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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Curso de Psicologia
O PAPEL DA ESCOLARIZAÇÃO NAS DIFERENTES CULTURAS
Japão
Acadêmicos: Andressa Silveira, Caroline Moraes, Maria Vaz,
Rafaela Alves e Renata Oliveira Professor orientador (a): Francielle Mendonça
Cachoeira do Sul, agosto de 2024
ESCOLARIZAÇÃO NA CULTURA JAPONESA
• Em 1947, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Lei Fundamental da
Educação e a Lei da Educação Escolar entraram em vigor sob a direção das Forças da Ocupação. • A Lei de Educação Escolar definiu o sistema que continua em vigência até os dias de hoje: seis anos de ensino primário, três anos de ensino fundamental, três anos de ensino médio e de dois a quatro anos de estudos universitários. Os ensinos primário e fundamental são obrigatórios para todos. • Também existem jardins de infância (frequentados do 1º ao 3º ano de idade), colégios técnicos de cinco anos para egressos do ensino fundamental, escolas de treinamento especial para egressos do ensino fundamental e médio, e escolas especiais para portadores de necessidades especiais. • As universidades incluem cursos de graduação, tecnólogo e especialização. • Nas escolas do Japão, a disciplina e o respeito pelas tradições são coisas sérias e é por meio delas que as crianças têm acesso à história de suas origens e seus antepassados. • A qualidade do ensino, a tecnologia e inovação são fatores importantes para que o país seja referência de ensino. • Apesar de o ensino médio não ser obrigatório, a maioria dos alunos conclui essa etapa. • No período de estudo obrigatório, o ensino é gratuito, e quem define e atualiza o currículo educacional é o Ministério da Educação em conjunto com o Ministério da Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia. • Quando estão na escola são ensinados a manter sempre uma rotina muito rigorosa, respeitar seus professores e colegas, ser pontual e ser responsável pela limpeza do ambiente. • Muitas escolas não possuem funcionários para a limpeza, portanto, os próprios estudantes se organizam em equipes para essa atividade • Acreditam que além de ensinar a não sujar, esse hábito ajuda a desenvolver o espírito de equipe, empatia e autonomia. • Na cultura japonesa, também costuma-se incentivar os alunos a praticarem alguma atividade extracurricular na escola. Tais práticas, são baseadas na disciplina e coletividade, e desenvolvem o espírito de equipe e a autodisciplina. • Chamados de clubes, os grupos de atividades são liderados por alunos e costumam ser bem diversos: esportes, dança, idiomas, música, artes cênicas, artes marciais, artes plásticas e muito mais. Essa programação, geralmente, é cumprida depois do turno escolar e em alguns finais de semana, podendo ser praticada dentro da escola ou em instituições e espaços parceiros. • A Educação do povo japonês, no seu sentido mais amplo, como formação de um povo, seus valores, o respeito que possuem às suas regras e leis, são evidentes. • Princípios são aplicados desde a formação das crianças e adolescentes, visando uma vida social saudável e coletiva. • Duas palavras ou conceitos são extremamente importantes: (kyoiku), para Educação e valores que vêm de família; e outro (shitsuke), para Ensino. • Pontualidade: a pontualidade no Japão é um ponto de extrema importância no país. Por exemplo, os alunos tem que estar na escola antes das aulas começarem, geralmente às 8h30 em ponto. O atraso somente é válido se a razão tenha sido por uma situação realmente urgente. Caso eles se atrasem para chegar a escola mais de 5 vezes, são punidos e uma das penalidades é chegar mais cedo e fazer a limpeza da sala antes da aula durante uma semana inteira. • Randoseru (Mochila escolar japonesa): No Japão, as crianças do ensino fundamental não tem a liberdade como no Brasil de escolher o tipo de mochila escolar que mais lhe agrade. Todas devem usar a Randoseru ,uma mochila padronizada, feita para durar durante todo o ensino fundamental (Shougaku). Elas são projetadas para aguentar o impacto dos anos e é comum encontra- las intactas mesmo após o desgaste decorrente do uso e da exposição climática como sol, calor, chuva, vento, frio, etc. As cores mais usadas são vermelhas, usado por meninas e preto, por meninos. • Merendas Escolares: No ensino fundamental, a escola fornece um almoço balanceado para os alunos. Normalmente no menu estão inclusos arroz, peixe, sopa e fruta. As refeições são feitas na sala de aula junto com o professor e os próprios alunos são coordenados para servirem a