Resumo Concluido

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Sumário

Introdução............................................................................................2
1. Definição..........................................................................................3
2. Problemas morais e problemas éticos..............................................3
3. Percurso histórico filosófico..............................................................4
4. Ética como filosofia do agir..............................................................4
5. A ética da liberdade..........................................................................4
6. Ética de valores................................................................................5
7. Ética da consciência.........................................................................5
8. Fundamentação do Direito e do Poder Político.................................6
9. Ética de violência.............................................................................7
10. Ética de felicidade..........................................................................8
11. Realização individual e colectiva (ética do indivíduo)....................8
12. Teorias, problemas éticos...............................................................9
13. Ética grega antiga..........................................................................9
14. Ética de Sócrates, Platão, Aristóteles: Epicuro; Zenão.................10
15. A ética cristã.................................................................................11
16. Agostinho, S. Tomás de Aquino.....................................................12
17. Ética moderna..............................................................................12
18. Ética Contemporânea...................................................................12
19. Existencialismo, idealismo, marxismo, filosofia analítico.............13
20. Ética do meio ambiente................................................................14
Conclusão...........................................................................................15
Introdução
A ética geral é a análise do comportamento humano em sociedade, essencial para a
formação da realidade social. Cada indivíduo possui uma consciência moral, que avalia
e julga suas ações como boas ou más. A ética é a ciência que investiga o comportamento
moral dos homens, indo além da simples descrição, buscando entender a origem, as
condições e os juízos que orientam as ações morais. Ela se baseia em práticas sociais
históricas, procurando determinar a essência do que é moral e o papel dos julgamentos
morais na vida em sociedade.
1. Definição
A ética, em sua essência, refere-se ao caráter e à conduta humana na sociedade,
refletindo no comportamento moral. Filósofos como Sócrates e Platão associaram a
ética à política, razão e virtude, com o objetivo de alcançar o bem e a felicidade. Com o
Cristianismo, a ética tomou um rumo teológico, baseada em mandamentos divinos. Na
era moderna, com o avanço tecnológico e médico, houve redução da mortalidade,
impactando o crescimento populacional. Isso trouxe desafios como o descontrole da
produção alimentar, a degradação cultural, e o aumento da fome e da pobreza em escala
global.
A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por isso, fundamental na
construção da realidade social. Todo indivíduo possui uma “consciência moral”, que o
leva a avaliar constantemente suas ações em termos de certo e errado, justo e injusto,
influenciado pelas matrizes culturais de sua sociedade e época. A ética está ligada à
escolha e ao desejo de viver de forma virtuosa, promovendo relações justas entre
diferentes culturas, buscando o bem e a felicidade plena.
Embora seu estudo tenha começado com os filósofos gregos há mais de 24 séculos, hoje
é tema de diversas disciplinas, como sociologia, psicologia e biologia. Ao abordar a
ética como objeto de estudo, é essencial definir seu conceito, campo de aplicação e
analisar as principais doutrinas éticas relevantes.

2. Problemas morais e problemas éticos


A ética e a moral, apesar de estarem interligadas, possuem diferenças importantes.
Ambas visam regular o comportamento humano em sociedade, orientadas por valores
como o bem e o mal, o certo e o errado. A moral tem uma abrangência maior,
englobando os deveres para com os outros e consigo mesmo, enquanto a ética foca
apenas nas relações com os outros. A principal diferença entre elas está na sanção: a
moral conta com sanções internas (como a consciência), enquanto a ética depende de
sanções externas e coercitivas para garantir justiça e segurança social.
A moral é influenciada pelos costumes de uma sociedade e pode variar conforme a
cultura e a história. Ela reflete um conjunto de normas, valores e regras transmitidas de
geração em geração, moldando o comportamento coletivo. Assim, enquanto a ética
busca regular a convivência social por meio de regras mais objetivas, a moral envolve
as práticas e convenções que definem o que é considerado adequado ou inadequado
dentro de um grupo social.
3. Percurso histórico filosófico
A filosofia surgiu nos séculos VII-VI a.C., nas cidades gregas da Ásia Menor, como
uma forma de interpretação racional dos mitos religiosos, influenciada por diversas
culturas da região. Platão e Aristóteles destacaram que os mitos foram a base inicial
para a reflexão filosófica, mostrando que a separação entre religião e filosofia não é tão
clara.
A filosofia moderna é uma disciplina que envolve a análise crítica de ideias sobre o
mundo, o ser humano e o conhecimento. Surge da curiosidade de questionar os valores e
interpretações tradicionais. A partir dela, nasce a ciência, que reorganiza essas
inquietações através de experimentação e raciocínio lógico, sempre sujeita a
aprimoramentos e novos questionamentos.
A história da filosofia estuda o desenvolvimento das ideias filosóficas ao longo do
tempo, relacionando-as aos acontecimentos históricos. Dividida em filosofia antiga,
medieval, moderna e contemporânea, rastreia as teorias sobre questões fundamentais,
como realidade, conhecimento e verdade. A construção filosófica é cumulativa, com
cada pensador influenciado por seus antecessores, seja para ratificar ou refutar suas
ideias.

