12. Microbiologia Basica

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Microbiologia Básica

MICROBIOLOGIA

Mikros (pequeno) + Bio (vida)+logos (ciência )

Ramo da biologia que estuda os microrganismos.


1. Evolução da Microbiologia

Pesquisas indicam que os microrganismos apareceram na terra há bilhões de anos,


porém a microbiologia como ciência é jovem, uma vez que os microrganismos foram
evidenciados há 300 anos e só foram estudados e compreendidos 200 anos depois. A
descoberta do microscópio por Leuwenhoek, impulsionou a ciência da microbiologia.

Usando seu precário microscópio, Leuwenhoek observava águas de rios, infusões de


pimenta, saliva, fezes, etc.; até que verificou nesses materiais, a presença de um
grande número de pequeníssimos objetos móveis e de formas diferentes, que não
poderiam ser vistos sem a ajuda das lentes, e os chamou de “animáculos” por acreditar
que seriam pequeninos animais vivos.

Todos os tipos principais de microrganismos que hoje conhecemos –


protozoários, algas, fungos e bactérias foram primeiramente descritos por
Leuwenhoek.
Origem dos Microrganismos

Os cientistas começaram a indagar a origem dos microrganismos, surgindo então, as teorias:

• Abiogênese ou geração espontânea - alguns cientistas acreditavam que os microrganismos se formavam


espontaneamente a partir da matéria orgânica em decomposição ou putrefação, essa forma de multiplicação

• Biogênese. - outros cientistas acreditavam, inclusive Leuwenhoek, que as “sementes” destas criaturas microscópicas
estão sempre presentes no ar, de onde ganham acesso aos materiais e ali crescem desde que as condições sejam
adequadas ao seu desenvolvimento..
Experimento de Heedham

Experimento de Heedham ( 1749), demonstrou que,


de muitos tipos diferentes de infusões,
invariavelmente, emergiam criaturas microscópicas
(microrganismos), independentemente do tratamento
que receberam, protegidas ou não, fervidas ou não.

Cinquenta anos após os experimentos de Heedham,


Spallanzani evidenciou em centenas de experiências,
que o aquecimento das infusões até esterilização,
pode impedir a contaminação por microrganismos.
Posteriormente, Spallazani concluiu que poderá haver
recontaminação das infusões por condução dos
microrganismos pelo ar, desde que o frasco que a
contenha não esteja hermeticamente fechado ou
apresente rachadura, propiciando na infusão, o
aparecimento de colônias de microrganismos.
Louis Pasteur (1822 – 1895).

Ainda persistiam alguns defensores da geração espontânea ou abiogênese.


Pasteur fez uma série de experimentos definitivos. Um dos principais
processos foi o uso de frascos de colo longo e curvado, semelhante ao
pescoço de cisnes, que foram preenchidos com caldo nutritivo e
aquecidos. O ar podia passar livremente através dos frascos abertos, mas
nenhum microrganismo surgiu na solução. A poeira e os microrganismos
depositavam-se na área sinuosa em forma de V do tubo e, portanto, não
atingiam o caldo. Seus resultados foram comunicados com entusiasmo na
Universidade de Sorbonna, em Paris, em 7 de abril de 1864.

Fonte: http://www.sil.si.edu/digitalcollections/hst/scientifi c-identity/fullsize/SIL14-P002-04a.jpg


Microbiologia como ciência

• A Microbiologia como ciência preocupa-se com o estudo dos


microrganismos e de suas atividades.

• Estuda a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia, o


metabolismo e a identificação dos seres microscópicos.
Estuda sua distribuição natural, suas relações recíprocas e
com outros seres vivos, seus efeitos benéficos e prejudiciais
sobre os homens e as alterações físicas e químicas que
provocam em seu meio ambiente.
2. Classificação dos microrganismos
Célula

A microscopia eletrônica na década de 1940, possibilitou a


visualização das estruturas da célula.
Todas as células se compõem de duas regiões internas principais
conhecidas como:
Núcleo e Citoplasma.

