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FUNDAMENTOS DA

CONTABILIDADE

Adriano Dinomar Barp.


Presidente da Divisão Sul-Americana: Stanley Arco
Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos da Silva Alves
Presidente do Instituto Adventista de Ensino (IAE), mantenedora do Unasp: Maurício Lima

EAD
Reitor: Martin Kuhn
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Editora Universitária Adventista

Conselho editorial e artístico: Dr. Adolfo Suárez; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Allan Novaes;
Me. Diogo Cavalcanti; Dr. Douglas Menslin; Pr. Eber Liesse; Me. Edilson Valiante;
Dr. Fabiano Leichsenring, Dr. Fabio Alfieri; Pr. Gilberto Damasceno; Dra. Gildene Silva;
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Editor-chefe: Allan Macedo de Novaes


Supervisora Administrativa: Rhayane Storch
Responsável editorial pelo EaD: Jéssica Lisboa Pereira

Diretoria executiva: Charlie Anderson Olsen, Larissa Kleis Pereira, Margarete Lazzaris Kleis
Surpevisora de conteúdo: Renata Oltramari
Supervisora de mídias didáticas: Denise Meinhardt
Supervisora de LMS: Rafaela Comarella
Coordenação de conteúdo: Simone Dias
Designer educacional: Simone Regina Dias
Revisão Gramatical: Simone Regina Dias
Adriano Dinomar Barp. FUNDAMENTOS DA
Mestre em Ciências Contábeis pela
Universidade Regional de Blumenau - FURB CONTABILIDADE

1ª Edição, 2023

Editora Universitária Adventista


Engenheiro Coelho, SP
Editora Universitária Adventista

Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp


Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900
Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172
www.unaspress.com.br

Fundamentos da Contabilidade

1ª edição – 2023
e-book (pdf)

Validação editorial científica ad hoc:


Nome
Titulação

Designer Instrucional: Luthyesca Oliveira


Preparação: Marcos Vinicius Faria
Projeto gráfico: Ana Paula Pirani
Capa: Jonathas Sant’Ana
Diagramação: Kenny Zukowski

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Marques, Pâmela Caroline Costa


Ferramentas de produtividade e gestão do tempo [livro eletrônico] / Pâmela Caroline Costa
Marques. -- 1. ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2022.

PDF

Bibliografia.
ISBN 978-65-5405-041-8

1. Administração 2. Gestão de negócios


3. Produtividade 4. Tempo - Administração I. Título.

22-134421 CDD-650.1

Índices para catálogo sistemático:


1. Tempo : Produtividade : Administração 650.1
Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

Editora associada:

Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista.


Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da
editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
SUMÁRIO

CONTABILIDADE....................................................................................... 9
Introdução..................................................................................................................................... 10
Capítulo 1
Contabilidade ................................................................................................... 10
História da contabilidade..................................................................................................... 10
Contabilidade no mundo antigo......................................................................................... 11
Contabilidade no mundo medieval..................................................................................... 11
Contabilidade no mundo moderno..................................................................................... 12
Contabilidade no mundo científico..................................................................................... 12

A contabilidade no Brasil.............................................................................................................. 13

Conceitos de ciências contábeis................................................................................................... 14

Objeto, objetivo e finalidade da contabilidade............................................................................ 14


Capítulo 2
Técnicas contábeis............................................................................................. 15
Escrituração ......................................................................................................................... 15
Demonstrações contábeis.................................................................................................... 15
Auditoria............................................................................................................................... 15
Análise de balanços............................................................................................................. 15
Consolidação de balanços.................................................................................................... 16

Campo de aplicação da contabilidade......................................................................................... 16


Usuários da contabilidade .................................................................................................. 16

Mercado de trabalho do profissional contábil............................................................................. 17

Princípios de contabilidade.......................................................................................................... 18
O princípio da entidade....................................................................................................... 18
O princípio da continuidade................................................................................................ 19
O princípio da oportunidade............................................................................................... 19
O princípio do registro pelo valor original........................................................................... 19
O princípio da competência ................................................................................................ 19
O princípio da prudência..................................................................................................... 20

Considerações finais ..................................................................................................................... 20

Referências.................................................................................................................................... 21