4. Ética como filosofia do agir


A ética, como filosofia do agir, envolve a reflexão sobre a existência e ação humanas,
algo central na antropologia. Aristóteles separou o conhecimento em teórico e prático,
sendo a ética parte do saber prático, ligado ao comportamento virtuoso. Ele defendeu
que a virtude pode ser aprendida pela prática e busca o equilíbrio entre o universal e o
particular, evitando extremos.
Com a modernidade, o pensamento universal foi questionado, especialmente com
Descartes e Kant. Kant tentou salvar o universal pela razão com o imperativo
categórico, mas isso não foi suficiente para manter uma ética universal forte. Na
sociedade moderna, tudo se tornou passageiro e pragmático, levando a uma crise ética
onde o particular substitui o universal, gerando uma falta de sentido e referências
seguras para o agir humano.
5. A ética da liberdade
A relação entre liberdade e responsabilidade. Define a liberdade como a capacidade de
agir sem coações, sendo racional e situada nas circunstâncias do indivíduo, e distingue a
verdadeira liberdade de ilusões de prazer e libertinagem. Explica que a liberdade
implica uma escolha consciente e racional, enquanto a responsabilidade moral envolve
assumir as consequências dos próprios atos, tanto antes, durante, quanto depois da ação.
Liberdade e responsabilidade estão interligadas, formando a base para a autonomia e o
desenvolvimento pessoal. O texto também alerta sobre os perigos de uma liberdade mal
compreendida, que pode levar à frustração e escravidão de vícios.

6. Ética de valores
A ética de valores trata da orientação da conduta humana por meio de intenções e
propósitos, onde os valores se tornam características desejáveis que guiam nossas ações.
Os valores são fundamentais para a tomada de decisões, influenciando nossas
preferências e justificativas, enquanto os fatos são informações comprováveis.

 Valores: Critérios que motivam ações e justificam escolhas; variam entre


indivíduos e culturas.
 Fatos: Afirmações objetivas e comprováveis.
 Tipos de Valores: Incluem valores tradicionais como coletividade, solidariedade
e hierarquia, que são essenciais para a convivência social.
 Natureza dos Valores: Manifestam-se em ações e podem ser percebidos
intuitivamente; a hierarquia de valores é moldada pela convivência.
 Classificação: Valores podem ser absolutos (universais) ou relativos (pessoais e
temporais).
 Moralidade e Ética: A moralidade varia conforme o contexto cultural, enquanto
a ética orienta as ações humanas, refletindo a complexidade da experiência
individual.

7. Ética da consciência
A consciência é a voz interior que julga a moralidade das ações, orientando o ser
humano a fazer o bem e evitar o mal. É uma qualidade da mente que envolve
subjetividade e a percepção da relação com o ambiente, sendo estudada por diversas
áreas, como filosofia e psicologia.
Estratos da Consciência Moral
 Consciência Certa: Julgamento moral seguro.
 Consciência Duvidosa: Hesitação em julgar moralmente.
 Consciência Reta: Juízo alinhado com a norma objetiva.
 Consciência Errônea: Juízo que não se ajusta à norma, confundindo o bem com
o mal.

A Igreja Católica reconhece a consciência como uma lei interna dada por Deus,
essencial para a dignidade humana.

Regras para Decidir em Consciência


 Nunca fazer o mal para alcançar um bem.
 Tratar os outros como gostaríamos de ser tratados.
Respeitar a consciência alheia.

Graus da Consciência
A consciência é composta por três zonas:
 Foco da Consciência: Mais clara e intensa.
 Subconsciente: Parcialmente iluminada.
 Inconsciente: Zona escura da psique.

Essas zonas são interconectadas e refletem diferentes níveis de clareza e concentração.

