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Gestão de Clínicas
e Consultórios
Sumário
Capítulo 4 – Gestão de Clínicas e Consultórios......................................................................... 06
4.4.2 A empresa........................................................................................................................... 24
4.4.3 O mercado.......................................................................................................................... 25
4.4.4 As operações...................................................................................................................... 25
4.4.5 A organização.................................................................................................................... 26
4.4.8 Cronograma........................................................................................................................ 27
04
Capítulo4
Disciplina Gestão de Clinicas e
Consultórios
Introdução
Caro aluno, bem-vindo à Unidade 4 da disciplina de Gestão de Clínicas e Consultórios. Nesta
Unidade, abordaremos importantes conceitos de contabilidade financeira para embasar o
gestor em saúde na tomada de decisões. Vamos nos aprofundar na contabilidade gerencial,
especialmente no que diz respeito à gestão de custos. Discutiremos gestão e planejamento
estratégico e suas ferramentas e descreveremos aspectos importantes de um plano de negócios
a partir do diagnóstico situacional do mercado.
Mas, o que é contabilidade? É uma ciência que tem por objetivo o estudo qualitativo e quantitativo
do patrimônio das organizações. Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações das
entidades através de um sistema de informações e avaliações. Todas as movimentações no
patrimônio de uma entidade são registradas pela contabilidade, compondo relatórios, e os
resultados desses relatórios são analisados e embasam a tomada de decisões.
Quem são os usuários da contabilidade? São aqueles que buscam acessar os resultados
financeiros, ganhos de produtividade, arrecadação de tributos, por exemplo, de uma entidade.
Esses usuários podem ser externos ou internos da entidade/organização (BORBA e cols. , 2009):
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Gestão de Clínicas e Consultórios
•• Externos: instituições financeiras, sócios e acionistas, e o governo (especialmente no que diz
respeito à arrecadação tributária e políticas fiscais e de renda).
Fatos contábeis são ocorrências que alteram a composição do patrimônio, como, por exemplo:
recebimento de juros, comissões (aumentam o patrimônio), pagamentos de juros (diminuem o
patrimônio), etc.
Registros e
Processamento
análises
Demonstrações
Saída
financeiras
•• Captação: identificação dos fatos contábeis. Envolve a análise de documentos (notas fiscais,
recibos, contratos, etc.), coleta e classificação.
•• Acumulação: organização dos registros nas contas contábeis. Normalmente, para facilitar o
acesso a esses registros, as empresas utilizam sistemas informatizados.
•• Evidenciação: divulgação das informações contábeis aos usuários internos e externos por
diversos meios de comunicação.
Demonstrações contábeis devem ser elaboradas dentro do que indica a estrutura conceitual,
visando a fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas.
Para que a informação seja útil, ela precisa ter importância e ser apresentada com fidedignidade
ao que se propõe. Para isso, precisa apresentar características qualitativas fundamentais
(Padoveze, 2010):
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Gestão de Clínicas e Consultórios
Para auxiliar a decidir qual de duas alternativas de informações igualmente relevantes e
fidedignas deve ser representada, devem ser analisadas as características qualitativas de
melhoria da informação contábil. São elas (Padoveze, 2010):
GANHOS – bens ou serviços obtidos de forma anormal ou involuntária. Por exemplo: uma
doação de um bem.
Ativos são bens ou direitos controlados pela empresa e quantificáveis monetariamente, benefícios
presentes ou expectativa de benefícios para a entidade. Bens são tangíveis (equipamentos,
imóveis, mobiliário, etc.); direitos são intangíveis (conta corrente, seguro de carro, seguro
imobiliário, etc.). Os itens do ativo devem ser agrupados em ordem decrescente de liquidez
nas contas. Ele aumenta de valor pelo reconhecimento de uma receita e reduz de valor pelo
reconhecimento de uma despesa.
Passivo são obrigações da entidade com outras pessoas físicas ou jurídicas. Por exemplo, o
passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo e diminui de valor pelo pagamento
de uma receita.
