Manual Lançamentos Contábeis Cooperativas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 29

Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

ADIANTAMENTO A FORNECEDORES ............................................................................................. 2


CRÉDITOS DE PIS E COFINS ............................................................................................................ 2
DESCONTOS FINANCEIROS (CONDICIONAIS) OBTIDOS SOBRE AS COMPRAS............................... 3
CONSTITUIÇÃO DE RESERVAS - ATOS COOPERADOS .................................................................... 3
DEVOLUÇÃO DE COMPRAS ........................................................................................................... 4
CONFRATERNIZAÇÕES ................................................................................................................... 4
EMPRÉSTIMO CONCEDIDO - ATOS COOPERADOS ........................................................................ 5
FINANCIAMENTOS......................................................................................................................... 6
FOLHA DE PAGAMENTO ................................................................................................................ 7
FUNDOS - ATOS COOPERADOS ................................................................................................... 10
GANHO DE CAPITAL NA VENDA DE BENS DO IMOBILIZADO....................................................... 11
INVESTIMENTO EM SOCIEDADE COOPERATIVA ......................................................................... 12
INVESTIMENTO EM SOCIEDADE NÃO COOPERATIVA ................................................................. 13
JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO ............................................................................................. 14
PARCELAMENTO DE DÉBITO ....................................................................................................... 15
PERDA NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS..................................................................................... 15
PERDAS - ATOS COOPERADOS .................................................................................................... 17
PROVISÃO PARA 13° SALÁRIO ..................................................................................................... 18
PROVISÃO PARA FÉRIAS .............................................................................................................. 19
QUOTAS DE CAPITAL - ATOS COOPERADOS ................................................................................ 19
RESERVAS (FUNDOS) - ATOS NÃO COOPERADOS ....................................................................... 20
RESERVAS (RATES/FATES) - ATOS COOPERADOS ........................................................................ 21
RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS DE PIS E COFINS ........................................................................ 21
SERVIÇO TOMADO - RETENÇÃO INSS.......................................................................................... 22
SOBRAS - ATOS COOPERADOS .................................................................................................... 22
UTILIZAÇÃO DA RESERVA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, EDUCACIONAL E SOCIAL - ATOS
COOPERADOS .............................................................................................................................. 23
VENDA - ATOS NÃO COOPERADOS ............................................................................................. 24
VENDA COM RECEBIMENTO EM PRODUTOS DOS COOPERADOS .............................................. 24
VENDA DE PRODUTOS COM PREÇO A FIXAR .............................................................................. 25
VENDA DE PRODUTOS EM DEPÓSITO ......................................................................................... 26
VENDA PARA ENTREGA FUTURA ................................................................................................. 28

1
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

ADIANTAMENTO A FORNECEDORES
No recebimento da mercadoria o adquirente constata erros entre a ordem de compra e a nota
fiscal das mercadorias, e estes erros, muitas vezes causados por defeito, defeitos de fabricação
ou até mesmo produtos trocados, podem causar a devolução da mercadoria ainda no ato de
entrega pela transportadora.

Para evitar taI incômodo na relação comercial entre as partes, o fornecedor decide dar um
abatimento no preço da mercadoria Esse abatimento é uma redução no preço da mercadoria
devendo assim ser registrado como uma receita financeira pelo fato do abatimento concedido
na fatura, e como despesa financeira na vendedora.

Compradora - pagamento da fatura:

D- Fornecedores (Passivo Circulante)


C- Caixa/Banco - Disponibilidades (Ativo Circulante)
C- Receita Financeira (Conta de Resultado)

Vendedora - recebimento do numerário:

D- Caixa/Banco - Disponibilidades (Ativo Circulante)


D- Despesa Financeira de Abatimentos sobre Vendas (Conta de Resultado)
C- Clientes (Ativo Circulante)

ADIANTAMENTO A FORNECEDORES

É prática comum, para fechamento de negócio, ter um fluxo de caixa estável ou até mesmo
cumprir com cláusula contratual as entidades fazerem adiantamento de recursos a seu
fornecedor.

Os adiantamentos podem ser feitos para aquisição de matéria-prima, imobilizado, material de


uso e consumo, dentre outros.
A conta deve figurar no Ativo Circulante em Disponibilidades, até a aquisição/posse do bem ou
insumo.

Compra de um insumo a prazo:

D- Adiantamento a Fornecedor (Ativo Circulante)


C- Caixa/Banco - Disponibilidades (Ativo Circulante)

Recebimento do bem (uso e consumo):

D- Estoques - Uso e Consumo (Ativo Circulante)


C- Adiantamento a Fornecedor (Ativo Circulante)

CRÉDITOS DE PIS E COFINS

2
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

As cooperativas, quando tributadas pelo Lucro Real regime não cumulativo de PIS e COFINS,
podem apropriar crédito das referidas contribuições, nos termos do artigo 3° da Lei n°
10.833/2003, do artigo 8° da Lei n° 10.925/2004, do artigo 33 da Lei n° 12.058/2009 e do
artigo 55 da Lei n° 12.350/2010.
Abaixo estão dois exemplos: aquisição de insumos e gasto com energia elétrica.

Aquisição do insumo cl direito ao crédito:

D- Insumos recebidos de cooperados (Ativo Circulante) - Pelo valor Iíquido


D- PIS a recuperar (Ativo Circulante)
D- COFINS a recuperar (Ativo Circulante)
C- Banco (Ativo Circulante)

Gasto com energia elétrica:

D- Energia Elétrica (Resultado) - Pelo valor Iíquido


D- PIS a recuperar (Ativo Circulante)
D- COFINS a recuperar (Ativo Circulante)
C- Banco (Ativo Circulante)

DESCONTOS FINANCEIROS (CONDICIONAIS) OBTIDOS SOBRE AS


COMPRAS

São descontos que decorrem de uma condição, em data posterior à operação de compra das
mercadorias, decorrente de recebimento antecipado da duplicata, quando o comprador
cumpre o prazo estipulado para o pagamento. Nesse caso, o custo da mercadoria não se altera
e a cooperativa obterá uma receita financeira denominada de descontos financeiros recebidos.

