Lista 07 - Direito Penal
Lista 07 - Direito Penal
Lista 07 - Direito Penal
Hoje iremos resolver questões sobre os seguintes tópicos do seu edital da disciplina
de Direito Penal: Aplicação da lei penal; princípios da legalidade e da anterioridade;
lei penal no tempo e no espaço; tempo e lugar do crime; lei penal excepcional,
especial e temporária; territorialidade e extraterritorialidade da lei penal; contagem
de prazo; Interpretação da lei penal; analogia; Irretroatividade da lei penal. Temas
que são de grande relevância para a sua prova. Então se acomode na cadeira,
pegue o seu café e vamos dar mais um passo rumo a sua aprovação.
#DesistirJamais
DIREITO PENAL
03. Considere que tenha sido cometido um homicídio a bordo de um navio petroleiro de uma
empresa privada hondurenha ancorado no porto de Recife – PE. Nessa situação hipotética,
A) o comandante do navio deverá ser compelido a tirar, imediatamente, o navio da área territorial
brasileira e o crime será julgado em Honduras.
B) o crime será apurado diretamente pelo Ministério Público brasileiro, dispensando-se o inquérito
policial, em função da eventual repercussão nas relações diplomáticas entre os países envolvidos.
C) a investigação e a punição do fato dependerão de representação do comandante do navio.
D) nada poderá fazer a autoridade policial brasileira: navios e aeronaves são extensões do território
do país de origem, não estando sujeitos às leis brasileiras.
E) caberá à autoridade policial brasileira instaurar, de ofício, o inquérito policial para investigar a
materialidade e a autoria do delito, que será punido conforme as leis brasileiras.
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D) Um crime praticado contra a vida ou a liberdade do Presidente da República, se cometido no
estrangeiro, ficará sujeito à legislação do país em que tenha ocorrido.
E) Ao crime cometido no território nacional aplica-se a lei brasileira, sem possibilidade de aplicação
de qualquer tratado ou regra de direito internacional.
08. De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta acerca do tempo e lugar do crime:
A) Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu a ação ou omissão, bem como
quando se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
B) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, ainda que outro
seja o local do resultado.
C) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
D) Considera-se praticado o crime no lugar da ação ou, em caso de omissão, apenas no local do
resultado.
E) Para fins penais, o tempo e o lugar do crime são idênticos.
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10. A impossibilidade da lei penal nova mais gravosa ser aplicada em caso ocorrido anteriormente
à sua vigência é chamada de:
A) princípio da ultra-atividade da lei nova.
B) princípio da legalidade.
C) princípio da irretroatividade.
D) princípio da normalidade.
E) princípio da adequação.
11. Acerca da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa correta.
A) Se um funcionário público a serviço do Brasil na Itália praticar, naquele país, crime de corrupção
passiva (art. 317 do Código Penal), ficará sujeito à lei penal brasileira em face do princípio da
extraterritorialidade.
B) O ordenamento jurídico-penal brasileiro prevê a combinação de leis sucessivas sempre que a
fusão puder beneficiar o réu.
C) Na ocorrência de sucessão de leis penais no tempo, não será possível a aplicação da lei penal
intermediária mesmo se ela configurar a lei mais favorável.
D) As leis penais temporárias e excepcionais são dotadas de ultra atividade. Por tal motivo, são
aplicáveis a qualquer delito, desde que seus resultados tenham ocorrido durante sua vigência.
12. Considere hipoteticamente que uma nova lei reduza a pena mínima de determinada infração
penal. Mesmo havendo o trânsito em julgado, se o agente já não tiver cumprido a pena que lhe fora
imposta, a lex mitior será aplicada. Nessa hipótese, trata-se de caso de:
A) abolitio criminis.
B) princípio da continuidade normativo-típica.
C) novatio legis in pejus.
D) abolitio criminis temporalis.
E) novatio legis in mellius.
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Está correto o que se afirma APENAS em
A) II, III e IV.
B) I, II e IV.
C) I e II.
D) III e IV.
E) I e III.
15. A respeito do lugar do crime, o Código Penal brasileiro estabelece, em seu art. 6.º: “Considera-
se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Pelo exposto, e a respeito das teorias que
buscam estabelecer o lugar do crime, assinale a alternativa correta.
A) Pela teoria do resultado ou do evento, o lugar do crime é aquele em que o crime se consumou,
pouco importando o local da prática da conduta.
B) Pela teoria da ubiquidade, o lugar do crime será, tão somente, aquele em que foi praticada a
conduta comissiva ou omissiva.
C) Segundo a doutrina nacional, o Código Penal adotou, em seu artigo 6.º, a chamada teoria do
resultado.
D) Pela teoria da atividade ou do resultado, o lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta
comissiva ou omissiva.
E) Pela teoria do resultado, o lugar do crime é aquele em que se produziu ou se deveria produzir o
resultado, bem como o local em que fora perpetrada a conduta comissiva ou omissiva do agente.
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A) Aplicar-se-á aos crimes praticados no período em que esteve em vigor, embora decorrido o
prazo de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, mesmo que ainda não
tenha sido instaurada a ação penal.