O núcleo, que é circundado pelo citoplasma, contém todas as


informações genéticas do organismo, sendo responsável pela
hereditariedade.

O citoplasma é a sede primária dos processos de síntese e o


centro das atividades funcionais em geral.

Os organismos que possuem o núcleo celular circundado por uma membrana nuclear ou carioteca
são chamados de Eucarióticos.

Os que não possuem células com carioteca são os Procarióticos.


2.2. Classificação dos 5 Reinos

Robert H. Whittaker classificou os organismos vivos, baseado na maneira pela qual os organismos obtêm alimentos, em 5
reinos:
• Reino Monera
• Reino Protista
• Reino Plantae
• Reino Animalia
• Reino Fungi.
2.3. Reinos aos quais pertencem os microrganismos

• Reino Protista - Protozoários e algas microscópicas

• Reino Fungi - Fungos microscópicos (leveduras e bolores)

• Reino Monera – a este pertencem as Bactérias


Protozoários

são microrganismos eucarióticos unicelulares, movem-se


através de cílios, flagelos ou pseudópode. Estes
microrganismos são estudados na ciência da Parasitologia.
São amplamente distribuídos na natureza, principalmente,
em ambientes aquáticos. Muitos são nocivos ao homem
como a ameba e a giárdia.
Algas

São semelhantes às plantas por possuírem


clorofila que participa do processo de
fotossíntese e apresentam uma parede celular
rígida.
São eucariotos e podem ser unicelulares ou
multicelulares com vários metros de
comprimento. Podem ser nocivas por produzirem
toxinas. Entretanto, algumas espécies são usadas
nas indústrias de alimentos, farmacêuticas,
cosméticos e para o uso em laboratório.
Fungos

Podem ser unicelulares ou multicelulares. São eucariotos (que


possuem o núcleo celular circundado por uma membrana nuclear ou
carioteca) e possuem parede celular rígida. Os fungos não ingerem
alimentos e obtêm os nutrientes do ambiente através de absorção.

A maioria vive no solo, alimentando-se de cadáveres de animais, de


plantas e de outros seres vivos. Esse modo de vida dos fungos causa o
apodrecimento de diversos materiais e por isso são chamados de
saprofágicos. Certas espécies de fungos são parasitas e outras vivem
em associações harmoniosas com outros organismos, trocando
benefícios.

Os fungos são geralmente adaptados a ambientes que poderiam ser


hostis às bactérias. São encontrados na superfície de alimentos
formando colônias algodonosas e coloridas.
Modo de vida dos Fungos

Os fungos apresentam grande variedade em relação ao modo de vida, mas sempre obtêm alimento
por absorção de nutrientes do meio.

Decompositores – obtêm seus alimentos pela decomposição de matéria orgânica

Parasitas – os fungos que se alimentam de substâncias retiradas do corpo de organismos vivos, nos
quais se instalam, prejudicando-os. Esses fungos provocam doenças em plantas e em animais,
inclusive no ser humano.

Mutualísticos – estabelecem relações mutualísticas com outros organismos, nos quais ambos se
beneficiam.

Predadores – entre os fungos mais especializados estão os predadores, que desenvolvem vários
mecanismos para capturar pequenos organismos, especialmente nematódeos, utilizando-os como
alimento.
Bactérias - Classificação

➢ Quanto ao tamanho
são normalmente medidas em micrômetros (μm), que são
equivalentes a 1/1000mm (10-3mm). As células bacterianas variam
de tamanho dependendo da espécie, mas a maioria tem
aproximadamente de 0,5 a 1μm de diâmetro ou largura.