PATRIMÔNIO............................................................................................ 22
Introdução..................................................................................................................................... 23
Capítulo 1
Patrimônio ....................................................................................................... 24
Fórmula do Patrimônio........................................................................................................ 24
Aspectos qualitativos e quantitativos do Patrimônio......................................................... 26
Representação Gráfica do Patrimônio................................................................................. 27
Situação líquida patrimonial............................................................................................... 28
Formação do Patrimônio..................................................................................................... 29
Capítulo 2
Contas............................................................................................................... 32
Conceito de contas............................................................................................................... 32
Classificação das contas....................................................................................................... 32
Função e funcionamento das contas................................................................................... 33
Plano de contas.................................................................................................................... 34
Mecanismo de débito e crédito........................................................................................... 36

Considerações finais..................................................................................................................... 38

Referências.................................................................................................................................... 39
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ..................................................................... 40
Introdução..................................................................................................................................... 41
Capítulo 1
Variações patrimoniais ..................................................................................... 41
Atos administrativos ........................................................................................................... 42
Fatos administrativos........................................................................................................... 43
Fatos permutativos............................................................................................................... 45
Fatos modificativos ............................................................................................................. 47
Fatos mistos.......................................................................................................................... 49
Capítulo 2
A escrituração contábil...................................................................................... 51
Livro diário........................................................................................................................... 52
Métodos de escrituração...................................................................................................... 56
Retificação de erro em registros contábeis......................................................................... 57

Considerações finais ..................................................................................................................... 60

Referências.................................................................................................................................... 60

RAZONETE............................................................................................... 62
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Introdução........................................................................................................ 63
Capítulo 1
Razonete........................................................................................................... 64
Balancete de verificação...................................................................................................... 66
Apuração do resultado do exercício..................................................................................... 67
Capítulo 2
Demonstrações contábeis................................................................................. 75
Considerações finais ..................................................................................................................... 83

Referências.................................................................................................................................... 84
EMENTA
Apresentação dos conceitos, técnicas e
procedimentos contábeis visando à representação
da realidade patrimonial das organizações. Ênfase
em questões fundamentais como princípios
contábeis, a composição e variação patrimonial,
função e classificação das contas, escrituração
de fatos típicos, regimes contábeis (caixa e
competência) apuração de resultado e elaboração
de Balancete de Verificação, Balanço Patrimonial,
Demonstração do Resultado do Exercício e
Demonstração do Fluxo de Caixa no modelo direto.
UNIDADE 1

CONTABILIDADE
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Fundamentos da Contabilidade! Aqui, passaremos a entender um
pouco mais sobre a importância da Contabilidade para todos, especialmente para você, que, ao se inteirar dos
conteúdos desta disciplina, desenvolverá uma visão da dinâmica organizacional.

A Contabilidade é fundamental no contexto da administração de organizações, no qual devemos, des-


de já, entendê-la como instrumento de auxílio para as tomadas de decisões. Isso ficará mais claro quando
compreendermos o seu objeto de estudo, as suas competências e a sua finalidade.

Para tanto, abordaremos os principais conceitos, técnicas e procedimentos contábeis e seus impactos
nos relatórios financeiros para a compreensão da estrutura de capital das organizações. Assim, nossos princi-
pais objetivos nesta disciplina são:

• conhecer a Contabilidade em um breve histórico;

• compreender alguns conceitos atribuídos a uma conta na Contabilidade;

• identificar seu objeto de estudo;

• o objetivo e a finalidade da apresentação dos resultados patrimoniais de uma organização;

• identificar as técnicas contábeis;

• conhecer o campo de aplicação, os usuários, bem como o mercado de trabalho do profissional


da contabilidade;

• identificar os Princípios Contábeis (que têm por objetivo nortear a profissão).

Lembre-se de que esse e-book está dividido em dois capítulos para melhor compreensão didática do
tema proposto nesta unidade. Bons estudos!

Capítulo 1
CONTABILIDADE

HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
A Contabilidade é tão antiga que se confunde com a história humana. Por conta disto, alguns historia-
dores apontam que, antes mesmo que o homem entendesse a escrita, a matemática e os controles com os
quais estamos acostumados hoje em dia já estavam presentes em pinturas que registravam a quantidade de
coisas que lhe pertenciam.

Desde os primórdios da humanidade, com o surgimento das primeiras famílias, que começaram a bus-
car outras fontes para suprirem suas necessidades básicas, surgem as primeiras formas rudimentares de agri-
cultura, em que cada um passa a cuidar de sua propriedade, que, posteriormente, seria herdada pelos seus

10
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

filhos e assim sucessivamente. Ante a necessidade de administrar essas si-


tuações, surgia também a necessidade de controle.

