História Psi

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DISCIPLINA: A HISTÓRIA DO MOVIMENTO

PSICANALÍTICO

(...) Não somos apenas o que pensamos ser.


Somos mais: somos também o que lembramos e
aquilo de que nos esquecemos; somos as
palavras que trocamos, os enganos que
cometemos, os impulsos a que cedemos 'sem
querer'. Sigmund Freud
HISTÓRIA DO MOVIMENTO PSICANALÍTICO – RESUMO TEORIA E PRÁTICA.

 UMA DIDÁTICA PARA LER E ESTUDAR FREUD:


 1º MODO DE ESTUDAR: COMO ERA FREUD NO INÍCIO(1895-1905)
 PERÍODO PRÉ – PSICANALÍTICO – FREUD AINDA NEUROLOGISTA.
 TEXTOS: O PROJETO PARA UMA PSICOLOGIA CIENTÍFICA.
 ESTUDOS SOBRE A HISTERIA E AS NEUROPSICOSES DE DEFESA.
 Foi com Breuer que Freud escreveu parte da primeira edição do livro “Estudos sobre a histeria”
(1895), uma obra fundamental da psicanálise.
 INÍCIO DO PERÍODO PSICANALÍTICO:
 TEXTOS: INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS –(1895)- lançado em 1900 para marcar o início do século.
 OS TRÊS ENSAIOS DA SEXUALIDADE –(1905)
 2º MODO DE ESTUDAR: METAPSICOLOGIA FREUDINA (1909-1917)
 3º MODO DE ESTUDAR: AS 3 GRANDES REVOLUÇÕES (1920-1926)
 4º MODO DE ESTUDAR : TRABALHOS METAPSICOLÓGICOS COMPLEMENTARES E TRABALHOS
CULTURAIS
 5º MODO DE ESTUDAR : TRABALHO SOBRE A TÉCNICA

OBRAS DE SIGMUND FREUD
 Estudo sobre Histeria (1895)
 A interpretação dos sonhos (1899)
 Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905)
 Totem e Tabu (1913)
 O Inconsciente (1915)
 Introdução à Psicanálise (1917)
 Psicologia das Massas e Análise do Ego (1923)
 Psicanálise e Teoria da Libido (1923)
 O Ego e o Id (1923)
 Neurose e Psicose (1924)
 O Futuro de uma ilusão (1927)
A PSICANÁLISE SURGIU ...