Compradora que pagou a duplicata, no vencimento, com desconto financeiro:

D- Fornecedores (Passivo Circulante)


C- Descontos financeiros recebidos (Conta de Resultado)
C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

CONSTITUIÇÃO DE RESERVAS - ATOS COOPERADOS

O artigo 28 da Lei n° 5.764/71 dispõe que as cooperativas são obrigadas a constituir:

a) Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas


atividades, constituído com 10%, pelo menos, das sobras Iíquidas do exercício;

b) Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social destinado a prestação de assistência aos


associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa,
constituído de 5%, pelo menos, das sobras Iíquidas apuradas no exercício.

Além dos fundos acima, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos,
com recursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação aplicação e liquidação.

3
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social poderão
ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas. O item 5 da ITG 2004
classifica os fundos como reservas.

Constituição do fundo de reparação de perdas:

D- Sobras à disposição da Assembleia (Passivo Circulante - Ato Cooperado)


C- Fundo de reparação de perdas (Patrimônio Líquido)

Constituição do RATESIFATES (Reserva/Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social):

D- Sobras à disposição da Assembleia (Passivo Circulante - Ato Cooperado)


C- FATES (Patrimônio Líquido)

DEVOLUÇÃO DE COMPRAS

A devolução de compras por parte da entidade adquirente poderá ocorrer por diversos
motivos. Os motivos mais comuns para a devolução de compras devem-se ao fato do insumo
recebido fora das especificações, insumo recebido em estado de deterioração ou danificado,
quebra de contrato ou até mesmo erro na escrituração da nota fiscal.

Aquisição do insumo:

D- Estoques - Atos Cooperados (Ativo Circulante)


C- Produtos a pagar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)

Devolução da mercadoria:

D- Produtos a pagar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)


C- Estoques - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

CONFRATERNIZAÇÕES

Geralmente, ao final de cada ano, algumas cooperativas têm como tradição oferecer a todos
os seus cooperados uma confraternização em Iocal alugado, e que pode ser proporcionalizada
por centro de custos dependendo do caso. Tais gastos são contabilizados em conta de
resultado como despesa administrativa.

Lançamento da despesa:

D- Confraternização - Administrativo (Conta de Resultado)


C- Caixa/Banco (Ativo Circulante)

Valor oriundo de reserva constituída para taI finalidade - Iançamento adicional:

D- Reversão de Reserva (Patrimônio Líquido)

4
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

C- Sobras do exercício (Resultado Atos Cooperados)

EMPRÉSTIMO CONCEDIDO - ATOS COOPERADOS

Os empréstimos efetuados atendem o conceito de ativo conforme prevê o item 2.15, Seção 2
da NBC TG 1000:

Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade

Portanto, ao conceder um empréstimo ao cooperado, a cooperativa adquire um direito com


terceiros. A estipulação de juros deve ser efetuada entre as partes.

Os itens 4.5 e 4.6 da Seção 4 da NBC TG dispõem que:

4.5. A entidade deve classificar um ativo como circulante quando:


(...)

(c) esperar realizar o ativo no período de até doze meses após a data das demonstrações
contábeis; ou
(...)

4.6. A entidade deve classificar todos os outros ativos como não circulantes. Quando o ciclo
operacional normal da entidade não for claramente identificável presume-se que sua duração
seja de doze meses.

Pela concessão do empréstimo:

D- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Circulante) - Valor realizável até o final
do período seguinte ao da concessão do empréstimo

D- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Não Circulante) - Valor realizável após o
final do período seguinte ao da concessão do empréstimo

C- Taxas de concessão de crédito (Resultado Atos Cooperados)

C- IOF a Recolher (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante) - Pelo valor Iíquido da taxa e IOF

Pelo Recolhimento do IOF:

D- IOF a Recolher (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Pelo reconhecimento dos juros a apropriar (AVP)

Circulante:

5
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

D- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

C- AVP - Juros Ativos (Conta Redutora Ativo Circulante)

Não Circulante:

D- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Não Circulante)

C- AVP - Juros Ativos (Conta Redutora Ativo Não Circulante)

Pelo recebimento das parcelas:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

Pelo reconhecimento dos juros:

D- AVP - Juros Ativos (Conta Redutora Ativo Circulante)

C- Juros Ativos Empréstimos (Resultado Atos Cooperados)

Pela transferência do Ativo Não Circulante para o Ativo Circulante:

D- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

C- Empréstimos concedidos - Atos Cooperados (Ativo Não Circulante)

FINANCIAMENTOS

O financiamento de bens resulta em obrigação que deve ser classificada no Passivo Circulante
e Não circulante, a depender do prazo do financiamento. Os financiamentos também variam
em conformidade com a atualização (pré ou pós fixado).

A Lei n° 11.941/2009 trouxe nova redação ao artigo 180 da Lei n° 6.404/76:

Art. 180. As obrigações da companhia inclusive financiamentos para aquisição de direitos do


ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no
exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior,
observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei.

Art. 179 (...)

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior
que o exercício social a classificação no circulante ou Iongo prazo terá por base o prazo desse
cicIo.

