infecção hospitalar - bom
infecção hospitalar - bom
infecção hospitalar - bom
NITERÓI - RJ
2016
CLARIANA ROSA DE OLIVEIRA
Orientadora:
PROF ª DR ª MARILDA ANDRADE
Co-orientador:
PROF. ME. PEDRO PAULO CORRÊA SANTANA
Niterói - RJ
2016
CLARIANA ROSA DE OLIVEIRA
BANCA EXAMINADORA
Niterói
2016
O 48 Oliveira, Clariana Rosa de.
Análise da assertividade na aplicação da técnica de
higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem
da pediatria do Hospital Universitário Antônio Pedro
(HUAP). / Clariana Rosa de Oliveira. – Niterói: [s.n.], 2016.
54 f.
CDD 614
"O mundo é um lugar perigoso de se viver,
não por causa do mal, mas sim por causa
daqueles que observam e deixam o mal acontecer"
Albert Einstein
A todos os profissionais da saúde que exercem sua
profissão de maneira exemplar e, acima de tudo,
com dedicação e respeito ao próximo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por ser meu maior porto seguro, onde encontro forças para
sempre seguir em frente e nunca desistir. Apesar de todas as dificuldades encontradas pelo
caminho, foi com minha fé que decidi superá-los e vencê-los.
À minha orientadora Marilda Andrade e meu co-orientador Pedro Paulo Santana que
acreditaram em meu potencial e me deram a oportunidade de realizar esse trabalho. Além de
companheiros na minha formação acadêmica, os levo comigo como amigos para a vida.
Aos meus avós, Luiz (in memoriam) e Paulina, que sempre torceram por mim e por me darem
todo o carinho que precisava.
À minha mãe, Ana, e meu pai, Jaime, por me fornecerem todo o apoio emocional para
começar e continuar nessa longa caminhada. Além de serem os responsáveis por eu ser quem
sou hoje. Obrigada por me ensinarem os verdadeiros valores da vida, e por me tornarem uma
pessoa melhor a cada dia.
Aos meus irmãos, Caio e Carolina (in memoriam), pelo amor incondicional e por serem meus
companheiros de toda vida. Obrigada por aguentarem meus momentos de estresse e por
compartilharem comigo os momentos de alegria.
À minha fiel companheira, minha cadela Mel, por compreender minhas idas e vindas e por
sempre me receber com muito carinho a cada vez que eu chegava.
À minha cunhada, Maria Clara Salomão, por ser minha amiga e confidente; e por fazer os
momentos de aflição ficarem mais leves. Obrigada por me ajudar nessa jornada e me
acompanhar nas horas difíceis e nos momentos de alegria.
As amigas de infância, Maria Clara e Roberta, que apesar de não estarmos juntas todo o
tempo, estão sempre presentes no meu coração. Obrigada por fazer da minha infância um
momento especial, e por dividir comigo as novas experiências da vida.
A todos os meus amigos da faculdade que se tornaram minha nova família ao longo desses
anos, em especial Daniela, por ser minha irmã do coração. Obrigada por me aturarem,
principalmente naqueles dias em que pensava em desistir, obrigada por me fazerem continuar.
Vocês são um motivo importante por eu ter seguido em frente e chegado até aqui.
