4)
a taxa de escoamento de água através de uma faixa vertical do aqüífero com largura unitária
(5)
Onde,
T = transmissividade;
K = condutividade hidráulica;
26
b = espessura do aqüífero.
algum fluido (água) nos vazios do meio poroso (solo) seja ele saturado ou não (NOBRE, 1987
O fluxo da água na zona não saturada (poros preenchidos por água e ar) depende da
força da gravidade e da forma dos poros, sendo vertical para baixo. Na zona saturada (poros
preenchidos por água) o fluxo depende do potencial hidráulico, como visto anteriormente, e
os contaminantes podem espalhar-se por grandes áreas, cobrindo longas distâncias, após
locais.
fluido no qual essas substâncias estão dissolvidas, mas sim de mecanismos aos quais estas
• Advecção:
27
das linhas de fluxo com uma velocidade que, em princípio, é igual à velocidade média linear
• Dispersão Hidrodinâmica:
processo de difusão molecular não pode ser separado da dispersão mecânica no fluxo de água
pelo solo, portanto esses dois processos são combinados para definir a dispersão
hidrodinâmica.
existente em um fluido, ou seja, o soluto dissolvido em água desloca-se de uma área de maior
toda a massa de fluido. Este fenômeno ocorre independente da velocidade do fluido, mas é
devido à variação das dimensões dos poros ao longo das linhas de fluxo, e do desvio da
• Sorção:
28
substâncias é limitada, se a fonte de contaminação tiver alimentação contínua, a taxa de
retenção tende a diminuir com o tempo, podendo chegar a se anular (YONG et al., 1992).
• Decaimento:
2006).
modelagens realizadas serão mais detalhadas no item de aplicação das ferramentas de água
subterrânea.
(6)
Onde,
C = concentração do soluto;
transversais;
(7)
Onde,
n = porosidade do aqüífero;
R = fator de retardação;
recursos minerais, propriedades, animais e plantas sempre foi uma parte importante das
atividades das sociedades organizadas. Até recentemente, no entanto, isto era feito apenas em
documentos e mapas em papel; isto impedia uma análise que combinasse diversos mapas e
30
Informática, tornou-se possível armazenar e representar tais informações em ambiente
Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes
Numa visão abrangente, pode-se indicar que um SIG tem os seguintes componentes
na figura a seguir:
31
Um sistema de Informação Geográfica (SIG) difere dos demais sistemas, pela sua
adequado para análise espacial de dados geográficos. Essa capacidade é conhecida como
topologia, ou seja, o estudo genérico dos lugares geométricos, com suas propriedades e
os dados gráficos são armazenados, geralmente, em bases separadas. Os programas para SIG
Os dados utilizados em SIG podem ser divididos em dois grandes grupos: dados
alfanuméricos ainda podem ser subdivididos em dois tipos: atributos dos dados espaciais; e
atributos georreferenciados.
Cada vez mais, os computadores vêm sendo utilizados como ferramentas de apoio a
humano. Sistemas complexos para análises e para modelagens foram desenvolvidos para se
32
trabalhar dados relacionados com áreas específicas como finanças, transportes, geologia,
solos, etc.
dados espaciais, conhecidos como SIG, foram criados e estão sendo utilizados no campo das
propriedades e processos do meio físico natural, têm sido implementados, nos SIG, com o
objetivo de facilitar o seu estudo e compreensão para que se possa atuar sobre o meio
Para que isto ocorra, este trabalho defende a idéia de que é imperativo que se
considere o tratamento das incertezas das representações dos dados espaciais envolvidos em
vez propagadas para os resultados finais das modelagens, qualificam os produtos gerados em
SIG para o apoio efetivo aos processos de tomadas de decisão baseados nesses produtos
(FELGUEIRAS, 1999).
mais complexos, do mundo real. Para isto é necessário a criação de modelos ambientais, que
op.cit.).
33
Como ferramenta de modelagem o SIG pode ser utilizado como pré-processador de
para que os arquivos de saída do modelo sejam transferidos para o SIG novamente, onde os
resultados obtidos pela simulação são apresentados. Nessa forma de integração, o SIG assume
água subterrânea e a segunda possibilidade de integração dos modelos com SIG foi utilizada,
onde as equações do modelo (fluxo de água subterrânea, por exemplo) foram incorporadas
aos elementos do SIG, como funções de map algebra (sob a forma de ferramentas de análise
dos sistemas).
O ambiente natural que foi estudado nesta pesquisa, que abrange modelos de dinâmica
dificuldades adicionais, por ocorrerem em uma dimensão visual e de contato diferente da que
Segundo Todd (1959), a água utilizada como recurso hídrico para abastecimento e de
vital interesse para a humanidade, e como se sabe a maior parte de água doce disponível na
entendimento dos processos que envolvem essas fontes é de grande importância publica e
34
ambiental. Além disso, o movimento das águas subterrâneas e superficiais é o principal e mais
superfície por motivos intrínsecos ao meio. Estes motivos estão todos relacionados às
fluxo subterrâneo e sua interação com o meio. As dificuldades adicionais, entretanto, longe de
(RABELO, 2006).
aos pesquisadores, numerosas considerações para simplificar este ambiente real, tornando
efetivamente possível seu estudo como um todo. Essas simplificações compõem as bases do
atribuído à execução desses modelos tem como um de seus parâmetros principais a avaliação
Portanto, os resultados obtidos pela aplicação dos modelos não retratarão fielmente a
subseqüentes desses modelos devem ser vistos apenas como um guia para análises
posteriores.