Pelo reconhecimento da entrada do bem:

6
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

D- Veículos (Imobilizado - Ativo Não Circulante)


C- Financiamentos (Passivo Circulante) - Pelo valor exigível até o final do exercício seguinte ao
do financiamento
C- Financiamentos (Passivo Não Circulante) - Pelo valor exigível após o final do exercício
seguinte ao do financiamento

Pelos encargos AVP:

Circulante:

D- Encargos Financeiros a Apropriar (Conta Redutora - Financiamentos - Passivo Circulante)


C- Financiamentos (Passivo Circulante)

Não Circulante:

D- Encargos Financeiros a Apropriar (Conta Redutora - Financiamentos - Passivo Não


Circulante)
C- Financiamentos (Passivo Não Circulante)

Pelo pagamento da contraprestação do financiamento:


D- Financiamentos (Passivo Circulante)
C- Banco (Ativo Circulante)

Pela apropriação do encargo financeiro mensal:

D- Despesas Financeiras (Conta de Resultado)


C- Encargos Financeiros a Apropriar (Conta Redutora - Financiamentos - Passivo Circulante)

Pelo reconhecimento mensal da depreciação do bem:

D- Despesa com Depreciação (Resultado)


C- Depreciação Acumulada - Veículos (Ativo Não Circulante)

Pela reclassificação do Passivo Não Circulante para o Passivo Circulante:

D- Financiamentos (Passivo Não Circulante)


C- Financiamentos (Passivo Circulante)

FOLHA DE PAGAMENTO

A folha de pagamento representa as obrigações da cooperativa com seus funcionários, como


salários, gratificações, comissões, entre outros, assim como, os encargos incidentes sobre os
mesmos, como INSS, FGTS, IRRF, etc. Respeitando o princípio da competência, estes valores
devem ser contabilizados no próprio mês a que se referem, em forma de “provisão”, mesmo
que sejam pagas posteriormente, reconhecendo neste momento, um passivo a ser pago ou
recolhido.

Registro do salário:

7
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

D- Despesas com Salários (Conta de Resultado)

C- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

Adiantamento do salário:

D- Adiantamento de Salários (Ativo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Registro das faltas e atrasos:

D- Salários e Ordenados a Pagar (Passivo Circulante)

C- Salários e Ordenados (Conta de Resultado)

Registro das horas extras:

D- Despesa com Hora Extra (Conta de Resultado)

C- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

Registro das gratificações:

D- Despesa com Gratificações (Conta de Resultado)

C- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

Registro do adicional noturno:

D- Despesas com Adicional Noturno (Conta de Resultado)

C- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

Registro das diárias de viagens e ajuda de custo:

D- Despesas com Diárias de Viagens (Conta de Resultado)

C- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

Pagamento do salário:

D- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Desconto do adiantamento do funcionário:

D- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

C- Adiantamento de Salários (Ativo Circulante)

8
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Reconhecimento da despesa com o INSS patronal:

D- INSS Patronal (Resultado)

C- INSS Patronal a recolher (Passivo Circulante)

Recolhimento do INSS patronal:

D- INSS Patronal a recolher (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Recolhimento do INSS (empregado):

D- INSS a Recolher (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Desconto do Imposto de Renda Retido na Fonte:

D- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

C- IRRF a Recolher (Passivo Circulante)

Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte:

D- IRRF a Recolher (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Desconto da Contribuição Sindical (caso esteja sujeita):

D- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

C- Contribuição Sindical de Empregados a Recolher (Passivo Circulante)

Pagamento da Contribuição Sindical retida na folha de pagamento:

D- Contribuição Sindical de Empregados a Recolher (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Registro do FGTS:

D- Despesa com FGTS (Conta de Resultado)

C- FGTS a Recolher (Passivo Circulante)

Recolhimento do FGTS:

D- FGTS a Recolher (Passivo Circulante)

9
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Registro da aquisição dos vales-transportes que serão consumidos no próprio mês:

D- Despesa com VaIe- Transporte (Conta de Resultado)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Registro da aquisição dos vales-transportes que serão consumidos no mês seguinte:

D- Vales transporte pagos antecipadamente (Ativo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Apropriação no mês em que são consumidos os vales-transportes:

D- Despesas com Vales Transportes (Conta de Resultado)

C- Vales transporte pagos antecipadamente (Ativo Circulante)

Registro da participação dos empregados no vale-transporte:

D- Salários a Pagar (Passivo Circulante)


C- Despesa com Vale-transporte (Conta de Resultado)

Pagamento dos fornecedores referente à aquisição das refeições:

D- Despesa com Alimentação (Conta de Resultado)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Registro da participação dos empregados na alimentação:

D- Salários a Pagar (Passivo Circulante)

C- Despesas com Alimentação (Conta de Resultado)

FUNDOS - ATOS COOPERADOS

O artigo 28 da Lei n° 5.764/71 dispõe que as cooperativas são obrigadas a constituir:

a) Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas


atividades, constituído com 10%, pelo menos, das sobras Iíquidas do exercício;

b) Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social destinado a prestação de assistência aos


associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa,
constituído de 5%, pelo menos, das sobras Iíquidas apuradas no exercício.

10
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Além dos fundos acima, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive rotativos,
com recursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação aplicação e liquidação.

Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social poderão
ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas.

O item 5 da ITG 2004 classifica os fundos como reservas.

Pela constituição do fundo de reparação de perdas:

D- Sobras a disposição da Assembleia (Passivo Circulante - Ato Cooperado)

C- Fundo de reparação de perdas (Patrimônio Líquido)

Pela constituição do RATES/FATES (Reserva/Fundo de Assistência Técnica, Educacional e


Social):

D- Sobras a disposição da Assembleia (Passivo Circulante - Ato Cooperado)

C- FATES (Patrimônio Líquido)

GANHO DE CAPITAL NA VENDA DE BENS DO IMOBILIZADO

Os itens 17.27, 17.28 e17.30 da seção 17 do CPC PME dispõe que:

17.27 A entidade deve baixar um item do ativo imobilizado:

(a) por ocasião de sua alienação; ou

(b) quando não existir expectativa de benefícios econômicos futuros pelo seu uso ou
alienação.