➢ Quanto a morfologia
Há uma grande variedade de tipos de bactérias e suas formas
variam, dependendo do gênero da bactéria e das condições
em que elas se encontram.
Apresentam uma das três formas básicas: Cocos, Bacilos e
Espirilos.
Bactérias - Classificação
COCOS
São células geralmente arredondadas, mas podem ser ovoides ou
achatadas em um dos lados quando estão aderidas a outras células.
Os cocos quando se dividem para se reproduzir, podem permanecer
unidos uns aos outros, o que os classificam em:

Diplococos – são os que permanecem em pares após a divisão.


Estreptococos - são aqueles que se dividem e permanecem ligados
em forma de cadeia. Tétrades – são aqueles que se dividem em dois
planos e permanecem em grupos de quatro.
Estafilococos - são aqueles que se dividem em múltiplos planos e
formam cachos (forma de arranjo).
Sarcinas - são os que se dividem em três planos, permanecendo
unidos em forma de cubo com oito bactérias.
Bactérias - Classificação

BACILOS

São células cilíndricas ou em forma de bastão. Existem


diferenças consideráveis em comprimento e largura entre as
várias espécies de bacilos. As porções terminais de alguns
bacilos são quadradas, outras arredondadas e, ainda, outras são
afiladas ou pontiagudas.
Bactérias - Classificação

ESPIRILOS

São células espiraladas ou helicoidais assemelhando-se a um saca-rolha.


Classificação das bactérias - Quanto a Coloração

Gram-positivos – retem a genciana ou violeta cristal,


quando submetido a ação descolorante do álcool,
apresentando cor azul.

Gram-negativos – que não fixam a genciana ou o violeta


cristal, apresentando a cor rósea

Obs.: As infecções bacterianas são classificadas de acordo com a classificação das bactérias. Por exemplo, as infecções podem
ser causadas por bactérias Gram-negativas ou Gram-positivas. Tal distinção é importante, pois o tratamento dos dois tipos
pode exigir tipos diferentes de antibióticos.
Classificação das bactérias – Quanto a respiração – Quanto a nutrição
➢ Quanto a respiração as bactérias classificam-se em:

Aeróbias: crescem apenas na presença de O2


Anaeróbicas: crescem em ausência de O2 .
Facultativas: crescem tanto na presença como ausência de O2 .

➢ Quanto a nutrição as bactérias classificam-se em:

Fotoautótroficas - são as bactérias capazes de produzir


o próprio alimento pela fotossíntese, usando o gás carbônico
(fonte de carbono) e a luz (fonte de energia). As cianobactérias
pertencem a esse grupo.
Autótrofas:
Quimioautotróficas: usam como fonte de energia as reações de oxidação de
compostos inorgânicos, produzindo assim o próprio alimento através de
quimiossíntese. Pertencem a esse grupo as Nitrobacter e Nitrossomonas que
participam do Ciclo do Nitrogênio.
Classificação das bactérias

Saprófitos: decompõem material orgânico de animais e plantas mortas;

Parasitas: “envenenam” o organismo do hospedeiro com os seus produtos de


metabolismo;
Heterótrofas :

Simbióticos: vivem por exemplo no intestino dos animais que comem


plantas e quebram celulose.

Entre os seres vivos, existem intrínsecas relações, algumas responsáveis por profundas alterações nas
condições de vida de cada um dos seres envolvidos.
Simbiose – uma ou ambas as espécies se beneficiam, não ocorrendo prejuízos.
Parasitismo – Prolongada relação de um parasita e um hospedeiro, que resulta em benefícios ao parasita e em
prejuízo ao hospedeiro. O parasitismo é responsável pelo grande numero de doenças infecto-parasitárias
existentes.
Bactérias – Classificação – Quanto a reprodução
➢ Quanto a reprodução:

Assexuada: é o tipo de reprodução mais comum nas bactérias

Bipartição, Cissiparidade ou Divisão Binária: - ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior
divisão em duas células
Divisão de uma célula em duas por mitose, cada uma com o
mesmo genoma da “célula-mãe”

Sexuada:

Sexuada: quando ocorre transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de
transferido, o fragmento de DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo
cromossomos com novas misturas de genes.
Esses cromossomos recombinados serão transmitidos para células-filhas quando a bactéria se dividir.
Bactérias - Estrutua celular

Com a ajuda do microscópio, podemos observar uma


diversidade de estruturas:
Algumas dessas estruturas são encontradas
externamente fixadas à parede celular, outras são
internas.
A parede celular e a membrana citoplasmática são
comuns a todas as células bacterianas.

