Expondo A Obra Das Trevas - Sermões Sobre o Aborto
Expondo A Obra Das Trevas - Sermões Sobre o Aborto
Expondo A Obra Das Trevas - Sermões Sobre o Aborto
T R E VA S
Sermões sobre o Aborto
John Piper
Éden Publicações
Direitos autorais © 2023 Desiring God
Éden Publicações
Caixa Postal 10546
71620-980 – Brasília, DF
Livros para seu deleite em Deus e Sua Palavra.
Produção editorial
Editor: Rafael Salazar
Capa & Arte Gráfica: Rebeca Salazar
Tradução: Rafael B. Salazar
Revisão: Rogério Portella
Diagramação: Marcos Jundurian
Todas as citações bíblicas foram extraídas da versão Nova Almeida Atualizada (NAA) © 2017 (Sociedade Bíblica do Brasil),
salvo indicação específica.
Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida de qualquer maneira sem permissão por escrito, exceto no caso de
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Página do título
Direitos autorais
1. O aborto: expondo as obras infrutíferas das trevas
2. Devemos ouvir aos homens ou a Deus a respeito do aborto?
3. O aborto e o caminho apertado que conduz para a vida
Apêndice: Quinze verdades em prol da vida que devem ser proclamadas
1. O ABORTO: EXPONDO AS
OBRAS INFRUTÍFERAS DAS
TREVAS
“E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, tratem
de reprová-las.” (Efésios 5.11)
Começo esta manhã certificando-me de que entendemos a diferença entre o chamado cristão à
ação em prol da vida e o chamado não cristão à ação em prol da vida. Estou feliz pelo fato de os
não-cristãos pedirem o fim do aborto. Fico feliz com a existência de “ateus a favor da vida”.
Uma das coisas que fizeram os Estados Unidos funcionar é o que os cristãos consideram o
comportamento correto por causa de Cristo; os não-cristãos o consideram certo por outras razões.
Isso não é surpresa. Parte da verdade enraizada em Jesus como Filho de Deus também é
revelada em parte na criação. A lei escrita no coração de todos os homens e mulheres
(Romanos 2.14), não importa o quão manchados pelo pecado, ainda é a lei de Deus. Portanto, há
sempre esperança de que, pela graciosa providência divina, crentes e incrédulos, em uma
sociedade pluralista, possam concordar que alguns comportamentos são corretos e outros são
errados.
Mas eu sou pastor, um cristão, não um político: meu trabalho principal não é unir crentes e
incrédulos em torno de causas valiosas. Alguém deve fazê-lo. Esse não é o meu trabalho. Alguns
de vocês deveriam proceder assim com a sensação profunda de sua vocação cristã. Meu papel é
glorificar Jesus Cristo e chamar seu povo para se comportar e viver a vida de maneira
distintamente cristã.
Assim, dou início aos lhes mostrar a partir das Escrituras (não da lei natural, por mais
importante que seja para a sobrevivência social) o aspecto especificamente cristão no meu apelo
à ação em prol da vida.
“Ao verem a ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e
incultos, ficaram admirados; e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.
Vendo que o homem que havia sido curado estava com eles, nada tinham a dizer
em contrário. E, mandando-os sair do Sinédrio, discutiam entre si, dizendo:
‘Que faremos com estes homens? Pois todos os moradores de Jerusalém sabem
que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar. Mas, para que
não haja maior divulgação entre o povo, vamos ameaçá-los para não falarem
mais neste nome a quem quer que seja’. Chamando-os, ordenaram-lhes que de
modo nenhum falassem nem ensinassem no nome de Jesus. Mas Pedro e João
responderam: ‘Os senhores mesmos julguem se é justo diante de Deus ouvirmos
antes aos senhores do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das
coisas que vimos e ouvimos’. Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram,
não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos
glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. Ora, o homem em quem tinha
sido operado esse milagre de cura tinha mais de quarenta anos de idade.”
(Atos 4.13-22)
O homem era incapaz de andar havia 40 anos. Sabemos disso porque Atos 3.2 nos diz que ele foi
coxo de nascença e Atos 4.22 diz que tinha mais de quarenta anos de idade. No entanto, agora
ele estava pulando e correndo e louvando a Deus, porque Pedro lhe dissera: “Em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, levante-se e ande!” (At 3.6). Uma grande multidão se reuniu e Pedro pregou
um sermão poderoso. Cerca de 2 mil pessoas foram convertidas, e Pedro e João foram presos e
colocados na prisão durante a noite. Na manhã seguinte, eles compareceram ao tribunal. Na
semana passada, vimos como a mensagem de Pedro passou do aspecto local para o global, e
alcançou o ponto culminante em Atos 4.12 com estas palavras: “E não há salvação em nenhum
outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual
importa que sejamos salvos”.
1. A descrição de Pedro e João: o tipo de pessoas que eles eram para enfrentar as autoridades;
2. A maneira como as pessoas geralmente respondem quando a evidência da verdade se acumula
contra elas;
3. Como os discípulos respondem publicamente às autoridades incrédulas de Jerusalém.
Vamos olhar para estes pontos, um de cada vez, no contexto bíblico, e então aplicar o que
aprendemos à nossa situação hoje.
“Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para
vocês. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a
porta será aberta. Ou quem de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vocês, que são maus, sabem
dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus,
dará coisas boas aos que lhe pedirem? Portanto, tudo o que vocês querem que os
outros façam a vocês, façam também vocês a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas. Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o
caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela.
Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos
os que o encontram.” (Mateus 7.7-14)
A primeira coisa a ser percebida neste texto é a verdade surpreendente de que Deus — o Criador
do universo, que sustenta a existência neste mundo e governa tudo o que acontece — este Deus é
o Pai de todos os que recebem Jesus e creem nele. E, como nosso Pai, ele está mais inclinado a
nos ajudar quando clamamos do que o melhor pai do mundo. Leia os versículos 9-11: “Ou quem
de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês,
que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem?”.
O Deus todo-poderoso, Criador do céu e da terra, está muito mais inclinado a nos ajudar quando
clamamos do que o melhor pai da melhor família de toda a história. Esta é a primeira coisa que
precisamos observar.
1. As leis de homicídio fetal existentes consideram culpado de homicídio culposo quem matar o
bebê no útero de uma mãe (exceto no caso de aborto).
2. Cirurgias fetais são realizadas em bebês no útero para salvá-los, enquanto outra criança da
mesma idade está sendo legalmente aniquilada.
3. Às vezes, os bebês conseguem sobreviver por conta própria com 23 ou 24 semanas, mas o
aborto é legalizado além desse limite.
4. Viver de forma independente não consiste em critério da pessoalidade humana, como sabemos
pelo uso de respiradores e diálise.
5. O tamanho é irrelevante para determinar a pessoalidade humana, como sabemos pela diferença
entre uma criança de uma semana e uma criança de seis anos.
7. Bebês no útero são cientificamente seres humanos, por causa de sua composição genética.
8. O ultrassom abriu uma janela impressionante para o interior do útero, pois mostra o nascituro
com oito semanas chupando o polegar, recuando de dor, respondendo ao som. Todos os órgãos
estão presentes, o cérebro funciona, o coração bombeia o sangue, o fígado produz células
sanguíneas, os rins limpam os fluidos, e existe uma impressão digital. Quase todos os abortos
acontecem após esta data.
9. A justiça determina que quando dois direitos legítimos entram em conflito, a limitação dos
direitos que mais prejudicam é a mais justa. Gestar um filho para adoção faz menos mal que
matá-lo.
10. A justiça determina que quando uma pessoa, entre duas, passar por algum incômodo ou
prejuízo para aliviar a situação conjunta, a pessoa com maior responsabilidade pela situação deve
suportar mais incômodos ou prejuízos para aliviá-la.
11. A justiça determina que uma pessoa não pode coagir outra com a ameaça de danos
voluntários contra si mesma.
13. O que ocorre no útero é obra singular de Deus — que nutre essa pessoa. Ele é o único que
tem o direito de dar e tirar a vida.
14. Existem inúmeras clínicas que oferecem vida e esperança para mães e filhos (e pais e avós),
com cuidados de todos os tipos, fornecidos com carinho por pessoas que cuidarão de todas as
necessidades que puderem.
15. Jesus Cristo pode perdoar todos os pecados, e dará a todos os que confiam nele a ajuda
necessária para realizarem tudo que a vida exige.
[1]
No original, o número é menor (52 milhões) porque o texto é de 2013. Os dados foram atualizados em outubro de 2022, de
acordo com a matéria “Mais de 62 milhões de abortos foram realizados nos EUA, desde sua legalização”, disponível em:
https://guiame.com.br/gospel/noticias/mais-de-62-milhoes-de-abortos-foram-realizados-nos-eua-desde-sua-legalizacao.html,
acesso em: 7 ago 2023. (N. do R.)
[2]
Noël Piper é casada com John Piper desde 1968. O casal tem 5 filhos e 13 netos. Ela é autora de Mulheres fiéis e seu Deus
maravilhoso (Fiel), Treasuring God in our traditions e de dois livros infantis: Most of all, Jesus loves you e Do you want a
friend? (N. do R.)
[3]
Aspas foram adicionadas na palavra “escolha” para ressaltar o caráter retórico do termo neste contexto. Nos Estados Unidos, a
posição a favor do aborto autointitula-se “pró-escolha”. (N. do T.)
[4]
“Portanto, tudo o que vocês querem que os outros façam a vocês, façam também vocês a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas. Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os
que entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram”.
[5]
“Ou quem de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vocês, que
são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe
pedirem?”
[6]
“Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que
entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram.”
[7]
No original, “Twin Cities” (“Cidades Gêmeas)”. (N. do R.)