merenda aos colegas, assim como recolher tudo e fazer toda a limpeza após terminarem a refeição. O objetivo é reforçar o senso de coletividade e fazer da hora do lanche um momento de confraternização e interação social. Os estudantes aprendem sobre a importância do alimento e desperdício não é permitido, portanto são obrigados a comer tudo em seus pratos. • Vão para a escola desacompanhados dos pais: A responsabilidade e a independência fazem parte da vida dos japoneses desde cedo. Assim que saem do jardim de infância (Youchien), as crianças vão para a escola desacompanhadas dos pais. Elas vão em pequenos grupos, mas com a supervisão de um adulto (geralmente os pais se revezam na tarefa), que as orientam em cruzamentos perigosos. • Para os japoneses, incentivar a independência das crianças ainda em tão tenra idade é muito importante. Por este motivo nas escolas, as crianças tem muitas atividades com esse objetivo tais como culinária, costura, cuidar de hortas, tarefas domésticas. • Aparência física padronizada: os alunos não estão autorizados a usar maquiagem, lentes de contatos coloridas, tintura nos cabelos, esmalte nas unhas, depilar as pernas e até mesmo mexer em suas sobrancelhas. Além disso, a franja não pode ser abaixo da altura das sobrancelhas. No caso dos meninos, eles não podem ter pelos faciais no rosto, ou seja, barba ou bigode. Algumas pessoas podem achar essas regras um pouco rígidas demais, mas, no Japão elas devem ser seguidas à risca. • Respeito pelos professores: Uma vez que o professor entra na sala, todos os alunos se levantam e cumprimentam o professor em uníssono, e depois se curvam juntos. Também é comum fazerem isso no final de cada aula. Não é a toa que a hierarquia é tão importante na sociedade japonesa, prevalecendo o respeito pelos mais velhos ou pessoas que ocupam um status superior. • Reforço escolar Juku: Há estudantes que não deixam de estudar nem aos domingos. Muitos recorrem ao Juku ou Gakken, instituições que oferecem aulas particulares e reforço escolar durante 7 dias por semana. Cerca de 20% dos alunos frequentam os juku já na pré-escola, com cinco ou seis anos para se preparar para os exames de admissão do ensino fundamental. E assim que entram no ensino fundamental, os alunos passam a estudar em outro juku, já com a intenção de se preparar para o ensino médio, e assim seguem até o vestibular. É importante lembrar que o ensino médio não é obrigatório, no entanto em busca de um futuro promissor, muitos alunos se dedicam aos estudos para entrar em algumas das melhores escolas. • Muitas das escolas de ensino médio têm especialização técnica para atender todos os tipos de alunos e suas diferentes expectativas. • Existem escolas para estudantes que querem ser funcionários públicos, para aqueles que querem entrar em faculdades de prestígio ou para aqueles que querem estudar idiomas ou ser enfermeiros, agricultores ou mecânicos. • Namoros proibidos: Esta regra existe principalmente para garantir que os alunos não tenham distrações em seus estudos e também para evitar que um caos se instale na escola. Além disso, os estudantes japoneses são considerados jovens demais para pensar sobre esse assunto. • Férias curtas: As “férias” de verão dos estudantes duram apenas de 5 a 6 semanas, a partir de 20 de julho até o final de agosto. Essas são as férias mais longas que os estudantes japoneses tem e muitas vezes a presença na escola durante esse período é fundamental em razão das aulas extracurriculares, clubes de esporte ou aulas particulares Juku. • Toque de recolher para menores de 18 anos: As regras exatas podem variar de cidade para cidade, no entanto, Tóquio e Yokohama são exemplos de cidades que impõem a regra das 10 da noite (22:00) para estudantes menores de 18 anos. Ou seja, estudantes até essa idade se estiverem desacompanhados dos pais não terão acesso a cinemas, games centers e outros locais após esse horário. • Celulares proibidos: Acredita-se que o manuseio dos celulares durante as aulas atrapalha a aprendizagem dos alunos. Aliás, essa regra não é algo exclusivo no Japão. Em muitos países do mundo, incluindo o Brasil, podemos encontrar muitas escolas que adotaram essa regra. • Raramente existem professores substitutos: Nas escolas japonesas, se um professor se ausentar por estar doente ou por alguma emergência, geralmente os alunos ficam com essa aula vaga, ou seja, sem nenhum professor substituto. No entanto, devem ficar em sala de aula estudando sozinhos em silêncio. Referências
Embaixada do Japão no Brasil. Educação. Editora Nippon. Disponível em