Parede celular
A parede celular é uma estrutura rígida que mantém a forma
característica de cada célula bacteriana. A estrutura é tão rígida que
mesmo altas pressões ou condições físicas adversas raramente mudam
a forma das células bacterianas. É essencial para o crescimento e
divisão.

Membrana citoplasmática
Localiza-se imediatamente abaixo da parede celular. A membrana
citoplasmática é o local onde ocorre a atividade enzimática e do
transporte de moléculas para dentro e para fora da célula. É muito mais
seletiva à passagem de substâncias externas que a parede celular
Bactérias - Estrutua Celular
Estrutura externa da parede celular

Flagelos e cílios
Flagelo significa longo apêndice filamentoso que serve para locomoção. Se as
projeções são poucas e longas em relação ao tamanho da célula, são
denominados flagelos. Se as projeções são numerosas e curtas lembrando
pelos, são denominados cílios.

Glicocálice:
Significa revestimento de açúcar – é um envoltório externo à membrana plasmática que ajuda a proteger a superfície
celular contra lesões mecânicas e químicas. É composto de moléculas de açúcar associadas aos fosfolipídios e às
proteínas dessa membrana. O glicocálice bacteriano é um polímero viscoso e gelatinoso que está situado externamente
à parede celular. Na maioria dos casos, ele é produzido dentro da célula e excretado para a superfície celular. O
glicocálice é descrito como uma cápsula.
Filamentos axiais

São feixes de fibrilas que se originam nas extremidades das células e fazem uma espiral em torno destas. A rotação dos
filamentos produz um movimento que propele as espiroquetas (bactérias que possuem estrutura e motilidade exclusiva)
como a Treponema pallidum, o agente causador da sífi lis, em um movimento espiral. Este movimento é semelhante ao
modo como o saca-rolha se move, permitindo que as bactérias se movam efetivamente através dos tecidos corporais.
Bactérias - Estrutura Celular

Fimbrias
São apêndices semelhantes a pelos mais curtos, mais retos e mais finos que os flagelos, são usados para fixação em vez de
motilidade. As fimbrias permitem as células aderir às superfícies, incluindo as de outras células.

Área nuclear ou nucleoide


Contém uma única molécula circular longa de DNA de dupla fi ta, o cromossomo bacteriano. É a formação genética da
célula que transporta toda informação necessária para as estruturas e as funções celulares.

Ribossomos
Servem como locais de síntese proteica. São compostos de duas subunidades, cada qual consistindo de proteínas e de um
tipo de RNA denominado ribossômico (RNAr ). Os ribossomos procarióticos diferem dos eucarióticos no número de
proteínas e de moléculas de RNA. Devido a essa diferença, a célula microbiana pode ser morta pelo antibiótico, enquanto a
célula do hospedeiro eucariótico permanece intacta.
Bactérias – Forma de vida - Esporos
Esporos
Se formam dentro da célula bacteriana, são exclusivos de bactérias. São
células desidratadas altamente duráveis, com paredes espessas e camadas
adicionais.
Dependendo da espécie bacteriana, o esporo pode manter viável em seu
centro os principais compostos das bactérias no ambiente por anos, séculos,
milênios ou milhões de anos. Assim que estes esporos encontrarem
condições favoráveis para crescer, mesmo depois de muito tempo
esporuladas, os esporos germinam e as bactérias voltam a se multiplicar
como antes. Portanto, este potencial de resistência e de germinação varia
entre as bactérias capazes de produzir esporos.

Na forma de esporos, essas bactérias têm a capacidade de


resistir à ação de agentes químicos diversos, às
temperaturas inadequadas, aos meios de radiação, ácidos e
outras condições desfavoráveis.
VÍRUS

Os vírus não são considerados organismos vivos porque são inertes fora das
células hospedeiras. Diferem dos demais seres vivos pela ausência de
organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por
necessitarem de uma célula hospedeira. No entanto, quando penetram em
uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se ativo ocorrendo a
multiplicação.

CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS


• Possuem um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA.
• Possuem uma cobertura proteica, envolvendo o ácido nucleico.
• Multiplicam-se dentro de células vivas, usando a maquinaria de síntese
das células.
• Induzem a síntese de estruturas especializadas, capazes de transferir o
ácido nucleico viral para outras células.
• Parasitas obrigatórios apresentando incapacidade de crescer e se dividir
autonomamente.
• Replicação somente a partir de seu próprio material genético.
Relações entre os seres vivos

Entre os seres vivos, existem intrínsecas relações, algumas responsáveis por profundas alterações nas condições de
vida de cada um dos seres envolvidos. Essas relações podem ser divididas em:
Simbiose – uma ou ambas as espécies se beneficiam, não ocorrendo prejuízos.
Parasitismo – Prolongada relação de um parasita e um hospedeiro, que resulta em benefícios aoparasita e em
prejuízo ao hospedeiro. O parasitismo é responsável pelo grande numero dedoenças infecto-parasitária existentes.
Relações entre os seres vivos

Muitas bactérias vivem sobre e dentro do corpo humano e dos animais (sobre a pele, nas vias respiratórias, na
boca e nos tratos digestivo, reprodutivo e urinário) sem causar nenhum dano.

Essas bactérias são denominadas flora habitual, flora residente ou o MICROBIOTA NORMAL.
São micro-organismos que colonizam harmonicamente um determinado hospedeiro.

Existem locais específicos no hospedeiro para a presença da microbiota normal: Cavidade oral, Intestino, Pele,
mucosas, fossas nasais, uretra. Porém, existem locais onde não há a mínima presença de micro-organismos, locais
considerados estéreis.
.
Relações entre os seres vivos
Infecções oportunistas

São patologias ocasionadas por micro organismos da microbiota normal devido a condições favoráveis propiciadas pelo
próprio hospedeiro.

Embora a Microbiota normal estabeleça diversas funções produtivas para o hospedeiro, em algumas ocasiões estes micro-
organismos podem causar doenças ao indivíduo.

Existe um grupo específico de indivíduos que são mais vulneráveis ao desenvolvimento de infecções oportunistas,
são chamados imunossuprimidos (indivíduos com baixa imunidade). Dentre o grupo de imunossuprimidos destacam-
se os: portadores de doenças crônicas, doença auto-imune e câncer; indivíduos transplantados, usuários de
corticoides, portadores de HIV, idosos e crianças.
Fatores desencadeadores de infecções

Para que o indivíduo contraia uma doença infecciosa é necessário considerar um conjunto de fatores que podem
influenciar nesse processo. Estes fatores são determinados por:
EXPOSIÇÃO, IMUNIDADE e PATOGENICIDADE.

EXPOSIÇÃO
A exposição é processo de contato do hospedeiro com o microrganismo. Para que um hospedeiro se contamine
obrigatoriamente ele necessita ter tido contato com o agente.

Vias de transmissão: As vias de transmissão dos micro-organismos podem impactar em maior capacidade da
patogenicidade dos mesmos. As principais vias de transmissão: Via aérea, Via oral, Vias invasivas, Via cutânea/mucosas.
Fatores desencadeadores de infecções

IMUNIDADE
A imunidade é crucial para a resistência ou suscetibilidade do hospedeiro à contaminação. Embora os
imunossuprimidos esteja mais vulneráveis à possíveis infecções, existem variabilidade entre os indivíduos (hábitos,
etnia, sexo, estado de saúde) e o próprio indivíduo em determinado momento pode estar mais resistente ou
vulnerável às doenças. A imunidade do hospedeiro atua através de 2 respostas distintas:

A imunidade inata é aquela que o indivíduo nasce com ela, chamada imunidade natural e inespecífica;

A imunidade adquirida é a resposta desenvolvida pelo hospedeiro a partir de um primeiro contato, portanto o
hospedeiro adquire a resposta através de estímulos como: o contágio inicial da doença ou processos de imunização
(vacinas)

PATOGENICIDADE
A patogenicidade é a capacidade do micro-organismo de causar doenças. Existem micro-organismos mais
patogênicos que os outros, EX: influenza (gripe comum), influenza H1N1 (gripe A). Quanto mais fatores de virulência
o micro-organismos possui maior sua patogenicidade.
Meios de cultura

Os meios de cultura, são componentes essenciais para o estudo


microbiológico, trata-se de um meio artificial no qual realiza-se o estudo
do desenvolvimento de bactérias, fungos e vírus, em um meio artificial. Eles
simulam as condições exatas para o amadurecimento de uma colônia,
auxiliando na identificação dos microrganismos que podem provocar
infecções, alergias e, até mesmo, a contaminação da água ou alimentos. É
através dos procedimentos de análise microbiológica que os componentes
nocivos são identificados, sendo possível analisar como ele age, e como
funciona o seu crescimento.

Existe uma grande variedade de tipos de meios de cultura e sua escolha


dependerá da especificidade do microrganismo em estudo.

Inoculação dos meios de cultura


Este procedimento, é aplicado, especialmente, em laboratórios de
microbiologia clínica, onde os meios são rotineiramente inoculados com
amostras coletadas de pacientes com suspeita de doenças infecciosas.
Curva de crescimento dos microrganismos

O crescimento dos microrganismos descreve uma curva caracterizada por quatro fases:
• Latência (lag),
• Exponencial (log),
• Estacionária
• Morte ou destruição

Fase de latência (lag)

Caracterizada pela adaptação da célula do microrganismo ao novo meio, quer seja através da inoculação ou
contaminação. Esta fase é influenciada pela idade da cultura, quantidade de inóculo bacteriano, tipo de microrganismo,
características do alimento e meio ambiente (pH, oxigênio, composição do meio, substâncias inibidoras, etc.
Na contaminação os microrganismos chegam ao meio espontaneamente.
Na inoculação os microrganismos são adicionados ao meio intencionalmente.
Curva de crescimento dos microrganismos

Características da fase de Latência:

• Pouca ou ausência de multiplicação celular


• Número de microrganismos permanece praticamente inalterado;
• Fase de adaptação dos microrganismos ao meio de cultivo•
• Aumento na quantidade de proteínas, no peso seco e no tamanho celular nas bactérias.
• Taxa de crescimento é baixa

Quando os microrganismos encontram as condições ideais para a sua multiplicação, dá-se o fim da fase de latência e inicia-
se a fase logarítmica (log), também conhecida como fase exponencial, por se tratar de um crescimento em progressão
geométrica. Uma célula bacteriana se divide e dá origem a duas outras e assim sucessivamente
Curva de crescimento dos microrganismos

Fase logarítmica (log) ou Exponencial

Caracterizada pelo crescimento acelerado e a predominância de células jovens que apresentam seu máximo potencial
metabólico. Com o aumento populacional poderá haver esgotamento de nutrientes e/ou alta concentração de
metabólitos tóxicos que limitará a multiplicação, pondo fim a fase de crescimento exponencial, ou seja, a fase
logarítmica.

Características da fase Exponencial:


• Microrganismos totalmente adaptados absorvendo nutrientes, sintetizando constituintes e se multiplicando;
• Fase mais importante do crescimento, onde é possível estudar os parâmetros de crescimento dos microrganismos;
• Taxa de crescimento exponencial, velocidade de reprodução atinge o nível máximo.
• Taxa de crescimento é alta depende do tempo de geração;
Curva de crescimento dos microrganismos

Fase estacionária

É caracterizada por células velhas, mais resistentes a condições adversas, podendo em alguns casos se esporular
.
Características da fase Estacionária:

• Não há crescimento da população


• Número de microrganismos que se multiplicam é equivalente ao número de microrganismos que morrem;
• Nutrientes estão acabando e produtos tóxicos estão tornando-se mais abundantes;
Curva de crescimento dos microrganismos

Fase de destruição

Com o aumento da adversidade do meio, essas células morrem em ritmo acelerado (fase de declínio, destruição ou
morte), dando fim ao ciclo microbiano.

Características da fase de destruição

• Número de microrganismos mortos excede o número de vivos;


• A contagem total permanece relativamente constante, enquanto a de viáveis cai lentamente;
• Depois de certo tempo, o número de organismos que morre torna-se maior do que os que surgem;
• Esporulação das bactérias.
Antibiograma

É um exame que identifica a sensibilidade da bactéria


aos antibióticos, possibilitando a correta indicação do
antibiótico mais indicado para agir sobre o processo
infeccioso do paciente.

O exame Antibiograma é feito com material biológico


coletado. Após a coleta, o laboratório submete esses
materiais a um meio favorável ao seu desenvolvimento
e multiplicação. Somente depois de formadas as
culturas é feito então o exame antibiograma. Elas são
expostas aos antibióticos para que a sensibilidade ou
resistência seja reconhecida.
Biofilmes

A evolução do conhecimento científico, identificou formação de biofilmes e os potenciais danos que estes
podem causar à saúde, em diversos segmentos de atividades humanas.

Biofilmes
são comunidades de células aderidas a uma superfície e entre si e embebidas por uma matriz de substâncias
extracelulares poliméricas. Estas substâncias poliméricas são produzidas pelos próprios microrganismos, com
a finalidade de aumentar a sua chance de sobrevivência em um determinado meio. Estas substâncias de
produção microbiana são também denominadas slime.
Biofilmes

Estágio 1 – Fase de adesão das bactérias à uma superfície e


ocorre de forma aleatória. Esta primeira adesão é reversível e é
mantida por interações físico-químicas não específicas
constituindo o alicerce para o crescimento do biofilme

Estágio 2- Na segunda fase da adesão consiste na transição do


estágio reversível para o irreversível. As bactérias passam a
secretar substâncias que serão responsáveis pela manutenção da
adesão e da camada que envolve o biofilme.

Estágios 3 e 4 -Nesta fase há o início da formação de micro colônias


e do desenvolvimento da arquitetura do biofilme maduro.

Estágio 5 - A quinta e última fase da formação do biofilme


ocorre quando o ambiente não é mais favorável à sua
manutenção, e consiste no descolamento do biofilme
maduro em forma de agregados celulares ou células
planctônicas. Após desprendidas, as bactérias livres podem
colonizar novos ambientes, reiniciando a formação de novos
biofilmes.
Biofilmes

Resistencia dos biofilmes

A matriz de polissacarídeo age como uma barreira de filtragem, gerando uma penetração lentificada ou
reduzida de agentes antimicrobianos em geral, quer sejam antibióticos ou germicidas químicos.

Para o Processamento de Produtos para a Saúde as principais implicações são quanto a dificuldade de
remoção do biofilme e sua consequente interferência nos processos de desinfecção e esterilização.
Microbiologia simplificada Jjose Caitano Tvares

https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia

https://brasilescola.uol.com.br/biologia

http://nascecme.com.br/

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