Aula 2 - LT - Isoladores e Ferragens 1

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TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

LT – ISOLADORES E FERRAGENS
2.3.3 Isoladores
As funções dos isoladores são de evitar a passagem de corrente do condutor ao apoio ou suporte e sustentar
mecanicamente os cabos.

Os materiais de fabricação usados são a porcelana vitrificada e o vidro temperado. Ambos têm desempenho equivalente
em relação à resistência mecânica e durabilidade. Os isoladores de vidro possuem alta resistência ao impacto em seu
dorso, sendo frágeis no intradorso ou saia, e fragmentam-se inteiramente por serem temperados, facilitando a localização
de elementos defeituosos à distância. Isso não acontece com os isoladores de porcelana, que são difíceis de localizar
quando trincados.

Quanto à forma, são empregados três tipos em LT.


a) Isoladores de pino – são fixados às estruturas por
meio de pinos de aço, aos quais são aparafusados
(figura 2.16). Possuem rosca interna em sua parte
inferior padronizada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) de 1” e 1 3/8” de diâmetro
de filete redondo. A cabeça dos pinos de aço é acabada
com uma rosca de chumbo conquilhada e que se junta
àquela do isolador. Dependendo do número de peças
que compõem a cadeia, são usados até 66 kV Figura 2.16 – Isolador de pino
b) Isoladores de pilar – são isoladores monocorpos, de pequeno diâmetro em
relação ao comprimento, e possuem em sua parte inferior um corpo de ferro
maleável cimentado ao mesmo. Possuem resistência mecânica à flexão elevada e
baixa capacidade eletrostática devido à distância entre o condutor e o sistema de
fixação (figura 2.17). Não são muito empregados no Brasil.

Figura 2.17 – Isolador de pilar

c)Isoladores de disco – são os isoladores mais usados em LT de tensões acima de 33 kV. São usados como cadeia de suspensão
ou de ancoragem (tensionado). O número de isoladores da cadeia depende da tensão da linha. Apresentam resistência
mecânica elevada, podendo resistir a trações de 8.000 kg. No Brasil, são mais comuns três diâmetros de isoladores de
suspensão: 10” ou 254 mm, com altura útil de 145 mm; 8” ou 203.5 mm, com altura útil de 145 mm e 6” ou 152.4 mm com
altura útil de 145 mm. Os isoladores de 6” e 8” são usados como isoladores de ancoragem em LT até 25 kV, sendo usados
como suspensão quando são empregados cabos mais pesados. Os isoladores de 10” são usados para qualquer tensão elétrica,
variando apenas o número de discos da cadeia.
Os tipos de isoladores de disco são:
Concha-bola – esse sistema oferece maior liberdade de movimento entre os elementos da cadeia, pois o isolador fica submetido
no sentido do eixo, sendo preferido em linhas de alta tensão (figura 2.18).

Figura 2.18 – Isolador concha-bola

Garfo-olhal – permite apenas o movimento lateral e são usados em linhas até 25 kV ou em tensões maiores como cadeias
de ancoragem (figura 2.19).

Figura 2.19 – Isolador garfo-olhal


A cadeia de isoladores pode ser uma cadeia de suspensão
ou passagem ou uma cadeia de ancoragem ou de amarro.
No primeiro caso, a cadeia de isoladores fica submetida
somente à ação do peso do condutor que passa pela
estrutura. A posição da cadeia é no sentido vertical, como
mostrado na figura 2.20.

Figura 2.20 – Cadeia de isoladores em suspensão

No segundo caso, o cabo condutor é preso à estrutura


pela cadeia que trabalha tencionada. A finalidade das
cadeias de ancoragem é de tensionar os cabos
condutores e são usadas em travessias e terrenos de
perfil muito irregular. A posição da cadeia é no sentido
horizontal, como mostrado na figura 2.21.
Figura 2.21 – Cadeia de isoladores de ancoragem
Consideremos uma cadeia, com n isoladores, mostrados na figura 2.22. Nessa cadeia,
existem as seguintes capacitâncias:

K → é a capacitância própria do elemento ou a capacitância


entre os isoladores
C → é a capacitância de cada isolador em relação à terra
Figura 2.22 – Cadeia com n isoladores
C1 → é a capacitância de cada isolador em relação à linha

Essas capacitâncias são mostradas na figura 2.23.

Figura 2.23 – Capacitâncias de uma cadeia de isoladores com anéis de potencial


De uma maneira genérica podemos representar as capacitâncias da figura 2.23, como na figura 2.24.

Aplicando a lei de correntes de Kirchhoff ao circuito da


figura 2.24, temos:

Figura 2.24 – Representação de capacitâncias em uma cadeia de isoladores


Então, anéis distribuidores de potencial (figura 2.27), que distribuem a
tensão entre os discos da cadeia de maneira a diminuir a tensão sobre os
primeiros, são muito empregados nas linhas aéreas.

