Caderno de Atividades-Lingua Portuguesa-8 Ano-2024-Prof

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Secretário de Estado de Educação, Cultura e Esportes

Aberson Carvalho de Souza

Diretora de Ensino

Gleicicleia Gonçalves de Souza

Chefe da Divisão de Ensino Fundamental I e II

Maria de Nazaré Pereira Rodrigues

Chefe da Divisão de Ensino Fundamental Anos Finais

Maria das Dores Melo de Souza

Equipe de elaboração

Supervisão

Neiva Lopes da Silva Galvão

Produção

Língua Portuguesa Matemática

Clícia Messias Mendonça Carlos Ferreira de Almeida


Denize Nogueira Magalhães Jéssica Souza Mendes da Silva
Karina da Silva Souza Márcio Rogério Rufino Campos

Revisão
Célia Maria Barbosa de Moraes Lima
Cid Mauro Araújo de Oliveira

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 4
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ....................................................................................................5
Língua Portuguesa ............................................................................................................................. 5
Matemática ........................................................................................................................................... 5
ORIENTAÇÕES PARA A APLICABILIDADE DOS CADERNOS ................................................... 5
Sondagem ............................................................................................................................................ 6
Acompanhamento das aprendizagens ........................................................................................... 6
Intervenção pedagógica .................................................................................................................... 6
DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE LÍNGUA PORTUGUESA ................. 7
Tópico I. Procedimentos de leitura..................................................................................................7
Tópico IV. Coerência e coesão no processamento do texto ...................................................... 8
Tópico V. Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido........................................ 8
Tópico VI. Variação Linguística........................................................................................................ 9
DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE MATEMÁTICA ................................ 10
Eixo I. Espaço e Forma .................................................................................................................... 10
Eixo III. Números e Operações/Álgebra e Funções .................................................................... 10
LIÇÃO 1 ............................................................................................................................................... 11
Crônica................................................................................................................................................ 11
LIÇÃO 2 ............................................................................................................................................... 26
Conto ................................................................................................................................................... 26
LIÇÃO 3 ............................................................................................................................................... 37
Poema ................................................................................................................................................. 37
LIÇÃO 4 ............................................................................................................................................... 51
Letra de música ................................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 66
APÊNDICES........................................................................................................................................ 67
Apêndice A – Caderno de Atividades – Versão do Aluno ......................................................... 67
Apêndice B – Simulado 1 de Língua Portuguesa ....................................................................... 96
Apêndice C – Descritores e Gabarito do Simulado de Língua Portuguesa......................... 100
Apêndice D – Folha de Resposta do Aluno ............................................................................... 101
Apêndice E – Folha de Acompanhamento das Lições ............................................................ 102

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APRESENTAÇÃO

Professor, este material didático é parte do Projeto Ideb realizado nas escolas públicas
da Rede de Ensino do Estado do Acre. O projeto intitulado Projeto Ideb: superando metas
contém ações que, além do foco na conscientização da comunidade escolar, sobre a
importância do envolvimento de todos – pais, equipe gestora, professores e alunos, no
processo de avaliação externa, também orientam o planejamento de atividades
pedagógicas para repertoriar os estudantes no desenvolvimento de suas competências
e habilidades.

Esse material didático, composto por cadernos de Língua Portuguesa e de Matemática,


complementa a finalidade do projeto, visto que é um suporte pedagógico de apoio à
aprendizagem dos estudantes. Os cadernos foram planejados e elaborados, com base
nos descritores das Matrizes de Referência do Saeb – Sistema de Avaliação da
Educação Básica, visando a progressão gradual de conhecimentos dos estudantes, à
medida que vivenciam as atividades.

Inicialmente, os volumes I, II e III elaborados em 2023 foram destinados ao 9º ano do


Ensino Fundamental Anos Finais. Em 2024, mais cadernos (volumes I, II e III), serão
produzidos para os estudantes do 8º ano, tendo em vista que estes alunos, no ano
seguinte, passarão pelo processo de avaliação do Saeb.

Os textos base, para as atividades do caderno de Língua Portuguesa, e as situações-


problema, que constituem as atividades do caderno de Matemática, foram selecionados
criteriosamente para favorecer habilidades a serem construídas e ampliar os saberes já
adquiridos. Para isso, ambos os cadernos são estruturados a partir de lições com três
importantes momentos, Hora do texto!, Mão na massa! e Bora corrigir?.

O momento denominado Hora do texto! proporciona, aos estudantes, tanto retomar


objetos de conhecimentos que serão abordados nas atividades, quanto aprimorar a
proficiência leitora, a partir de estratégias de leitura. No momento Mão na massa!, os
alunos realizam atividades mais aprofundadas de estudo, análise dos textos ou
resolução de problemas. Já no momento Bora corrigir?, o estudante pode conferir a
atividade realizada, tendo a oportunidade de confirmar as respostas corretas, corrigir os
equívocos, refletir e aprender a partir dos acertos e dos erros.

Dito isso, vale ressaltar que esse material didático configura-se como uma intervenção
pedagógica que pode potencializar tanto o trabalho do professor, em sala de aula,

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enriquecendo as estratégias e metodologias que já costuma utilizar, quanto o percurso
de aprendizagem dos estudantes, estimulando-os a aprender cada vez mais e de
maneira bastante significativa.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Língua Portuguesa

O caderno volume I de Língua Portuguesa aborda os gêneros textuais crônica, conto,


poema e letra de música constantes no campo artístico-literário. As situações didáticas
elaboradas a partir desses gêneros podem proporcionar aos estudantes aprendizagens
que contribuem para o aprimoramento de habilidades de leitura para além dos elementos
superficiais do texto. Permitem também a interpretação de recursos expressivos e os
seus efeitos de sentido, bem como dos recursos de coerência e coesão que constituem
a articulação entre as diversas partes do texto. Além disso, as situações didáticas
propostas favorecem o reconhecimento de manifestações e possibilidades de linguagem
que evidenciam o locutor e interlocutor de um texto.

Matemática

O caderno volume I de Matemática, a partir de situações-problema, permite que o


estudante desenvolva aprendizagens relacionadas aos eixos Números e Operações/
Álgebra e Funções, resolvendo problemas que envolvem variação proporcional direta ou
inversa entre grandezas, identificando equações ou inequações do 1º grau, além de
calcular o valor numérico de uma expressão. Os alunos podem ainda aprimorar noções
sobre o eixo Espaço e Forma, reconhecendo círculo e circunferência, e refletindo sobre
as soluções para cada situação.

ORIENTAÇÕES PARA A APLICABILIDADE DOS CADERNOS

O material, tanto de Língua Portuguesa quanto de Matemática, continuam com estrutura


semelhante. São cadernos com quatro lições e um simulado. Cada lição, bem como o
simulado, têm carga horária prevista para 2h aula. No entanto, é relevante considerar
que o tempo gasto pode variar, dependendo do contexto da turma.

Os cadernos apresentam orientações e estratégias metodológicas para a aplicação


prática dos momentos e as respostas ou possibilidades de respostas esperadas dos
alunos. Isso permite ao professor conduzir e orientar, com maior facilidade, a resolução

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das atividades propostas. Contêm ainda um apêndice com as lições organizadas, de
modo a facilitar a impressão de cópias para os estudantes.

As lições, como já mencionado anteriormente, estão organizadas em três momentos bem


encadeados: “Hora do texto!”, para retomar objetos de conhecimentos ou aprimorar a
leitura; “Mão na massa!”, para aprofundar o estudo do texto ou a resolução de
problemas; e “Bora corrigir?”, para reflexão e aprendizagem a partir dos acertos e dos
erros.

O simulado está organizado com dez questões objetivas. Em Língua Portuguesa as


questões são a partir de textos, dos mesmos gêneros estudados nas lições, que
complementam as abordagens das temáticas nas aulas. Em Matemática há situações-
problema contextualizadas, assim como nas lições, a fim de que os estudantes
demonstrem o aprendizado adquirido. Uma planilha, em Excel, para registrar e tabular
os resultados, também será disponibilizada. Após a tabulação dos dados cada escola
deve enviar à Secretaria de Educação, via formulário do google forms, os resultados
alcançados.

No processo de aplicação dos cadernos é essencial adotar uma sequência de ações.

Sondagem

Para investigar o conhecimento prévio dos alunos, verificando o que já conhecem a


respeito do assunto que será explorado. Essa investigação é extremamente importante
para indicar como iniciar e proceder com a abordagem da temática.

Acompanhamento das aprendizagens

Pode-se fazer os registros da evolução dos alunos, observando a realização das


atividades. É válido também solicitar ao aluno, por exemplo, que explique como resolveu
determinada atividade. Dessa maneira, é possível entender sua linha de raciocínio,
verificar se houve compreensão do que foi trabalhado ou se ainda apresenta
dificuldades.

Intervenção pedagógica

O acompanhamento e a verificação das aprendizagens podem indicar conhecimentos


adquiridos, mas também as possíveis dificuldades e, até mesmo, as falhas no decorrer
do processo de ensino. Ao identificar as falhas, é necessário que as estratégias sejam
revistas, para torná-las de fato significativas.

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Outro ponto primordial, para a aplicação dos cadernos, é a necessidade de o professor
conhecer a matriz de referência que embasou a construção do material. É essencial a
compreensão de cada descritor para que as intervenções, durante as atividades, sejam
feitas de maneira significativa e possam garantir a aprendizagem dos estudantes. Os
descritores contemplados nas lições de Língua Portuguesa e de Matemática, bem como
o detalhamento das habilidades e possibilidades de abordagem, estão listados a seguir.

DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Tópico I. Procedimentos de leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto - A habilidade avaliada por este


descritor relaciona-se à localização, pelo aluno, de uma informação solicitada, que pode
estar expressa literalmente no texto ou pode vir manifesta por meio de uma paráfrase,
isto é, dizer de outra maneira o que se leu.

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão - Por meio deste descritor, pode-se
avaliar a habilidade de o aluno relacionar informações, inferindo quanto ao sentido de
uma palavra ou expressão no texto, ou seja, dando a determinadas palavras seu sentido
conotativo. Inferir significa realizar um raciocínio com base em informações já
conhecidas, a fim de se chegar a informações novas, que não estejam explicitamente
marcadas no texto. É possível verificar se o leitor é capaz de inferir um significado para
uma palavra ou expressão que ele desconhece.

D4 Inferir uma informação implícita em um texto - Essa habilidade é avaliada por


meio de um texto, no qual o aluno deve buscar informações que vão além do que está
explícito, mas que à medida que ele vá atribuindo sentido ao que está enunciado no
texto, ele vá deduzindo o que lhe foi solicitado. Ao realizar esse movimento, são
estabelecidas relações entre o texto e o seu contexto pessoal. Por exemplo, solicita-se
que o aluno identifique o sentido da ação dos personagens ou o que determinado fato
desperte nos personagens, entre outras coisas.

D6 Identificar o tema de um texto - Essa habilidade é avaliada por meio de um texto


para o qual é solicitado, de forma direta, que o aluno identifique o tema ou o assunto
principal do texto. O tema é o eixo sobre o qual o texto se estrutura. A percepção do
tema responde a uma questão essencial para a leitura: “O texto trata de quê?”

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Tópico IV. Coerência e coesão no processamento do texto

D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto - As habilidades que
podem ser avaliadas por este descritor relacionam-se ao reconhecimento da função dos
elementos que dão coesão ao texto. Dessa forma, eles poderão identificar quais palavras
estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a
compreensão do sentido.

D9 Diferenciar as partes principais das secundárias de um texto - Por meio deste


descritor, pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a estrutura e a organização
do texto e localizar a informação principal e as informações secundárias que o compõem.

D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a


narrativa - Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual é solicitado ao aluno
que identifique os acontecimentos desencadeadores de fatos apresentados na narrativa,
ou seja, o conflito gerador, ou personagem principal, ou o narrador da história, ou o
desfecho da narrativa.

D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto -


Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual o aluno estabelece relações
entre as diversas partes que o compõem, averiguando as relações de causa e efeito,
problema e solução, entre outros.

D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por


conjunções, advérbios etc - Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual
é solicitado ao aluno a percepção de uma determinada relação lógico-discursiva,
enfatizada, muitas vezes, pelas expressões de tempo, de lugar, de comparação, de
oposição, de causalidade, de anterioridade, de posteridade, entre outros e, quando
necessário, a identificação dos elementos que explicam essa relação.

Tópico V. Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido

D16 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados - Essa habilidade é


avaliada por meio de textos verbais e não-verbais, sendo muito valorizado nesse
descritor atividades com textos de gêneros variados sobre temas atuais, com espaço
para várias possibilidades de leitura, como os textos publicitários, as charges, os textos
de humor ou as letras de músicas, levando o aluno a perceber o sentido irônico ou

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humorístico do texto, que pode estar representado tanto por uma expressão verbal
inusitada, quanto por uma expressão facial da personagem.

D17 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras


notações - Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual é requerido do aluno
que ele identifique o sentido provocado por meio da pontuação (travessão, aspas,
reticências, interrogação, exclamação, etc.) e/ou notações como, tamanho de letra,
parênteses, caixa alta, itálico, negrito, entre outros. Os enunciados solicitam que os
alunos reconheçam o porquê do uso do itálico, por exemplo, em uma determinada
palavra no texto, ou indique o sentido de uma exclamação em determinada frase, ou
identifique por que usar os parênteses, entre outros.

D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada


palavra ou expressão - Por meio deste descritor, verifica-se a habilidade do aluno
discernir os efeitos de sentido que suas escolhas proporcionam ao texto. Atividades que
contemplem o desenvolvimento dessa habilidade devem solicitar que reconheçam a
alteração de significado de determinado termo ou vocábulo, decorrente da escolha do
autor em utilizar uma linguagem figurada. Devemos compreender a seleção vocabular
como uma estratégia do autor para que o leitor depreenda seus propósitos. Essa
habilidade é avaliada por meio de um texto no qual o aluno é solicitado a perceber os
efeitos de sentido que o autor quis imprimir, ao próprio texto, a partir da escolha de uma
linguagem figurada ou da ordem das palavras, do vocabulário, entre outros.

D19 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos


ortográficos e/ou morfossintáticos - A habilidade que pode ser avaliada por meio
deste descritor, refere-se à identificação pelo aluno do sentido que um recurso
ortográfico, como, por exemplo, diminutivo ou, aumentativo de uma palavra, entre outros,
e/ou os recursos morfossintáticos (forma que as palavras se apresentam), provocam no
leitor, conforme o que o autor deseja expressar no texto.

Tópico VI. Variação Linguística

D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de


um texto - Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade de identificar quem fala
no texto e a quem se destina, essencialmente, por meio da presença de marcas
linguísticas (o tipo de vocabulário, o assunto, etc.), evidenciando, também, a importância
do domínio das variações linguísticas que estão presentes na nossa sociedade.

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DETALHAMENTO DOS DESCRITORES - CADERNO DE MATEMÁTICA

Eixo I. Espaço e Forma

D11 Reconhecer círculo/circunferência, seus elementos e algumas de suas


relações - O descritor pretende avaliar a habilidade dos alunos de identificar os
elementos principais do círculo e da circunferência e aplicar suas propriedades.

Eixo III. Números e Operações/Álgebra e Funções

D29 Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre
grandezas - O descritor pretende avaliar a habilidade dos alunos de resolver problemas
com grandezas direta ou inversamente proporcionais. Em geral, são usadas regras de
três simples na resolução dos problemas.

D30 Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica grandezas - O descritor


pretende avaliar a habilidade dos alunos de substituir as variáveis da expressão algébrica
por números inteiros e calcular seu valor numérico, envolvendo as várias operações.

D33 Identificar uma equação ou inequação do 1º grau que expressa um problema


- O descritor pretende avaliar a habilidade dos alunos de exprimir, com uma equação ou
inadequação do 1º grau, situações apresentadas em problemas contextualizados.

D34 Identificar um sistema de equações do 1º grau que expressa um problema - O


descritor pretende avaliar a habilidade dos alunos de, dado um problema, identificar e
expressar equações do 1º grau, construindo um sistema de equações.

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LIÇÃO 1
Crônica
A crônica é um gênero que circula tanto na esfera jornalística quanto na literária. Pode
se apresentar como uma narrativa ou um texto de caráter argumentativo que aborda
temas da vida cotidiana, abrangendo assuntos das áreas mais diversas. Em geral, é
curta e escrita em linguagem simples, embora obedeça à norma padrão. O tom informal
do texto se assemelha a uma conversa entre amigos, criando uma proximidade entre o
escritor e o leitor. A narrativa pode ser irônica ou bem-humorada e, muitas vezes, relata
fatos vividos pelo próprio escritor. A crônica é publicada em jornais e na internet, mas
também pode ser reunida em um livro, geralmente em uma seleção de textos desse
gênero.

Disponível em: Aprova Brasil: 6º ao 9º: língua portuguesa. Anos finais/ organizadora Editora Moderna.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto.

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

D4 Inferir uma informação implícita em um texto.

D6 Identificar o tema de um texto.

Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

D9 Diferenciar as partes principais das secundárias de um texto.

D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a


narrativa.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.

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Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura da crônica, apresente aos alunos, impressa ou em data show,
a seguinte imagem das operações matemáticas e peça que respondam as continhas
sem usar calculadora. Estipule um tempo de cinco minutos e observe como realizam a
atividade, se estão fazendo cálculos no papel, contando nos dedos ou resolvendo
mentalmente.

Disponível em: https://fastmulti.com/produto/carimbo-matematica/ Acesso em: 09/01/2024.

Em seguida, convide-os a conferir os resultados e promova uma conversa com a turma.


Questione:

 Vocês acertaram todos os cálculos? Estimule a participação dos alunos.


