Filosofia Moderna 2024

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

INTRODUÇÃO

O presente trabalho é de carácter avaliativo da Cadeira de Filosofia Moderna é aborda sobre


as questões concernentes ao conceito, contexto do surgimento, principais autores da filosofia
moderna, o humanismo, Reforma Protestante e a Contra Reforma.

Em cada época da história da humanidade existe sempre um pensamento próprio que homem
produz de acordo com as circunstâncias da mesma época. A época moderna, o homem volta a
colocar-se no centro (antropocentrismo) distintamente da época medieval que o centro do
mundo era Deus (teocêntrismo).

Com uma gama de aspectos que influenciaram a ruptura do pensamento medieval e moderno,
entre eles a procura de melhores condições de vida, as grandes navegações e descobertas,
entre outros, o homem coloca-se novamente no centro, na convicção de que ele é capaz de
procurar razões e soluções dos seus problemas.

Objectivo geral

 Responder de forma filosófica as questões c! concernentes ao conceito, contexto,


principais autores da filosofia moderna, humanismo, Reforma Protestante e a Contra
Reforma.

Objectivos específicos

 Cinceiptuar a filosofia moderna contextualizando o seu surgimento;


 Descrever e explicar os principais autores;
 Debruçar sobre o humanismo, Reforma Protestante e a Contra Reforma.

A compreensão destas questões é imprescindível para o entendimento holístico da história


geral da filosofia moderna, razão pela qual as questões são importantíssimas, pois conduzem
aos estudantes a um aprofundamento sobre a filosofia moderna. Baseou-se além das aulas
dadas em outras obras, livros e artigos que abordam sobre os mesmos assuntos e essas fontes
estão nas referências bibliográficas.

1. Conceito e contexto do surgimento da Filosofia Moderna


Filosofia Moderna é aquele saber que se desenvolve na Europa tendo iniciado no século XV e
teve o seu avanço significativo no século XVII tendo como referências principais o
cartesianismo.

Segundo Crescenzo (2012),

Filosofia Moderna trata-se de uma expressão que junta o advérbio modo e o adjetivo
hodiernus, onde modo significa “agora” e hodiernus quer dizer “atual”. Depois, para
complicar a nossa vida, aparecerá então a “filosofia contemporânea”, que é ainda mais
recente. (p. 5).

Em seu turno, Ferreira (s/d), explica que Filosofia Moderna compreende,

Período da História caracterizado pelo Renascimento Cultural, pela Reforma Protestante


e Contra Reforma Católica, pelas Grandes Navegações, pelo Colonialismo e
Mercantilismo, pelo advento do Capitalismo Comercial, com a formação do Regime
Absolutista, também denominado de Antigo Regime. (p. 1).

Como se pode ver, o saber filosófico moderno surge na decadência do saber medieval, nas
grandes navegações dos europeus à África. Em termos compartivos, a filosofia moderna
surge em contraposição a Filosofia Medieval, que era escolástica, tecnológica, enquanto a
Moderna é humanista e antropocêntrica, o homem passou a ter o seu ponto de vista, sendo o
centro das atenções, ênfase na fé como experiência individual, valorizando o individualismo e
o espírito crítico, em busca de explicação científica da realidade.

É importante lembrar que a Idade Média esteve calcado no conceito de teocentrismo (Deus no
centro do mundo) e no sistema feudal, na idade moderna o centro das atenções é colocado o
próprio homem. Além disso, esssa fase reúne diversas descobertas científicas (nos campos da
astronomia, ciências naturais, matemática, física, etc.) o que deu lugar à evidência do
pensamento antropocêntrico (homem no centro do mundo).

Assim, esse período esteve marcado pela revolução do pensamento filosófico e científico.
Isso porque deixou de lado as explicações religiosas do medievo e criou novos métodos de
investigação científica. Foi dessa maneira que o poder da Igreja Católica foi enfraquecendo
cada vez mais.

Nesse momento, o humanismo possui um dos papeis centralizador oferecendo uma posição
mais activa do ser humano na sociedade, ou seja, como um ser pensante e com maior
liberdade de pensamento e de escolha.
2. Principais Características da filosofia moderna

As principais características da filosofia moderna estão pautadas nos seguintes conceitosː

 Antropocentrismo e humanismo

Na filosofia moderna o homem é colocado no centro diferentemente da filosofia medieval que


se baseava no teocêntrismo. Segundo Ferreira (s/d) antropocentrismo e humanismo é a
"perspectiva de que o homem deveria ser o centro das indagações dos pensadores em
detrimento do teocentrismo medieval". (p. 2). Esta perspectiva demonsta-se forte em todos
aspectos envolventes do próprio homem.