RESUMO
As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema grave e um grande
desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. A
Higienização das Mãos tem sido demonstrada em diversos manuais e artigos como uma
medida simples, barata e individual que traz grandes benefícios acerca do controle de
transmissão de infecção. No entanto, em diversos estudos já publicados, nota-se que essa
prática ainda é pouco aderida pelos profissionais de enfermagem, que são os que se encontram
em maior contato com os pacientes. Portanto, este trabalho trata-se de uma observação não
participante na Enfermaria de Pediatria de um Hospital Universitário no município de Niterói
– RJ. O objetivo geral é descrever como se dá o processo de higienização das mãos pela
equipe de enfermagem da Pediatria do HUAP. E os objetivos específicos são: observar a
execução da higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem da Pediatria do
HUAP; discutir os passos de higienização das mãos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética do Hospital Universitário Antônio Pedro sob nº 47695515.4.0000.5243. A coleta de
dados foi realizada em três momentos, respeitando os critérios de inclusão e exclusão dos
participantes. No primeiro momento houve o diagnóstico do setor, seguido do contato com os
participantes e entrega do TCLE. Com a anuência do Termo de Consentimento, iniciou-se a
observação não participante, através da aplicação do check-list. Após a coleta, os dados foram
agrupados, contabilizados e para uma melhor visualização, expostos em gráficos e tabelas. Os
resultados foram divididos em quatro categorias para uma melhor distribuição. Através dos
resultados, pode-se observar que a equipe de enfermagem deixa de realizar a lavagem das
mãos em momentos importantes para prevenir a transmissão de microrganismos,
principalmente antes de entrar em contato com o paciente. Além disso, não realizam a técnica
de forma assertiva para garantir uma adequada higienização das mãos. No setor não havia
escassez de material que justificasse as ausências. Com isso, este trabalho espera contribuir
para uma maior conscientização à aderência à técnica de lavagem das mãos, para que assim
haja um maior índice de controle e prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde.
Health care associated infections are a major problem and a huge challenge, requiring
effective prevention and control from health services. Hand hygiene has been demonstrated in
several books and articles as a simple, inexpensive and individual measure which brings great
benefits related to the transmission of infection control. However, in many published studies ,
it is noted that this practice is still not adhered to by nursing professionals, who are the ones
who are most in contact with patients. Therefore this work it is a non- participant observation
in the pediatric ward of a university hospital in the city of Niterói - RJ. The overall objective
is to describe the process of hand hygiene by the nursing staff of the Pediatrics of HUAP. The
specific objectives are the observation of the implementation of hand hygiene by HUAP
Pediatric nursing professionals; discuss the steps of handwashing. The study was approved by
the University Hospital Antonio Pedro’s Ethics Committee under No. 47695515.4.0000.5243.
Data collection was carried out in three stages , respecting the criteria for inclusion and
exclusion of participants. At first there was the diagnosis of the sector, followed by contact
with the participants and delivery of consent terms. The acceptance of the consent terms was
followed by starting the non-participant observation by applying the check-list. After
collection, the data were grouped , and accounted for a better view , displayed in graphs and
tables. The results were divided into four categories for better distribution. From the results ,
it can be observed that the nursing team fails to perform handwashing at key times to prevent
transmission of microorganisms , especially before contact with the patient. Besides, nursing
professionals do not carry out assertively technique to ensure proper hand hygiene. In the
unity there was no shortage of material that could justify absences. Finally, this work hopes to
contribute to a greater awareness of adherence to the washing technique of hands, in order to
achieve greater control of content and prevention of infection related to health care