 Foi fácil resolver as continhas? Resposta livre. Permita que os alunos se
expressem.
 De que modo os cálculos teriam sido resolvidos de maneira mais rápida? Espera-
se que os alunos respondam que teria sido mais rápido se eles tivessem usado
uma calculadora.
 Você acha importante saber fazer cálculos mentalmente ou na ponta do lápis? Por
quê? É esperado que respondam que é importante pois, em momentos sem
calculadora disponível ou nos quais o uso não seja permitido, os alunos possam
realizar o cálculo solicitado.
 Você acha importante aprender matemática? Espera-se que os alunos
respondam sim, pois eles vão utilizar números e cálculos durante toda a vida.
 Em que situações da vida vocês usam a matemática? Somas de notas na escola,
compras no mercado, checagem de troco, jogos etc.

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 Já foram prejudicados em algo fora da escola, por não saber fazer cálculos
matemáticos? A intenção é que os alunos comecem a refletir sobre a importância
da matemática e o quanto está presente no nosso cotidiano.

Depois de ouvir as respostas dos alunos, avise-os de que será realizada a leitura de um
texto relacionado à conversa que tiveram. Solicite que ouçam atentamente porque, em
alguns momentos, serão feitas pausas para interação com a turma.

A seguir, o texto para leitura.

Dois mais dois

Luis Fernando Verissimo

O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, já que a sua
minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora
resolveu contar uma história. (Pausa)

1. Você concorda com a opinião de Rodrigo? Justifique a sua resposta. Resposta


pessoal.

2. Como você acha que será a história a ser contada pela professora? Quais fatos
acontecem nela? Resposta pessoal.

3. Que outra palavra nesse parágrafo, além do nome, refere-se ao menino


Rodrigo? (D2) Por que você acha que essas palavras foram utilizadas para se
referir ao menino? A outra forma de se referir ao menino foi com a palavra ele. Ela foi
utilizada para que o nome do menino não fosse repetido duas vezes dentro do mesmo
parágrafo.

4. E se retirássemos essas palavras e colocássemos o nome do menino, como


ficaria? É esperado os alunos perceberem que a substituição foi realizada para que o
texto não fique repetitivo e a fluidez da leitura não seja prejudicada.

Continuando o texto...

13
Contou a história do Supercomputador. Um dia, disse a professora, todos os
computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do sistema será
em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo
terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para
compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo.
Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calculadoras portáteis.
Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa
estará na memória do Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de
segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima. E haverá bilhões de telas
espalhadas por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos até estações espaciais.
Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser. (Pausa)

5. A história imaginada por você, a ser contada pela professora, seria assim?
Resposta pessoal.

6. Como é o cenário da história que foi contada? Espera-se que o aluno imagine
uma cena de sala de aula, cadeiras, professora, colegas em volta etc.

7. Você consegue fazer uma relação entre a história contada pela professora e o
modo como vivemos atualmente? Em que pontos elas são parecidas? Em relação
à associação da história contada pela professora e os dias atuais, espera-se que os
alunos percebam que acontece exatamente como na história: encontramos as
respostas para tudo o que desejamos num clique de celular e, muitas vezes, não
questionamos a veracidade delas.

Continuando o texto...

Um dia, um garoto perguntará ao pai:

– Pai, quanto é dois mais dois?

– Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte a Ele.

14
E o garoto digitará os botões apropriados e num milésimo de segundo a resposta
aparecerá na tela. E então o garoto dirá:

– Como é que sei que a resposta é certa?

– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.

– E se Ele estiver errado?

– Ele nunca erra. (Pausa)

8. A palavra Ele, utilizada nas perguntas e respostas do diálogo entre o pai e o


menino, referem-se a quem? A palavra refere-se ao Supercomputador.

9. Por que a palavra aparece com uma letra maiúscula no início dela? (D4) A
palavra aparece iniciada com letra maiúscula na intenção de torná-lo uma pessoa,
mostrar sua grandeza e poder.

10. Nas frases “um garoto perguntará”, “o garoto digitará” e “responderá o pai”
indicam que tempo para as ações expressas pelo verbo? As ações expressas pelo
verbo estão no tempo futuro, ou seja, ainda vão acontecer.

Continuando o texto...

– Mas se estiver?

– Sempre podemos contar nos dedos.

– O quê?

– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais
dois. Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo. (Pausa)

15
11. Você também utiliza essa estratégia com os dedos para fazer contas?
Resposta pessoal. A intenção é que o aluno interaja com o texto.

12. Que dificuldade poderá ser encontrada por alguém que usa esse recurso para
fazer somas? Espera-se que os alunos respondam que a possível dificuldade é o fato
de as somas solicitadas serem de números altos.

Continuando o texto...

– Mas pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo
muita gente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele
está certa? Aí o pai suspirou e disse:

– Jamais saberemos... (Pausa)

13. Qual foi o objetivo da professora ao contar essa história para Rodrigo? O
objetivo era convencer o menino de que, se ele não soubesse matemática, seria
obrigado a aceitar sempre as respostas da máquina, sem poder contestá-las e,
quando não houvesse a possibilidade de usar uma calculadora, não poderia resolver
o cálculo, tornando-se completamente dependente da máquina.

14. O que indica o ato de suspirar do pai (incomodado, conformado, aliviado,


entristecido...)? O ato de suspirar do pai significa estar conformado com o fato de
não poder questionar se a resposta do computador está certa ou errada.

Continuando o texto...

O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse
matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o

16
Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e,
portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar.
(Pausa)

Disponível em: https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-


comentadas/. Acesso em:05/04/2024.

15. O objetivo da professora ao contar a história foi alcançado? E que parte do


texto pode comprovar isso? O objetivo foi alcançado, sim. Isso pode ser comprovado
pelo trecho: “Aí, foi a vez da professora suspirar”.

16. A resposta do menino para a professora indica ter ele mudado ou não de ideia
sobre a necessidade de aprender matemática? E que falas podem comprovar
isso? Indica que ele mudou de ideia, sim. Todo o último parágrafo mostra que o menino
não gostou do fato de não poder contestar as respostas do computador, e que para
fazer isso, precisava saber matemática.

Após a leitura colaborativa, pergunte:

 Vocês gostaram da história? Se identificaram com o Rodrigo em algum momento?


Em que ponto isso aconteceu? Convide cerca de cinco alunos para responder a
esses questionamentos e deixe que se expressem associando com o que
compreenderam da história.

Após ouvir as respostas dos alunos, peça que façam uma leitura silenciosa do texto,
agora sozinhos e sem pausas. Observe a turma enquanto leem e, depois de concluírem,
convide-os a responder qual o tema do texto que acabaram de ler. (D6)

Depois, entregue aos alunos uma cópia do quadro abaixo e, juntos, indiquem qual a ideia
principal de cada parágrafo do texto. Peça para resumirem o que entenderam de cada
trecho, com suas próprias palavras, tentando manter a ideia principal da crônica. Ajude-
os na redação das ideias. (D9)

Exemplo de quadro-síntese e possibilidades de respostas:

17
Parágrafo Ideia principal

O Rodrigo não entendia por que precisava aprender Rodrigo não achava
matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as importante aprender
contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora matemática.
resolveu contar uma história.

Contou a história do Supercomputador. Um dia, disse a A professora contou uma


professora, todos os computadores do mundo serão história relatando que as
unificados num único sistema, e o centro do sistema pessoas usariam
será em alguma cidade do Japão. Todas as casas do computadores para
mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do resolver tudo na vida e isso
Supercomputador. As pessoas usarão o seria controlado por um
Supercomputador para compras, para recados, para supercomputador
reservas de avião, para consultas sentimentais. Para interligado a todos os
tudo. Ninguém mais precisará de relógios individuais, outros.
de livros ou de calculadoras portáteis. Não precisará
mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre
qualquer coisa estará na memória do
Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em
milésimos de segundo a resposta à consulta estará na
tela mais próxima. E haverá bilhões de telas espalhadas
por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos
até estações espaciais. Bastará ao homem apertar um
botão para ter a informação que quiser.

Um dia, um garoto perguntará ao pai: Todas as perguntas serão


feitas ao supercomputador.
– Pai, quanto é dois mais dois?

– Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte a Ele.

E o garoto digitará os botões apropriados e num


milésimo de segundo a resposta aparecerá na tela.

E então o garoto dirá: O menino questiona como


poderá saber se a resposta
– Como é que sei que a resposta é certa?
estará realmente correta.

18
– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.

– E se Ele estiver errado?

– Ele nunca erra.

– Mas se estiver?

– Sempre podemos contar nos dedos.

– O quê?

– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante


dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três,
quatro. O computador está certo.

– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos O pai informa que nunca
dedos. A não ser reunindo muita gente e usando os será possível saber se a
dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta resposta da máquina
d’Ele está certa? Aí o pai suspirou e disse: estará certa ou errada. Ela
é incontestável.
– Jamais saberemos...

O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando O menino entendeu a


ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr história, porém não aceitou
o Computador à prova, então não faria diferença se o a situação de não poder ter
Computador estava certo ou não, já que a sua resposta certeza se as respostas
seria a única disponível e, portanto, a certa, mesmo que estão corretas ou
estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar. incorretas.

Ao final da atividade, explique aos estudantes que o texto lido é uma crônica e ressalte
suas características, relacionando-as aos pontos que o definem como pertencente a
esse gênero.

Sugira que os alunos pesquisem e leiam outras crônicas, sempre


que tiverem disponibilidade, na escola ou em casa. Assim,
podem se identificar cada vez mais com esse gênero.

19
Mão na Massa!

Explique que agora irão “pôr a mão na massa” e devem ler atentamente o texto e as
questões abaixo para respondê-las.

Atividade

QUESTÃO 01 (D1) – A professora contou uma história para Rodrigo porque ele
A) adorava histórias.
B) gostava de matemática.
C) não queria aprender matemática.
D) não queria aprender histórias.

QUESTÃO 02 (D3) – No texto, o termo Supercomputador é utilizado para representar


A) uma grande máquina de computador.
B) um computador potente de uso pessoal.
C) um sistema de rede mundial que controla tudo.
D) uma supercalculadora.

QUESTÃO 03 (D10) – O conflito gerador do enredo foi o fato de que o menino não
A) achava necessário estudar.
B) via importância em estudar matemática.
C) gostava das aulas da professora.
D) concordava com as respostas da calculadora.

QUESTÃO 04 (D4) – A atitude de Rodrigo em não aceitar que a resposta do


Supercomputador pode ser absoluta revela que o menino é
A) questionador.
B) conformado.
C) participativo.
D) calado.

20
QUESTÃO 05 (D9) – A informação principal da história a respeito do supercomputador,
contada a Rodrigo pela professora, é que
A) haverá um supercontrole da vida das pessoas na terra por meio de máquinas.
B) uma máquina interligada por um sistema permitirá que as pessoas resolvam tudo.
C) bilhões de telas oferecerão informações que podem ou não ser contestadas.
D) a professora respirou preocupada com o tipo de informação vinda nas máquinas.

QUESTÃO 06 (D11) – É possível perceber uma relação de causa e consequência em


A) “O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática”.
B) “Todos os computadores do mundo serão unificados num único sistema”.
C) “E haverá bilhões de telas espalhadas por onde o homem estiver”.
D) “O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, e então a
professora resolveu contar uma história.”

QUESTÃO 07 (D15) – No trecho “O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando
ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então
não faria diferença se o Computador estava certo ou não,” a conjunção em destaque
indica que Rodrigo
A) adorou a história da professora e aceitou que a resposta de um computador não deve
ser contestada.
B) não entendeu a história contada, embora saiba que as máquinas cometem erros.
C) concluiu que é correto aceitar as respostas do supercomputador, visto que ele não
erra nunca.
D) gostou da história, porém não concorda que deva acreditar cegamente na resposta
da máquina.

QUESTÃO 08 (D4) – Após as argumentações de Rodrigo, no final do texto, a respeito


da impossibilidade de saber se a máquina está certa ou não, o texto diz que “Aí foi a vez
da professora suspirar”. O ato de suspirar da professora pode ser entendido como
A) alívio.
B) cansaço.
C) estresse.
D) nervosismo.

21
Bora Corrigir?
Para realizar a correção das atividades, convide alunos para irem até o quadro, ler uma
questão, socializar uma resposta e dizer o motivo pelo qual escolheram determinada
alternativa como sendo a correta.

REFLEXÃO DAS QUESTÕES

QUESTÃO 01 (D1) – Para responder a essa questão, o aluno precisa apenas ler o texto
e encontrar a informação que está explícita. A alternativa A está incorreta, pois não é
dito no texto que o menino gosta de histórias. A alternativa B está incorreta, uma vez que
não há informações explícitas no texto afirmando que o menino adorava a disciplina de
matemática. A alternativa C, gabarito da questão, porta a afirmativa correta, porque o
motivo de a professora ter contado uma história foi o fato de o menino não entender por
que precisava aprender matemática, logo, não queria estudar a matéria. A alternativa D
não poderia ser o gabarito da questão, haja vista que a crônica não aborda, em nenhum
momento, o fato de o menino não querer aprender histórias.

QUESTÃO 02 (D3) – Para responder a essa questão, o aluno precisa realizar um


processo cognitivo mais elaborado, que envolve utilizar as informações oferecidas pelo
texto e organizá-las, para construir um novo significado para palavras ou expressões.
Nesse caso, é necessário entender por que a máquina recebe o título de
supercomputador, iniciando com letra maiúscula. A alternativa A está incorreta, pois o
termo não se refere ao fato de a máquina ser grande em tamanho físico. A alternativa B
está incorreta, já que nada no texto sugere que o computador seja de uso pessoal. A
alternativa C contempla o gabarito da questão, haja vista o termo Supercomputador
indicar uma máquina muito potente, a qual controlará tudo no mundo. A alternativa D
está incorreta, uma vez que a máquina não é apenas uma supercalculadora. Os termos
computador e calculadora aparecem no texto, ao longo da história, o que pode levar o
aluno a errar a questão, caso não realize uma leitura atenciosa.

QUESTÃO 03 (D10) – O processo cognitivo necessário para responder a essa questão


é o de reconhecer a estrutura da narrativa e identificar qual foi o fato conflitante que deu
origem ao enredo, ou seja, o desenrolar da história. A alternativa A não pode ser

22
considerada correta, pois o texto não aborda o fato de o menino não gostar de estudar
ou de ir para a escola. A alternativa B é considerada correta, porque a professora conta
a história para o menino justamente pelo fato de ele não entender qual a importância de
estudar matemática, e isso está comprovado no trecho “O Rodrigo não entendia por que
precisava aprender matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as contas por
ele, pelo resto da vida, e então a professora resolveu contar uma história.” A alternativa
C não pode representar a correta, pelo fato de que o texto não indica que o aluno não
goste das aulas da professora. A alternativa D não poderia representar a correta, haja
vista que o menino não questiona respostas da calculadora. Pelo contrário, no início ele
defende a utilização da mesma.

QUESTÃO 04 (D4) – A habilidade exigida nesta questão é de que o estudante seja capaz
de perceber informações além daquilo que está explícito no texto. A partir da leitura, ele
vai deduzindo o que lhe é solicitado no comando. Nesse caso, o estudante precisa
identificar, em suas leituras anteriores, o tipo de comportamento que pode ser atribuído
à Rodrigo, pelo fato de ele não aceitar que o Supercomputador esteja sempre certo. O
gabarito da questão é a alternativa A, pois o ato de não aceitar respostas definitivas de
maneira incontestável é característica de quem é questionador. A alternativa B não
poderia representar a resposta correta, pelo fato de que o garoto não se conforma com
a ideia de não poder pôr em dúvida o que o Supercomputador responde. Não poderia
ser a alternativa C, porque o aluno não é apenas participativo, mas faz questionamentos.
Por fim, não poderia ser a alternativa D, uma vez que o texto não dá nenhum indício de
que o menino seja uma criança calada, que não expressa seus pensamentos e dúvidas.

QUESTÃO 05 (D9) – O processo cognitivo necessário para responder a essa questão é


sintetizar e identificar qual a informação principal veiculada por um texto. Nessa crônica,
temos uma história dentro da história. O aluno precisa reconhecer qual a parte principal
da história, contada pela professora a Rodrigo, que é a informação de que haverá uma
máquina interligada por um sistema, a qual permitirá que as pessoas resolvam tudo na
vida, ideia presente na alternativa B, logo, a correta. A alternativa A está incorreta,
porque a história não diz que são algumas máquinas, mas que serão muitas. A
alternativa C está incorreta, pois não se trata de informações que possam ser
contestadas, mas, pelo contrário, a máquina controlará todas as informações e respostas
oferecidas. Por fim, a alternativa D está incorreta porque, apesar de a preocupação com

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as máquinas existir, por parte de Rodrigo, isso não está presente na história contada
pela professora.

QUESTÃO 06 (D11) – A habilidade requerida nessa questão é a de identificar a relação


de causa e efeito entre ações relatadas num texto, por exemplo, a parte do texto em que
alguém fez algo e que efeito isso acarretou na história. O aluno precisa analisar as
assertivas e identificar se essa relação existe ou não em cada uma delas. Na alternativa
A, temos apenas um fato: o personagem não entendia a necessidade de estudar
matemática. Logo, não está correta. Na alternativa B, também não aparece uma relação
de causa e efeito, pois apenas um fato é relatado: o de que os computadores serão
unificados. Do mesmo modo, a alternativa C apresenta apenas a assertiva de que haverá
milhões de telas. Na alternativa D, gabarito da questão, é possível perceber essa relação:
a causa é o menino não entender por que precisa estudar matemática e o efeito foi a
professora contar a história.

QUESTÃO 07 (D15) – A habilidade requerida nessa questão é de que o aluno seja capaz
de perceber a relação lógico-discursiva de adversidade, de contrariedade, presente e
marcada pela conjunção “mas”. A alternativa A está incorreta, pois ela tem sentido
aditivo e acrescenta uma informação. A alternativa B apresenta uma frase de negação,
indicando que o menino não entendeu a história contada pela professora. A alternativa
C apresenta uma frase conclusiva e falsa, pois o garoto não aceitaria as respostas do
Supercomputador. A alternativa D está correta, pois destaca essa ideia de contrariedade,
no sentido de que o menino gostou da história (e o normal de quem gosta de uma história
é tomar as informações como verdade), mas discordou das informações, ou seja, não
aceita o fato de que uma máquina dê a palavra final sobre contas, por exemplo.

