Livro Agua Na Pecuaria-5

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Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

Capítulo 5

Água na pecuária
Requerimento animal e gerenciamento das fontes
Alessandro Pelegrine Minho
Emanuelle Baldo Gaspar

Introdução

A água de fato consumida pelos animais, na atividade pecuária, é parte do


montante utilizado em toda cadeia produtiva, pois grande parte deste importante
recurso natural circula em outros elementos da cadeia. A interação da água com
o solo e com as plantas, bem como as estratégias para minimizar as perdas
nos sistemas produtivos, principalmente, de produção animal a pasto já foram
tratados em capítulos anteriores. Dando continuidade ao tema de manejo hídrico
na pecuária, este capítulo trará uma abordagem relativa à interação entre a água
e os animais.
A água é o nutriente mais importante para o gado, representando 60-70%
do peso vivo (Schroeder, 2008). Para o estabelecimento de uma produção
pecuária competitiva, fornecer água em quantidade e qualidade adequada aos
animais é fundamental, tanto para a manutenção da saúde e desempenho dos
bovinos, quanto para a sustentabilidade da cadeia. Uma perda de água corporal
de aproximadamente 10% pode ser fatal para a maioria das espécies de bovinos
domésticos, principalmente para os mais jovens (Meehan et al., 2015).
Garantir o abastecimento de água de qualidade, e, ao mesmo tempo, evitar
desperdícios, de forma a possibilitar o uso racional deste recurso natural é um
desafio cada vez maior para perpetuar a vida e os processos produtivos, tanto
nas áreas urbanas quanto nas rurais.
Na atividade pecuária, seja ela de corte ou leiteira, a quantidade e a qualidade
da água são fundamentais para suprir as necessidades de consumo dos animais,
limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos, visando a obtenção de
produtos de origem animal que não forneçam risco à saúde humana. Entretanto,
infelizmente, aspectos de gestão da qualidade da água e de uso racional da
mesma não têm recebido a devida importância.
Portanto, nossa contribuição será no sentido de discorrer sobre a água
consumida pelos animais e medidas para garantir o fornecimento adequado e
para o uso racional deste recurso.
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Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

Fatores que afetam o consumo de água


O consumo de água pelos animais varia em função de fatores intrínsecos,
ou seja, relativos aos animais, e extrínsecos ou externos. Dentre estes fatores
podemos citar: temperatura e umidade do ar, temperatura da água, produção de
leite, período de gestação, intensidade de atividade física, taxa de crescimento,
massa corporal, raça, tipo de dieta, ingestão de sal e quantidade de matéria seca
ingerida (Mullick et al., 1952; Winchester; Morris, 1956; Hoffman; Self, 1972;
Murphy et al., 1983; Crawford et al., 1997; Estados Unidos, 2000; Schlink et al.,
2010; Rasby; Walz, 2011).
Os animais de origem zebuína (Bos taurus indicus), como as raças Brahman,
Nelore, Gir e Guzerá têm uma maior habilidade para se adaptarem ao clima
quente e seco e, portanto, podem resistir melhor a curtos períodos de privação
de água quando comparados a animais de raças europeias (Bos taurus taurus),
como Hereford, Angus e Holandesa (Winchester; Morris, 1956).
Todos os fatores que intensificam as perdas de água corporal aumentam os
requisitos de ingestão de água dos animais, principalmente dos mais jovens. Os
bovinos perdem água pela urina, fezes, suor (em grau limitado) e pela evaporação
nos pulmões e na pele. A dieta influencia as perdas de água nas fezes, uma vez
que ingredientes ricos em minerais acarretam excreção de água (Schlink et al.,
2010). Patologias que causam diarreia ou fezes liquefeitas impactam as perdas
de água do animal, agravando o fato de que os bezerros não se adaptam muito
bem à restrição de água.
Diferenças sazonais na ingestão de água são comuns, pois são fortemente
influenciadas pela temperatura e umidade relativa do ar (Bicudo et al., 2003).
Fornecer sombra, principalmente no verão, pode reduzir a ingestão de água
(Figura 26). Na ausência de sombreamento natural (Figura 26A), pode-se
introduzir estruturas com sombreamento artificial (Figura 26B). Além do sombrite
tradicional de polietileno de alta densidade (PEAD), também há no mercado
produtos de alumínio que, apesar do maior custo inicial, oferecem vida útil maior
e menor gasto com manutenção. Entretanto, apesar de ser uma questão bem
estudada no bem-estar animal, a incorporação de sombra nas pastagens de
bovinos no Brasil ainda é incipiente.