1. INTRODUÇÃO, p. 13
1.1 OBJETIVOS, p. 14
1.1.1 OBJETIVO GERAL, p. 14
1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO, p. 15
1.2 JUSTIFICATIVA, p. 15
1.3 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO, p. 16
2. REVISÃO DE LITERATURA, p. 18
2.1 INFECÇÕES HOSPITALARES, p. 18
2.2 INFECÇÕES HOSPITALARES EM CRIANÇAS, p. 20
2.3 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR, p.22
2.4 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, p. 22
2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PEDIATRIA E CONTROLE DE
INFECÇÕES, p. 25
3. METODOLOGIA, p. 28
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA, p. 28
3.2 CENÁRIO DA PESQUISA, p. 28
3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA, p. 29
3.4 ASPECTOS ÉTICOS, p. 29
3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA, p. 30
3.6 COLETA DE DADOS, p. 31
3.7 ANÁLISE DE DADOS, p. 31
3.8 LIMITAÇÃO DO ESTUDO, p. 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES, p. 33
4.1 PRIMEIRA CATEGORIA: DIAGNÓSTICO DO SETOR – SUJEITOS DA
PESQUISA, p. 34
4.2 SEGUNDA CATEGORIA: DIAGNÓSTICO DO SETOR – MATERIAIS E
INSUMOS, p. 35
4.4 TERCEIRA CATEGORIA: ASSERTIVIDADE DA TÉCNICA DE LAVAGEM
DAS MÃOS, p. 36
4.5 QUARTA CATEGORIA: MOMENTOS DA LAVAGEM DAS MÃOS, p. 39
5. CONCLUSÃO, p. 41
6. OBRAS CITADAS, p. 43
7. OBRAS CONSULTADAS, p. 47
8. APÊNDICES, p. 48
8.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p. 48
8.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA - CHECK-LIST, p. 49
9. ANEXOS, p. 51
9.1 PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA, p. 51
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
II. Tabela nº 02: Quantidade de materiais disponíveis em cada ala do setor de Pediatria, p.
36
III. Gráfico nº 01: Enumeração dos passos de higienização das mãos e frequência dos
enfermeiros que os executaram, p. 38
IV. Gráfico nº 02: Enumeração dos passos de higienização das mãos e frequência dos
técnicos de enfermagem que os executaram, p. 38
V. Tabela nº 03: Momentos de lavagem das mãos realizados pelos enfermeiros e técnicos
de enfermagem, p. 39
LISTA DE SIGLAS
IH – Infecção Hospitalar
FA – Frequência Absoluta
FR – Frequência Relativa
1 INTRODUÇÃO
Na análise feita sobre estudos anteriormente publicados, percebe-se que grande parte
dos profissionais de enfermagem deixa de realizar a lavagem das mãos em momentos
imprescindíveis, assim como não a realizam dentro da técnica preconizada segundo o manual
da ANVISA, como, por exemplo, o Manual de Segurança do Paciente: Higienização das
Mãos. Tal medida que é individual e essencial, tanto para a segurança do paciente quanto para
a segurança do próprio profissional, é deixada de lado por diversos fatores (SANTOS et al.,
2014).
Alguns dificultadores da adesão à higienização das mãos, foram apontados: a pressa e
a falta de tempo desses profissionais (SANTOS et al., 2014). Desse modo, é essencial que
haja profissionais suficientes para manter uma assistência de qualidade, para que não haja
sobrecarga e falta de tempo para medidas tão importantes (PEREIRA et al., 2013); além de
manter uma boa qualidade dos materiais que se fazem necessários para tal prática.
Sabe-se que as infecções são importantes causas de mortalidade, assim como de maior
tempo de internação e elevação de custos relacionados à saúde (SANTOS et al., 2014). Para
tanto, faz-se necessário a implementação de medidas que visem aumentar os meios de
controle e prevenção de infecção.
Foi instituída, em 2012, a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções
Relacionadas à Assistência a Saúde (CNCIRAS) por meio da Portaria 158, com a finalidade
de assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas e
medidas para prevenção e controle de Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (IRAS)
(BRASIL, 2013).
Como objeto de estudo tem-se a assertividade da higienização das mãos pelos
profissionais de enfermagem da Pediatria do HUAP. Para tanto, a questão norteadora dessa
pesquisa é: a equipe de enfermagem da Pediatria do Hospital Universitário Antônio Pedro –
HUAP executa corretamente a técnica de lavagem das mãos?
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
Além disso, o fato do estudo estar sendo realizado no setor de Pediatria torna-se
essencial, uma vez que as crianças são uma classe de pacientes que são mais suscetíveis a
adquirir infecções. Isso se dá por causa da falta de maturidade do sistema imunológico, o que
torna as crianças mais vulneráveis (RIZZON, 2011, p.13).
Como contribuição deste estudo, têm-se a assistência, ensino e pesquisa. Para uma
melhor assistência prestada aos pacientes, visando também uma maior segurança durante a
prestação de serviços pela equipe de enfermagem, sendo necessário um conhecimento
aprimorado sobre a questão abordada; para assim assegurar a minimização de riscos de
infecção cruzada.
Em relação ao ensino, é importante lembrar que o cenário de pesquisa trata-se de um
Hospital Universitário, onde o contato da equipe de enfermagem com os alunos da graduação
é constante. Portanto, a equipe precisa servir de exemplo na assistência segura ao paciente, no
disseminar e implementar medidas de controle e prevenção de infecção no âmbito hospitalar.
