Caderno de Atividades-Lingua Portuguesa-8 Ano-2024-Prof
Caderno de Atividades-Lingua Portuguesa-8 Ano-2024-Prof
Caderno de Atividades-Lingua Portuguesa-8 Ano-2024-Prof
Diretora de Ensino
Equipe de elaboração
Supervisão
Produção
Revisão
Célia Maria Barbosa de Moraes Lima
Cid Mauro Araújo de Oliveira
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 4
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ....................................................................................................5
Língua Portuguesa ............................................................................................................................. 5
Matemática ........................................................................................................................................... 5
ORIENTAÇÕES PARA A APLICABILIDADE DOS CADERNOS ................................................... 5
Sondagem ............................................................................................................................................ 6
Acompanhamento das aprendizagens ........................................................................................... 6
Intervenção pedagógica .................................................................................................................... 6
DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE LÍNGUA PORTUGUESA ................. 7
Tópico I. Procedimentos de leitura..................................................................................................7
Tópico IV. Coerência e coesão no processamento do texto ...................................................... 8
Tópico V. Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido........................................ 8
Tópico VI. Variação Linguística........................................................................................................ 9
DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE MATEMÁTICA ................................ 10
Eixo I. Espaço e Forma .................................................................................................................... 10
Eixo III. Números e Operações/Álgebra e Funções .................................................................... 10
LIÇÃO 1 ............................................................................................................................................... 11
Crônica................................................................................................................................................ 11
LIÇÃO 2 ............................................................................................................................................... 26
Conto ................................................................................................................................................... 26
LIÇÃO 3 ............................................................................................................................................... 37
Poema ................................................................................................................................................. 37
LIÇÃO 4 ............................................................................................................................................... 51
Letra de música ................................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 66
APÊNDICES........................................................................................................................................ 67
Apêndice A – Caderno de Atividades – Versão do Aluno ......................................................... 67
Apêndice B – Simulado 1 de Língua Portuguesa ....................................................................... 96
Apêndice C – Descritores e Gabarito do Simulado de Língua Portuguesa......................... 100
Apêndice D – Folha de Resposta do Aluno ............................................................................... 101
Apêndice E – Folha de Acompanhamento das Lições ............................................................ 102
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APRESENTAÇÃO
Professor, este material didático é parte do Projeto Ideb realizado nas escolas públicas
da Rede de Ensino do Estado do Acre. O projeto intitulado Projeto Ideb: superando metas
contém ações que, além do foco na conscientização da comunidade escolar, sobre a
importância do envolvimento de todos – pais, equipe gestora, professores e alunos, no
processo de avaliação externa, também orientam o planejamento de atividades
pedagógicas para repertoriar os estudantes no desenvolvimento de suas competências
e habilidades.
Dito isso, vale ressaltar que esse material didático configura-se como uma intervenção
pedagógica que pode potencializar tanto o trabalho do professor, em sala de aula,
4
enriquecendo as estratégias e metodologias que já costuma utilizar, quanto o percurso
de aprendizagem dos estudantes, estimulando-os a aprender cada vez mais e de
maneira bastante significativa.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Língua Portuguesa
Matemática
5
das atividades propostas. Contêm ainda um apêndice com as lições organizadas, de
modo a facilitar a impressão de cópias para os estudantes.
Sondagem
Intervenção pedagógica
6
Outro ponto primordial, para a aplicação dos cadernos, é a necessidade de o professor
conhecer a matriz de referência que embasou a construção do material. É essencial a
compreensão de cada descritor para que as intervenções, durante as atividades, sejam
feitas de maneira significativa e possam garantir a aprendizagem dos estudantes. Os
descritores contemplados nas lições de Língua Portuguesa e de Matemática, bem como
o detalhamento das habilidades e possibilidades de abordagem, estão listados a seguir.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão - Por meio deste descritor, pode-se
avaliar a habilidade de o aluno relacionar informações, inferindo quanto ao sentido de
uma palavra ou expressão no texto, ou seja, dando a determinadas palavras seu sentido
conotativo. Inferir significa realizar um raciocínio com base em informações já
conhecidas, a fim de se chegar a informações novas, que não estejam explicitamente
marcadas no texto. É possível verificar se o leitor é capaz de inferir um significado para
uma palavra ou expressão que ele desconhece.
7
Tópico IV. Coerência e coesão no processamento do texto
8
humorístico do texto, que pode estar representado tanto por uma expressão verbal
inusitada, quanto por uma expressão facial da personagem.
9
DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE MATEMÁTICA
D29 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre
grandezas - O descritor pretende avaliar a habilidade dos alunos de resolver problemas
com grandezas direta ou inversamente proporcionais. Em geral, são usadas regras de
três simples na resolução dos problemas.
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LIÇÃO 1
Crônica
A crônica é um gênero que circula tanto na esfera jornalística quanto na literária. Pode
se apresentar como uma narrativa ou um texto de caráter argumentativo que aborda
temas da vida cotidiana, abrangendo assuntos das áreas mais diversas. Em geral, é
curta e escrita em linguagem simples, embora obedeça à norma padrão. O tom informal
do texto se assemelha a uma conversa entre amigos, criando uma proximidade entre o
escritor e o leitor. A narrativa pode ser irônica ou bem-humorada e, muitas vezes, relata
fatos vividos pelo próprio escritor. A crônica é publicada em jornais e na internet, mas
também pode ser reunida em um livro, geralmente em uma seleção de textos desse
gênero.
Disponível em: Aprova Brasil: 6º ao 9º: língua portuguesa. Anos finais/ organizadora Editora Moderna.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
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Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura da crônica, apresente aos alunos, impressa ou em data show,
a seguinte imagem das operações matemáticas e peça que respondam as continhas
sem usar calculadora. Estipule um tempo de cinco minutos e observe como realizam a
atividade, se estão fazendo cálculos no papel, contando nos dedos ou resolvendo
mentalmente.
12
Já foram prejudicados em algo fora da escola, por não saber fazer cálculos
matemáticos? A intenção é que os alunos comecem a refletir sobre a importância
da matemática e o quanto está presente no nosso cotidiano.
Depois de ouvir as respostas dos alunos, avise-os de que será realizada a leitura de um
texto relacionado à conversa que tiveram. Solicite que ouçam atentamente porque, em
alguns momentos, serão feitas pausas para interação com a turma.
O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, já que a sua
minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora
resolveu contar uma história. (Pausa)
2. Como você acha que será a história a ser contada pela professora? Quais fatos
acontecem nela? Resposta pessoal.
Continuando o texto...
13
Contou a história do Supercomputador. Um dia, disse a professora, todos os
computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do sistema será
em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo
terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para
compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo.
Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calculadoras portáteis.
Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa
estará na memória do Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de
segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima. E haverá bilhões de telas
espalhadas por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos até estações espaciais.
Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser. (Pausa)
5. A história imaginada por você, a ser contada pela professora, seria assim?
Resposta pessoal.
6. Como é o cenário da história que foi contada? Espera-se que o aluno imagine
uma cena de sala de aula, cadeiras, professora, colegas em volta etc.
7. Você consegue fazer uma relação entre a história contada pela professora e o
modo como vivemos atualmente? Em que pontos elas são parecidas? Em relação
à associação da história contada pela professora e os dias atuais, espera-se que os
alunos percebam que acontece exatamente como na história: encontramos as
respostas para tudo o que desejamos num clique de celular e, muitas vezes, não
questionamos a veracidade delas.
Continuando o texto...
14
E o garoto digitará os botões apropriados e num milésimo de segundo a resposta
aparecerá na tela. E então o garoto dirá:
9. Por que a palavra aparece com uma letra maiúscula no início dela? (D4) A
palavra aparece iniciada com letra maiúscula na intenção de torná-lo uma pessoa,
mostrar sua grandeza e poder.
10. Nas frases “um garoto perguntará”, “o garoto digitará” e “responderá o pai”
indicam que tempo para as ações expressas pelo verbo? As ações expressas pelo
verbo estão no tempo futuro, ou seja, ainda vão acontecer.
Continuando o texto...
– Mas se estiver?
– O quê?
– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais
dois. Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo. (Pausa)
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11. Você também utiliza essa estratégia com os dedos para fazer contas?
Resposta pessoal. A intenção é que o aluno interaja com o texto.
12. Que dificuldade poderá ser encontrada por alguém que usa esse recurso para
fazer somas? Espera-se que os alunos respondam que a possível dificuldade é o fato
de as somas solicitadas serem de números altos.
Continuando o texto...
– Mas pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo
muita gente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele
está certa? Aí o pai suspirou e disse:
13. Qual foi o objetivo da professora ao contar essa história para Rodrigo? O
objetivo era convencer o menino de que, se ele não soubesse matemática, seria
obrigado a aceitar sempre as respostas da máquina, sem poder contestá-las e,
quando não houvesse a possibilidade de usar uma calculadora, não poderia resolver
o cálculo, tornando-se completamente dependente da máquina.