Os primeiros relatos de Contabilidade propriamente dita e de forma


escrita remetem ao Egito antigo, onde surgem, por meio do papiro e do PAPIRO E CÁLAMO
cálamo, as primeiras anotações. Por esse motivo, alguns autores atribuem
Papiro é uma planta cuja folha serviu por
a condição de implantadores da Contabilidade no mundo aos egípcios.
muito tempo para registro de manuscri-
Neste momento, não podemos nos esquecer de que, naquela época, não
tos. Já o cálamo é um caule herbáceo que
existia ainda o termo “crédito”, e que todas as movimentações eram efetua-
serviu outrora como instrumento de es-
das por meio de escambo.
crita; pena. Ou seja, tanto o papiro quanto
Podemos entender a evolução da Contabilidade por meio de quatro o cálamo serviram como instrumentos
períodos distintos: no mundo antigo, no mundo medieval, no mundo mo- primitivos de registro de escrita. Dispo-
derno e no mundo científico. nível em: https://www.significados.com.
br/papiro/; https://dicionario.priberam.
org/c%C3%A1lamo. Acesso em: 29 maio
CONTABILIDADE NO MUNDO ANTIGO 2023.

Essa fase compreende o período que começa com os registros nas


cavernas e vai até o advento dos números hindu-arábicos, período em que
deixam de existir somente os números romanos. A principal contribuição,
nesse momento, foi a introdução do 0 (zero) no sistema numérico.

O período é também marcado pelas constantes guerras no Norte da


África, local onde encontravam os principais estudiosos do assunto. Muitos
deles empreenderam fuga para a Europa, tendo a Itália como porta de en-
trada para onde levaram consigo o conhecimento. Assim, passaram a en-
sinar aos europeus tudo o que entendiam sobre o controle do Patrimônio,
principalmente aos italianos.

Com o passar do tempo, em meados do ano de 1202 d.C., surge


um dos primeiros livros que tratam do assunto de forma mais consis-
tente: trata-se do “Livro do Ábaco” (Liber Abacci), cujo autor é o italiano
Leonardo Fibonacci.

Esse matemático foi responsável pela introdução dos algarismos ará-


bicos, os números que conhecemos, na Europa.
Leonardo Fibonacci (1170-1250),
nasceu na Itália e foi um dos maio-
CONTABILIDADE NO MUNDO MEDIEVAL res matemáticos da Idade Média,
ele foi autor do Liber Abacci (Livro
No período que se estende dos anos de 1202 a 1404, diversas obras
do Ábaco).
sobre Contabilidade foram redigidas até que a obra de Frei Luca Pacioli, “A
Contabilidade por Partidas Dobradas” (Tratactus de Computis et Scripturis) Fonte: Adobe Stock
fosse publicada. Essa obra trata a Contabilidade por meio do método das
partidas dobradas, no qual, para cada valor registrado a débito, terá que
haver também um mesmo valor a crédito.

Para alguns autores, Frei Luca Pacioli é considerado o pai da Conta-


bilidade, em virtude do legado por ele deixado com o Método das Partidas

11
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

Dobradas (também conhecido como o Método dos Números Positivos e


Negativos). Esse método é utilizado até os dias de hoje e ainda não se con-
cebe registros de Contabilidade que não por meio de tal mecanismo.

Pacioli viveu na Itália entre os anos 1445 e 1517. Era um frei francis-
cano, discípulo e amigo de Leonardo da Vinci, com quem trocava experiên-
cias acerca de Geometria e Aritmética. Podemos considerar que, com Pacio-
li, tivemos o início da era moderna da Contabilidade.

CONTABILIDADE NO MUNDO MODERNO


Em virtude da invasão de Constantinopla, a modernidade é também
um período de intenso ingresso de sábios bizantinos na Itália, que foi toma-
da pelos turcos em meados de 1453.

Outro fato relevante desse período é o momento em que ocorrem as


grandes descobertas de novos mundos pelos europeus. Em 1492, a Améri-
ca foi descoberta por Cristóvão Colombo e, em 1500, Pedro Álvares Cabral
descobre o Brasil.

Não menos importante que os fatos relatados é a reforma religiosa,


que fez com que muitos protestantes perseguidos na Europa optassem por
migrar para a América, trazendo consigo conhecimentos de Contabilidade.
Essa migração foi muito importante para o desenvolvimento dos Estados
Unidos da América após sua independência da Inglaterra em 1776.

Tais conhecimentos só se tornaram possíveis devido ao surgimento


Frei Luca Pacioli, considerado o pai
das primeiras escolas voltadas às Ciências Contábeis na Europa, principal-
da Contabilidade.
mente na Itália. Até então, qualquer um podia fazer Contabilidade ao seu bel
prazer, conforme as necessidades se apresentavam e sem um regramento. Fonte: Wikimedia Commons

CONTABILIDADE NO MUNDO CIENTÍFICO


Pascal inventa a calculadora, instrumento que facilita e confere mais
certeza aos cálculos contábeis. Na América, os imigrantes, que, em sua
maioria, fugiram da Europa trazendo consigo conhecimentos contábeis, já
entendiam que a Contabilidade não mais podia ser concebida sem um mí-
nimo de conhecimento acerca do assunto.

Desse modo, passam, então, a exigir maior normatização. Já não se


faz mais Contabilidade atendendo somente às necessidades pessoais; de-
manda-se que se tenha um conhecimento mais aprofundado do assunto,
obtido por meio das escolas de Contabilidade que começam a proliferar.

12
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

Nos Estados Unidos, é criado o American Institut of Certified Public AMERICAN INSTITUT OF
Accountants – Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados –, CERTIFIED PUBLIC
órgão que tem por objetivo regrar as funções contábeis. ACCOUNTANTS

Ao comparar o referido órgão norte-americano com o que acontece O American Institut of Certified Public Ac-
no Brasil, podemos destacar o papel do Conselho Federal de Contabilidade countants trata-se de um instituto criado
(CFC). É esse conselho que coordena e emite pareceres técnicos que nor- em 1887, com sede em Nova Iorque, o
teiam a profissão contábil. qual possui mais de 400.000 sócios.

A CONTABILIDADE NO BRASIL
Entende-se como marco inicial da Contabilidade no Brasil a chegada
da Família Real Portuguesa, no ano de 1808. Outros fatos marcantes dessa
época são a implantação do Erário Régio ou Tesouro Geral, no ano de 1761,
e a criação do Banco do Brasil, em 1809. Nesse período, os contadores preo-
cupavam-se única e exclusivamente com a arrecadação dos impostos para
o governo, muito em virtude de a maioria ser funcionário direto da família
real. Esse fato confunde as pessoas até os dias de hoje, quando muitos ain-
da entendem o profissional contábil como um mero cobrador de impostos.
Por outro lado, é importante estabelecer regras para a identificação do pa-
trimônio das pessoas e organizações como forma de proporcionar distri-
buição equitativa na cobrança e divisão dos impostos.

Vários acontecimentos consolidaram a contabilidade no Brasil, den-


tre as quais destacamos:

• a criação da Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Pau-


lo, no ano de 1902;

• a inauguração da Faculdade de Economia e Administração da


Universidade de São Paulo (FEA/USP), em 1946;

• a emissão da Resolução CFC 750/1993, que trata dos Princí-


pios Fundamentais de Contabilidade, alterada pela Resolução
1.282/2010, que passa a tratá-los somente como Princípios de
Contabilidade;

• a emissão da Resolução CFC 1.055/05, que cria e dá regramen-


to ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis, criado para con-
vergir as normas brasileiras de Contabilidade às normas inter-
nacionais;

• o advento da Lei nº 6.404/1976, que dispõe sobre as socieda-


des por ações. Tal lei foi alterada pela Lei nº 11.638/07.

Todos esses acontecimentos, entre outros, fazem com que o profis-


sional contábil, no atributo de suas obrigações, seja entendido de forma
diferenciada ao que se tinha praticamente institucionalizado no que tange
às questões tributárias. Dessa forma, tal profissional passa a ser de suma

13
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

importância no auxílio às tomadas de decisões por parte dos interessados na manutenção e na ampliação do
Patrimônio das organizações.

CONCEITOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS


Muitos são os conceitos que podem ser atribuídos às Ciências Contábeis. Alguns a entendem como
a ciência das “contas”, outros como a ciência dos guarda-livros do governo, preocupados única e exclusiva-
mente com as questões que envolvem os tributos. Há, ainda, quem compreenda a Contabilidade como uma
ciência patrimonial. Na percepção de Marion (2009, p. 28),

A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões
dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões.
Com o passar do tempo o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória
para a maioria das empresas.

A contabilidade é entendida, portanto, como uma ciência social concebida para atuar em todos
os campos nos quais é necessário captar, registrar, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as
situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, tanto pessoa física quanto jurídica,
com ou sem fins lucrativos, ou, até mesmo, pessoa de direito público, como estado, município, União,
autarquia etc. (IUDICIBUS, 2008).

Nesse contexto e utilizando-se de um entendimento um pouco diferente do que apresentam os auto-


res supracitados, Ribeiro (2013, p. 2) entende Contabilidade como

Uma ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas. Seu objeti-
vo principal é controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas variações.

SAIBA MAIS

Você já gastou tempo pra ler e/ou ver alguma coisa sobre contabilidade,
seu histórico, conceitos, temáticas e discussões fora das leituras de nossas
disciplinas? Independente da sua resposta, vamos te indicar nos links a se-
guir bons materiais para que você possa seguir no seu aperfeiçoamento
profissional: http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilida-
de_comentada.htm; https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg.

OBJETO, OBJETIVO E FINALIDADE DA CONTABILIDADE


Entende-se como objeto da contabilidade o patrimônio de todas as entidades econômico-administra-
tivas, as quais compreendem organizações que apresentam algumas especificidades: pessoas, patrimônio,
ações administrativas e fim determinado.

No que tange ao seu objetivo, podemos entendê-lo como estudar, controlar e apurar os resultados apre-
sentados pelos fatos que decorrem do gerenciamento patrimonial das entidades econômico-administrativas.

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FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

E, por fim, mas não menos importante, a finalidade da contabilidade é apresentar a situação de deter-
minado patrimônio por meio das demonstrações contábeis. Essas demonstrações apresentam a real situação
de determinada entidade em determinado período e servem, portanto, como instrumento auxiliar para as
tomadas de decisões.

Capítulo 2
TÉCNICAS CONTÁBEIS
Como em qualquer outra profissão, na Contabilidade também são necessárias algumas técnicas espe-
cíficas, as quais deverão ser utilizadas para que os seus propósitos sejam alcançados. Dentre as possibilidades
existentes, destacamos aqui algumas das principais, como escrituração, demonstrações contábeis, auditoria,
análise de balanços e consolidações de balanço.

ESCRITURAÇÃO
Trata-se da técnica contábil responsável pelo registro de todos os fatos e atos administrativos que ocor-
rem no dia a dia das organizações. Como tudo o que acontece deve obrigatoriamente ser registrado pela
Contabilidade em livros específicos, os mais utilizados são o Livro Diário e o Livro Razão. O Livro Razão é
usado no Método das Partidas Dobradas, cuja origem vimos anteriormente, ao estudarmos a contabilidade
no mundo medieval.

No Diário, como o próprio nome diz, constam os lançamentos que ocorrem diariamente, pois, indepen-
dentemente do pagamento ou até mesmo do recebimento de qualquer fato, é papel da contabilidade regis-
trá-lo. Já o Livro Razão apresenta, de forma individualizada, todos os movimentos registrados no Livro Diário.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
É a técnica responsável pela parte inerente à finalidade da contabilidade, que é apresentar a situação
de determinado Patrimônio em determinado momento. Assim, as demonstrações contábeis podem ser en-
tendidas como quadros técnicos que confirmam a real situação da empresa. Com isso, administrados e de-
mais usuários podem se posicionar e tomar as decisões mais adequadas. As demonstrações mais conhecidas
são o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

AUDITORIA
Diz respeito à técnica contábil que objetiva verificar e validar os dados contidos nas informações dispo-
nibilizadas por meio das demonstrações contábeis. A auditoria efetua um minucioso exame dos documentos
que deram origem às informações repassadas.

ANÁLISE DE BALANÇOS
É a técnica contábil que objetiva aprofundar o estudo das demonstrações contábeis, pois, como vimos
anteriormente, são de fundamental importância e auxílio para a tomada de decisões. Obviamente, o entendi-
mento dessas análises é extremamente necessário.

15
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

CONSOLIDAÇÃO DE BALANÇOS
Se uma empresa é detentora de um grupo de empresas, ela passa a ser entendida como controladora e
as formadoras como controladas. Nesse contexto, é importante fazer a consolidação dos balanços, de modo
que seja possível obter informações unificadas, do grupo como um todo.

CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE


Se tomarmos como ponto de partida a Contabilidade Financeira (feita para todos os tipos de empresas)
ou mesmo aquela que é elaborada de forma particular (destinada a um ramo de atividade específico), a figura
1 a seguir apresenta algumas das formas de se elaborar contabilidade. Assim, partimos do pressuposto de
que existe uma Contabilidade que engloba os demais ramos de atividade.
Figura 1 - Aplicações da contabilidade
Contabilidade
securitária
Contabilidade Contabilidade
agropecuária comercial

Contabilidade

Contabilidade Contabilidade
bancária industrial
Contabilidade
pública

Fonte: Elaborada pelo autor.

Percebe-se que há várias formas de atuação por parte da Contabilidade, o que corrobora o que vimos
anteriormente. Assim, dependendo das necessidades, existe uma maneira de ser atendida por parte da Con-
tabilidade, como podemos verificar a seguir:

• caso a empresa seja de comércio em geral, será entendida como Contabilidade Comercial;

• caso seja uma indústria, será tratada como Contabilidade Industrial;

• em caso de órgãos públicos, será identificada como Contabilidade Pública;

• instituições financeiras e bancos comerciais, identifica-se por Contabilidade Bancária; e

• se o segmento for o agronegócio, poderá ser entendida como Contabilidade Agropecuária.

Para as mais diversas formas de atuação da Contabilidade, ela só terá sentido se a sua finalidade for
atingida, qual seja, demonstrar a situação do Patrimônio de determinada organização em determinado pe-
ríodo para os mais diversos usuários.

USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Talvez não consigamos identificar, com precisão, quem são os principais usuários da Contabilidade, vis-
to que tudo vai depender da informação que cada um busca nas demonstrações contábeis. Além disso, como

16
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

vimos anteriormente, a Contabilidade pode ser desenvolvida para os mais diversos fins. Pode-se exemplificar
os usuários como apresentado na figura a seguir.

Fornecedores Bancos

Investidores Sindicatos

Empresa
Funcionários Órgãos de classe

Concorrentes Outros

Governos

Analisemos, então, essa figura, explicitando o que cada um dos elementos pode buscar nas demonstra-
ções disponibilizadas pela Contabilidade:

• fornecedores e bancos – a capacidade de a empresa honrar com os seus compromissos e o seu


grau de endividamento;

• sindicatos e ordens de classe – se a entidade está em conformidade com as questões relaciona-


das aos funcionários;

• investidores – como está a situação da empresa, se compensa investir ou não na empresa;

• funcionários – se a empresa tem condições de honrar com seus compromissos e ter continuidade;

• concorrentes – tentando identificar possíveis estratégias utilizadas pela empresa; e

• governos – como a empresa trata as questões tributárias.

Outra perspectiva de usuários da Contabilidade refere-se ao contexto gerencial. A Contabilidade Gerencial


relaciona-se com as informações pertinentes para os administradores, fazendo uma conexão entre as ações geren-
ciais e a lucratividade das organizações, medindo o desempenho e indicando-o por meio de relatórios.

Comumente, os seus usuários figuram-se pelos sócios, diretores ou donos das organizações, que utili-
zam as informações de relatórios e demonstrativos contábeis para tomadas de decisões com o propósito de
melhorar o desempenho da organização e, por consequência, seus ganhos pessoais ou profissionais.

Na prática, os gerentes querem que o contador forneça sugestões em uma decisão importante, mesmo
que a decisão final seja do executivo operacional.

É notório que não existe um modelo único de Contabilidade, sendo que esta se ajusta à necessidade de
cada um dos usuários que dela necessitem préstimos.

17
FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

MERCADO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL CONTÁBIL


Agora que chegamos até aqui, podemos afirmar que já temos conhecimento sobre o que é a Conta-
bilidade, a sua utilidade, em quais campos ela pode atuar e quem são os seus potenciais usuários. É possível
também mensurar quão grande é o mercado no qual esses profissionais podem estar inseridos.

Acerca de quem pode se utilizar dos serviços contábeis, Ribeiro (2013, p. 11-12) afirma que:

As entidades econômico-administrativas: são organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas,


patrimônio, titular, ações administrativas e fim determinado. As entidades econômico-administrativas,
considerando-se o fim a que se destinam, podem ser classificadas em Instituições e Empresas.
Instituições: são entidades econômico-administrativas com finalidades sociais e socioeconômicas. As com
objetivos sociais são aquelas cuja administração tem por objetivo o bem estar social da coletividade, como
as associações recreativas e esportivas, os hospitais beneficentes, os asilos etc.; as com finalidades socioe-
conômicas são aquelas cuja administração tem interesse no aspecto econômica da entidade, porém este
reverte em benefício da coletividade a que pertencem. São exemplos os institutos de aposentadorias, pen-
sões, previdência etc.
Empresas: são entidades econômico-administrativas que tem por finalidade econômica, isto é, visam ao
lucro. Desenvolvem os mais variados ramos de atividade, como comércio, indústria, agricultura, pecuária,
transporte, telecomunicação, turismo e uma infinidade de serviços.