 Renascimento (Cientificismo, Valorização da natureza, Liberdade do pensamento,


idealismo)

Iniciou na península itálica entre o século XV e XVI tendo como nome principal Petrarca
considerado o pai do humanismo. Defendia o culto grego romano, o renascimento
proporcionou uma mentalidade racional para ela. Pensador moderno buscava conhecer a
realidade, e descobrir as leis que regem os fenômenos naturais, mas também exercer o
controle sobre ela. O objetivo era prever para prover como se daria o futuro, isso não
significou o abandono da fé cristã.

Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu


acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão
humana que "busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita".
A ciência renascentista entendeu que pelo facto que Deus criou a natureza é possível
conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento.

Portanto, o renascimento trouxe uma ênfase renovada no desenvolvimento científico e na


capacidade humana e a necessidade de uma nova definição do ser humano e seu lugar no
mundo. O homem, ser racional por natureza, tem a capacidade de alcançar o conhecimento e
mais que isso, sua existência é definida pelo acto de pensar.

 O Racionalismo
O Racionalismo defende a razão como única forma de o homem alcançar o conhecimento
verdadeiro. A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do
conhecimento do René Descartes. É por isso que Crescenzo (2012) afirma que "quem marca
a virada entre as duas filosofias modernas é Descartes" (p. 4).

 O Empirismo

Quando Leonardo Da Vinci afirma que "a sabedoria é filha da experiência" ele de facto
resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo trabalho antecedeu por
quase um século. Esta corrente defende que a experiência é a única forma pela qual o homem
pode alcançar o conhecimento verdadeiro.

 Filosofia laica (não religiosa)

Com o surgimento da filosofia moderna também foram fundadas escolas que não pertenciam
à Igreja Católica como na idade média.

3. Principais autores da filosofia moderna

Os principais autores da filosofia moderna são: Nicolau Maquiavel (1469-1527), Jean Buden
(1530-1596), Galileu Galilei (1564-1642), René Descartes (1596-1650), Baruch Spinoza
(1632-1677) e Francis Bacon (1561-1526).

3.1. Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Considerado Pai do Pensamento Político Moderno, Maquiavel foi um filósofo e político


italiano do período do Renascimento. Ele introduziu princípios morais e éticos para a Política.
Separou a política da ética, teoria analisada em sua obra mais emblemática ― O Príncipe,
publicada postumamente em 1532.

O Maquiavelismo, baptizado com esse nome por causa do filósofo político Nicolau
Maquiavel, significa qualquer forma de crueldade política em que os fins justificam os meios.
Ele tem uma conotação negativa actualmente e é bradado como um epíteto para atacar um
oponente.

Maquiavel, sua filosofia política pode ser reduzido ao credo: "os fins justificam os meios".
Ele rejeitou as noções platônicas e aristotélicas do estado ideal como fantásticas e
inatingíveis. Nessa sua obra defende que o poder e controle eram os objectivos de um
príncipe, em lugar da compaixão e da justiça. A mentira era perfeitamente acetável;

Neste sentido, o príncipe não deveria ser desprovido de ética, mas ele não seria ético da
perspectiva cristã. O patriotismo era a moralidade mais importante do governante e a teoria
que estimulava a defesa do País, estando ele certo ou errado, significava que toda a
transgressão era perfeitamente aceite e favorecesse os objectivos do Estado.

3.2. René Descartes (1596-1650)

Nasceu na França aos 31 de Março de 1596. Filósofo considerado pai da filosofia moderna.
Em Descartes, a vontade de encontrar um método seguro para aumentar o saber e o poder dos
homens sobre a natureza, afim de melhorar o seu estado, é uma das chaves do espírito
moderno. Ele dedica-se a esta tarefa no domínio do conhecimento.
Segundo Abbagnanno (1970),
A personalidade de Descartes marca a decisiva viragem do Renascimento para a idade
moderna, Os temas fundamentais da filosofia do Renascimento, o reconhecimento da
subjectividade humana e a exigência de aprofundá-la e esclarecê-la com um retorno a si
mesma, o reconhecimento da relação do homem com o mundo e a exigência de a
resolver em favor do homem, tornam-se, na filosofia de Descartes, os termos de um
novo problema em que são envolvidos a um tempo o homem como sujeito e o mundo
objectivo. (p. 46).

No Discurso do método, o filósofo desenvolve preceitos a seguir para encontrar o verdadeiro


conhecimento, o seu método consiste em duvidar as ideias que não sejam claras e distintas.
Neste clima cartesiano, apresentam os preceitos que constituem parte imprescindível do
método:
 O primeiro preceito era nunca receber nenhuma coisa por verdadeira que eu não
conhecesse de forma evidente como tal: isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a
prevenção; e não compreender mais nada nos meus juízos além do que se apresentasse de
forma tão clara e distinta ao meu espírito que eu não tivesse ocasião de eu pôr em dúvida.
 O segundo, dividir cada uma das dificuldades que examinarei em tantas parcelas quanto
possível e necessário para melhor as resolver;
 O terceiro, conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objectos mais
simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, como que por degraus, até ao
conhecimento dos mais compostos; e pressupondo mesma ordem entre aqueles que não se
precedem naturalmente uns aos outros.
 O quarto, fazer em toda a parte inventários tão completos e revisões tão gerais que eu
tivesse a certeza de nada omitir.