Ainda, com este estudo, pretende-se contribuir também na conscientização da
importância de se aderir às medidas de controle e prevenção de infecções relacionadas à
assistência à saúde, ampliando assim o conhecimento sobre o assunto em questão. E em como
uma medida barata e individual, como a devida higienização das mãos, é essencial no
combate dessas infecções.
Para a instituição onde serão coletados os dados, espera-se contribuir para a
elaboração e realização de atividades educativas que conscientizem e aumentem à adesão à
técnica de lavagem das mãos. Mostrando a importância da mesma tanto para a segurança do
paciente quanto para a segurança do próprio profissional de saúde. Além de abranger
orientações também para os acompanhantes. Como produto deste estudo, tem-se a construção
de um indicador de lavagem das mãos para equipe de enfermagem da Pediatria do HUAP.
Como contribuição à avaliação de serviço, tem-se que com as devidas precauções,
sejam elas simples e baratas, como a higienização das mãos, pode-se evitar grande parte das
infecções hospitalares, evitando assim um maior tempo de internação do paciente; o que
evitaria um maior gasto para a instituição.
Para o setor em que o estudo foi realizado, espera-se contribuir para uma maior adesão
à higienização das mãos pelos profissionais de enfermagem, uma vez que são eles que estão
em contato direto com os pacientes. Assim, por meio da conscientização desses profissionais
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
das mãos. Assim, a higienização de forma cuidadosa e frequente das mãos, promove o
controle das infecções hospitalares, proporcionando uma maior segurança e qualidade da
atenção prestada ao paciente (PRIMO et al., 2010).
Para tanto, a prática em questão tem a finalidade de remoção de sujidades, suor,
oleosidade, pelos e células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo então a
transmissão de infecções que são efetivadas por meio do contato; além de auxiliar na
prevenção e redução de infecções por transmissões cruzadas (ANVISA, 2007).
O termo “Higiene das mãos”, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – ANVISA, engloba a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica
das mãos com preparação alcoólica e a antissepsia cirúrgica das mãos (ANVISA, 2007). O
mesmo manual traz as seguintes técnicas:
- Higiene simples das mãos: possui a finalidade de remover os microrganismos que
colonizam as camadas superficiais da pele, retirando a sujidade; é o ato de higienizar as mãos
com água e sabonete comum, sob a forma líquida. Duração do procedimento: 40 a 60
segundos.
- Higiene antisséptica das mãos: possui a finalidade de promover a remoção de
sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos; é o ato de higienizar
as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico. Duração do procedimento: 40 a
60 segundos.
- Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: tem a finalidade de reduzir
a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades); é feita a aplicação de preparação
alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em
água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos. Duração do procedimento: 20 a
30 segundos.
- Antissepsia cirúrgica das mãos: tem finalidade de eliminar a microbiota transitória da
pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do
profissional. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias
e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico. Duração do Procedimento: de 3 a 5
minutos.
Algumas recomendações como, manter as unhas naturais, limpas e curtas; não usar
unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes; evitar o uso de esmaltes nas
unhas; evitar a utilização de anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir ao paciente;
aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual), diariamente, para evitar ressecamento da
24
pele; fazem com que o processo de higiene das mãos seja efetuado de uma melhor maneira
(BRASIL, 2009).
Essa prática, além de ser um importante indicador de qualidade dos serviços de saúde
para a segurança do paciente, é considerada a medida individual mais simples e eficaz na
prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde e a disseminação de
microrganismos multirresistentes (PRADO et al., 2013).
De acordo com Garcia et al. (2013, p.46),
(...) a prevenção e controle das IH envolve toda a equipe de saúde, inclusive quanto
ao cumprimento das normas de proteção ao paciente, ressaltando a lavagem das
mãos pelos profissionais como medida mais importante de evitar a transmissão de
microrganismos de um paciente para outro; o uso de luvas para proteção individual e
para redução da possibilidade de microrganismos das mãos dos profissionais
contaminarem o campo operatório, (...). A IH representa uma preocupação não
apenas dos órgãos da saúde competentes, mas também de ordem social, ética e
jurídica frente as implicações na vida dos pacientes e o risco a que estão submetidos.