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Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

A B

Fotos: Márcia Silveira


Figura 26. Animais concentrados em áreas sombreadas. Em (A) sombreamento natural, fornecido
por árvores de eucalipto. Em (B), como alternativa à ausência de árvores, uma estrutura simples
coberta com sombrite fornece sombra artificial aos animais.

Para se ter uma ideia da influência da temperatura do ambiente na ingestão de


água, um aumento da temperatura ambiente de 10°C para 32°C pode aumentar
o requerimento de ingestão diária de água dos bovinos em até duas vezes e
meia (Rasby; Walz, 2011).

O requerimento hídrico de um bezerro de 180 kg é de, aproximadamente,


22 litros de água por dia quando mantido em temperatura ambiente de 21ºC.
Essa demanda pode aumentar para 35 litros por dia, quando a temperatura
atinge 32ºC. Com o crescimento do animal, a demanda também cresce
proporcionalmente, ou seja, para um bezerro de 272 kg a necessidade de
ingestão diária de água passa para 29,5 litros a 21ºC e 48 litros a 32ºC
(Rasby; Walz, 2011).

Além da temperatura ambiente, a temperatura da água também afeta o


consumo, pois os animais preferem ingerir água fresca (Bicudo; Gates, 2002). O
aquecimento da água pode fazer, inclusive, com que os animais não ingiram a
quantidade suficiente para manter os padrões de produção (Bicudo et al., 2003).
Elevação na umidade relativa do ar (URA) pode diminuir ligeiramente os
requisitos de ingestão de água.
Nem todas as exigências hídricas do rebanho são supridas pela ingestão
direta de água. Vários alimentos contêm água em sua composição e a digestão
de alguns pode produzir água no corpo, particularmente, alimentos classificados
como de alta energia. A quantidade de matéria seca na dieta é um importante
fator influenciador do consumo de água (Rasby; Walz, 2011). Para se ter uma
ideia, uma forrageira in natura pode apresentar 75% de água, enquanto na forma
de feno pode apresentar apenas cerca de 10%.

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Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

Animais mantidos a pasto, ingerindo alimentos com baixo teor de matéria


seca, têm suas demandas diárias de ingestão hídrica reduzidas, quando
comparados com bovinos que recebem dietas com altos teores de alimentos
concentrados (teor de matéria seca 3 a 4 vezes maior do que as forrageiras), e/
ou cuja alimentação é baseada em forragens conservadas (Figura 27). Dietas
que incluem alimentos concentrados geralmente apresentam altos níveis de
proteínas e sais minerais compostos, que elevam os requisitos de ingestão de
água pelo bovino.

Fotos: (A) Manuela Bergamin; (B)


Emanuelle B. Gaspar; (C) Márcia C.T. da
Silveira; (D) Felipe Rosa; (E) Gabriel de
Bem.
Figura 27. Necessidade de ingestão hídrica em relação ao tipo de alimento fornecido: quanto maior
o teor de matéria seca e menor o teor de umidade do alimento, mais elevada será a ingestão hídrica.
(A) Pasto; (B) Silagem; (C) Forragem pré-secada; (D) Feno; (E) Concentrado.

Frequentemente, a ingestão de água pelos bovinos se dá em picos no final da


manhã e durante os períodos mais quentes do dia (Bicudo; Gates, 2002), sendo
que em algumas oportunidades um animal pode ingerir em duas horas quase
50% do volume diário estimado. O rebanho tende a pastejar durante a manhã
e fim da tarde, depois busca água e, finalmente, procura sombra ou pasteja de
forma menos intensa durante as horas mais quentes da tarde.
Os bovinos, principalmente os bezerros recém-desmamados, também
são sensíveis ao sabor e ao odor da água, e podem não beber água suja ou
contaminada (menos palatável) (Willms et al., 1996). Há trabalhos que relatam
um ganho de peso de até 9% maior em bezerros que ingeriram água de boa
qualidade, quando comparados a animais que recebiam águas de lagoas
(Lardner et al., 2005).
Consumo reduzido de água pode ser sinal de estresse (Meehan et al., 2015).
Animais recém alocados no piquete podem recusar a água devido à falta de
familiaridade com as fontes, diferença de palatabilidade ou mesmo hierarquia
do rebanho. A ingestão de água pelos novos animais deve ser monitorada
cuidadosamente, a fim de garantir que eles já tenham identificado a fonte e que
já estejam consumindo água. Para os animais jovens deve-se certificar de que a
fonte esteja na altura adequada ou que o acesso à mesma seja viável.