B) Se a sua vigência cessar no curso da execução penal, considera-se o sentenciado beneficiário
de anistia, ficando excluídos todos os efeitos da decisão condenatória, inclusive o de servir de
pressuposto para a reincidência.
C) Aplica-se aos fatos ocorridos em data anterior à sua entrada em vigor, pois sendo lei excepcional
é dotada de ultra-atividade, devendo retroagir para atender à proteção do bem jurídico almejada
com a sua edição.
D) Se cessar sua duração no curso da ação penal, o réu deverá ser absolvido porquanto o fato
será atípico, visto que a lei penal incriminadora foi banida pela abolitio criminis.
E) Considerando-se que o direito penal adota a teoria da ubiquidade, cessada a vigência da lei
excepcional, o agente somente será responsabilizado se a infração penal inserir-se no conceito
dos crimes habituais, pois a conduta teve início quando ela era vigente e perdurou após sua
revogação.
19. Rodrigo praticou no exterior crime sujeito à lei brasileira, de forma incondicionada, e foi
condenado a 1 ano de reclusão no exterior e a 2 anos de reclusão no Brasil. Cumpriu a pena no
exterior e voltou ao Brasil, tendo sido preso em razão do mandado de prisão expedido pela justiça
brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior
A) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção pecuniária.
B) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será objeto de nova
dosimetria.
C) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito ao cumprimento da
pena imposta no Brasil.
D) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais 1 ano de
reclusão.
E) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos de reclusão
impostos pela justiça brasileira.
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GABARITO COMENTADO
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04. Resposta – Letra C
Atenção com esse hábito dos examinadores em tentar te enganar solicitando que você
marque a assertiva incorreta. E nesse sentido, a novatio legis in mellius retroage sim,
inclusive atingindo casos em que já houve o trânsito em julgado da decisão condenatória.
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07. Resposta – Letra A
A lei temporária representa uma exceção à regra geral da retroatividade da lei penal
mais benéfica. Ficará encarregada de reger os fatos praticados durante o período, senão
restaria esvaziada de conteúdo. Assim, sendo necessária a repressão penal por
circunstâncias determinadas, a lei temporária será aplicada ao período, mesmo após a
cessação da sua vigência.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
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10. Resposta – Letra C
Art. 5° XL da CF: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
I – CERTA: Item correto, pois a analogia é uma forma de integração da lei penal, e é
considerada “auto-integração” porque se trata de integração da lei por meio de outra lei
(e não por algo externo, como os costumes).
II – CERTA: Item correto, pois na analogia, por não haver norma que regulamente o
caso, o aplicador do Direito se vale de uma outra norma, semelhante, de forma a aplicá-
la ao caso concreto, a fim de que este não fique sem solução.
III – ERRADA: Item errado, pois isso seria o que se chama de analogia in malam partem,
que é vedada em Direito Penal.
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IV – CERTA: A analogia não pode ser aplicada contra texto expresso de lei, pois só tem
cabimento na hipótese de AUSÊNCIA de lei regulamentando a situação.
Várias são as teorias que buscam estabelecer o lugar do crime. Destacam-se três:
A) ERRADA: A lei penal, em regra, não retroage, salvo quando for para beneficiar o réu.
Art. 5º, XL, da CF, Art. 2º, § único do CP. Dá-se o nome de retroatividade benéfica.
B) ERRADA: No direito penal a analogia "in bonam partem" é permitida, o que se veda
é a analogia "in malam partem".
C) ERRADA: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado. Art. 4º do CP.
D) CERTA: De acordo com o art. 6º do CP. Lugar do crime - teoria da ubiquidade.
E) ERRADA: Art. 7º do CP, extraterritorialidade condicionada. Este dispositivo descreve
situações em que a lei brasileira se aplica a fatos que não foram praticados dentro do
território nacional, mas que ainda assim o Brasil se reserva ao direito de julgá-los.
Contagem de prazo
Tal regra é aplicável aos prazos de natureza penal, isto é, aqueles que possuem
ligação com a liberdade do acusado ou com o exercício da punibilidade estatal, como,
por exemplo, os prazos de decadência, prescrição ou contagem da pena. Quanto aos
prazos de natureza processual penal, isto é, aqueles que se referem ao exercício de
alguma faculdade processual, aplica-se as regras do artigo 798, § 1º do Código de
Processo Penal.
A) ERRADA: Nos prazos de natureza penal, o dia do começo está incluído no cômputo
do prazo, conforme consta no já citado artigo 10 do Código Penal.
B) CERTA: Frações não computáveis da pena: Art. 11 - Desprezam-se, nas penas
privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
multa, as frações de cruzeiro.
C) ERRADA: Os prazos são contabilizados pelo calendário comum (que, realmente, é o
gregoriano), porém, os anos possuem 365 dias e os meses possuem de 28 a 31 dias.
D) ERRADA: Não há qualquer previsão legal para suspensão de prazos em feriados.
E) ERRADA: Os prazos de natureza penal não são prorrogados quando se esgotam em
dias não úteis.