Administração de Contas A Receber
Administração de Contas A Receber
Administração de Contas A Receber
Os principais ativos circulantes mantidos pela maioria das empresas são as contas a receber e estoque, ambos formam
80% de todos os ativos circulantes da maioria das empresas industriais de porte médio. Por isso é fundamental a
administração dos ativos circulantes da empresa.
As contas a receber representam a concessão de créditos em conta corrente aos clientes. Na verdade, contas a receber
existem para conservar atuais clientes e atrair novos clientes. A administração de contas a receber tem como papel
minimizar o investimento, e em contrapartida, manter um nível de serviço adequado aos clientes. Existem três
aspectos importantes a ressaltar:
1. Política de crédito; 2.
Condições de crédito;
3. Políticas de cobrança.
Estes três aspectos devem ser adequados às necessidades da empresa pela administração de contas a receber.
Quanto mais complexo ou diversificado for o produto final, tanto maior será a diversidade de itens estocados e mais
complicada será a administração dos estoques. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e
podem alcançar uma proporção enorme dos ativos totais. A administração de estoques tem que estar relacionada com
os órgãos da empresa que cuidam do estoque (produção, almoxarifado ou as vendas) e com o órgão de Administração
Financeira. Existem três tipos de estoque:
1. Sistema ABC (Curva de Pareto) – baseia-se no princípio de que maior parte do investimento está concentrada em
um pequeno número de itens
2. Modelo do lote econômico – serve para determinar a quantidade ótima de estoque para cada item.
As contas circulantes da empresa, ativo e passivo circulantes, fazem parte da administração do capital de giro.
Portanto, o objetivo da administração de capital de giro é administrar as contas circulantes, para que possa garantir
um nível aceitável de capital circulante líquido. É interessante ressaltar que toda empresa deve manter um mínimo
possível de capital de giro, pois os ativos circulantes têm que ser capaz de cobrir os passivos circulantes, e é claro
com alguma margem de segurança.
Os ativos circulantes que tem mais destaque são: caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber e estoques. Cada um
desses ativos circulantes deve ser bem administrado para que se possa garantir a liquidez da empresa.
Em se tratando dos passivos circulantes, os mais importantes são: duplicatas a pagar, títulos a pagar e despesas
provisionadas. É preciso que seja bem administrado para garantir que cada uma das fontes de financiamento a curto
prazo seja utilizada da melhor maneira possível.
A administração do capital de giro é a atividade mais conhecida da Administração Financeira. A maior parte do tempo
do administrador financeiro é tomado pela administração do ativos correntes.
1. CAPITAL
O capital constitui o recurso financeiro básico de qualquer empresa, existem dois tipos de capital:
Capital próprio – é o capital que pertence aos proprietários ou acionistas da empresa (não-exigível);
Capital de terceiros – são os empréstimos, debêntures e ações preferenciais (exigibilidades da empresa). Sempre que
algum acionista da empresa entra com algum capital, espera sempre ter um retorno, e corre um determinado risco.
Retorno significa um rendimento maior e risco é uma possibilidade de perda, existem dois tipos de riscos: o Risco
econômico é o risco inerente ao negócio da empresa e o Risco financeiro é o risco de não obter remuneração do
investimento.
Ainda se falando um pouco sobre capital, podemos ainda classificá-lo em capital fixo ou capital de giro. O capital
fixo é formado pelos ativos imobilizados e o capital de giro pelos ativos circulantes. O capital de giro pode ser bruto
(ativo circulante) ou líquido (ativo circulante – passivo circulante). O que temos que ressaltar é que o capital de giro
funciona no curto prazo. A administração do capital de giro tem que levar em conta três dilemas:
Os ativos circulantes formam o capital da empresa que gira até transformar-se em dinheiro dentro do chamado ciclo
de operações ou ciclo de caixa. Ciclo de caixa nada mais é do que o tempo que leva o capital que saiu do caixa leva
para voltar ao caixa.
2.FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa é o movimento de todas as entradas e saídas de recursos financeiros do caixa, ou seja, das origens
de caixa (fatores que aumentam o caixa da empresa) e das aplicações de caixa (reduzem o caixa da empresa). O
planejamento financeiro de curto prazo é denominado de planejamento de caixa ou orçamento de caixa, com este
orçamento de caixa permite planejar as necessidades de caixa a curto prazo, pois proporciona uma visão dos
recebimentos e dos pagamentos previstos que ocorrerão durante um certo período de tempo. A administração de caixa
deve trabalhar num nível ótimo de caixa para a empresa.
1. Quando as entradas (recebimentos) > saídas (pagamentos) - Liquidez alta - Rentabilidade baixa
2. Quando as entradas (recebimentos) < saídas (pagamentos) - Liquidez baixa - Rentabilidade alta
O fluxo de caixa é o termômetro do cotidiano da empresa, isto é, como a empresa está se comportando quantos os
pagamentos e os recebimentos das suas operações diárias.
A administração do prazo médio de recebimento, que vem a ser o tempo médio entre uma venda a prazo e
a efetiva disponibilidade de fundos, com o pagamento à empresa, consiste em dispor de contas com a maior
rapidez possível, sem perder vendas com a adoção de técnicas de cobrança muito agressivas. A consecução
desse objetivo abrange três tópicos: Seleção e padrões de crédito, Condições de crédito, e Monitoramento
de crédito.
As contas a receber são geradas pelas vendas a prazo, que são feitas após a concessão de crédito. As vendas
a prazo geram riscos de inadimplência e despesas com análise de crédito, cobrança e recebimento, mas
alavancam as vendas, isto é, aumentam o volume de vendas.
Antes de se efetivar a venda para um novo cliente, deve ser feita uma análise minuciosa e criteriosa de seus
dados cadastrais. Venda a prazo efetuada sem os devidos cuidados tem grande possibilidade de se tornar
um valor não recebível. A análise de crédito não deve ocorrer apenas na ocasião da primeira venda a prazo.
A situação do cliente, mesmo daqueles antigos e tradicionais, deve ser constantemente monitorada e
atualizada, quanto aos aspectos de pontualidade, capacidade de pagamento e situação financeira. Existem
situações onde a empresa deve avaliar simultaneamente o risco comercial e o risco financeiro do cliente.
A análise de crédito pode ser feita com base em técnica conhecida como 5 Cs, que se referem aos seguintes
aspectos: CARÁTER, CAPACIDADE, CAPITAL, CONDIÇÕES e COLLATERAL. Esses itens devem ser
analisados sempre em conjunto.
CARÁTER - é o item mais importante na análise de crédito. A avaliação do caráter do cliente, apesar do
alto grau de subjetividade, por se referir a aspectos morais e éticos, é mito importante, porque vai depender
da sua integridade ética para saldar compromissos financeiros. O levantamento de dados históricos como
pontualidade de pagamento, protesto de títulos e pendências judiciais, pode auxiliar na avaliação do caráter.
Se o caráter do cliente não for aceitável, os outros itens da análise ficam bastante prejudicados.
CAPACIDADE - A firme determinação de pagar não terá validade se o cliente não tiver capacidade de
saldar seus compromissos financeiros. O potencial de o cliente saldar compromissos financeiros pode ser
obtido por meio de análise das demonstrações financeiras e informações financeiras adicionais, em
instituições como o Serasa. A análise das demonstrações financeiras fornece informações sobre os índices
de liquidez, índices de endividamento, índices de investimentos, rentabilidade, geração de caixa e etc. Outro
grupo de informações que o analista deve analisar é o setor em que atua a empresa, a situação atual e a
perspectiva do setor, os concorrentes e a tecnologia utilizada pela empresa.
CONDIÇÕES - As condições econômicas atuais e o cenário econômico em que a empresa estará inserida
devem ser avaliados em conjunto com o ramo de atividade em que ela atua. Se for esperada forte recessão,
mas o ramo de atividade em que a empresa atua for substancialmente promissor, o risco de inadimplência
será minimizado. As condições gerais dos negócios das partes envolvidas devem levar em consideração a
existência de reciprocidade, consideradas as limitações de cada parte, quando a empresa compra da empresa
para qual vende.
COLATERAL - é uma palavra em inglês que significa GARANTIA. O colateral é utilizado para
contrabalançar ou reforçar a fragilidade de um ou mais “C” dos quatro outros itens. Pode ser representado
por ativos tangíveis ou ativos financeiros, desde que cubram o período de crédito concedido. O colateral
pode ser dado por meio de hipoteca, fiança pessoal prestada por proprietário de imóvel, fiança bancária,
etc.
POLITICA DE CRÉDITO
A política de crédito trata dos seguintes aspectos: prazo de crédito, seleção de clientes e limite de crédito.
Uma política de credito liberal aumenta o volume de vendas muito mais do que uma política rígida, porem
gera mais investimentos em contas a receber e mais problemas de recebimentos, o que exige maior rigidez
na cobrança.
- O custo unitário diminui (pela diluição do custo fixo) como o aumento do volume de vendas.
Um fator que deve ser considerado em um estudo dessa natureza é o aumento da necessidade liquida de
capital de giro. O aumento das vendas implica em um maior investimento nos custos de produção, que
associado ao prazo de recebimento, acaba por diversas vezes inviabilizando as atividades da empresa.
A empresa considerará, às vezes, alguma mudança em seus padrões de crédito para elevar seus retornos e
criar mais valor para seus proprietários. Para mostrar como isso acontece, vamos imaginar as seguintes
alterações e os efeitos esperados sobre o lucro em decorrência do relaxamento de padrões de crédito:
No caso de padrões de crédito mais rigorosos, seriam esperados efeitos opostos ao apresentado no quadro
acima.