Função e Patologia da Consciência


A consciência permite a percepção e a adaptação à realidade, facilitando escolhas e a
associação de ideias. Pode sofrer alterações patológicas em casos de intoxicação,
demência ou coma, que afetam a clareza e a atividade psíquica.

Relação entre Liberdade e Consciência


A liberdade é crucial para a moralidade, pois a responsabilidade surge da capacidade de
escolha. A consciência moral avalia essa responsabilidade, destacando a conexão entre a
ética e a liberdade humana.
8. Fundamentação do Direito e do Poder Político
A sociedade tem o seu fundamento no homem, ele e o elemento chave no surgimento da
sociedade.
No agrupamento referido encontramos o homem como destinado a intercomunicar-se, a
relacionar-se, a agrupar-se com os outros homens. Quando se procura estabelecer um
confronto entre sociedade e ética. O tema do bem comum é um dos temas mais
frequentes, talvez o mais frequente, no magistério da igreja. Sobretudo na ética política
a categoria de bem comum desempenhou o primeiro lugar no processo de moralização
da actividade política.

9. Ética de violência
A relação entre violência e conflito social, destacando a importância da reflexão ética e
teológica sobre a violência, especialmente na tradição cristã. A violência é definida
como um comportamento que causa dano físico ou psicológico, caracterizando-se pelo
uso excessivo da força e pela negação da autonomia do outro.

 Violência: Comportamento que causa dano, derivado do latim “violentia”,


relacionado à aplicação de força.
 Agressividade: A violência é uma manifestação da agressividade humana, que
está intrinsecamente ligada à condição humana.
 Violência Psicológica: Forma de violência que não deixa marcas físicas, mas
causa danos emocionais profundos.

Formas de Violência:
 Violência Juvenil: Agressões cometidas por jovens que afetam a qualidade de
vida de suas vítimas e comunidades, frequentemente relacionadas a
comportamentos de risco.
 Violência Contra a Mulher: Predominante na família, muitas vezes motivada
por desigualdade social e econômica, resultando em violência física e
psicológica.
 Violência Contra o Homem: Embora os homens sejam frequentemente vistos
como agressores, também podem ser vítimas de violência psicológica e verbal.
 Violência Familiar: Acontece dentro da estrutura familiar, afetando a
convivência e gerando abuso físico e sexual, especialmente contra crianças.
 Violência Social: Envolve formas estruturais e de resistência, manifestando-se
em contextos sociais injustos e opressivos.

10. Ética de felicidade


A busca pela felicidade é uma aspiração universal, com muitas pessoas alcançando-a,
enquanto outras enfrentam obstáculos. A felicidade está ligada à posse de bens externos,
variando conforme a natureza e o caráter de cada indivíduo. A capacidade de
contemplação é vista como essencial para a felicidade, sendo esta uma forma de
apreciação do que nos rodeia.
Historicamente, a felicidade foi considerada um valor supremo, inicialmente associada
ao prazer. Filósofos como Horácio enfatizaram a importância de viver o presente,
enquanto os utilitaristas ligaram a moralidade à felicidade que ações podem gerar. No
entanto, essa perspectiva muitas vezes considera a felicidade como um bem externo,
incontrolável pela razão, levando a uma felicidade alienante.
A verdadeira felicidade, segundo a filosofia moral, é o resultado do desenvolvimento
harmonioso das capacidades humanas, começando com o autoconhecimento. Ela
implica a superação das necessidades básicas e a realização de valores essenciais, como
saúde, liberdade, igualdade, cultura e moralidade. A felicidade é um estado subjetivo,
vivido como um profundo sentimento de bem-estar.
Para buscá-la, o indivíduo deve olhar para dentro de si e priorizar o bem sobre a busca
pelo prazer imediato. Essa ética da felicidade deve incluir uma consciência da sua
própria precariedade. A distinção entre moral e ética é sutil, sendo moral ligada a
costumes e ética a disposições de caráter. Embora os termos sejam frequentemente
usados de forma intercambiável, a ética é preferida por sua origem grega e sua
abrangência em significados.