Apesar da prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde no momento certo
e da maneira correta ser um importante auxiliador para a redução da disseminação da infecção
no ambiente de saúde e prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e
suas consequências, esta medida ainda possui um baixo índice de adesão da equipe de saúde
(ANVISA, 2013).
Diversos estudos vêm demonstrando até agora a importância da medida de
conhecimentos, riscos, atitudes e percepções dos profissionais acerca da higienização das
mãos como medida preventiva de infecções relacionadas à saúde em qualquer nível
assistencial (PÉREZ et al., 2015).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma proposta para a
higienização das mãos que se baseia em cinco momentos durante a prestação de cuidados, que
são: 1. Antes de contato com o paciente; 2. Antes da realização de procedimentos (limpos e
assépticos); 3. Após risco de exposição a fluídos corporais; 4. Após contato com o paciente; 5.
Após contato com as áreas próximas ao paciente (ANVISA, 2013).
O descumprimento da prática de higienização das mãos é apontado por algumas razões
como a falta ou localização não acessível de equipamentos necessários para a prática ou a não
disponibilização de suprimentos e produtos imprescindíveis para a higienização das mãos,
além da falta de cultura institucional para a prática e ausência de liderança administrativa para
estimular a adesão ou punir aqueles que a negligenciam (PRADO et al., 2013).
De acordo com o manual da ANVISA “Segurança do Paciente: Higienização das
Mãos” (2009, p.62-63), a técnica correta de lavagem das mãos é a seguinte:
25
Visando melhorar a adesão à higienização das mãos, a OMS, desde 2008, estimula a
implantação da estratégia multimodal, a qual é constituída por: adequação da estrutura da
instituição com a disponibilização de pias, sabonete, papel toalha e solução alcoólica;
treinamento e educação regular das equipes; avaliação periódica da higienização das mãos
com feedback para os profissionais; utilização de cartazes atuando como lembretes para os
profissionais e informativos para pacientes e visitantes (SANTOS et al., 2014).
3 METODOLOGIA
abrangência atinge uma população estimada em mais de dois milhões de habitantes e, pela
proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, atende também parte da população desse
município.
O Hospital é separado por andares, contendo oito andares ao todo, que contém os
seguintes setores: ambulatório, banco de sangue, emergência, lavanderia, almoxarifado,
Serviço de Infectologia, central de exames radiológicos, setor de diálise, centro cirúrgico,
Centro de Terapia Intensiva, Unidade de Terapia Intensiva Coronariana, laboratório de
patologia clínica, enfermaria de hematologia, enfermaria de ortopedia, enfermaria de
pediatria, enfermaria clínica e enfermaria cirúrgica masculina, enfermaria clínica e a
enfermaria cirúrgica feminina e maternidade contendo Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal, alojamento conjunto, sala de parto, enfermaria pré-natal. O setor escolhido foi a
Enfermaria de Pediatria.
Antes de ser iniciada a coleta de dados, esta pesquisa foi submetida à apreciação do
Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina/ Hospital Universitário Antônio
Pedro no dia 19/10/2015, tendo como CAAE o nº 47695515.4.0000.5243.
30
Após a aprovação do Comitê de Ética, a coleta de dados foi realizada em três etapas. A
primeira etapa ocorreu no mês de Novembro, onde foi realizado um diagnóstico in loco do
setor, atribuindo os critérios de inclusão e exclusão dos participantes. Após esta avaliação foi
escolhido o quantitativo de 10 sujeitos participantes, sendo aqueles que possuem maior
contato com os pacientes.
A segunda etapa da coleta de dados foi realizada através do contato com os
participantes, apresentando o tema da pesquisa aos funcionários da Enfermaria de Pediatria,
com a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.
Após a concordância dos participantes com a assinatura do TCLE, a terceira etapa
ocorreu com a aplicação de um check-list previamente elaborado para observação não
participante, nos meses de Dezembro e Janeiro.
A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva, que é a etapa inicial
utilizada para descrever e resumir os dados. É o conjunto de métodos para organização,
apresentação e descrição de dados representativos do comportamento. Através desse meio de
análise, a estatística descritiva permite organizar e descrever os dados de por meio de tabelas
e gráficos. Tem como objetivo básico sintetizar uma série de valores de mesma natureza,
permitindo que se tenha uma visão global da variação desses valores (BARBETA, 1999).