Continuando o texto...
O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse
matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o
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Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e,
portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar.
(Pausa)
16. A resposta do menino para a professora indica ter ele mudado ou não de ideia
sobre a necessidade de aprender matemática? E que falas podem comprovar
isso? Indica que ele mudou de ideia, sim. Todo o último parágrafo mostra que o menino
não gostou do fato de não poder contestar as respostas do computador, e que para
fazer isso, precisava saber matemática.
Após ouvir as respostas dos alunos, peça que façam uma leitura silenciosa do texto,
agora sozinhos e sem pausas. Observe a turma enquanto leem e, depois de concluírem,
convide-os a responder qual o tema do texto que acabaram de ler. (D6)
Depois, entregue aos alunos uma cópia do quadro abaixo e, juntos, indiquem qual a ideia
principal de cada parágrafo do texto. Peça para resumirem o que entenderam de cada
trecho, com suas próprias palavras, tentando manter a ideia principal da crônica. Ajude-
os na redação das ideias. (D9)
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Parágrafo Ideia principal
O Rodrigo não entendia por que precisava aprender Rodrigo não achava
matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as importante aprender
contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora matemática.
resolveu contar uma história.
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– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.
– Mas se estiver?
– O quê?
– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos O pai informa que nunca
dedos. A não ser reunindo muita gente e usando os será possível saber se a
dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta resposta da máquina
d’Ele está certa? Aí o pai suspirou e disse: estará certa ou errada. Ela
é incontestável.
– Jamais saberemos...
Ao final da atividade, explique aos estudantes que o texto lido é uma crônica e ressalte
suas características, relacionando-as aos pontos que o definem como pertencente a
esse gênero.
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Mão na Massa!
Explique que agora irão “pôr a mão na massa” e devem ler atentamente o texto e as
questões abaixo para respondê-las.
Atividade
QUESTÃO 01 (D1) – A professora contou uma história para Rodrigo porque ele
A) adorava histórias.
B) gostava de matemática.
C) não queria aprender matemática.
D) não queria aprender histórias.
QUESTÃO 03 (D10) – O conflito gerador do enredo foi o fato de que o menino não
A) achava necessário estudar.
B) via importância em estudar matemática.
C) gostava das aulas da professora.
D) concordava com as respostas da calculadora.
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QUESTÃO 05 (D9) – A informação principal da história a respeito do supercomputador,
contada a Rodrigo pela professora, é que
A) haverá um supercontrole da vida das pessoas na terra por meio de máquinas.
B) uma máquina interligada por um sistema permitirá que as pessoas resolvam tudo.
C) bilhões de telas oferecerão informações que podem ou não ser contestadas.
D) a professora respirou preocupada com o tipo de informação vinda nas máquinas.
QUESTÃO 07 (D15) – No trecho “O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando
ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então
não faria diferença se o Computador estava certo ou não,” a conjunção em destaque
indica que Rodrigo
A) adorou a história da professora e aceitou que a resposta de um computador não deve
ser contestada.
B) não entendeu a história contada, embora saiba que as máquinas cometem erros.
C) concluiu que é correto aceitar as respostas do supercomputador, visto que ele não
erra nunca.
D) gostou da história, porém não concorda que deva acreditar cegamente na resposta
da máquina.
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Bora Corrigir?
Para realizar a correção das atividades, convide alunos para irem até o quadro, ler uma
questão, socializar uma resposta e dizer o motivo pelo qual escolheram determinada
alternativa como sendo a correta.
QUESTÃO 01 (D1) – Para responder a essa questão, o aluno precisa apenas ler o texto
e encontrar a informação que está explícita. A alternativa A está incorreta, pois não é
dito no texto que o menino gosta de histórias. A alternativa B está incorreta, uma vez que
não há informações explícitas no texto afirmando que o menino adorava a disciplina de
matemática. A alternativa C, gabarito da questão, porta a afirmativa correta, porque o
motivo de a professora ter contado uma história foi o fato de o menino não entender por
que precisava aprender matemática, logo, não queria estudar a matéria. A alternativa D
não poderia ser o gabarito da questão, haja vista que a crônica não aborda, em nenhum
momento, o fato de o menino não querer aprender histórias.
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considerada correta, pois o texto não aborda o fato de o menino não gostar de estudar
ou de ir para a escola. A alternativa B é considerada correta, porque a professora conta
a história para o menino justamente pelo fato de ele não entender qual a importância de
estudar matemática, e isso está comprovado no trecho “O Rodrigo não entendia por que
precisava aprender matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as contas por
ele, pelo resto da vida, e então a professora resolveu contar uma história.” A alternativa
C não pode representar a correta, pelo fato de que o texto não indica que o aluno não
goste das aulas da professora. A alternativa D não poderia representar a correta, haja
vista que o menino não questiona respostas da calculadora. Pelo contrário, no início ele
defende a utilização da mesma.
QUESTÃO 04 (D4) – A habilidade exigida nesta questão é de que o estudante seja capaz
de perceber informações além daquilo que está explícito no texto. A partir da leitura, ele
vai deduzindo o que lhe é solicitado no comando. Nesse caso, o estudante precisa
identificar, em suas leituras anteriores, o tipo de comportamento que pode ser atribuído
à Rodrigo, pelo fato de ele não aceitar que o Supercomputador esteja sempre certo. O
gabarito da questão é a alternativa A, pois o ato de não aceitar respostas definitivas de
maneira incontestável é característica de quem é questionador. A alternativa B não
poderia representar a resposta correta, pelo fato de que o garoto não se conforma com
a ideia de não poder pôr em dúvida o que o Supercomputador responde. Não poderia
ser a alternativa C, porque o aluno não é apenas participativo, mas faz questionamentos.
Por fim, não poderia ser a alternativa D, uma vez que o texto não dá nenhum indício de
que o menino seja uma criança calada, que não expressa seus pensamentos e dúvidas.
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as máquinas existir, por parte de Rodrigo, isso não está presente na história contada
pela professora.
QUESTÃO 07 (D15) – A habilidade requerida nessa questão é de que o aluno seja capaz
de perceber a relação lógico-discursiva de adversidade, de contrariedade, presente e
marcada pela conjunção “mas”. A alternativa A está incorreta, pois ela tem sentido
aditivo e acrescenta uma informação. A alternativa B apresenta uma frase de negação,
indicando que o menino não entendeu a história contada pela professora. A alternativa
C apresenta uma frase conclusiva e falsa, pois o garoto não aceitaria as respostas do
Supercomputador. A alternativa D está correta, pois destaca essa ideia de contrariedade,
no sentido de que o menino gostou da história (e o normal de quem gosta de uma história
é tomar as informações como verdade), mas discordou das informações, ou seja, não
aceita o fato de que uma máquina dê a palavra final sobre contas, por exemplo.
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haja vista que as informações do texto não sugerem que a professora tenha ficado
nervosa.
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LIÇÃO 2
Conto
O conto pode ser definido como uma narrativa curta e com um único conflito. Isso
significa que, nessas histórias, há poucos personagens, o tempo e o espaço são
reduzidos ao essencial e, além disso, o enredo (a sequência de ações pelas quais os
personagens passam) é marcado pela existência de um único acontecimento relevante.
Dessa forma, em geral, os contos apresentam apenas um clímax (aquele momento de
maior tensão da narrativa). Existem diversos tipos de conto, e a categorização dessas
subdivisões do gênero devem-se a diversos fatores, tais como o tipo de personagem, a
época em que o enredo ocorre, ou ainda o público: conto de ficção científica, fantástico,
de fadas, de assombração, dentre outros.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.
Tópico VI – Variação Linguística
D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de
um texto.
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Hora do texto!
Inicie o encontro com a audição da canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e
Fernando Brant. Apresente o vídeo e a letra da música, por meio de um Datashow, para
que os alunos a conheçam. Se não for possível exibir o vídeo, faça com que os alunos
tenham contato com a música e a letra copiada na lousa, impressa ou em cartaz.
Maria, Maria
Milton Nascimento
Após apreciarem a música, reflita com os alunos, com base nas questões a seguir:
A Maria mencionada na canção parece ser uma pessoa forte ou frágil? Com base
na canção, o que nos faz pensar isso? (D4) A Maria citada na canção parece ser
alguém forte que, apesar das dificuldades, continua a ter fé na vida. O que nos
27
faz pensar isso são os trechos que dizem “Uma força que nos alerta”, “É a dose
mais forte e lenta”, “É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca
/ Possui a estranha mania de ter fé na vida”.
A canção refere-se somente a mulheres que carregam o nome Maria? (D4) Não.
A canção pode referir-se a todas as mulheres fortes que, com fé e determinação,
seguem suas vidas superando dificuldades.