QUESTÃO 08 (D4) – Nesta questão, o processo cognitivo requerido do aluno é o de que,


por meio da leitura e das informações oferecidas pelo texto, faça associações e consiga
interpretar sentidos além do que está escrito. No caso, solicita-se que o estudante
identifique o que significa o ato de suspirar da professora, baseando-se no contexto de
que ela estava tentando convencer o Rodrigo da importância de aprender matemática.
Desse modo, a alternativa A está correta, pois o suspiro da professora foi de alívio, ao
perceber que o menino compreendeu o que ela quis ensinar ao contar a história. A
alternativa B está incorreta, pois o texto não indica que a professora tenha ficado
cansada. A alternativa C está incorreta, uma vez que, em nenhum momento, a
professora demonstrou estresse com a situação. Por fim, a alternativa D está incorreta,

24
haja vista que as informações do texto não sugerem que a professora tenha ficado
nervosa.

Após a correção coletiva, oriente os alunos a identificarem o desempenho na atividade,


observando a tabela abaixo.

0 a 2 acertos 3 a 5 acertos 6 a 8 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

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LIÇÃO 2
Conto
O conto pode ser definido como uma narrativa curta e com um único conflito. Isso
significa que, nessas histórias, há poucos personagens, o tempo e o espaço são
reduzidos ao essencial e, além disso, o enredo (a sequência de ações pelas quais os
personagens passam) é marcado pela existência de um único acontecimento relevante.
Dessa forma, em geral, os contos apresentam apenas um clímax (aquele momento de
maior tensão da narrativa). Existem diversos tipos de conto, e a categorização dessas
subdivisões do gênero devem-se a diversos fatores, tais como o tipo de personagem, a
época em que o enredo ocorre, ou ainda o público: conto de ficção científica, fantástico,
de fadas, de assombração, dentre outros.

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/conto.htm. Acesso: 07/02/2024. Adaptado.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.
Tópico VI – Variação Linguística
D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de
um texto.

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Hora do texto!
Inicie o encontro com a audição da canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e
Fernando Brant. Apresente o vídeo e a letra da música, por meio de um Datashow, para
que os alunos a conheçam. Se não for possível exibir o vídeo, faça com que os alunos
tenham contato com a música e a letra copiada na lousa, impressa ou em cartaz.

Maria, Maria

Milton Nascimento

Maria, Maria é um dom, uma certa magia


Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta

Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor


É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça


É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça


É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida
Disponível em: https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/47431/. Acesso em: 07/02/2024.

Link do vídeo: < https://www.youtube.com/watch?v=INhEa5kCVno>

Após apreciarem a música, reflita com os alunos, com base nas questões a seguir:

 A Maria mencionada na canção parece ser uma pessoa forte ou frágil? Com base
na canção, o que nos faz pensar isso? (D4) A Maria citada na canção parece ser
alguém forte que, apesar das dificuldades, continua a ter fé na vida. O que nos

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faz pensar isso são os trechos que dizem “Uma força que nos alerta”, “É a dose
mais forte e lenta”, “É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca
/ Possui a estranha mania de ter fé na vida”.
 A canção refere-se somente a mulheres que carregam o nome Maria? (D4) Não.
A canção pode referir-se a todas as mulheres fortes que, com fé e determinação,
seguem suas vidas superando dificuldades.

Continue a “Hora do texto” anunciando aos alunos que farão uma leitura silenciosa do
conto “As Marias”, de Dalton Trevisan. É interessante que realizem mais uma leitura,
buscando a compreensão das palavras que desconhecem, com o auxílio de um
dicionário.

Em seguida, proceda com a leitura colaborativa do conto, orientando-se pelas questões


que acompanham o texto a seguir.

"As Marias"

Dalton Trevisan

Maria, FILHA DE MARIA, a filha de Maria, tem trinta e um desgostos. Lava a


roupa, lava a louça, varre que varre, e a patroa —Jesus Maria José! — a patroa ralhando.
(Pausa)

1. O que o narrador quis mostrar ao enfatizar “Maria, FILHA DE MARIA, a filha de


Maria”? (D3) O narrador quis mostrar que a personagem Maria era filha e neta de
mulheres com o mesmo nome. Indo além na reflexão, a personagem era filha e neta
de mulheres com os mesmos destinos.

2. O que significa “trinta e um desgostos”? (D3) O narrador refere-se à idade de


Maria.

3. O que significa no texto a expressão “Jesus Maria José”? (D3) Espera-se que
os alunos percebam que é uma expressão de admiração; mesmo Maria fazendo tantas
coisas, ainda assim a patroa reclama.

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Continuando o texto...

Aos sete anos, foi dada pela mãe à primeira patroa. Mulher cheia de filhos, não
podia com mais um: deu a pobre da Maria.

Morou sempre em casa estranha, dormindo em cama de vento, comendo em pé


ao lado do fogão. Trabalhadeira, era de confiança e não tinha boca para pedir. Pálida,
vivia debaixo de chá de ervas. Dormindo, rilhava os dentes, com as bichas alvoroçadas.
Maria, ai dela, nunca não soube qual o gosto de uma maçã. O guarda-comida trancado
a chave, ela roía um naco de rapadura, escondida sob o travesseiro. (Pausa)

4. Sabendo que conflito gerador é o fato que motiva a narrativa, de forma a


impulsionar a história, qual seria o conflito gerador no conto “As Marias”? (D10)
O fato de a mãe ter dado a filha Maria para adoção.

5. Qual a profissão de Maria? Ela é bem tratada no trabalho? (D4) Maria é


empregada doméstica e, pelas observações que o narrador faz, Maria parece ser muito
maltratada.

6. Segundo o narrador, de que modo Maria fazia suas refeições? (D1) Em pé, ao
lado do fogão. O que confirma as condições de trabalho desfavoráveis à moça.

Continuando o texto...

Aparecia de lenço amarrado na bochecha intumescida, usava cera milagrosa


para dor de dente, até que perdia o dente. Era vagarosa por culpa de uma unha
encravada. De lidar na potassa, partiam-se-lhe os dedos e sofria de panarício. Nunca se
despedia, era despachada pela patroa, aborrecida de suas aflições e de sua cara de
pamonha.

Ao rolar de uma para outra casa, engordava com os anos, gemia de dor nas
cadeiras e enleava-se no serviço. Sua alegria era lavar os cueiros dos bebês. Ah, mas
beijar a criancinha . . .

— Você está proibida, ouviu, Maria?

29
Criada não conhece o seu lugar, podia ter alguma doença. (Pausa)

7. “Nunca se despedia, era despachada pela patroa...”, neste contexto, o que


significa ser despachada? (D3) No texto, tem o sentido de despedir, demitir, mandar
embora do trabalho.

8. Por que Maria era despachada pela patroa? (D11) Maria era despachada pela
patroa, que ficava aborrecida com as aflições e a cara de pamonha da pobre.

9. De quem seria esta frase no texto? “Criada não conhece o seu lugar, podia ter
alguma doença”. Esta frase expressa que sentimento em relação à Maria? (D13)
O narrador quis dizer que alguma das patroas de Maria poderia dizer essa frase a ela.
A frase expressa preconceito em relação à Maria.

Continuando o texto...

Era moça séria, que não ia ao baile com as outras. No carão anêmico, esfregava
papel de seda escarlate, molhado na língua e, mal aparecia à janela, a espiar os
soldadinhos verdes, a patroa ralhava:

— Maria, já escolheu o arroz?

— Maria, já passou a roupa?

— Já encerou a casa, Maria?

Areada a chapa do fogão, guardada a louça, varrida a cozinha, chegava-se


medrosa à porta. O soldado rondava, parava, batia continência. Tinha pressa, como
soldado, estava sempre indo para a guerra: logo queria pegar na mão e cobrir de beijos.

— Deus me livre, podia ter alguma doença. (Pausa)

30
10. A quem as expressões “moça séria” e “carão anêmico” se referem? (D2)
Essas expressões referem-se à Maria.

11. Por que o narrador usa a expressão “carão anêmico”? (D3) Para enfatizar ao
leitor a má aparência de Maria.

Continuando o texto...

Maria faz o sinal da cruz: a boca só o marido é que iria beijar.

Onde estão os praças de cavalaria, que já não tilintam esporas na calçada?


Trinta e um anos de Maria. Eis que se queixa de não ir passear com a Marta.

— Pois vá chorar no quarto — ordena-lhe a patroa. Não suporto cena de


gentinha.

Essa Maria, um objeto da casa, o capacho na porta, a vassoura no prego.

Maria não vai ao circo, o palhaço é tão gozado.

Maria não vai ao Passeio Público ver o macaquinho comer banana.

Maria não vai ao cineminha na sexta-feira assistir ao Nascimento, Paixão e Morte


de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Maria, a filha de Maria, passeando no domingo com a Marta, viu o seu coração
rolar do peito, e o prato que lhe escapou dos dedos gordurosos (a patroa vai ralhar?)
partiu-se em sete pedaços de sangue pelo chão.

Era um cabo? Maria nunca soube de que arma. Ele falava lindo e tão difícil,
puxando no xis — vixto mocinha? — que ela, a saltitar ora numa perna, ora noutra,
esganada roía as unhas.

— Tem gente, cabo. Você me respeite. Ó, cabo.

Ele a levou ao circo e Maria entrou soberba como uma patroa entre a gentinha
que fazia cena: no pescoço, a velha pele de coelho mordendo a cauda. A charanga, o
peludo de cara pintada, o cabo das grandes botas de general. Um palhaço chama outro

31
de — "Gigolô", e o circo vem abaixo de tanta gargalhada. Maria simplesmente sorri, o
cabo lhe tira sangue do peito.

— Ocê me deixa louco, Maria.

Sob o espanto do baleiro, anunciando "Ói a bala, ói...", ela beijou a mão do cabo.

Em nove meses Maria, filha de Maria, vai ser mãe de Maria. (Pausa)

12. Observe o trecho “Maria simplesmente sorri, o cabo lhe tira sangue do peito”.
O que você acha que aconteceu neste momento? (D4) Complemente mostrando
aos alunos que a expressão “tirar sangue do peito” está sendo usada num sentido
metafórico, com a ideia de que Maria estava extremamente emocionada com a
situação de estar se encontrando com um homem, que demonstrava afeto por ela.

13. Observe a frase “Sob o espanto do baleiro, anunciando "Ói a bala, ói ...", ela
beijou a mão do cabo”. A palavra sob dá ao leitor a noção de que Maria e o Cabo
estavam onde? (D15) Espera-se que entendam que baleiro é o vendedor de balas, e
que eles estavam sentados na arquibancada e o vendedor passando por eles. Dessa
forma, é como se eles tivessem ficado embaixo do tabuleiro de doces.

14. O que aconteceu com Maria no fim da história? (D4) Maria engravidou do cabo
e será mãe solo, repetindo o destino de sua mãe e de sua avó.
Disponível em: https://encr.pw/xQ7ss. Acesso em: 06/02/2024.
Após a leitura colaborativa do texto, provoque a turma para uma reflexão sobre o texto
de Dalton Trevisan, por meio da seguinte questão:

 Quantas “Marias” você conhece?

Deixe que dois ou três alunos, compartilhem com os colegas a história de alguma mulher
forte, determinada e inspiradora que conheçam.

Para que conheçam mais sobre a temática indique o curta-


metragem “Vida Maria”, vencedor de prêmios em festivais de
cinema nacionais e internacionais.
https://www.youtube.com/watch?v=yFpoG_htum4

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Mão na massa!
Oriente a turma a reler o texto e responder às questões, com muita atenção. É importante
que os estudantes percebam a importância de reler o texto e as questões quantas vezes
for necessária como uma estratégia para melhor compreender as possibilidades de
interpretação.
Atividade
QUESTÃO 01 (D4) – A narrativa nos relata que “Maria, ai dela, nunca não soube qual o
gosto de uma maçã”. Esta informação, implicitamente, diz ao leitor que Maria
A) nunca quis experimentar uma maçã.
B) tinha problemas com o sabor das maçãs.
C) tinha uma vida difícil e não havia nada doce nela.
D) não gostava de comer maçãs.

QUESTÃO 02 (D3) – O trecho “Pálida, vivia debaixo de chá de ervas”, dá a entender ao


leitor que Maria
A) aceitava os chás como forma de abrigo.
B) curava uma parte dos seus problemas de saúde por meio de chás.
C) não acreditava que os chás pudessem curar algum problema.
D) tomava chá somente de uma espécie de ervas.

QUESTÃO 03 (D15) – No trecho “mal aparecia à janela, a espiar os soldadinhos verdes,


a patroa ralhava”, a palavra em destaque dá a noção ao leitor de que
A) a patroa nem deixava Maria chegar à janela.
B) antes que Maria fosse à janela a patroa falava.
C) assim que Maria chegava à janela a patroa reclamava.
D) depois que Maria ia à janela a patroa comentava.

QUESTÃO 04 (D11) – O trecho “Areada a chapa do fogão, guardada a louça, varrida a


cozinha, chegava-se medrosa à porta”, nos mostra que Maria
A) ia o tempo todo olhar os soldados na rua.
B) nunca podia olhar os soldados que passavam na rua.
C) ao terminar o serviço de casa, não via mais ninguém na rua.
D) só podia olhar os soldados na rua depois que terminava os afazeres.

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QUESTÃO 05 (D3) – No texto, a patroa ordena que Maria vá chorar no quarto, pois não
suporta cena de gentinha. A expressão destacada dá a ideia de pessoas que
A) são mal educadas. B) não sabem conversar.
C) reclamam demais da vida. D) insignificantes, de baixa condição social.

QUESTÃO 06 (D13) – Leia o trecho: “Ele falava lindo e tão difícil, puxando no xis — vixto
mocinha?”. A palavra “vixto” aparece escrita dessa forma no texto com a intenção de
A) enfatizar o chiado da fala do cabo que Maria admirava.
B) revelar que Maria se sentia intimidada pelo soldado.
C) mostrar que o soldado desprezava Maria.
D) expressar o quanto o cabo falava difícil.

Bora corrigir?
Realize uma “roda de correção”, organizando as carteiras dos alunos em um círculo ou
semicírculo, de modo que todos possam se ver facilmente e tenham espaço para
participar. Leia a primeira questão e peça à turma que digam a resposta. Em seguida,
solicite que um aluno comente a resposta, complementando por que está correta, ou por
que precisa ser corrigida. Durante a discussão, destaque os pontos fortes das respostas
corretas e, gentilmente, corrija os erros, incentivando- os a refletirem. Continue o mesmo
processo de correção até que a grande maioria tenha participado da discussão.

REFLEXÃO DAS QUESTÕES

QUESTÃO 01 (D4) – Nesta questão, avalia-se a habilidade de o aluno buscar


informações que vão além do que está explícito no texto. Quando o narrador afirma que
Maria não sabia qual era o gosto de uma maçã, queria demonstrar ao leitor que a
personagem não tinha acesso a coisas simples, básicas, como comer uma maçã. Dessa
forma, ao fazer essa afirmação, deixa implícito “o quanto a vida de Maria era difícil e não
havia nada doce nela”, por isso a resposta correta é a alternativa da letra C. Não pode
ser a alternativa A, pois nas falas do narrador de que o guarda-comida vivia trancado,
entende-se que Maria, mesmo que quisesse, não podia comer nenhum tipo de comida
da casa. Não pode ser a alternativa da letra B, porque Maria não tinha problemas com o
sabor de uma maçã ou qualquer outra fruta, na verdade, ela não tinha a oportunidade

34
nem de experimentar o sabor. Não pode ser a alternativa da letra D, pois no texto há
falas que deixam implícito que Maria era proibida de comer, mas não há indícios das
suas preferências de frutas nem de nenhuma comida.

QUESTÃO 02 (D3) – Nesta questão, o aluno precisa inferir quanto ao sentido no texto
da palavra “Pálida”, juntamente com a expressão “vivia debaixo de chás de ervas”,
interpretando um sentido conotativo, que não está explicitamente no texto, de que Maria
tinha problemas de saúde e que curava a maioria deles com chás de ervas. Dessa forma,
perceberá que a resposta correta é a B. Espera-se que o estudante compreenda que a
resposta não pode ser a alternativa A, identificando que a expressão “debaixo de chá”
não significa abrigo. É esperado também que não marque a C, porque não encontrará
no texto, de maneira explícita e nem implícita, informações de que Maria não acreditava
que chás de ervas podiam curar doenças. Não deverá marcar a D, porque realizando
uma leitura atenta, deve compreender que, quando o narrador comenta que Maria “vivia
debaixo de chás”, pode ser qualquer chá e não somente uma única espécie de ervas.

QUESTÃO 03 (D15) – Ao ler o trecho “mal aparecia à janela, a espiar os soldadinhos


verdes, a patroa ralhava”, espera-se que o aluno perceba o sentido que a conjunção
“mal” traz ao texto e conclua que a resposta correta é a letra C, pois a conjunção “mal”,
no texto, tem o mesmo sentido de “assim que”. A partir da leitura do texto, o aluno deve
entender que a resposta não pode ser a letra A, pois Maria ainda conseguia chegar à
janela. Não pode ser a letra B, porque a conjunção “mal” não dá ideia de “antes de algo”.
E não pode ser a letra D, porque a patroa não comentava depois que Maria saía da
janela, mas sim, “ralhava”, ou seja, chamava-lhe a atenção logo que ia à janela.

QUESTÃO 04 (D11) – A questão visa avaliar a habilidade do aluno em observar a


relação de causa e consequência entre ações do texto. O trecho “Areada a chapa do
fogão, guardada a louça, varrida a cozinha, chegava-se medrosa à porta” mostra ao leitor
que Maria tinha a condição de que só poderia chegar-se à porta, depois de realizar todos
esses trabalhos domésticos. Por isso, o aluno precisa concluir que a resposta correta é
a alternativa D. Sendo assim, o estudante deve concluir também que a resposta não
pode ser a alternativa A, porque entende-se que Maria, com tantos afazeres, nem
poderia ir o tempo todo olhar os soldados na rua. Não pode ser a alternativa B, porque
o narrador conta que, quando Maria terminava as tarefas, “chegava temerosa perto da
janela”. Assim, essa alternativa é descartada, por conter a palavra “nunca”. Não pode

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ser a letra C, porque os soldados eram o motivo de Maria se chegar à janela, e o texto
não menciona o horário em que os soldados deixavam de caminhar pelas ruas.