35
3.5.3. Delimitação automática de redes de drenagem
Modelos digitais de elevação de terreno (MDTs) são úteis fontes de dados para
para modelos hidrológicos distribuídos, pois ela grava os elementos de ligação do modelo
através dos quais o fluxo de água é encaminhado para o exutório. A escala (densidade de
não prático, especialmente para grandes bacias hidrográficas. MDTs derivados de redes de
fluxo fornecem, então, uma substituição útil para sistemas de canais ou vales (TARBOTON e
AMES, 2001).
diferentes algoritmos como singular (drenagem para uma célula vizinha única), múltiplo
(repartição do fluxo entre células vizinhas) e métodos que utilizam o fluxo de direção para
drenagem delineada é às vezes controlada por uma área suporte limitante, a qual pode impor
escala com que se está trabalhando. Basta dividir esta mínima área de drenagem a ser
36
considerada pelo quadrado do tamanho da célula (pixel), o resultado deve ser utilizado como
limite. Por exemplo, deseja-se considerar uma área de 10.000 m2 e as células possuem 10 m, o
Tarboton et al. (1991) sugerem para a extração de redes de drenagem a partir de MDTs
canais e ter a maior resolução possível. O procedimento consiste em procurar pela menor
escala, medida em termos de área suporte, na qual ocorre uma mudança de comportamento
nas leis que regem os processos nas elevações do terreno. Também é argumentado, que este
Neste trabalho, para realização das atividades propostas, foi utilizado o SIG ArcView
9.1. O SIG foi empregado para aplicar modelos numéricos relacionados ao fluxo de água
superficial (na primeira etapa) e subsuperficial (na segunda etapa da pesquisa) da área de
estudo. O SIG atuou como um pré e pós processador, os modelos já estão incorporados ao
destas ferramentas de modelagem matemática, de forma a ser possível selecionar uma bacia
selecionada.
O programa ArcView 9.1 foi produzido pela empresa ESRI. Fundada em 1969, a ESRI
37
marcadamente ainda a partir de 1982, com o lançamento da plataforma ArcInfo. O ArcGIS é
acordo com necessidades especificas. A arquitetura básica do ArcGIS está ilustrada na figura
a seguir:
Dentre os produtos que compões o ArcGIS, o utilizado nesta pesquisa foi o Desktop
GIS que é o nome coletivo dado a três produtos: ArcView, ArcEditor e ArcInfo que trabalha
da mesma maneira (arquitetura comum). Eles apenas diferem pela quantidade de funções
disponíveis. ArcInfo tem mais funções que o ArcEditor, que por sua vez tem mais funções
que o ArcView. Neste projeto foi usado o ArcView. Para aplicar os modelos hidrológicos de
Os modelos as seguir são os que estão por trás das ferramentas hidrológicas utilizadas
na pesquisa, e por isso serão brevemente descritos. Os modelos podem ser de dois tipos:
analógicos ou digitais.
38
Embora raramente considerados no contexto do SIG, modelos analógicos são ainda
hoje, provavelmente, o tipo mais comum. Um modelo analógico é definido como um modelo
em escala, uma representação do mundo real na qual toda parte do sistema real aparece em
do sistema real. Uma medida importante de um modelo analógico é sua escala ou fração
representativa, a relação entre a distância entre dois pontos no modelo e a respectiva distancia
entre os correspondentes pontos no mundo real. Neste modelo, todos os aspectos do sistema
devem ser escalonados na mesma relação para que o modelo seja válido (GOODCHILD et al.,
2005).
mundo real em padrões de zeros ou uns. O modelo é também limitado a ser codificado na
mesma linguagem que o programa de computador ou software utilizam. Modelos digitais não
têm uma fração representativa, já que não há uma distancia nesse modelo para ser comparada
dados do tipo raster (matricial), este é o tamanho da célula individual ou pixel. Quando um
dado em SIG é criado pela digitalização de um mapa, é útil utilizar uma simples regra em que
dinâmicos, pois ela define a duração de cada passo do modelo. Qualquer modelo dinâmico
39
procede numa seqüência discreta de passos, cada um representando um intervalo de tempo
fixo, e o software tenta prever o estado do sistema no final do passo baseado nas entradas do
começo de cada passo. Ambas as resoluções espacial e temporal necessitam ser apropriadas a
real natureza do processo a ser modelado. Nesta pesquisa foram utilizados apenas modelos
digitais.
O dado digital da forma da superfície do terreno mais comum (e base para todas as
aplicações desta pesquisa) é modelo de elevação digital do terreno (MDT), o qual é baseado
em células que juntas formam uma representação matricial de uma superfície contínua. A
precisão dos dados é determinada principalmente pela resolução, e também por outros fatores
como o tipo de dado e a exatidão da amostragem da superfície quando está se criando o MDT
original. A partir do MDT como entrada é possível realizar diversas outras análises, como a
escoamento superficial e subterrâneo disponíveis no SIG ArcGIS 9.1. Estes modelos estão
através da identificação de linhas divisoras entre as bacias. Basin analisa a superfície de fluxo
de direção para encontrar todos os conjuntos de células conectadas que pertencem à mesma
área de drenagem. As bacias de drenagem são criadas pela localização de pontos de exutório
nos limites da área de analise (onde a água sairia da superfície), bem como as depressões,
40
então identificando a área de contribuição de cada ponto de exutório. O resultado é um raster
dados. Depressões devem ser preenchidas para assegurar a delimitação apropriada de bacias e
canais. Se as depressões não forem preenchidas, o sistema de drenagem resultante pode ser
descontínuo. Esta função realiza iterações até que todas as depressões, dentro de um
determinado Z limite especificado, sejam preenchidas. À medida que são preenchidas, outras
depressões podem ser criadas nas fronteiras das áreas preenchidas, as quais serão removidas
na próxima iteração.