11. Realização individual e colectiva (ética do indivíduo)


A relação entre indivíduos e sociedade, enfatizando que a vida em comunidade está
sempre permeada por conflitos e desafios. Cada pessoa possui a capacidade de
administrar suas próprias frustrações e aspirações, contribuindo para a dinâmica social.
O autor argumenta que os problemas sociais são contínuos e mutáveis, com a sociedade
refletindo as lutas e sonhos de seus indivíduos. Quando as necessidades dos indivíduos
são satisfeitas, a sociedade pode se tornar estática, levando à sua decadência.
Além disso, o comportamento individual molda a sociedade, citando figuras históricas
como Hitler, Jesus, e Napoleão, cujas ações e visões impactaram profundamente a
realidade social. A frase de Krishnamurti, “O mundo é o que você é”, ressalta que a
percepção do mundo exterior é influenciada pelo estado interior de cada um. Por fim, o
texto sugere que a existência é marcada por uma busca constante por satisfação e alívio
das preocupações, o que leva a um estado de sofrimento e monotonia.

12. Teorias, problemas éticos


A complexidade do entendimento nas discussões éticas e morais, propondo inicialmente
uma análise dos conceitos de moral e ética. Embora os termos, provenientes do latim
mos e do grego ethos, possam ser considerados sinônimos na filosofia antiga,
atualmente há distinções entre eles, especialmente no contexto contemporâneo. O autor
prefere o uso de "ética", considerando sua origem grega, embora reconheça que muitos
autores falam em moral.
A evolução do pensamento ético desde os primeiros filósofos, incluindo Sócrates. A
discussão avança para a dicotomia entre physis (natureza) e nomos (lei ou convenção).
A seção dedicada à physis aborda seu significado e a perspectiva dos pré-socráticos,
enquanto a seção sobre nomos investiga como Platão e outros pensadores abordaram
essa noção.
A oposição entre physis e nomos é analisada nos diálogos de Platão, especialmente em
Protágoras e Górgias, com uma ênfase no papel do prazer nessa discussão. O objetivo é
proporcionar maior clareza sobre os conceitos envolvidos e os diferentes pontos de vista
sobre o prazer nas diversas correntes de pensamento da época.

13. Ética grega antiga


A ética grega antiga aborda dois temas principais: a noção de Bem e a dicotomia entre
Physis (natureza) e Nomos (lei). O estudo visa entender a relação entre o bem e o prazer
nos séculos V e IV a.C., quando a filosofia começou a se desenvolver.

Moral e Ética
Os termos “moral” e “ética” são frequentemente usados de forma intercambiável.
“Moral” deriva do latim mos, que significa “costume”, enquanto “ética” vem do grego
ethos, referindo-se a hábitos e disposições de caráter. A palavra “ética” é preferida para
englobar as dimensões mais amplas do comportamento humano.
Desenvolvimento da Ética
A ética surge das reflexões filosóficas sobre os costumes e crenças da sociedade.
Embora pensadores pré-socráticos tenham introduzido questões sobre o comportamento
humano, Sócrates é reconhecido por estabelecer um método crítico e analítico,
influenciando subsequentemente diversas escolas de pensamento, como cínicos e
epicuristas.

Divisão da Filosofia Ética


A ética antiga é geralmente dividida em três períodos: pré-socráticos, Sócrates, Platão e
Aristóteles, e a era helenística. No entanto, algumas correntes, como o ceticismo,
apresentam características que não se encaixam perfeitamente nesse modelo, e há
debates significativos entre as diferentes escolas.

Physis e Nomos
A dicotomia entre Physis e Nomos é central para a discussão ética, refletindo a tensão
entre a natureza e as normas sociais. A análise dessa relação ajuda a compreender o
papel do prazer na ética grega, especialmente em obras de Platão, que exploram essas
noções em diálogos filosóficos.

14. Ética de Sócrates, Platão, Aristóteles: Epicuro; Zenão


Sócrates
 Filosofia: Centralizava sua ética na introspecção e no autoconhecimento. Sua
máxima “Conhece-te a ti mesmo” destacava que a verdadeira sabedoria é
reconhecer a própria ignorância. Acreditava que o conhecimento leva à virtude
e, consequentemente, ao bem.
 Método: Desenvolveu a maiêutica, um método dialético de questionamentos
para estimular o pensamento crítico e moral.
 Aplicabilidade: Enfatiza o poder transformador do conhecimento, promovendo
uma consciência moral e uma atitude crítica.

Platão
 Teoria das Ideias: Defendia a existência de dois mundos: o sensível (físico) e o
ideal (das ideias). Tudo no mundo sensível é uma cópia imperfeita do mundo das
ideias.
 Ética: A ética está ligada à busca pelo bem supremo, com o objetivo de alinhar o
corpo e a alma. Virtude e sabedoria conduzem à felicidade, sendo a alma
superior ao corpo.
 Política: Propôs um estado ideal, onde os filósofos-reis governariam com base
na razão.

