Expondo A Obra Das Trevas - Sermões Sobre o Aborto

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EXPONDO A OBRA DAS

T R E VA S
Sermões sobre o Aborto

John Piper

Éden Publicações
Direitos autorais © 2023 Desiring God

Título original em inglês: Exposing the Dark Work of Abortion


Copyright © 2023 by Éden Publicações
Originally Published in English by Desiring God with all foreign language ministry rights owned by Desiring God.
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MINNEAPOLIS, MN 55413
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Éden Publicações
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71620-980 – Brasília, DF
Livros para seu deleite em Deus e Sua Palavra.

Produção editorial
Editor: Rafael Salazar
Capa & Arte Gráfica: Rebeca Salazar
Tradução: Rafael B. Salazar
Revisão: Rogério Portella
Diagramação: Marcos Jundurian

Todas as citações bíblicas foram extraídas da versão Nova Almeida Atualizada (NAA) © 2017 (Sociedade Bíblica do Brasil),
salvo indicação específica.

Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida de qualquer maneira sem permissão por escrito, exceto no caso de
breves citações contidas em artigos críticos e revisões. Direcione suas solicitações ao editor no seguinte endereço:
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Impresso no Brasil / Printed in Brazil
ÍNDICE

Página do título
Direitos autorais
1. O aborto: expondo as obras infrutíferas das trevas
2. Devemos ouvir aos homens ou a Deus a respeito do aborto?
3. O aborto e o caminho apertado que conduz para a vida
Apêndice: Quinze verdades em prol da vida que devem ser proclamadas
1. O ABORTO: EXPONDO AS
OBRAS INFRUTÍFERAS DAS
TREVAS

“E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, tratem
de reprová-las.” (Efésios 5.11)

Começo esta manhã certificando-me de que entendemos a diferença entre o chamado cristão à
ação em prol da vida e o chamado não cristão à ação em prol da vida. Estou feliz pelo fato de os
não-cristãos pedirem o fim do aborto. Fico feliz com a existência de “ateus a favor da vida”.
Uma das coisas que fizeram os Estados Unidos funcionar é o que os cristãos consideram o
comportamento correto por causa de Cristo; os não-cristãos o consideram certo por outras razões.
Isso não é surpresa. Parte da verdade enraizada em Jesus como Filho de Deus também é
revelada em parte na criação. A lei escrita no coração de todos os homens e mulheres
(Romanos 2.14), não importa o quão manchados pelo pecado, ainda é a lei de Deus. Portanto, há
sempre esperança de que, pela graciosa providência divina, crentes e incrédulos, em uma
sociedade pluralista, possam concordar que alguns comportamentos são corretos e outros são
errados.
Mas eu sou pastor, um cristão, não um político: meu trabalho principal não é unir crentes e
incrédulos em torno de causas valiosas. Alguém deve fazê-lo. Esse não é o meu trabalho. Alguns
de vocês deveriam proceder assim com a sensação profunda de sua vocação cristã. Meu papel é
glorificar Jesus Cristo e chamar seu povo para se comportar e viver a vida de maneira
distintamente cristã.
Assim, dou início aos lhes mostrar a partir das Escrituras (não da lei natural, por mais
importante que seja para a sobrevivência social) o aspecto especificamente cristão no meu apelo
à ação em prol da vida.

O Chamado Para Ser O Que Você É Em Cristo: Quatro


Exemplos
O chamado cristão à ação em prol da vida é o apelo aos filhos da luz para que mostrem o que são
em Cristo. É fundamental compreender isto se quisermos agir como cristãos. Permitam-me
apresentar-lhes quatro exemplos do que quero dizer com este texto.
Comecemos pelo versículo que antecedeu nosso texto — o último versículo de Efésios 4 (v.
32): “Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês”. O chamado cristão ao perdão não
declara: “perdoem para obter o perdão de Deus”. Ele afirma: “perdoem porque vocês foram
perdoados por Deus”. Olhem para a última parte do versículo 32: “perdoando uns aos outros,
como também Deus, em Cristo, perdoou vocês”. A vida cristã parte do que Deus fez livremente
por nós em Cristo e segue em direção ao que devemos fazer livremente pelos outros. Não o
contrário.
O segundo exemplo está no versículo 1 do capítulo 5 de Efésios: “Portanto, sejam imitadores
de Deus, como filhos amados”. Não diz: “Sejam imitadores de Deus para serem adotados”.
Começa pela posição em Cristo como “filhos amados”. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-
lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (João 1.12).
Assim, o chamado cristão para imitar Deus no mundo não comporta a obtenção do favor dele, e
sim o chamado para serem quem vocês são: filhos parecidos com o Pai, e amados por Deus.
Filhos amados adoram ser como seu pai.
O terceiro exemplo provém do versículo 2a: “E vivam em amor, como também Cristo nos
amou e se entregou por nós”. Ele não diz: “Vivam em amor para que Cristo comece a nos amar e
se entregar por nós”. O texto diz que Cristo nos amou e se entregou por nós; portanto, vivamos
em amor. Sejam o que a morte dele efetuou e garantiu que vocês se tornassem.
O quarto exemplo se encontra no versículo 8: “Porque no passado vocês eram trevas, mas
agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz”. Não diz: “Vivam como a luz do mundo
para que possam se tornar filhos da luz”. Ele diz: “Vocês são luz no Senhor, não integram mais a
escuridão. Vocês são filhos da luz. Vivam de acordo com o que são”.
Esta é a diferença entre o chamado cristão à ação em prol da vida e o não cristão. O chamado
para perdoar, para imitar Deus, para andar em amor, para andar como filhos da luz — são
chamados enraizados em algo que Deus realizou em nosso favor por meio de Cristo. Eles estão
enraizados no que Deus já nos fez em Cristo. São chamados para sermos o que somos por causa
do perdão e da adoção providos por Deus, por causa do amor sacrificial de Cristo, e pelo fato de
Deus deixar sua luz em nós.

Em Primeiro Lugar, O Chamado À Conversão; Na Sequência, O


Chamado Para Ser Luz
Tudo isso acontece com vocês quando se tornam cristãos e depositam sua confiança em Jesus
como Salvador e Senhor de sua vida. O resto da história consiste em tornar-se o que são!
Perdoem — por terem sido perdoados; amem — por serem amados; brilhem — com a luz de
Cristo em seu interior. Assim, o chamado à ação cristã em prol da vida abrange em primeiro
lugar o chamado à conversão, ao novo nascimento, ao arrependimento e à fé em Jesus. Então se
segue o chamado para deixar sua luz brilhar na escuridão — para que vivam como filhos da luz.
Por isso Paulo afirma no versículo 9: “porque o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça
e verdade”. Ele designa a bondade, a justiça e a verdade “fruto da luz”, pois crescem
naturalmente a partir dela. O fruto procede da árvore por causa do que a árvore é. Assim ocorre
com a vida cristã: tornem-se o que vocês são — deem frutos.
O oposto do “fruto da luz” são “as obras infrutíferas das trevas”. Considere o versículo 11a:
“E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas”. As “trevas” são o oposto da “luz” e as
“obras” consistem no oposto do “fruto”. Esta afirmação se assemelha ao texto de Gálatas 5, onde
Paulo contrasta o “fruto do Espírito” com as “obras da carne”. O ponto é o mesmo: a verdadeira
vida cristã é em essência dar frutos, não realizar obras. Significa, por natureza, deixar o fruto
mostrar como é a árvore. Não comporta o trabalho para se tornar uma árvore.
Nós nos tornamos uma árvore e permanecemos uma árvore plena confiando na livre
misericórdia de Deus, e em tudo que ele é para nós em Jesus. A vida cristã — com toda a sua
ação em prol da vida e todas as outras coisas boas — compreende ser o que somos: árvores
frutíferas perdoadas e adotadas por Deus, e amadas por Cristo.