determinação de locais de acumulação de fluxo d’água. Pode ser entendida como o número de
Com isso, pode-se aplicar um valor limite para os resultados da função flow
accumulation e usando o Map Algebra, uma rede de drenagem pode ser delineada. Para isso é
Em ambos os casos, todas as células com mais de 100 (limite) células fluindo para
dentro dela são marcadas com o número 1, e constituirão o sistema de drenagem, todas as
41
• FLOW DIRECTION: Esta função utiliza uma superfície (MDT) como
entrada e retorna um raster mostrando a direção de fluxo de cada célula (Figura 5).
caminho de escoamento (drenagem) dentro de uma dada bacia. Pode ser utilizada para
calcular o tempo de concentração da bacia, isto pode ser feito utilizando-se a opção
“UPSTREAM”.
drenagem interna.
um raster que representa canais de uma drenagem. Pode realizar esta determinação baseando-
42
• WATERSHED: Delimita bacias de drenagem para uma determinada região
específica. Essa região é definida a partir de pontos de exutório que devem ser inseridos em
pontos de interesse.
(diferença entre o fluxo que entra e o que sai) para fluxo constante em um aqüífero, e o vetor
velocidade (expresso em direção e magnitude) para cada célula, utilizando a lei de Darcy e
Flow aplica a lei de Darcy em células adjacentes a uma célula central, para calcular a
velocidade do fluido através das paredes da célula. Fazendo isso para todas as células, uma
sua localização futura. Esta ferramenta atravessa a linha entre dados matriciais e vetoriais,
pois gera uma série de segmentos de linhas (vetores) de uma malha de dados (matriz).
meio poroso uniforme, para uma fonte de poluição instantânea. Tem como base a equação de
advecção do centro de massa da fonte introduzida segue o caminho de fluxo calculado pela
gaussiana em volta deste centro de massa, como uma pluma por exemplo. Os resultados
43
produzidos por essa ferramenta são altamente idealizados e são adequados para uma
4. ÁREA DE ESTUDO
uma área total de 208,61 km2 e 13 mapas topográficos na escala 1:10.000 (ANEXO 1). O
clima do município de João Pessoa está inserido dentro do domínio tropical quente-úmido,
fortemente influenciado pelos alísios marítimos e caracteriza-se por apresentar uma estação
seca observada nos meses de setembro a dezembro, sendo os meses mais secos outubro e
27ºC, e uma estação chuvosa que vai de abril a agosto, retornando às condições de seca a
partir de setembro.
remanescentes da vegetação natural da área vêm sendo rapidamente convertidos para diversos
aumentado o risco de extinção local de grande parte de espécies endêmicas da fauna e da flora
(MORAIS, 2009).
hidrográficas, a do Rio Paraíba ao norte e a do Rio Gramame ao sul, entremeadas pelas bacias
dos rios Jaguaribe, Cabelo, Aratú, Jacarapé, Cuiá, Camurupim, de pequeno porte. Todos são
44
Em relação à litologia do Estado da Paraíba, a tabela a seguir ilustra a seqüência lito-
água subterrânea, e por isso, serão descritas mais detalhadamente a seguir, bem como os
• Formação Barreiras
solos areno-argilosos espessos, onde viceja a vegetação de grande porte da Mata Atlântica.
45
A espessura da Formação Barreiras, na área paraibana da Bacia Sedimentar Costeira
sede da cidade de Caaporã. A espessura média obtida em perfis de 68 poços com informações
quase toda a costa brasileira. Constitui um aqüífero predominantemente livre, que ocupa uma
área de 176.532 km2, com profundidade média em torno de 25 metros (COUTINHO, 1967
apud MENESES et al, 2009) e, no caso de João Pessoa, em estudo realizado por Costa et al
Tabuleiros, valor este relativamente baixo, especialmente quando comparado com regiões de
maior infiltração.
• Depósitos Quaternários
grossa; e aluviões, localizados nas bacias fluviais e constituídos de areias siltosas, as quais,
de infiltração de água. Os aqüíferos nos aluviões e terraços marinhos são livres e dependem
recentes, localizados nas áreas de cotas mais baixas, onde o processo predominante é o de
acumulação sedimentar, como no caso das margens fluviais e da Planície Marinha. O nível da
água nestes aqüíferos é bem próximo à superfície e, por vezes, aflorante. Esta característica
torna estes aqüíferos ainda mais vulneráveis uma vez que não há uma superfície de atenuação
46
para os casos de eventuais derramamentos de contaminantes. Outra característica deste
5. MÉTODO
a) Planejamento: nesta etapa foi feita a definição dos objetivos da pesquisa, bem
temas técnico-científicos principais abordados pelo estudo (conceitos gerais sobre a dinâmica
47
5.1. Aplicação das Ferramentas Hidrológicas de Superfície
Doutorado vinculada foi possível obter o Modelo Digital de Terreno – MDT, e dessa forma,
fluxos hídricos. O MDT foi gerado a partir da ferramenta Topo To Raster e foram realizados
testes de validação deste resultado para garantir que o MDT fosse o mais próximo da
realidade possível, pois é a partir dele que todas as outras ferramentas são aplicadas.