17.28 A entidade deve reconhecer no resultado o ganho ou a perda na baixa de item de ativo
imobilizado quando o item é baixado (a não ser que a Seção 20 Operações de Arrendamento
Mercantil exijam de outra forma na ocasião da venda e Ieaseback peIo vendedor junto ao
comprador). A entidade não deve classificar taI ganho como receita.

(...)

17.30 A entidade deve determinar o ganho ou a perda proveniente da baixa de item do ativo
imobilizado pela diferença entre o valor de venda Iíquido, se houver, e o valor contábil do
item.

Contabilização do Ganho de Capital:

D- Banco - Disponibilidades (Ativo Circulante)

C- Ganho na AIienação de Bens - Receita (Conta de Resultado)

11
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Baixa do Bem do Ativo Imobilizado:

D- Ganho na AIienação de Bens (Conta de Resultado)

C- Imobilizado (Ativo Não Circulante)

Baixa da Depreciação:

D- Depreciação/Exaustão/Amortização Acumulada - Conta Redutora (Ativo Não Circulante)

C- Ganho na AIienação de Bens (Conta de Resultado)

INVESTIMENTO EM SOCIEDADE COOPERATIVA

A ITG 2004 dispõe que o investimento em outra entidade cooperativa de qualquer grau deve
ser avaliado pelo custo de aquisição e seus resultados contabilizados, de acordo com o regime
de Competência, em conta de ingresso ou dispêndio.

Neste caso, a cooperativa também poderá receber juros sobre o capital próprio, Iimitado a
12% ao ano, que incidirão sobre a parte integralizada, conforme prevê o artigo 24, §§, da Lei n°
5.764/71.

Aquisição:

D- Investimento X (Ativo Não Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Recebimento de sobras:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Retorno de Sobras Participação em Cooperativas (Resultado)

Sobras capitalizadas na cooperativa mediante decisão em Assembleia Geral Ordinária:

D- Investimento X (Ativo Não Circulante)

C- Retorno de Sobras Participação em Cooperativas (Resultado)

Recebimento de Juros sobre o capital investido:

D- Banco (Ativo Circulante)

D- IRRF a recuperar (Ativo Circulante)

C- Juros sobre o capital próprio (Resultado)

12
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

INVESTIMENTO EM SOCIEDADE NÃO COOPERATIVA

O artigo 88 da Lei n° 5.764/71 dispõe que as cooperativas poderão participar de sociedades


não cooperativas para melhor atendimento dos próprios objetivos e de outros de caráter
acessório ou complementar.

A ITG 2004 dispõe que o investimento em outra entidade não cooperativa, destinado a
complementar a atividade do ato cooperativo deve ser mensurado na forma estabelecida pela
NBC TG 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em
Conjunto e pela NBC TG 19 - Negócios em Conjunto.

Se a Cooperativa for classificada como empresa de grande porte e estiver sujeita à avaliação
do investimento pelo MEP, eIa deve aplicar as regras definidas na NBC TG 18. Sendo empresa
de pequeno ou médio porte, poderá optar pela aplicação da NBC TG 18, ou, alternativamente,
poderá adotar as normas da NBC TG 1000 (CPC PME).

Alguns investimentos não necessitam ser avaliados peIo MEP, ou seja, são contabilizados peIo
custo e os Iucros recebidos são reconhecidos no resultado enquanto os Iucros recebidos de
investimentos avaliados peIo MEP são reconhecidos na conta do próprio investimento.

Exemplo 1: Investimento avaliado pelo custo

Pela aquisição:

D- Investimento X (Ativo Não Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Pelo recebimento de Iucros:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Lucros e Dividendos recebidos (Resultado)

Pela aquisição

D- Investimento X (Ativo Não Circulante)

D- Goodwill (Ativo Não Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Pela avaliação pelo MEP (Resultado Positivo)

D- Investimento X (Ativo Não Circulante)

C- Resultado positivo de equivalência patrimonial (Resultado)

Pela avaliação pelo MEP (Resultado Negativo)

D- Resultado negativo de equivalência patrimonial (Resultado)

13
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

C- Investimento X (Ativo Não Circulante)

Pelo recebimento de Iucros

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Investimento X (Ativo Não Circulante)

JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO

O pagamento de Juros sobre o Capital Próprio nas Cooperativas está previsto no artigo 24, §
3°, da Lei n° 5.764/71:

§ 3° É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes


do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de
quaisquer associados ou terceiros excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por
cento) ao ano que incidirão sobre a parte integralizada.

A Resolução n° 18/78, do Conselho Nacional do Cooperativismo (CNC), determina que as


cooperativas somente poderão atribuir juros ao capital dos sócios, quando forem apuradas
sobras.

O artigo 357 do Decreto 9.580/2018 (RIR/2018), estabelece que são dedutíveis, na apuração
do Lucro Real, os juros pagos pelas cooperativas a seus associados, de até 12% ao ano sobre o
capital integralizado.

Segundo a Instrução Normativa SRF n° 41/98, considera-se creditado, individualizadamente, o


valor dos juros sobre o capital próprio, quando a despesa for registrada, na escrituração
contábil da pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta de seu passivo exigível
representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do titular da
empresa individual.

Reconhecimento dos Juros sobre o Capital Próprio:

D- Juros sobre o Capital Próprio (Resultado)

C- Juros sobre o Capital Próprio a pagar (Passivo Circulante)

C- IRRF sobre Juros sobre o Capital Próprio (Passivo Circulante)

Pagamento do JCP e imposto de renda retido na fonte:

D- Juros sobre o Capital Próprio a pagar (Passivo Circulante)

D- IRRF sobre Juros sobre o Capital Próprio (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Banco (Ativo Circulante)

14
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Caso a Assembleia Geral determine que o JCP deverá ser capitalizado:

D- Juros sobre o Capital Próprio (Passivo Circulante)

C- Capital Social (Patrimônio Líquido)

PARCELAMENTO DE DÉBITO

A partir do momento em que a pessoa jurídica realiza um parcelamento torna-se necessário o


seu registro na contabilidade.