O Chamado Distintamente Cristão À Ação Em Prol Da Vida


Agora, com base nisso, considerem o chamado distintamente cristão para a ação em prol da vida.
Lê-se no versículo 8b: “Vivam como filhos da luz”. O versículo 11 nos apresenta as formas
negativa e positiva de realizar esse ato. De maneira negativa: “E não sejam cúmplices nas obras
infrutíferas das trevas; pelo contrário [esta é a parte positiva:], tratem de reprová-las”. Viver na
luz significa não realizar as obras de trevas e expor as obras das trevas praticadas por outras
pessoas.
Portanto, aprendemos com este texto que os cristãos que vivem na luz devem se envolver na
exposição e reprovação do aborto, uma obra infrutífera das trevas. Trata-se de uma obra
tenebrosa e infrutífera, e somos chamados a reprová-la.
O termo “reprovar” é usado de novo no versículo 13, onde você tem uma ideia clara do que
está envolvido: “Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas”. A ideia
é que quando “vivermos como filhos da luz”, brilharemos em lugares escuros e isso tornará as
trevas visíveis, ou as tornará luz. Ou, tomando por empréstimo as palavras de Jesus, quando
deixamos nossa luz brilhar diante dos homens, as obras tenebrosas dos homens se tornam
manifestas pelo que realmente são: infrutíferas e vergonhosas. Isso faz parte da nossa vocação.
Em João 3.20, nós nos deparamos com essa mensagem de novo. Jesus diz: “Pois todo aquele
que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam
reprovadas”. Então o ponto subjacente à mensagem é que os cristãos são chamados a deixar a luz
da verdade, da justiça e do amor brilhar sobre as trevas e examinar o mal sob a luz, manifestando
o que realmente é.

O Chamado Para Ser A Consciência Da Cultura


Outro modo de expressar o mesmo ponto é afirmar que Deus chama seu povo para ser a
consciência da cultura. A consciência individual analisa nosso comportamento e aprova ou
reprova o que fazemos. Assim, os filhos da luz devem sondar sua cultura e aprovar ou reprovar o
que ela faz.
Espero que vocês percebam essa força. É muito diferente da passividade e abstenção moral de
muitos cristãos. Muitos crentes contam com uma ética de evasão passiva, e isso é tudo. Em
outras palavras, eles pensam: se eu evitar as obras infrutíferas das trevas, e não as praticar
pessoalmente, então cumpro meu dever cristão. Estou limpo. Vivo na luz. Mas não é isso que diz
o versículo 11. Ele declara que vocês só cumprem metade do dever. “E não sejam cúmplices nas
obras infrutíferas das trevas”, esta é a ética evasiva. Isto compreende metade do seu dever.
Contudo, o texto continua e, de fato, coloca mais ênfase na frase seguinte, por ser facilmente
negligenciada e por custar muito caro: “pelo contrário, tratem de reprová-las”. Não evitem
apenas as obras infrutíferas das trevas, exponham-nas. Isto não é evasão; é ação.
Expor O Aborto: Uma Obra Infrutífera Das Trevas
Vocês ouvem o chamado à ação neste versículo? Você ouve um chamado para fazer algo neste
ano a fim de para reprovar as trevas e a falta de frutos (a esterilidade!) do aborto? Deus está nos
chamando por meio deste versículo — ele convoca todos os cristãos — a fim de reprovarmos o
aborto, uma obra infrutífera das trevas...
• Ocorrem 1,2 milhão de abortos nos Estados Unidos todos os anos — 62 milhões desde que a
Suprema Corte passou por cima da consciência públicas dos residentes de 48 estados em 1973.[1]
• Cerca de 30% de todos os bebês concebidos nos Estados Unidos são mortos por abortos.
• As mulheres recebem instrução médica para a não-realização do aborto antes da sétima semana
de gravidez (veja o livreto Yes/Neon), e já na oitava semana o coração do bebê está batendo há
um mês, existem ondas cerebrais mensuráveis, há resposta ao toque, ele suga o polegar, agarra
com as mãos, usa os braços para nadar no líquido amniótico, apresenta braços e pernas distintos
e órgãos sexuais. Tudo isso deve (não pode, deve) estar presente antes que a maioria dos centros
de aborto despedace o bebê com uma máquina de sucção — algo que ocorre 4 mil vezes por dia.
• Uns 9 mil bebês foram mortos após a 21ª semana de gravidez em 1987, já totalmente formados
e quase capazes de respirar por si mesmos. Todos mortos legalmente!
• No estado de Minnesota existe a lei contra o homicídio fetal que afirma constituir “assassinato
matar um embrião ou feto intencionalmente, exceto em casos de aborto” — em outras palavras, é
ilegal matar o feto a menos que a mãe escolha matá-lo. Esse é um critério estranho e sombrio
para matar legalmente.
• “A esquizofrenia é inevitável no caso do aborto de um feto perfeitamente normal de 22
semanas enquanto, no mesmo hospital, realiza-se uma cirurgia intrauterina em seu primo.”
(Steve Calvin)
• A viabilidade fora do útero não é um critério de pessoalidade e de direito à vida, pois nós
mesmos não desistimos de nossa pessoalidade e do direito à vida se tivemos de ser mantidos por
um respirador mecânico ou uma máquina de diálise — da mesma forma que um bebê deve ser
mantido pela placenta.
• O tamanho e a capacidade de raciocínio de uma pessoa minúscula é irrelevante para a
pessoalidade humana, pois se fosse, poderíamos permitir que recém-nascidos minúsculos e sem
plena consciência fossem mortos.
• Embriões e fetos geneticamente humanos são totalmente diferentes de todas as formas de vida
animal; se eles forem deixados sozinhos, sem nenhum acréscimo além de nutrição, crescerão.
• Se é ilegal esmagar o ovo de uma águia careca, não é excessivamente restritivo tornar ilegal
esmagar um feto humano.
• Quando dois direitos legítimos entram em conflito: o direito de não estar grávida e o direito de
não
ser morto — a justiça exige que se dê lugar ao maior direito, o direito que faz menos mal — o
que não mata intencionalmente.
• Há milhares de centros de auxílio à gravidez nos Estados Unidos prontos para ajudar, e quase
todos eles são gratuitos — ao contrário das fábricas de aborto que cobram muito caro — e
quanto mais crescido o bebê, maior o preço.
• Pelo fato de não haver bebês indesejados em Minnesota, Mary Ann Kuharsky (presidente da
organização Pro-Life Minnesota) afirmou no jornal Tribune que aceitaria qualquer bebê cuja
vida dependia de ajuda, e há centenas de pessoas como ela.
• Existe hipocrisia na menção da escolha como o absoluto intocável sobre o tema, quando, em
seguida, existe oposição à escolha pessoal nas questões relativas ao: controle de acesso à armas,
auxílios sociais e políticas de cotas raciais, salário mínimo e dezenas de outras questões em que
as chamadas pessoas favoráveis à escolha se juntam à limitação da escolha das pessoas para
proteger os demais. É um argumento fajuto. Todas as escolhas são limitadas pela vida.
• A invasão de lugares com o objetivo de salvar vidas não é um crime e não prejudica nosso
sistema legal; ao contrário, endossa o único fundamento sem o qual o sistema legal da nação
cairá, ou seja, o direito inalienável à vida. Não haverá nenhuma lei exceto a lei da escolha
individual (= anarquia), se a base do valor da vida for destruída. E o aborto a está destruindo.
Deus chama hoje cristãos passivos e inativos para que envolvam sua mente, seus corações e suas
mãos na reprovação das obras infrutíferas das trevas. Sejamos a consciência de nossa cultura.
Sejamos a luz do mundo. Vivamos na grande realidade do amor de Deus, da adoção divina e do
perdão concedido por Jesus (sim — por todos os abortos realizados por dezenas de vocês), e nos
tornemos filhos da luz. Eu os conclamo nesta manhã a viverem como filhos da luz.
2. DEVEMOS OUVIR AOS
HOMENS OU A DEUS A
RESPEITO DO ABORTO?