razoavelmente coincidentes com os das curvas de nível da base topográfica original. Além
disso, a maioria das curvas intermediárias geradas a partir do MDT (intervalo de 2,5 m)
também apresentaram um traçado compatível com a base topográfica de entrada. Pelo Topo to
Raster, os RMS obtidos foram de 0,67 (malha de 4 m) e 0,61 (malha de 5m) (SOARES,
2009).
ArcGIS 9.1 puderam ser aplicadas para toda a área digitalizada (17 folhas cartográficas na
escala 1:10.000). A aplicação das ferramentas acima citadas permitiu modelar o movimento
geração de resultados iniciais, que permitissem a delimitação de uma bacia de interesse para
48
Figura 6: Fluxograma de ferramentas hidrológicas de superfície utilizadas.
DIRECTION, obtendo-se um raster contendo a direção preferencial de fluxo para cada célula.
Esta superfície gerada podia conter depressões que podem implicar em resultado errôneo do
fluxo. Para localizar estas possíveis depressões utilizou-se a ferramenta SINK, que utiliza a
importante ressaltar que podem existir depressões legítimas do local, sendo importante
área preenchida podem criar uma nova depressão, que precisará ser também preenchida,
49
tornando este processo iterativo. Para calcular tal limite citado utilizou-se a ferramenta
SINGLE OUTPUT MAP ALGEBRA de cálculo do ArcGIS 9.1. Neste caso, obtiveram-se
resultados semelhantes para os dois métodos utilizados (com e sem definição de limite).
quais depressões são legítimas. A seguir, os passos seguidos para obter este z-limite:
descrito anteriormente;
em outro item) para criar um raster de área de contribuição para cada depressão;
É este raster contendo a profundidade que foi utilizado como z-limite apropriado.
fluxo de cada célula. Então, a partir deste novo fluxo de direção, utilizou-se a ferramenta
50
FLOW ACCUMULATION para gerar um raster contendo o fluxo acumulado de cada célula,
necessário, contudo, que seja aplicado um valor limite para os resultados do fluxo acumulado,
ou seja, é necessário que se defina um valor a partir de quantas células fluindo para um
mesmo ponto caracteriza-se um canal de drenagem. Esta definição deve ser realizada baseada
em algum critério para que o resultado obtido se aproxime do comportamento real de campo.
Tendo definido o critério a ser utilizado o seguinte procedimento deve ser realizado para gerar
o sistema de drenagem.
seguinte expressão:
Neste exemplo, todas as células com valores de fluxo acumulado superiores a 100
receberão valor um, todas as células restantes serão definidas como “NoData”. Dessa forma,
será gerado o raster de um sistema de drenagem, contendo apenas as células com mais de 100
(exutórios) inseridos, também se utilizou uma ferramenta adicional BASIN que também gera
51
5.2. Aplicação das Ferramentas Hidrológicas de Subsuperfície
seleção de uma área de interesse para aplicação das ferramentas hidrológicas de subsuperfície.
incluindo segmentos das bacias hidrográficas do Rio Jaguaribe e Costeira. Foram escolhidas
26 sondagens à percussão realizadas durante o período chuvoso da área de estudo, para que os
condição pluviométrica, de forma a gerar uma superfície condizente com a realidade. Vale
ressaltar que todas as modelagens aplicadas consideraram apenas o aqüífero livre, em função
descritas puderam, então, ser aplicadas gerando resultados que permitiram visualizar a
dinâmica do fluxo de água subterrâneo (na zona saturada). A execução das ferramentas seguiu
o seguinte fluxograma:
52
Primeiramente, foi necessário gerar um raster contendo a superfície freática, um
contendo valores da espessura saturada, um com valores de porosidade efetiva e outro com
tamanho de célula). Estas são as entradas para utilização da primeira ferramenta DARCY
FLOW, que calcula o balanço do volume residual para cada célula. A ferramenta considera
magnitude do fluxo. Estes dois resultados foram combinados para gerar o campo de vetores
de fluxo.
O passo seguinte foi inserir pontos de interesse na área para simular a trajetória que
uma partícula saindo destes pontos descreveria. Para isso foi utilizada a ferramenta
PARTICLE TRACK que recebeu como entrada os rasters de magnitude e direção de fluxo
gerados anteriormente, além das coordenadas espaciais do ponto de interesse, neste caso,
corretor para prever a posição futura de uma partícula baseado no campo local de velocidade
contendo a trajetória descrita pela partícula. Para utilizar essa ferramenta foi necessário
alocarem-se pontos de interesse, a partir dos quais foi determinado o caminho da partícula.
