Discurso de Apresentação Na Paróquia de Peniche
Discurso de Apresentação Na Paróquia de Peniche
Discurso de Apresentação Na Paróquia de Peniche
13 de Outubro de 2024
Saúdo,
Pe Diogo Correia,
Todos os sacerdotes,
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todos os presentes,
Com profunda gratidão e obediência, recebi a nomeação do Sr. Patriarca, D. Rui Valério,
tomando posse das três paróquias da cidade de Peniche. Numa data especial para toda a
Igreja em Portugal, pois celebramos o dia 13 de Outubro, dia da sexta aparição e do milagre
do sol em Fátima, acontecimento que vincula ainda mais, o ministério sacerdotal e atividade
apostólica à proteção de Nossa Senhora.
Ao longo destes 13 anos de sacerdote aprendi a ser espetador das maravilhas de Deus e a
olhar a realidade, não como sucessão de acasos, mas como um caminho onde a providência
de Deus atua eficazmente. Partilho convosco dois acontecimentos, que me ligam a esta terra
e que tenho pensado nestes meses após a nomeação: o primeiro, em jeito de curiosidade, é o
fato da casa onde vivi na infância e juventude situar-se a 25 kms do mar, com a
particularidade de avistar a ilha das berlengas. Recordo-me das noites, em que a meteorologia
permitia, ir para a varanda com a família e olhar no firmamento para contar o número de
vezes que o farol emitia feixes de luz. (Nunca pensei que um dia seria prior das Berlengas . Agora sei, se não me
escutarem, irei pregar aos peixes e gaivotas das berlengas)
Dirijo-me agora em particular a todos vós que habitais nestas três paróquias, a todos vós com
quem vou trabalhar de mais perto: Conselho Pastoral, Conselho Económico, Direção do Centro
Social Padre Bastos, e a todos os grupos e movimentos destas paróquias. Jesus escolheu
passar grande parte dos três anos do seu ministério nas margens do mar da Galileia, imagem
tão familiar para nós, ali chamou, ensinou, curou, tocou, abençoou, todos os que se abeiravam
Dele. Queridos amigos, convido-vos nesta hora a reanimar o dom que recebemos, a ouvir uma
vez mais as palavras do Mestre e a subir para a barca que é a Igreja. Jesus convida-nos a
deixar de olhar a Igreja, como se estivéssemos fora ou a ficar presos ao passado que não
volta. Oiçamos novamente o Mestre: “Passemos à outra margem” (Mc 4, 35) porque o Senhor
quer mostrar algo ainda maior. Dizia o Papa Francisco, na viagem apostólica de Setembro
passado à Indonésia: “Também a nós o Senhor, com a força ardente da sua Palavra, nos pede
para avançar para águas mais profundas, para sairmos das margens estagnadas, dos medos e
da mediocridade, para ousarmos uma vida nova.” (Homilia do Papa Francisco em Jacarta,
Indonésia, 5 de Setembro de 2024). Queridos amigos, desejo convosco sonhar, partir para alto
mar, para águas mais profundas, a fim de descobrir a origem e beleza do Evangelho. Que
nesta barca, onde Jesus vai ao leme, possamos reabrir ou descobrir novos caminhos da
evangelização a fim de chegarmos a todos. E porque estamos numa terra, também de
sufistas, sigamos o convite do Papa na JMJ 2023: “Ser surfistas do amor”.
Saúdo também todos os que não estão hoje nesta celebração, nomeadamente os doentes, os
que sofrem, os que se encontram sozinhos ou infelizes. Também todos os não crentes ou os
que se afastaram. O Senhor escuta e conhece o vosso coração e constitui-vos a prioridade do
Reino.
Por fim, e não menos importante peço a vossa oração para que saiba ser humilde. Recordo o
episódio da pesca milagrosa: após o mandato de Jesus de lançar as redes ao mar, depois de
uma noite improdutiva, o evangelista diz que o temor apoderou-se de Pedro, e que este
ajoelhou aos pés de Jesus e disse: “afasta-te de mim porque sou pecador” (Lc 5, 8). Estou
consciente das minhas debilidades e indignidade perante uma missão tão grande e
desafiante. Mas ainda mais consciente que sou profundamente amado. E que o seu amor e
graça, vencem sempre!
Nesta hora, tomo como referência todos que deixaram um rasto de luz nesta paróquia,
nomeadamente o Monsenhor Bastos e recomendo-me à intercessão de Nossa Senhora, de São
Pedro, São Sebastião e Santa Ana.
Conto convosco!
Pe Ivo Santos