“Ao verem a ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e
incultos, ficaram admirados; e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.
Vendo que o homem que havia sido curado estava com eles, nada tinham a dizer
em contrário. E, mandando-os sair do Sinédrio, discutiam entre si, dizendo:
‘Que faremos com estes homens? Pois todos os moradores de Jerusalém sabem
que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar. Mas, para que
não haja maior divulgação entre o povo, vamos ameaçá-los para não falarem
mais neste nome a quem quer que seja’. Chamando-os, ordenaram-lhes que de
modo nenhum falassem nem ensinassem no nome de Jesus. Mas Pedro e João
responderam: ‘Os senhores mesmos julguem se é justo diante de Deus ouvirmos
antes aos senhores do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das
coisas que vimos e ouvimos’. Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram,
não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos
glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. Ora, o homem em quem tinha
sido operado esse milagre de cura tinha mais de quarenta anos de idade.”
(Atos 4.13-22)

O homem era incapaz de andar havia 40 anos. Sabemos disso porque Atos 3.2 nos diz que ele foi
coxo de nascença e Atos 4.22 diz que tinha mais de quarenta anos de idade. No entanto, agora
ele estava pulando e correndo e louvando a Deus, porque Pedro lhe dissera: “Em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, levante-se e ande!” (At 3.6). Uma grande multidão se reuniu e Pedro pregou
um sermão poderoso. Cerca de 2 mil pessoas foram convertidas, e Pedro e João foram presos e
colocados na prisão durante a noite. Na manhã seguinte, eles compareceram ao tribunal. Na
semana passada, vimos como a mensagem de Pedro passou do aspecto local para o global, e
alcançou o ponto culminante em Atos 4.12 com estas palavras: “E não há salvação em nenhum
outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual
importa que sejamos salvos”.

Três Observações A Partir Do Texto


Agora, no texto de hoje, observamos três coisas incrivelmente relevantes para a vida no mundo
secular, concernentes, de modo especial, à questão do aborto.

1. A descrição de Pedro e João: o tipo de pessoas que eles eram para enfrentar as autoridades;
2. A maneira como as pessoas geralmente respondem quando a evidência da verdade se acumula
contra elas;
3. Como os discípulos respondem publicamente às autoridades incrédulas de Jerusalém.

Vamos olhar para estes pontos, um de cada vez, no contexto bíblico, e então aplicar o que
aprendemos à nossa situação hoje.

1. A Descrição De Pedro E João


As autoridades, os anciãos e os escribas ficaram espantados com Pedro e João. Afirma-se em
Atos 4.13 que eles “ficaram admirados”. Literalmente, eles se espantaram, hesitaram, ficaram
perplexos e espantados. Eles viram duas coisas que não se encaixavam. A seguir, notaram a
verdadeira explicação. A ousadia pública de Pedro e João e sua falta de educação formal era o
que não se encaixava.
Pedro e João estavam falando com franqueza, confiança, coragem e clareza. E eles o faziam
na presença de pessoas com poder, estima e alta escolaridade: as autoridades, os anciãos e os
escribas. Isso surpreendeu as autoridades. Os homens falavam como se contassem com algum
tipo de autoridade que os apoiasse. Contudo, o que tornava essa ousadia incrível era o fato de
Pedro e João não terem recebido educação formal; eles não contavam com a habilidade do
refinamento proveniente de cursos de retórica. Esse é o ponto do versículo 13: “Ao verem a
ousadia de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, ficaram admirados”—
eles se espantaram.
Então eles se lembraram que Jesus — de quem eles tentaram se livrar — era exatamente
assim. Lê-se em João 7.15: “Então os judeus se maravilhavam [ou se admiravam; é a mesma
palavra] e diziam [sobre o ensino de Jesus]: ‘Como é que ele pode ser letrado, se não chegou a
estudar?’”. O mesmo que aconteceu com Jesus, também ocorreu com Pedro e João. Eram todos
ousados, diretos e claros. Eles compreendiam as coisas de Deus, mesmo sem nunca ter recebido
a educação rabínica dos escribas.
O texto de Atos 4.13 arremata: “E reconheceram que haviam eles estado com Jesus”. O
Senhor era desse jeito. Pedro e João devem ter aprendido isso com ele. “O discípulo [...] que for
bem-instruído será como o seu mestre.” (Lc 6.40)

2. A Resposta Das Autoridades


Então vemos a resposta das autoridades. Lê-se em Atos 4.16-17: “Que faremos com estes
homens? Pois todos os moradores de Jerusalém sabem que um sinal notório foi feito por eles, e
não o podemos negar. Mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, vamos ameaçá-los
para não falarem mais neste nome a quem quer que seja”. Aqui está algo realmente incrível, e
ainda muito comum no mundo. Como vocês descreveriam a conexão entre o que eles dizem no
versículo 16 e o que afirmam no versículo 17? No versículo 16: um grande e inegável sinal de
amor e poder foi feito por esses homens corajosos em nome de Jesus. Toda Jerusalém sabe disso.
No versículo 17: vamos ameaçá-los com ferocidade e tentar mantê-los quietos sobre Jesus.
O versículo 16 afirma razões para a consideração séria da veracidade das palavras de Pedro e
João. O versículo 17 descreve o comportamento de pessoas sem interesse na verdade, apenas nos
benefícios recebidos da mentira. É como dizer: “Vejam: há fumaça subindo pelas escadas do
porão; vamos fechar logo a porta e jantar”. Ou: “Pessoas com câncer estão sendo curadas por
este novo remédio; rápido, vamos proibi-lo no mundo todo”.
Quando as pessoas se beneficiam de um erro, elas se fazem de surdas e cegas para a evidência
crescente de que deveriam mudar seu comportamento. Esta é a segunda coisa que aprendemos.