arquivo gerado pela ferramenta PARTICLE TRACK, bem como os rasters de porosidade
A seguir, será mais bem detalhado todo o processo descrito acima além da
53
6. RESULTADOS
Após ter sido encontrado o limite de preenchimento, foi gerado o MDT sem
que, neste caso, não houve diferença entre um modo e outro. Tal fato revela que as depressões
encontradas pela ferramenta “SINK” eram realmente todas devidas a erros, não sendo
54
plana. Contudo, foi imprescindível a aplicação da ferramenta “SINK”, pois foram encontrados
vários erros nos dados (depressões) o que resultou em uma sensível diferença entre os raster
Esta função calcula o fluxo acumulado de cada célula, ou seja, quantas células
estão fluindo para dentro de cada célula. Havia uma opção adicional de atribuir um peso para
cada célula, que não foi utilizada, neste caso um valor de um foi atribuído a cada célula. Um
exemplo de como este peso poderia ser utilizado nesta função seria determinar quanta chuva
precipitou dentro da dada bacia. Neste caso, o raster de peso seria um raster contínuo
função representaria a quantidade de chuva que fluiria para cada célula, assumindo que toda a
No raster de fluxo acumulado gerado células com valores altos são áreas de
concentração de fluxo e podem ser utilizadas para identificação de canais, células com valores
de zero são pontos topográficos elevados e podem ser utilizados para identificar divisores de
água. O mapa temático gerado para esta ferramenta não ficou muito didático, e por isso
Foi possível identificar que realmente as regiões que apresentam os valores mais altos
intermitentes e os locais onde o valor foi zero constituíam-se nos divisores de água de bacias
ou sub-bacias.
55
Esta ferramenta pode ser utilizada para estudos hidrológicos de uma área, pois permite
como os divisores. Além disso, esta ferramenta permite levar em consideração fatores
Este resultado foi de suma importância para dar início às análises de fluxos de
drenagem da área de estudo, pois foi aplicado na definição da rede de drenagem mais
tópico a seguir.
Existem vários critérios que vem sendo utilizados para definição do valor limitante
para definição do sistema de drenagem, alguns destes critérios foram apresentados na revisão
contribuição coerentes com a escala para verificar os resultados e compará-los, são elas 1 ha e
estes valores na expressão (12), obtiveram-se duas redes de drenagem distintas que foram
56
Figura 9: Comparação entre as diferentes redes de drenagem criadas.
área de contribuição de 10 ha e os verdes para uma área de 1 ha. Nota-se que para uma área de
contribuição menor exigida, a densidade de drenagem será maior. Além disso, as drenagens
digitalizada, apenas possuindo maior densidade de drenagem. Um motivo para esta densidade
ser maior na rede de drenagem gerada é o fato de esta considerar drenagens que não são
perenes, mas são importantes de serem delimitadas, pois participam e influenciam nos
pois permite identificar drenagens que poderiam não ser localizadas no trabalho de campo por
57
selecionado o método de determinação de células de contribuição mais adequado. Além disso,
Além da comparação visual entre as drenagens também foi aplicada a ferramenta que
identificar trechos de canais importantes que poderiam estar sendo ignorados na drenagem
digitalizada.
da ordem da drenagem, que é um método de designar uma ordem numérica para os canais de
uma rede de drenagem. Esta ordenação é um método para identificar e classificar tipos de
canais baseado em seus tributários. A função que realiza esta operação é a “STREAM
ORDER”, e pode utilizar dois métodos para isso: o proposto por Strahler e o proposto por
Shreve. Por ser mais comumente utilizado, o método de Strahler foi utilizado nesta pesquisa.
O resultado obtido foi para a rede de drenagem gerada considerando uma área de
contribuição de 10 ha, uma ordem final 4 e para aquela que considerou uma área de
contribuição de 1 ha, uma ordem final 6. Este resultado encontra-se dentro do esperado, pois
58
uma vez que a drenagem que utilizou uma área de 1 ha considera um maior número de canais
é natural que apresente uma ordem final maior, pois apresenta um maior número de
drenagem:
59
A
B
Figura 10: Comparação entre as ordens das redes de drenagem.
60
6.1.4. Watershed
fluxo, previamente gerado, além disso, também foram adicionados três pontos de interesse
(exutório). Estes pontos foram definidos nas saídas das três principais bacias identificadas
visualmente na área. Durante o processo, foi necessário tomar alguns cuidados como o de
rede de drenagem, para garantir que a área contribuinte esteja realmente relacionada às
drenagens. A seguir uma figura ilustrando o resultado obtido para dois pontos de exutório
selecionados.
61
Estes resultados mostram que esta ferramenta pode ser utilizada para uma
identificação de toda a área de contribuição deste exutório. Tendo sido esta área determinada
método racional.
6.1.5. Basin
exerce essa função pela identificação de linhas divisoras entre bacias. “Basin” analisa o raster
de fluxo de direção para encontrar todos os conjuntos de células conectadas que pertencem à
mesma bacia de drenagem. As bacias são criadas localizando os pontos de exutório nas
extremidades da janela de analise (onde a água escoaria para fora do raster), assim como as
depressões. Então identifica as áreas de contribuição sobre cada ponto de exutório, resultando
gerou um raster bem condizente com a realidade. De fato, se comparado com as bacias
geradas pela outra ferramenta, percebe-se que para os canais de drenagem em questão as
bacias ficaram parecidas, a diferença é que a ferramenta “WATERSHED” gera bacias a partir
de pontos de interesse. Já a ferramenta “BASIN” gera bacias para toda a área e permite a
classificação do seu resultado de acordo com o interesse, por exemplo, se for desejável
for importante ter uma visão mais ampla de bacias maiores, basta diminuir o número de
classes.