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Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

Restringir a ingestão de água para níveis abaixo das exigências da categoria


resulta na diminuição da ingestão alimentar (Willms et al., 2002; Lardner et al.,
2005) e, consequentemente, reduz o desempenho zootécnico do animal. A
privação de água por longos períodos pode culminar, até mesmo, em morte.

Fontes de água

Para manter o desempenho zootécnico ideal, os animais precisam de acesso


a fontes de água limpa em quantidade suficiente para suprir suas necessidades,
preferencialmente sem que seja necessário se deslocar por muito tempo ou por
longas distâncias (Gerrish et al., 1995).
Diferentes fontes podem ser acessadas pelos animais, desde que a água seja
de qualidade e esteja dentro de normas ambientais (Conselho Nacional do Meio
Ambiente, 2011) e de segurança alimentar. A qualidade é particularmente relevante
na produção leiteira, pois a contaminação da água pode afetar diretamente não
só a saúde dos animais, mas também a qualidade dos produtos de origem animal.
A água fornecida para o gado pode ter diversas origens, como lagoas, açudes,
rios, riachos, poços, nascentes, ou pode ser fornecida pela rede municipal
(pouco comum). Os animais podem acessar a água direto do reservatório ou em
bebedouros (Porath et al., 2002).
Se os animais ingerem água direto no reservatório principal da propriedade, o
acesso dos mesmos às fontes de água pode contaminar o fornecimento de toda
a propriedade. Sempre que possível o acesso dos animais a estes reservatórios
deve ser evitado, inclusive com a instalação de cercas (Wright, 2007). Quando
há liberdade de acesso, os animais entram nas lagoas, riachos e açudes para
se resfriarem durante os períodos mais quentes do dia (Figura 28). Esse hábito
pode gerar problemas de casco e contaminação do local com urina e fezes, os
quais contêm parasitos, bactérias e vírus patogênicos aos animais e aos seres
humanos (Wright, 2007).
Riachos e lagoas têm seus níveis reduzidos nas estações secas do ano, o que
pode inviabilizar seu uso como única fonte de água para os animais. É aconselhado
sempre verificar as regulamentações municipais, estaduais e federais vigentes
para determinar as cotas permitidas de destinação da água retirada do ambiente.
Lagoas profundas geralmente não se aquecem até o ponto em que a
temperatura da água possa afetar a ingestão da mesma pelos ruminantes. Por
outro lado, as poças, os bebedouros e as lagoas rasas podem ser uma preocupação
em períodos quentes, pois, ao longo da tarde, a água aquece, voltando a esfriar
somente durante a noite. Bebedouros permitem a higienização regular e evitam
que a água fornecida aos animais seja contaminada pelos dejetos. Também, se
comparados a fontes com extensa lâmina d’água, permitem menor evaporação,
gerando economia do recurso.

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Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

Foto: Márcia Silveira


Figura 28. Animais tendo acesso direto a fontes de água na propriedade.

Fornecimento de água aos animais


Talvez o aspecto mais importante para o fornecimento de quantidade
adequada de água aos animais, sem que haja perdas, seja o planejamento tanto
para o dimensionamento quanto para o posicionamento dos bebedouros ou
outras fontes de água (McFarland, 2000).
O primeiro fator a ser considerado é o dimensionamento das fontes de água,
que está diretamente ligado ao número de unidades animais (UA)5 a serem
mantidas na área. Em áreas muito grandes ou terrenos acidentados o número
de bebedouros deve ser maior.
Para um cálculo simples de dimensionamento de bebedouros, deve-se utilizar
um comprimento mínimo de quatro centímetros lineares/UA. Deve-se também
determinar o número de animais a serem mantidos na área, a fim de estimar o
consumo diário de água total tanto para o dimensionamento dos reservatórios
quanto da vazão mínima de água.

Um bovino de 450 kg precisa ingerir aproximadamente 40 L de água por


dia (Rasby; Walz, 2011). Portanto, num lote de 100 animais, a estimativa de
consumo
. é de 4.000 L/dia. No pico de consumo esses animais poderão con-
sumir até 2.000 L em duas horas. O volume do reservatório, deve ser de, pelo
menos, 2.000 L para este período. Outra medida relevante é que a vazão
total da tubulação durante um dia deve ser, no mínimo, igual ao consumo
do lote neste período. Para um piquete com 100 animais de 450 kg, a vazão
mínima diária deve ser de 4.000 L, ou seja, 166 L/hora.