 A Psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund


Freud, um médico neurologista que buscou tratar de
pacientes com sintomas de histeria.
 A teoria psicanalítica de Freud desloca a caracterização da
questão da razão e da consciência como origem do
comportamento humano com base no conceito de
inconsciente.
O tratamento da histeria e as primeiras teorias psicanalíticas
 O interesse de Freud pela mente humana e pela psiquiatria o leva ao seu estudo sobre
histeria. Nessa época, ele vai para Paris para estudar com Charcot, após conseguir uma
bolsa de estudos. Charcot era um psiquiatra já renomado e respeitado pela sua utilização
médica da hipnose em pacientes histéricas. Em sua teoria, Charcot descobriu que, por
meio do hipnotismo, poderia eliminar temporariamente a manifestação dos sintomas da
histeria. Assim como também podia criar artificialmente sintomas dessa patologia. Freud
ficou fascinado com a metodologia de trabalho de Charcot. E isso acabou influenciando
nos processos sugestivos e sintomas de doenças mentais, que acabaram constituindo uma
base para o pensamento freudiano.
 Também os trabalhos do estudioso Liebaut Bernhein auxiliaram Freud em suas teorias.
Inclusive no seu processo de descoberta do inconsciente. Bernhein utilizava a hipnose para
induzir os seus pacientes a receberem ordens, e depois, conscientemente, as cumprirem.
Como se uma força inconsciente se sobrepusesse sobre a força consciente.
 Essa foi a propulsão para que Freud, aos poucos, abandonasse a hipnose e elaborasse a
sua própria metodologia terapêutica.
 O médico austríaco, Joseph Breuer, realizava pesquisa de tratamento de histeria por meio
da hipnose. Ele se tornou um dos principais colaboradores das teorias e ideias iniciais de
Freud.
PACIENTE ANA O – PRIMEIRO CASO
CLÍNICO
 O trabalho de tratamento de Breuer com a paciente denominada ‘Ana
O’ é o primeiro caso clinico de um modelo que daria origem à
psicanálise. Esse método consistia em eliminar os sintomas da doença
com a retomada de recordações traumáticas passadas. Esse método
ficou conhecido como Método de Catártico.
 Breuer introduziu Freud em suas descobertas. Ele lhe enviou pacientes
para serem tratados por esse novo método. Em 1895, eles fizeram uma
publicação de suas descobertas nessa área. A parceria deles
permaneceu até Freud divulgar a sua teoria da sexualidade infantil,
motivo de ruptura entre ambos.
CRONOLOGIA DE FREUD
 1856. Aos seis de maio, nasce Sigmund Schlomo Freud, em Freiberg, na Morávia, então
parte do Império Austro-Húngaro (atualmente República Checa). Filho de filho de Jacob
Freud, judeu proveniente da Galícia e comerciante de lã, e Amalie Nathanson, sua
terceira esposa.
 1873. Aos dezessete anos, apesar de querer estudar Direito, Freud ingressa no curso de
Medicina, na Universidade de Viena.
 1877. Abrevia o seu nome para Sigmund Freud.
 1881. Freud forma-se em Medicina.
 1886. Em abril, Sigmund Freud abre o seu primeiro consultório.
 1895. Freud publica livro os “Estudos Sobre a Histeria”. Em parceria com o médico Josef
Breuer. Neste mesmo ano, Freud inicia os seus estudos os sonhos, fundamentais aos seus
estudos psicanalíticos.
 1896. O termo Psicanálise que dá base ao modelo psicanalítico é utilizado por Freud pela
primeira vez.
CRONOLOGIA DE FREUD:
 1900. É publicado o seu livro “A Interpretação dos Sonhos”.
 1902. Freud funda a Sociedade Psicológica das Quartas-feiras. Neste ano Freud é
nomeado professor da Universidade de Viena.
 1905. Publica alguns trabalhos considerados importantes para a sua carreira e para a
psicanálise. Dentre eles: “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, “Os Chistes e
Suas Relações com o Inconsciente” e “Fragmentos da Análise de um Caso de
Histeria”.
 1910. Freud funda a International Psycho-Analytical Association. Cujo primeiro
presidente é o seu pupilo Carl Gustav Jung.
 1938. Sua casa em Viena e a Associação Vienense de Psicanálise são vasculhadas
pelos nazistas, na então invasão que ocorre na cidade. Anna Freud, sua filha, é presa
e interrogada pela Gestapo. Em junho desse ano ele se muda para a Inglaterra.
 1939. No dia 23 de setembro, Freud falece em decorrência de um câncer, na cidade
de Londres.
AS 7 ESCOLAS PSICANALÍTICAS:
 Escola Freudiana
 A escola freudiana teve Sigmund Freud, Sandor Ferenczi, Wilhelm Reich e Anna
Freud como seus principais precursores. Freud é considerado o pai da psicanálise, por
isso esta é a primeira escola que de fato aborda o assunto.
 Nesta abordagem, o inconsciente é o elemento central dos estudos e visto como o
responsável por influenciar as ações humanas. A pulsão de vida e a pulsão de
morte são alguns dos termos que essa vertente usa para explicar as necessidades que
impulsionam as ações.
 As necessidades são como pressões e, segundo Freud, toda ação tem uma pressão,
ou seja, uma finalidade ou objeto de motivação. Assim, embora a busca pelo prazer
seja um dos seus principais argumentos, sua teoria vai muito além.
 Na escola freudiana, são importantes temas o inconsciente (motor central das ações
humanas), as pulsões, a sexualidade infantil, as estruturas psíquicas (neurose, psicose e
perversão), o Complexo de Édipo, os mecanismos de defesa, as resistências, as
tranferências e as contratransferências.
Escola Kleiniana ou Escola das
Relações Objeta
 Já a escola kleiniana recebe o nome da precursora, Melanie Klein. Esta escola é
também chamada de Escola das Relações Objetais. Embora Klein tivesse
conhecimento sobre a Escola Freudiana, suas teorias possuem importantes diferenças,
a ponto de a proposta de Klein ter estofo para configurar uma nova abordagem.
 Por isso, esta é a segunda das sete escolas da psicanálise, dessa vez voltando-se para
as relações humanas e também para o aprofundamento da psicanálise infantil. Nesta
teoria, os estudos fundamentam-se no comportamento do indivíduo desde o
nascimento, acompanhando toda a infância e seu desenvolvimento social.
 Para Klein, as relações objetais consistem no interesse humano por manter contato e
relações interpessoais. Dessa forma, o prazer sexual não é motivação das ações, mas
sim um meio para alcançar a real motivação.
Escola da Psicologia do Ego
 Heinz Hartmann, Margareth Mahler e Otto Kernberg são os nomes de
referência no tocante à Escola da Psicologia do Ego. Neste caso, o ego
desenvolve-se a partir do id conforme a criança começa a entender a
diferença do seu corpo-mente em relação ao mundo exterior, sua
atenção se volta para o “eu”.
 Essa teoria também tem base nos estudos freudianos, considerando a
hipótese da mente tripartida em id, ego e superego. Com isso, as funções
mentais como afeto, memória, conhecimento e pensamento passarão a
ter uma valorização significativa para a psicanálise.
 Foi nesta escola também em que a psicanálise se aproximou de campos
da filosofia, da biologia e educação, por exemplo. Esta aproximação foi
indispensável para que as pesquisas e o entendimento sobre o cérebro
humano se tornassem precisas e mais sólidas.
Escola da Psicologia do Self
 Na quarta das sete escolas da psicanálise, Heinz Kohut esclarece
conceitos confusos entre a escola do self e do ego. Aqui, introspecção
e empatia são os principais instrumentos da psicanálise, seguidos da
tese das “falhas dos self-objetos primitivos”.
 Para essa teoria, o psicanalista deve ser inserido como modelo de
função psicanalítica para suprimir falhas empáticas parentais. Essa
consideração tem em vista que essas falhas impedem a criação de
uma identificação do indivíduo com a sua mãe ou seu pai.
 Por sua vez, a falta de identificação com os genitores ou substitutos
ocasiona um transtorno do sentimento de identidade. Portanto, a
atuação do psicanalista possibilitará essa identificação de modo
satisfatório para o indivíduo.
Escola Francesa
 Jacques Lacan, muito comentado pela psicologia e psicanálise, foi o responsável
pela chamada escola francesa da psicanálise. Lacan reconhece a importância da
linguagem para o ser humano e suas relações estabelecidas em sociedade.
 A importância de Lacan é tão grande que atribui-se a ele uma terceira tópica
(depois das duas tópicas freudianas): real, imaginário e simbólico.
 Lacan enfatiza a importância da imagem (como em seu conceito de estádio do
espelho) e da linguagem.
 O real é o lugar do não-sentido, é basicamente um mundo fático e “físico”.
 O imaginário é o lugar do sentido, em que se estrutura o “eu”, em que o “eu” forma
sua imagem de si e sobre o mundo.
 Por fim, o simbólico é o lugar do duplo sentido (ou múltiplos sentidos), isto é, o lugar
das negociações de sentido, das contradições e da constituição do sujeito como
ser social.
 A ideia do desejo é central em Lacan. A clínica lacaniana enfatiza as percepções
do analisando e a importância de implicar o analisando em suas próprias palavras.
A linguagem é o que determina o sentido interpretado pela mente.
Escola de Winnicott
 A penúltima das sete escolas da psicanálise foi
fundada a partir das ideias de Donald Winnicott. Para
ele, a elaboração imaginativa do corpo e suas funções
é que moldam a psique, não sendo uma estrutura pré-
existente.
 Winnicott concebeu como central o papel da mãe
suficiente boa: nem perfeita, nem negligente na
criação do bebê. Conceitos como holding, handling e
integração de objetos, bem como integração,
personalização e realização, são contribuições de
Winnicott sobre o desenvolvimento do ser humano
desde bebê.
Escola de Bion
 Completando as sete escolas da psicanálise, Wilfred Bion deu um
novo conceito ao fenômeno da identificação projetiva. Para ele, o
conceito pode ser realista, quando estrutura a formação da
criança, ou excessivo — quando assume caráter patológico.
 Na situação analítica, a identificação projetiva pode acontecer,
sem a percepção do cliente, para o psicanalista interpretar
aquelas emoções. Logo, essas vivências acumuladas e
incompreendidas receberiam, por fim, um sentido e seriam
nomeadas.
 Além disso, a Escola de Bion defende também a mentalidade
grupal. Ela diz respeito a ações desenvolvidas por membros de um
determinado grupo de pessoas. Entretanto, uma característica
relevante é que muitas dessas ações são realizadas
inconscientemente.
A Psicanálise foi criada por Sigmund Freud no final do século
dezenove, e suas bases abalaram o mundo e a sociedade
da época.
 No entanto, a força de suas ideias e de seu trabalho clínico foram
contundentes para que a Psicanálise ganhasse o respeito e a
aceitação necessárias, não apenas por parte da comunidade
médica, como também de outros segmentos acadêmicos.
 Quando Freud escreveu o artigo sobre A História do Movimento
Psicanalítico, em 1914, sua intenção era mostrar à sociedade da
época, os postulados que faziam parte da Psicanálise, bem como
demonstrar que algumas teorias criadas por alguns de seus
discípulos, a saber, Adler e Jung, eram incompatíveis com a teoria
psicanalítica, e, portanto eles deveriam denominar as mesmas
com nomenclaturas diferentes.
O primeiro período do movimento psicanalítico vai até 1902, época em que Freud
trabalhou sozinho, e por conta disso, conseguiu extrair algumas vantagens. Não
precisava ler determinadas publicações, nem realizar embates com adversários de
suas ideias; não precisava se preocupar com reuniões, datas e encontros
inconvenientes.