•• Ativo circulante: registro de bens e direitos que serão transformados em dinheiro em curto
prazo – até 12 meses da data do balanço patrimonial. Exemplos: disponibilidades (dinheiro
em caixa, aplicações financeiras), realizáveis ou recebíveis (duplicatas a receber), estoque
(material de consumo da clínica em estoque) e outros direitos (empréstimos a receber).
•• Ativo não circulante: registro de bens e direitos que serão transformados em dinheiro
em prazo maior. Pode ser realizável em longo prazo (por exemplo, contas a receber em
longo prazo), pode ser ativo permanente (bens ou recursos que a entidade não pretende
transformar em dinheiro), pode ser investimento (ações, bens de renda) ou imobilizado
(bens tangíveis contabilizados pelo valor de aquisição).
Todo ativo representado por um bem tangível tem vida útil limitada por deterioração ou por se
tornar obsoleto. A perda de valor de um bem decorrente de seu uso é chamada depreciação.
O valor da despesa de depreciação é calculado dividindo o valor do custo do bem pelo prazo
de depreciação. As taxas de depreciação são definidas pela legislação.
•• Passivo circulante: registro das contas contábeis (recursos ou capital de terceiros) com
vencimento em até 12 meses. Exemplos: contas a pagar, empréstimos e impostos a pagar.
•• Passivo não circulante: registro das contas contábeis (recursos ou capital de terceiros)
com vencimento maior que 12 meses. Exemplos: contas a pagar a longo prazo e tributos
parcelados.
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Gestão de Clínicas e Consultórios
Patrimônio líquido representa os recursos próprios da entidade; seu valor é a diferença positiva
entre o valor do ativo e o valor do passivo. É separado das obrigações da empresa e só será
exigido se a empresa encerrar as atividades ou se um dos sócios se retirar.
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Disponível Fornecedores
Valores a receber Salários e encargos
Estoque Empréstimos
Financiamentos
Fonte: : http://cromg.org.br/errata-jornal-do-cromg-edicao-229.
Resumindo, é o balanço patrimonial que nos mostra se a empresa tem dinheiro suficiente para
continuar financiando seu próprio crescimento, e ainda permite análises como: há muito estoque?
O prazo de recebimento dos pagamentos dos clientes é razoável?
DRE hospital X
Findo em 31 de dezembro
2017 2016
Receita bruta de serviços 590.304 529.777
Serviços prestados ao sistema único de saúde - SUS 186.269 154.980
Serviços prestados ao instituto de previdência do estado 110.603 102.968
Serviços prestados a outras operadoras de planos de saúde 261.196 241.254
Serviços prestados a pacientes particulares 32.236 30.575
(-) Receitas glosadas e canceladas -9.777 -11.080
(=)Receita líquida de serviços (NOTA 1) 580.827 518.696
(-) Custo dos serviços prestados (NOTA 2) -616.163 -510.481
(=)(Prejuízo) Lucro bruto -35.336 8.216
(-) Despesas gerais e administrativas -18.840 -16.258
(+) Receitas patrimoniais/eventuais (NOTA 3) 23.525 3.826
(-) Contribuições sociais isentas -73.050 -58.879
(+) Benefício fiscal usufruido 73.050 58.879
(+) Lucro de outros serviços 7.382 7.727
(+) Doações e outras receitas 7.948 1.245
(-) Perdas de capital -4.35 15
(=)(Prejuízo) Lucro antes do resultado financeiro -15.757 4.772
(+) Receitas financeiras 15.214 6.247
(-) Despesas financeiras -18.771 -10.254
(+/-) Resultado financeiro -3.558 -4.008
(=)(Prejuízo) Lucro do exercício -19.315 764
Tabela 5 – DRE.
Fonte: autor.
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Gestão de Clínicas e Consultórios
As notas explicativas, conforme observado acima, completam a demonstração das informações
dos demonstrativos contábeis. Elas trazem informações sobre os critérios de cálculo dos itens e
detalham os valores apresentados, entre outros detalhamentos.
A Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre publica anualmente seu relatório
contábil-financeiro. Segue o link do relatório de 2016 para que você possa observar sua es-
trutura: https://www.santacasa.org.br/assets/images/content/relatorio/Relatorio_Anual_Bal-
anco_Social_2016.pdf
Você observará que, por se tratar de uma instituição sem fins lucrativos, não são utilizados os
termos lucro e prejuízo, e sim, déficit e superávit.
Impostos
Recebimento Saídas eventuais
Despesas
Fluxo
de
caixa
Salários
Vendas Fornecedores
Depreciação
Sócios
Aplicação
financeira
Imobilizado
Fonte: SEBRAE.
Operações
(+) Receitas recebidas 10.000
(-) Pagamento de fornecedores (5.000)
(-) Despesas operacionais pagas (3.000)
(=) Caixa gerado 2.000
Financiamentos
(+) Novos empréstimos bancários 2.000
(-) Amortização de financiamentos (1.000)
(=) Caixa após financiamento 3.000
Investimentos
(-) Aquisição de novos investimentos (500)
(=) Resultado de caixa no período 2.500
Quando o saldo do fluxo de caixa é negativo, deve-se realizar uma análise sobre as causas.
Isso pode se dar somente pelo fato da diferença de prazos entre recebimento e pagamento de
contas e a empresa não ter um planejamento com seu capital de giro. O mesmo pode ocorrer se
a empresa prestar mais serviços em um mês do que no outro; por isso, ter a reserva do capital
de giro é essencial. Faltas de caixa precisam ser avaliadas se podem estar ocorrendo em razão
das vendas estarem ocorrendo abaixo do ponto de equilíbrio. No próximo item, discutiremos
sobre gestão de custos e, consequentemente, falaremos de ponto de equilíbrio (COURA e cols,
2009).
Todo gestor em saúde precisa conhecer as principais peças demonstrativas contábeis e saber
interpretá-las. A correta interpretação embasa a tomada de decisão, para que esta seja
estratégica e segura visando ao alcance dos objetivos de suas organizações.
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Gestão de Clínicas e Consultórios
Imagine que você abrirá uma clínica de radiologia odontológica. Você precisará adquirir
tomógrafos – pelo menos dois, pensando na demanda de sua clínica e no tempo que ficarão
paradas para manutenção periódica. Esta clínica será localizada na zona sul de São Paulo,
onde se concentram muitos consultórios odontológicos que podem encaminhar seus pacientes
para realizar essas tomografias e radiografias panorâmicas digitais. Lembre-se também de
que, além da aquisição dos aparelhos, há custos inerentes à operação, manutenção, energia
elétrica, impostos, radiologistas, técnicos em radiologia, auxiliares, equipe administrativa e
insumos. Ou seja, mesmo que não tenha nenhum paciente, você terá um desembolso mensal.
Veja que até a inauguração da clínica e que a clientela se forme, você terá esse desembolso.
Neste caso, você pode utilizar a gestão de custos para lhe auxiliar a tomar decisões. Será que
preciso adquirir os tomógrafos ou posso optar pelo aluguel? Preciso ter equipe própria ou
posso terceirizar?
A gestão de custos auxilia também na precificação dos serviços, trazendo a comparação entre
o que o mercado permite que seja cobrado e o custo da prestação do serviço. É importante
dizer que o valor de um serviço é dado por quanto o paciente se dispõe a pagar por ele,
por isso está diretamente relacionado à concepção que se tem do profissional de saúde, da
concorrência do local onde está instalada esta clínica ou consultório e da necessidade imediata
do paciente (COURA e cols., 2010).
Há de se pensar que, para qualquer serviço em saúde, sem deixar o paciente de lado, a
lucratividade é essencial. Na prestação de serviços, custo é tudo aquilo que está associado
à prestação deles. Por exemplo, numa clínica de podologia, tudo envolvido no tratamento
de uma das afecções dos pés, por exemplo, insumos, medicações, salário, encargo, benefícios
do profissional envolvido no procedimento, energia elétrica do espaço e depreciação dos
aparelhos utilizados, são custos.
