SIMULADO LITERATURA 2ª SERIE
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do país, produzindo
uma arte brasileira afinada com as tendências vanguardistas europeias, sem, contudo, perder o caráter
nacional; para isso
contou com a participação de escritores, artistas plásticos, músicos, entre outros. Analise as sequências que
reúnam as proposições corretas em relação à Semana da Arte Moderna.
I. O movimento modernista buscava resgatar alguns pontos em comum com o Barroco, como os contos sobre
a natureza; e com o Parnasianismo, como o estilo simples da linguagem.
II. A exposição da artista plástica Anita Malfatti representou um marco para o modernismo brasileiro; suas
obras apresentavam tendências vanguardistas europeias, o que de certa forma chocou grande parte do público;
foi criticada pela corrente conservadora, mas despertou os jovens para a renovação da arte brasileira.
III. O escritor Euclides da Cunha foi quem abriu o evento com a sua conferência inaugural “A emoção
estética na Arte Moderna”; em seguida, apresentou suas obras Pauliceia desvairada e Amar, verbo intransitivo.
IV. O maestro e compositor Villa-Lobos foi um dos mais importantes e atuantes participantes da Semana.
V. O evento aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922.
a) I, II e IV estão corretas
b) I e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) II e III estão corretas.
e) apenas a I está correta
03) (Enem – 2013)
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada com o futebol. Quanto à
questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem:
a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.
04) – (UFRGS) O Modernismo Brasileiro, através de seus autores mais representativos na Semana de Arte
Moderna, propôs:
a) o apego às normas clássicas oriundas do neoclassicismo mineiro
b) a ruptura com as vanguardas europeias, tais como o futurismo e o dadaísmo
c) uma literatura que investisse na idealização da figura indígena como ancestral do brasileiro
d) a focalização do mundo numa perspectiva apenas psicanalítica
e) a literatura como espaço privilegiado para a expressão dos falares brasileiros
05) – (PUC SP) A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as
nossas manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior
fidelidade à realidade brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isto pode-se dizer que:
a) romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja
b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos
c) movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade
d) os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português
e) a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização
06) (Enem 2014)
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-
modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa
literatura de transição, como
a) A forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do
ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.
b) O empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de
escuridão e rutilância” e “influência má dos signos do zodíaco”.
c) A seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da
infância” e “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.
d) A manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo,
dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial.
e) A ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que
incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.
Texto II
A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região
em que era rainha e imperatriz. O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres acabavam o
sentimento de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com o seu passo miúdo e
sólido. [...] No caminho trocou cumprimento com as raparigas pobres de uma casa de cômodos da vizinhança.
[...] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a
saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus domínios.
(BARRETO, L. Um e outro. In: Clara dos anjos. Rio de Janeiro: Editora Mérito)
A experiência urbana é um tema recorrente em crônicas, contos e romances do final do século XIX e início
do XX, muitos dos quais elegem a rua para explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a rua é vista,
respectivamente, como lugar que:
08) (Enem 2012) Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar
inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a
felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não.
Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma
uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a
agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E,
quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa
gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção.
A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. A pátria que quisera ter era
um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
(BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma)
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento
destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidência que:
a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar
inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.
b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o
personagem encontra no contexto republicano.
c) A construção de uma pátria a partir de elemento míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do
solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.
d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de
Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.
e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto
ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.
09) (Enem 2014, 3ª aplicação) A sua concepção de governo [do Marechal Floriano Peixoto] não era o
despotismo, nem a democracia, nem a aristocracia; era a de uma tirania doméstica. O bebê portou-se mal,
castiga-se. Levada a coisa ao grande o portar-se mal era fazer-lhe oposição, ter opiniões contrárias às suas e o
castigo não eram mais palmadas, sim, porém, prisão e morte. Não há dinheiro no tesouro; ponham-se as notas
recolhidas em circulação, assim como se faz em casa quando chegam visitas e a sopa é pouca: põe-se mais
água.
(BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Brasiliense, 1956)
A obra literária de Lima Barreto faz uma crítica incisiva ao período da Primeira República no Brasil. No
fragmento do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, a expressão "tirania doméstica", como concepção
do governo florianista, significa que:
a) acesso à escolarização
b) assistência médico-hospitalar
c) salubridade nas áreas rurais
d) integração econômica regional
e) acesso à casas noturnas.
GABARITO
1 – A)
2 – B)
3 – A)
4 – E)
5 – C)
6) – D)
7 – D)
8 – C)
9 – D)
10- C)