62
Para fins de comparação foram gerados dois conjuntos de bacias. Um contendo
apenas seis bacias maiores, e outro incluindo vinte bacias e sub-bacias. A seguir, será
apresentado um recorte dos mapas gerados para comparação dos resultados (Figuras 12 e 13).
Além dessa figura, também se encontra em anexo o mapa contendo seis bacias maiores no
tamanho (ANEXO 2) a fim de ser comparado com o mapa gerado pela ferramenta
“WATERSHED”.
detalhamento das bacias, e sub-bacias que não foram representadas no mapa com seis classes
surgem na representação com vinte classes. Esta ferramenta é importante, pois permite gerar
rapidamente bacias que se aproximam da realidade, necessitando para isso apenas do raster
63
Figura 13: Mapa gerado pela ferramenta “Basin” com 20 classes.
Para gerar o raster da superfície freática foram utilizados os dados de nível de água
subterrânea de furos de sondagem. A partir dos valores de nível d’água de alguns furos de
possível interpolar uma superfície freática utilizando a ferramenta existente chamada TOPO
Analisando a imagem, pode-se notar que o resultado está dentro do esperado, com as
cotas mais altas do nível freático coincidindo, aproximadamente, com as cotas mais altas do
terreno. Para verificar a consistência do resultado, além da análise visual também foi feita
uma subtração entre o MDT e a superfície gerada utilizando a ferramenta SINGLE MAP
64
ALGEBRA. Valores negativos representam pontos que o nível d’água encontra-se acima do
terreno, isso só deveria ocorrer nas drenagens. De fato, o resultado, exibido na figura 14,
evidenciou que resultados negativos até valores próximos a 1 (pintados de cinza e rosa,
para a formação que se encontra na área. São elas: a Formação Barreiras e a Formação de
valores adotados desses parâmetros foram sintetizados, conforme mostra a tabela a seguir:
65
Tabela 3: Valores máximos, médios e mínimos dos parâmetros de entrada.
Espessura Saturada Porosidade Transmissividade
Formação (m) Efetiva % (m²/s)
Barreiras 84 5 0,0046
Barreiras 73 5 0,00396
Barreiras 62 5 0,0017
Depósitos
Quaternários 80 10 0,0316
Depósitos
Quaternários 50 10 0,007
Depósitos
Quaternários 20 10 0,000019
Fonte: Adaptado de MONTEIRO 2002.
bibliografia a fim de permitir uma comparação entre os resultados obtidos para os diferentes
valores. Foi também necessário admitir que esses valores são constantes ao longo de cada
unidade geológica. Esses valores foram inseridos na tabela de atributos do tema já existente
interesse. Esse procedimento foi feito para todos os valores exibidos na tabela 3. Criaram-se
volume residual para cada célula. Como os cálculos são executados através de cada uma das
quatro paredes da célula independentemente, é possível que mais ou menos água flua para
dentro ou fora de uma célula, resultando num valor positivo ou negativo de volume residual.
devem produzir pequenos residuais, próximos a zero. Altos valores residuais indicam que o
raster da superfície freática não está adequado com o respectivo raster de transmissividade,
66
porosidade e espessura saturada. Se isso ocorrer, os dados de entrada são inconsistentes e
Neste caso, o residual obtido foi na maior parte da área próximo a zero
conforme ilustra a figura 15. Se comparado aos resultados obtidos por Oliveira e Augusto
Filho (2008), os obtidos na presente pesquisa podem ser considerados mais consistentes, pois
os valores foram mais uniformes em toda a área (e próximos de zero). Tal fato pode ser
justificado pela existência de mais furos de sondagem na área modelada nesta pesquisa, que
permitiram a obtenção de mais dados de nível d’água, resultando numa interpolação mais
comparação entre os valores de residual com o valor da vazão que sai de cada pixel, que pode
ser obtida através do raster de magnitude de fluxo que foi gerado na ferramenta que será
descrita no próximo item. Para obter a vazão que sai de cada pixel basta multiplicar o raster
da magnitude pela área de cada pixel (no caso 16 m2) utilizando para isso a ferramenta
67
SINGLE MAP ALGEBRA. Utilizando essa mesma ferramenta calculou-se a porcentagem do
residual em relação à vazão que sai de cada pixel. O resultado encontra-se no ANEXO 5.
mostrado na figura 16. Pode-se observar que predominam valores de erro entre 1 e 5%, e em
segundo lugar valores de erro até 1%, sendo que essas duas faixas principais somadas
ocupam, aproximadamente 70% da área total. Esse resultado mostra que o erro foi baixo, e
portanto, o resultado pode ser considerado consistente, confirmando o que havia sido suposto
Esta ferramenta permite indicar o balanço hídrico da água subterrânea e com isso
isso for verificado, pode ser um indício de que algum evento pode estar causando um
desequilíbrio no balanço hídrico do local e serve como base para que estudos mais detalhados
68
6.2.2. Darcy Velocity
A fim de melhorar a visualização dos resultados os rasters de magnitude, que pode ser
entendido como vazão específica (em m/s), e de direção (de o a 360º) foram combinados,
gerando um campo de vetores onde o tamanho do vetor indica a magnitude e sua angulação
indica a direção de escoamento. Para isso, foi criado um tema de pontos ao longo de toda a
área, e para este tema foram extraídos os valores da direção e magnitude. Dessa forma, foi
resultados obtidos utilizando os valores médios), verifica-se que este resultado é adequado
para a área, com os fluxos se dirigindo dos divisores (áreas de recarga) para as drenagens
69
(áreas de descarga), apresentando maior magnitude em áreas de maior declividade, que
resultados com os de Oliveira e Augusto Filho (2008), nesta pesquisa foram obtidos valores
na faixa de 0,01 a 10 m/dia enquanto que na outra os valores encontraram-se na faixa de 0,001
a 0,1 m/dia. Isso ocorre, pois o material em que se encontra o aqüífero desta pesquisa é muito
mais arenoso do que o da outra pesquisa, e por isso, apresenta valores muito maiores de
Esta ferramenta pode ser aplicada em estudos hidrológicos preliminares, pois permite
que se obtenha uma noção da dinâmica da água subterrânea identificando o fluxo da água e
serve como base para aplicação das próximas ferramentas que detalham melhor essa
dinâmica.