5
Unidade Animal (UA): refere-se a um animal de 450 kg de peso vivo.

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Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

A capacidade dos reservatórios de água deve ser estimada pelo número de


animais e tipo de instalações, incluindo o calibre dos encanamentos e o fluxo
da fonte (McFarland, 2000). Subdimensionamentos fatalmente resultarão em
falha no enchimento do reservatório, havendo o risco de esvaziamento dos
bebeduros e gerando privação de água aos animais, o que pode acarretar
tentativas frustradas dos bovinos, que poderão mover ou danificar o bebedouro.
É, inclusive, recomendável que a boia, ou flutuadores do bebedouro sejam
protegidos dos animais para evitar quebras e desperdício de água.
O local de disponibilização dos bebedouros nas pastagens afeta o caminhamento
e pastejo dos animais no piquete, pois estes deslocam-se várias vezes ao dia em
busca de água fresca (Gerrish et al., 1995). Esse fator afeta significativamente o
ganho de peso dos animais, principalmente se o lote tiver que percorrer longas
distâncias até a fonte de água. O ideal seria que, dentro dos piquetes, as fontes de
água estivessem situadas a, no máximo, 300 m de qualquer região disponível para
pastejo. Lembrando que o posicionamento de bebedouros nas divisões de cercas,
entre dois ou mais piquetes, otimiza o seu uso.
Bovinos se reúnem em torno das fontes de água, especialmente em áreas
sombreadas durante o verão. Essas áreas de alto tráfego animal sofrem danos
devido ao intenso pisoteio. Estes danos incluem erosão do solo e formação de
terrenos lamacentos e com concentração de dejetos animais.
A colocação de bebedouros em pisos de concreto ou outras superfícies
resistentes tais como cascalho, pode minimizar essas ocorrências. O piso deve
ser áspero ou grosseiro para evitar quedas ou acidentes. Os bovinos têm que
ter espaço para colocar apenas suas patas dianteiras na região próxima ao
bebedouro, não deixando espaço suficiente para o animal se virar e ficar de
costas para o bebedouro, para reduzir o risco de contaminação da fonte de água
por fezes e urina.
Outra opção para diminuição dos danos acarretados pelo pisoteio dos
animais ao redor da fonte de água, seria a implantação de bebedouros móveis
para bovinos. Existem diversos modelos no mercado, baseados em estruturas
metálicas ou bombonas de plástico sobre rodas, os quais são abastecidos por
mangueiras e alimentados por gravidade ou por bombas. Sua implantação é
relativamente rápida e fácil. Bebedouros feitos com bombonas de plástico
podem, inclusive, serem customizados pelo produtor, para redução de custos.
Este tipo de bebedouro evita ainda a estagnação da água que pode servir como
viveiro para a reprodução de mosquitos e outros insetos.

Manutenção das fontes de água


A manutenção de fontes de água limpa para o gado é um imperativo, a fim de
evitarem-se perdas na produção e proporcionar uso mais racional de água para
dessedentação. Além da limpeza física dos bebedouros, o uso de uma solução

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Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

de água sanitária6, diluída na proporção de uma parte para 32 partes de água,


pode ser utilizado para desinfecção dos mesmos. Esta solução deve ficar em
contato com a estrutura do bebedouro por 15 minutos e depois ser enxaguada.
A cloração da água a ser fornecida aos animais também é desejável,
principalmente em propriedades produtoras de leite. A cloração pode ser realizada
pela instalação de um clorador, um equipamento simples que é carregado com
pastilhas de cloro e posicionado junto ao reservatório principal de água (Otenio
et al., 2010). É importante que a concentração de cloro na água seja mantida
entre 0,5 a 1 mg/L ou ppm, o que pode facilmente ser verificado com utilização de
kits comerciais. Este processo auxilia no controle do crescimento bacteriano na
água, sem alterar a palatabilidade para os animais e sem alterar a microbiota do
rúmen. A cloração da água, embora não elimine todas as bactérias causadoras
de doenças e não afete as toxinas já presentes na água, tem bom efeito no
controle de microrganismos. Entretanto, apesar de ser adequada para água de
bebedouros, não é viável para barragens agrícolas.
O processo de desinfecção da água por cloração não está relacionado com
a presença de resíduos clorados nos produtos lácteos, uma vez que a água de
bebida não tem contato com o leite, sendo os poucos resíduos clorados anulados
pela presença de saliva e matéria orgânica do rúmen. Os resíduos clorados
detectados no leite (exemplo: triclorometanos e cloratos) estão frequentemente
relacionados com o uso de desinfetantes sem posterior enxágue com água limpa
(Siobhan et al., 2012).
Os tratamentos de aeração e decantação (aplicação de sulfatos) em lagoas e/
ou águas superficiais podem melhorar a palatabilidade e reduzir a contaminação
por algas, o que aumenta significativamente o consumo de água pelos animais, e,
consequentemente, o consumo de alimentos (Lardner et al., 2005). O incremento
no ganho de peso pode atingir mais de 100g por dia em animais adultos.