Continue a “Hora do texto” anunciando aos alunos que farão uma leitura silenciosa do
conto “As Marias”, de Dalton Trevisan. É interessante que realizem mais uma leitura,
buscando a compreensão das palavras que desconhecem, com o auxílio de um
dicionário.
"As Marias"
Dalton Trevisan
3. O que significa no texto a expressão “Jesus Maria José”? (D3) Espera-se que
os alunos percebam que é uma expressão de admiração; mesmo Maria fazendo tantas
coisas, ainda assim a patroa reclama.
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Continuando o texto...
Aos sete anos, foi dada pela mãe à primeira patroa. Mulher cheia de filhos, não
podia com mais um: deu a pobre da Maria.
6. Segundo o narrador, de que modo Maria fazia suas refeições? (D1) Em pé, ao
lado do fogão. O que confirma as condições de trabalho desfavoráveis à moça.
Continuando o texto...
Ao rolar de uma para outra casa, engordava com os anos, gemia de dor nas
cadeiras e enleava-se no serviço. Sua alegria era lavar os cueiros dos bebês. Ah, mas
beijar a criancinha . . .
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Criada não conhece o seu lugar, podia ter alguma doença. (Pausa)
8. Por que Maria era despachada pela patroa? (D11) Maria era despachada pela
patroa, que ficava aborrecida com as aflições e a cara de pamonha da pobre.
9. De quem seria esta frase no texto? “Criada não conhece o seu lugar, podia ter
alguma doença”. Esta frase expressa que sentimento em relação à Maria? (D13)
O narrador quis dizer que alguma das patroas de Maria poderia dizer essa frase a ela.
A frase expressa preconceito em relação à Maria.
Continuando o texto...
Era moça séria, que não ia ao baile com as outras. No carão anêmico, esfregava
papel de seda escarlate, molhado na língua e, mal aparecia à janela, a espiar os
soldadinhos verdes, a patroa ralhava:
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10. A quem as expressões “moça séria” e “carão anêmico” se referem? (D2)
Essas expressões referem-se à Maria.
11. Por que o narrador usa a expressão “carão anêmico”? (D3) Para enfatizar ao
leitor a má aparência de Maria.
Continuando o texto...
Maria, a filha de Maria, passeando no domingo com a Marta, viu o seu coração
rolar do peito, e o prato que lhe escapou dos dedos gordurosos (a patroa vai ralhar?)
partiu-se em sete pedaços de sangue pelo chão.
Era um cabo? Maria nunca soube de que arma. Ele falava lindo e tão difícil,
puxando no xis — vixto mocinha? — que ela, a saltitar ora numa perna, ora noutra,
esganada roía as unhas.
Ele a levou ao circo e Maria entrou soberba como uma patroa entre a gentinha
que fazia cena: no pescoço, a velha pele de coelho mordendo a cauda. A charanga, o
peludo de cara pintada, o cabo das grandes botas de general. Um palhaço chama outro
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de — "Gigolô", e o circo vem abaixo de tanta gargalhada. Maria simplesmente sorri, o
cabo lhe tira sangue do peito.
Sob o espanto do baleiro, anunciando "Ói a bala, ói...", ela beijou a mão do cabo.
Em nove meses Maria, filha de Maria, vai ser mãe de Maria. (Pausa)
12. Observe o trecho “Maria simplesmente sorri, o cabo lhe tira sangue do peito”.
O que você acha que aconteceu neste momento? (D4) Complemente mostrando
aos alunos que a expressão “tirar sangue do peito” está sendo usada num sentido
metafórico, com a ideia de que Maria estava extremamente emocionada com a
situação de estar se encontrando com um homem, que demonstrava afeto por ela.
13. Observe a frase “Sob o espanto do baleiro, anunciando "Ói a bala, ói ...", ela
beijou a mão do cabo”. A palavra sob dá ao leitor a noção de que Maria e o Cabo
estavam onde? (D15) Espera-se que entendam que baleiro é o vendedor de balas, e
que eles estavam sentados na arquibancada e o vendedor passando por eles. Dessa
forma, é como se eles tivessem ficado embaixo do tabuleiro de doces.
14. O que aconteceu com Maria no fim da história? (D4) Maria engravidou do cabo
e será mãe solo, repetindo o destino de sua mãe e de sua avó.
Disponível em: https://encr.pw/xQ7ss. Acesso em: 06/02/2024.
Após a leitura colaborativa do texto, provoque a turma para uma reflexão sobre o texto
de Dalton Trevisan, por meio da seguinte questão:
Deixe que dois ou três alunos, compartilhem com os colegas a história de alguma mulher
forte, determinada e inspiradora que conheçam.
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Mão na massa!
Oriente a turma a reler o texto e responder às questões, com muita atenção. É importante
que os estudantes percebam a importância de reler o texto e as questões quantas vezes
for necessária como uma estratégia para melhor compreender as possibilidades de
interpretação.
Atividade
QUESTÃO 01 (D4) – A narrativa nos relata que “Maria, ai dela, nunca não soube qual o
gosto de uma maçã”. Esta informação, implicitamente, diz ao leitor que Maria
A) nunca quis experimentar uma maçã.
B) tinha problemas com o sabor das maçãs.
C) tinha uma vida difícil e não havia nada doce nela.
D) não gostava de comer maçãs.
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QUESTÃO 05 (D3) – No texto, a patroa ordena que Maria vá chorar no quarto, pois não
suporta cena de gentinha. A expressão destacada dá a ideia de pessoas que
A) são mal educadas. B) não sabem conversar.
C) reclamam demais da vida. D) insignificantes, de baixa condição social.
QUESTÃO 06 (D13) – Leia o trecho: “Ele falava lindo e tão difícil, puxando no xis — vixto
mocinha?”. A palavra “vixto” aparece escrita dessa forma no texto com a intenção de
A) enfatizar o chiado da fala do cabo que Maria admirava.
B) revelar que Maria se sentia intimidada pelo soldado.
C) mostrar que o soldado desprezava Maria.
D) expressar o quanto o cabo falava difícil.
Bora corrigir?
Realize uma “roda de correção”, organizando as carteiras dos alunos em um círculo ou
semicírculo, de modo que todos possam se ver facilmente e tenham espaço para
participar. Leia a primeira questão e peça à turma que digam a resposta. Em seguida,
solicite que um aluno comente a resposta, complementando por que está correta, ou por
que precisa ser corrigida. Durante a discussão, destaque os pontos fortes das respostas
corretas e, gentilmente, corrija os erros, incentivando- os a refletirem. Continue o mesmo
processo de correção até que a grande maioria tenha participado da discussão.
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nem de experimentar o sabor. Não pode ser a alternativa da letra D, pois no texto há
falas que deixam implícito que Maria era proibida de comer, mas não há indícios das
suas preferências de frutas nem de nenhuma comida.
QUESTÃO 02 (D3) – Nesta questão, o aluno precisa inferir quanto ao sentido no texto
da palavra “Pálida”, juntamente com a expressão “vivia debaixo de chás de ervas”,
interpretando um sentido conotativo, que não está explicitamente no texto, de que Maria
tinha problemas de saúde e que curava a maioria deles com chás de ervas. Dessa forma,
perceberá que a resposta correta é a B. Espera-se que o estudante compreenda que a
resposta não pode ser a alternativa A, identificando que a expressão “debaixo de chá”
não significa abrigo. É esperado também que não marque a C, porque não encontrará
no texto, de maneira explícita e nem implícita, informações de que Maria não acreditava
que chás de ervas podiam curar doenças. Não deverá marcar a D, porque realizando
uma leitura atenta, deve compreender que, quando o narrador comenta que Maria “vivia
debaixo de chás”, pode ser qualquer chá e não somente uma única espécie de ervas.
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ser a letra C, porque os soldados eram o motivo de Maria se chegar à janela, e o texto
não menciona o horário em que os soldados deixavam de caminhar pelas ruas.
36
LIÇÃO 3
Poema
O poema é um gênero da esfera literária que se caracteriza, predominantemente, pela
expressão dos sentimentos do eu-lírico, que pode ser definido como uma espécie de
narrador e não deve ser confundido com o poeta, que é aquele que escreve o poema.
Assim, independentemente da forma, os poemas se definem por permitir a um eu-lírico
revelar sua maneira pessoal de ver o mundo. Em sua origem, os poemas eram
registrados apenas oralmente. Com a invenção de suportes, como o livro, o poema
passou a circular como texto impresso. Hoje, é também publicado com frequência em
meios digitais.
APROVA BRASIL: Língua Portuguesa. 7º Ano Ensino Fundamental. 3ª Ed. São Paulo: Moderna, 2019.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
37
Hora do texto!
Antes da leitura do poema, mostre aos alunos, por meio de slide ou cartaz, duas
imagens. A primeira retrata a ida do homem à Lua, e a segunda é a reprodução de um
cartão postal da Casa Branca, mostrando a concepção artística de astronautas em
Marte.