intervalos de tempo. Foi também gerado o traçado mostrando o caminho de cada partícula de
campo de fluxo (mostrado em anexo, citado anteriormente), sendo que uma das partículas
caminha até atingir a drenagem (ponto 1), enquanto a outra descreve um caminho maior
(ponto 2) até chegar num ponto onde os valores de magnitude de fluxo são muito pequenos.
Os tempos de percurso total de cada partícula são, aproximadamente, 17,7 e 2,8 anos para as
partículas 2 e 1, respectivamente.
Estes podem ser considerados valores baixos, que se justificam pelo fato do aqüífero
apresentar valores altos de magnitude de fluxo de água. Tal fato pode resultar, no caso de um
áreas em pouco tempo. Este fenômeno foi mais bem avaliado pela próxima ferramenta.
concentração é a mesma pela seção vertical. O que permite a aplicação do modelo matemático
tempo de dispersão (dever ser menor ou igual ao máximo tempo da trajetória da partícula,
foram feitas três modelagens, uma com 1 mês, outra com 6 meses e outra com 2 anos, para o
ponto 1; e uma com 6 meses, outra com 2,5 anos e outra com 15 anos, para o ponto 2). Outros
71
retardamento e coeficiente de decaimento, foram considerados os valores padrões indicados
O resultado desta modelagem pode ser visto no ANEXO 7, por terem sido
apresentam forma elíptica com eixo centrado na trajetória da partícula, isso justifica o fato da
pluma mudar de sentido de dispersão nos locais onde havia mudança de sentido da trajetória.
A pluma que sai do ponto 1 percorre um caminho menor, pois o gradiente hidráulico é maior
As duas últimas ferramentas descritas podem servir de grande auxílio nas áreas de
ser trabalhados de forma que resultados de interesse sejam obtidos para decidir se é necessário
ou não intervir numa área de estudo e qual a emergência desta intervenção, no caso de
72
BASIN se mostraram bastante úteis tanto no tratamento como na hierarquização automática
uma rede com ordem de drenagem diferente daquela para a rede digitalizada. Esta
determinação é importante, pois algumas características dos canais podem ser inferidas por
simplesmente saber sua ordem. Por exemplo, canais de primeira ordem são dominados pelo
fluxo terrestre de água, eles não possuem nenhum fluxo concentrado a jusante. Por esse
motivo, eles são mais susceptíveis a problemas de fontes de poluição não pontuais e podem
ser mais beneficiadas por extensas áreas ripárias se comparadas com outras áreas da bacia.
pode ser utilizada quando se deseja saber a extensão da influencia (em termos hidrológicos)
de uma ação em um ponto de interesse, por exemplo, delimitar que bacias ou sub-bacias serão
afetadas pelo desvio de um canal. No caso, o ponto de interesse seria o local onde o canal
73
Já a ferramenta BASIN também permitiu a geração das bacias hidrográficas da
área de estudo pela análise de divisores de água. Essa ferramenta se mostrou interessante, pois
gerou resultados que se aproximam muito da realidade (fato comprovado pela comparação
com o resultado da outra ferramenta, além da própria delimitação visual de bacias). Além
classes a ser divido o tema gerado, o que pode ser muito útil, pois permite que para um
mesmo resultado uma análise global (bacias principais) ou mais detalhada (micro-bacias) seja
realizada.
encontram-se dentro de Bacias Hidrográficas principais, bem como fornecer base para prever
A interpolação do nível freático se mostrou bastante válida, pois foi feita utilizando a
ferramenta TOPO TO RASTER, que é uma ferramenta ideal para gerar MDTs
hidrologicamente corretos, e, portanto também pode ser considerada válida para este tipo de
interpolação que é similar. Além disso, contava-se com a existência de dados de nível freático
de 26 furos de sondagem, o que contribui para que a interpolação fosse mais precisa. Além
interpolação.
válida, pois as cotas mais altas do nível freático coincidiram, aproximadamente, com as cotas
mais altas do terreno, o que é esperado tratando-se do aqüífero livre. Além disso, aquele
MDT e a superfície gerada) evidenciou valores negativos, ou seja, onde a superfície freática
74
encontra-se acima da superfície do terreno, praticamente apenas nas drenagens, como era de
se esperar.
O residual gerado também se mostrou bastante adequado para a área uma vez que
gerou valores, para a maior parte da área, próximos de zero, evidenciando que o balanço de
água está correto. Adicionalmente, foi realizada uma análise qualitativa desse residual,
desenvolvida por Oliveira e Augusto Filho (2008), que permitiu comparar o valor do residual
com a vazão que sai de cada pixel. O resultado foi que na maior parte da área
da vazão de saída desse pixel, os valores superiores a 5% podem ser considerados elevados.
Como o fluxo de água subterrâneo não é contínuo e constante, pois existem pontos de
tal fato justifica as regiões onde o residual foi superior a 5% da vazão de saída. Em pontos de
divisores, são formadas áreas de recarga do aqüífero, nesses pontos a infiltração é favorecida,
e quando não chove o balanço residual será negativo, com mais água saindo do que entrando.
aqüífero supre as linhas de drenagem, e, conseqüentemente, o balanço será positivo, com mais
água entrando do que saindo. Nesses dois casos o valor de residual deverá ser elevado pela
figura 19 ilustra esses casos, com o vermelho representado locais onde o valor do residual de
75
Figura 19: Locais onde o residual em relação à vazão de saída de cada pixel foi elevado.
residual em relação à vazão de saída não ultrapassou o valor de 5%, como pode ser visto na
figura 19 representado pela cor verde. Se os valores dos residuais nessas regiões fossem
elevados indicariam que os resultados da modelagem não foram bons e que os dados de
entrada deste modelo apresentam problemas. Como isso não ocorreu, os valores de
mais elevadas para regiões mais baixas, além de possuir maior magnitude em locais com
maior gradiente hidráulico, como estamos tratando do aqüífero livre a carga piezométrica
pode ser desprezada, e portanto a carga hidráulica total será devida apenas a cota altimétrica,
76
ou seja, a carga hidráulica total condiz com o relevo. Os valores de velocidade de fluxo se
situaram numa faixa entre 0,01 e 10 m/d, que podem ser considerados valores elevados. Isto é
A ferramenta que traça o caminho da partícula pôde ser aplicada gerando resultados
para obter-se uma boa aproximação da realidade. Neste caso, foram utilizados os valores
padrões indicados pela própria ferramenta do ArcGIS 9.1, que se mostram razoáveis, e
pontos apresentaram uma velocidade de migração relativamente alta, com valores de 2,8 e
17,7 anos para os pontos 1 e 2, respectivamente. Verificou-se também, que no trecho que a
pluma foi menor, aumentando quando atinge a região dos Depósitos Quaternários (mais
arenoso), essa divisão das unidades geológicas do terreno pode ser vista no ANEXO 3.
dispersão de algum poluente no meio, pois a delimitação das plumas em diferentes tempos
permite prever seu comportamento, bem como sua área de influência. Neste caso, após 3
anos, uma faixa de, aproximadamente, 430 m seria ocupada pela pluma que sai do ponto 1, a
uma distância de 350 m entre o ponto 1 e o centro da pluma. Com essas informações,
77
associadas a outras informações de interesse é possível optar dentre as diversas opções para
resultados podem servir como base para auxílio na gestão de uma bacia hidrográfica de
interesse, tanto no que diz respeito aos recursos hídricos superficiais quanto aos subterrâneos.
7. CONCLUSÕES
disso, os resultados obtidos podem ser utilizados pelos gestores da região para possibilitar um
78
Foi possível observar pelos resultados que as ferramentas podem ser aplicadas em
79
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BEAR, J.; VERRUIJT, A. Modeling groundwater flow and pollution. Dordrecht: D Reidel,
1987. 414p.
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1966. 463 p.
80
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informação geográfica: o paradigma geoestatístico por indicação / C. A. Felgueiras -
São José dos Campos: INPE, 1999.212p. – (INPE-8180-TDI/760).
FETTER, C. W. (1993). Contaminant hydrogeology. First Edition. Book Press, Inc. New
York. 458p.
GARCEZ, L. N. Hidrologia. Edgard Blücher. São Paulo, 1967. 249 p.
GOODCHILD, M. F.; BATTY, M.; MAGUIRE, D. J. GIS, Spatial Analysis and Modeling.
ESRI PRESS, NEW YORK. 2005. 480p.
81
sistema de informação geográfica – SIG. In: Revista Minerva, 2008. v. 5. n. 3. p. 267 –
276.
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Prentice Hall, 1989.
RIGHETTO, A.M. Hidrologia e Recursos Hídricos. São Carlos. EESC/USP, 1998. 840p.
TARBOTON, D. G. et al. On the extraction of channel networks from digital elevation data.
Department of Civil Engineering, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge,
MA, U.S.A. 1991.
82
TONELLO, K. C. et al. Diagnostico hidroambiental da bacia hidrográfica da Cachoeira das
Pombas, município de Guanhães, MG, Brasil. Departamento de Engenharia Florestal -
UFSCAR - Sorocaba. São Paulo, 2009.
83
9. ANEXOS
4. Superfície Freática
5. Erro Percentual
7. Plumas de contaminação
84
ANEXO 1 - Base Cartográfica da Área de Estudo
85
ANEXO 2 - Bacias Hidrográficas a partir da ferramenta Basin Bacias Hidrográficas a
86
ANEXO 3 - Área de estudo selecionada com furos de sondagem
87
ANEXO 4 - Superfície Freática
88
ANEXO 5 - Erro Percentual
89
ANEXO 6 - Vetores do campo de fluxo
90
ANEXO 7 - Plumas de contaminação
91