Qualidade da água e contaminação das fontes

Aves silvestres que porventura caiam no reservatório de água, excrementos


ou cadáveres de animais de produção, agrotóxicos, ou resíduos de esgoto
são exemplos de contaminantes nas aguadas das propriedades rurais que
alteram tanto a qualidade físico-química da água quanto à biológica. A
presença de carcaças de animais em bebedouros ou fontes naturais aumenta
significativamente o risco de surtos de botulismo no rebanho (Dutra et al., 2001).
As fontes de água podem estar contaminadas em diferentes níveis. Desde
pequenos resíduos que não afetam o bem-estar animal, até níveis que afetem o
desempenho, a saúde, ou até mesmo a própria sobrevivência do indivíduo.
Da mesma maneira, a qualidade da água afeta diretamente o meio ambiente
e a saúde pública (Brasil, 2006), portanto o uso racional da água e a correta

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Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

gestão ambiental desse recurso são fundamentais para a sustentabilidade


da pecuária do futuro, baseada não somente na renda, mas na qualidade do
produto, no bem-estar animal e do ser humano e, ainda, na preservação dos
recursos naturais do planeta.
Atenção redobrada deve ser dada nos períodos de seca, pois a diminuição
nos níveis das fontes de água reduz consideravelmente a qualidade da mesma,
devido ao aumento da biomassa algal e da sua turbidez (Braga et al., 2015), com
aumento do risco da concentração de contaminantes químicos e/ou biológicos,
além do óbvio risco de escassez desse recurso.

Aspectos físico-químicos

O pH é uma medida de acidez ou alcalinidade da água. Um intervalo de pH


aceitável para a água consumida pelo rebanho encontra-se entre 6,5 e 8,0 (Schlink
et al., 2010). O pH da água pode influenciar ainda a palatabilidade, corrosividade
e eficiência de cloração da água de bebida. Um pH inferior a 5,5 pode causar
acidose e levar a uma diminuição da ingestão alimentar e desempenho animal.
Por outro lado, água excessivamente alcalina (pH alto) pode causar perturbação
digestiva e efeito laxante.
Os teores de sólidos totais dissolvidos (STD) e de salinidade também podem
ser utilizados como índices úteis para classificar se a água fornecida aos animais
é ou não adequada para os bovinos (Rasby; Walz, 2011). O nível recomendado
de STD na água de bebida dos bovinos é de 3.000 ppm ou menos. O fornecimento
de água contendo níveis de STD superiores a 4.000 ppm promove redução no
consumo de líquidos e de ração. Níveis acima de 10.000 ppm são totalmente
inadequados (Wright, 2007).
Os elementos tóxicos para os bovinos mais comumente encontrados em
suprimentos de água são chumbo, cádmio e mercúrio. Altos níveis de ferro e
sulfato na água podem contribuir para a manifestação de deficiências de cobre e
zinco no rebanho. A contaminação por enxofre, ferro e manganês pode diminuir
a ingestão pelos bovinos, pois causam alterações no sabor e no odor da água.
O sal (cloreto de sódio) é um STD comum na água de bebida. Alto teor de sal na
água pode reduzir a ingestão da mineralização fornecida aos animais no cocho.
O nível de tolerância de sal na água para bovinos que recebem mineralização
em cocho está entre 1% e 2% (Weeth; Haverland, 1961). No entanto, alguns
trabalhos demonstram que os animais são mais sensíveis à água salgada no
verão em comparação com o inverno. A água com 2% de salinidade pode ser
tóxica para o gado em condições de altas temperaturas.
Muitas vezes, a salinidade pode ser confundida com a dureza da água. Dureza

6
Água sanitária: solução de hipoclorito de sódio diluído para uso doméstico.