A multa que incide sobre o débito parcelado é compensatória, pois visa compensar o ente
tributante, seja eIe federal , estadual ou municipal pelo prejuízo suportado em virtude do
atraso no pagamento do que Ihe era devido.

Os juros de mora, calculados sobre os débitos fiscais recolhidos em atraso, são sempre
dedutíveis como despesa financeira, conforme o entendimento do fisco, exarado no Parecer
Normativo CST n° 174/74.

Consolidação do parcelamento do débito devidamente registrado no passivo:

D- Impostos a Recolher (Passivo Circulante)

C- Parcelamento de Débitos (Passivo Circulante)

C- Parcelamento de Débitos (Passivo Não Circulante)

Pagamento da parcela vencida e atualizada:

D- Parcelamento de Débitos (Passivo Circulante)

D- Despesa Financeira - Selic (Resultado)

C- Caixa/Bancos (Ativo Circulante)

Transferência do Passivo Circulante para o Passivo Não Circulante:

D- Parcelamento de Débitos (Passivo Não Circulante)


C- Parcelamento de Débitos (Passivo Circulante)

PERDA NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS

O registro contábil da provisão para perdas deve ser efetuado a débito no resultado e a crédito
da respectiva conta redutora do ativo no grupo, onde o crédito está registrado. No caso de
recebimento de créditos, já Iançado em provisão para perdas, o valor recebido é Iançado a
crédito da respectiva conta do devedor e, então, será efetuada a Reversão da Provisão
escriturada no resultado.

15
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Fiscalmente, para os contratos inadimplidos a partir da data de publicação da Medida


Provisória n° 656/2014 convertida Lei n° 13.097/2015, poderão ser registrados como perda os
créditos (Lei n° 9.430/96, artigo_9°, §7°):

§ 7° Para os contratos inadimplidos a partir da data de publicação da Medida Provisória n° 656,


de 7 de outubro de 2014, poderão ser registrados como perda os créditos:

I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor em sentença


emanada do Poder Judiciário;

II - sem garantia, de valor:

a) até R$ 15.000,00 (quinze miI reais), por operação vencidos há mais de seis meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

b) acima de R$ 15.000,00 (quinze miI reais) até R$ 100.000,00 (cem miI reais), por operação
vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para
o seu recebimento, mantida a cobrança administrativa; e

c) superior a R$ 100.000,00 (cem miI reais), vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, de valor:

a) até R$ 50.000,00 (cinquenta miI reais), independentemente de iniciados os procedimentos


judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e

b) superior a R$ 50.000,00 (cinquenta miI reais), desde que iniciados e mantidos os


procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e

IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação judicial


relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar,
observado o disposto no § 5°.

Pela contabilização das perdas à crédito da conta registra o direito:

D- Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado)

C- Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

Ou

Pela contabilização das perdas à crédito em conta redutora:

D- Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado)

C- Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas (Conta Retificadora de Duplicatas a Receber)

Quando a perda se tornar incobrável:

D- Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas (Conta Retificadora de Duplicatas a Receber)

16
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

C- Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

Pela contabilização dos créditos recuperados quando a perda foi Iançada à crédito da conta
registra o direito:

O total dos créditos deduzidos que tenham sido recuperados em qualquer época e a qualquer
título, deverá ser computado na determinação do Iucro real. A recuperação do crédito que
tenha sido anteriormente contabilizado como perda implica o seu reconhecimento contábil a
crédito de conta de resultado

D- Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

C- Recuperação de Créditos (Resultado)

Ou

Pela contabilização dos créditos recuperados quando a perda foi Iançada à crédito em conta
redutora:

D- Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

C- Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

D- Duplicatas Vencidas e Não Liquidadas (Conta Retificadora de Duplicatas a Receber)

C- Recuperação de Créditos (Resultado)

PERDAS - ATOS COOPERADOS

O item 22 da ITG 2004 dispõe que, no caso das perdas, o registro do rateio entre os associados
deve ser feito individualmente em contas do Ativo, podendo ser utiIizados registros auxiliares.

Apuração de perdas:

D- Perdas do exercício - rateio cooperados (Ativo Circulante)

C- Perdas do exercício (Resultado Atos Cooperados)

Recebimento do cooperado:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Perdas do exercício - rateio cooperados (Ativo Circulante)

Absorção das perdas com o fundo de reserva destinado à reparação de perdas:

17
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

D- Fundo de reparação de perdas (Patrimônio Líquido)

C- Perdas do exercício (Resultado Atos Cooperados)

PROVISÃO PARA 13° SALÁRIO

Gratificação de Natal mais conhecida como décimo terceiro salário, é devida pelo empregador
até dia 20 de dezembro de cada ano, ou por ocasião de término de contrato de trabalho.

Somente têm direito ao 13° salário os empregados urbanos, rurais ou domésticos e os avulsos.

O valor a ser provisionado corresponderá ao valor resultante da muItipIicação de 1/12 (um


doze avos) da remuneração acrescido dos encargos sociais cujo ônus cabe à cooperativa, pelo
número de meses relativos ao período de apuração.

De acordo com o CPC PME, uma provisão deve ser reconhecida quando:

21.4 A entidade deve reconhecer uma provisão apenas quando:

(a) a entidade tem uma obrigação na data das demonstrações contábeis como resultado de
evento passado;

(b) é provável (isto é, mais probabilidade de que sim do que não) que será exigida da entidade
a transferência de benefícios econômicos para liquidação;

(c) o valor da obrigação pode ser estimado de maneira confiável;

Provisão do 13° Salário:

D- Despesas com 13° Salário (Conta de Resultado)

C- Provisão para 13° Salário (Passivo Circulante)

Provisão dos encargos sociais:

D- Encargos Sociais sobre 13° Salário (Conta de Resultado)

C- Provisão para Encargos Sociais sobre 13° Salário (Passivo Circulante)

Pagamento do 13° salário:

D- Provisão para 13° Salário (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Pagamento da provisão dos encargos sociais:


D- Provisão para Encargos Sociais sobre 13° Salário (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

18
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

PROVISÃO PARA FÉRIAS

As férias correspondem ao período do contrato de trabalho em que o empregado não presta


serviços, mas percebe remuneração do empregador, após ter adquirido o direito no decurso
de doze meses. De acordo com o CPC PME, uma provisão deve ser reconhecida quando:

21.4 A entidade deve reconhecer uma provisão apenas quando:

(a) a entidade tem uma obrigação na data das demonstrações contábeis como resultado de
evento passado;

(b) é provável (isto é, mais probabilidade de que sim do que não) que será exigida da entidade
a transferência de benefícios econômicos para liquidação;

(c) o valor da obrigação pode ser estimado de maneira confiável;

Provisão mensal:

D- Despesas com Férias (Conta de Resultado)

C- Provisão para Férias (Passivo Circulante)

Contabilização dos encargos:

D- Encargos Sociais sobre Férias (Conta de Resultado)

C- Provisão para Encargos Sociais sobre Férias (Passivo Circulante)

Pagamento das férias:

D- Provisão para férias (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

Pagamento dos encargos:

D- Provisão para Encargos Sociais sobre Férias (Passivo Circulante)

C- Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)

QUOTAS DE CAPITAL - ATOS COOPERADOS

O item 18 da ITG 2004 dispõe que o capital social da entidade cooperativa é formado por
quotas-partes, que devem ser registradas de forma individualizada, no Patrimônio Líquido,
podendo ser utiIizados registros auxiliares. Portanto, se a cooperativa possui 150 cooperados,

19
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

poderá classificar unificadamente no Patrimônio Líquido, porém deverá manter registro


auxiliar afim de detalhar o valor da quota por cooperado.
Os valores a restituir aos associados demitidos, eIiminados e excluídos devem ser transferidos
para contas passivas de capital social a restituir, assim que a entidade cooperativa receber o
pedido de demissão ou deliberar pela eIiminação ou exclusão do cooperado conforme
disposto no §4° do artigo 24 da Lei n° 5.764/71.

Pelo recebimento da quota:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Capital Social - Quotas parte (Patrimônio Líquido)

Pelo desligamento do cooperado:

D- Capital Social - Quotas parte (Patrimônio Líquido)

C- Quotas a restituir (Passivo Circulante)

Pela restituição da quota:

D- Quotas a restituir (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

RESERVAS (FUNDOS) - ATOS NÃO COOPERADOS

O artigo 87 da Lei n° 5.764/71 dispõe que os resultados das operações das cooperativas com
não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão Ievados à conta do "Fundo de
Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizados em separado de molde a
permitir cálculo para incidência de tributos.

O item 5 da ITG 2004 classifica os fundos como reservas.

Pela constituição do FATES com o resultado positivo das operações com não cooperados
(Reserva/Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social):

D- Sobras a disposição da Assembleia (Passivo Circulante - Ato Não Cooperado)

C- FATES (Patrimônio Líquido)

Havendo perda, o artigo 89 dispõe que os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão
cobertos com recursos provenientes do Fundo de Reserva e, se insuficiente este, mediante
rateio, entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos ou não, a depender do que
está previsto em Estatuto:

D- Fundo de reparação de perdas (Patrimônio Líquido)

C- Perdas do exercício (Resultado Atos Cooperados)

20
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

RESERVAS (RATES/FATES) - ATOS COOPERADOS

O artigo 87 da Lei n° 5.764/71 dispõe que os resultados das operações das cooperativas com
não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão Ievados à conta do "Fundo de
Assistência Técnica, Educacional e Social", e serão contabilizados em separado de molde a
permitir cálculo para incidência de tributos.

O item 5 da ITG 2004 classifica os fundos como reservas.

Constituição do RATESIFATES com o resultado positivo das operações com não cooperados
(Reserva/Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social):

D- Sobras a disposição da Assembleia (Passivo Circulante - Ato Não Cooperado)

C- FATES (Patrimônio Líquido)

Havendo perda, o artigo 89 dispõe que os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão
cobertos com recursos provenientes do Fundo de Reserva, e, se insuficiente este, mediante
rateio, entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos ou não, a depender do que
está previsto em Estatuto:

D- Fundo de reparação de perdas (Patrimônio Líquido)

C- Perdas do exercício (Resultado Atos Cooperados)

RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS DE PIS E COFINS

As cooperativas, quando tributadas pelo Lucro Real, regime não cumulativo de PIS e COFINS
podem apropriar crédito das referidas contribuições, nos termos do artigo 3° da Lei n°
10.833/2003, do artigo 8° da Lei n° 10.925/2004, do artigo 33 da
Lei n° 12.058/2009 e do artigo 55 da Lei n° 12.350/2010. Nos casos previstos em Iegislação é
possível solicitar ressarcimento e compensação destes créditos.

O exemplo abaixo demonstra o pedido de ressarcimento dos créditos de PIS e COFINS


remanescentes ao final do trimestre.

Salienta-se que todo pedido de ressarcimento deve estar em conformidade com a Instrução
Normativa RFB n° 1.717/2017. O crédito não deve ser atualizado na contabilidade - somente
quando da realização do ressarcimento.

Transferência do crédito para conta específica de ressarcimento:

PIS

D- PIS a Ressarcir (Ativo Circulante)

21
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

C- PIS a recuperar (Ativo Circulante)

COFINS

D- COFINS a Ressarcir (Ativo Circulante)

C- COFINS a recuperar (Ativo Circulante)

Recebimento do ressarcimento:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- PIS a Ressarcir (Ativo Circulante)

C- COFINS a Ressarcir (Ativo Circulante)

C- Selic Acumulada (Resultado)

SERVIÇO TOMADO - RETENÇÃO INSS

Contratação de mão-de-obra de terceiros conforme Instituição Normativa RFB n° 971/2009,


nos artigos 138 a 140.