 Com isso ganhava tempo para burilar suas teorias e refinar sua prática clínica. De 1902 a
1910, a psicanálise ganha espaço em outros contextos e meios acadêmicos. Neste período
inúmeros acontecimentos culminaram em algumas deserções.
 A primeira grande parceria de Freud foi com Joseph Breuer (1842/1925), um médico
austríaco que desempenhou um papel muito importante nos primórdios da Psicanálise.
Freud e Breuer escreveram o livro “Estudos sobre a Histeria”, no qual narraram o caso clínico
de Anna O.
 Para realizar este tratamento eles se valeram do método catártico.
 O referido método, desenvolvido por Breuer, buscava acessar os sintomas dos pacientes
histéricos a partir de fragmentos do seu passado. Estes fragmentos estariam associados a
cenas, fatos e emoções – na maioria das vezes traumáticos – que haviam sido esquecidos.
O objetivo da intervenção era fazer com que o paciente rememorasse e revivesse essas
experiências através de um estado hipnótico. A catarse pode ser definida como uma
descarga de emoções e afetos represados. Freud e Breuer divergiam quanto à etiologia do
transtorno psíquico.
Para Breuer a explicação estaria apoiada numa abordagem fisiológica,
diferentemente de Freud, que destacava a importância dos elementos
psíquicos e da sexualidade na gênese dos processos neuróticos.

 Além disso, Freud percebeu que a intervenção através da hipnose, nem


sempre garantia o sucesso do tratamento, gerando muitas resistências e
provocando o retorno deslocado de alguns sintomas extintos. Dessa
forma, Freud abandona a hipnose e inicia efetivamente sua “talking
cure”, ou seja, a cura através da conversa. Outros personagens
importantes foram Charcot e Chrobak, ambos considerados por Freud
como “mestres”.
As ideias de seus mestres, embora não diretamente, foram
muito importantes para que Freud percebesse a importância
da sexualidade para o psiquismo humano.

 Charcot era um psiquiatra que desenvolvia um pioneiro trabalho de hipnose


com histéricas e Chrobak era um renomado ginecologista que mantinha
relações sociais com Freud.