3. A Resposta De Pedro E João À Ameaça


Em Atos 4.19-20 se lê como Pedro e João respondem a esta ameaça cega. “Os senhores mesmos
julguem se é justo diante de Deus ouvirmos antes aos senhores do que a Deus; pois nós não
podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”.
Esta deve ter sido uma resposta totalmente irritante e enlouquecedora à autoridades. Por quê?
Porque presume algo que as autoridades se recusaram fazer. Pedro presume a escolha entre ouvir
a Deus e ouvir às autoridades. Isso pressupõe que as autoridades não falam por Deus. Pedro não
se desculpa por essa suposição, de forma alguma. Ele só a afirma. E com uma espécie de
simplicidade desarmadora, fala como se eles devessem agir segundo dessa suposição: A questão
é, diz ele, ouvirmos aos senhores ou a Deus. Agora julguem por si mesmos o que devemos fazer.
Sigam adiante! Digam-nos: Deus ou os senhores! É uma pergunta que eles não poderiam
responder sem admitir não estar do lado de Deus.
A base da resposta de Pedro é a absoluta garantia de que Jesus está vivo, que ele é Senhor do
universo, que ele curou o homem, e que obedecê-lo antecede a obediência a qualquer governante
humano. Pedro e João sabem porque viram e ouviram. Eles passaram por várias experiências
com o Jesus vivo que os tornou totalmente imbatíveis. Por isso, não sugerem que talvez as
autoridades falem um pouco em nome de Deus, e talvez os apóstolos falem. Não. As autoridades
se posicionam de forma contrária a Deus ao dizer-lhes para ficarem quietos sobre Jesus. E os
apóstolos estão alinhados com o Deus vivo por causa do conhecimento de Jesus.

Três Lições Para Hoje


Como tudo isso é relevante para nós hoje? Vamos pegar cada elemento das três observações
feitas e apresentá-las como lições para nós mesmos.

1. O Que É Preciso Para Ser Ousado E Claro


Para ser ousado, franco e claro no que dizem a favor de Cristo em público, vocês não precisam
ter recebido educação formal ou ostentarem qualificações extraordinárias. É preciso uma
verdadeira comunhão com Jesus — a experiência real com Jesus, o tipo de experiência que lhes
permita dizer: “Não posso deixar de falar das coisas que vi e ouvi”.

Os limites da educação formal


Uma coisa que aprendi ao cursar a carreira educacional até o topo da minha área e, depois, lendo
o que as pessoas que receberam mais educação formal escrevem: não há nada na educação
superior que transforme uma pessoa em um porta-voz corajoso e claro a favor da verdade.
Acredito na educação. Acredito que alguns dos nossos jovens mais brilhantes devem fazer da
vida acadêmica uma carreira para a glória de Deus. Contudo, livremo-nos da ideia de que a vida
acadêmica torna uma pessoa ousada, corajosa, direta e clara. Não há correlação positiva entre a
educação superior e a ousada clareza da lucidez.

O caminho para a ousadia


O que torna uma pessoa ousada a favor da verdade é ter certeza de enxergar a verdade divina. O
que torna uma pessoa clara e direta é o bom coração que não deseja usar de subterfúgios sob a
névoa da ambiguidade. Outra maneira de fazer a mesma afirmação é asseverar que a ousadia e a
clareza provêm da convivência com Jesus. Jesus é a verdade que precisamos ver, e Jesus é bom
— totalmente bom. Quanto mais real for o seu relacionamento com ele, mais confiante você se
torna na verdade, e mais experimentado você se torna em não desejar se exaltar ou se proteger
com palavras impressionantes.
Você deseja apenas falar a verdade por ele e se expressar com ousadia e clareza — sem ardis,
cortina de fumaça, blefes, evasivas, subterfúgios e a camuflagem inteligente da indecisão. Gosto
muito do que James Denney disse acerca da pregação. Aplica-se a toda comunicação clara e
ousada a favor de Cristo: “Ninguém consegue passar a impressão de ser inteligente e que Cristo é
poderoso para salvar”. Quanto mais tempo você passar com Jesus, isto ficará cada vez mais
claro.
Assim, a primeira lição hoje é que vocês não precisam receber educação formal ou serem
extraordinariamente hábeis para serem ousados, francos e claros no que afirmam a favor de
Cristo em público. Vocês precisam de comunhão real com Jesus.

2. Os Beneficiários Da Prática Do Mal


Ainda hoje, é verdade que os beneficiários dos erros e dos conceitos errados geralmente fingem
não reparar nas evidências favoráveis ao que é certo e verdadeiro.

Justificação dos desejos do nosso coração


Esta doença afeta todos nós em níveis diversos. A mente percebe a realidade de forma seletiva
com o objetivo de justificar os desejos do coração. A objetividade plena — independentemente
do lado em que você se encontra em um debate — é um mito.
Caso sejam mostradas fotos de bebês mutilados e isso comprometer o desejo de abortar, então
se alega que as fotos são emocionalmente manipuladoras, de mau gosto ou irrelevantes.
Entretanto, caso sejam mostradas fotos de lontras marinhas mortas, guindastes manchados de
óleo ou focas mutiladas a fim ajudar uma causa ambiental, então se infere que o ato objetiva
apenas mostrar a verdade e forçar as pessoas a aceitarem o que acontece realmente.
Um livreto distribuído aos alunos do colégio South High recentemente, em conexão com a
educação sexual, afirma: “Do ponto de vista médico, é melhor abortar no período entre a sexta e
a décima segunda semanas de gravidez”. E os defensores do aborto se fingem de surdos em
relação à pergunta: “Do ponto de vista médico, é melhor para quem: para o bebê ou a mãe? Ou
para nenhum dos dois?”.
As evidências são universais: o nascituro é uma pessoa e um paciente, bem como sua mãe.
Contudo, os facilitadores de abortos se fingem de surdos para observações como as do dr. Steve
Calvin em uma carta enviada há alguns anos ao jornal Arizona Daily Star: “A esquizofrenia é
inevitável no caso do aborto de um feto perfeitamente normal de 22 semanas enquanto, no
mesmo hospital, realiza-se uma cirurgia intrauterina em seu primo”.

Fingir-se de surdo para a Bíblia


Muitos cristãos envolvidos com práticas abortivas fingem-se de surdos em relação à Bíblia
quando esta declara que a vida crescendo no útero é uma obra de Deus criativa e única, que
forma um ser à imagem dele (Sl 139.13; Jó 31.13-15); quando se refere aos bebês no útero
usando as mesmas palavras que utilizadas para designar bebês fora do útero (Gn 25.22; Lc 1.41;
2.12,16; 18.15); quando, repetidas vezes, adverte contra o derramamento de sangue inocente
(Sl 106.38); quando assevera de forma reiterada a proteção dos membros mais fracos e
vulneráveis da comunidade (Sl 82.3-4) ou quando diz que só Deus tem o direito de dar e tirar a
vida humana (Jó 1.21).
Assim, a segunda lição hoje — aplicada diretamente à questão do aborto — é que quando as
pessoas se beneficiam de erros ou pensamentos errados, elas se farão de surdas e cegas para a
evidência crescente do que é certo e verdadeiro. A mente seleciona o que justificará os desejos
do coração. No final, isso é o que deve ser mudado.

3. O Dever De Falar A Verdade De Deus


A lição final do texto para hoje é a seguinte: os cristãos — pessoas que depositam a esperança
em Jesus, vivem com ele e lhe obedecem — devem se apresentar em público e dizer a verdade
de Deus sem se preocuparem com o fato de os ouvintes seculares nem mesmo concordarem com
nossos pressupostos mais básicos.
Não é incrível a forma de Pedro e João responderem às autoridades?! As autoridades lhes
ordenaram que não falassem mais em nome de Jesus. Então, em Atos 4.19-20 os apóstolos
respondem: “Os senhores mesmos julguem se é justo diante de Deus ouvirmos antes aos
senhores do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”.
Um dos grandes obstáculos para a declaração pública da verdade aprendida com Jesus é
imaginar que precisamos vencer o debate. Ou imaginamos que precisamos agir com base nos
pressupostos dos líderes seculares. Contudo, Pedro nos mostra enfaticamente que não temos de
proceder assim. Nossa vocação não é vencer nada nem usar os pressupostos do mundo. Nosso
chamado consiste em nos levantarmos e proclamarmos a realidade como é aos olhos de Deus.
Imaginem como as autoridades poderiam ter respondido a Pedro e João quando eles disseram:
“Julguem se devemos ouvir a vocês ou a Deus”. “Quem vocês pensam que são! Nos dizendo que
a escolha é entre o que dizemos e o que Deus diz! Como sabem que não falamos por Deus?”.
Pedro diz apenas: “Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”. Ele é uma
testemunha. Agora, não me entenda mal. Algumas pessoas receberam um chamado e uma
dotação especial para travar debates mais prolongados e a tentar encontrar algum ponto em
comum, a fim de se esforçar com o objetivos de persuadir os oponentes. Todavia, o ponto aqui é
mais simples: todos os cristãos devem se levantar e declarar seu ponto de vista. Aconteça o que
acontecer. Não se preocupem se o público não concordar com os seus pressupostos mais básicos.
Sua tarefa não é vencer um debate nem controlar a sociedade. Sua tarefa consiste em declarar o
que Deus quer que seja dito.
A Bíblia afirma que a lei de Deus está escrita no coração de todas as pessoas (Rm 1.32; 2.15).
Ela declara que todos são criados à imagem de Deus (Gn 1.27). Há razões para acreditar, então,
que seu testemunho verdadeiro sobre o aborto, ou qualquer outra questão, desencadeará algo no
interior das pessoas. Ele soará verdadeiro na parte mais profunda do coração, embora possa ser
suprimido temporariamente pela injustiça. E quem sabe o que Deus pode fazer se sua verdade for
dita com ousadia e clareza por dezenas de milhares de cristãos evangélicos?
Não fomos chamados para vencer, mas para testemunhar
O grupo de pais da Roosevelt High School, onde meu filho Benjamin estuda, tinha um fórum
para discutir sobre a arrecadação de fundos para a escola. A proposta era instalar máquinas de
apostas no boliche local. Noël[2] foi à reunião, levantou-se sozinha e disse: “Já existe um
problema neste estado com jovens apostadores. As escolas devem ajudar a moldar o caráter,
além de fornecer informações. Como podemos ajudar nossos filhos a serem responsáveis se
sinalizarmos, como adultos, que os jogos de azar representam uma boa maneira de obter
dinheiro? Não estimularemos algo que promove a ganância, engana os pobres e desestimula o
caráter recompensador do trabalho?”.
Eles não desistiram do plano. Mas Noël não era responsável por isso. Ela afirmou o que Deus
desejava que fosse dito. A verdade de Deus foi ouvida em público; e ela, você e eu somos
responsáveis por isso em relação à questão do aborto e todas as questões importantes. Não fomos
chamados para vencer; somos convocados a dar testemunho.
3. O ABORTO E O CAMINHO
APERTADO QUE CONDUZ PARA
A VIDA

“Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para
vocês. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a
porta será aberta. Ou quem de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vocês, que são maus, sabem
dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus,
dará coisas boas aos que lhe pedirem? Portanto, tudo o que vocês querem que os
outros façam a vocês, façam também vocês a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas. Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o
caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela.
Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos
os que o encontram.” (Mateus 7.7-14)

A primeira coisa a ser percebida neste texto é a verdade surpreendente de que Deus — o Criador
do universo, que sustenta a existência neste mundo e governa tudo o que acontece — este Deus é
o Pai de todos os que recebem Jesus e creem nele. E, como nosso Pai, ele está mais inclinado a
nos ajudar quando clamamos do que o melhor pai do mundo. Leia os versículos 9-11: “Ou quem
de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês,
que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem?”.
O Deus todo-poderoso, Criador do céu e da terra, está muito mais inclinado a nos ajudar quando
clamamos do que o melhor pai da melhor família de toda a história. Esta é a primeira coisa que
precisamos observar.

Muito Melhor Do Que O Melhor Pai Terreno


E a razão pela qual eu disse que ele é o Pai de todos os que recebem Jesus e creem nele decorre
da afirmação encontrada em João 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”. Deus não é o Pai de todos. Ele
é o Pai de quem recebe seu Filho e crê nele como Salvador divino, Senhor e o Tesouro supremo
que ele é.
Sem Jesus, o abortista, a mãe, o bebê, o manifestante, os partidários da direita, da esquerda, os
defensores da vida, os defensores da “escolha” são todos por natureza filhos da ira, não filhos de
Deus.[3] Eu uso essa expressão porque a Bíblia a usa em Efésios 2.1-3: “Vocês estavam mortos
em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência. Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da
nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira,
como também os demais”.

O Deus Rico Em Misericórdia


Mas Deus não é apenas o Deus de santidade e ira terríveis; ele também é um Deus rico em
misericórdia. E assim ele enviou seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que
o mundo possa ser salvo da própria ira de Deus por meio de Jesus (Jo 3.17). Ele não veio para ser
servido, mas para dar sua vida como um resgate em favor de muitos (Mc 10.45), entregar sua
vida pelas ovelhas (Jo 10.15), carregar nossos pecados em seu corpo no madeiro (1Pe 2.24),
proporcionar-nos a justiça que não vem da nossa observância da lei, mas da fé (Fp 3.9), e para
nos reconciliar com Deus (2Co 5.18; 1Pe 3.18).
Todos os filhos da ira podem se tornar filhos do Pai por meio de Jesus Cristo. Uma abortista
mais idosa, a poucos quarteirões de nossa igreja, após realizar 3 mil abortos, pode se tornar filha
de Deus. Ela pode ouvir Jesus dizer em seu leito de morte: “Hoje você estará comigo no
paraíso”. Isso vale para a mãe de cinco filhos abortados, para o namorado egoísta e avesso à
responsabilidade, para o pai que se oculta — arrogante e que teme passar vergonha pública —, e
para a garota desesperada de 14 anos.

O Salvador Morreu Por Pecadores Que Realizaram Abortos


Jesus não veio, em primeiro lugar, impedir que se façam abortos no mundo. Ele veio
principalmente para morrer por pecadores que realizaram abortos: “Não vim chamar justos, e sim
pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.32).
Há uma maneira de conhecer Deus como Pai. Ela vale para os integrantes da clínica de aborto
da organização Planned Parenthood [Paternidade Planejada], para as pessoas do movimento Pro-
life Action League, e para os membros de nossa igreja — Bethlehem Baptist Church —:
“Entreguem-se a Jesus”.
Um dos discípulos de Jesus lhe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai”. E Jesus lhe respondeu: “Há
tanto tempo estou com vocês, Filipe, e você ainda não me conhece? Quem vê a mim vê o Pai”
(Jo 14.8-9). Se vocês vierem até mim, terão Deus como seu Pai. Vocês não serão mais filhos da
ira. Entretanto, se vocês não vierem, então permanecerão sob a ira de Deus (Jo 3.36).

O Cerne Do Cristianismo: Jesus Salva Pecadores


O cerne do cristianismo não consiste na cultura da vida. O cerne do cristianismo é a morte de
Jesus Cristo e sua ressurreição dentre os mortos para salvar pecadores. Então, ele se torna a
cultura da vida.
Antes de sermos capazes de ouvir Jesus pronunciar suas palavras difíceis, encontradas em
Mateus 7.12-14,[4] devemos ouvir suas encantadoras palavras nos versículos 9-11.[5] O Deus
onipotente e totalmente sábio, santo, justo, bom, e que governa tudo é o Pai de todos que se
aproximam de Jesus. E ele está mais desejoso de lhes ajudar quando vocês o invocam do que
quando chamam o melhor pai que já viveu na terra.
Ele é o Pai de vocês? Vocês já se renderam a Jesus e o receberam como seu Senhor, Salvador
e Tesouro? Onde quer que vocês estejam na linha do pecado e da tristeza — a mãe que abortou o
filho, o pai que estimulou esse mal, o médico que o realizou, o ativista que tentou pará-lo, o
político que o apoiou ou que lutou contra ele, a pessoa passiva que jamais pensou nisso — esta
não é a questão principal. A questão principal é a seguinte: vocês já lançaram aos pés de Jesus
em busca de misericórdia? Vocês foram adotados e se encontram fora do alcance da ira divina,
integrando a família de Deus mediante a fé em Jesus?

Para A Família Do Pai


O restante deste sermão diz respeito à família do Pai. Se vocês ainda não fazem parte da família,
espero que ouçam. Ele pode fazer vocês desejarem integrá-la.
Isso foi nos versículos 9-11. Deus é nosso Pai, se Jesus é nosso Salvador.
Agora passemos ao versículo 12: “Portanto, tudo o que vocês querem que os outros façam a
vocês, façam também vocês a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”.
O “portanto” é crucial. É o mesmo que dizer: “Assim, por causa do que eu disse, tratem as
pessoas da maneira que vocês gostariam de ser tratados”. Pelo fato de Deus ser seu Pai, de se
encontrar mais desejoso de ajudá-los do que o melhor pai humano, e ser onipotente e ter todas as
coisas à sua disposição, sigam em frente e vivam para o bem dos outros, e não só para si
mesmos.

Deus É Seu Pai. Portanto...


Vocês percebem a conexão entre ter Deus como Pai e viver a vida para o bem das outras
pessoas? Deus é o Pai de vocês. Ele cuidará de suas necessidades e lhes dará força. Deus vai
guiá-los e segurá-los caso caiam. Ele estará sempre presente para vocês. Deus cuidará de suas
necessidades, quando vocês cuidarem das necessidades das outras pessoas: “Busquem em
primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas”
(Mt 6.33).
Ele é seu Pai! Portanto, tratem os outros da maneira que vocês gostariam de ser tratados. Não
podemos viver assim por nossa própria conta. E mesmo que pudéssemos, isso não honraria a
Deus. Honramos a Deus quando amamos os outros na força, sabedoria e graça proporcionadas
pelo Pai. É assim que nossa luz brilha diante dos homens para que eles possam dar glória ao Pai
(Mt 5.16; 1Pe 4.11).

A Ordem Mais Importante: Adotado Primeiro, Amando


Segundo
Vocês percebem a ordem? Ela é da maior importância. Nós nos entregamos a Jesus como filhos
da ira; recebemos o perdão porque ele morreu por nós; somos adotados na família de Deus e nos
é concedido o Espírito de adoção (Rm 8.14-17). E agora que Deus é nosso Pai, Jesus nos envia
ao mundo para amarmos da seguinte maneira: “Portanto, tudo o que vocês querem que os outros
façam a vocês, façam também vocês a eles” [Mt 7.12]. Não amamos as pessoas para sermos
adotados; nós as amamos porque fomos adotados.
Agora, com o cuidado paternal de Deus obtido pelo sangue de Jesus sendo a raiz do versículo
12, qual será o fruto? O que está envolvido em fazer aos outros o que gostariam que eles lhes
fizessem? Dois exercícios de imaginação prudente, um ato de renúncia pessoal e um ato de
generosidade repleto de alegria.

O Que Está Envolvido Em Fazer Aos Outros


Quando Jesus diz: “Tudo o que vocês querem que os outros façam a vocês, façam também vocês
a eles”, ele quer dizer: façam o que vocês desejariam que acontecesse se estivessem na situação
deles. Suponham que haja uma estudante de 20 anos em uma universidade. Os pais dela
financiam seus estudos. Ela sonha em cursar Medicina. De repente, ela descobre estar grávida, e
se sente apavorada. Os pais dela ficarão furiosos, pois o sonho de cursar Medicina parece prestes
a ir pelo ralo. E para piorar: ela não sabe quem é o pai, por causa de seu comportamento nas
festas.
Agora suponham que vocês sejam alguém come 30 anos, membro de nossa igreja, casado,
com um bom emprego, e sem muitas necessidades. Se alguém lhe perguntar o que gostaria que
os outros fizessem, ele pode brincar e dizer: “Dê-me um iPad”, ou “Quero um vale-presente da
Amazon”. Agora, se a pessoa que fez a pergunta pensar: “Jesus disse: ‘Faça a eles o que vocês
gostariam que eles fizessem por vocês’”, e lhe der um iPad, ou um vale-presente, ela não terá
cumprido a ordem de Jesus, mesmo que tenha feito o que gostaria que os outros fizessem por ela.
Não é isso que Jesus quer dizer.

Dois Exercícios De Imaginação


O que ele quer dizer é: existem dois exercícios de imaginação que vocês têm que fazer para
obedecer a este mandamento. Primeiro, vocês devem se imaginar na situação da pessoa. É
preciso ocorrer um exercício sábio e imaginativo de empatia. O que a pessoa está
experimentando? Quais são as pressões dela? Quais são as opções dela? O que ela está
contemplando? O que está sentindo? E algumas respostas só serão conhecidas ao conversar com
a pessoa. Assim, o amor nos atrai aos relacionamentos. Este é o primeiro exercício de
imaginação. Entrar na cabeça e no coração da pessoa necessitada e sentir um pouco do que ela
sente, ao enxergar a vida pelo ponto de vista dela.
Contudo, este exercício de imaginação não é suficiente. A pessoa pode não saber o que
precisa de fato, ou mesmo o que realmente deseja em um nível mais profundo. Portanto, vocês
não podem simplesmente dizer: “Vou imaginar o que ela está sentindo, então saberei o que
fazer”. Vocês devem fazer outro exercício de imaginação: tentem pensar que vocês realmente
são cristãos saturados das Escrituras, a fim de se inteirarem do que se passa na mente, no coração
e na situação dessa pessoa, para enxergarem os fatos a partir do ponto de vista dela e sob a
perspectiva da Palavra de Deus. Então vocês perguntam: “O que eu gostaria que outros fizessem
por mim? Se eu estivesse realmente na situação dela, sabendo tudo que sei sobre Deus e sua
graça, o que eu gostaria que alguém fizesse por mim?”.
Um Ato De Renúncia Pessoal
É isso que vocês devem tentar fazer. E sempre que pensam assim e tentam agir dessa maneira,
percebem como é difícil. Isso não era o que vocês desejavam realizar com seu tempo e seu
dinheiro. Cuidar das necessidades dessa pessoa agora não exige apenas dois exercícios de
imaginação, e sim um profundo ato de renúncia pessoal. Vocês devem renunciar ao que
planejavam fazer.

Um Ato De Generosidade Repleto De Alegria


Então, por fim, vocês devem passar da renúncia pessoal para o ato de generosidade repleto de
alegria. Ninguém se sentirá amado caso vocês tentem cuidar das necessidades dessa pessoa de
forma relutante. Se vocês murmurarem o tempo todo sobre a inconveniência da prestação desse
serviço, ninguém se sentirá cuidado. “Deus ama quem dá com alegria” (2Co 9.7), e isso também
é verdade para quem recebe a doação.
Este é significado de viver “a Regra de Ouro”, como o versículo 12 às vezes é designado:
“Tudo o que vocês querem que os outros façam a vocês, façam também vocês a eles” — dois
exercícios de imaginação prudente, um ato de renúncia pessoal e um ato sincero de generosidade
repleto de alegria.

A Chave: Você Tem Um Pai No Céu!


E nada disso é fácil. A chave é: vocês têm um Pai no céu. Ele os amou e enviou seu Filho para
morrer por vocês. Ele os adotou de forma deliberada. Vocês são herdeiros de tudo que Jesus
possui. Ele lhes concedeu seu Espírito. Ele é todo-poderoso e totalmente sábio, e está mais
pronto para ajudá-los, quando clamarem a ele, do que o melhor pai terreno do mundo. Por isso os
versículos 7-11 precedem o versículo 12. Confiar no Pai celestial e desfrutar dele consiste na
chave para amar dessa forma.

Ação Social E Pregação Do Evangelho


Agora, a última coisa que quero lhes dizer procede dos versículos 13-14,[6] e ela arde em meu
interior desde que iniciei meus preparativos para o Congresso Internacional de Evangelização
Mundial de Lausanne. Apresentei minha palestra no Congresso de Lausanne realizado na África
do Sul. Quero dizer aqui a esta igreja, que eu amo e sirvo, o mesmo que disse lá. Quero dizer isto
para que, como estamos “Edificando um Povo” (título de nossa campanha de arrecadação,
“Building One People”), possamos colocar em foco quem somos, o motivo de nossa existência,
nossas prioridades e a razão para crermos que Deus está nos chamando a fim usarmos o dinheiro
dele na extensão da igreja na Região Metropolitana de Minneapolis-Saint Paul.[7]
Desejo, de modo específico, que tenhamos clareza real sobre a relação entre causas sociais e
políticas como aborto, tráfico humano, crise global da AIDS, cuidados com a saúde,
homossexualidade, alcoolismo e drogas, desemprego, pessoas sem-teto, ausência paterna,
analfabetismo, crime, racismo, inacessibilidade à educação, à água limpa e aos remédios — e a
lista continua...Quero que sejamos claros, como igreja, quanto à relação entre esse tipo de
sofrimento, de um lado, e as realidades do céu e do inferno, do outro.

A Eternidade Está Em Jogo


Observem os versículos 13-14. Logo depois de nos dizer para nos preocuparmos com a vida e as
necessidades alheias, e amar com renúncia pessoal radical, Jesus designa esse estilo de vida
“porta estreita” e “apertado o caminho que conduz para a vida”:
“Entrem pela porta estreita! [Ou seja, amem as pessoas como o versículo 12 diz] Porque larga
é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela.
Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o
encontram”.
Destruição e vida estão em jogo quanto ao viver “a Regra de Ouro”. Inferno e céu. No final
do caminho estreito está a vida. No final do caminho largo está a destruição. Paulo a chama
“eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2Ts 1.9).
Ninguém falou mais sobre o inferno no Novo Testamento do que Jesus. Ele usou palavras
como “trevas” (Mt 8.12) e “ranger de dentes” (Mt 22.13) e “tormentos” (Lc 16.23) e “fogo que
nunca se apaga” (Mc 9.43) e “castigo eterno” (Mt 25.46). De acordo com Jesus, o inferno é
eterno, consciente e horrível.

A Regra De Ouro E O Céu E O Inferno


Para concluirmos, o ponto que desejo que vejamos aqui, é que Jesus conecta a ordem mais
prática e terrena da Bíblia (a Regra de Ouro) às realidades do céu e do inferno. “Tudo o que
vocês querem que os outros façam a vocês, façam também vocês a eles” [v. 12], significa que
nós nos preocuparemos com todos os tipos de sofrimento que encontrarmos no mundo. Nós não
gostamos de sofrer. Por isso não queremos que os outros passem por nenhum tipo de sofrimento
injusto.
Jesus quer dizer isso. Ele deseja que seu povo se preocupe com o sofrimento dos outros nesta
era — o sofrimento dos nascituros e das mulheres com gravidez de risco e todas as outras formas
de sofrimento no mundo. Se nos importarmos com o nosso sofrimento, nós nos preocuparemos
com o sofrimento alheio. Se nos importarmos com o nosso bem-estar, nós nos preocuparemos
com o bem-estar alheio.

Dores De Amor Por Causa De Todo O Sofrimento


Sim. Então Jesus afirma, nos versículos 13 e 14, que há um sofrimento pior que qualquer coisa
no mundo. Há a destruição eterna, o sofrimento eterno. E há o bem-estar melhor que qualquer
coisa no mundo. Há a vida eterna, o eterno bem-estar. O caminho largo leva à destruição. E o
caminho apertado leva à vida eterna.
A partir disso, concluo: o sofrimento no mundo é terrível e limitado, mas o sofrimento no
mundo vindouro é terrível e eterno. E o amor enxerga dessa forma. O amor não fecha os olhos
para este mundo ou para aquele mundo. O amor lida com a realidade do sofrimento aqui, e a pior
realidade do sofrimento lá.
E o que vejo a tendência atual na igreja cristã consiste em se importar apenas com as pessoas
mais próximas. E quando penso na nossa campanha “Edificando um Povo”, penso em edificar
todo o povo da Região Metropolitana dessas cidades que absolutamente não deixará de se
importar com todos os tipos de sofrimento, em especial, com o sofrimento eterno.

Cuidando De Todo O Sofrimento — Especialmente Do


Sofrimento Eterno
Digo a vocês com ainda mais urgência do que afirmei no Congresso de Lausanne: “Eu lhes
imploro. Não escolham entre o resgate de pessoas do sofrimento neste mundo e o resgate do
sofrimento no mundo vindouro. Aceitem os dois tipos”. Isso não significa que todos nós
usaremos nosso tempo da mesma maneira. Talentos, chamados e ministérios são diversos. Mas
isso significa que todos nós nos preocupamos com o sofrimento que vemos agora e com o pior
sofrimento que está por vir.
Digamos nesta igreja — que esse povo consiga fazê-lo — que nos preocupamos com todos os
tipos de sofrimento, em especial, com o sofrimento eterno. Nós nos preocupamos com toda a
vida (incluindo a vida dos nascituros) e, de maneira especial, com a vida eterna. Que não nos
encontremos entre os cristãos sofisticados que evitam falar sobre o sofrimento eterno, e os
horrores do inferno. E não nos encontremos entre os cristãos isolados que evitam lidar com os
sofrimentos incontáveis deste mundo.

Como Jesus, Por Causa De Jesus


Sejamos como Jesus. Em todas as questões sociais: do aborto ao alcoolismo, da AIDS ao
desemprego, da fome à falta de moradia, que sejamos capazes de prestar a ajuda que gostaríamos
de receber se o sofrimento fosse nosso. E a cada momento nesse amor, sintamos a urgência ainda
maior de orar, falar e trabalhar a fim de resgatar as pessoas do sofrimento eterno mediante o
evangelho de Jesus.
E para isso, que descansemos e nos alegremos por termos um Pai no céu que ouve nosso
clamor e nos leva para casa.
APÊNDICE: QUINZE VERDADES
EM PROL DA VIDA QUE DEVEM
SER PROCLAMADAS

“Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” (Jo 8.32)

1. As leis de homicídio fetal existentes consideram culpado de homicídio culposo quem matar o
bebê no útero de uma mãe (exceto no caso de aborto).

2. Cirurgias fetais são realizadas em bebês no útero para salvá-los, enquanto outra criança da
mesma idade está sendo legalmente aniquilada.

3. Às vezes, os bebês conseguem sobreviver por conta própria com 23 ou 24 semanas, mas o
aborto é legalizado além desse limite.

4. Viver de forma independente não consiste em critério da pessoalidade humana, como sabemos
pelo uso de respiradores e diálise.

5. O tamanho é irrelevante para determinar a pessoalidade humana, como sabemos pela diferença
entre uma criança de uma semana e uma criança de seis anos.

6. A habilidade de raciocinar plenamente desenvolvida não é critério da pessoalidade, como


sabemos pelas habilidade de bebês de três meses de idade.

7. Bebês no útero são cientificamente seres humanos, por causa de sua composição genética.

8. O ultrassom abriu uma janela impressionante para o interior do útero, pois mostra o nascituro
com oito semanas chupando o polegar, recuando de dor, respondendo ao som. Todos os órgãos
estão presentes, o cérebro funciona, o coração bombeia o sangue, o fígado produz células
sanguíneas, os rins limpam os fluidos, e existe uma impressão digital. Quase todos os abortos
acontecem após esta data.

9. A justiça determina que quando dois direitos legítimos entram em conflito, a limitação dos
direitos que mais prejudicam é a mais justa. Gestar um filho para adoção faz menos mal que
matá-lo.
10. A justiça determina que quando uma pessoa, entre duas, passar por algum incômodo ou
prejuízo para aliviar a situação conjunta, a pessoa com maior responsabilidade pela situação deve
suportar mais incômodos ou prejuízos para aliviá-la.

11. A justiça determina que uma pessoa não pode coagir outra com a ameaça de danos
voluntários contra si mesma.

12. Os párias, os desfavorecidos e os explorados devem receber cuidados especiais,


principalmente os sem voz própria.

13. O que ocorre no útero é obra singular de Deus — que nutre essa pessoa. Ele é o único que
tem o direito de dar e tirar a vida.

14. Existem inúmeras clínicas que oferecem vida e esperança para mães e filhos (e pais e avós),
com cuidados de todos os tipos, fornecidos com carinho por pessoas que cuidarão de todas as
necessidades que puderem.

15. Jesus Cristo pode perdoar todos os pecados, e dará a todos os que confiam nele a ajuda
necessária para realizarem tudo que a vida exige.

[1]
No original, o número é menor (52 milhões) porque o texto é de 2013. Os dados foram atualizados em outubro de 2022, de
acordo com a matéria “Mais de 62 milhões de abortos foram realizados nos EUA, desde sua legalização”, disponível em:
https://guiame.com.br/gospel/noticias/mais-de-62-milhoes-de-abortos-foram-realizados-nos-eua-desde-sua-legalizacao.html,
acesso em: 7 ago 2023. (N. do R.)
[2]
Noël Piper é casada com John Piper desde 1968. O casal tem 5 filhos e 13 netos. Ela é autora de Mulheres fiéis e seu Deus
maravilhoso (Fiel), Treasuring God in our traditions e de dois livros infantis: Most of all, Jesus loves you e Do you want a
friend? (N. do R.)
[3]
Aspas foram adicionadas na palavra “escolha” para ressaltar o caráter retórico do termo neste contexto. Nos Estados Unidos, a
posição a favor do aborto autointitula-se “pró-escolha”. (N. do T.)
[4]
“Portanto, tudo o que vocês querem que os outros façam a vocês, façam também vocês a eles; porque esta é a Lei e os
Profetas. Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os
que entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram”.
[5]
“Ou quem de vocês, se o filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vocês, que
são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe
pedirem?”
[6]
“Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que
entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram.”
[7]
No original, “Twin Cities” (“Cidades Gêmeas)”. (N. do R.)

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