Aristóteles
 Ética da Virtude: Defendia que a felicidade (eudaimonia) é o fim último da
vida humana, alcançada pela prática da virtude. A virtude está no meio termo
entre os extremos (a “justa medida”).
 Ética Prática: Sua ética é mais concreta, focando nas ações do indivíduo em
situações cotidianas, sempre guiadas pela razão.

Epicuro
 Hedonismo: O prazer é o bem supremo, mas não um prazer corporal imediato, e
sim a ausência de dor e a paz de espírito.
 Ética: Defendia a moderação e a prudência na busca dos prazeres para evitar
sofrimento. A felicidade vem da tranquilidade e da liberdade de preocupações.

Zenão (Estoicismo)
 Harmonia com a Natureza: O homem deve viver de acordo com a razão
universal (Logos), aceitando o destino com resignação e imperturbabilidade.
 Virtude: A virtude é o único bem verdadeiro, e ela consiste em agir de acordo
com a natureza racional, sem se deixar afetar por paixões e influências externas.

15. A ética cristã


A ética cristã, predominante no mundo medieval, altera a concepção ética, deslocando
os fins da natureza e razão para uma perspectiva religiosa. O ser humano se subordina a
Deus, sendo sua salvação vista como a restauração da unidade perdida. A felicidade,
segundo essa ética, é alcançada através da união com Deus, na vida espiritual pós-
terrena. Influenciada por figuras como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, que
combinou a filosofia aristotélica com a doutrina cristã, a ética cristã vê o homem como
decaído, necessitando de Deus para superar sua inclinação ao mal. Seus princípios são
fundamentados nas Escrituras, enfatizando a existência de um único Deus criador, a
queda da humanidade e a regeneração espiritual assistida pelo Espírito Santo para uma
conduta ética.

16. Agostinho, S. Tomás de Aquino


Santo Agostinho vê o amor como o elemento central da ética e da harmonia social. Para
ele, o amor é uma característica intrínseca ao ser humano e o fundamento da vida moral
e social. O amor ordenado para Deus é a fonte de verdadeira felicidade e de paz, tanto
temporal quanto eterna. A escolha do objeto do amor é o que define se o amor será bom
ou desordenado, com Deus devendo ser amado acima de todas as coisas.
São Tomás de Aquino, influenciado por Aristóteles, também busca o fim último da vida
humana, que para ele é Deus, alcançado através do conhecimento e da contemplação.
Ele defende que a ética só é possível dentro de uma estrutura metafísica que reconhece a
existência de Deus. Assim como Agostinho, São Tomás considera o mal como a
ausência de bem, e não uma substância própria.

17. Ética moderna


As mudanças substanciais na formulação de uma ética capaz de ser incorporada pela
sociedade no contexto da modernidade e do pós-guerra, destacando os desafios
causados pela alienação do homem no processo produtivo. Essa alienação, que no
passado era caracterizada pela separação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho,
agora se agrava pela ignorância específica e pela repartição de saberes no sistema
produtivo moderno, automatizado e complexo. A alienação se manifesta tanto no
produto do trabalho quanto no instrumento utilizado, com o trabalhador perdendo
controle sobre ambos. Apenas os artistas, ao produzir bens culturais, têm a capacidade
potencial de superar essa alienação, embora nem sempre o façam. Exemplos como
Graciliano Ramos, Portinari e Niemeyer são mencionados como figuras que podem
contribuir para essa superação.

18. Ética Contemporânea


A Ética Contemporânea surge no final do século XIX, motivada por mudanças drásticas
na humanidade, como o avanço das ciências e suas implicações destrutivas. Em
resposta, novas tendências éticas emergem, como a ética comunicativa, a ética da justiça
equitativa, o utilitarismo, a ética ecológica, a bioética, entre outras.
Essa ética reage contra o formalismo, o universalismo abstrato, o racionalismo absoluto
e a fundamentação transcendente, favorecendo o homem concreto, o irracional e a
origem da ética no próprio ser humano.