 Quanto à etiologia sexual das neuroses, inúmeros fatores se somaram às


pesquisas de Freud, tanto com relação à técnica quanto com relação aos
resultados esperados de uma análise, e alguns destes fatores são: a
descoberta da transferência, o uso das associações livres de ideias, o
reconhecimento da sexualidade infantil, a utilização dos sonhos como a “via
régia para o inconsciente”, a representação dos chistes, lapsos e atos falhos
para os pacientes, a resistência, os mecanismos de defesa, a teoria do
recalque – considerada “a pedra angular da psicanálise” por Freud – e muitos
outros conceitos estabelecidos.
Freud estrutura a etiologia das neuroses postulando a
chamada teoria da sedução.
 Esta teoria dá conta de que entre a criança e o adulto ocorre um assédio sexual, sem a
excitação consciente por parte da primeira, devido a insuficiência de condições somáticas
de excitação para consumar o ato. Na puberdade, a cena traumática da infância ganha
outra representação, seguida de uma excitação sexual que impele o indivíduo a
estabelecer o recalque de tal lembrança.
 Freud, em 1897, abandona essa teoria, julgando-a inverossímil, e apresenta uma nova,
intitulada “Complexo de Édipo”, significando que os sintomas não estariam associados a
fatos reais, mas sim a fantasias. Criou então o conceito de realidade psíquica, permeada
por fantasias, às quais, por sua vez, proporcionariam a representação ligada à vida sexual.
Freud, por ser judeu, estava preocupado com o fato de que a Psicanálise pudesse ser
associada unicamente a uma teoria judaica, o que fez com que investisse em um de seus
discípulos, C. G. Jung, homem mais jovem, sem laços com o Judaísmo e que naturalmente
ocuparia seu lugar depois de sua morte. Freud não imaginava que, em suas palavras “esta
seria a escolha mais infeliz possível”. Desse modo, Freud resolve fundar a IPA (Associação
Internacional de Psicanálise) cujo objetivo era “promover e apoiar a ciência da
Psicanálise”. Jung foi nomeado presidente da associação. Mas as ideias de Jung não são
aceitas por Freud e os dois rompem relações em 1913.
 Finalmente Freud arremata sua visão histórica da Psicanálise declarando que “os homens
são fortes enquanto representam uma ideia forte; se enfraquecem quando se opõem a
ela”.
Berlim
 Em 1920, surge o primeiro Instituto de
formação de analistas em Berlim fundado
por Karl Abraham e Max Eitingon, que em
associação aos trabalhos desenvolvidos
na policlínica criada no mesmo período,
substanciavam o processo de formação
apoiado no tripé: estudo teórico, análise
pessoal e supervisão, indicado por Freud
já em 1919 no texto em que trata sobre o
ensino da psicanálise nas universidades.
EVENTOS PSÍQUICOS
 Como Freud acreditava na sobre determinação dos eventos
psíquicos, supondo que todas as lembranças estavam
organizadas numa rede associativa, de forma que uma
recordação levaria à outra, e considerando possível recuperar e
compreender lembranças cruciais estando consciente, Freud
insistia para seu paciente lhe dizer tudo que lhe ocorresse à
mente (associação livre), a despeito de quão irrelevante ou
potencialmente embaraçosa a idéia pudesse lhe parecer.
 Ao entregar-se à sua própria atividade mental insconsciente
(atenção flutuante), Freud acompanhava o fluxo inconsciente
das produções mentais do paciente, a fim de estabelecer
conexões entre o fio associativo das comunicações alusivas e
as lembranças esquecidas.
EM 1897...

 Freud notou que, na maioria dos seus pacientes, o material mais


frequentemente reprimido estava relacionado à idéias perturbadoras
referentes à sexualidade.
 Em 1897, percebeu que, ao invés de serem lembranças de
acontecimentos reais, esses eventos eram resíduos de impulsos e
desejos infantis (fantasias). E concluiu, portanto, que a ansiedade era
consequência da libido reprimida, a qual encontrava expressão em
vários sintomas.
INTERPRETAÇÃO...
INSIGHT...
 Freud, então, comunicaria a ligação entre as fantasias e sentimentos
do analisando pelo analista e a origem desses pensamentos e
emoções nas experiências da infância do paciente (interpretação).
 Essa intensa vivência dos conflitos originais era um processo doloroso
para o paciente, mas a elaboração desse sofrimento emocional
(insight) tornava o tratamento eficaz, devido a um novo equilíbrio e
distribuição de energia psíquica, promovendo uma reorganização
das estruturas psicológicas, com configurações mentais mais
saudáveis.
Teoria da Constituição do Aparelho
Psíquico - abrange dois modelos:

 O Modelo Topográfico: com os conceitos


de consciência, pré-consciente e
inconsciente; 1ª TÓPICA
O Modelo Estrutural: com os conceitos de
Id, Ego e Superego.2ªTÓPICA
CONCEPÇÃO DO APARELHO PSIQUICO E TÉCNICA
PSICANALÍTICA EM FREUD-1 ª e 2ª tópica .
1ª TÓPICA DO APARELHO
PSÍQUICO DE FREUD
 Consciente tem como função captar as informações do exterior
e do interior, não mantendo nenhuma marca durável destas
informações. Neste sistema não existe nenhum registro ou
conservação das excitações.
É o momento presente.
 Pré-consciente funciona articulado ao sistema Consciente,
mas separado do Inconsciente pela Censura. A principal
característica do sistema pré-consciente é que seus conteúdos
podem ser resgatados por um ato de vontade.
 O inconsciente é a parte mais arcaica do aparelho psíquico.
Nele estão presentes conteúdos recalcados que não foram
aceitos pelos sistemas pré-consciente e consciente.
Freud , 1923...
 “...Ora descobrimos durante a análise que, quando apresentamos certas
tarefas ao paciente ele entra em dificuldades; as suas associações
falham quando deveriam estar se aproximando do reprimido. Dizemos-
lhe então que está dominado por uma resistência, mas ele se acha
inteiramente inadvertido do fato e, mesmo que adivinhe, por seus
sentimentos desprazerosos, que uma resistência encontra-se então em
ação nele, não sabe o que é e como descrevê-la. Entretanto visto não
poder haver dúvida de que essa resistência emana do seu ego e a este
pertence, encontramo-nos numa situação imprevista. Deparamo-nos
com algo no próprio ego que é também inconsciente, que se comporta
exatamente como o reprimido – isto é, que produz efeitos poderosos
sem ele próprio ser consciente e que exige um trabalho especial antes
de poder ser tornado consciente” (Freud, 1923).
A segunda tópica não elimina a
primeira
 Haverá uma integração num nível mais desenvolvido, já que as
instâncias consciente, pré-consciente e inconsciente passam a fazer
parte do novo sistema, mas sob a forma de atributos e qualidades.
Assim o ego é consciente, inconsciente e pré-consciente, o superego
é uma pequena parte pré-consciente e o resto inconsciente, e o Id é
totalmente inconsciente.
ID (ISSO) – Pólo pulsional da personalidade
EGO (EU) –Se situa como representante dos interesses da totalidade da
pessoa e é investido de libido narcísica
SUPEREGO (SUPEREU)– Julga e critica, é constituído por interiorização das
exigências e das interdições parentais
ID OU ISSO
ID ou ISSO Reservatório de energia psíquica que fornece a força para a operação de
toda personalidade;
Estreito contato com os processos físicos dos quais recebe sua energia;
É o lugar tópico das pulsões;
Não está disponível a consciência, existe num estado de repressão, o que significa
que as forças ativas se opõem a sua transformação em estado consciente;
Quando há aumento da tensão (estímulos externos ou excitação produzida
internamente) descarregará de forma impulsiva e irracional – funciona pelo
princípio do prazer;
Aluga e interage com as funções do ego, tanto os da realidade exterior tanto
aqueles que introjetados estão habitando o superego;
EGO OU EU
Instância que surge a partir do Id e que tem como função promover
interação com o mundo é regido pelo princípio da realidade da
realidade.
Opera de acordo com o princípio da realidade – usa percepção,
memória, pensamento.