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Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

refere-se, principalmente, aos teores de cálcio e magnésio da água (Wright,


2007), enquanto a salinidade refere-se à concentração total de sais dissolvidos.
Essa característica de dureza, geralmente, não afeta a aceitação, palatabilidade
e ingestão da mesma, entretanto está relacionada à dificuldade na higienização
e formação da chamada “pedra de leite” em equipamentos de ordenha.
Os nitratos na água potável também podem ser um problema. Nitratos
provenientes de estrume ou fertilizantes podem contaminar os reservatórios
de água e causar danos aos animais (Wright, 2007). As fontes propensas ao
escoamento dos fertilizantes utilizados em lavouras são mais comumente
associadas a problemas com a sanidade dos animais, principalmente nas
estações mais secas do ano. Casos crônicos de intoxicação por nitrato podem
resultar em redução na ingestão alimentar, taxas de crescimento reduzidas e
abortos.

Níveis de nitratos na água menores que 100 ppm geralmente são considerados
seguros (Estados Unidos, 2000), enquanto níveis entre 100 e 300 ppm são
questionáveis para o consumo animal e acima de 300 ppm são classificados
como inseguros.

Sulfatos de sódio, de magnésio, de cálcio e de ferro que podem estar presentes


na água atuam como laxantes (Weeth; Hunter, 1971; Loneragan et al., 2001;
Grout et al., 2006), sendo o sulfato de sódio o mais laxativo, que normalmente
desaparece após algumas semanas. O sulfato de ferro pode reduzir a ingestão
de água mais do que outras formas de sulfato.
Pesticidas pulverizados no rebanho, ou presentes em brincos, podem ser
transferidos para as fontes de água em que os animais têm acesso direto
(Schroeder, 2008). Situações como esta representam exemplos claros de uso
não racional da água na atividade pecuária. As regiões que ainda utilizam
banheiros de imersão para o controle de ectoparasitos em bovinos geram
milhares de litros de água contaminada com químicos antiparasitários, que são,
via de regra, descartados no ambiente, levando à contaminação das aguadas
das propriedades.
Vale salientar que nunca se deve utilizar recipientes vazios de herbicidas,
pesticidas ou fertilizantes para o transporte de água ou para estoque (Brasil,
2002). Há vários relatos de morte de animais em decorrência de água
contaminada com compostos nitrogenados presentes em frascos de fertilizantes.
Existe ainda o risco dos bovinos acumularem resíduos químicos em seus tecidos
acima dos limites permitidos na legislação e, quando detectados, resultam em
graves consequências econômicas ao mercado dos produtos de origem animal.

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Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

Após eventos meteorológicos severos, como tempestades (Wright, 2007),


deve-se observar cuidadosamente o rebanho, a fim de identificar quaisquer
sinais que sugiram desidratação, pois a contaminação das fontes pode suprimir
a ingestão de água, já que o excesso de chuvas pode carregar contaminantes,
tais como terra e restos de árvores para as fontes de água, além de revolver o
fundo dos reservatórios.

Aspectos biológicos

Via de regra, as fontes de águas não são estéreis e a contaminação


microbiológica é, até certo nível, aceitável. As resoluções 357/2005; 410/2009
e 430/2011 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) versam sobre
a qualidade de água aceitável, entre outros usos, para o consumo animal. Vale
mencionar que o valor aceitável de contaminação por coliformes fecais7 é bem
menor para animais criados em confinamento. Ou seja, neste caso, a qualidade
da água tem que ser superior (Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2011).
Porém, além da contaminação inerente a qualquer fonte de água, quando
os animais são dessedentados por águas de lagoas, riachos ou açudes, estas
aguadas são contaminadas pelo acesso direto de animais e por seus dejetos
(fezes e urina) (Wright, 2007). Não só bactérias, como vírus e parasitas
patogênicos também podem ser veiculados aos animais pelo contato com a
água contaminada.
A maioria dos microrganismos presentes nas fezes animais é potencialmente
patogênica (pode causar doenças aos animais e aos seres humanos) (Agência
Nacional de Vigilância Sanitára, 2020), sendo que a contaminação das águas com
dejetos contribui para a redução da saúde e do desempenho animal, tornando-
se assim fonte de prejuízo econômico e risco para a saúde pública. Além disso,
o uso de antimicrobianos na agropecuária é um fator que reforça o cenário atual
de alta prevalência de bactérias resistentes aos medicamentos, nesse contexto
introduzimos o conceito de Saúde Única (saúde animal, humana e ambiental),
altamente relacionado à qualidade da água dos mananciais (McEwen; Collignon,
2018).
Reservatórios nos quais os animais têm livre acesso podem atingir
concentrações de coliformes acima dos limites permitidos por lei (Conselho
Nacional do Meio Ambiente, 2011), aumentando o risco de doenças gastrintestinais
no rebanho.
Muitos produtores rurais acreditam que pelo fato de terem água de mina ou
de outra fonte natural, a mesma possui excelente qualidade microbiológica, o
7
Bactérias presentes em grandes quantidades nos intestinos de seres humanos, bovinos e outros animais de
sangue quente.
8
Algas azuis

