Metodologia Científica

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Metodologia Cientí ca

Débora Peres Menezes


Maio 2024

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Dicotomia - era da Covid-19
A ciência está evoluindo rapidamente e cando cada vez mais
especializada.

Não podemos ser especialistas em tudo. Temos que nos contentar em


acreditar nas pessoas que se especializaram em áreas distintas.

Mas deveríamos discutir como a ciência é feita já na escola para que ela
não parecesse algo mágico, ao alcance de poucos.

É importante saber distinguir o joio do trigo para não ser enganado ou


iludido.

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Entender o método cientí co e suas limitações
funciona como uma vacina contra:

informações falsas

crenças dogmáticas

enganações (quânticas ou clássicas!)

Também ajuda os próprios cientistas na avaliação de falhas

Não basta fazer ciência; é preciso também discutir como ela é feita!

Essa discussão precisa começar cedo para não car apenas


entre convertidos !
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Fazer ciência signi ca seguir a metodologia cientí ca
(conjunto de regras básicas e procedimentos que conduzem
ao conhecimento cientí co)

Método cientí co :
proposto por Galileu Galilei (1564-1642) - pai da ciência moderna

antes, a ciência baseava-se na metodologia


aristotélica (384 a.c - 322 a.c.) =>

ciências produtivas (necessárias para a produção de algo),


práticas (saber utilizado para uma ação) e
teoréticas (saber pelo saber: matemática, física, metafísica, psicologia)
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Sistematizado por René Descartes (1596-1650) - método cartesiano:
deve-se duvidar de cada ideia da qual se pode duvidar:
só existe o que pode ser provado.

Método foi testado por Isaac Newton (1643-1727)


utilizado por todos os cientistas desde então
Revolução cientí ca - secs. XVI a XVIII :
os conhecimentos só eram considerados corretos depois
de con rmados pela experiência

as teorias precisavam estar rmemente baseadas em evidências,


e que os procedimentos para colher estas evidências deveriam ser
acessíveis à todos.

Qualquer descoberta precisa ser reprodutível !


Aí entra o papel das Comunidades Cientí cas
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Comunidades cientí cas
São grupos de cientistas ou pesquisadores que trabalham
simultaneamente produzindo conhecimento e validando a produção alheia.

Tudo o que a comunidade produz é tornado público através de revistas


especializadas arbitradas.

Um vez publicado um artigo, toda a comunidade pode ler, checar a validade


das conclusões apresentadas e utilizá-lo como base para produzir novos
resultados.
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Comunidades cientí cas
Quando a maioria esmagadora dos cientistas consegue produzir novos
resultados a partir de um trabalho especí co, a comunidade entrou em
consenso. Consenso não é unanimidade !

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1) Nenhuma experiência pessoal pode se sobrepor ao Consenso Cientí co
https://youtu.be/DXA3osWFuFk

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Ciência normal - Durante o período de ciência normal, os cientistas
se dedicam a fortalecer os conhecimentos por meio de novas
experiências e testes dos principais dogmas;
é uma ciência incremental.

Ciência revolucionária - dá-se quando um paradigma é substituído,


em todo ou em parte, por outro.

Heliocentrismo (Aristarco de Samos, Copérnico)


x
geocentrismo (Ptolomeu, Aristóteles)

Física relativística x física clássica

Física quântica x física clássica


Cientistas famosos como Isaac Newton, Marie Curie, Albert Einstein, Lise Meitner,
Stephen Hawking, Charles Darwin, Linus Pauling só zeram propostas revolucionári
por causa de existência da ciência normal, desenvolvida incessantemente antes dele
Além disso, grandes cientistas só têm sua relevância consolidada devido ao
trabalho de milhares de outros cientistas que testaram, expandiram e
desenvolveram aplicações para suas teorias.