Instância: mediadora, integradora e harmonizadora entre as pulsões do Id,


as exigências e ameaças do superego e as demandas da realidade
exterior;

Quando não consegue manter o equilíbrio existe um aumento da


ansiedade, para evitar usa de mecanismos de defesa: deslocamento,
negação, formação reativa, etc.;
SUPEREGO OU SUPEREU
O Superego
Será a instância que normatiza e delimita a conduta
de cada sujeito.
“Herdeiro do Complexo de Édipo”, será constituído
pelo precipitado de introjeções, identificações,
proibições que a criança faz com os aspectos
parciais dos pais.
Nasce da ação da última grande proibição
exercida pelos pais e pela cultura sobre os desejos
da criança: seus desejos incestuosos.
Papel do Psicanalista
Criar condições para que o conteúdo
inconsciente possa ser experimentado no
nível da consciência com toda a sua
carga afetiva, para que venha a ser
adequadamente elaborado.
Atenção Flutuante:
Modo como o analista deve escutar o
analisando.
O analista não deve privilegiar
nenhum elemento e deve funcionar o
mais livre possível a sua própria
atividade inconsciente.
Associação livre:
 Tempor objetivo permitir que o paciente diga
tudo aquilo que vem a mente, assim o
pensamento consciente é retirado e abre-se
espaço para pensamentos ligados a
processos inconscientes.
A defesa patológica
Momento em que a Histeria ganha o estatuto Psíquico.
Freud considera a histeria uma doença por representação (1895/1996).
Freud profere na Sociedade de Psiquiatria uma conferência denominada A etiologia da histeria.
Nessa conferência, Freud expressava com clareza sua ideia de que a causa da histeria era
prioritariamente psíquica, resultado da impossibilidade de processar no psiquismo um trauma real
vivido pelo histérico na área da sexualidade.
 TEORIA DO TRAUMA Pressuposto de que na base da histeria havia uma experiência real
traumática que a originava; por causa dessa situação traumática, havia uma divisão da
consciência, mas esta em si não explicava a etiologia da histeria. Freud a principio pensa que a
lembrança da experiência traumática causava o afeto aflitivo.
 Diante desse trauma sofrido pelo histérico, fazia-se necessária a retirada da consciência da
lembrança desta experiência por meio do esquecimento, o que caracterizaria uma divisão da
consciência secundária. Esse esquecimento é, então, denominado por eles de recalcamento:
esquecer a ideia, retirando o afeto que lhe pertence e deslocando-o para uma inervação somática,
por meio do que Freud denomina conversão.
Freud rompe com Breuer.
 em Neuropsicoses de defesa (1894/1996), Freud diferencia seu pensamento do de Breuer, afirmando
que a natureza da experiência traumática é eminentemente sexual, o que coloca a sexualidade como
elemento de origem da histeria. As cenas traumáticas precisam ser recalcadas porque são aflitivas
devido a seu conteúdo sexual.
 A ideia excessivamente intensa é um símbolo. O psiquismo elege este símbolo para administrar o
acúmulo de excitação que causa desprazer. No entanto, tentando dar conta do que é excessivo, o
psiquismo acaba por denunciar a ineficácia de sua solução, pois este mecanismo não garante o
esquecimento; a causa é deslocada, mas repetidamente recordada através do símbolo.
 O símbolo que a histeria cria é especial, uma vez que não tem uma relação exata com a causa original.
Ocorre o isolamento (esquecimento) da causa original que gerou o desprazer, o que constitui o
recalcamento como uma defesa patológica, e, em seu lugar, as ideias excessivamente intensas. Para
cada compulsão existe um recalcamento correspondente, o que caracteriza a histeria como
decorrente de um recalque e da formação patológica de um símbolo. O recalcamento ocorre porque
há ideias que fazem parte da vida sexual que despertam no ego um afeto penoso.
 A histérica elege para si, por meio do deslocamento, algo que será o substituto do que seria o
verdadeiro motivo deste afeto desprazeroso.
TEORIA DA LIBIDO
E PULSÕES
 “São as PULSÕES(...) os verdadeiros motores do
progresso...”
 Freud, 1915
O termo “libido” designa uma energia postulada
por Freud como substrato da pulsão sexual
 Substrato – essência, base
 Pulsão - A pulsão é definida como representante
psíquico de estimulações constantes de fonte
endógena
Pulsão sexual e Libido
A sexualidade como chave da compreensão humana
Apesar da evolução sobre o que compõe o assunto, mesmo nos dias de hoje, é
muito difícil falar sobre sexualidade sem entrarmos em conflito com as barreiras
sociais, morais, religiosas, assim como discordâncias teóricas.
A sexualidade está presente desde o momento do nascimento e nos acompanha
até a morte.
A Psicanálise enfatiza o tema sexualidade, pois é considerado a chave para a
compreensão da mente humana. Porém o contexto é bem mais abrangente, pois
trata-se de uma sexualidade pulsional.
Sigmund Freud, foi um dos primeiros profissionais a investigar a sexualidade e
sua importância na formação psíquica dos seres humanos. Suas descobertas
causaram uma ruptura com as ideias concebidas na época, principalmente no
que diz respeito à sexualidade infantil.
LIBIDO -- PULSÃO :
O termo “libido” em latim significa “desejo” ou “vontade”. No dicionário Michaelis, a
definição de libido é: “Energia psíquica” que, segundo as teorias freudianas, provém do
instinto sexual e determina toda a conduta da vida do homem”. A noção de libido é um
conceito-chave para compreensão de Pulsão sexual.
A libido é considerada por Freud como uma grandeza quantitativa, porém, imensurável.