Os custos podem também ser classificados em fixos e variáveis. Por exemplo, a clínica de
podologia tem 12 salas, que funcionam das 8:00 às 20:00 horas. Dada podologista trabalha
seis horas diárias, ou seja, serão necessários 24 profissionais. Se estes tiverem salários fixos, o
custo mensal com o salário desses profissionais será um custo fixo e serão pagos na presença
ou não de pacientes. Já com relação a materiais e medicamentos, o custo é variável, pois
está diretamente relacionado ao número de pacientes atendidos e ao tipo de procedimento
realizado.
O sucesso ou fracasso de uma empresa está basicamente entre o custo do serviço e seu preço.
Entendendo os conceitos acima, podemos agora estudar os métodos de custeio. Esses métodos
são a forma como a empresa agrega preço de venda aos seus produtos ou serviços. Existem
dois tipos principais de custeio: por absorção e variável.
Os custos diretos são totalmente alocados aos serviços. Veja a estrutura do demonstrativo de
resultados do custeio por absorção:
Margem bruta
(-) Despesas
Lucro líquido
Esse tipo de custeio apresenta um ponto de atenção: é necessário estabelecer algum critério
para estimar os custos indiretos, as chamadas bases de rateio. Mudando a base de rateio,
o custo do produto/serviço pode ser extremante modificado (ANDRÉ, 2010). Retomando o
exemplo da energia elétrica da clínica de podologia e que precisamos estimar o custo de
um curativo: para o curativo será necessário iluminação, autoclaves, por exemplo, talvez nem
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Gestão de Clínicas e Consultórios
precisamos nos preocupar tanto com ele por sua relevância frente a outros procedimentos,
porém imagine que todos os pacientes precisem de curativos.
Esse tipo de custeio pode não ser o melhor modelo para a tomada de decisões gerenciais, pois
a apropriação dos custos indiretos é complicada e pode distorcer a realidade. Sendo assim,
esse tipo de custeio não deve ser utilizado quando os custos indiretos são relevantes (ANDRÉ,
2010).
Esse tipo de custeio baseia-se nas receitas líquidas, e dela são deduzidos todos os gastos
variáveis, chegando-se à margem de contribuição.
Margem de contribuição é a quantidade em dinheiro que sobra da receita obtida com a venda
dos produtos ou serviços após ser retirado o valor dos gastos variáveis para cobrir os gastos
fixos da empresa. A margem de contribuição é importante para quanto de produto ou serviço
a clínica ou consultório deve vender naquele período para que gere resultados positivos. Revela
também se com a atual capacidade instalada a empresa terá lucro. Permite analisar também
se é necessário cortar custos fixos, por exemplo.
Margem contribuição
Lucro líquido
A margem de contribuição unitária é o preço de venda do serviço (-) custos variáveis e despesas
variáveis.
Outro ponto a ser avaliado é a gestão da qualidade em saúde. Existem várias ferramentas
para otimizar e avaliar a qualidade da prestação de serviços, mas, além disso, os gestores
precisam ter familiaridade com os indicadores, que são fundamentais para essa avaliação.
•• Número de enfermeiros/leito
•• Satisfação do cliente
•• Taxa de mortalidade
A tomada de decisões inovadoras não será efetiva se não houver foco na questão da qualidade.
Para isso, é necessário entender os ambientes externo e interno, ter visão de futuro, definir
competências internas, criar liderança, ter plano de comunicação interna bem-estabelecida
como pilar da estratégia e gerar engajamento (SPILLER e cols, 2009).
E por que o planejamento é tão importante? Pois é ele que dimensiona e organiza os esforços
para a execução da estratégia. A estratégia é o caminho que a empresa deverá traçar para
obter o sucesso empresarial, ou seja, sobrevivência em longo prazo, crescimento sustentado,
rentabilidade adequada e capacidade de inovação (ANDRÉ, 2010).