Os dados foram agrupados e organizados. Optou-se pelo uso de gráficos e tabelas, que
proporcionam uma melhor visualização das informações coletadas através da observação não
participante. Na construção das tabelas utilizou-se frequência absoluta e frequência relativa
para indicar o quantitativo de sujeitos.
A frequência absoluta corresponde ao número de elementos pertencentes a uma classe.
Enquanto que a frequência relativa é determinada em porcentagem, dada pela relação entre a
frequência absoluta e o somatório dos valores. Assim, os sujeitos que realizaram as etapas
presentes no instrumento de pesquisa correspondem a frequência absoluta, e a frequência
relativa é o número de sujeitos da frequência absoluta representado por porcentagem sobre o
número de sujeitos totais.
Para uma melhor visualização e entendimento, os dados foram agrupados em quatro
categorias. A primeira categoria corresponde ao diagnóstico do setor, identificando o
32
Ao saberem que estão sendo observados, os profissionais poderão alterar seus hábitos
no setor, procurando manter a adequada técnica de higienização das mãos. Para eliminar tal
viés de pesquisa que poderá ter, optou-se por fazer a observação durante a disciplina de
Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente II, na qual exerço papel de monitora.
Assim, os profissionais não souberam em que momento estavam sendo observados,
fazendo com que a pesquisa fosse efetivada.
33
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
TOTAL 03 03 03
Para tanto, o quantitativo de materiais achados no setor foi o seguinte: 03 (três) pias,
sendo uma na enfermaria de pré-escolar, outra na enfermaria de escolar, e a terceira localizada
dentro do posto de enfermagem; em cada pia foi encontrado juntamente um dispensador de
sabonete e também um dispensador de papel toalha, totalizando 03 (três) dispensadores de
sabonete e 03 (três) de papel toalha.
Gráfico 1 - Enumeração dos passos de higienização das mãos e frequência dos enfermeiros
que os executaram.
Gráfico 2 – Enumeração dos passos de higienização das mãos e frequência dos técnicos de
enfermagem que os executaram
dorsos dos dedos, não foi visto sendo realizado por nenhum dos técnicos participantes da
pesquisa.
Técnicos de Técnicos de
Momentos de Enfermeiros Enfermeiros
enfermagem enfermagem
lavagem (FA) (FR)
(FA) (FR)
Antes do contato
1 33% 0 -----
com o paciente
Antes da realização
2 67% 0 -----
de procedimentos
Após a exposição a
3 100% 7 100%
fluidos corporais
Após o contato com
3 100% 7 100%
o paciente
Após o contato com
áreas próximas ao 3 100% 5 71%
paciente
40
5 CONCLUSÃO
Como recomendações para a melhor adesão à prática de higienização das mãos, tem-
se a educação permanente e continuada dos profissionais do setor acerca da importância da
prevenção de infecções hospitalares e disseminação de microrganismos, principalmente
através da técnica correta de higienização das mãos, além da colocação de cartazes em cada
pia com ilustrações além da escrita de como realizar essa prática.
Após a lavagem das mãos, a orientação de acordo com a ANVISA é de que as
torneiras que não são acionadas através de sensor devem ser fechadas com papel toalha. Isso
ocasiona um maior gasto de material, sendo, portanto, um empecilho na hora de se realizar o
fechamento das torneiras de forma correta. Para tanto, recomenda-se o uso de torneiras com
sensor para que seja reduzido o gasto de material e também para que se tenha uma maior
efetividade na lavagem das mãos, já que ao tocar a torneira para fechá-la perde-se o efeito da
higienização que acabou de ser realizada.
43
6 OBRAS CITADAS
BRASIL. Agência nacional de vigilância sanitária – ANVISA. RDC n°. 42, de 25 de outubro
de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para
fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 26 out. 2010.
CONTANDRIOPOULOS, A. P.; CHAMPAGNE, F.; POTIVIN, L.; DENIS, J.-L. & BOYLE.
Saber preparar uma pesquisa. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec, p. 90, 1994.
