W- Animação de Adultos

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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

MÁRCIA EUNICE CANDIEIRO


MAULIDO ALFREDO CHIAMBO
MEQUE MARIA
PAULA PAULO JUÍZO
PRINCESA VICTOR ALFREDO
NATÁLIA FERNANDO MACHAVA

TÉCNICAS DE ANIMAÇÃO DE GRUPOS DE ADULTOS

Beira

2024
MÁRCIA EUNICE CANDIEIRO
MAULIDO ALFREDO CHIAMBO
MEQUE MARIA
PAULA PAULO JUÍZO
PRINCESA VICTOR ALFREDO
NATÁLIA FERNANDO MACHAVA

TÉCNICAS DE ANIMAÇÃO DE GRUPOS DE ADULTOS

Trabalho proposto pelo docente:


Américo Toca, para disciplina de, para
fins avaliativos.

Beira

2024
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

A animação de grupos de adultos é uma prática fundamental para promover a


integração, a troca de conhecimentos e o engajamento em diversas actividades, sejam elas
educacionais, recreativas ou terapêuticas. As técnicas de animação de grupos, aplicadas de
forma estratégica, facilitam o desenvolvimento de habilidades interpessoais, a comunicação e
a cooperação entre os participantes, criando um ambiente favorável à aprendizagem e ao
desenvolvimento pessoal. Essas técnicas se baseiam em metodologias que utilizam dinâmicas
de grupo, jogos e discussões, adaptando-se às necessidades específicas dos adultos e ao
contexto em que estão inseridos. A estrutura deste trabalho é constituída em dois capítulos, o
primeiro que constitui a parte introdutória incluindo a metodologia e os objectivos do trabalho
e o segundo capítulo diz respeito a fundamentação teórica. Quanto à metodologia usada,
optou-se por revisão bibliográfica que consiste na consulta de material escrito como livros,
artigos científicos, escritos e publicados.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral:


 Compreender as técnicas de animação de grupos e sua aplicação prática em contextos
de adultos.

1.1.2 Objectivos Específicos:


 Identificar as técnicas de animação de grupos e sua aplicação prática em contextos de
adultos;
 Descrever as técnicas de animação de grupos e sua aplicação prática em contextos de
adultos;
 Apresentar exemplos práticos de aplicação das técnicas de animação em contextos de
adultos.
CAPÍTULO II – DESENVOLVIMENTO

Conceito de Animação

“A palavra animação, no seu sentido etimológico, significa acto ou efeito de animar,


dar vida, infundir ânimo, valor e energia. Tem origem na palavra latina anima, que significa
princípio vital, sopro, alma” (Jardim, 2002, p. 17). Ou seja, etimologicamente a palavra
animação a uma ideia de dar a vida como se estivesse imbuído de uma alma que o faz agir ou
existir, como por exemplo os desenhos animados, filmes.

Numa perspectiva de grupo, significa “a acção de estímulo e mobilização de


indivíduos, grupos e colectividades, sendo uma forma de infundir ânimo e insuflar
dinamismo, entusiasmo e movimento a um conjunto de pessoas (Jardim, 2002, p. 17).

A animação se manifesta fundamentalmente em três perspectivas: como uma


metodologia de intervenção social, como uma das formas de acção da política cultural e como
uma função educativa. Portanto, para este trabalho o grupo optou em buscar técnicas de
animação de grupos na perspectiva de função educativa, pois julgou-se pertinente por
proporcionar, alem da própria dinâmica do grupo, a aprendizagem participativa de adultos.

Animação como uma função educativa

Segundo Jardim (2002), actualmente a animação é considerada sob o ponto de vista da


sua função educativa. Pois, observando o que fazem os animadores e, sobretudo, como o
fazem, encontram-se algumas características que tornam a animação uma actividade
educativa-formativa, tais como promover, encorajar, despertar inquietações, motivar para a
acção, fazer desabrochar potencialidades latentes em indivíduos, grupos e comunidades.

Entretanto, a animação como uma função educativa se refere ao processo de estimular


e envolver os participantes de forma activa, promovendo aprendizado, interacção e
desenvolvimento pessoal e colectivo. A animação nesta perspectiva, foca em criar dinâmicas
que incentivem a troca de ideias, pensamentos críticos e construção de novos conhecimentos
de forma colaborativa entre os membros.

Como animar um grupo de adultos

Lopes e Pontes (2000), afirma que os adultos reagem favoravelmente ao informalismo


e que o processo educativo tradicional “professor-aluno” não os atrai. De modo geral, as
pessoas têm muito a oferecer (experiências, idéias) e o trabalho ou lazer em grupo
proporciona uma rica oportunidade de se explorar esses potenciais. Entretanto, a animação em
função educativa proporciona esse aprendizado.

Para animar um grupo de adultos, o grupo explorou as seguintes técnicas de animação:


dramatização, painel progressivo, GV – GO (grupos de verbalização e observação),
tempestade de idéias ou brainstorming, grupos de questionamentos e conhecer pelos textos.
Estas técnicas, alem de proporcionar um ambiente de descontracção e diversão, promove
implicitamente um aprendizado, produção e partilha de conhecimento e experiência.

Técnica de Dramatização

De acordo com Lopes e Pontes (2000), nesta técnica são usados materiais como textos,
reportagens ou fatos conhecidos. Instruções: O facilitador elege um tema, devendo ter muito
claro a razão da escolha para o momento. Poderá partir de textos interessantes de jornais,
revistas e pesquisas sobre o assunto que irá se desenvolver.

Em seguida conversa com os participantes sobre o tema escolhido, dá um tempo para


que os mesmos se expressem sobre o que conhecem do assunto, como o vivenciam e
entendem. Os participantes irão então dramatizar o conteúdo, para posterior discussão com os
demais. Pode-se utilizar essa técnica, para começar a estudar um tema, para ver o que se
conhece a respeito do assunto ou quebrar preconceitos sobre o mesmo. Finaliza-se o estudo do
tema com conclusão e síntese. (Idem)

Exemplo

Tema: Desigualdade Social

Objectivo: Reflectir sobre as causas e consequências da desigualdade social na sociedade.

Instruções para o Facilitador

1. Introdução ao tema: O facilitador apresenta o tema da desigualdade social aos participantes


e faz uma breve leitura do texto. Em seguida, convida os participantes a reflectirem e
expressarem o que entendem sobre o assunto e como ele se manifesta em seu quotidiano.

2. Dramatização: O facilitador orienta os participantes a encenarem o conteúdo. Um grupo


pode representar uma família de baixa renda que enfrenta dificuldades para acessar serviços
básicos. Outro grupo pode representar figuras como autoridades ou cidadãos com maior poder
aquisitivo. Cada grupo explora a situação vivenciada por seu personagem, destacando
desafios, sentimentos e atitudes.

3. Discussão pós-dramatização: Após a encenação, o facilitador conduz uma discussão em


que os participantes reflectem sobre o que vivenciaram e observaram. Podem ser discutidas
questões como:

 Que sentimentos surgiram durante a dramatização?


 Quais as principais causas da desigualdade social?
 O que pode ser feito para reduzir essa desigualdade?

4.Conclusão e Síntese: O facilitador encerra a actividade resumindo os pontos principais


discutidos e destacando possíveis acções ou mudanças de perspectiva sobre o tema.

Técnica de painel progressivo

Segundo Lopes e Pontes (2000), nesta técnica são usados materiais como materiais
como papeletas com perguntas sobre determinado assunto para os subgrupos estudarem e
discutirem. Quanto à instruções: Divide-se o grupo grande em subgrupos de 3, 4 ou 5 pessoas.
Entrega-se as papeletas com as perguntas já preparadas ou textos. Cada grupo deve eleger um
coordenador, que irá dirigir a discussão, e se necessário um relator.

Ainda segundo os autores acima citados, cada grupo terá um tempo determinado para
discutir e chegar a um consenso. Após chegar ao consenso, cada grupo irá reunir-se com um
segundo grupo, (formado por 6, 8 ou 10 pessoas). O resultado da discussão do primeiro grupo
deverá ser apresentado. Após isso, o resultado será unido ao do grupo a que se juntaram.

Com base nos dois resultados deverão chegar a um consenso. Dependendo do número
de participantes, as pessoas poderão ir se juntando a outros grupos (formados por 12, 16 ou 20
pessoas) para apresentar o resultado das discussões e chegar a um consenso geral. Esta técnica
pode ser utilizada também para que o grupo formule perguntas. (Idem)

Técnica de GV – GO (grupos de verbalização e observação

Aplicação

De acordo com Lopes e Pontes (2000), nesta técnica divide-se o grupo em dois
subgrupos. O primeiro grupo deve sentar-se em círculo voltado para dentro, enquanto o
segundo grupo senta-se em círculo ao redor do primeiro; o primeiro grupo será o grupo de
verbalização e o segundo, grupo de observação. Na primeira parte o orientador ou facilitador
oferece um tema para ser discutido pelo grupo de verbalização (o tema pode ter sido
apresentado antes ou ser um problema do grupo), solicitando que todos dêem sua opinião. O
grupo de observação apenas ouve as exposições e o que acontece com a dinâmica do grupo de
verbalização.

O orientador ou facilitador deve anotar discretamente as principais idéias colocadas


pelo grupo e a comunicação interna dos componentes. Após, inverte-se os grupos, passando o
grupo de observação para o papel de verbalização. Neste momento, o grupo que antes era de
observação, deverá discutir o assunto a partir das idéias levantadas pelo primeiro grupo,
acrescentando opiniões e levantando aspectos ainda não discutidos. Encerrada esta segunda
parte é feita uma avaliação geral, sistematizando-se as idéias centrais do tema ou do
problema. (Idem)

Técnica de Tempestade de Idéias ou Brainstorming

Aplicação

Segundo Lopes e Pontes (2000), selecciona-se um tema e orientar os participantes para


que apresentem todas as idéias que tiverem sobre o assunto, embora pareçam irrelevantes,
sem fazer qualquer préjulgamento. Estimular a equipe a produzir idéias até verificar que elas
efectivamente foram exauridas. Colocar as idéias em um painel ou quadro. Ler todas as idéias,
dando alguns momentos para reflexão, pedindo que não as censurem nesse momento para não
prejudicar o processo. A seguir fazer uma análise e, com a participação de todos, organizar as
idéias por assunto, e priorizá-las para dar encaminhamento.

Exemplo Prático de Brainstorming:

Tema: Dificuldades na Permanência de Adultos na Educação.

Aplicação

1. Orientar os participantes a compartilharem todas as ideias sobre as dificuldades que os


adultos enfrentam para continuar estudando. Informar que não há ideias irrelevantes, todas
são válidas e bem-vindas.

2. Geração de Ideias, Exemplo de ideias:

 Falta de tempo por causa do trabalho e da família;


 Baixa auto-estima e vergonha por não ter continuado antes;
 Falta de apoio da família ou da comunidade;
 Dificuldade financeira para pagar cursos ou materiais;
 Ausência de políticas públicas de incentivo para adultos.

3. Análise e Organização:

Nesta fase, agrupam-se ideias por temas, como: Tempo e Concorrência com
Responsabilidades, Factores Psicológicos e Emocionais, Suporte e Incentivo Externo,
Questões Financeiras e Políticas Públicas.

4. Conclusão:

Com a ajuda de todos, determina-se quais ideias têm maior impacto e como podem ser
tratadas em acções futuras, como programas de apoio financeiro, flexibilização de horários,
campanhas de incentivo e suporte psicológico.

Técnica de Grupos de Questionamentos

De acordo com Lopes e Pontes (2000), nesta técnica são usados materiais como textos
com o tema a ser estudado. Quanto há instruções, os autores dizem que apresenta-se o tema
a ser estudado; formam-se tantos grupos quantos o facilitador achar necessário. Distribui-se os
textos estipulando o tempo. Os grupos estudam o tema e formulam as questões para serem
propostas aos colegas. Para as questões formuladas, cada grupo deve preparar, também, com
precisão, as respostas, para que possa avaliar depois as respostas dadas pelo grupo
questionado.

Sorteia-se os grupos para o questionamento e depois determina-se o tempo máximo


para cada resposta. Em sequência, cada grupo apresenta verbalmente as questões ao grupo que
lhe coube, este responde, procurando fazer com que todos os membros tomem parte. Ao fim
do rodízio de questionamentos e respostas, o facilitador pode complementar com
esclarecimentos ou observações que julgada oportunas. Avalia-se o trabalho realizado e
encerra-se. (Idem)
Conhecer Pelos Textos

De acordo com Lopes e Pontes (2000), nesta técnica são usados materiais como
papeletas contendo parte do conteúdo que foi dado, com letras em tamanho que possibilite aos
participantes enxergarem estando em pé. Quanto às instruções, coloca-se as papeletas no
chão. Os participantes caminham em círculo, em volta das papeletas, lendo-as. Dar tempo
suficiente para a leitura de todas as papeletas. O facilitador dá um sinal e cada um pega a
papeleta que mais lhe chamou atenção. O facilitador pede para que cada um comente sobre o
que está escrito na papeleta, complementando ou questionando caso tenha dúvidas. O
facilitador faz a complementação.
Conclusão

As técnicas apresentadas sobre animação de grupos em contexto de adultos são


poderosas ferramentas para incentivar o envolvimento e a participação activa dos indivíduos
em um grupo, promovendo um ambiente acolhedor e motivador. Quando bem aplicadas, elas
possibilitam não apenas a aprendizagem, mas também fortalecem os laços entre eles, criando
um senso de comunidade e pertencimento. O papel do animador, nesse processo, é
fundamental, pois ele actua como facilitador, conduzindo as actividades de forma que todos se
sintam integrados e engajados. Em suma, investir em técnicas eficazes de animação de grupos
é essencial para alcançar os objectivos de actividades colectivas com adultos, seja no contexto
educacional, profissional ou recreativo. Assim, essas técnicas contribuem para uma
experiência de grupo mais positiva e significativa, beneficiando não apenas os indivíduos,
mas o grupo como um todo.
Referencias Bibliográficas

Lopes, E. B. & Pontes, R. S. (2000). Técnicas e Jogos para Trabalhar com Grupos. Editora
Emater-PR. Extraído de https://pt.scribd.com/document/421980903/Tecnicas-jogos-trabalhar-
grupos-pdf#

Jardim, M. J. A. (2002). O Método da Animação. Manual para o Formador. (2ª Ed.) Editora
AVE. Extraído de https://www.academia.edu/44911401/O_M%C3%A9todo_da_Anima
%C3%A7%C3%A3o_Manual_para_o_Formador?from=cover_page

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