As principais correntes são:


 Existencialismo: Kierkegaard e Sartre valorizam o indivíduo concreto. Sartre
difere por negar a existência de Deus e afirmar a liberdade absoluta do homem.
 Pragmatismo: Surgido nos EUA, identifica a verdade com o que é útil, focando
no sucesso e no egoísmo.
 Psicanálise: Contribui ao revelar o inconsciente, mudando a interpretação de
certos comportamentos.
 Marxismo: Valoriza o homem como ser social e histórico, dando especial ênfase
ao proletariado e sua missão de criar uma sociedade verdadeiramente humana.

19. Existencialismo, idealismo, marxismo, filosofia analítico


O Existencialismo, o Idealismo, o Marxismo e a Filosofia Analítica são quatro correntes
filosóficas fundamentais que marcaram o pensamento contemporâneo, cada uma com
enfoques distintos sobre a natureza da realidade, a existência humana e o conhecimento.

Existencialismo: Esta corrente filosófica surge no século XIX com Søren Kierkegaard
e atinge seu auge no século XX com Heidegger e Sartre. O existencialismo foca no
indivíduo, destacando a liberdade, a responsabilidade e a subjetividade humana.
Kierkegaard enfatiza a indeterminação e a liberdade como causas da angústia, pois o ser
humano não segue um plano predefinido. Heidegger aprofunda essa ideia com sua
análise do ser e da temporalidade, argumentando que a existência humana é finita e
marcada pela relação com a morte. Sartre, por sua vez, propõe que a “existência precede
a essência”, ou seja, o homem não tem uma natureza fixa, sendo responsável por
construir sua própria vida. A liberdade humana, embora libertadora, também gera
angústia pela ausência de um sentido pré-determinado.

Idealismo: O idealismo surge na filosofia moderna com pensadores como Descartes e


Kant, e é mais comumente associado aos filósofos alemães, incluindo Hegel. A essência
do idealismo está na primazia do espírito ou da mente sobre a matéria, afirmando que a
realidade depende da percepção ou consciência do sujeito. Kant argumenta que o
conhecimento é mediado pelas formas da mente humana, enquanto Hegel desenvolve
um idealismo dialético, onde a realidade e a história são vistas como o desenvolvimento
do Espírito Absoluto. O idealismo rejeita a visão materialista da realidade como
puramente física, enfatizando uma dimensão espiritual ou intelectual subjacente.

Marxismo: Karl Marx desenvolveu uma filosofia baseada no materialismo histórico,


uma visão oposta ao idealismo. O marxismo afirma que as condições materiais e
econômicas da sociedade determinam as relações sociais, políticas e culturais. Marx
critica a sociedade capitalista, argumentando que ela gera alienação e exploração da
classe trabalhadora. Sua filosofia visa à transformação social, onde o proletariado se
libertaria da dominação capitalista, resultando numa sociedade comunista, sem classes e
sem exploração.

Filosofia Analítica: A filosofia analítica emerge no final do século XIX, principalmente


nos países anglófonos, com uma ênfase no rigor lógico e na clareza da linguagem.
Filósofos como Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein buscavam esclarecer problemas
filosóficos tradicionais por meio da análise da linguagem. O objetivo da filosofia
analítica é evitar ambiguidades e mal-entendidos conceituais, frequentemente rejeitando
especulações metafísicas em favor de uma análise detalhada de conceitos e argumentos.

20. Ética do meio ambiente


A ética do meio ambiente reconhece o valor essencial da natureza para a sobrevivência e
o desenvolvimento humano, destacando a importância da fauna, flora, ar puro, e água
limpa. Diante de ameaças como a poluição, extinção de espécies e destruição da vida
selvagem, a consciência ecológica vem crescendo, gerando o Direito Ambiental e
políticas para proteger o meio ambiente. Além disso, a ética ambiental também ganha
relevância econômica e política, com a busca por um desenvolvimento sustentável.
Filósofos defendem que a preservação ambiental tem um valor que vai além do
utilitarismo, representando uma questão moral e de respeito à natureza.
Conclusão
Esse resumo visa proporcionar uma visão ampla sobre o desenvolvimento e a aplicação
da ética ao longo da história, desde suas raízes na filosofia grega até seus
desdobramentos na modernidade. Aborda temas como a distinção entre ética e moral, o
papel da consciência, a liberdade, e a inter-relação entre indivíduo e sociedade. A ética
não só reflete sobre a conduta humana, mas também busca compreender os valores que
orientam nossas ações, enfatizando a importância da virtude, do bem comum e da busca
pela felicidade, princípios que atravessam diversas correntes de pensamento.

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