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Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

que não é corroborado pelos resultados de pesquisas científicas em diversos


estados do país. A água de poços e minas pode estar contaminada, apesar de
sua aparência inodora e incolor, sendo que a contaminação microbiológica pode
variar ao longo do ano (Amaral et al., 1995; Rocha et al., 2006; Marcílio et al.,
2009).
Além da contaminação por bactérias, vírus e parasitas potencialmente
patogênicos, as águas também podem estar contaminadas por cianobactérias8
que, em determinadas condições no ambiente, podem produzir neurotoxinas ou
hepatotoxinas (cianotoxinas) que podem, até mesmo, levar os bovinos a óbito.
Para isso, as resoluções do CONAMA também dispõem sobre valores máximos
tolerados de cianobactérias (Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2011).
Existem diversas doenças veiculadas pela água. Exemplos destas doenças
podem ser visualizados na Tabela 1.

Tabela 1. Principais doenças dos bovinos veiculadas pela água


________________________________________________________________
Tipo de agente Principais sinais Potencial
Doença
causal clínicos zoonótico
________________________________________________________________
Criptosporidiose Parasito Diarreia Sim
Giardíase Parasito Diarreia Sim
Colibacilose Bactéria Diarreia Sim
Aborto, falhas
Leptospirose Bactéria Sim
reprodutivas
Salmonelose Bactéria Diarreia Sim
Campilobacteriose Bactéria Abortos, gastroenterites Sim
Anemia, problemas
Fasciolose Parasito Ocasional
hepáticos
Botulismo Bactéria Paralisia flácida Ocasional
Carbúnculo hemático Bactéria (toxina) Edema, hemorragia Ocasional
Claudicação
Carbúnculo sintomático Bactéria (toxina) Não
(manqueira), toxemia
Actinomicose Fungo Problemas de pele Não
Mastite Bactéria Mastite Não
Claudicação
Pododermatite Bactéria Não
(manqueira)
Doenças respiratórias Vírus Pneumonia Não
Enterites virais Vírus Diarreia Não
________________________________________________________________
Fonte: Atwill et al. (2012), Praveen et al. (2016) e Lenaker et al. (2017).

67
Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

Peculiaridades do gado leiteiro

A água constitui 87% do leite, sendo que 30% da água consumida pela
vaca em lactação, durante um dia, pode ser secretada junto ao leite. Assim, os
requisitos hídricos do gado leiteiro são fortemente influenciados pelo estágio de
lactação e nível de produção de leite. Aproximadamente 83% da necessidade
hídrica do gado leiteiro é suprida pelo consumo de água, sendo o restante
ingerido junto dos alimentos (silagem, ração, forragem verde ou pré-secada,
feno e/ou sal mineral). Embora também seja importante para o gado de corte,
a gestão da qualidade da água é estratégica para a produção leiteira, pois a
água de baixa qualidade com relação aos parâmetros microbiológicos pode não
só contaminar os animais, mas também contaminar o leite estocado (Lunder;
Breene, 1996; Amaral et al., 2003).

Alta contagem microbiana no tanque resfriador em propriedades com poucos


casos de mastite subclínica e com contagem de célula somática baixa,
possivelmente indica contaminação pós-ordenha, o que pode ser atribuído à
lavagem do equipamento com água contaminada.