A DEFINIÇÃO DE PULSÃO É:
“Pressão constante e inconsciente que impele o indivíduo a uma ação que possa conter ou
suprir o estado de grande tensão do organismo”.
Quando apresentou a primeira teoria pulsional, utilizou como analogia, para facilitar o
entendimento, o exemplo da fome para indicar o funcionamento da pulsão do ego.
A fome era uma força em que manifestava as pulsões de autoconservação. Já a libido
era a manifestação das pulsões sexuais, onde se manifestava a dinâmica da
sexualidade.
A LIBIDO
 A libido é essencialmente de natureza sexual, sendo
irredutível a outras formas de energia mental não
especificadas. Este é, inclusive, o principal ponto de
discordância entre Freud e Jung, na medida em que
este último via na libido uma energia psíquica
indiferenciada em sua origem e que poderia ser
sexualizada ou dessexualizada e que coincidia com a
noção de energia mental em geral.
A libido em Freud é
essencialmente de natureza
sexual, apesar de poder ser:
“dessexualizada”
no que se refere ao objetivo, e é por ele
concebida como a manifestação dinâmica
na vida psíquica de pulsão sexual

Ex: (mecanismo de defesa do Ego)-SUBLIMAÇÃO


Na primeira formulação da teoria
das pulsões. Freud elabora uma
concepção dualista:
PULSÃO SEXUAL X PULSÕES DO EGO
Energia da pulsão sexual é a libido
Objetivo satisfação ligado a uma experiência

Pulsões do ego colocariam sua energia (“interesse” ) a serviço do ego - RECALCADORA


Objetivo autoconservação do indivíduo e opondo-se, dessa forma, às pulsões sexuais.

Desejo Em Freud - retorno a traços mnêmicos de satisfação


Em Lacan - trabalho metonímico dos significantes, passa a
DEMANDA e se coloca em palavras.
É a partir da introdução do conceito de
narcisismo que a oposição entre pulsão
sexual e pulsões do ego começa a se
desfazer.
Pulsões sexuais podem retirar a libido
investida nos objetos fazendo-a voltar sobre o
próprio ego

(NARCISISMO OU LIBIDO NARCÍSICA)


A LIBIDO ...
 “ A libido é invariável e necessariamente de natureza masculina, ocorra ela em
homens ou em mulheres e independentemente de ser seu objeto um homem
ou uma mulher” (Freud, ESB, v. VII, p. 226). Esse trecho não pretende ser o
brado machista da psicanálise, mas, antes de tudo, a confissão de uma
dificuldade básica, que é a que Freud encontra ao tentar definir o que
caracteriza o “ masculino” e o “feminino”. De fato, o trecho acima transcrito é
precedido de um outro que afirma o seguinte: “ Na verdade, se pudéssemos
dar uma conotação mais definida aos conceitos de ‘masculino’ e ‘feminino’,
seria até mesmo possível sustentar que a libido é invariável e
necessariamente (...).” Freud declara que os conceitos de “ masculino” e “
feminino” , que parecem às pessoas comuns como sendo de natureza
absolutamente inequívoca, são na verdade extremamente difíceis de
determinar quando se trata de fazer ciência.
Assim, do ponto de vista biológico, poderíamos dizer que “ masculino” e “ feminino”
são termos aplicados a indivíduos que se caracterizam por serem portadores de
espermatozoides ou óvulos, respectivamente, e por funções ligadas a eles. No entanto,
tal como foi empregado mais acima, os termos “ masculino” e “ feminino” são usados
no sentido de atividade e passividade. E, nesse caso, “ uma pulsão é sempre ativa,
mesmo quando tenha em mira um objetivo passivo” . Portanto, afirmar que “ a libido é
invariável e necessariamente de natureza masculina” equivale a afirmar que a libido é
invariável e necessariamente de natureza ativa. Além do mais, Freud não poderia
esquivar-se à sua hipótese de o ser humano ser essencialmente bissexual, o que lança
por terra uma possível acusação de machista (pelo menos no que se refere ao texto
acima).
Apesar da constituição pulsional
estar atrelada ao biológico, o
biológico não se coloca como
determinante ou dominante para
uma certa fase de desenvolvimento.
O mesmo conjunto de fatores
constitucionais de características
anormais pode levar a três resultados
finais diferentes
O mesmo conjunto de fatores constitucionais de
características anormais pode levar a três resultados
finais diferentes
 O primeiro É a persistência, na maturidade, de um tipo de relação entre os fatores
constitucionais que se pode considerar como anormal. Nesse caso, o resultado será uma
sexualidade perversa.

 O segundo é aquele que ocorre no curso do desenvolvimento se alguns dos


componentes cuja força seja excessiva forem submetidos ao processo de recalcamento. Nesse
caso, as excitações continuam a ser geradas mas são psiquicamente impedidas de atingir seu
objetivo, sendo desviadas para outras formas de expressão (sintomas, por exemplo).

TERCEIRA alternativa é a que é possibilitada pelo processo de sublimação

É o que ocorre quando excitações excessivamente fortes, que surgem de determinadas fontes
sexuais, encontram uma saída em outros campos que não o sexual. Essa é, segundo Freud, uma
das fontes da criação artística em particular e da cultura em geral.
Pulsões parciais
Freud introduz a noção de pulsões parciais ligadas a zonas
erógenas determinadas, cuja soma constitui a base da
sexualidade infantil. Embora estejam ligadas à sexualidade
infantil, a puberdade não significa um abandono delas. Essas
pulsões parciais que funcionam, na infância, através de
atividades parcelares, no adulto, funcionam sob a forma dos
prazeres preliminares e nas perversões. Embora na
puberdade, a sexualidade encontre certa organização, as
pulsões parciais ainda se encontram ativas, mesmo que sob a
primazia dos genitais ou sob o destino do recalque.
Foi na primeira edição dos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade
(1905) que encontramos pela primeira vez a palavra pulsão na obra
freudiana, a respeito de uma teoria sobre a sexualidade humana.

A pulsão é definida como representante psíquico de


estimulações constantes de fonte endógena, sendo limítrofe
entre o psíquico e o somático.

 A pulsão nunca se dá por si mesma, nem a nível consciente,


nem a nível inconsciente; ela só é conhecida pelos seus
representantes: o representante ideativo (vorstellung) e
o afeto (affekt).
AFETO
Expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional. São
processos de descarga, cujas manifestações finais são
percebidas como sentimentos.
Os afetos não podem ser recalcados. Portanto não se pode
falar em afeto inconsciente;
São sentidos a nível consciente, embora não possamos
determinar a origem do afeto ao sentir suas manifestações.
O afeto não pode ser recalcado (não pertence ao sistema
inconsciente), mas ele sofre as vicissitudes do recalque: o afeto
pode permanecer; ser transformado (principalmente
em angústia), ou é suprimido.
Representante ideativo
É um dos registros da pulsão no psiquismo é o que
constitui propriamente o conteúdo inconsciente. É o
que sobre si incide o processo do recalcamento.
São catexias, basicamente de traços de memória.
O recalcamento provoca uma
ruptura entre o afeto e a idéia a
qual ele pertence
Cada um deles passam por vicissitudes diversas.

Freud (1915) diz acreditar que de modo geral, o


afeto não se apresenta até que o irromper de uma
nova apresentação do sistema consciente tenha
sido alcançada com êxito.
PULSÃO = TRIEB
PULSÃO = TRIEB
Quando Freud se referiu a PULSÃO o termo que ele utilizou foi TRIEB,
porém a primeira tradução da obra de Freud em Alemão foi no Inglês e
o termo utilizado foi INSTINCT que significa INSTINTO.
Para o termo INSTINCT em Inglês a palavra no alemão é INSTINKT e não
TRIEB, sendo assim houve um equívoco quando buscou-se uma palavra
no português que correspondesse ao sentido do que Freud estava
dizendo. A palavra mais próxima do que Freud estava a falar era
PULSÃO
Pulsão estaria relacionada com o ímpeto, a força, o impacto, é o que em
nós nos leva a alguma ação. Freud busca diferenciar a Pulsão dos
estímulos externos.
PULSÃO FORÇA CONSTANTE

A Pulsão é da ordem de uma força constante,


que habita cada pessoa, ela não é saxonal, ou
que venha de fora que a pessoa se desvie dela.
Cada um de nós estamos o tempo todo
atravessados por esta força (Pulsão) que nos
instiga. Cada um de nós respondemos de uma
forma bem específica a pulsão que está a todo
tempo nos instigando invariavelmente.
Garcia-Roza (2005) diz:

 Ser a pulsão o instinto que se desnaturalizou, que se desvia


de suas fontes e de seus objetos específicos; ela é o efeito
marginal desse APOIO-DESVIO. A pulsão se apóia no
instinto, mas não se reduz a ele. Este APOIO marca não a
continuidade entre o instinto e a pulsão, mas a
descontinuidade entre ambos, transformando o somático
em psíquico, com as respectivas sensações das
experiências emocionais primitivas, o indivíduo vai
construindo o seu mundo interno de representações.
Em o Instinto e suas Vicissitudes (1915) Freud localiza
a pulsão como tendo uma “pressão”;
Uma “finalidade” ou “objetivo”; Seu “objeto”
Sua “fonte”.
 A Pressão (drang)
A pressão é o fator motor da pulsão, a quantidade de força ou exigência do trabalho que ela
representa. A rigor, não existe pulsão passiva, apenas pulsões cuja finalidade é passiva.
(Freud, 1915). Toda pulsão é ativa e a pressão é a própria atividade da pulsão. Desde o Projeto
para uma Psicologia Cientifica (1895), Freud define a pressão como o elemento motor da
pulsão que impele o organismo para a ação especifica responsável pela eliminação da
tensão.
A Finalidade ou objetivo (ziel)
É aquilo em relação a qual ou através da qual o instinto é capaz de atingir sua finalidade.
(Freud, 1915). É o que há de mais variável em uma pulsão.
Garcia-Roza (2005) fala que objeto (objekt) para Freud não é aquilo que se oferece a
consciência, mas algo que só tem sentido enquanto relacionado à pulsão e ao inconsciente.
A Fonte (quelle)
A fonte é o processo somático que ocorre num órgão ou parte do corpo, e cujo estimulo é
representado na vida mental por uma pulsão (trieb).
Economia das Pulsões – energia
que circula no amparato
psíquico.
Do ponto de vista econômico, as manifestações das pulsões sexuais são
ligadas à existência de uma força de uma energia especifica
chamada libido.
A catexia - que é o investimento de energia pulsional - alude ao fato de
que certa quantidade de energia psíquica esteja ligada a um objeto,
tanto externo como a seu representante interno, numa tentativa de
reencontrar as experiências de satisfação que lhe estejam
correlacionadas. (Zimerman,1999)
O OBJETO DE AMOR DO SUJEITO

Depois da experiência de satisfação, a


representação do objeto satisfatório, fortemente
investida, orientara o sujeito para a busca do
mesmo objeto. O termo objeto pode designar
tanto o objeto da pulsão quanto o objeto de
amor do sujeito.
O objeto do investimento pulsional pode ser o
próprio sujeito, que é o caso do narcisismo.
PULSÕES DO EGO E PULSÕES
SEXUAIS
 PULSÃO DO EGO é o mesmo que Pulsão de
autoconservação, esta tem um caráter instintivo,
visando a conservação do organismo vivo, esta pulsão
de autoconservação será transformada em Pulsão
sexual, sendo a primeira real e a segunda
fantasmática, enquanto a Pulsão do Ego tem como
princípio a realidade a Pulsão sexual tem como o
princípio o prazer.
Em 1914 Freud distingui Libido do
Ego de Libido objetal
Libido do Ego não designa uma Libido que emana do
Ego, mas investida no Ego;
Libido objetal designa o investimento da Libido
sobre os objetos externos, mostrando que a
autoconservação seria um amor a si mesmo,
diluindo a oposição entre as pulsões, afirmando que
toda Pulsão tem seu final sexual.
O dualismo Pulsional rompimento com
Jung.

 O dualismo Pulsional vai perdendo força a ponto de quase


se fundir com o monismo de Jung, porém em 1910 Freud traz
um novo dualismo Pulsional que é a Pulsão de vida e Pulsão
de morte em Além do Princípio do Prazer, onde as pulsões
de autoconservação e a Pulsão sexual se unificaram
designando Pulsão de vida contrapondo-se a Pulsão de
morte que seria a tendência do organismo vivo retornar ao
estado anorgânico para eliminação das tensões.
EROS X THANATOS
 PULSÃO DE VIDA X PULSÃO DE MORTE
VIDA AGRESSIVIDADE

CRIATIVIDADE DESTRUÍÇÃO

HARMONIA AUTODESTRUIÇÃO

SEXUALIDADE REPETIÇÃO A COMPULSÃO

REPRODUÇÃO

AUTOCONSERVAÇÃO
A Pulsão de vida promove o
enlaçamento, a unidade
a identidade
Segundo Freud , o funcionamento do psiquismo é
regido por uma energia que vai além do princípio
do prazer: o conflito entre pulsão de vida e pulsão
de morte.
 A pulsão de morte decorre da necessidade biológica do organismo de retornar ao
estado inicial, inorgânico. O princípio do prazer mantém o seu valor, porém é preciso
que a pulsão de vida sobreponha-se a pulsão de morte.

 Em 1923, Freud apresentou a teoria de que quando a pulsão de morte predomina, o


componente destrutivo da vida psíquica se impõe, como no sadismo –masoquismo,
quando acontece o contrário , o componente destrutivo é parcialmente neutralizado
e a agressividade se coloca a serviço da vida.
Mecanismo de Defesa
 é uma denominação dada por Freud para as manifestações do Ego diante das
exigências das outras instâncias psíquicas (Id e Superego), mas a psicanálise
freudiana não é a única teoria a se utilizar desse conceito. Outras vertentes da
psicologia também se utilizam dessa denominação.

 Os mecanismos de defesa são ações psíquicas que buscam reduzir as


manifestações iminentemente perigosas ao Ego.

 Existem pelo menos quinze tipos de mecanismos de defesa conhecidos e


explicados pelas teorias da psicologia. Entre eles, podemos citar:

 compensação, fantasia, formação reativa, identificação, isolamento, negação,


projeção e regressão.

Os principais mecanismos de
defesa:
 1. Repressão - retirada de idéias, afetos ou desejos perturbadores da consciência, pressionando-os para o
inconsciente.
 2. Formação reativa - fixação de uma idéia, afeto ou desejo na consciência , opostos ao impulso
inconsciente temido.
 3. Projeção - sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a outras pessoas.
 4. Regressão - retorno a formas de gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos que surgem em
estágios posteriores do desenvolvimento.
 5. Racionalização - substituição do verdadeiro, porém assustador, motivo do comportamento por uma
explicação razoável e segura.
 6. Negação - recusa consciente para perceber fatos perturbadores. Retira do indivíduo não só a
percepção necessária para lidar com os desafios externos, mas também a capacidade de valer-se de
estratégias de sobrevivência adequadas.
 7. Deslocamento - redirecionamento de um impulso para um alvo substituto.
 8. Anulação - através de uma ação, busca-se o cancelamento da experiência prévia e desagradável.
 9. Introjeção - estreitamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional
do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas.
 10. Sublimação - parte da energia investida nos impulsos sexuais é direcionada à consecução de
realizações socialmente aceitáveis (p.ex. artísticas ou científicas).
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
 Existe um processo de desenvolvimento psicossexual em que o indivíduo encontra o prazer
no próprio corpo.
 O corpo é erotizado, isto é, as excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo
(zonas erógenas) e há um desenvolvimento progressivo também ligado as modificações
das formas de gratificação e de relação com o objeto, que levou Freud a chegar nas fases
do desenvolvimento sexual:
Fase oral (0 a 2 anos) - a zona de erotização é a boca e o prazer ainda está ligado à
ingestão de alimentos e à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal. Objetivo
sexual consiste na incorporação do objeto.
 Fase anal (entre 2 a 4 anos aproximadamente) - a zona de erotização é o ânus e o modo
de relação do objeto é de "ativo" e "passivo", intimamente ligado ao controle dos
esfíncteres (anal e uretral). Este controle é uma nova fonte de prazer.
 Fase Fálica - a zona de erotização é o órgão sexual. Assinala o ponto culminante e o
declínio do complexo de Édipo pela ameaça de castração. No caso do menino, a fase
fálica se caracteriza por um interessse narcísico que ele tem pelo próprio pênis em
contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina. É essa diferença que vai
marcar a oposição fálico-castrado que substitui, nessa fase, o par atividade-passividade
da fase anal. Na menina esta constatação determina o surgimento da "inveja do pênis" e o
consequente ressentimento para com a mãe "porque esta não lhe deu um pênis, o que
será compensado com o desejo de ter um filho.
Fase Fálica e o Complexo de
Édipo:
 Acontece entre 3 e 5 anos o Complexo de Édipo, e é em torno dele que ocorre a
estruturação da personalidade do indivíduo.
 No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino e o pai (ou a figura
masculina que represente o pai) é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado.
Ele procura então assemelhar-se ao pai para "ter" a mãe, escolhendo-o como modelo
de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais
representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente por medo do pai,
"desiste" da mãe, isto é, a mãe é "trocada" pela riqueza do mundo social e cultural e o
garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas
internalizadas através da identificação com o pai. Este processo também ocorre com
as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação.
 O Complexo de Édipo é responsável pelo surgimento da estrutura do
 SUPER-EGO.
FASE GENITAL
 Em seguida vem um período de latência, que se prolonga até a
puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades
sexuais, como um intervalo.
 Fase Genital - E, finalmente, na adolescência é atingida a última
fase quando o objeto de erotização ou de desejo não está mais no
próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo - o outro.
Neste momento meninos e meninas estão conscientes de suas
identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de
satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.

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