DUTRA, G.G.; COSTA, M.P.; BOSENBECKER, E.O.; LIMA, L.M.; SIQUEIRA, H.C.H.;
CECAGNO, D. Nosocomial infection control: role of the nurse. J. res.: fundam. care. online
2015. jan./mar. 7(1):2159-2168.
44
GARCIA, L.M.; CÉSAR, I.C.O.; BRAGA, C.A.; GEZIELLA SOUZA, G.A.A.D.; MOTA,
E.C. Perfil epidemiológico das infecções hospitalares por bactérias multidrogarresistentes em
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GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Rio Grande do Sul, 116p., 2009.
Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente. Rio de Janeiro (RJ):
ALERJ; 2004.
MENEGUETI, M.G.; CANINI, S.R.M.S.; RODRIGUES, F.B.; LAUS, A.M. Avaliação dos
Programas de Controle de Infecção Hospitalar em serviços de saúde. Rev. Latino-Am.
Enfermagem. jan.-fev 2015;23(1):98-105.
RIBEIRO, M.R.; REZENDE, E.M.; NEVES, F.C.; CLEMENTE, W.T.; SILVA SOUZA,
P.C.S.; BRANDÃO, G.S. Indicação de precauções de acordo com as vias de transmissão para
portadores de bactéria resistente e de doenças infectocontagiosas em uma unidade de
internação pediátrica. Rev. Min. Enferm.;12 (2): 162-166, abr./jun., 2008.
46
SILVA, F. M.; PORTO, T. P.; ROCHA, P. K.; LESSMANN, J. C.; CABRAL, P. F. A.;
SCHNEIDER, K. L. K. Higienização das mãos e a segurança do paciente pediátrico. Cienc.
enferm., Concepción, v.19, n.2, 2013.
7 OBRAS CONSULTADAS
LOCKS, L.; LACERDA, J.T.; GOMES, E.; TINE, A. C. P. S. Qualidade da higienização das
mãos de profissionais atuantes em unidades básicas de saúde. Rev. Gaúcha Enferm., Porto
Alegre, v.32, n.3, Sept. 2011.
8 APÊNDICES
Dados de Identificação
Título do Projeto: Análise da assertividade na aplicação da técnica de Higienização das Mãos pelos
Profissionais de Enfermagem do HUAP
Pesquisador Responsável: Prof.ª Drª Marilda Andrade
Coleta de dados: Clariana Rosa de Oliveira
Instituição: Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/ Universidade Federal Fluminense
Telefones para contato: 21- 965243277; 21- 99750-4234
Nome do Voluntário: _______________________________________________________
Idade: ______ RG:___________________
O Sr. (a) está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa intitulado Análise da assertividade na
aplicação da técnica de Higienização das Mãos pelos Profissionais de Enfermagem do HUAP com profissionais
de enfermagem do Hospital Universitário Antônio Pedro, de responsabilidade da Prof. Drª Marilda Andrade.
A pesquisa tem como objetivo observar a execução da técnica de lavagem das mãos por profissionais de
enfermagem do HUAP; e como específico descrever como se dá a realização desta técnica pela equipe de
enfermagem do HUAP; e possui como produto a criação de um indicador de lavagem das mãos.
Sua participação ocorrerá através de uma observação, que será não participante para preservar a execução das
tarefas. Caso necessite, poderão ser marcados encontros para respostas ou esclarecimentos de qualquer dúvida
acerca dos procedimentos, benefícios e outros relacionados â pesquisa. Os resultados da pesquisa serão tornados
públicos em trabalhos e/ou revistas científicas. A retirada do consentimento e permissão de realização do estudo
pode ser feita a qualquer momento, sem que haja prejuízos. Sua participação no projeto é voluntária, podendo se
retirar da pesquisa quando achar necessário. Garantiremos a confidencialidade das informações geradas e a
privacidade dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Tal pesquisa não terá nenhum risco para os participantes. Em
caso de qualquer dúvida acerca da pesquisa, os pesquisadores se colocam à disposição para saná-las.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em outubro de 2015, pelo número de
CAAE:47695515.4.0000.5243.
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Nome e assinatura do participante Testemunha
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Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento Testemunha
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9 ANEXOS