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Ex de fraudes
fusão a frio - 1989 (Fleischmann e Pons)
https://www.nature.com/articles/d41586-024-00976-y
https://youtu.be/OUAGgmewNlM?si=io1-6J_kgtUl61Mz
Fraudes

Andrew Wakefield - estudo fraudulento, registro de médico cassado, interesses em outra patente
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/02/26/fraude-pesquisa-academica-china-e-brasil?
utm_source=Youtube&utm_medium=Social&utm_campaign=comunidadeYT
Artigos completa ou parcialmente escritos pelo ChatGPT / este tem 3 páginas / Elsevier ‘corrigiu' no HTML, mas
esqueceu do PDF
A Velha Conversa Fiada de Negar a Ciência
Brasil 2021

Nenhuma experiência pessoal pode se sobrepor ao Consenso Cientí co

A pesquisa cientí ca obedece regras e protocolos

Consenso Cientí co não signi ca unanimidade

Mentir não é ético


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O método cientí co é robusto, elimina erros e fraudes,
falta de ética e proíbe os achismos.

A ciência se alimenta de questionar,


questionar, questionar…

Quanto mais sei, mais sei que não sei.

A verdade cientí ca é sempre provisória!

A ciência funciona e nos traz coisas incríveis!


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A ciência traz esperanças!
Dinheiro e
tecnologia de ponta

World Wide Web


1989 - Berners Lee
Cern
protocolo de comunicação
entre cientistas
Uma vida cada vez mais confortável
A ciência goza da con ança do público leigo (mas não muito…)
Justamente por isso, há tanto charlatanismo fantasiado de ciência

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O que artigos e artefatos pseudo-cientí cos têm em comum ?

São alarmistas:
geram temor, descon ança, exploram a dúvida
(forno de microondas, telefones celulares, tecnologia 5G)

ou prometem curas milagrosas


(enganações quânticas, cloroquina, invermectina, vitamina D)

Abusam da máxima: na dúvida, não faz mal…


(mas pode fazer mal e até matar)
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Vieses de con rmação são efeitos do processamento de
informações e envolvem interpretações tendenciosas e
memórias seletivas e tendenciosas.
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Efeito rebote:
algo difícil de combater

Mas funciona…!!!

Dizer a alguém que ela precisa deixar de


ser um pouquinho do que ela acredita ser…
A ciência trabalha para con rmar ou descartar hipóteses,
mas adeptos de mentiras e pseudociências trabalham com uma lógica
obtusa do “prove que estou errado”,
o que pode ser muito difícil e levar a erros conceituais difíceis
de serem percebidos.

Num debate cientí co, o ônus da prova cabe a quem a rma.

Há também a di culdade do leigo em perceber causa e efeito:


Todo dia, antes do sol nascer, o galo canta.
Portanto, o sol nasce porque o galo canta…
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Fake news e pseudociências abundam !!!

Os cientistas precisam, além de divulgar a ciência, mostrar o que não é!

Mas esse espaço foi ocupado porque estava vazio!

A extensão universitária e a divulgação cientí ca


só são valorizadas no discurso. Estamos vivenciando o começo
de uma lenta mudança !

Não é o público que tem que se interessar por ciência,


os cientistas é que tem que convencê-los da sua importância.

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A comunicação dos cientistas
com a sociedade já foi melhor

Há sempre a possibilidade
de manipulação política
Estudam apontam para algo que não se pode ignorar:

Nível de con ança na ciência depende da escolaridade


e do número de cientistas no país
(quantas pessoas conhecem um/uma cientista no Brasil?)

Muitas pessoas que vivem em países/situações de baixa renda


não conseguem estimar o benefício da ciência
(chegam até eles?)

Mas não só! A falta de letramento cientí co é só uma


das facetas!

A religião tem um impacto na percepção sobre ciência.


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Quem detém
os dados…

CNPq, Capes
precisam
estruturá-los,
divulgá-los,
protegê-los e
entendê-los.

Cuidado com o
tratamento e
manipulação dos
dados.
https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/fotografo-registra-raras-imagens-das-sombrias-fazendas-de-cliques-do-vietna/
Mas lembre-se:

Não é possível convencer um crente de coisa alguma,


pois suas crenças não se baseiam em evidências;
baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.

Carl Sagan

Por isso, quanto mais cedo começar o letramento cientí co, maiores as
chances de criarmos pessoas que pensam ao invés de pessoas que crêem.
Esse trabalho precisa começar no ensino fundamental.

Débora P Menezes

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Uma sociedade que quer evoluir respeita a ciência,
seus cientistas, seus professores
e ensina suas crianças.

Obrigada !

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