A implantação de um programa de gestão estratégica da qualidade da


água nas propriedades leiteiras pode auxiliar significativamente na melhoria
da qualidade do leite, na produtividade e na rentabilidade de grande parte das
propriedades produtoras, pois influencia na melhoria da sanidade do rebanho e
na higienização das instalações e dos tanques resfriadores (fontes comuns de
contaminação do leite por bactérias do ambiente).
Além da melhoria na saúde animal e humana, a gestão das fontes de água
acarreta ainda um impacto ambiental positivo, contribuindo diretamente na
sustentabilidade da atividade rural.
Um estudo demonstrou que, na criação de bovinos leiteiros, apenas 10%
da água consumida é referente à dessedentação animal, 37% refere-se à
água usada na ordenha/limpeza dos equipamentos e o maior valor, 48% foi
consumido na limpeza do piso (Palhares et al., 2016). A partir destes valores
nota-se mais facilmente a importância dos cuidados na sala de ordenha
para a economia de água. A instalação de hidrômetros, que permitem o
acompanhamento do consumo, bem como a utilização de lavadoras sob
pressão, mangueiras com reguladores de fluxo, melhoria da eficiência de
raspagem do piso, são recursos baratos que podem representar economia
significativa de água na produção de leite. Mudanças de hábitos e manejos
simples podem resultar em economia de até 30% no consumo, o que é
bastante significativo.

68
Manejo da água na pecuária - Aplicação de conceitos, princípios e práticas para racionalizar seu uso

Assim, proteger as nascentes e promover a gestão adequada das fontes,


como, por exemplo, realizar a vedação e higienização periódica de caixas
d’água, são medidas simples, mas fundamentais para que o produtor assegure
a produção de leite de boa qualidade, além de minimizar problemas de saúde no
rebanho, de interesse na saúde pública, ou relacionados à legislação ambiental.

Considerações finais

As exigências de água para a manutenção do rebanho bovino brasileiro podem


competir com as da população humana, ou com as demandas da produção
agrícola do país. Portanto, a utilização racional da água na propriedade torna-se
cada dia mais necessária, especialmente se levarmos em conta a previsão de
cenários futuros do comércio internacional de produtos de origem animal.
Com relação ao uso da água pelos animais, principalmente aqueles criados a
pasto, alguns aspectos fundamentais devem ser considerados pelos produtores.
O primeiro é relacionado à qualidade da água, o que pode ser garantido com
as medidas discorridas ao longo deste capítulo, tais como, impedir o acesso
dos animais às fontes, manutenção e limpeza periódica destas, construção de
bebedouros e tratamento da água, quando possível. O segundo aspecto é com
relação ao fornecimento de quantidade adequada aos animais. Finalmente,
outro aspecto que nem sempre é observado, mas que é tão importante quanto
os primeiros, diz respeito ao uso racional da mesma, evitando-se desperdício.
Medidas como o controle da água captada e consumida, pela instalação de
hidrômetros ou ainda a reutilização da água de lavagem dos equipamentos e
instalações de leiterias para a fertirrigação, podem ser simples, mas representam
economia com relação ao uso da água.
Tanto do ponto de vista sanitário, quanto de redução do consumo, o ideal é a
construção de bebedouros para o fornecimento de água de beber aos animais.
Nestes é possível fazer limpeza e desinfecção periódicas e usar água tratada.
Além disso, este tipo de fonte não fornece acesso à imersão dos animais na
água, minimizando a transmissão de doenças de veiculação hídrica. Também
proporcionam menores perdas por evaporação, se comparados a fontes com
grandes áreas de lâmina d’água e permitem o controle de captação e consumo
de água.
Porém, os custos de implantação de bebedouros muitas vezes inviabilizam
seu uso em propriedades. Na impossibilidade de construir bebedouros, é
desejável o acesso a sombreamento em abundância, para evitar que os
animais permaneçam longos períodos imersos nas fontes de água, pois quanto
maior o tempo de permanência dos animais dentro d’agua, maior a chance de
contaminação da mesma.

69
Capítulo 5 - Água na pecuária - Requerimento animal e gerenciamento das fontes

Além das questões ambientais referentes aos mananciais, a melhoria na


qualidade da água pode ter um impacto profundo na saúde, no bem-estar e no
desempenho dos animais e, consequentemente, na lucratividade da propriedade.
De forma geral, a gestão eficiente dos recursos hídricos deve assumir uma
posição de destaque no planejamento do controle sanitário do rebanho, sempre
vinculando quantidade e qualidade de água à produção animal, de forma a tornar
mais racional o uso desse recurso.

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