Imagem 1 Imagem 2
38
da imagem pode indicar que seja Marte, já que este é chamado de planeta
vermelho. Essas pessoas estão nesse lugar, porque o homem quer conhecer,
dominar, explorar outros planetas.
NASA”.
Disponível no link: https://encurtador.com.br/bfqA9. Acesso em: 13/03/2024.
Após o diálogo sobre as imagens, esclareça à turma que vão conhecer um poema de
Carlos Drummond de Andrade chamado “O homem; As viagens”. Faça a primeira leitura
do poema, com entonação que possa chamar a atenção dos alunos. Em seguida, avise-
os de que será feita uma leitura colaborativa, com pausas para interação dos estudantes
com o texto.
O Homem; As Viagens
Carlos Drummond de Andrade
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua. (Pausa)
39
1. Por que o homem está chateado com a Terra? (D1) Porque a Terra tem sido lugar
de muita miséria e pouca diversão.
2. O que quer dizer a expressão “toca para a Lua”? (D3) É uma expressão coloquial
que quer dizer “vai”.
3. Qual sentido é impresso no texto pelo eu-lírico (a voz que fala no poema) ao
repetir tantas vezes a palavra Lua? (D18) O leitor compreende que, talvez, o homem
queria tanto ir à Lua porque, quando queremos muito algo, falamos bastante sobre isso.
4. Quais são as ações do homem ao chegar na Lua, conforme o texto? (D1) Desce,
pisa, planta bandeirola, experimenta, coloniza, civiliza e humaniza.
Continuando o texto...
40
6. Por que o homem se chateou na Lua? (D1) Porque a Lua estava humanizada igual
à Terra.
Continuando o texto...
41
10. Segundo o eu-lírico, o que é um lugar quadrado? (D1) Marte, depois de
humanizado.
12. Neste contexto, o que seria um engenho? (D3) Engenho seria a máquina criada
pelo homem para explorar o novo planeta.
13. O que quer dizer a repetição da palavra idem? (D18) Quer dizer que ele
procedeu, em Vênus, da mesma forma como fez nos outros planetas.
14. O que quer dizer o verso “O espaço todo vira Terra-a-terra”? (D18) Todos os
planetas explorados ficaram semelhantes ao planeta Terra.
15. O ponto de interrogação usado no verso “vê o visto — é isto?” traz que
interpretação ao poema? (D17) A ideia de que o eu-lírico, possivelmente, sentia-se
frustrado por não encontrar a novidade que tanto buscava.
Continuando o texto...
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de conviver. (Pausa)
42
10. Segundo o eu-lírico, o que é um lugar quadrado? (D1) Marte, humanizado.
12. Neste contexto, o que seria um engenho? (D3) Engenho seria a máquina criada
pelo homem para explorar o novo planeta.
13. O que quer dizer a repetição da palavra idem? (D18) Quer dizer que ele
procedeu, em Vênus, da mesma forma como fez nos outros planetas.
14. O que quer dizer o verso “O espaço todo vira Terra-a-terra”? (D18) Todos os
planetas explorados ficaram semelhantes ao planeta Terra.
15. O ponto de interrogação usado no verso “vê o visto — é isto?” traz que
interpretação ao poema? (D17) Traz a ideia de que o eu-lírico, possivelmente, sentia-
se frustrado por não encontrar a novidade que tanto buscava.
Feita a leitura colaborativa do poema, reflita com a turma, reforçando que o poema nos
faz pensar que a felicidade que tanto buscamos começa em nós, quando temos empatia
com os demais e com o nosso espaço de convívio.
43
Mão na massa!
Oriente os alunos a realizar uma atividade de leitura e interpretação de poemas. Serão
utilizados os textos “O apanhador de desperdícios”, de Manoel de Barros, e “Infância”,
do autor Guilherme de Almeida.
Gênero poema
Os poemas são textos literários, por isso, fazem uso, predominantemente, de uma
linguagem figurada, conotativa, poética, que expressa os sentimentos do eu-lírico – a
voz que fala no texto –, permitindo-lhe demonstrar a sua maneira pessoal de ver o
mundo. Ressalte que a interpretação de poemas é um desafio. No entanto, podemos
seguir algumas dicas, para extrairmos significados mais profundos desses textos.
Leia com calma e várias vezes – A primeira leitura de um poema pode não revelar
todos os seus significados, principalmente quando a linguagem é mais refinada.
44
Informações sobre os autores dos poemas desta atividade
Atividade
O apanhador de desperdícios
Manoel de Barros
45
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Disponível em: https://leiturinha.com.br/blog/poemas-de-manoel-de-barros/. Acesso em: 04/03/2024.
QUESTÃO 01 (D18) – Nos primeiros versos do poema, o eu-lírico revela que “dá mais
respeito às palavras que vivem de barriga no chão tipo água pedra e sapo”. Podemos
inferir que o eu-lírico prefere utilizar palavras
A) difíceis de serem pronunciadas.
B) modernas, que surgiram na atualidade.
C) simples como os elementos da natureza.
D) que informam sobre os animais.
QUESTÃO 02 (D18) – Observe o verso (ℓ. 13): “Tenho em mim um atraso de nascença”.
Isso significa que o eu lírico
A) nasceu prematuro.
B) não tem dificuldade de se adaptar às mudanças.
C) tem uma visão diferente do mundo pois não gosta do que é moderno.
D) apresenta algum problema de saúde desde o seu nascimento.
46
QUESTÃO 04 (D18) – No penúltimo verso do poema, o eu-lírico se considera “da
invencionática”, pois
A) considera-se especialista em inventar coisas.
B) é criativo e tem o dom de inventar.
C) não gosta de seguir regras.
D) apaixona-se por tecnologia.
QUESTÃO 05 (D1) – No início do poema, o eu-lírico confessa que utiliza a palavra para
A) compor seus silêncios.
B) detalhar explicações.
C) influenciar e persuadir.
D) informar e comunicar.
QUESTÃO 06 (D6) – Após a leitura do texto, podemos concluir que o poema trata
A) da beleza que encontramos na simplicidade.
B) do valor à velocidade dos acontecimentos.
C) da pressa que devemos ter na vida.
D) das invenções na informática.
Leia outra forma de poema denominado de HAICAI, que é um poema curto, de origem
japonesa.
Infância
Guilherme de Almeida
Um gosto de amora
Comida com sol. A vida
Chamava-se: “Agora”.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/o-haicai.html. Acesso em: 11/03/2024.
47
Bora corrigir?
Para a correção, convide três alunos voluntários para ficar sentados de frente para a
sala. Leia a primeira questão e solicite que esses três estudantes revelem suas respostas
justificando-as. Em seguida, pergunte quem da turma concorda com a resposta. Se
houver divergência de respostas, abra para uma discussão e intervenha, sempre que
necessário, para que todos possam chegar à resposta correta e compreendê-la. Faça o
mesmo procedimento em todas as questões até o final da tarefa.
48
QUESTÃO 03 (D18) – Os poemas de Manoel de Barros são ricos em jogos de palavras.
Mais uma vez, nesta questão, o que está sendo avaliada é a capacidade do aluno
compreender a intenção do eu-lírico de se autodenominar como um apanhador de
desperdícios. Ele se dá esse título porque valoriza as coisas simples e desimportantes,
como expressa ao longo de todo o poema. Portanto, a resposta é a letra D. Não pode
ser a letra A, porque a temática do poema não é a limpeza do meio ambiente. Não pode
ser a letra B, porque o eu-lírico fala de admirar as coisas simples e não de coletá-las.
Não pode ser a letra C, porque em nenhum momento o poema trata sobre desperdício
de recursos.
QUESTÃO 05 (D1) – O eu-lírico inicia e termina o poema dizendo que usa palavras para
compor seus silêncios. Essa finalidade fica evidente ao leitor, e, por isso, o aluno deve
marcar a alternativa A, como resposta correta. A resposta para esta questão não pode
ser a letra B, porque descrever detalhadamente e explicar são funções de um texto
expositivo, o que não é o caso de um poema. Não será a letra C, porque essas são
funções de um texto argumentativo. Não será a letra D, porque informar e comunicar são
funções de um texto informativo.
49
passado ou o futuro, e cada momento é vivenciado como único e especial. Esse verso
sugere que a infância é um período em que o tempo é experimentado de maneira
diferente, com uma sensação de eternidade e plenitude.
50
LIÇÃO 4
Letra de música
Letra de música ou canção é uma composição relativamente curta que combina melodia
(música) com um trecho literário (a letra). As canções também podem ser composições
musicais sem letra, recebendo o nome de canção instrumental. Além do caráter de
fruição, deleite e diversão, as músicas refletem os aspectos culturais de uma sociedade
e suas mensagens podem ser ferramentas de protestos, ideias e valores. A música
sempre vai transmitir mensagens e sensações a quem ouve ou lê a letra.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
51
Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura, convide a turma para participar de uma brincadeira com música.
Forme grupos e anote os nomes das equipes no quadro. Explique que a brincadeira
funciona da seguinte forma: o professor diz uma palavra. Os alunos devem cantar uma
música em que a palavra citada apareça. O grupo que cantar primeiro, e o maior trecho,
leva o ponto da rodada. Conscientize-os de que devem buscar músicas cujas palavras
não sejam de tom obsceno ou inapropriadas para a sala de aula.
Ouça e acolha as respostas. Explique que realizaram essa atividade porque o objeto de
estudo dessa lição será “letra de canção”.
52
Disponível em: https://issuu.com/flaviagonzalesarts/docs/livro-fascs-q58. Acesso em: 06.03.2024
Pergunte à turma:
53
Depois de ouvir as respostas dos alunos, sintetize reforçando que a imagem se refere
ao papel culturalmente instituído para a mulher ao longo da história da humanidade. Por
muito tempo, suas funções estiveram ligadas a cuidar da casa, dos filhos e do marido.
Informe-os de que vão ouvir a música “Triste, Louca ou Má”, do grupo Francisco, el
hombre. Solicite que, a partir desse título, digam sua opinião sobre o que a canção vai
tratar, qual será a temática (amor, saudade, sofrimento, felicidade...). Reproduza o áudio
ou o videoclipe da música, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=lKmYTHgBNoE.
Peça que ouçam e observem atentamente a música e depois converse com os alunos,
perguntando:
Em seguida, entregue a cópia da letra da música para a turma e explique que farão uma
leitura colaborativa, com pausas para reflexão e orientações do professor.
Triste, Louca ou Má
Triste, louca ou má
Será qualificada
Ela quem recusar (Pausa)
54
1. A palavra ela refere-se a quem? (D2) Refere-se à mulher.
3. O que a mulher fez ou pode fazer para ser definida dessa maneira? Nesse
ponto do texto, essa resposta é pessoal e serve para levantamento de hipóteses que
poderão ser confirmadas na continuação da música, no trecho em que se afirma que
a mulher será classificada dessa maneira, caso se recuse a seguir a receita cultural a
ela predestinada.
4. Você concorda com esse tipo de opinião? Resposta pessoal. A ideia é que o
aluno expresse sua opinião, de forma coerente com o que está sendo discutido,
demonstrando compreensão gradativa do texto.
Continuando o texto...
6. De acordo com o trecho que acabamos de ler, qual a receita cultural imposta?
(D1) A receita é que ela deve cuidar do marido, da família e da rotina.
Continuando o texto...
55
Só mesmo, rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores
Aceita que tudo deve mudar (Pausa)
Continuando o texto...
56
10. O refrão da música afirma que a mulher não pode ser definida por homem,
casa ou carne. Como isso pode ser interpretado? O que significa ser definida
dessa maneira? Significa dizer que a mulher é muito mais do que os elogios ou críticas
que um homem possa fazer, que a maneira como a casa está arrumada ou não é
indiferente em relação a tudo o que a mulher é capaz de fazer e conquistar, e que as
medidas e formas do corpo feminino não podem ser apontadas como definidoras do
valor de uma mulher.
Continuando o texto...
11. O que significar desatinar? (D3) Desatinar significa perder o juízo, a razão.
12. No trecho “ela desatinou”, a quem você acha que o pronome ela está se
referindo? Está se referindo à mulher.
13. Quais os nós você acredita que foram desatados pela mulher? A ideia de
desatar nós significa que ela foi à luta, está rompendo barreiras de preconceito,
afastando-se de tudo o que a diminui e faz mal.
Continuando o texto...
57
Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar
E um homem não te define.... (Pausa)
15. Levando em consideração o modo como a mulher não se vê, citados nos
três primeiros versos desta última estrofe, como você acha que ela se define?
A mulher se vê como forte, livre dos padrões e estereótipos impostos a ela pela
sociedade. Vê-se ainda como uma pessoa positiva, corajosa, que tem as rédeas e o
controle de sua vida, que gosta de viver e enfrentar seus desafios.
Depois, peça aos alunos que permaneçam em grupos, para realizar uma atividade
denominada “O Ser Mulher”. O grupo deve fazer dois desenhos. Um que represente o
padrão de mulher imposto, tradicionalmente, pela sociedade, e outro demonstrando o
empoderamento que as novas gerações de mulheres estão buscando e consolidando na
sociedade atual, não aceitando ser comandadas, muito menos julgadas.
58
Mão na Massa!
Solicite que a turma continue nas suas respectivas equipes, para que realizem a
atividade “Mão na Massa”. As questões serão a partir de dois textos: a letra da música
que estudaram e uma tirinha. Os alunos do grupo podem dialogar sobre as questões,
para que encontrem a resposta.
Atividade
QUESTÃO 01 (D1) – De acordo com a letra da música, como será definida a mulher que
se recusa a seguir padrões sociais?
A) Desatinada.
B) Desqualificada.
C) Triste, louca e má.
D) Vítima conformada.
QUESTÃO 04 (D3) – No contexto da música, a expressão “ser seu próprio lar” significa
59
QUESTÃO 05 (D6) – A principal mensagem transmitida pela música é de que as
mulheres
QUESTÃO 07 (D18) – No trecho “Eu não me vejo na palavra Fêmea, alvo de caça”, as
palavras em destaque, juntamente com a construção de sentido da frase inteira,
significam que a mulher
A) aceita condição de fêmea que possui apenas a função de procriar, cuidar da casa.
B) critica a ideia construída de que a fêmea está sempre a espera de um macho que a
capture.
C) concorda com o fato de ser sempre a vítima conformada, mesmo que um dia brigue
por seus objetivos.
D) destaca a importância de reconhecer o significado da palavra fêmea para a cultura
antiga e atual.
QUESTÃO 08 (D19) – O refrão da música diz: “Que um homem não te define / Sua casa
não te define / Sua carne não te define / Você é seu próprio lar”. A repetição da expressão
“não te define”, no final de cada verso, reforça a ideia de que a mulher
60
Observe e leia com atenção o quadrinho para responder às questões 09 e 10.
61
Bora Corrigir?
Para a correção coletiva da atividade “Mão na massa”, solicite que os alunos
permaneçam nos grupos. Confeccione plaquinhas com as letras A, B, C e D e distribua
às equipes. Explique que vai ler as questões e alternativas e um representante do grupo
deve levantar a plaquinha referente à alternativa que acreditam ser a correta. Depois de
observar as plaquinhas, veja qual letra representa a maior parte das respostas e motive
alguns alunos a justificar por que escolheram aquela alternativa. Reflita com a turma
sobre cada questão.
QUESTÃO 01 (D1) – A habilidade requerida para responder a essa questão é uma das
mais básicas, que é a de ler e localizar informações explícitas em um texto. Embora seja
uma habilidade considerada simples ou básica, é necessário reforçar com os alunos que,
mesmo constando outras informações no texto, encontradas nas alternativas, elas
podem não representar a resposta correta. O gabarito deve aparecer no texto
exatamente como a pergunta solicita. A alternativa A está incorreta, pois o texto não diz
que a mulher é desatinada por recusar seguir os padrões. O que o texto indica é que ela
desatinou e desfez laços que não lhe faziam bem, para então viver só. A alternativa B
está incorreta, uma vez que não está explícito, no texto, que a mulher é apontada como
desqualificada. A alternativa C contempla o gabarito da questão, haja vista que a letra
da canção inicia-se com a informação de que será chamada de triste, louca ou má aquela
mulher que se recusar a seguir a receita cultural. A alternativa D não pode ser
considerada correta, porque a mulher da letra da música não é classificada como vítima
conformada.
QUESTÃO 02 (D6) – Para responder a essa questão, o aluno precisa ter realizado a
leitura global do texto e reconhecer qual a temática tratada. O tema é o eixo sobre o qual
toda a discussão da música é desenvolvida. Nesse caso, o tema abordado é a defesa
da liberdade e autonomia da mulher. A ideia da liberdade, para que a mulher possa ser
quem quiser, definir-se como quiser e ser independente. Logo, a alternativa correta é a
letra D. A alternativa A não poderia ser a correta, pois a música não defende a
62
importância da família na vida mulher, apenas informa que a mulher cuida da família. A
opção B está incorreta, porque o assunto abordado na letra da música não destaca que
seja importante ou necessário seguir uma receita cultural. Pelo contrário, detalha como
essa receita é, falando das mulheres que lutam para mudar. A alternativa C está
incorreta, uma vez que, embora fale da pressão da sociedade, para que a mulher se
encaixe em padrões, o que sobressai é a defesa da autonomia e liberdade feminina para
se definir a seus próprios olhos.
63
QUESTÃO 05 (D6) – Para responder a essa questão, o aluno precisa identificar qual a
mensagem principal transmitida pela música estudada. A habilidade está relacionada
também a reconhecer qual o assunto da letra da canção. A alternativa A está incorreta,
porque a música não diz que é um dever da mulher seguir as receitas culturais. A
alternativa B está incorreta, haja vista que a música não aconselha às mulheres a ser
conformadas, mas sim a sair em busca de seu espaço. A alternativa C é considerada
correta, pois a letra da canção, ao mesmo tempo que questiona o modo de vida imposto
à mulher pela sociedade, defende que ela busque sua autonomia, tornando-se
independente e não deixando ninguém definir seu modo de ser e de viver. A alternativa
D está incorreta, uma vez que a mensagem principal não é sobre ser vítima, mas sim
sair dessa condição e tornar-se protagonista de suas próprias narrativas.
64
poderia ser a correta, porque o significado da expressão não se relaciona com a ideia de
construir um sentido para o termo fêmea.
65
a alternativa D está incorreta, haja vista que, ao analisar o quadrinho, não é possível
notar que indique registro de mudanças acontecidas no Brasil.
REFERÊNCIAS
ACRE. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência Único do Acre. Rio
Branco, AC. SEE, 2020.
66
APÊNDICES
Apêndice A – Caderno de Atividades – Versão do Aluno
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a)________________________________________________ nº____
Turma___________________________________ Turno________________________
Crônica
A crônica é um gênero que circula tanto na esfera jornalística quanto na literária. Pode
se apresentar como uma narrativa ou um texto de caráter argumentativo que aborda
temas da vida cotidiana, abrangendo assuntos das áreas mais diversas. Em geral, é
curta e escrita em linguagem simples, embora obedeça à norma padrão. O tom informal
do texto se assemelha a uma conversa entre amigos, criando uma proximidade entre o
escritor e o leitor. A narrativa pode ser irônica ou bem-humorada e, muitas vezes, relata
fatos vividos pelo próprio escritor. A crônica é publicada em jornais e na internet, mas
também pode ser reunida em um livro, geralmente em uma seleção de textos desse
gênero.
Disponível em: Aprova Brasil: 6º ao 9º: língua portuguesa. Anos finais/ organizadora Editora Moderna.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 Identificar o tema de um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D9 Diferenciar as partes principais das secundárias de um texto.
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.
67
Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura do texto responda as continhas sem usar calculadora.
Você pode conferir os resultados e refletir sobre a atividade. Seu professor vai propor
uma conversa a partir dos questionamentos a seguir.
Nesse momento será realizada a leitura de um texto relacionado à conversa que tiveram.
Ouça atentamente porque, em alguns momentos, serão feitas pausas para interação
com a turma.
O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, já que a sua
minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora
resolveu contar uma história.
68
Contou a história do Supercomputador. Um dia, disse a professora, todos os
computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do sistema será
em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo
terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para
compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo.
Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calculadoras portáteis.
Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa
estará na memória do Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de
segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima. E haverá bilhões de telas
espalhadas por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos até estações espaciais.
Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser.
– Mas se estiver?
– O quê?
– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais dois.
Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo.
– Mas pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo
muita gente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele
está certa? Aí o pai suspirou e disse:
– Jamais saberemos...
69
O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse
matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o
Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e,
portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar.
Após a leitura colaborativa, comente com os seus colegas a respeito da pergunta abaixo:
Após os comentários faça uma leitura silenciosa do texto, agora sozinho e sem pausas.
Tente também responder qual o tema do texto que acabou de ler.
Depois, observe o quadro abaixo e, junto com o professor, indique qual a ideia principal
de cada parágrafo do texto.
70
portáteis. Não precisará mais nem estudar.
Tudo que alguém quiser saber sobre
qualquer coisa estará na memória do
Supercomputador, ao alcance de qualquer
um. Em milésimos de segundo a resposta à
consulta estará na tela mais próxima. E
haverá bilhões de telas espalhadas por onde
o homem estiver, desde lavatórios públicos
até estações espaciais. Bastará ao homem
apertar um botão para ter a informação que
quiser.
– Mas se estiver?
– O quê?
71
Um, dois, três, quatro. O computador está
certo.
– Jamais saberemos...
Mão na Massa!
Atividade
QUESTÃO 01 (D1) – A professora contou uma história para Rodrigo porque ele
A) adorava histórias.
B) gostava de matemática.
C) não queria aprender matemática.
D) não queria aprender histórias.
72
QUESTÃO 02 (D3) – No texto, o termo Supercomputador é utilizado para representar
A) uma grande máquina de computador.
B) um computador potente de uso pessoal.
C) um sistema de rede mundial que controla tudo.
D) uma supercalculadora.
QUESTÃO 03 (D10) – O conflito gerador do enredo foi o fato de que o menino não
A) achava necessário estudar.
B) via importância em estudar matemática.
C) gostava das aulas da professora.
D) concordava com as respostas da calculadora.
73
QUESTÃO 07 (D15) – No trecho “O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando
ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então
não faria diferença se o Computador estava certo ou não,” a conjunção em destaque
indica que Rodrigo
A) adorou a história da professora e aceitou que a resposta de um computador não deve
ser contestada.
B) não entendeu a história contada, embora saiba que as máquinas cometem erros.
C) concluiu que é correto aceitar as respostas do supercomputador, visto que ele não
erra nunca.
D) gostou da história, porém não concorda que deva acreditar cegamente na resposta
da máquina.
Bora Corrigir?
Seu professor vai realizar uma correção coletiva da atividade. Após a correção,
identifique o seu desempenho observando a tabela abaixo.
74
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a)________________________________________________nº____
Turma _______________________________ Turno___________________________
Conto
O conto pode ser definido como uma narrativa curta e com um único conflito. Isso
significa que, nessas histórias, há poucos personagens, o tempo e o espaço são
reduzidos ao essencial e, além disso, o enredo (a sequência de ações pelas quais os
personagens passam) é marcado pela existência de um único acontecimento relevante.
Dessa forma, em geral, os contos apresentam apenas um clímax (aquele momento de
maior tensão da narrativa). Existem diversos tipos de conto, e a categorização dessas
subdivisões do gênero devem-se a diversos fatores, tais como o tipo de personagem, a
época em que o enredo ocorre, ou ainda o público: conto de ficção científica, fantástico,
de fadas, de assombração, dentre outros.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.
Tópico VI – Variação Linguística
D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de
um texto.
75
Hora do texto!
Ouça a canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant.
Maria, Maria
Milton Nascimento
Maria, Maria é um dom, uma certa magia Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
Uma força que nos alerta É preciso ter gana sempre
Uma mulher que merece viver e amar Quem traz no corpo a marca
Como outra qualquer do planeta Maria, Maria mistura a dor e a alegria
Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É a dose mais forte e lenta É preciso ter sonho sempre
De uma gente que ri quando deve chorar Quem traz na pele essa marca
E não vive, apenas aguenta Possui a estranha mania de ter fé na vida
Após apreciar a canção, reflita sobre a música, juntamente com os colegas e o professor,
com base nas questões a seguir:
A Maria mencionada na canção parece ser uma pessoa forte ou frágil? Com base
na canção, o que nos faz pensar isso?
A canção refere-se somente a mulheres que carregam o nome Maria?
Agora faça uma leitura silenciosa do conto “As Marias”, de Dalton Trevisan, buscando a
compreensão das palavras que desconhece. Em seguida, seu professor fará uma leitura
com pausas para interagir com a turma.
A seguir, o texto.
"As Marias"
Dalton Trevisan
76
Aos sete anos, foi dada pela mãe à primeira patroa. Mulher cheia de filhos, não
podia com mais um: deu a pobre da Maria.
Ao rolar de uma para outra casa, engordava com os anos, gemia de dor nas
cadeiras e enleava-se no serviço. Sua alegria era lavar os cueiros dos bebês. Ah, mas
beijar a criancinha . . .
Era moça séria, que não ia ao baile com as outras. No carão anêmico, esfregava
papel de seda escarlate, molhado na língua e, mal aparecia à janela, a espiar os
soldadinhos verdes, a patroa ralhava:
77
— Pois vá chorar no quarto — ordena-lhe a patroa. Não suporto cena de
gentinha.
Maria, a filha de Maria, passeando no domingo com a Marta, viu o seu coração
rolar do peito, e o prato que lhe escapou dos dedos gordurosos (a patroa vai ralhar?)
partiu-se em sete pedaços de sangue pelo chão.
Era um cabo? Maria nunca soube de que arma. Ele falava lindo e tão difícil,
puxando no xis — vixto mocinha? — que ela, a saltitar ora numa perna, ora noutra,
esganada roía as unhas.
Ele a levou ao circo e Maria entrou soberba como uma patroa entre a gentinha
que fazia cena: no pescoço, a velha pele de coelho mordendo a cauda. A charanga, o
peludo de cara pintada, o cabo das grandes botas de general. Um palhaço chama outro
de — "Gigolô", e o circo vem abaixo de tanta gargalhada. Maria simplesmente sorri, o
cabo lhe tira sangue do peito.
Sob o espanto do baleiro, anunciando "Ói a bala, ói...", ela beijou a mão do cabo.
78
Mão na massa!
Atividade
QUESTÃO 01 (D4) – A narrativa nos relata que “Maria, ai dela, nunca não soube qual o
gosto de uma maçã”. Esta informação, implicitamente, diz ao leitor que Maria
A) nunca quis experimentar uma maçã.
B) tinha problemas com o sabor das maçãs.
C) tinha uma vida difícil e não havia nada doce nela.
D) não gostava de comer maçãs.
79
QUESTÃO 05 (D3) – No texto, a patroa ordena que Maria vá chorar no quarto, pois não
suporta cena de gentinha. A expressão destacada dá a ideia de pessoas que
A) são mal educadas.
B) não sabem conversar.
C) reclamam demais da vida.
D) insignificantes, de baixa condição social.
QUESTÃO 06 (D13) – Leia o trecho: “Ele falava lindo e tão difícil, puxando no xis — vixto
mocinha?”. A palavra “vixto” aparece escrita dessa forma no texto com a intenção de
A) enfatizar o chiado da fala do cabo que Maria admirava.
B) revelar que Maria se sentia intimidada pelo soldado.
C) mostrar que o soldado desprezava Maria.
D) expressar o quanto o cabo falava difícil.
Bora corrigir?
Nesse momento será realizada uma “roda de correção”, fique atento às orientações do
professor. Após a correção identifique seu desempenho na atividade, observando a
tabela abaixo.
80
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a) ________________________________________________ nº___
Turma _________________________________ Turno ________________________
Poema
O poema é um gênero da esfera literária que se caracteriza, predominantemente, pela
expressão dos sentimentos do eu-lírico, que pode ser definido como uma espécie de
narrador e não deve ser confundido com o poeta, que é aquele que escreve o poema.
Assim, independentemente da forma, os poemas se definem por permitir a um eu-lírico
revelar sua maneira pessoal de ver o mundo. Em sua origem, os poemas eram
registrados apenas oralmente. Com a invenção de suportes, como o livro, o poema
passou a circular como texto impresso. Hoje, é também publicado com frequência em
meios digitais.
APROVA BRASIL: Língua Portuguesa. 7º Ano Ensino Fundamental. 3ª Ed. São Paulo: Moderna, 2019.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
81
Hora do texto!
Antes da leitura observe atentamente as imagens.
Imagem 1 Imagem 2
A seguir, o texto.
O Homem; As Viagens
Carlos Drummond de Andrade
O homem, bicho da Terra tão pequeno
82
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem. (...)
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra. (...)
Ao acabarem todos
só resta ao homem
83
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de conviver.
Disponível em: https://bancodapoesia.org/tag/o-homem-as-viagens/. Acesso: 06/03/2024. (Adaptado).
Após a leitura, você vai realizar uma atividade em que assumirá um compromisso com
você mesmo, com as pessoas e com o espaço onde vive. Para isso, elabore três metas
para serem cumpridas ao longo deste ano. As metas devem ser ações que trazem alegria
e bem-estar a todos! Utilize a tabela, a seguir, para realizar a tarefa.
84
Mão na massa!
A próxima atividade é de leitura e interpretação de poemas. São com os textos “O
apanhador de desperdícios”, Manoel de Barros, e “Infância”, Guilherme de Almeida.
Gênero poema
Os poemas são textos literários, por isso, fazem uso, predominantemente, de uma
linguagem figurada, conotativa, poética, que expressa os sentimentos do eu-lírico – a
voz que fala no texto –, permitindo-lhe demonstrar a sua maneira pessoal de ver o
mundo. Ressalte que a interpretação de poemas é um desafio. No entanto, podemos
seguir algumas dicas, para extrairmos significados mais profundos desses textos.
Dicas essenciais para interpretar poemas
Leia com calma e várias vezes – A primeira leitura de um poema pode não revelar
todos os seus significados, principalmente quando a linguagem é mais refinada.
Analise a linguagem – Poesias são ricas em figuras de linguagem, simbolismos e
ambiguidades. Por isso, preste atenção especial a esses elementos, já que eles podem
trazer significados ocultos e ampliar as interpretações possíveis.
Explore as emoções – Explore as emoções que as palavras despertam em você!
Identifique se há tristeza, alegria, melancolia, amor, raiva... Conecte-se com sensações
e tente entender como elas se relacionam às palavras e imagens do poema.
Faça conexões pessoais – Relacione o poema com experiências, sentimentos e
vivências, pois as conexões pessoais podem trazer significado ao que você está lendo.
Contextualize o poema – Procure informações sobre o autor, o período da escrita, a
estética literária a que pertence e os acontecimentos históricos da época. Isso contribui
para a compreensão do contexto e das intenções.
Disponível em: https://aprovatotal.com.br/interpretacao-de-poemas/. Acesso em: 14/03/2024. Adaptado.
Informações sobre os autores dos poemas desta atividade
Manoel de Barros (1916-2014) foi um dos principais poetas contemporâneos. Autor
de versos nos quais elementos regionais se conjugavam a considerações existenciais.
85
Foi um poeta espontâneo, um tanto primitivo, que extraía seus versos da realidade
imediata que o cercava, sobretudo a natureza. Mostrava-se distante do rótulo de “Jeca
Tatu do Pantanal”, que lhe tentaram impingir. Gostava de invenções verbais e
neologismos como “eu me eremito”.
Guilherme de Andrade Almeida (1890-1969) participou da Semana de Arte Moderna
em 1922. Percorreu o Brasil, difundindo as ideias da renovação artística e literária.
Dominou amplamente o fazer poético, por ser grande conhecedor da ciência do verso
e da língua.
Biografias disponíveis nos sites: https://www.ebiografia.com/guilherme_de_almeida/ e
https://www.ebiografia.com/manoel_de_barros/. Acesso em: 14/03/2024.
O apanhador de desperdícios
Manoel de Barros
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
86
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Disponível em: https://leiturinha.com.br/blog/poemas-de-manoel-de-barros/. Acesso em: 04/03/2024.
QUESTÃO 01 (D18) – Nos primeiros versos do poema, o eu-lírico revela que “dá mais
respeito às palavras que vivem de barriga no chão tipo água pedra e sapo”. Podemos
inferir que o eu-lírico prefere utilizar palavras
A) difíceis de serem pronunciadas. B) modernas, que surgiram na atualidade.
C) simples como os elementos da natureza. D) que informam sobre os animais.
QUESTÃO 02 (D18) – Observe o verso (ℓ. 13): “Tenho em mim um atraso de nascença”.
Isso significa que o eu lírico
A) nasceu prematuro.
B) não tem dificuldade de se adaptar às mudanças.
C) tem uma visão diferente do mundo pois não gosta do que é moderno.
D) apresenta algum problema de saúde desde o seu nascimento.
87
QUESTÃO 05 (D1) – No início do poema, o eu-lírico confessa que utiliza a palavra para
A) compor seus silêncios. B) detalhar explicações.
C) influenciar e persuadir. D) informar e comunicar.
QUESTÃO 06 (D6) – Após a leitura do texto, podemos concluir que o poema trata
A) da beleza que encontramos na simplicidade.
B) do valor à velocidade dos acontecimentos.
C) da pressa que devemos ter na vida.
D) das invenções na informática.
Leia outra forma de poema denominado de HAICAI, que é um poema curto, de origem
japonesa.
Infância
Guilherme de Almeida
Um gosto de amora
Comida com sol. A vida
Chamava-se: “Agora”.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/o-haicai.html. Acesso em: 11/03/2024.
QUESTÃO 07 (D4) – O que o poema revela sobre a percepção do eu-lírico em relação
ao tempo da infância?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Bora corrigir?
Para a correção, ouça atentamente as orientações do professor. Logo após, identifique
o seu desempenho na atividade observando a tabela abaixo.
88
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a) ________________________________________________ nº___
Turma _________________________________ Turno ________________________
Letra de música
Letra de música ou canção é uma composição relativamente curta que combina melodia
(música) com um trecho literário (a letra). As canções também podem ser composições
musicais sem letra, recebendo o nome de canção instrumental. Além do caráter de
fruição, deleite e diversão, as músicas refletem os aspectos culturais de uma sociedade
e suas mensagens podem ser ferramentas de protestos, ideias e valores. A música
sempre vai transmitir mensagens e sensações a quem ouve ou lê a letra.
Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
89
Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura, participe de uma brincadeira com música. O professor vai
organizar a sala em grupos. A brincadeira funciona da seguinte forma: o professor diz
uma palavra. Os alunos devem cantar uma música em que a palavra citada apareça. O
grupo que cantar primeiro, e o maior trecho, leva o ponto da rodada. Procure citar
músicas cujas palavras não sejam de tom obsceno ou inapropriadas para a sala de aula.