QUESTÃO 05 (D3) – Esta questão pretende observar se o aluno é capaz de inferir o


sentido de uma palavra ou expressão pelo contexto. No trecho em que a patroa se refere
à Maria, ordenando-lhe que “vá chorar no quarto, pois não suporta cena de gentinha”, o
estudante deve compreender que a palavra “gentinha” é usada no sentido de pessoas
insignificantes, de baixas condições sociais, por isso precisam entender que a resposta
correta é a alternativa D. Sendo assim, o estudante compreenderá também que a palavra
“gentinha” não carrega a ideia de pessoas com falta de educação, portanto a resposta
certa não pode ser a A. Também não pode ser a letra B, pois em nenhum momento o
texto faz referência à falta de habilidade de Maria saber ou não conversar. E, por fim,
não pode ser a letra C, pois, de acordo com o texto, Maria não reclama de nada.

QUESTÃO 06 (D13) – Esta questão aborda o assunto “variação linguística” e permite


que o aluno identifique quem fala no texto e a quem ele se dirige, por meio de marcas
linguísticas como, por exemplo, o vocabulário. Além disso, evidencia a importância do
domínio das variações linguísticas que estão presentes em nossa sociedade. Nesse
sentido, o estudante deve reconhecer que a resposta correta é a A, pois o trecho “vixto,
mocinha?”, tem o objetivo de enfatizar o chiado da fala do cabo que Maria tanto
admirava. Logo, o aluno deve entender também que a resposta não pode ser a B, e nem
a C, pois as falas do cabo demonstravam intenção de conquistar Maria e não de intimidá-
la, muito menos de desprezá-la. Não pode ser a D, pois, embora o narrador afirme, no
próprio trecho, que o cabo falava difícil, essa palavra escrita com a letra “X” em vez de
“S” enfatiza o chiado na pronúncia e não a dificuldade de pronunciá-la.
Após a correção coletiva, oriente os alunos a identificar o desempenho na atividade,
observando a tabela abaixo.

0 a 2 acertos 3 a 4 acertos 5 a 6 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

36
LIÇÃO 3
Poema
O poema é um gênero da esfera literária que se caracteriza, predominantemente, pela
expressão dos sentimentos do eu-lírico, que pode ser definido como uma espécie de
narrador e não deve ser confundido com o poeta, que é aquele que escreve o poema.
Assim, independentemente da forma, os poemas se definem por permitir a um eu-lírico
revelar sua maneira pessoal de ver o mundo. Em sua origem, os poemas eram
registrados apenas oralmente. Com a invenção de suportes, como o livro, o poema
passou a circular como texto impresso. Hoje, é também publicado com frequência em
meios digitais.

APROVA BRASIL: Língua Portuguesa. 7º Ano Ensino Fundamental. 3ª Ed. São Paulo: Moderna, 2019.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto.

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

D4 Inferir uma informação implícita em um texto.

D6 Identificar o tema de um texto.


Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

Tópico V. Relação entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D17 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras


notações.

D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada


palavra ou expressão.

37
Hora do texto!
Antes da leitura do poema, mostre aos alunos, por meio de slide ou cartaz, duas
imagens. A primeira retrata a ida do homem à Lua, e a segunda é a reprodução de um
cartão postal da Casa Branca, mostrando a concepção artística de astronautas em
Marte.

Imagem 1 Imagem 2

Disponível em: Foto: Reprodução. Disponível em:


https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=312680. https://encurtador.com.br/bfqA9. Acesso em:
Acesso em: 20/06/2022. 20/06/2022.
Dialogue com os estudantes explorando as imagens, orientando-se pelas questões a
seguir:

 Você conhece a imagem número 1? Espera-se que os estudantes consigam fazer


a relação da imagem com a ida do homem à Lua em 1969.
 Quem aparece na imagem 1 e por que está vestido dessa maneira? (D1) Quem
aparece na imagem 1 é um astronauta, e está vestido dessa forma porque, fora
da terra, o homem precisa usar roupas especiais.
 A imagem 1 está relacionada a algum acontecimento histórico? (D4) Sim, está
relacionada à chegada do homem à Lua.
 Você acredita que o homem possa ter ido à Lua? Espera-se que os estudantes
exponham suas opiniões e contribuam de forma respeitosa para o diálogo.
 O que a imagem 2 representa? Quem são as pessoas que aparecem nela? (D1)
A imagem representa a exploração espacial. As pessoas são astronautas.
 Na imagem 2 onde, possivelmente, essas pessoas estão? Por que elas estão
nesse lugar? (D4) As duas pessoas estão em outro planeta. A cor avermelhada

38
da imagem pode indicar que seja Marte, já que este é chamado de planeta
vermelho. Essas pessoas estão nesse lugar, porque o homem quer conhecer,
dominar, explorar outros planetas.

Para embasar a sua conversa com a turma sobre as imagens da


ida do homem à Lua e a pretensão e ir à Marte, você pode ler as
duas sugestões de texto a seguir.

“O homem no espaço e a conquista da Lua”


Extraído da Coleção Conhecer e Crescer Ed. Escala Educacional. Disponível em:
https://acesse.dev/FcieE. Acesso em: 14/03/2024.

“Primeiros humanos a pisar em Marte já caminham pela Terra, diz

NASA”.
Disponível no link: https://encurtador.com.br/bfqA9. Acesso em: 13/03/2024.

Após o diálogo sobre as imagens, esclareça à turma que vão conhecer um poema de
Carlos Drummond de Andrade chamado “O homem; As viagens”. Faça a primeira leitura
do poema, com entonação que possa chamar a atenção dos alunos. Em seguida, avise-
os de que será feita uma leitura colaborativa, com pausas para interação dos estudantes
com o texto.

A seguir, o texto e as perguntas que podem ser utilizadas nas pausas.

O Homem; As Viagens
Carlos Drummond de Andrade
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua. (Pausa)

39
1. Por que o homem está chateado com a Terra? (D1) Porque a Terra tem sido lugar
de muita miséria e pouca diversão.

2. O que quer dizer a expressão “toca para a Lua”? (D3) É uma expressão coloquial
que quer dizer “vai”.

3. Qual sentido é impresso no texto pelo eu-lírico (a voz que fala no poema) ao
repetir tantas vezes a palavra Lua? (D18) O leitor compreende que, talvez, o homem
queria tanto ir à Lua porque, quando queremos muito algo, falamos bastante sobre isso.

4. Quais são as ações do homem ao chegar na Lua, conforme o texto? (D1) Desce,
pisa, planta bandeirola, experimenta, coloniza, civiliza e humaniza.

5. O que o eu-lírico, provavelmente, expressa no verso “humaniza a Lua”? (D18)


Ao humanizar a Lua, o homem atingiu seu objetivo de conquistar, já que humanizar é
dar condição humana (do homem) a algo.

Continuando o texto...

Lua humanizada: tão igual à Terra.


O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte. (Pausa)

40
6. Por que o homem se chateou na Lua? (D1) Porque a Lua estava humanizada igual
à Terra.

7. No trecho “Elas obedecem”. A quem a palavra em destaque se refere? (D2) As


suas máquinas.

8. Quais as ações do homem ao chegar a Marte? (D1) Desce, pisa, experimenta,


coloniza, civiliza, humaniza.

9. O que o eu-lírico, provavelmente, expressa no verso “humaniza Marte”? (D18)


Que ele atingiu seu objetivo.

Continuando o texto...

Marte humanizado, que lugar quadrado.


Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem. (...)
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra. (...) (Pausa)

41
10. Segundo o eu-lírico, o que é um lugar quadrado? (D1) Marte, depois de
humanizado.

11. Quem é sofisticado e dócil? (D1) Seu engenho.

12. Neste contexto, o que seria um engenho? (D3) Engenho seria a máquina criada
pelo homem para explorar o novo planeta.

13. O que quer dizer a repetição da palavra idem? (D18) Quer dizer que ele
procedeu, em Vênus, da mesma forma como fez nos outros planetas.

14. O que quer dizer o verso “O espaço todo vira Terra-a-terra”? (D18) Todos os
planetas explorados ficaram semelhantes ao planeta Terra.

15. O ponto de interrogação usado no verso “vê o visto — é isto?” traz que
interpretação ao poema? (D17) A ideia de que o eu-lírico, possivelmente, sentia-se
frustrado por não encontrar a novidade que tanto buscava.

Continuando o texto...
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de conviver. (Pausa)

42
10. Segundo o eu-lírico, o que é um lugar quadrado? (D1) Marte, humanizado.

11. Quem é sofisticado e dócil? (D1) Seu engenho.

12. Neste contexto, o que seria um engenho? (D3) Engenho seria a máquina criada
pelo homem para explorar o novo planeta.

13. O que quer dizer a repetição da palavra idem? (D18) Quer dizer que ele
procedeu, em Vênus, da mesma forma como fez nos outros planetas.

14. O que quer dizer o verso “O espaço todo vira Terra-a-terra”? (D18) Todos os
planetas explorados ficaram semelhantes ao planeta Terra.

15. O ponto de interrogação usado no verso “vê o visto — é isto?” traz que
interpretação ao poema? (D17) Traz a ideia de que o eu-lírico, possivelmente, sentia-
se frustrado por não encontrar a novidade que tanto buscava.

Disponível em: https://bancodapoesia.org/tag/o-homem-as-viagens/. Acesso: 06/03/2024. (Adaptado).

Feita a leitura colaborativa do poema, reflita com a turma, reforçando que o poema nos
faz pensar que a felicidade que tanto buscamos começa em nós, quando temos empatia
com os demais e com o nosso espaço de convívio.

Logo depois, convide-os a assumir um compromisso primeiro com eles, em segundo


lugar com as pessoas e, em terceiro lugar, com o espaço onde vivem. Para isso, oriente-
os a elaborar três metas para serem cumpridas ao longo deste ano. Reforce que as
metas devem ser ações que trazem alegria e bem-estar a todos! Disponibilize a tabela,
a seguir, para realizarem a tarefa.

43
Mão na massa!
Oriente os alunos a realizar uma atividade de leitura e interpretação de poemas. Serão
utilizados os textos “O apanhador de desperdícios”, de Manoel de Barros, e “Infância”,
do autor Guilherme de Almeida.

Antes de iniciarem a atividade, converse com a turma sobre o


gênero, relembrando que poemas são textos literários. Forneça
também dicas para melhor interpretação de poemas, bem como
informações sobre os autores dos textos.

Gênero poema

Os poemas são textos literários, por isso, fazem uso, predominantemente, de uma
linguagem figurada, conotativa, poética, que expressa os sentimentos do eu-lírico – a
voz que fala no texto –, permitindo-lhe demonstrar a sua maneira pessoal de ver o
mundo. Ressalte que a interpretação de poemas é um desafio. No entanto, podemos
seguir algumas dicas, para extrairmos significados mais profundos desses textos.

Dicas essenciais para interpretar poemas

Leia com calma e várias vezes – A primeira leitura de um poema pode não revelar
todos os seus significados, principalmente quando a linguagem é mais refinada.

Analise a linguagem – Poesias são ricas em figuras de linguagem, simbolismos e


ambiguidades. Por isso, preste atenção especial a esses elementos, já que eles podem
trazer significados ocultos e ampliar as interpretações possíveis.

Explore as emoções – Explore as emoções que as palavras despertam em você!


Identifique se há tristeza, alegria, melancolia, amor, raiva... Conecte-se com sensações
e tente entender como elas se relacionam às palavras e imagens do poema.

Faça conexões pessoais – Relacione o poema com experiências, sentimentos e


vivências, pois as conexões pessoais podem trazer significado ao que você está lendo.

Contextualize o poema – Procure informações sobre o autor, o período da escrita, a


estética literária a que pertence e os acontecimentos históricos da época. Isso contribui
para a compreensão do contexto e das intenções.
Disponível em: https://aprovatotal.com.br/interpretacao-de-poemas/. Acesso em: 14/03/2024. Adaptado.

44
Informações sobre os autores dos poemas desta atividade

Manoel de Barros (1916-2014) foi um dos principais poetas contemporâneos. Autor


de versos nos quais elementos regionais se conjugavam a considerações existenciais.
Foi um poeta espontâneo, um tanto primitivo, que extraía seus versos da realidade
imediata que o cercava, sobretudo a natureza. Mostrava-se distante do rótulo de “Jeca
Tatu do Pantanal”, que lhe tentaram impingir. Gostava de invenções verbais e
neologismos como “eu me eremito”.

Guilherme de Andrade Almeida (1890-1969) participou da Semana de Arte Moderna


em 1922. Percorreu o Brasil, difundindo as ideias da renovação artística e literária.
Dominou amplamente o fazer poético, por ser grande conhecedor da ciência do verso
e da língua.
Biografias disponíveis nos sites: https://www.ebiografia.com/guilherme_de_almeida/ e
https://www.ebiografia.com/manoel_de_barros/. Acesso em: 14/03/2024.

Após as dicas de interpretação de poemas, solicite que façam a atividade:

Atividade

Leia atentamente o texto e responda às questões.

O apanhador de desperdícios

Manoel de Barros

Uso a palavra para compor meus silêncios.


Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.

45
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Disponível em: https://leiturinha.com.br/blog/poemas-de-manoel-de-barros/. Acesso em: 04/03/2024.

QUESTÃO 01 (D18) – Nos primeiros versos do poema, o eu-lírico revela que “dá mais
respeito às palavras que vivem de barriga no chão tipo água pedra e sapo”. Podemos
inferir que o eu-lírico prefere utilizar palavras
A) difíceis de serem pronunciadas.
B) modernas, que surgiram na atualidade.
C) simples como os elementos da natureza.
D) que informam sobre os animais.

QUESTÃO 02 (D18) – Observe o verso (ℓ. 13): “Tenho em mim um atraso de nascença”.
Isso significa que o eu lírico
A) nasceu prematuro.
B) não tem dificuldade de se adaptar às mudanças.
C) tem uma visão diferente do mundo pois não gosta do que é moderno.
D) apresenta algum problema de saúde desde o seu nascimento.

QUESTÃO 03 (D18) – No poema (ℓ. 18), o eu-lírico se considera “um apanhador de


desperdícios”, porque
A) dedica-se a limpar o meio ambiente.
B) gosta de coletar coisas inúteis.
C) preocupa-se com o desperdício de recursos.
D) valoriza as coisas simples.

46
QUESTÃO 04 (D18) – No penúltimo verso do poema, o eu-lírico se considera “da
invencionática”, pois
A) considera-se especialista em inventar coisas.
B) é criativo e tem o dom de inventar.
C) não gosta de seguir regras.
D) apaixona-se por tecnologia.

QUESTÃO 05 (D1) – No início do poema, o eu-lírico confessa que utiliza a palavra para
A) compor seus silêncios.
B) detalhar explicações.
C) influenciar e persuadir.
D) informar e comunicar.

QUESTÃO 06 (D6) – Após a leitura do texto, podemos concluir que o poema trata
A) da beleza que encontramos na simplicidade.
B) do valor à velocidade dos acontecimentos.
C) da pressa que devemos ter na vida.
D) das invenções na informática.

Leia outra forma de poema denominado de HAICAI, que é um poema curto, de origem
japonesa.
Infância
Guilherme de Almeida
Um gosto de amora
Comida com sol. A vida
Chamava-se: “Agora”.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/o-haicai.html. Acesso em: 11/03/2024.

QUESTÃO 07 (D4) – O que o poema revela sobre a percepção do eu-lírico em relação


ao tempo da infância?
R: O poema pode indicar que a infância é a parte mais gostosa da vida e que as crianças
vivem o momento presente, o “agora”, sem grandes preocupações.

47
Bora corrigir?
Para a correção, convide três alunos voluntários para ficar sentados de frente para a
sala. Leia a primeira questão e solicite que esses três estudantes revelem suas respostas
justificando-as. Em seguida, pergunte quem da turma concorda com a resposta. Se
houver divergência de respostas, abra para uma discussão e intervenha, sempre que
necessário, para que todos possam chegar à resposta correta e compreendê-la. Faça o
mesmo procedimento em todas as questões até o final da tarefa.

REFLEXÃO DAS QUESTÕES

QUESTÃO 01 (D18) – Esta questão avalia a habilidade de o aluno perceber o “jogo de


palavras” que o eu-lírico faz para expressar suas percepções. Ao dizer que dá mais
respeito às palavras que vivem de barriga no chão, tipo água pedra sapo, o eu-lírico
reforça que valoriza mais as palavras simples e comuns como esses elementos. Por isso,
a resposta correta é a letra C. Dessa maneira, a resposta não pode ser a letra A, pois o
eu-lírico não fala em dar valor às palavras difíceis que, provavelmente, são aquelas mais
rebuscadas. A resposta não pode ser a letra B, porque suas falas não indicam que
prefere utilizar palavras novas, que surgiram atualmente. Não podemos marcar como
resposta a letra D, tendo em vista que as palavras usadas para informar não são alvo de
admiração do eu-lírico, como citado no verso “Não gosto das palavras / fatigadas de
informar”. Além disso, apesar de citar a palavra “sapo”, isso não indica preferência por
palavras que informam sobre animais.

QUESTÃO 02 (D18) – Nesta questão, o aluno deve demonstrar o seu entendimento


quanto às expressões usadas pelo eu-lírico do poema. Ao afirmar que tem um “atraso
de nascença”, o eu-lírico demonstra que tem uma visão diferente do mundo, por não
gostar do que é moderno, por isso a resposta certa é a letra C. A resposta não pode ser
a letra A, nem a letra D, porque o eu-lírico não mencionou seu nascimento, tampouco
que teve problemas de saúde nesse processo. A resposta não pode ser a letra B, pois,
ao revelar que tem atraso de nascença, compreende-se que gosta das coisas como
estão e são, não gosta do novo, logo, tem sim dificuldade em se adaptar às mudanças.

48
QUESTÃO 03 (D18) – Os poemas de Manoel de Barros são ricos em jogos de palavras.
Mais uma vez, nesta questão, o que está sendo avaliada é a capacidade do aluno
compreender a intenção do eu-lírico de se autodenominar como um apanhador de
desperdícios. Ele se dá esse título porque valoriza as coisas simples e desimportantes,
como expressa ao longo de todo o poema. Portanto, a resposta é a letra D. Não pode
ser a letra A, porque a temática do poema não é a limpeza do meio ambiente. Não pode
ser a letra B, porque o eu-lírico fala de admirar as coisas simples e não de coletá-las.
Não pode ser a letra C, porque em nenhum momento o poema trata sobre desperdício
de recursos.

QUESTÃO 04 (D18) – Vemos, nesta questão, uma característica da poética de Manoel


de Barros: a criação de palavras. Ao criar a palavra invencionática, o eu-lírico se julga
alguém criativo e inventivo, por isso a resposta correta é a letra B. Não será a letra A
esta resposta, porque o eu-lírico reforça que é “da invencionática”, mas não se colocou
como um especialista, profundo conhecedor dela. Não pode ser a letra C, porque o texto
não faz referência a seguir ou não regras. Não será a letra D, pois o eu-lírico não se
considera alguém que tem afinidade com informática, então, provavelmente, não é
apaixonado por tecnologia.

QUESTÃO 05 (D1) – O eu-lírico inicia e termina o poema dizendo que usa palavras para
compor seus silêncios. Essa finalidade fica evidente ao leitor, e, por isso, o aluno deve
marcar a alternativa A, como resposta correta. A resposta para esta questão não pode
ser a letra B, porque descrever detalhadamente e explicar são funções de um texto
expositivo, o que não é o caso de um poema. Não será a letra C, porque essas são
funções de um texto argumentativo. Não será a letra D, porque informar e comunicar são
funções de um texto informativo.

QUESTÃO 06 (D6) – A questão tem a finalidade de avaliar a habilidade do aluno em


identificar o tema de um texto. No caso, o poema “Apanhador de desperdícios” trata
sobre “a beleza que encontramos na simplicidade”, por isso, a resposta é a letra A. Não
podem ser as letras B e C, porque o eu-lírico não valoriza a velocidade, o que se confirma
nos versos “Prezo insetos mais que aviões / Prezo a velocidade / das tartarugas mais
que a dos mísseis”. A resposta não será a letra D, pois há coisas na natureza que
chamam mais a atenção do eu-lírico do que as invenções da informática e tecnologia.

QUESTÃO 07 (D4) – O poema revela que, na infância, o tempo é vivido de forma


imediata e intensa. As crianças estão imersas no presente, sem preocupações com o

49
passado ou o futuro, e cada momento é vivenciado como único e especial. Esse verso
sugere que a infância é um período em que o tempo é experimentado de maneira
diferente, com uma sensação de eternidade e plenitude.

Após a correção coletiva, oriente os alunos a identificarem o desempenho na atividade,


observando a tabela abaixo.

0 a 3 acertos 4 a 5 acertos 6 a 7 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

50
LIÇÃO 4
Letra de música
Letra de música ou canção é uma composição relativamente curta que combina melodia
(música) com um trecho literário (a letra). As canções também podem ser composições
musicais sem letra, recebendo o nome de canção instrumental. Além do caráter de
fruição, deleite e diversão, as músicas refletem os aspectos culturais de uma sociedade
e suas mensagens podem ser ferramentas de protestos, ideias e valores. A música
sempre vai transmitir mensagens e sensações a quem ouve ou lê a letra.

Disponível em: https://acesse.one/LDjMe. Acesso em: 10/07/2023. Adaptado.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto.

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

D4 Inferir uma informação implícita em um texto.

D6 Identificar o tema de um texto.

Tópico V. Relação entre Recursos Expressivos e de Sentido

D16 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

D17 Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras


notações.

D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada


palavra ou expressão.

D19 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos


ortográficos e/ou morfossintáticos.

51
Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura, convide a turma para participar de uma brincadeira com música.
Forme grupos e anote os nomes das equipes no quadro. Explique que a brincadeira
funciona da seguinte forma: o professor diz uma palavra. Os alunos devem cantar uma
música em que a palavra citada apareça. O grupo que cantar primeiro, e o maior trecho,
leva o ponto da rodada. Conscientize-os de que devem buscar músicas cujas palavras
não sejam de tom obsceno ou inapropriadas para a sala de aula.

Sugestões de palavras e de músicas

Céu: Céu e mar – Jorge e Mateus

Abraço: Dentro de um abraço – Jota Quest

Saudade: A maior saudade – Henrique e Juliano

Amor: De janeiro a janeiro – Nando Reis

Manhã: Chorei na vaquejada

Balde: Oi, balde – Zé Neto e Cristiano

Olhos: Haja colírio – Guilherme e Benuto

Domingo: La belle de jour – Alceu Valença

Comando: Macetando – Ivete Sangalo

As músicas e palavras são apenas sugestões e podem ser substituídas. Ao longo da


realização da proposta, motive-os a participar e se divertirem.

Ao finalizar a brincadeira, faça os seguintes questionamentos aos alunos:

 Vocês gostam de ouvir músicas? Resposta pessoal. Como são adolescentes,


espera-se que digam que sim.
 Em que situações vocês costumam ouvir músicas? Quais os gêneros musicais
preferidos de vocês? A intenção é que os alunos se expressem e comecem a
trazer à tona opiniões para enriquecer o estudo logo a seguir.

Ouça e acolha as respostas. Explique que realizaram essa atividade porque o objeto de
estudo dessa lição será “letra de canção”.

Para iniciar o estudo, peça que observem a imagem abaixo.

52
Disponível em: https://issuu.com/flaviagonzalesarts/docs/livro-fascs-q58. Acesso em: 06.03.2024

Pergunte à turma:

 Que figuras aparecem na imagem? É esperado que a turma identifique que na


imagem aparece um filme fotográfico capturando cenas como: uma mulher
retratada em um livro, mulheres reunidas com a família, uma mulher grávida, além
de outra realizando trabalhos domésticos.
 As figuras na imagem contam uma história? A partir da identificação do que
aparece na imagem, espera-se que os estudantes concluam que as figuras
podem, sim, contar uma história e, possivelmente histórias de mulheres.
 Que assunto pode ser atribuído ao que aparece na imagem? É importante que os
estudantes comecem a levantar hipóteses de que o assunto pode ser relacionado
à situação da mulher na sociedade.

53
Depois de ouvir as respostas dos alunos, sintetize reforçando que a imagem se refere
ao papel culturalmente instituído para a mulher ao longo da história da humanidade. Por
muito tempo, suas funções estiveram ligadas a cuidar da casa, dos filhos e do marido.

Informe-os de que vão ouvir a música “Triste, Louca ou Má”, do grupo Francisco, el
hombre. Solicite que, a partir desse título, digam sua opinião sobre o que a canção vai
tratar, qual será a temática (amor, saudade, sofrimento, felicidade...). Reproduza o áudio
ou o videoclipe da música, disponível no link:

https://www.youtube.com/watch?v=lKmYTHgBNoE.

Peça que ouçam e observem atentamente a música e depois converse com os alunos,
perguntando:

 Qual a sua opinião sobre a música? Resposta pessoal. Estimule os estudantes a


expressarem suas opiniões de maneira respeitosa.
 Você acha que a música conta uma história? Se sim, qual? Em que trecho?
Espera-se que percebam que a música conta a história de uma mulher que
resolveu lutar contra os padrões patriarcais impostos pela sociedade machista.
 Qual o tema da letra da música? Espera-se que os alunos respondam que a
música trata sobre a luta das mulheres para serem livres das imposições e
padrões esperados para ela.
 Existe alguma relação entre a imagem analisada antes e a música que acabaram
de ouvir? Se sim, qual? Espera-se que os alunos respondam que sim, pois a
imagem traz o desenho de um filme fotográfico e figuras como se fossem fotos
daquilo que a sociedade patriarcal espera da mulher: cuidar da casa, do marido,
dos filhos e reproduzir.

Em seguida, entregue a cópia da letra da música para a turma e explique que farão uma
leitura colaborativa, com pausas para reflexão e orientações do professor.

A seguir, a letra da música.

Triste, Louca ou Má

Canção de Francisco, el Hombre

Triste, louca ou má
Será qualificada
Ela quem recusar (Pausa)

54
1. A palavra ela refere-se a quem? (D2) Refere-se à mulher.

2. Como a mulher será qualificada, de acordo com a canção? (D1) Será


qualificada como um pessoa triste, louca ou má.

3. O que a mulher fez ou pode fazer para ser definida dessa maneira? Nesse
ponto do texto, essa resposta é pessoal e serve para levantamento de hipóteses que
poderão ser confirmadas na continuação da música, no trecho em que se afirma que
a mulher será classificada dessa maneira, caso se recuse a seguir a receita cultural a
ela predestinada.

4. Você concorda com esse tipo de opinião? Resposta pessoal. A ideia é que o
aluno expresse sua opinião, de forma coerente com o que está sendo discutido,
demonstrando compreensão gradativa do texto.

Continuando o texto...

Seguir receita tal


A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina (Pausa)

5. Na sua opinião, o que significa “receita cultural”? (D3) Significa o que a


sociedade, desde sempre, determina que é o papel da mulher: procriar, cuidar, lavar,
limpar, obedecer ao marido etc.

6. De acordo com o trecho que acabamos de ler, qual a receita cultural imposta?
(D1) A receita é que ela deve cuidar do marido, da família e da rotina.

Continuando o texto...

55
Só mesmo, rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores
Aceita que tudo deve mudar (Pausa)

7. Observamos até aqui que existe um padrão de comportamento esperado para


as mulheres, e as que não seguem são rotuladas de loucas, entre outras coisas.
Nesse trecho que lemos agora, percebe-se uma ideia de ação, de atitude. Que
atitude é essa? A ideia de tomada de consciência e de luta por parte da mulher.

8. Os verbos “rejeita” e “aceita” são utilizados nessa mesma estrofe. O que é


rejeitado na música? Quem é que rejeita? Os dois verbos possuem sentidos opostos,
contrários. Nesse caso, quem rejeita é a mulher que reconhece, mesmo que sofrendo,
a necessidade de mudar. Ela rejeita a receita cultural de padrões e estereótipos
impostos pela sociedade.

9. O verbo “aceitar” dá a ideia de conformar, aquietar, acalmar. Na música, o


verbo é colocado diante de um sentido diferente. O que a mulher aceita? Por que
o sentido do que ela aceita é diferente da ideia expressa pelo verbo aceitar? A
mulher aceita que tudo deve mudar. O sentido é diferente, pois ela aceita que tudo deve
mudar, aceita que precisa lutar, resistir, modificar a realidade. Ou seja, transformar os
padrões de ser vista como dono de casa, presa nos estereótipos.

Continuando o texto...

Que um homem não te define


Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar
Um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define (você é seu próprio lar) (Pausa)

56
10. O refrão da música afirma que a mulher não pode ser definida por homem,
casa ou carne. Como isso pode ser interpretado? O que significa ser definida
dessa maneira? Significa dizer que a mulher é muito mais do que os elogios ou críticas
que um homem possa fazer, que a maneira como a casa está arrumada ou não é
indiferente em relação a tudo o que a mulher é capaz de fazer e conquistar, e que as
medidas e formas do corpo feminino não podem ser apontadas como definidoras do
valor de uma mulher.

Continuando o texto...

Ela desatinou, desatou nós


Vai viver só
Ela desatinou, desatou nós
Vai viver só (Pausa)

11. O que significar desatinar? (D3) Desatinar significa perder o juízo, a razão.

12. No trecho “ela desatinou”, a quem você acha que o pronome ela está se
referindo? Está se referindo à mulher.

13. Quais os nós você acredita que foram desatados pela mulher? A ideia de
desatar nós significa que ela foi à luta, está rompendo barreiras de preconceito,
afastando-se de tudo o que a diminui e faz mal.

Continuando o texto...

Eu não me vejo na palavra


Fêmea, alvo de caça
Conformada vítima

57
Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar
E um homem não te define.... (Pausa)

14. Nas estrofes anteriores, o discurso da música está em terceira pessoa


(ele/ela). Nesta estrofe, observa-se a mudança para a primeira pessoa (Eu). A
fala da última estrofe da música é de quem? A fala é da mulher mencionada no
começo da música.

15. Levando em consideração o modo como a mulher não se vê, citados nos
três primeiros versos desta última estrofe, como você acha que ela se define?
A mulher se vê como forte, livre dos padrões e estereótipos impostos a ela pela
sociedade. Vê-se ainda como uma pessoa positiva, corajosa, que tem as rédeas e o
controle de sua vida, que gosta de viver e enfrentar seus desafios.

Disponível em: https://www.letras.mus.br/francisco-el-hombre/triste-louca-ou-ma/ Acesso em:


07.03.2024.

Ao finalizar a leitura colaborativa, explique sobre o gênero, destacando também a função


social das músicas e quais as representações dela para a sociedade.

Depois, peça aos alunos que permaneçam em grupos, para realizar uma atividade
denominada “O Ser Mulher”. O grupo deve fazer dois desenhos. Um que represente o
padrão de mulher imposto, tradicionalmente, pela sociedade, e outro demonstrando o
empoderamento que as novas gerações de mulheres estão buscando e consolidando na
sociedade atual, não aceitando ser comandadas, muito menos julgadas.

Organize uma socialização das produções dos alunos, de modo


que cada grupo explique o que representa seus desenhos. Os
trabalhos podem ficar expostos em algum lugar da escola.

58
Mão na Massa!
Solicite que a turma continue nas suas respectivas equipes, para que realizem a
atividade “Mão na Massa”. As questões serão a partir de dois textos: a letra da música
que estudaram e uma tirinha. Os alunos do grupo podem dialogar sobre as questões,
para que encontrem a resposta.

Atividade

Releia a letra da música e leia atentamente as questões 01 a 08 para respondê-las.

QUESTÃO 01 (D1) – De acordo com a letra da música, como será definida a mulher que
se recusa a seguir padrões sociais?
A) Desatinada.
B) Desqualificada.
C) Triste, louca e má.
D) Vítima conformada.

QUESTÃO 02 (D6) – A partir da leitura e reflexão sobre a canção, é possível entender


que a temática abordada é a

A) importância da família na vida da mulher.


B) necessidade de seguir receitas culturais.
C) pressão social para se encaixar em estereótipos de gênero.
D) busca pela independência e autodefinição feminina.

QUESTÃO 03 (D4) – Ao analisar a discussão trazida na música, pode-se afirmar que o


sentimento predominante na letra é

A) tristeza. B) liberdade. C) loucura. D) maldade.

QUESTÃO 04 (D3) – No contexto da música, a expressão “ser seu próprio lar” significa

A) acostumar-se com o que a sociedade espera da mulher.


B) aceitar as definições dadas pela sociedade.
C) cumprir a receita cultural de estereótipos impostos.
D) não depender de um homem ou de uma casa para se definir.

59
QUESTÃO 05 (D6) – A principal mensagem transmitida pela música é de que as
mulheres

A) devem seguir receitas culturais.


B) precisam se conformar com o seu papel na sociedade.
C) devem buscar sua independência e autodefinição.
D) são vítimas da pressão.

QUESTÃO 6 (D3) – A expressão “desatou nós”, no contexto da letra da música, significa


que a protagonista

A) libertou-se de amarras emocionais.


B) separou-se do parceiro.
C) desfez laços familiares.
D) tornou-se uma pessoa desequilibrada.

QUESTÃO 07 (D18) – No trecho “Eu não me vejo na palavra Fêmea, alvo de caça”, as
palavras em destaque, juntamente com a construção de sentido da frase inteira,
significam que a mulher

A) aceita condição de fêmea que possui apenas a função de procriar, cuidar da casa.
B) critica a ideia construída de que a fêmea está sempre a espera de um macho que a
capture.
C) concorda com o fato de ser sempre a vítima conformada, mesmo que um dia brigue
por seus objetivos.
D) destaca a importância de reconhecer o significado da palavra fêmea para a cultura
antiga e atual.

QUESTÃO 08 (D19) – O refrão da música diz: “Que um homem não te define / Sua casa
não te define / Sua carne não te define / Você é seu próprio lar”. A repetição da expressão
“não te define”, no final de cada verso, reforça a ideia de que a mulher

A) deve se conformar com seu papel na sociedade.


B) não pode ser definida por estereótipos e padrões sociais.
C) define-se por suas construções domésticas e familiares.
D) depende da validação do outro para saber quem é.

60
Observe e leia com atenção o quadrinho para responder às questões 09 e 10.

Disponível em: https://universosertanejo.blogosfera.uol.com.br/2012/07/16/duas-tirinhas/. Acesso em:


12/03/2024.

QUESTÃO 09 (D16) – No quadrinho, o fator que torna o texto engraçado é que os


alienígenas

A) não sabem falar língua portuguesa.


B) não compreendem o que os brasileiros falam.
C) ouviram as letras das músicas atuais e não entenderam.
D) fiscalizam os tipos de músicas que tocam no Brasil.

QUESTÃO 10 (D17) – Ao observar com atenção o último quadrinho, pode-se verificar


que a expressão “mudaram de idioma” está em negrito. Esse recurso foi utilizado para

A) marcar o idioma utilizado por todos os falantes no Brasil.


B) indicar o uso de uma linguagem específica para as músicas.
C) enfatizar que a linguagem usada é diferente do português.
D) registrar as mudanças que estão acontecendo no Brasil.

61
Bora Corrigir?
Para a correção coletiva da atividade “Mão na massa”, solicite que os alunos
permaneçam nos grupos. Confeccione plaquinhas com as letras A, B, C e D e distribua
às equipes. Explique que vai ler as questões e alternativas e um representante do grupo
deve levantar a plaquinha referente à alternativa que acreditam ser a correta. Depois de
observar as plaquinhas, veja qual letra representa a maior parte das respostas e motive
alguns alunos a justificar por que escolheram aquela alternativa. Reflita com a turma
sobre cada questão.

REFLEXÃO DAS QUESTÕES

QUESTÃO 01 (D1) – A habilidade requerida para responder a essa questão é uma das
mais básicas, que é a de ler e localizar informações explícitas em um texto. Embora seja
uma habilidade considerada simples ou básica, é necessário reforçar com os alunos que,
mesmo constando outras informações no texto, encontradas nas alternativas, elas
podem não representar a resposta correta. O gabarito deve aparecer no texto
exatamente como a pergunta solicita. A alternativa A está incorreta, pois o texto não diz
que a mulher é desatinada por recusar seguir os padrões. O que o texto indica é que ela
desatinou e desfez laços que não lhe faziam bem, para então viver só. A alternativa B
está incorreta, uma vez que não está explícito, no texto, que a mulher é apontada como
desqualificada. A alternativa C contempla o gabarito da questão, haja vista que a letra
da canção inicia-se com a informação de que será chamada de triste, louca ou má aquela
mulher que se recusar a seguir a receita cultural. A alternativa D não pode ser
considerada correta, porque a mulher da letra da música não é classificada como vítima
conformada.

QUESTÃO 02 (D6) – Para responder a essa questão, o aluno precisa ter realizado a
leitura global do texto e reconhecer qual a temática tratada. O tema é o eixo sobre o qual
toda a discussão da música é desenvolvida. Nesse caso, o tema abordado é a defesa
da liberdade e autonomia da mulher. A ideia da liberdade, para que a mulher possa ser
quem quiser, definir-se como quiser e ser independente. Logo, a alternativa correta é a
letra D. A alternativa A não poderia ser a correta, pois a música não defende a

62
importância da família na vida mulher, apenas informa que a mulher cuida da família. A
opção B está incorreta, porque o assunto abordado na letra da música não destaca que
seja importante ou necessário seguir uma receita cultural. Pelo contrário, detalha como
essa receita é, falando das mulheres que lutam para mudar. A alternativa C está
incorreta, uma vez que, embora fale da pressão da sociedade, para que a mulher se
encaixe em padrões, o que sobressai é a defesa da autonomia e liberdade feminina para
se definir a seus próprios olhos.

QUESTÃO 03 (D4) – A habilidade requerida para responder a essa questão é a do aluno


fazer associações, a partir da leitura do texto, deduzindo o que lhe foi solicitado. Ou seja,
o estudante precisa construir informações que não estão escritas claramente no texto.
Neste caso, pede-se que o aluno identifique qual o sentimento predominante na letra da
canção, que é de liberdade, logo, a alternativa B é a correta. A música discute a liberdade
da mulher, para que se defina sem precisar de ninguém, usufrua a autonomia de sua
vida, reinventando-se. A alternativa A está incorreta, pois a música não passa o
sentimento de tristeza. A única vez em que a palavra triste aparece, é no momento
quando a canção menciona a mulher definida como rebelde contra os padrões. A
alternativa C não poderia ser considerada correta, uma vez que a música não trata como
louca a mulher que vai à luta por sua liberdade, mas sim como mulher decidida. Por fim,
a alternativa D não poderia ser considerada correta, porque a mulher que se liberta não
é vista como alguém que pratique um ato de maldade.

QUESTÃO 04 (D3) – Nessa questão, a habilidade solicitada e avaliada no aluno é a de


inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Ele precisa atribuir um significado para a
expressão “ser seu próprio lar”, relacionando as informações obtidas em todo o contexto
da música. A alternativa A está incorreta porque, ao acostumar-se com o que a
sociedade espera da mulher, acaba-se morando na angústia, e lar significa paz. A
alternativa B não está correta, uma vez que, aceitar as definições dadas pelo outro, faz
com que a mulher more naquilo que o outro espera dela, e não no que ela realmente
quer. A alternativa C está incorreta, pois cumprir a receita cultural e fazer apenas o que
lhe é imposto (cuidar da casa, do marido, da família) não é morar em si mesma. A
alternativa D, gabarito da questão, explica que “ser seu próprio lar” é não depender da
validação do outro para se definir, é ser suficiente, estar em paz consigo mesma e com
as suas escolhas.

63
QUESTÃO 05 (D6) – Para responder a essa questão, o aluno precisa identificar qual a
mensagem principal transmitida pela música estudada. A habilidade está relacionada
também a reconhecer qual o assunto da letra da canção. A alternativa A está incorreta,
porque a música não diz que é um dever da mulher seguir as receitas culturais. A
alternativa B está incorreta, haja vista que a música não aconselha às mulheres a ser
conformadas, mas sim a sair em busca de seu espaço. A alternativa C é considerada
correta, pois a letra da canção, ao mesmo tempo que questiona o modo de vida imposto
à mulher pela sociedade, defende que ela busque sua autonomia, tornando-se
independente e não deixando ninguém definir seu modo de ser e de viver. A alternativa
D está incorreta, uma vez que a mensagem principal não é sobre ser vítima, mas sim
sair dessa condição e tornar-se protagonista de suas próprias narrativas.

QUESTÃO 06 (D3) – Assim como na questão 04, nesta avalia-se a habilidade de


inferência. Neste caso, solicita-se que o aluno atribua um sentido conotativo à expressão
“desatou nós”, a partir de todas as outras informações fornecidas pelo texto, ou seja, o
estudante precisa interpretar e construir um significado. A alternativa A é considerada a
correta, uma vez que a expressão “desatar os nós” significa exatamente libertar-se,
romper aquilo que a prendia emocionalmente. A alternativa B está incorreta, pois a
mulher não necessariamente separou-se do marido. Mesmo que a letra diga que ela vai
viver só, isso se refere ao fato de não precisar de ninguém. A alternativa C está incorreta,
haja vista que não há indicações na letra de que a mulher tenha rompido laços familiares.
A alternativa D está incorreta, pelo fato de que a letra da música não indica nenhum tipo
de desequilíbrio por parte da mulher.

QUESTÃO 07 (D18) – Para responder a essa questão, o aluno precisa realizar o


processo cognitivo de reconhecer qual o efeito de sentido causado no texto pela escolha
da expressão “Fêmea, alvo de caça”. Neste trecho, a protagonista fala que não se vê
dessa forma, como a fêmea que é apenas alvo de caça do macho predador, com a
função de apenas reproduzir. Logo, o sentido produzido pela expressão enfatiza uma
crítica a essa ideia da mulher vista como fêmea, espécie a ser caçada pelo macho.
Portanto, a alternativa correta é a letra B. A alternativa A está incorreta, pois a mulher
não aceita as funções limitantes a ela impostas. Pelo contrário, sugere movimentação e
enfrentamento. A alternativa C está incorreta, haja vista que a protagonista não se
reconhece e nem se conforma com a condição de vítima. Por fim, a alternativa D não

64
poderia ser a correta, porque o significado da expressão não se relaciona com a ideia de
construir um sentido para o termo fêmea.

QUESTÃO 08 (D19) – A habilidade necessária para responder a essa questão é a de


interpretar qual o efeito de sentido produzido no texto por recursos ortográficos ou
morfossintáticos. Neste caso, a questão pede que o aluno interprete o efeito produzido
pelo uso da repetição da expressão “não te define”. No caso, a repetição dessa
expressão visa enfatizar, para quem lê ou ouve a música, que a mulher não deve ser
definida por nada além do que ela mesma escolha. Desse modo, a alternativa correta é
a letra B. A alternativa A está incorreta, pois a repetição não sugere que a mulher deva
se conformar. A alternativa C está incorreta, porque o recurso da repetição não indica
que uma mulher se defina pelo que faz pela casa e filhos, mas enfatiza que nada disso
deve defini-la. A alternativa D está incorreta, uma vez que a repetição não sugere que a
mulher depende da validação do outro para saber quem é. Sugere justamente o
contrário: a mulher não depende de nenhum outro fator externo para validar quem ela é.

QUESTÃO 09 (D16) – Para responder a essa questão, o aluno precisa analisar o


quadrinho e identificar o que faz com que ele se torne engraçado. Neste caso, os
alienígenas ouvem várias canções brasileiras com repetições que não são palavras do
dicionário. Logo, por não compreenderem, acreditam que o idioma do país tenha
mudado. O humor da tirinha é que são apenas músicas atuais. Assim, a alternativa
correta é a letra C. A alternativa A está incorreta, porque não se trata de os alienígenas
não saberem falar a língua portuguesa. A alternativa B está incorreta pois, apesar de
não entenderem o que os brasileiros estão conversando, o que faz com que haja humor
é que eles acham que as músicas são uma nova língua. A alternativa D está incorreta,
porque os alienígenas não estão fiscalizando as músicas brasileiras.

QUESTÃO 10 (D17) – Para responder a essa questão, o processo cognitivo esperado é


o de reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de pontuação ou outras notações.
Neste caso, o aluno deve entender qual o sentido produzido pelo uso do negrito, no
último quadrinho, na expressão mudaram de idioma, que é a de dar ênfase ao fato de
a linguagem utilizada ser diferente do português que eles compreendiam. Desse modo,
a alternativa correta é a letra C. A alternativa A não poderia ser a correta, porque o
objetivo não é de definir um idioma utilizado por todos os falantes. A alternativa B está
incorreta, pois não indica que haja uma linguagem específica para as músicas. Por fim,

65
a alternativa D está incorreta, haja vista que, ao analisar o quadrinho, não é possível
notar que indique registro de mudanças acontecidas no Brasil.

Após a correção coletiva, oriente os alunos a identificar o desempenho na atividade,


observando a tabela abaixo.

0 a 3 acertos 4 a 7 acertos 8 a 10 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

REFERÊNCIAS
ACRE. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência Único do Acre. Rio
Branco, AC. SEE, 2020.

SAEB. Matrizes de Referência de Língua Portuguesa/Linguagens. Brasília, DF.


Inep/MEC, 2022. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/matriz-de-referencia-de-
linguagens_BNCC.pdf. Acesso em: 03/03/2024.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

66
APÊNDICES
Apêndice A – Caderno de Atividades – Versão do Aluno
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a)________________________________________________ nº____
Turma___________________________________ Turno________________________

Crônica
A crônica é um gênero que circula tanto na esfera jornalística quanto na literária. Pode
se apresentar como uma narrativa ou um texto de caráter argumentativo que aborda
temas da vida cotidiana, abrangendo assuntos das áreas mais diversas. Em geral, é
curta e escrita em linguagem simples, embora obedeça à norma padrão. O tom informal
do texto se assemelha a uma conversa entre amigos, criando uma proximidade entre o
escritor e o leitor. A narrativa pode ser irônica ou bem-humorada e, muitas vezes, relata
fatos vividos pelo próprio escritor. A crônica é publicada em jornais e na internet, mas
também pode ser reunida em um livro, geralmente em uma seleção de textos desse
gênero.
Disponível em: Aprova Brasil: 6º ao 9º: língua portuguesa. Anos finais/ organizadora Editora Moderna.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 Identificar o tema de um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D9 Diferenciar as partes principais das secundárias de um texto.
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.

67
Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura do texto responda as continhas sem usar calculadora.

Disponível em: https://fastmulti.com/produto/carimbo-matematica/ Acesso em: 09/01/2024.

Você pode conferir os resultados e refletir sobre a atividade. Seu professor vai propor
uma conversa a partir dos questionamentos a seguir.

 Vocês acertaram todos os cálculos?


 Foi fácil resolver as continhas?
 De que modo os cálculos teriam sido resolvidos de maneira mais rápida?
 Você acha importante saber fazer cálculos mentalmente ou na ponta do lápis? Por
quê?
 Você acha importante aprender matemática?
 Em que situações da vida vocês usam a matemática?
 Já foram prejudicados em algo fora da escola, por não saber fazer cálculos
matemáticos?

Nesse momento será realizada a leitura de um texto relacionado à conversa que tiveram.
Ouça atentamente porque, em alguns momentos, serão feitas pausas para interação
com a turma.

A seguir, o texto para leitura.

Dois mais dois

Luis Fernando Verissimo

O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, já que a sua
minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora
resolveu contar uma história.

68
Contou a história do Supercomputador. Um dia, disse a professora, todos os
computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do sistema será
em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo
terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para
compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo.
Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calculadoras portáteis.
Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa
estará na memória do Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de
segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima. E haverá bilhões de telas
espalhadas por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos até estações espaciais.
Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser.

Um dia, um garoto perguntará ao pai:

– Pai, quanto é dois mais dois?

– Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte a Ele.

E o garoto digitará os botões apropriados e num milésimo de segundo a resposta


aparecerá na tela. E então o garoto dirá:

– Como é que sei que a resposta é certa?

– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.

– E se Ele estiver errado?

– Ele nunca erra.

– Mas se estiver?

– Sempre podemos contar nos dedos.

– O quê?

– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais dois.
Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo.

– Mas pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo
muita gente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele
está certa? Aí o pai suspirou e disse:

– Jamais saberemos...

69
O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse
matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o
Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e,
portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar.

Disponível em: https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-


comentadas/. Acesso em:05/04/2024.

Após a leitura colaborativa, comente com os seus colegas a respeito da pergunta abaixo:

 Você gostou da história? Se identificou com o Rodrigo em algum momento? Em


que ponto isso aconteceu?

Após os comentários faça uma leitura silenciosa do texto, agora sozinho e sem pausas.
Tente também responder qual o tema do texto que acabou de ler.

Depois, observe o quadro abaixo e, junto com o professor, indique qual a ideia principal
de cada parágrafo do texto.

Parágrafo Ideia principal

O Rodrigo não entendia por que precisava


aprender matemática, já que a sua
minicalculadora faria todas as contas por ele,
pelo resto da vida, e então a professora
resolveu contar uma história.

Contou a história do Supercomputador. Um


dia, disse a professora, todos os
computadores do mundo serão unificados
num único sistema, e o centro do sistema
será em alguma cidade do Japão. Todas as
casas do mundo, todos os lugares do mundo
terão terminais do Supercomputador. As
pessoas usarão o Supercomputador para
compras, para recados, para reservas de
avião, para consultas sentimentais. Para
tudo. Ninguém mais precisará de relógios
individuais, de livros ou de calculadoras

70
portáteis. Não precisará mais nem estudar.
Tudo que alguém quiser saber sobre
qualquer coisa estará na memória do
Supercomputador, ao alcance de qualquer
um. Em milésimos de segundo a resposta à
consulta estará na tela mais próxima. E
haverá bilhões de telas espalhadas por onde
o homem estiver, desde lavatórios públicos
até estações espaciais. Bastará ao homem
apertar um botão para ter a informação que
quiser.

Um dia, um garoto perguntará ao pai:

– Pai, quanto é dois mais dois?

– Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte


a Ele.

E o garoto digitará os botões apropriados e


num milésimo de segundo a resposta
aparecerá na tela.

E então o garoto dirá:

– Como é que sei que a resposta é certa?

– Porque Ele disse que é certa – responderá


o pai.

– E se Ele estiver errado?

– Ele nunca erra.

– Mas se estiver?

– Sempre podemos contar nos dedos.

– O quê?

– Contar nos dedos, como faziam os antigos.


Levante dois dedos. Agora mais dois. Viu?

71
Um, dois, três, quatro. O computador está
certo.

– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para


contar nos dedos. A não ser reunindo muita
gente e usando os dedos das mãos e dos
pés. Como saber se a resposta d’Ele está
certa? Aí o pai suspirou e disse:

– Jamais saberemos...

O Rodrigo gostou da história, mas disse que,


quando ninguém mais soubesse matemática
e não pudesse pôr o Computador à prova,
então não faria diferença se o Computador
estava certo ou não, já que a sua resposta
seria a única disponível e, portanto, a certa,
mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez
da professora suspirar.

O texto lido é uma crônica. Pesquise e leia outras crônicas,


sempre que tiver disponibilidade, na escola ou em casa. Assim,
você pode se identificar cada vez mais com esse gênero.

Mão na Massa!
Atividade

Leia atentamente o texto e as questões abaixo para respondê-las.

QUESTÃO 01 (D1) – A professora contou uma história para Rodrigo porque ele
A) adorava histórias.
B) gostava de matemática.
C) não queria aprender matemática.
D) não queria aprender histórias.

72
QUESTÃO 02 (D3) – No texto, o termo Supercomputador é utilizado para representar
A) uma grande máquina de computador.
B) um computador potente de uso pessoal.
C) um sistema de rede mundial que controla tudo.
D) uma supercalculadora.

QUESTÃO 03 (D10) – O conflito gerador do enredo foi o fato de que o menino não
A) achava necessário estudar.
B) via importância em estudar matemática.
C) gostava das aulas da professora.
D) concordava com as respostas da calculadora.

QUESTÃO 04 (D4) – A atitude de Rodrigo em não aceitar que a resposta do


Supercomputador pode ser absoluta revela que o menino é
A) questionador.
B) conformado.
C) participativo.
D) calado.

QUESTÃO 05 (D9) – A informação principal da história a respeito do supercomputador,


contada a Rodrigo pela professora, é que
A) haverá um supercontrole da vida das pessoas na terra por meio de máquinas.
B) uma máquina interligada por um sistema permitirá que as pessoas resolvam tudo.
C) bilhões de telas oferecerão informações que podem ou não ser contestadas.
D) a professora respirou preocupada com o tipo de informação vinda nas máquinas.

QUESTÃO 06 (D11) – É possível perceber uma relação de causa e consequência em


A) “O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática”.
B) “Todos os computadores do mundo serão unificados num único sistema”.
C) “E haverá bilhões de telas espalhadas por onde o homem estiver”.
D) “O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, e então a
professora resolveu contar uma história.”

73
QUESTÃO 07 (D15) – No trecho “O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando
ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então
não faria diferença se o Computador estava certo ou não,” a conjunção em destaque
indica que Rodrigo
A) adorou a história da professora e aceitou que a resposta de um computador não deve
ser contestada.
B) não entendeu a história contada, embora saiba que as máquinas cometem erros.
C) concluiu que é correto aceitar as respostas do supercomputador, visto que ele não
erra nunca.
D) gostou da história, porém não concorda que deva acreditar cegamente na resposta
da máquina.

QUESTÃO 08 (D4) – Após as argumentações de Rodrigo, no final do texto, a respeito


da impossibilidade de saber se a máquina está certa ou não, o texto diz que “Aí foi a vez
da professora suspirar”. O ato de suspirar da professora pode ser entendido como
A) alívio.
B) cansaço.
C) estresse.
D) nervosismo.

Bora Corrigir?
Seu professor vai realizar uma correção coletiva da atividade. Após a correção,
identifique o seu desempenho observando a tabela abaixo.

0 a 2 acertos 3 a 5 acertos 6 a 8 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

74
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a)________________________________________________nº____
Turma _______________________________ Turno___________________________

Conto
O conto pode ser definido como uma narrativa curta e com um único conflito. Isso
significa que, nessas histórias, há poucos personagens, o tempo e o espaço são
reduzidos ao essencial e, além disso, o enredo (a sequência de ações pelas quais os
personagens passam) é marcado pela existência de um único acontecimento relevante.
Dessa forma, em geral, os contos apresentam apenas um clímax (aquele momento de
maior tensão da narrativa). Existem diversos tipos de conto, e a categorização dessas
subdivisões do gênero devem-se a diversos fatores, tais como o tipo de personagem, a
época em que o enredo ocorre, ou ainda o público: conto de ficção científica, fantástico,
de fadas, de assombração, dentre outros.

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/conto.htm. Acesso: 07/02/2024. Adaptado.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura
D1 Localizar informações explícitas em um texto.
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.
Tópico VI – Variação Linguística
D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de
um texto.

75
Hora do texto!
Ouça a canção “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Maria, Maria

Milton Nascimento

Maria, Maria é um dom, uma certa magia Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
Uma força que nos alerta É preciso ter gana sempre
Uma mulher que merece viver e amar Quem traz no corpo a marca
Como outra qualquer do planeta Maria, Maria mistura a dor e a alegria

Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É a dose mais forte e lenta É preciso ter sonho sempre
De uma gente que ri quando deve chorar Quem traz na pele essa marca
E não vive, apenas aguenta Possui a estranha mania de ter fé na vida

Disponível em: https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/47431/. Acesso em: 07/02/2024.

Link do vídeo: < https://www.youtube.com/watch?v=INhEa5kCVno>

Após apreciar a canção, reflita sobre a música, juntamente com os colegas e o professor,
com base nas questões a seguir:

 A Maria mencionada na canção parece ser uma pessoa forte ou frágil? Com base
na canção, o que nos faz pensar isso?
 A canção refere-se somente a mulheres que carregam o nome Maria?

Agora faça uma leitura silenciosa do conto “As Marias”, de Dalton Trevisan, buscando a
compreensão das palavras que desconhece. Em seguida, seu professor fará uma leitura
com pausas para interagir com a turma.

A seguir, o texto.

"As Marias"

Dalton Trevisan

Maria, FILHA DE MARIA, a filha de Maria, tem trinta e um desgostos. Lava a


roupa, lava a louça, varre que varre, e a patroa —Jesus Maria José! — a patroa ralhando.

76
Aos sete anos, foi dada pela mãe à primeira patroa. Mulher cheia de filhos, não
podia com mais um: deu a pobre da Maria.

Morou sempre em casa estranha, dormindo em cama de vento, comendo em pé


ao lado do fogão. Trabalhadeira, era de confiança e não tinha boca para pedir. Pálida,
vivia debaixo de chá de ervas. Dormindo, rilhava os dentes, com as bichas alvoroçadas.
Maria, ai dela, nunca não soube qual o gosto de uma maçã. O guarda-comida trancado
a chave, ela roía um naco de rapadura, escondida sob o travesseiro.

Aparecia de lenço amarrado na bochecha intumescida, usava cera milagrosa


para dor de dente, até que perdia o dente. Era vagarosa por culpa de uma unha
encravada. De lidar na potassa, partiam-se-lhe os dedos e sofria de panarício. Nunca se
despedia, era despachada pela patroa, aborrecida de suas aflições e de sua cara de
pamonha.

Ao rolar de uma para outra casa, engordava com os anos, gemia de dor nas
cadeiras e enleava-se no serviço. Sua alegria era lavar os cueiros dos bebês. Ah, mas
beijar a criancinha . . .

— Você está proibida, ouviu, Maria?

Criada não conhece o seu lugar, podia ter alguma doença.

Era moça séria, que não ia ao baile com as outras. No carão anêmico, esfregava
papel de seda escarlate, molhado na língua e, mal aparecia à janela, a espiar os
soldadinhos verdes, a patroa ralhava:

— Maria, já escolheu o arroz?

— Maria, já passou a roupa?

— Já encerou a casa, Maria?

Areada a chapa do fogão, guardada a louça, varrida a cozinha, chegava-se


medrosa à porta. O soldado rondava, parava, batia continência. Tinha pressa, como
soldado, estava sempre indo para a guerra: logo queria pegar na mão e cobrir de beijos.

— Deus me livre, podia ter alguma doença.

Maria faz o sinal da cruz: a boca só o marido é que iria beijar.

Onde estão os praças de cavalaria, que já não tilintam esporas na calçada?


Trinta e um anos de Maria. Eis que se queixa de não ir passear com a Marta.

77
— Pois vá chorar no quarto — ordena-lhe a patroa. Não suporto cena de
gentinha.

Essa Maria, um objeto da casa, o capacho na porta, a vassoura no prego.

Maria não vai ao circo, o palhaço é tão gozado.

Maria não vai ao Passeio Público ver o macaquinho comer banana.

Maria não vai ao cineminha na sexta-feira assistir ao Nascimento, Paixão e Morte


de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Maria, a filha de Maria, passeando no domingo com a Marta, viu o seu coração
rolar do peito, e o prato que lhe escapou dos dedos gordurosos (a patroa vai ralhar?)
partiu-se em sete pedaços de sangue pelo chão.

Era um cabo? Maria nunca soube de que arma. Ele falava lindo e tão difícil,
puxando no xis — vixto mocinha? — que ela, a saltitar ora numa perna, ora noutra,
esganada roía as unhas.

— Tem gente, cabo. Você me respeite. Ó, cabo.

Ele a levou ao circo e Maria entrou soberba como uma patroa entre a gentinha
que fazia cena: no pescoço, a velha pele de coelho mordendo a cauda. A charanga, o
peludo de cara pintada, o cabo das grandes botas de general. Um palhaço chama outro
de — "Gigolô", e o circo vem abaixo de tanta gargalhada. Maria simplesmente sorri, o
cabo lhe tira sangue do peito.

— Ocê me deixa louco, Maria.

Sob o espanto do baleiro, anunciando "Ói a bala, ói...", ela beijou a mão do cabo.

Em nove meses Maria, filha de Maria, vai ser mãe de Maria.

Disponível em: https://encr.pw/xQ7ss. Acesso em: 06/02/2024.

Após a leitura, reflita sobre o texto por meio da questão:

 Quantas “Marias” você conhece?

Para conhecer mais sobre a temática estudada, assista ao curta-


metragem “Vida Maria”, vencedor de prêmios em festivais de
cinema nacionais e internacionais.
https://www.youtube.com/watch?v=yFpoG_htum4

78
Mão na massa!
Atividade

Releia o texto "As Marias" e responda às questões com muita atenção.

QUESTÃO 01 (D4) – A narrativa nos relata que “Maria, ai dela, nunca não soube qual o
gosto de uma maçã”. Esta informação, implicitamente, diz ao leitor que Maria
A) nunca quis experimentar uma maçã.
B) tinha problemas com o sabor das maçãs.
C) tinha uma vida difícil e não havia nada doce nela.
D) não gostava de comer maçãs.

QUESTÃO 02 (D3) – O trecho “Pálida, vivia debaixo de chá de ervas”, dá a entender ao


leitor que Maria
A) aceitava os chás como forma de abrigo.
B) curava uma parte dos seus problemas de saúde por meio de chás.
C) não acreditava que os chás pudessem curar algum problema.
D) tomava chá somente de uma espécie de ervas.

QUESTÃO 03 (D15) – No trecho “mal aparecia à janela, a espiar os soldadinhos verdes,


a patroa ralhava”, a palavra em destaque dá a noção ao leitor de que
A) a patroa nem deixava Maria chegar à janela.
B) antes que Maria fosse à janela a patroa falava.
C) assim que Maria chegava à janela a patroa reclamava.
D) depois que Maria ia à janela a patroa comentava.

QUESTÃO 04 (D11) – O trecho “Areada a chapa do fogão, guardada a louça, varrida a


cozinha, chegava-se medrosa à porta”, nos mostra que Maria
A) ia o tempo todo olhar os soldados na rua.
B) nunca podia olhar os soldados que passavam na rua.
C) ao terminar o serviço de casa, não via mais ninguém na rua.
D) só podia olhar os soldados na rua depois que terminava os afazeres.

79
QUESTÃO 05 (D3) – No texto, a patroa ordena que Maria vá chorar no quarto, pois não
suporta cena de gentinha. A expressão destacada dá a ideia de pessoas que
A) são mal educadas.
B) não sabem conversar.
C) reclamam demais da vida.
D) insignificantes, de baixa condição social.

QUESTÃO 06 (D13) – Leia o trecho: “Ele falava lindo e tão difícil, puxando no xis — vixto
mocinha?”. A palavra “vixto” aparece escrita dessa forma no texto com a intenção de
A) enfatizar o chiado da fala do cabo que Maria admirava.
B) revelar que Maria se sentia intimidada pelo soldado.
C) mostrar que o soldado desprezava Maria.
D) expressar o quanto o cabo falava difícil.

Bora corrigir?
Nesse momento será realizada uma “roda de correção”, fique atento às orientações do
professor. Após a correção identifique seu desempenho na atividade, observando a
tabela abaixo.

0 a 2 acertos 3 a 4 acertos 5 a 6 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

80
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a) ________________________________________________ nº___
Turma _________________________________ Turno ________________________

Poema
O poema é um gênero da esfera literária que se caracteriza, predominantemente, pela
expressão dos sentimentos do eu-lírico, que pode ser definido como uma espécie de
narrador e não deve ser confundido com o poeta, que é aquele que escreve o poema.
Assim, independentemente da forma, os poemas se definem por permitir a um eu-lírico
revelar sua maneira pessoal de ver o mundo. Em sua origem, os poemas eram
registrados apenas oralmente. Com a invenção de suportes, como o livro, o poema
passou a circular como texto impresso. Hoje, é também publicado com frequência em
meios digitais.

APROVA BRASIL: Língua Portuguesa. 7º Ano Ensino Fundamental. 3ª Ed. São Paulo: Moderna, 2019.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto.


D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 Inferir uma informação implícita em um texto.
D6 Identificar o tema de um texto.
Tópico IV. Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

Tópico V. Relação entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D17 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras


notações.

D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada


palavra ou expressão.

81
Hora do texto!
Antes da leitura observe atentamente as imagens.

Imagem 1 Imagem 2

Disponível em: Foto: Reprodução. Disponível em:


https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=312680. https://encurtador.com.br/bfqA9. Acesso em:
Acesso em: 20/06/2022. 20/06/2022.
Explore as imagens dialogando com os seus colegas e professor sobre as questões a
seguir:

 Você conhece a imagem número 1?


 Quem aparece na imagem 1 e por que está vestido dessa maneira?
 A imagem 1 está relacionada a algum acontecimento histórico?
 Você acredita que o homem possa ter ido à Lua?
 O que a imagem 2 representa? Quem são as pessoas que aparecem nela?
 Na imagem 2 onde, possivelmente, essas pessoas estão? Por que elas estão
nesse lugar?

Agora você vai conhecer um poema de Carlos Drummond de Andrade chamado “O


homem; As viagens”. Fique atento à leitura que será feita pelo professor, pois haverá
pausas para interação com o texto.

A seguir, o texto.

O Homem; As Viagens
Carlos Drummond de Andrade
O homem, bicho da Terra tão pequeno

82
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem. (...)
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra. (...)
Ao acabarem todos
só resta ao homem

83
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de conviver.
Disponível em: https://bancodapoesia.org/tag/o-homem-as-viagens/. Acesso: 06/03/2024. (Adaptado).

Após a leitura, você vai realizar uma atividade em que assumirá um compromisso com
você mesmo, com as pessoas e com o espaço onde vive. Para isso, elabore três metas
para serem cumpridas ao longo deste ano. As metas devem ser ações que trazem alegria
e bem-estar a todos! Utilize a tabela, a seguir, para realizar a tarefa.

84
Mão na massa!
A próxima atividade é de leitura e interpretação de poemas. São com os textos “O
apanhador de desperdícios”, Manoel de Barros, e “Infância”, Guilherme de Almeida.

Antes de iniciar a atividade, preste bem atenção! Seu professor


vai conversar com você sobre poemas e te explicar as dicas
abaixo de como interpretar textos desse gênero, e ainda
informações sobre os poetas.

Gênero poema
Os poemas são textos literários, por isso, fazem uso, predominantemente, de uma
linguagem figurada, conotativa, poética, que expressa os sentimentos do eu-lírico – a
voz que fala no texto –, permitindo-lhe demonstrar a sua maneira pessoal de ver o
mundo. Ressalte que a interpretação de poemas é um desafio. No entanto, podemos
seguir algumas dicas, para extrairmos significados mais profundos desses textos.
Dicas essenciais para interpretar poemas
Leia com calma e várias vezes – A primeira leitura de um poema pode não revelar
todos os seus significados, principalmente quando a linguagem é mais refinada.
Analise a linguagem – Poesias são ricas em figuras de linguagem, simbolismos e
ambiguidades. Por isso, preste atenção especial a esses elementos, já que eles podem
trazer significados ocultos e ampliar as interpretações possíveis.
Explore as emoções – Explore as emoções que as palavras despertam em você!
Identifique se há tristeza, alegria, melancolia, amor, raiva... Conecte-se com sensações
e tente entender como elas se relacionam às palavras e imagens do poema.
Faça conexões pessoais – Relacione o poema com experiências, sentimentos e
vivências, pois as conexões pessoais podem trazer significado ao que você está lendo.
Contextualize o poema – Procure informações sobre o autor, o período da escrita, a
estética literária a que pertence e os acontecimentos históricos da época. Isso contribui
para a compreensão do contexto e das intenções.
Disponível em: https://aprovatotal.com.br/interpretacao-de-poemas/. Acesso em: 14/03/2024. Adaptado.
Informações sobre os autores dos poemas desta atividade
Manoel de Barros (1916-2014) foi um dos principais poetas contemporâneos. Autor
de versos nos quais elementos regionais se conjugavam a considerações existenciais.

85
Foi um poeta espontâneo, um tanto primitivo, que extraía seus versos da realidade
imediata que o cercava, sobretudo a natureza. Mostrava-se distante do rótulo de “Jeca
Tatu do Pantanal”, que lhe tentaram impingir. Gostava de invenções verbais e
neologismos como “eu me eremito”.
Guilherme de Andrade Almeida (1890-1969) participou da Semana de Arte Moderna
em 1922. Percorreu o Brasil, difundindo as ideias da renovação artística e literária.
Dominou amplamente o fazer poético, por ser grande conhecedor da ciência do verso
e da língua.
Biografias disponíveis nos sites: https://www.ebiografia.com/guilherme_de_almeida/ e
https://www.ebiografia.com/manoel_de_barros/. Acesso em: 14/03/2024.

Após as dicas, faça a atividade.


Atividade

Leia atentamente o texto e responda às questões.

O apanhador de desperdícios
Manoel de Barros
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:

86
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Disponível em: https://leiturinha.com.br/blog/poemas-de-manoel-de-barros/. Acesso em: 04/03/2024.
QUESTÃO 01 (D18) – Nos primeiros versos do poema, o eu-lírico revela que “dá mais
respeito às palavras que vivem de barriga no chão tipo água pedra e sapo”. Podemos
inferir que o eu-lírico prefere utilizar palavras
A) difíceis de serem pronunciadas. B) modernas, que surgiram na atualidade.
C) simples como os elementos da natureza. D) que informam sobre os animais.

QUESTÃO 02 (D18) – Observe o verso (ℓ. 13): “Tenho em mim um atraso de nascença”.
Isso significa que o eu lírico
A) nasceu prematuro.
B) não tem dificuldade de se adaptar às mudanças.
C) tem uma visão diferente do mundo pois não gosta do que é moderno.
D) apresenta algum problema de saúde desde o seu nascimento.

QUESTÃO 03 (D18) – No poema (ℓ. 18), o eu-lírico se considera “um apanhador de


desperdícios”, porque
A) dedica-se a limpar o meio ambiente.
B) gosta de coletar coisas inúteis.
C) preocupa-se com o desperdício de recursos.
D) valoriza as coisas simples.

QUESTÃO 04 (D18) – No penúltimo verso do poema, o eu-lírico se considera “da


invencionática”, pois
A) considera-se especialista em inventar coisas.
B) é criativo e tem o dom de inventar.
C) não gosta de seguir regras.
D) apaixona-se por tecnologia.

87
QUESTÃO 05 (D1) – No início do poema, o eu-lírico confessa que utiliza a palavra para
A) compor seus silêncios. B) detalhar explicações.
C) influenciar e persuadir. D) informar e comunicar.

QUESTÃO 06 (D6) – Após a leitura do texto, podemos concluir que o poema trata
A) da beleza que encontramos na simplicidade.
B) do valor à velocidade dos acontecimentos.
C) da pressa que devemos ter na vida.
D) das invenções na informática.

Leia outra forma de poema denominado de HAICAI, que é um poema curto, de origem
japonesa.
Infância
Guilherme de Almeida
Um gosto de amora
Comida com sol. A vida
Chamava-se: “Agora”.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/o-haicai.html. Acesso em: 11/03/2024.
QUESTÃO 07 (D4) – O que o poema revela sobre a percepção do eu-lírico em relação
ao tempo da infância?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Bora corrigir?
Para a correção, ouça atentamente as orientações do professor. Logo após, identifique
o seu desempenho na atividade observando a tabela abaixo.

0 a 3 acertos 4 a 5 acertos 6 a 7 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

88
ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nome do aluno (a) ________________________________________________ nº___
Turma _________________________________ Turno ________________________

Letra de música
Letra de música ou canção é uma composição relativamente curta que combina melodia
(música) com um trecho literário (a letra). As canções também podem ser composições
musicais sem letra, recebendo o nome de canção instrumental. Além do caráter de
fruição, deleite e diversão, as músicas refletem os aspectos culturais de uma sociedade
e suas mensagens podem ser ferramentas de protestos, ideias e valores. A música
sempre vai transmitir mensagens e sensações a quem ouve ou lê a letra.

Disponível em: https://acesse.one/LDjMe. Acesso em: 10/07/2023. Adaptado.

Descritores
Tópico I. Procedimentos de Leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto.

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

D4 Inferir uma informação implícita em um texto.

D6 Identificar o tema de um texto.

Tópico V. Relação entre Recursos Expressivos e de Sentido

D16 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

D17 Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras


notações.

D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada


palavra ou expressão.

D19 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos


ortográficos e/ou morfossintáticos.

89
Hora do texto!
Antes de iniciar a leitura, participe de uma brincadeira com música. O professor vai
organizar a sala em grupos. A brincadeira funciona da seguinte forma: o professor diz
uma palavra. Os alunos devem cantar uma música em que a palavra citada apareça. O
grupo que cantar primeiro, e o maior trecho, leva o ponto da rodada. Procure citar
músicas cujas palavras não sejam de tom obsceno ou inapropriadas para a sala de aula.

Ao finalizar a brincadeira, responda oralmente os seguintes questionamentos:

 Você gosta de ouvir músicas?


 Em que situações você costuma ouvir músicas? Quais os gêneros musicais
preferidos?

O objeto de estudo dessa lição será “letra de canção”. Para iniciar o estudo, observe a
imagem abaixo e responda oralmente, junto com o professor e os colegas, as perguntas.

Disponível em: https://issuu.com/flaviagonzalesarts/docs/livro-fascs-q58. Acesso em: 06.03.2024

 Que figuras aparecem na imagem?


 As figuras na imagem contam uma história?
 Que assunto pode ser atribuído ao que aparece na imagem?

90
A tarefa do grupo agora é ouvir a música “Triste, Louca ou Má”, do grupo Francisco, el
hombre. A partir desse título, diga sua opinião sobre o que a canção vai tratar (amor,
saudade, sofrimento, felicidade...).

Depois de ouvir a música converse com seus colegas e com o professor sobre os
seguintes pontos.

 Qual a sua opinião sobre a música?


 Você acha que a música conta uma história? Se sim, qual? Em que trecho?
 Qual o tema da letra da música?
 Existe alguma relação entre a imagem analisada antes e a música que acabaram
de ouvir? Se sim, qual?

Em seguida, seu professor fará uma leitura da letra da música. Fique atento, pois haverá
pausas para reflexões sobre o texto.

A seguir, a letra da música.


Triste, Louca ou Má
Canção de Francisco, el Hombre

Triste, louca ou má Um homem não te define


Será qualificada Sua casa não te define
Ela quem recusar Sua carne não te define (você é seu próprio lar)
Seguir receita tal Ela desatinou, desatou nós
A receita cultural Vai viver só
Do marido, da família Ela desatinou, desatou nós
Cuida, cuida da rotina Vai viver só
Só mesmo, rejeita Eu não me vejo na palavra
Bem conhecida receita Fêmea, alvo de caça
Quem não sem dores Conformada vítima
Aceita que tudo deve mudar Prefiro queimar o mapa
Que um homem não te define Traçar de novo a estrada
Sua casa não te define Ver cores nas cinzas
Sua carne não te define E a vida reinventar
Você é seu próprio lar E um homem não te define....

Disponível em: https://www.letras.mus.br/francisco-el-hombre/triste-louca-ou-ma/ Acesso em:


07.03.2024.

91
Permaneça em grupo para realizar uma atividade denominada “O Ser Mulher”. O grupo
deve fazer dois desenhos. Um que represente o padrão de mulher imposto,
tradicionalmente, pela sociedade, e outro demonstrando o empoderamento que as novas
gerações de mulheres estão buscando e consolidando na sociedade atual, não
aceitando ser comandadas, muito menos julgadas.

Organize, junto com seu professor, a socialização das


produções explicando o que representa seus desenhos. Os
trabalhos podem ficar expostos em algum lugar da escola.

Mão na Massa!
A atividade “Mão na Massa” será a partir de dois textos: a letra da música que estudaram
e uma tirinha. Os alunos do grupo podem dialogar sobre as questões, para que
encontrem a resposta.

Atividade

Releia a letra da música e leia atentamente as questões 01 a 08 para respondê-las.

QUESTÃO 01 (D1) – De acordo com a letra da música, como será definida a mulher que
se recusa a seguir padrões sociais?
A) Desatinada. B) Desqualificada.
C) Triste, louca e má. D) Vítima conformada.

QUESTÃO 02 (D6) – A partir da leitura e reflexão sobre a canção, é possível entender


que a temática abordada é a

A) importância da família na vida da mulher.


B) necessidade de seguir receitas culturais.
C) pressão social para se encaixar em estereótipos de gênero.
D) busca pela independência e autodefinição feminina.

QUESTÃO 03 (D4) – Ao analisar a discussão trazida na música, pode-se afirmar que o


sentimento predominante na letra é

A) tristeza. B) liberdade.
C) loucura. D) maldade.

92
QUESTÃO 04 (D3) – No contexto da música, a expressão “ser seu próprio lar” significa

A) acostumar-se com o que a sociedade espera da mulher.


B) aceitar as definições dadas pela sociedade.
C) cumprir a receita cultural de estereótipos impostos.
D) não depender de um homem ou de uma casa para se definir.

QUESTÃO 05 (D6) – A principal mensagem transmitida pela música é de que as


mulheres

A) devem seguir receitas culturais.


B) precisam se conformar com o seu papel na sociedade.
C) devem buscar sua independência e autodefinição.
D) são vítimas da pressão.

QUESTÃO 06 (D3) – A expressão “desatou nós”, no contexto da letra da música,


significa que a protagonista

A) libertou-se de amarras emocionais.


B) separou-se do parceiro.
C) desfez laços familiares.
D) tornou-se uma pessoa desequilibrada.

QUESTÃO 07 (D18) – No trecho “Eu não me vejo na palavra Fêmea, alvo de caça”, as
palavras em destaque, juntamente com a construção de sentido da frase inteira,
significam que a mulher

A) aceita condição de fêmea que possui apenas a função de procriar, cuidar da casa.
B) critica a ideia construída de que a fêmea está sempre a espera de um macho que a
capture.
C) concorda com o fato de ser sempre a vítima conformada, mesmo que um dia brigue
por seus objetivos.
D) destaca a importância de reconhecer o significado da palavra fêmea para a cultura
antiga e atual.

93
QUESTÃO 08 (D19) – O refrão da música diz: “Que um homem não te define / Sua casa
não te define / Sua carne não te define / Você é seu próprio lar”. A repetição da expressão
“não te define”, no final de cada verso, reforça a ideia de que a mulher

A) deve se conformar com seu papel na sociedade.


B) não pode ser definida por estereótipos e padrões sociais.
C) define-se por suas construções domésticas e familiares.
D) depende da validação do outro para saber quem é.

Observe e leia com atenção o quadrinho para responder às questões 09 e 10.

Disponível em: https://universosertanejo.blogosfera.uol.com.br/2012/07/16/duas-tirinhas/. Acesso em:


12/03/2024.

QUESTÃO 09 (D16) – No quadrinho, o fator que torna o texto engraçado é que os


alienígenas

A) não sabem falar língua portuguesa.


B) não compreendem o que os brasileiros falam.
C) ouviram as letras das músicas atuais e não entenderam.
D) fiscalizam os tipos de músicas que tocam no Brasil.

94
QUESTÃO 10 (D17) – Ao observar com atenção o último quadrinho, pode-se verificar
que a expressão “mudaram de idioma” está em negrito. Esse recurso foi utilizado para

A) marcar o idioma utilizado por todos os falantes no Brasil.


B) indicar o uso de uma linguagem específica para as músicas.
C) enfatizar que a linguagem usada é diferente do português.
D) registrar as mudanças que estão acontecendo no Brasil.

Bora Corrigir?
A correção da atividade será coletiva. Espere as orientações do professor. Após a
correção coletiva, identifique o seu desempenho na atividade observando a tabela
abaixo.

0 a 3 acertos 4 a 7 acertos 8 a 10 acertos

Não desista! Na próxima Você está no caminho Você é craque nesse


será bem melhor. certo! Continue assim. jogo!

95
Apêndice B – Simulado 1 de Língua Portuguesa
SIMULADO 1 DE LÍNGUA PORTUGUESA
ALUNO (A) __________________________________________________ Nº _____
TURMA __________________________________ TURNO ___________________

Leia a crônica para responder às questões 01 e 02.

A OUTRA NOITE
Rubem Braga

1 Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e
chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo
e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens,
5 estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade
eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem
irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal
fechado para voltar-se para mim:
10 – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem
mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma
outra – pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa…
15 Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva.
Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador
ou pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor…
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito
20 obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito
um presente de rei.
Disponível em: https://manoelafonso.com.br/cronica/a-outra-noite-rubem-braga/. Acesso em: 12/03/2024.

QUESTÃO 01
(D3) O termo “...noite preta e enlamaçada...” (ℓ. 12) faz referência a uma noite
de lua cheia e serena.
clara e luminosa.
sem luar e chuvosa.
estrelada e escura.

QUESTÃO 02
(D15) No fragmento “...tanto lá como aqui...” (ℓ. 2), as palavras grifadas estabelecem
ideia de
causa.
tempo.
modo.
lugar.

96
Leia o conto abaixo para responder às questões 03 a 05.

APELO
Dalton Trevisan
1 Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias,
para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa
de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato
na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
5 Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda
veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da
escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para
não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite
e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições
10 do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na
salada − o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas
violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na
camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe,
15 sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha
para casa, Senhora, por favor.
Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/gramatica/3941201. Acesso em: 14/03/2024.

QUESTÃO 03
(D2) No trecho “... não lhes poupei água e elas murcham.” (ℓ. 13) o termo em destaque
refere-se a
violetas.
rosas.
orquídeas.
margaridas.

QUESTÃO 04
(D10) O conflito gerador dessa história foi a
A) falta das brigas com a mulher.
B) notícia da perda da mulher.
C) ausência da mulher.
D) volta da mulher.

QUESTÃO 05
(D11) No primeiro momento, o homem diz não sentir falta da mulher imediatamente em
casa, mas, com o passar dos dias, a ausência da esposa foi ficando em evidência, em
virtude dos afazeres domésticos acumulados e pelo vazio que permeava a casa.
Percebe-se com isso uma relação de
causa e consequência.
comparação.
proporção.
dúvida.

97
Leia o poema abaixo para responder às questões 06 a 08.

O FOTÓGRAFO
Manoel de Barros
1 Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
5 Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
10 Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
15 Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
20 Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a “Nuvem de calça”.
Representou para mim que ela andava na aldeia de
25 braços com Maiakowski – seu criador.
Fotografei a ‘Nuvem de calça’ e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.
Disponível em: https://www.culturagenial.com/manoel-de-barros-poemas/. Acesso em: 14/03/2024.

QUESTÃO 06
(D17) No fragmento: Por fim eu enxerguei a “Nuvem de calça.” (ℓ. 23) as aspas foram
utilizadas para
A) dar ênfase à expressão usada pelo autor no texto.
B) deixar o texto esteticamente mais bonito.
C) destacar o verso principal do texto.
D) marcar no texto o diálogo do autor.

QUESTÃO 07
(D18) No trecho “Madrugada a minha aldeia estava morta.” (ℓ.3) o termo em destaque
significa
A) barulhenta. B) tumultuada. C) silenciosa. D) em festa.

98
QUESTÃO 08
(D6) Analise os fragmentos e assinale o que corresponde ao assunto principal do texto.
A) “Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei”. (ℓ.1 e 3)
B) “Madrugada a minha aldeia estava morta”. (ℓ.3)
C) “Tive outras visões naquela madrugada”. (ℓ.12)
D) “Eu estava saindo de uma festa”. (ℓ.5)

Leia a letra da canção para responder às questões 09 e 10.


DONA DE MIM
Iza
Já me perdi tentando me encontrar Já não me importa a sua opinião
Já fui embora querendo nem voltar O seu conceito não altera a minha visão
Penso duas vezes antes de falar Foi tanto sim que agora digo não
Porque a vida é louca, mano, a vida é Porque a vida é louca, mano, a vida é
louca louca
Sempre fiquei quieta, agora vou falar Quero saber sobre o que me faz bem
Se você tem boca, aprende a usar Papo furado não me entretém
Sei do meu valor e a cotação é dólar Não dê limite que eu quero ir além
Porque a vida é louca, mano, a vida é Porque a vida é louca, mano, a vida é
louca louca
Me perdi pelo caminho Me perdi pelo caminho
Mas não paro, não Mas não paro, não
Já chorei mares e rios Já chorei mares e rios
Mas não afogo, não Mas não afogo, não
Sempre dou o meu jeitinho Sempre dou o meu jeitinho
É bruto, mas é com carinho É bruto, mas é com carinho
Porque Deus me fez assim Porque Deus me fez assim
Dona de mim Dona de mim
Deixo a minha fé guiar Deixo a minha fé guiar
Sei que um dia chego lá Sei que um dia chego lá
Porque Deus me fez assim Porque Deus me fez assim
Dona de mim Dona de mim.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/iza/dona-de-mim/. Acesso em: 14/03/2024.

QUESTÃO 09
(D1) De acordo com os primeiros versos da música, o eu-lírico antes de falar
A) reflete várias vezes.
B) pensa duas vezes.
C) caminha três vezes.
D) chora algumas vezes.

QUESTÃO 10
(D4) A partir dos versos “Sei do meu valor e a cotação é dólar”, “Porque Deus me fez
assim Dona de mim”, pode-se inferir que o eu-lírico é
A) fiel. B) inseguro. C) respeitado. D) autoconfiante.

99
Apêndice C – Descritores e Gabarito do Simulado de Língua
Portuguesa

SIMULADO 1 – LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÕES HABILIDADES/DESCRITORES GABARITO

01 D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. C

02 D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes


D
no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.

03 D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto,


identificando repetições ou substituições que A
contribuem para a continuidade de um texto.

04 D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os


C
elementos que constroem a narrativa.

05 D11 – Estabelecer relação causa/consequência entre


A
partes e elementos do texto.

06 D17 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso


A
da pontuação e de outras notações.

07 D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da


C
escolha de uma determinada palavra ou expressão.

08 D6 – Identificar o tema de um texto. A

09 D1 – Localizar informações explícitas em um texto. B

10 D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. D

100
Apêndice D – Folha de Resposta do Aluno
SIMULADO I – LÍNGUA PORTUGUESA SIMULADO I – LÍNGUA PORTUGUESA
FOLHA DE RESPOSTAS FOLHA DE RESPOSTAS
NOME: _______________________________ NOME: ______________________________
ANO E TURMA: ______________________ ANO E TURMA: ___________________
TURNO: _________________________ TURNO: _______________________
1. Preencha as respostas das questões. 1. Preencha as respostas das questões.
2. Utilize somente caneta. 2. Utilize somente caneta.
3. Evite rasuras no preenchimento. 3. Evite rasuras no preenchimento.
4. Marque somente uma alternativa. 4. Marque somente uma alternativa.
QUESTÕES ALTERNATIVAS QUESTÕES ALTERNATIVAS
01 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 01 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
02 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 02 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
03 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 03 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
04 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 04 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

SIMULADO I – LÍNGUA PORTUGUESA SIMULADO I – LÍNGUA PORTUGUESA


FOLHA DE RESPOSTAS FOLHA DE RESPOSTAS
NOME: _______________________________ NOME: _______________________________
ANO E TURMA: ______________________ ANO E TURMA: ______________________
TURNO: _________________________ TURNO: _________________________
1. Preencha as respostas das questões. 1. Preencha as respostas das questões.
2. Utilize somente caneta. 2. Utilize somente caneta.
3. Evite rasuras no preenchimento. 3. Evite rasuras no preenchimento.
4. Marque somente uma alternativa. 4. Marque somente uma alternativa.
QUESTÕES ALTERNATIVAS QUESTÕES ALTERNATIVAS
01 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 01 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
02 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 02 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
03 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 03 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
04 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 04 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 05 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 06 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 07 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ
08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 08 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 09 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ 10 Ⓐ Ⓑ Ⓒ Ⓓ

101
Apêndice E – Folha de Acompanhamento das Lições
ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO NAS LIÇÕES – LÍNGUA PORTUGUESA
TURMA:
Orientações: Acompanhe a evolução dos alunos observando dois desempenhos (Bom e Melhorar).
Na coluna “Lição”, preencha “M” para desempenho “Melhorar” e “B” para desempenho “Bom”.
Lição 1 (Melhorar – de 0 a 3 acertos) e (Bom – de 4 a 8 acertos).
Lição 2 (Melhorar – de 0 a 3 acertos) e (Bom – de 4 a 6 acertos).
Lição 3 (Melhorar – de 0 a 3 acertos) e (Bom – de 4 a 7 acertos).
Lição 4 (Melhorar – de 0 a 4 acertos) e (Bom – de 5 a 10 acertos).
Nº NOME DOS ALUNOS LIÇÃO 1 LIÇÃO 2 LIÇÃO 3 LIÇÃO 4
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40

102

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