Figura 2.27 – Anéis distribuidores de potencial


2.3.4 Ferragens
As ferragens têm a finalidade de constituir uma ligação articulada com os condutores e ligá-
los com coluna de isoladores e estes com as estruturas.

Ferragens para cadeia de suspensão


Cavalote – é usado para fixar a cadeia na estrutura (figura 2.28).
O material é de aço forjado galvanizado.

Figura 2.28 – Cavalote

Manilha – é usado para unir o cavalote aos outros acessórios


(figura 2.29). O material é de aço forjado galvanizado.

Figura 2.29 – Manilha


Bola-olhal – é a peça que une a manilha à cadeia de isoladores, como mostrado na
figura 2.30. O material, também, é de aço forjado galvanizado.

Figura 2.30 – Bola-olhal

Garfo-y-concha – é usado para unir a cadeia de isoladores ao


balancim (figura 2.31). O material é de aço maleável
galvanizado.

Figura 2.31 – Garfo-y-concha


Balancim – é usado para unir, em cada extremidade,
os grampos que seguram os cabos (figura 2.32). O
material é de aço maleável galvanizado.
Figura 2.32 – Balancim

Garfo-y-olhal – é usado para unir o balancim ao grampo que prende o cabo, como
mostrado na figura 2.33. O material é de aço forjado galvanizado.

Figura 2.33 – Garfo-y-olhal

Grampo de suspensão – é usado para segurar o


cabo e unir este aos isoladores (figura 2.34). É
fabricado de liga de alumínio. O grampo consiste
de duas peças: o grampo propriamente dito e
outra peça acima do grampo, sobre o condutor,
cuja função é segurar o condutor e é chamada
(a) (b) de telha do grampo.
Figura 2.34 – (a) Grampo de suspensão, (b) telha
Nas figuras 2.35 e 2.36 são mostrados detalhes da montagem de uma cadeia de isoladores de suspensão
externa e de uma cadeia de isoladores de suspensão interna.

Figura 2.35 – Detalhes de montagem de cadeia de


isoladores de suspensão interna à estrutura

Figura 2.36 – Detalhes de montagem de cadeia de isoladores de suspensão


externa à estrutura
Outras ferragens são:

Espaçador – é usado para evitar o contato mecânico de condutores da mesma fase (figura
2.37). Os espaçadores são feitos de aço maleável galvanizado.

Figura 2.37 – Espaçadores para uma linha com dois condutores por fase

Armadura pré-formada – são varetas de alumínio que são enroladas em volta do cabo para ser
grampeado (figura 2.38).

Figura 2.38 – Armadura pré-formada


Amortecedores – são usados para absorver a vibração dos cabos,
ocasionada por ação do vento (figura 2.39). A instalação dos amortecedores
podem ser apenas em um lado da torre ou de cada lado dela. Figura 2.39 – Amortecedores

Ferragens para cadeia de ancoragem


Manilha – é usada para unir o garfo-olhal, que segura a cadeia, como na figura 2.40.

Figura 2.40 – Manilha para cadeia de ancoragem

Garfo-olhal – é usado para unir a manilha ao balancim (figura 2.41).

Figura 2.41 – Garfo-olhal


Garfo-bola – é usado para unir o balancim aos isoladores
(figura 2.42).

Figura 2.42 – Garfo-bola


Garfo-concha – é usado para unir os isoladores a outro balancim (figura 2.43).

Figura 2.43 – Garfo-concha

Balancim – Esse tipo de balancim difere dos anteriores, pois tem a finalidade de
tensionar os cabos. Nesse balancim, são conectados os anéis anticorona. O formato do
balancim é retangular e com as extremidades dobradas (figura 2.45)

Figura 2.44 – Balancim


Anel anticorona – é usado para melhor distribuição de tensão na
cadeia de isoladores, diminuir a perda de energia e proteger contra
a abertura de arco sobre os isoladores (figura 2.45).

Figura 2.46 – Extensão dupla Figura 2.45 – Anel anticorona

Extensão dupla – é usada para manter uma


distância correta entre o jumper do condutor e os
isoladores (figura 2.46).

Figura 2.47 – Grampo-olhal de compressão

Grampo-olhal de compressão – é usado como terminal do cabo condutor (figura


2.47). Desse grampo é que sai o jumper.
Jumper – é usada para unir os cabos que são
interrompidos pela utilização das cadeias de ancoragem.
O cabo usado para fazer o jumper é o mesmo usado para
a transmissão (figura 2.48).

Figura 2.48 – Jumper

Jumper

Anel anticorona
Nas figuras 2.49 e 2.50, são mostrados detalhes da montagem da cadeia de jumper e da cadeia de
ancoragem.

Figura 2.50 – Detalhes da


montagem da cadeia de
ancoragem

Figura 2.49 – Detalhes da montagem da cadeia de jumper

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