3.3. Baruch Spinoza (1632-1677)

Filósofo holandês, baseou suas teorias num racionalismo radical. Criticou e combateu as
superstições (religiosa, política e filosófica) que, segundo ele, estariam pautadas na
imaginação.

Segundo Crescenzo (2012),


O tema central da filosofia de Espinosa é o conceito de Substância (sem nunca esquecer,
recomendo, o S maiúsculo). Para ele, Substância é ao mesmo tempo pensamento e
realidade física. No primeiro caso, é chamada de res cogitans e tem a função do Criador;
no segundo caso é chamada de res extensa e se identifica com a criação. E nós também,
pobres coitados, na medida em que somos ao mesmo tempo alma e corpo, ora somos
cogitans, ora extensa. (p. 24).

A partir disso, o filósofo acreditava na racionalidade de um Deus transcendental e imanente


identificado com a natureza, o qual fora analisado em sua obra intitulada Ética (1661-1665).
De uma forma resumida, em sua Ética ele trata de "Deus, a Natureza, os Afetos, a Escravidão
e liberdade". Crescenzo (2012, p. 24).

4. Humanismo e sua características

É uma corrente do pensamento que tinha como principais características: o antropocentrismo,


Racionalismo e o Cientificismo. No sentido amplo é definido como o movimento cultural e
filosófico que se desenvolveu entre os séculos XV e XVI na Europa e marcou a base do
renascimento, fazendo assim a transição entre a idade média e a idade moderna.

Petrarca é um dos mais importantes nomes do Renascimento Cultural, sendo chamado de “Pai
do Humanismo”. Ele foi um dos primeiros e denominar o movimento dessa forma,
valorizando a cultura greco-romana e defendendo que o movimento seria o retorno dessa
cultura.

5. Reforma Protestante e a Contra Reforma


Reforma Protestante foi um movimento religioso que surgiu na Europa no séc XVI fundado
por razões políticas e religiosas. O seu fundador principal foi Martinho Lutero(1483-1546),
um monge alemão que através de 95 teses fez várias críticas à Igreja Católica e ao Papa.

O modo pelo qual a igreja governava, a sua hierarquia, a venda das indulgências entre outros
aspectos deixava insatisfeito Lutero. Este advogava que o elemento central na crença é a
justificação pela fé, tendo como principais teses:

 Sola fide
 Sola Scritura
 Sola Christos
 Sola Gratia
 Sola Deo Glória

Em termos gerais, Martinho Lutero não tinha a intenção de romper com a Igreja, mas sim
voltar às origens, à Cristo, à Deus por meio da Palavra de Deus e da fé. Porém, a mensagem
de Lutero foi recebida e interpretada pela autoridade papal como um abate, incomodo e um
que não sabe o que está fazendo.

Foi nesse contexto que surgiu a Contra Reforma, a resposta da Igreja Católica à Reforma de
Martinho Lutero. A Contra Reforma começa quando o Papa Leão X pede ao monge para se
retratar, isto é, refutar tudo que tinha dito nas 95 teses.

Conclusão

Depois de uma leitura profunda sobre os assuntos que constituem tema deste trabalho
conclui-se que a filosofia moderna é o saber produzido nos séculos XVI a XVIII,
caracterizado pelo antropocentrismo e humanismo, Renascimento Cientificismo,
Racionalismo, empirismo. Os principais autores da filosofia moderna são: Nicolau
Maquiavel, Jean Buden, Francis Bacon, Galileu Galilei, René Descartes e Spinoza.

A ideia desenvolvida nesse período em valorizar a pessoa humana e suas virtudes, fazendo
dela o centro do mundo fundou o movimento humanista, tendo como pai Francesco Petrarca.

A filosofia moderna trouxe crises em todas as dimensões. Ora, na dimensão religiosa


contempla-se uma Reforma, um movimento fundado pelo Martinho Lutero que teria surgido
na Europa no séc XVI. Por razões políticas e religiosas, Lutero escreve as 95 teses criticando
a Igreja católica e o papa. Essas teses tratavam assuntos relacionados a venda das
indulgências, a interferência do papa na política, abuso da igreja católica, entre outros.

A resposta da Igreja Católica resultou num outro movimento da igreja denominado Contra
Reforma, organizado pelo papa Leão X, com objectivo de pedir ao monge Lutero que se
retratasse e refutasse de tudo que teria dito nas suas teses.

Bibliografia

Abbagnano, N. (1970). História da filosofia. (Vol.6). Lisboa: Presença

Crescenzo,L. de. (2012). História da filosofia: De Descartes a Kant. Rio de Janeiro: Rocco
Digital

Ferreira, D. (S/d). Idade Moderna. Colégio Conzaga

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy