Painel Automotivo Apostila01

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PAINEL

AUTOMOTIVO
Custo do serviço parte de R$ 200 e ajuda a evitar multas em radares e
lombadas eletrônicas

Em tempos de vias cada vez mais monitoradas, velocímetro com mau


funcionamento aumenta o risco de o motorista ser multado. Em caso de defeito
no painel, o custo do reparo varia de R$ 200 (analógicos) a R$ 500 (digital). Os
veículos mais novos têm dispositivos controlados eletronicamente. Ou seja: é
grande a chance de que eventuais erros nas informações exibidas no painel
estejam relacionados a falhas no módulo. Ou mesmo em sensores, como os de
rotação, velocidade e temperatura do motor, por exemplo.
Fusíveis queimados e defeitos em dispositivos como a bateria também podem
prejudicar a aferição de dados do carro. Portanto, antes de sair desmontando o
quadro de instrumentos é preciso checar se o sistema elétrico está em dia.
Panes nos sensores causam erros de leitura que são transmitidos aos
ponteiros. Falhas na marcação do nível de combustível podem estar
relacionadas ao mau funcionamento do sensor do tanque, mais conhecido
como “boia”.
Se esse for o defeito, a peça para um Volkswagen Polo, por exemplo, custa R$
188 na Jocar (3797-0777). Esse preço não inclui a instalação.

Um defeito relativamente comum nos painéis com tela de LCD é a falha na


exibição de alguns dígitos. Como os que mostram dados de hodômetro ou
mesmo o velocímetro. “Painéis de carros feitos antes de 2008 costumam dar
mais defeito. É quase certo que falharão”, afirma William Felipe, dono da
Velomotors (5842-7876), oficina especializada nesse serviço. Para um Audi A3
antigo, o reparo da tela central parte de R$ 400. No caso de ponteiros, o preço
começa em R$ 200. Para um Fiat Idea, são R$ 240 na Speed Velocímetros
(2631-3016). O preço chega a R$ 1.600 para Land Rover Freelander.
Sistemas acionados por meio de cabos não estão imunes a falhas. Reparar o
painel de um Fiat Palio feito até 2007 parte de R$ 38,50 na Jocar.

FUNCIONAMENTO DO VELOCÍMETRO E NORMA REGULAMENTADORA

Com o mostrador situado no painel do automóvel, o velocímetro indica a


velocidade do veículo. Nesse instrumento, costuma-se incluir também um
hodômetro, que fornece a quilometragem percorrida. Atualmente, na maioria
dos veículos comerciais, os tipos de velocímetros mais usados são o
magnético e o eletrônico (motor de passo). O tipo mais comum de velocímetro
é dotado de um ponteiro sobre uma escala circular ou em arco, mas às vezes o
indicador é digital.

Velocímetro magnético (figura 2.1) consiste em um imã permanente H


que gira com o eixo E; junto a ele, está como uma armadura e sobre um eixo
independente, um disco de alumínio A terminado em fórmula de campânula C ,
do qual faz parte a agulha indicadora J. O eixo do disco e a agulha são
mantidos presos à tampa fixa T por uma mola fina R em espiral. Ao girar o imã
H induz correntes elétricas no disco A, criando um fraco campo magnético,
razão pela qual o disco tende a acompanhar a rotação do imã, mas é contido
pela mola R; quanto mais rápida for a rotação de H (ou seja, quanto maior for a
velocidade do automóvel) maior intensidade terá a força de arrasto e maior
será o desvio da agulha J, contrapondo-se à mola.

A tomada de movimento para o eixo E (figura 2.2) tem lugar na saída do


secundário S do câmbio de marchas, por meio de uma engrenagem, quase
sempre um sem-fim; por um cabo flexível, transmite-se a rotação, proporcional
à das rodas, até o velocímetro instalado no painel de instrumentos.

Velocímetro eletrônico (figura 2.3) consiste basicamente de um motor de


passo acionado por um sensor de velocidade localizado na saída da caixa de
transmissão.

Um motor de passo é um tipo de motor elétrico que é usado quando algo tem
que ser posicionado muito precisamente ou rotacionado em um ângulo exato.
Em um motor de passo, um rotor interno contendo um ímã permanente é
controlado por uma série de campos eletromagnéticos que são ativados e
desativados eletronicamente.

No Brasil, a Norma NBR 7817, da ABNT, fixa as condições exigíveis


para a aceitação e recebimento de indicadores de medidores de velocidade
(velocímetros), utilizados em veículos rodoviários automotores.

Estudo de Casos

A atividade pericial em locais de acidentes de trânsito, junto ao


Departamento de Criminalística - Seção de Engenharia Legal - IGP-RS,
acrescentado de pesquisas técnicas, tem proporcionado uma visão científica
do tópico abordado, permitindo, desta forma, a busca de esclarecimento e
convencimento, os quais, até o momento, apontam para o descarte do registro
permanente do ponteiro do velocímetro como elemento do exame pericial. A
seguir está apresentado um caso de destaque na mídia gaúcha, relativo ao
assunto em questão.

No dia 23 de dezembro de 2002, o jornal Zero Hora estampava em sua


capa uma fotografia (figura 3.1) do painel de instrumentos de um automóvel
Ford-Ka, envolvido em um acidente de trânsito em Veranópolis, resultando em
5 mortes, onde o ponteiro do velocímetro estava parado e registrava uma
velocidade de 180 Km/h.

Tal acontecimento proporcionou uma discussão: a velocidade registrada


e perpetuada pelo ponteiro do velocímetro do veículo Ford-ka representaria a
velocidade da colisão do automóvel no acidente de trânsito em que se
envolveu? Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, o automóvel teria perdido o
controle, rodando e invadindo a pista contrária, colidindo lateralmente contra
um caminhão e, ainda, teria produzido 17 metros de marcas de frenagem na
pista.
Em condições ideais, i.e., pista reta, ao nível do mar e apenas com o
motorista, a ficha técnica fornecida pela Ford indica que a máxima velocidade
atingida pelo Ford-Ka seria de 186 Km/h, podendo apresentar, ainda, um erro
de leitura na ordem de 10%, como previsto pela NBR7817. Considerando-se
que o veículo possuia 5 ocupantes, que o trecho do acidente não apresentava
uma reta longa e que antes da colisão o veículo girou e produziu 17 metros de
marcas de pneumáticos, podemos inferir que o automóvel Ford-Ka não atingiria
uma velocidade próxima de 180 km/h naquela ocasião.

A pergunta que se faz, então, é por que o ponteiro do velocímetro


registrava um valor tão elevado para a velocidade? Analisando o sistema
formado por cabos e pela parte indutora, com a violência do impacto, o ponteiro
registrador poderia marcar qualquer velocidade entre 0 e 220 Km/h, pois os
danos causados avariaram completamente o sistema, tornando-o sem
eficiência.

Interessante o caso de um automóvel Fiat-Tempra que se chocou


frontalmente contra uma árvore, provocando avarias de grave intensidade em
sua estrutura. O ponteiro do velocímetro registrava, após a colisão, 0 Km/h.
Seria esta a velocidade no momento do impacto contra a árvore? É evidente a
incompatibilidade encontrada, confirmando a análise anterior.
Discussão e Conclusão

Em acidentes de trânsito é relativamente comum, após eventos de


colisão envolvendo veículos automotores, encontrar o ponteiro do velocímetro
trancado e registrando uma determinada velocidade diferente de zero. Então,
de forma precipitada e sem argumentos técnicos, a primeira idéia que surge é
que aquela velocidade registrada e perpetuada seria a que o veículo possuia
no momento da colisão.

Em busca de opiniões de especialistas internacionais e de referências


bibliográficas a respeito do assunto, pode-se constatar que a convicção
formada pelos peritos e estudiosos é, na grande maioria, de que o registro
permanente do ponteiro do velocímetro, após uma colisão envolvendo veículos
automotores, deve ser desconsiderada, por não haver comprovação científica
da proporcionalidade existente entre a velocidade real e a registrada pelo
velocímetro do veículo.

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