Curso SAP2000
Curso SAP2000
Curso SAP2000
DE SAP2000
Exemplo de importação, modelagem, análise e dimensionamento de
pórtico 3D
1
Introdução
Com o avanço do poder computacional e métodos numéricos, o conhecimento de softwares
de análise estrutural se tornou imprescindível ao engenheiro de estruturas. Permitindo projetar
estruturas com equipes cada vez menores e em menor tempo, os programas computacionais estão
presentes em praticamente todos os escritórios de cálculo.
Além disso há a possibilidade de realizar análises dinâmicas, não lineares e outros métodos
mais avançados. É importante ressaltar que nenhuma análise deve ser feita sem que o engenheiro
tenha plena noção do que o software está calculando, pois assim pode ter julgamento crítico do
resultado e também encontrar fontes de erros.
Nessa apostila será realizado um exemplo uma laje simples apoiada em 4 vigas e colunas
metálicas, o dimensionamento será feito apenas para a estrutura metálica.
2
Criação do Modelo
1. Criação no AutoCAD
Primeiramente cria-se o pórtico 2D no AutoCAD, com altura de 3 metros e vão de 5 metros. Nota-
se que para o SAP reconhecer os elementos é necessario criar outra layer além da “0”, assim criou-se
a layer “FRAMES”.
Após mover deve-se rotacionar o pórtico para que este esteja no eixo XZ (Z será o eixo vertical
no SAP2000). O comando ROTATE3D é utilizado, ao redor do plano descrito selecionando os dois
pontos da base, com 90º de rotação.
3
Após o desenho o arquivo deve ser salvo no formato .dxf e a parte do AutoCAD está concluída.
4
2. Importando o pórtico
Primeiramente deve-se atentar às unidades do modelo, pois estas foram desenhadas em metros
no AutoCAD, então devem estar em metros no SAP2000.
O SAP da a opção de utilizar qualquer eixo como sendo a direção global para cima, no desenho
do CAD após rotacionar o eixo escolhido deve ser o eixo Z.
5
Na tela seguinte deve-se selecionar o layer FRAMES como Frames e o pórtico ira aparecer na
tela do SAP.
6
3. Desenhando a estrutura 3D no SAP2000
7
Deve-se replicar no eixo Y, à uma distância de 5 metros.
8
Após esse passo é necessário desenhar as vigas que ligarão os dois pórticos, para isso SAP2000
conta com o comando “Draw” o qual permite criar um elemento para unir dois pontos existentes.
9
4. Propriedades do Material e da Seção
4.1. Definindo o Material
10
Em seguida “Add New Material”:
O peso utilizado foi o mesmo do aço Grau 50, pois este é próximo ao peso próprio do A36.
11
4.2. Definindo a Seção
Com o material definido resta definir a seção utilizada. Para as seções utilizou-se um pré-
dimensionamento em que a altura delas deve corresponder à 1/15 do vão.
As seções escolhidas foram W360x39 para as vigas e W200x59 para as colunas. Estas seções
estão presentes no catálogo da AISC e serão importadas deste.
Em seguida, na mesma aba Define – Section Properties, nota-se que há uma seção padrão do
SAP2000. Deve clicar em “Import Section Property”
12
Em seguida “I/Wide Flande”:
13
Deve-se atentar ao material selecionado, pois este estará associado à seção. Cabe lembrar
que o primeiro número diz respeito à altura da seção e o segundo ao peso linear.
Agora resta assinalar as seções aos respectivos elementos, para isso seleciona-se os
elementos horizontais clicando em cima deles e na aba “Assign – Frame – Frame Section”, seleciona-
se o W360x39 e OK. O processo para as colunas é o mesmo porém selecionando o W200x59.
14
Assim o programa indicará quais seções estão assinaladas aos elementos:
Com as seções atribuidas aos respectivos elementos, resta definir as condições de contorno
da estrutura.
15
5. Condições de contorno
5.1. Apoios
16
5.2. Constraints
Em uma estrutura real imagina-se que haverá uma laje apoiada nas vigas, esta laje é um corpo
que age como diafragma rígido, ou seja, o deslocamentos horizontais dos pontos onde está apoiada
são iguais. Para evitar o uso de elementos mais complexos é possível aplicar uma restrição de
deslocamento, ou “Constraint”. No caso a desejada é a constraint de “Diaphragm”.
Para isso, deve-se selecionar o 4 pontos de encontro das vigas com as colunas e ir à aba
“Assign – Joint – Constraint”.
17
Clicar em “Add New Constraint” com “Diaphragm” selecionado. A constraint deve ser em
relação ao eixo Z, indicando que este é o vertical e portanto o deslocamento nos outros eixos deve ser
igual.
18
6. Definição dos Carregamentos e Combinações
6.1. Carregamentos
A definição dos carregamentos é feita na aba “Define – Load Cases”, nela se define o nome do
carregamento, o tipo, o fator do peso próprio da estrutura nele (1 significa que naquele caso leva-se
em conta uma vez o peso da estrutura, 0 significa que o peso próprio da estrutura não é levado em
consideração), e em seguida clica-se em “Add New Load” com os dados já preenchidos para adicionar
o novo caso de carregamento.
É importante notar que o “Self Wight Multiplier” deve ser zero em todos os casos além do
“DEAD”, pois caso o contrário nas combinações que serão feitas futuramente o peso será levado em
consideração mais de uma vez, afetando os resultados obtidos.
Ao criar um caso de carregamento, o SAP ira criar um caso de análise, onde será possivel
determinar o tipo de carregamento, de análise e as condições do carregamento. Também é possivel
criar combinações de carregamento por essa aba, porém no exemplo estar serão criadas na aba
“Combinations”.
19
6.3. Combinações
Para o exemplo vamos criar duas combinações, uma com a Sobrecarga sendo predominante,
outra com o Vento sendo predominante:
20
Com os casos de carregamento definidos resta aplicar as cargas na estrutura.
OBS: Para versões mais recentes do SAP2000 o nome das abas muda, mas sua função é a mesma,
são elas:
21
7. Aplicando as cargas na estrutura
Para aplicar as cargas deve-se primeiro determinar como estas serão aplicadas. A fim de
simplificar o exemplo não será aplicada a carga de peso próprio equivalente à presença da laje. A
aplicação da sobrecarga se dará nas vigas que apoiam a laje fictícia e o vento será aplicado apenas nas
colunas do plano X=0.
Ambos serão aplicados como carregamento distribuido, para tal deve-se ir na aba “Assign –
Frame Loads – Distributed”
Para a sobrecarga utilizou-se o valor de 15,625 kN/m, e para o vento assumiu-se o valor linear
de 5 kN/m em cada coluna (Valores apenas para exemplo).
Primeiro seleciona-se apenas as vigas da estrutura (No canto inferior esquerdo deve constar
“4 Frames Selected”).
22
Nota-se que a direção do carregamento de sobrecarga é o emsmo da gravidade, assim o valor
tem sinal positivo.
O vento será aplicado horizontalmente nas colunas, assim mantem-se as coordenadas globais,
porém a direção é em relação ao eixo X:
23
Assim como a sobrecarga, o carregamento irá ser representado graficamente:
24
8. Análise
Para se iniciar a análise deve-se ir na aba “Analyze – Set Analysis Cases to Run”
No caso se quer rodar todas as análises (Inclusive a modal, automaticamente criada pelo
software).
25
9. Análise de Resultados
Ao passar o mouse nos pontos acima das colunas persebe-se a influência do diafragma rígido:
Os deslocamentos horizontais são iguais nos pontos.
Para observar os diferentes resultados basta clica no ícone abaixo (Mostrará os diagramas
para a estrutura (Frames/Cables) ou as reações nos apoios para o caso de carregamento desejado
(Joints)).
26
Para observar os esforços na combinação 1 pede-se o momento em torno do eixo 3 (Eixo local)
dos elementos:
27
Com isso obtemos:
28
O resultado em seguida é mostrado pelo programa:
29
Ao clicar em “Start Animation” no canto inferior direito é possivel ver o comportamento da
estrutura.
Todos os resultados e propriedades podem ser exportados para o Excel através da aba
“Display – Show Tables”.
30
10.Dimensionamento
31
Em seguida clica-se em “Start Design/Check of Structure”.
Assim obtem-se:
32
Valores maiores que 1 indicam que a seção não suporta a carga aplicada, assim deve ser
substituida ou o arranjo estrutural deve mudar. No caso todas as seções estão OK, sendo a mais
solicitada com 71%.
Além disso é possivel saber a combinação crítica, bem como a posição da carga crítica no
elemento e o equacionamento utilizado pelo SAP. Para isso clica-se com o botão direito do mouse na
viga, no caso a mais solicitada no plano X=0.
A figura acima indica na parte superior o número do frame, a norma utilizada (LRFD93) a seção
em que foi realizada a análise e seção para qual foi realizado o dimensionamento.
33
A folha mostra os momentos de inercia, K de flambagem, L (Comprimento da peça) e demais
valores, bem como os esforços e a capacidade da viga. Além de mostrar os eixos locais utilizados na
seção.
Nota-se que a “DEMAND/CAPACITY RATIO” apresenta uma forma similar às equações do item
5.5.1.2 da NBR8800/2008.
A folha é importante para se checar se as considerações feitas pelo SAP estão corretas, por
isso deve-se sempre analisá-las com um caráter crítico.
OBS: A escolha da norma utilizada não é possível na versão 11 do SAP2000, porém em versões mais
recentes é recomendado o uso da AISC-LFRD99 para análises lineares e AICS 360-10 para análises de
segunda ordem (Acrescidas as forças nocionais).
34
11.Informações Adicionais
Seguem algumas informações extras que podem ser úteis na utilização do programa:
Um período muito grande pode indicar uma barra solta ou uma estrutura hipostática;
Todas as conexões devem apresentar um nó;
Sempre checar as “Base Reactions” no “Structure Output” para se certificar que as cargas
foram aplicadas corretamente;
Muito cuidado ao escolher e aplicar constraints, pois estes mudam consideralvelmente o
comportamento da estrutura e os resultados obtidos;
O dimensionamento é sempre feito no espaço (nos 3 eixos), portanto para um
dimensionamento;
As reações nos apoios e esforços na barra são dados nos eixos locais;
A empresa desenvolvedora do SAP2000 possui wiki própria onde boa parte das dúvidas
durante a modelagem podem ser sanadas:
https://wiki.csiamerica.com/display/sap2000/Home
Além disso a empresa conta com um canal de tutoriais no YouTube:
https://www.youtube.com/user/computersNstructures
35