O objeto de estudo dessa lição será “letra de canção”. Para iniciar o estudo, observe a
imagem abaixo e responda oralmente, junto com o professor e os colegas, as perguntas.
90
A tarefa do grupo agora é ouvir a música “Triste, Louca ou Má”, do grupo Francisco, el
hombre. A partir desse título, diga sua opinião sobre o que a canção vai tratar (amor,
saudade, sofrimento, felicidade...).
Depois de ouvir a música converse com seus colegas e com o professor sobre os
seguintes pontos.
Em seguida, seu professor fará uma leitura da letra da música. Fique atento, pois haverá
pausas para reflexões sobre o texto.
91
Permaneça em grupo para realizar uma atividade denominada “O Ser Mulher”. O grupo
deve fazer dois desenhos. Um que represente o padrão de mulher imposto,
tradicionalmente, pela sociedade, e outro demonstrando o empoderamento que as novas
gerações de mulheres estão buscando e consolidando na sociedade atual, não
aceitando ser comandadas, muito menos julgadas.
Mão na Massa!
A atividade “Mão na Massa” será a partir de dois textos: a letra da música que estudaram
e uma tirinha. Os alunos do grupo podem dialogar sobre as questões, para que
encontrem a resposta.
Atividade
QUESTÃO 01 (D1) – De acordo com a letra da música, como será definida a mulher que
se recusa a seguir padrões sociais?
A) Desatinada. B) Desqualificada.
C) Triste, louca e má. D) Vítima conformada.
A) tristeza. B) liberdade.
C) loucura. D) maldade.
92
QUESTÃO 04 (D3) – No contexto da música, a expressão “ser seu próprio lar” significa
QUESTÃO 07 (D18) – No trecho “Eu não me vejo na palavra Fêmea, alvo de caça”, as
palavras em destaque, juntamente com a construção de sentido da frase inteira,
significam que a mulher
A) aceita condição de fêmea que possui apenas a função de procriar, cuidar da casa.
B) critica a ideia construída de que a fêmea está sempre a espera de um macho que a
capture.
C) concorda com o fato de ser sempre a vítima conformada, mesmo que um dia brigue
por seus objetivos.
D) destaca a importância de reconhecer o significado da palavra fêmea para a cultura
antiga e atual.
93
QUESTÃO 08 (D19) – O refrão da música diz: “Que um homem não te define / Sua casa
não te define / Sua carne não te define / Você é seu próprio lar”. A repetição da expressão
“não te define”, no final de cada verso, reforça a ideia de que a mulher
94
QUESTÃO 10 (D17) – Ao observar com atenção o último quadrinho, pode-se verificar
que a expressão “mudaram de idioma” está em negrito. Esse recurso foi utilizado para
Bora Corrigir?
A correção da atividade será coletiva. Espere as orientações do professor. Após a
correção coletiva, identifique o seu desempenho na atividade observando a tabela
abaixo.
95
Apêndice B – Simulado 1 de Língua Portuguesa
SIMULADO 1 DE LÍNGUA PORTUGUESA
ALUNO (A) __________________________________________________ Nº _____
TURMA __________________________________ TURNO ___________________
A OUTRA NOITE
Rubem Braga
1 Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e
chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo
e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens,
5 estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade
eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem
irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal
fechado para voltar-se para mim:
10 – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem
mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma
outra – pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa…
15 Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva.
Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador
ou pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor…
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito
20 obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito
um presente de rei.
Disponível em: https://manoelafonso.com.br/cronica/a-outra-noite-rubem-braga/. Acesso em: 12/03/2024.
QUESTÃO 01
(D3) O termo “...noite preta e enlamaçada...” (ℓ. 12) faz referência a uma noite
de lua cheia e serena.
clara e luminosa.
sem luar e chuvosa.
estrelada e escura.
QUESTÃO 02
(D15) No fragmento “...tanto lá como aqui...” (ℓ. 2), as palavras grifadas estabelecem
ideia de
causa.
tempo.
modo.
lugar.
96
Leia o conto abaixo para responder às questões 03 a 05.
APELO
Dalton Trevisan
1 Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias,
para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa
de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato
na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
5 Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda
veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da
escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para
não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite
e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições
10 do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na
salada − o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas
violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na
camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe,
15 sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha
para casa, Senhora, por favor.
Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/3941201. Acesso em: 14/03/2024.
QUESTÃO 03
(D2) No trecho “... não lhes poupei água e elas murcham.” (ℓ. 13) o termo em destaque
refere-se a
violetas.
rosas.
orquídeas.
margaridas.
QUESTÃO 04
(D10) O conflito gerador dessa história foi a
A) falta das brigas com a mulher.
B) notícia da perda da mulher.
C) ausência da mulher.
D) volta da mulher.
QUESTÃO 05
(D11) No primeiro momento, o homem diz não sentir falta da mulher imediatamente em
casa, mas, com o passar dos dias, a ausência da esposa foi ficando em evidência, em
virtude dos afazeres domésticos acumulados e pelo vazio que permeava a casa.
Percebe-se com isso uma relação de
causa e consequência.
comparação.
proporção.
dúvida.
97
Leia o poema abaixo para responder às questões 06 a 08.
O FOTÓGRAFO
Manoel de Barros
1 Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
5 Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
10 Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
15 Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
20 Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a “Nuvem de calça”.
Representou para mim que ela andava na aldeia de
25 braços com Maiakowski – seu criador.
Fotografei a ‘Nuvem de calça’ e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.
Disponível em: https://www.culturagenial.com/manoel-de-barros-poemas/. Acesso em: 14/03/2024.
QUESTÃO 06
(D17) No fragmento: Por fim eu enxerguei a “Nuvem de calça.” (ℓ. 23) as aspas foram
utilizadas para
A) dar ênfase à expressão usada pelo autor no texto.
B) deixar o texto esteticamente mais bonito.
C) destacar o verso principal do texto.
D) marcar no texto o diálogo do autor.
QUESTÃO 07
(D18) No trecho “Madrugada a minha aldeia estava morta.” (ℓ.3) o termo em destaque
significa
A) barulhenta. B) tumultuada. C) silenciosa. D) em festa.
98
QUESTÃO 08
(D6) Analise os fragmentos e assinale o que corresponde ao assunto principal do texto.
A) “Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei”. (ℓ.1 e 3)
B) “Madrugada a minha aldeia estava morta”. (ℓ.3)
C) “Tive outras visões naquela madrugada”. (ℓ.12)
D) “Eu estava saindo de uma festa”. (ℓ.5)
QUESTÃO 09
(D1) De acordo com os primeiros versos da música, o eu-lírico antes de falar
A) reflete várias vezes.
B) pensa duas vezes.
C) caminha três vezes.
D) chora algumas vezes.
QUESTÃO 10
(D4) A partir dos versos “Sei do meu valor e a cotação é dólar”, “Porque Deus me fez
assim Dona de mim”, pode-se inferir que o eu-lírico é
A) fiel. B) inseguro. C) respeitado. D) autoconfiante.
99
Apêndice C – Descritores e Gabarito do Simulado de Língua
Portuguesa
100
Apêndice D – Folha de Resposta do Aluno
SIMULADO I – LÍNGUA PORTUGUESA SIMULADO I – LÍNGUA PORTUGUESA
FOLHA DE RESPOSTAS FOLHA DE RESPOSTAS
NOME: _______________________________ NOME: ______________________________
ANO E TURMA: ______________________ ANO E TURMA: ___________________
TURNO: _________________________ TURNO: _______________________
1. Preencha as respostas das questões. 1. Preencha as respostas das questões.
2. Utilize somente caneta. 2. Utilize somente caneta.
3. Evite rasuras no preenchimento. 3. Evite rasuras no preenchimento.
4. Marque somente uma alternativa. 4. Marque somente uma alternativa.
QUESTÕES ALTERNATIVAS QUESTÕES ALTERNATIVAS
01 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 01 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
02 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 02 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
03 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 03 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
04 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 04 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
101
Apêndice E – Folha de Acompanhamento das Lições
ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO NAS LIÇÕES – LÍNGUA PORTUGUESA
TURMA:
Orientações: Acompanhe a evolução dos alunos observando dois desempenhos (Bom e Melhorar).
Na coluna “Lição”, preencha “M” para desempenho “Melhorar” e “B” para desempenho “Bom”.
Lição 1 (Melhorar – de 0 a 3 acertos) e (Bom – de 4 a 8 acertos).
Lição 2 (Melhorar – de 0 a 3 acertos) e (Bom – de 4 a 6 acertos).
Lição 3 (Melhorar – de 0 a 3 acertos) e (Bom – de 4 a 7 acertos).
Lição 4 (Melhorar – de 0 a 4 acertos) e (Bom – de 5 a 10 acertos).
Nº NOME DOS ALUNOS LIÇÃO 1 LIÇÃO 2 LIÇÃO 3 LIÇÃO 4
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
102