No que tange à constituição de seu capital, as empresas podem se apresentar de três maneiras:

• privadas – são as empresas constituídas por capitais de particulares;

• públicas – são as empresas constituídas por capitais advindos de órgãos públicos, sejam eles das
esferas municipal, estadual ou federal; e

• mistas – são as empresas constituídas por capitais, parte de particulares e parte de empresas públicas.

Conclui-se, com isso, que em virtude da grande abrangência de mercado e das mais diversas finali-
dades, o profissional contábil deve estar ciente de suas obrigações. Além disso, ele deverá saber como se
comportar. Para tanto, o CFC emitiu algumas normas, entre as quais destacamos os Princípios Contábeis, os
quais veremos a seguir.

PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
Os Princípios de Contabilidade são regras que condicionam a execução do trabalho dos profissionais
contábeis, para que tanto a escrituração quanto as demonstrações contábeis sejam uniformes. Esses princípios
foram regulamentados pela Resolução do CFC n° 750, de 1993, e, naquele momento, eram denominados Princí-
pios Fundamentais de Contabilidade (PFC). Posteriormente, foram alterados com a publicação da Resolução do
CFC n° 1.282, de 2010, passando então a serem tratados somente como Princípios de Contabilidade (PC).

Eram sete os Princípios de Contabilidade, porém, com o advento da Resolução de CFC n° 1.282, de
2010, passaram a ser seis, pois o princípio de Atualização Monetária foi revogado. São eles: Entidade, Conti-
nuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Competência e Prudência.

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FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
A Resolução n° 750 do CFC reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autono-
mia patrimonial, diferenciando, assim, o Patrimônio de uma entidade do Patrimônio de outras entidades.
Também se distingue o Patrimônio de uma sociedade e o Patrimônio particular dos sócios da entidade.

Pode-se dizer que o intuito desse princípio é de não haver a mistura de bens entre sócios e sociedade.
Assim, o que pertence à sociedade não pode ser confundido com bens pessoais, e o contrário também.

Por exemplo, o proprietário da empresa paga contas particulares com cheque da empresa. Essa atitude
vai contra o princípio da entidade, visto que não se pode misturar os Patrimônios.

O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Estabelece que toda entidade deve fazer suas escriturações e avaliações a julgar pela, como o nome já
diz, continuidade da empresa, à sua não extinção. Conforme a Resolução do CFC n° 1.282 (2010), toda entida-
de deve mensurar e apresentar os componentes patrimoniais levando em consideração a sua continuidade,
ou seja, que esta continuará em atividade futuramente.

Exemplo: ninguém abre uma empresa com data predeterminada para o seu fechamento. O que se es-
pera é que ela tenha lucros e prospere, e que, portanto, apresente os seus componentes patrimoniais.

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
Está relacionado ao momento de ocorrência de determinada operação patrimonial na empresa. Se-
gundo esse princípio, toda operação deve ser registrada com tempestividade, independentemente de paga-
mento ou recebimento.

De acordo com a Resolução n° 1.282 do CFC, o Princípio da Oportunidade diz respeito à mensu-
ração e à apresentação dos componentes patrimoniais de forma íntegra e tempestiva, para não haver
perda em sua relevância.

Por exemplo, a Contabilidade deve efetuar o registro da venda de mercadorias a prazo mediante aceite
de duplicatas, mesmo que o valor ainda não tenha sido recebido pela empresa. Isso porque esse fato alterou
o Patrimônio da empresa naquele exato momento.

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL


A Resolução do CFC n° 1.282, de 2010, determina que, com o referido princípio, todos os componentes
do Patrimônio devem ser registrados inicialmente pelos seus valores originais e expressos em moeda nacional.

Por exemplo, a empresa comprou um computador em uma determinada data por um valor de R$
4.000,00 e, no dia seguinte, essa loja disponibilizou o mesmo computador em oferta pelo valor de R$ 3.500,00.
Como o valor do documento fiscal de aquisição é de R$ 4.000,00, o contador não poderá alterá-lo.

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FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
Trata da mesma questão que o Princípio de Oportunidade: a ocorrência da operação. A diferença está
no fato de a Oportunidade estar relacionada ao Patrimônio como um todo, e a competência dizer respeito
somente às receitas e às despesas. Segundo a Resolução do CFC 1.282 (2010), esse princípio determina que
sejam reconhecidos nos períodos a que se referem os efeitos das transações, não importando o pagamento
ou o recebimento, além de presumir a simultaneidade de confrontação entre as receitas e despesas.