Pela contratação dos serviços de terceiros:

D- Serviços de terceiros PJ (Resultado)

C- Fornecedores de Serviços (Passivo Circulante)

C- INSS retido de terceiros (Passivo Circulante)

Pelo pagamento dos serviços e do INSS retido de terceiros:

D- Fornecedores de Serviços (Passivo Circulante)

D- INSS retido de terceiros (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

SOBRAS - ATOS COOPERADOS

O Item 20 da ITG 2004 dispõe que a conta de Sobras ou Perdas à disposição da Assembleia
Geral é uma conta de trânsito do resultado Iíquido do período, classificada no Patrimônio
Líquido da cooperativa.

Havendo disposição estatutária para a distribuição total ou parcial das sobras o valor deve ser
registrado no passivo, no encerramento do exercício social.

22
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Pela apuração de sobras:

D- Sobras do exercício (Resultado Atos Cooperados)

C- Sobras do exercício à disposição da Assembleia (Patrimônio Líquido)

Pela destinação das sobras aos cooperados:

D- Sobras do exercício à disposição da Assembleia (Patrimônio Líquido)

C- Sobras do exercício a distribuir (Passivo Circulante) - Valor Iíquido do IRRF

C- IRRF a recolher (Passivo Circulante)

Pelo pagamento das sobras aos cooperados e do recolhimento do IRRF:

D- Sobras do exercício a distribuir (Passivo Circulante)

D- IRRF a recolher (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Pela capitalização da sobra (se assim for definido em AGO):

D- Sobras do exercício à disposição da Assembleia (Patrimônio Líquido)

C- IRRF a recolher (Passivo Circulante)

C- Capital Social (Patrimônio Líquido) - Pelo valor Iíquido do IRRF

UTILIZAÇÃO DA RESERVA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA,


EDUCACIONAL E SOCIAL - ATOS COOPERADOS

O item 12 da ITG 2004 dispõe que os dispêndios de assistência técnica, educacional e social
devem ser registrados em contas de resultado, respeitando o regime de competência, e
podem ser absorvidos pela Reserva de Assistência Técnica, Educacional e Social (Rates).

Contratação de serviço técnico aos cooperados:

D- Despesa com Serviços de terceiros (Resultado Atos Cooperados)

C- Fornecedores (Passivo Circulante)

Pagamento com a utiIização da reserva:

D- Fornecedores (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

23
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

Baixa da reserva:

D- FATES (Patrimônio Líquido)

C- Sobras do exercício (Resultado Atos Cooperados)

VENDA - ATOS NÃO COOPERADOS

Em regra geral as cooperativas são constituídas para atuar unicamente com os seus
cooperados fornecendo-Ihes serviços, assessoria, bens de consumo, bem como recebendo
produtos e serviços dos cooperados.

Porém, em casos previstos no Estatuto ou em Lei, a cooperativa pode adquirir produtos de não
cooperados, principalmente para suprir uma necessidade emergencial onde seus cooperados
não podem atender prontamente, é o caso de complementação de safra, formação de Iote,
dentre outros, destinados a cumprir contratos com cIientes.
Neste sentido, cabe analisar o item 6 da ITG 2004, que dispõe que a escrituração contábil é
obrigatória e deve ser realizada de forma segregada em ato cooperativo e não cooperativa por
atividade, produto ou serviço.

Portanto, as operações com não cooperados devem ser segregadas das operações com
cooperados.

Recebimento do produto:

D- Estoque - Atos Não Cooperados (Ativo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Venda do produto:

D- Clientes ou Banco (Ativo Circulante)

C- Receita de venda (Resultado Atos Não Cooperados)

Custo do produto:

D- CMV (Resultado Atos Não Cooperados)

C- Estoque - Atos Não Cooperados (Ativo Circulante)

VENDA COM RECEBIMENTO EM PRODUTOS DOS COOPERADOS

Em alguns casos, a cooperativa financia os cooperados na forma de entrega de insumos para


serem aplicados na atividade dos mesmos. E prática comum que a cooperativa receba por este

24
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

fornecimento uma quantidade pré-fixada dos produtos do cooperado em substituição à


remuneração em dinheiro.

O registro da receita da cooperativa deve ser contabilizado normalmente. Porém, quando do


recebimento dos produtos deverão ser avaliados a valor justo reconhecendo-se eventual
variação no resultado.

Por fim, o item 12 da ITG 2004 dispõe que os saldos de estoque, contas a receber e contas a
pagar decorrentes das operações realizadas com os associados devem ser apresentados em
contas individualizadas que os identifiquem podendo ser utiIizados registros auxiliares.

Entrega dos insumos ao cooperado:

D- Produtos a receber - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

C- Receita de venda (Resultado Atos Cooperados)

Ajuste do preço em virtude de variação positiva:

D- Produtos a receber - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

C- Variação de preços - Atos Cooperados (Resultado Atos Cooperados)

Ajuste do preço em virtude de variação negativa:

D- Variação de preços - Atos Cooperados (Resultado Atos Cooperados)

C- Produtos a receber - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

Recebimento dos produtos do cooperado:

D- Estoque - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

C- Produtos a receber - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

VENDA DE PRODUTOS COM PREÇO A FIXAR

As vendas com preço a fixar ocorrem rotineiramente em sociedades cooperativas, visto a


variabilidade dos preços e o próprio estabelecimento do preço peIo cooperado. A ITG 2004
dispõe que:

15. Os produtos recebidos dos associados com preço a fixar devem ser registrados
contabilmente em conta própria de estoque, individualizada, desde que atenda a definição de
ativo do item 4.4 da NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL - Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório ContábiI-Financeiro, e sua contrapartida em conta de passivo,
mensurados ao valor justo, podendo ser utiIizados registros auxiliares.

16. Se os produtos recebidos dos associados com preço a fixar forem industrializados,
consumidos ou vendidos antes da fixação de seu preço pelo cooperado, o custo deve ser

25
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

imediatamente reconhecido em conta de estoque de produtos acabados quando


industrializado e em conta de resultado quando consumido ou vendido, e a
obrigação deve ser mantida no passivo.

17. Os ajustes decorrentes de variação de preço, após a baixa dos estoques, devem ser
classificados como ingresso ou dispêndio operacional.

Por fim o item 12 da ITG 2004 dispõe que os saldos de estoque, contas a receber e contas a
pagar decorrentes das operações realizadas com os associados devem ser apresentados em
contas individualizadas que os identifiquem podendo ser utiIizados registros auxiliares.

Recebimento do produto:

D- Estoque - Atos Cooperados (Ativo Circulante) - Avaliado pelo valor justo

C- Produtos a liquidar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)

Venda do produto:

D- Clientes ou Banco (Ativo Circulante)

C- Receita de venda (Resultado Atos Cooperados)

Custo do produto:

D- CMV (Resultado Atos Cooperados)

C- Estoque - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

Variação positiva do preço após a baixa do estoque:

D- Clientes ou Banco (Ativo Circulante)

C- Receita de venda (Resultado Atos Cooperados)

Variação negativa do preço após a baixa do estoque:

D- Receita de venda (Conta redutora do Resultado de Atos Cooperados)

C- Clientes ou Banco (Ativo Circulante)

Pelo repasse ao cooperado:

D- Produtos a liquidar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

VENDA DE PRODUTOS EM DEPÓSITO

26
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

O artigo 83 da Lei n° 5.764/71 estabelece a outorga de poderes, com o propósito de fazer com
que a Cooperativa disponha Iivremente dos produtos recebidos dos cooperados:

Art. 83. A entrega da produção do associado à sua cooperativa significa a outorga a esta de
plenos poderes para a sua Iivre disposição inclusive para gravá-Ia e dá-Ia em garantia de
operações de crédito realizadas pela sociedade, salvo se, tendo em vista os usos e costumes
relativos à comercialização de determinados produtos, sendo de interesse do produtor, os
estatutos dispuserem de outro modo.

Conforme a Primazia da Essência sobre a forma, o recebimento dos produtos em depósito


representa uma obrigação da entidade perante os seus sócios, taI como definido na NBC TG -
Estrutura Conceitual: “Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos”.

Sendo assim, a contabilização dos produtos em depósito, por si só, não tem efeitos nas contas
de resultados, já que, enquanto os produtos permanecerem armazenados, os mesmos estarão
registrados no ativo (estoques) e no passivo, representando o direito de vender os produtos
recebidos e a obrigação em repassar o produto da venda ao cooperado.

Por fim, o item 12 da ITG 2004 dispõe que os saldos de estoque, contas a receber e contas a
pagar decorrentes das operações realizadas com os associados devem ser apresentados em
contas individualizadas que os identifiquem, podendo ser utiIizados registros auxiliares.

Recebimento dos produtos em depósito:

D- Estoques - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

C- Produtos a liquidar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)


Venda do produto:

D- Clientes ou Banco (Ativo Circulante)

C- Receita de venda (Resultado Atos cooperados)

Custo do produto:

D- CMV (Resultado Atos Cooperados)

C- Estoques - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

Repasse ao cooperado:

D- Produtos a liquidar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)

C- Banco (Ativo Circulante)

Devolução do produto em deposito (caso ocorra):

D- Produtos a liquidar - Atos Cooperados (Passivo Circulante)

C- Estoques - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

27
Manual de Lançamentos Contábeis - Cooperativas

VENDA PARA ENTREGA FUTURA

Neste caso, a venda ocorre normalmente. Porém a entrega ocorre em momento futuro, por
conveniência do adquirente. O reconhecimento da receita deve ocorrer quando houver a
transferência do controle para o adquirente, conforme prevê o CPC 47 - Receita de Contrato
com Cliente.

31. A entidade deve reconhecer receitas quando (ou à medida que) a entidade satisfizer à
obrigação de desempenho ao transferir o bem ou o serviço (ou seja, um ativo) prometido ao
cIiente. O ativo é considerado transferido quando (ou à medida que) o cIiente obtiver o
controle desse ativo.

Ainda, o CPC PME (Apêndice da Seção 23) dispõe que:

4. Adiantamentos de cIientes, totais ou parciais, para a entrega futura de bens que não se
encontram no estoque. IncIuem-se nesses casos os produtos que ainda devem ser fabricados
ou que devem ser entregues diretamente ao cIiente por terceiro; a receita é reconhecida
quando as mercadorias são entregues ao comprador.

Por fim, o item 12 da ITG 2004 dispõe que os saldos de estoque, contas a receber e contas a
pagar decorrentes das operações realizadas com os associados devem ser apresentados em
contas individualizadas que os identifiquem podendo ser utiIizados registros auxiliares.

Emissão da Nota Fiscal de faturamento:

D- Clientes (Ativo Circulante)

C- Receita Diferida - Atos Cooperados (Passivo Circulante)


Recebimento do numerário da venda:

D- Banco (Ativo Circulante)

C- Clientes (Ativo Circulante)

Entrega da mercadoria ao cIiente (momento da transferência do controle e reconhecimento


da receita no resultado):

D- Receita Diferida - Atos Cooperados (Passivo Circulante)

C- Receita de venda (Resultado Atos Cooperados)

Custo do produto:

D- Custo das Mercadorias Vendidas (Resultado Atos Cooperados)

C- Estoque - Atos Cooperados (Ativo Circulante)

28

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy