Emilio Mira y López (2)

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Emilio Mira y López

Introdução:
Emilio Mira y López nasceu em Santiago de Cuba em 24 de outubro de 1896, se
mudando ainda antes dos 2 anos para a Espanha com sua família após a derrota espanhola na
guerra contra os Estados Unidos. Em Barcelona se formou em Medicina e realizou doutorado
em Psiquiatria, antes de se mudar ao Brasil trabalhou em clínicas particulares e populares,
vindo a falecer no Rio de Janeiro dia 16 de fevereiro de 1964.

Formação acadêmica e trabalho


Mira y López graduou-se aos 20 anos e com apenas três anos de sua formação,
assumiu a chefia da seção de Psicologia do Instituto de Orientação Profissional de Barcelona e
alguns anos depois, se tornou diretor do Instituto de Psicologia de Barcelona e no mesmo ano
casou-se com Dª. Pilar Campins, com quem teve 3 filhas. Emilio também se dedicou ao estudo
das linguagens, obtendo diplomas em francês, inglês e alemão que lhe permitiu ser o primeiro
a traduzir as obras de Freud do alemão ao espanhol, assim como outras obras psiquiátricas.
Emilio também atuou como redator do jornal do Partido Socialista em qual fazia parte.
Durante a posterior guerra civil espanhola, Emilio Mira y López se tornou chefe dos
Serviços Psiquiátricos do Exército Republicano e iniciou as investigações que resultaram na
criação de seu famoso PMK (Psicodiagnóstico Miocinético).
Com os republicanos perdendo a guerra na Espanha, Emilio exilou-se e iniciou um
período de viagens aos países: França, Inglaterra, Estados Unidos, Cuba, Argentina e Uruguai,
onde durante esse período divorciou-se de sua antiga esposa e casou-se com Alice Madeleine
Galland.

Emilio Mira y López, sua vinda ao Brasil e falecimento.


Emilio Mira y López veio ao Brasil pela primeira vez quando fez conferências e ministrou
cursos a convite do DASP (Departamento de Administração do Serviço Público) e de outras
instituições, participou também, a convite da Universidade de São Paulo e algumas outras
universidades, para palestras sobre psicologia aplicada ao trabalho, métodos de pesquisa da
personalidade (com ênfase no PMK), problemas de psicologia jurídica e emoções.
Em 1946, atuou na criação do COJ (Centro de Orientação Juvenil) sendo uma das
instituições pioneiras no atendimento clínico e orientação psicológica de jovens fundadas no
Brasil. Em 1947 foi convidado pela Fundação Getúlio Vargas para a criação do Instituto de
Seleção e Orientação Profissional (Isop), onde se mudou definitivamente com a sua esposa
para o Brasil, no Rio de Janeiro.
Apesar da sua mudança ao Brasil, Mira y López permaneceu com sua carreira
internacional e através da sua presença, permitiu que o Brasil participasse pela primeira vez
do IUPsyS (International Union of Psychological Science).
Mira y López veio a falecer em 1964, deixando algumas contribuições para a psicologia
no mundo e no Brasil através de suas obras.

Principais contribuições
Mira Y López foi um dos psicólogos mais importantes e influentes para a criação do
ISOP (Instituto de Seleção e Orientação Profissional) que ajudou no Brasil na formação e no
desenvolvimento da psicologia aplicada.
“o Instituto de Seleção e Orientação Profissional, da Fundação Getúlio Vargas, surgiu
das
necessidades da comunidade brasileira, no momento em que já se entremostrava, na
esfera do
Governo, o interesse pelo problema da produtividade, nas condições de eficiência em
que esta
deve ocorrer para cumprir seus mais altos objetivos econômicos e sociais.” (FREITAS,
1973, p. 1)
Outra contribuição do psiquiatra, foi a sua criação do Psicodiagnóstico Miocinético ou
PMK, que é um teste psicológico que avalia características estruturais e reacionais de
personalidade. Ele é utilizado como um dos principais instrumentos de avaliação psicológica
em concursos públicos da área de segurança pública em algumas cidades do Brasil e na
avaliação psicológica para obtenção de Carteira Nacional de Habilitação.
O PMK propõe que, partindo da análise de tensões musculares involuntárias dos
braços, revela as tendências fundamentais da reação do indivíduo por suas peculiaridades e
características temperamentais.
O Psicodiagnóstico Miocinético surgiu como uma maneira de Mira y López para
conseguir diagnosticar dificuldades da sociedade da época e com isso conseguirem se
aperfeiçoar.

Bibliografia
Dentro de sua vida, Emilio Mira Y lópez publicou mais de 30 livros e catalogou cerca de 200
trabalhos científicos, destacam se:

El Psico-Anàlisi (1926);
Manual de psicología jurídica (1932);
Manual de psiquiatría (1935);
Psicoterapia; Psicopatología dels estats passionals (1938);
Psicología evolutiva del niño y el adolescente (1941);
Los fundamentos del psicoanálisis (1943);
Cuatro gigantes del alma. El miedo, la ira, el amor y el deber (1947);
Conclusão
Dentro da história da psicologia brasileira, o nome de Emilio Mira y López se tornou
notável, pela sua influência e contribuição dentro do país, com suas obras e pesquisas
profissionais dentro do país. O autor inclusive, participou do Isop até o fim de sua vida,
auxiliando profissionais sobre a psicologia no ambiente escolar.

Psicologia da época

Emilio terminou sua formação escolar básica e a graduação em Medicina em 1917, de acordo
com Pessotti (1988), durante o período institucional da psicologia, período que foi determinado
institucional quando foi criado um curso de psicologia na Universidade de São Paulo.
Durante esse período de profissionalização, a psicologia recebeu contribuição principalmente
de dois campos do conhecimento, a educação e a medicina, e se aproximou primeiramente da
educação. A Reforma Benjamim Constant (1890) incorporou a disciplina de psicologia nos
currículos das Escolas Normais (Soares, 1979), o que foi importante para a profissionalização
da psicologia, pois deu início ao processo de institucionalização dela no Brasil. Em 1906, no
Pedagogium, instituição que funcionou inicialmente como um museu pedagógico, tornando-se,
em 1897, um centro de cultura superior , o primeiro Laboratório de Psicologia Experimental foi
criado no Brasil. (Lourenço Filho, 1955/1994; Penna, 1992). Por conta disso, a inclusão da
disciplina de Psicologia na formação da professora normalista (1890) e a criação do primeiro
laboratório experimental em educação são consideradas marcos do processo de
profissionalização da psicologia no Brasil.
Em termos de formação, a década de 1930 representou um marco importante para a história
da profissionalização da psicologia. Durante esse período, aumentou-se o conhecimento da
importância da ciência psicológica, devido à disciplina de Psicologia tornar-se obrigatória em
muitos cursos. Em 1934, foi inaugurada, na Faculdade de Filosofia da Universidade de São
Paulo (USP), a disciplina de Psicologia Geral e a disciplina deixou de ser eletiva, tornando-se
obrigatória durante os três anos dos cursos de Filosofia, Ciências Sociais e Pedagogia e em
todos os cursos de licenciatura (Pessotti, 1988).

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