Os salários a serem pagos, referentes ao mês de maio, por exemplo, são reconhecidos dentro do pró-
prio mês, mesmo que pagos somente em junho.

O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
Como o próprio nome já diz, deve haver prudência quanto aos valores estimados, sempre procurando
escolher os menores valores quando se tratando de ativos e receitas, e maiores valores quando se tratando
de passivos e despesas.

Sobre esse princípio, a Resolução do CFC 1.282, de 2010, no art. 10, parágrafo único, conceitua:

o Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

Por exemplo, atendendo ao princípio da prudência, o gestor dará maior valor às suas dívidas em de-
trimento do que ele já possui. Assim, será extremamente prudente, evitando eventuais surpresas quanto à
necessidade de pagamentos e à disponibilidade para a devida liquidação.

A partir desses seis princípios é que podem ser realizadas as escriturações, as apresentações e as análi-
ses contábeis de forma padronizada e organizada.

Como caso prático, pensemos em um contador de uma empresa de nome Agora Vai Ltda., cujo contra-
to social conta com três sócios, cada qual com distintas atribuições (administrador, comercial e financeiro),
apresentou os relatórios contábeis mensais dessa empresa. Ele discorre, aos sócios proprietários, que a si-
tuação está tornando-se caótica, pois tudo o que a empresa possui não consegue pagar as suas dívidas. Essa
situação torna evidente o descumprimento do Princípio da Prudência e, em consequência disso, automatica-
mente compromete o Princípio da Continuidade.

Os sócios não entendem o que pode estar acontecendo, visto que as vendas estão aumentando e a
tendência seria que os lucros aumentassem. Consequentemente, esperava-se que a empresa obtivesse mais
solidez, principalmente no tocante ao cumprimento de seus compromissos financeiros.

A saída encontrada por eles foi dar início a uma análise minuciosa de toda a documentação (uma au-
ditoria interna), começando pelo departamento financeiro, que se apresentava o mais problemático. Ao final
da minuciosa avaliação dos documentos, concluiu-se que o sócio responsável pelo departamento estava
pagando contas particulares com o dinheiro da empresa, e que havia, inclusive, adquirido um imóvel e um
veículo esse dinheiro.

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FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
Contabilidade

A resolução tomada pelos outros dois sócios foi a saída desse sócio que estava fraudando a empresa.
Para tanto, foram avaliados os bens que ele havia comprado com o dinheiro indevido. O imóvel teve que ser
devolvido; já o veículo ficou como valor de sua saída da sociedade.

Fica evidente que é de suma importância levar o princípio da Contabilidade de forma literal, para que
situações como a apresentada não ocorram.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos chegando ao fim de nosso estudo desta primeira unidade, todavia, o histórico e conceitos
aprendidos até aqui não devem ficar apenas retido nesse momento, mas devem seguir firmemente na sua
vida de profissional da contabilidade.

Entre as muitas coisas que vimos, destacamos o breve histórico de como a contabilidade desenvol-
veu-se nos mais diversos períodos da nossa história, tanto em nível mundial quanto nacional, além de ver,
também, o principal método utilizado para fazer contabilidade (partidas dobradas) e a máxima de que, para
cada débito, haverá um crédito correspondente.

Você hoje aprendeu que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio e o registro dos fatos que
o alteraram, demonstrando, afinal, a situação que aquele se encontra em determinado momento por meio
das demonstrações contábeis.

Vimos, ainda, as principais técnicas contábeis utilizadas pelos profissionais da área, os campos de apli-
cação da contabilidade, os usuários e os mercados da contabilidade, e os famosos seis princípios da contabi-
lidade, a saber: entidade, continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência.

REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n° 750, de 29 de dezembro de 1993. Dispõe sobre os
Princípios de Contabilidade. Disponível em: <http://www.oas.org/juridico/portuguese/res_750.pdf>. Acesso
em: 30 maio 2023.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n° 1.282, de 28 de maio de 2010. Atualiza e consolida
os dispositivos da Resolução CFC n° 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Disponível em: <https://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1282.doc> Acesso em: 30 maio 2023.
HOOG, W. A. Z. Contabilidade: Teoria Básica e Fundamentos. 2. ed. São Paulo: Editora Juruá, 2013.
IUDÍCIBUS, S. (Coord.). Manual de Contabilidade das Sociedades por ações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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