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Gestão de Clínicas e Consultórios
A estratégia de uma organização deve ser baseada em resultados de análise de mercado, criar
vantagem competitiva, ser compatível com os recursos da empresa, promover o engajamento
das pessoas, obedecer aos valores da empresa e ser inovadora (ANDRÉ, 2010).
E como deve ser a revisão ou formulação da estratégia de uma empresa? É necessário que se
identifique o que a empresa é e para onde quer ir. Para isso, é necessário definir a missão, a
visão e os valores da empresa.
•• Missão: “Proporcionar saúde e bem-estar físico aos animais por meio de carinho e dedicação,
do uso da tecnologia e do aprimoramento constante dos profissionais, contribuindo com a
saúde pública e com a busca da felicidade pelas pessoas que gostam ou possuem animais.”
Poder de
barganha dos
fornecedores
Poder de
barganha dos
clientes
Fonte: Runrun.
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Gestão de Clínicas e Consultórios
•• Ameaça de entrada de novos concorrentes: há muitas empresas entrando no mercado na
tentativa de conseguir uma parcela dele. Barreiras de entrada dificultam o ingresso dessas
novas empresas e fica mais difícil para os concorrentes conquistarem seus clientes. Alguns
exemplos de barreira são: existência de patentes, diferenciação dos serviços, marca forte
e políticas governamentais.
•• Poder de barganha/negociação dos clientes: todo cliente exige qualidade pelo menor
preço. A capacidade de os clientes pressionarem a empresa pode afetar a evolução dos
preços.
Ajuda Atrapalha
S W
(ambiente)
Externa
Forças Fraquezas
O T
(oraganização)
Interna
Oportunidades Ameaças
Figura 3 – SWOT.
Fonte: INTEGRA.
As forças, fraquezas, oportunidades e ameaças devem ser listadas dentro dos quadros,
possibilitando uma visão clara desses pontos para entender a posição de sua empresa com
relação aos concorrentes.
Após concluída essa análise, deve ser definido e implementado um plano de ação estratégico.
•• Quarto movimento: implementação dos planos pelas equipes de trabalho. Neste momento,
as equipes precisam criar relatórios, gráficos e planilhas para manter a direção informada.
Uma ferramenta muito utilizada nesta fase é o balanced scorecard.
•• Perspectiva dos clientes: foco no cliente e sua satisfação com o desenvolvimento de métricas
para a satisfação do cliente. Toda a missão e estratégia da empresa deve ser comunicada
a todos os clientes.
•• Perspectiva dos processos internos: análise dos processos internos da organização. Inclui a
cadeia de valor da empresa e o processo de inovação.
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Gestão de Clínicas e Consultórios
VOCÊ SABIA...
Você sabe o que é cadeia de valor?
É o conjunto de atividades criadoras de valor. Inicia nos processos básicos, como por exemplo
na chegada de matérias-primas básicas de um fornecedor, passando por inúmeras atividades
que agregam valor ao produto ou serviço, desde a sua produção até a comercialização, che-
gando ao consumidor.
Finanças
Para atingir a visão da
empresa, quais os objetivos e
metas para manter ou alcançar
a saúde financeira?
Clientes Processos internos
Quais os objetivos e Metas e objetivos em
metas com relação Estratégia relação aos colaboradores
aos clientes? e aos processos?
Aprendizado e
crescimentos
Quais os objetivos e metas
para inovar e manter o
cresimento contínuo.
Existem inúmeros modelos para a apresentação de um plano de negócios, mas, de modo geral,
a estrutura básica de um plano de negócios será a descrita a seguir.
É um resumo dos principais pontos abordados no plano de negócios e uma peça propaganda.
Em poucas páginas, no máximo cinco, deve trazer todos os pontos abordados e conclusões do
plano, sem detalhamento. Apesar de ser a primeira parte do plano de negócios, deve ser a
última a ser escrita.
Ele é uma peça-propaganda, pois, se ao final da leitura, o leitor não se interessar por ele,
dificilmente concluirá a análise do plano de negócios. Por isso, deve ser escrito em linguagem
clara e ter uma forma interessante de comunicação. Pode ser escrito pensando no tipo de
leitor; por exemplo, se for escrito para o diretor financeiro de uma instituição, deve ressaltar os
resultados financeiros.
O sumário executivo deve ser otimista e trazer soluções para as dificuldades que foram
encontradas no decorrer do desenvolvimento do plano.
•• Recursos necessários.
4.4.2 A empresa
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Gestão de Clínicas e Consultórios
serão oferecidos. Deve iniciar com a demonstração da estratégia da empresa, sua missão,
visão e valores e explicar o motivo para iniciar esse novo empreendimento, quais os benefícios
que entregará aos seus clientes, quais as barreiras de entrada no mercado e suas vantagens
competitivas.
•• Pessoas/recursos humanos
•• Processos/plano de trabalho
•• Benefícios/vantagens competitivas
4.4.3 O mercado
Deve trazer a descrição da oportunidade do negócio. O objetivo é delinear quem são os possíveis
consumidores por meio da análise das características geográficas de onde o empreendimento
atuará e variáveis socioculturais, demográficas, tecnológicas, econômicas, políticas e legais.
Deve detalhar o comportamento do consumidor e como o atingirá.
Sua apresentação deve ser no formato de um plano de marketing resumido. Deve conter
análises como as cinco forças de Poter e a análise SWOT.
4.4.4 As operações
•• Fornecedores.
4.4.5 A organização
Neste item devem estar apontados os responsáveis pelo empreendimento e qual sua competência
para fazer funcionar a estrutura necessária. O corpo funcional necessário também deve estar
descrito e como se fará a contratação, treinamento e qualificação deste. Criar um organograma
dos profissionais-chave do empreendimento e colocar um minicurrículo deles é útil.
•• Impostos;
•• Fluxo de caixa para os próximos 5 ou 10 anos – a empresa só é viável se tiver lucro e caixa
em longo prazo.
Todo empreendimento compreende riscos à sua operação e planejamento, que podem ser
financeiros, operacionais, políticos, legais ou logísticos. É necessário descrevê-los e demonstrar
como está preparado para enfrentá-los. Essa descrição traz credibilidade ao plano de negócios.
Veja um exemplo de matriz de risco para uma clínica de odontologia hospitalar:
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Gestão de Clínicas e Consultórios
4.4.8 Cronograma
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Síntese
Gestão de Clínicas e Consultórios
Caro aluno, ao final desta disciplina você está pronto para empreender!
COURA, B., PINTO, A. A. G., SALGADO, F. F., DANTAS, M. B. Gestão de custos em saúde. 1
Ed. Rio de Janeiro. Editora FGV, 2009.
LIMEIRA, A. L., SILVA, C. A. S., VIEIRA, C., SILVA, R. N. S. Contabilidade para executivos. 7 Ed.
Rio de Janeiro: Editora FGC, 2006.
SPILLER, E. P., SENNA, A. M., SANTOS, J. F., VILAR J. M. Gestão dos serviços e saúde. 1 Ed.
Rio de Janeiro. Editora FGV, 2009.
Hospital Veterinário Vet Rebouças. Visão, Missão e Valores. Disponível em: https://www.ve-
treboucas.com.br/institucional/missao-visao-e-valores/. Acesso em maio de 2018.
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Gestão de Clínicas e Consultórios
Saiba como fazer uma análise SWOT e o que isso pode mudar na sua empresa. Dis-
ponível em: https://www.integraej.com/single-post/2017/11/21/Saiba-como-fazer-uma-
an%C3%A1lise-SWOT-e-o-que-isso-pode-mudar-na-sua-empresa. Acesso em maio de 2018.
Quer uma força para identificar oportunidades? Nós oferecemos cinco. Disponível em:
https://blog.runrun.it/5-forcas-de-porter/. Acesso em maio de 2018.