APOSTILA MÓD 1 - Sistemas de Admissão e de Escapamento (2)

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Sistemas de

Admissão e de
Escapamento

MÓDULO 1
Sumário

Apresentação 4

Unidade 1 | Sistema de Admissão dos Motores Convencionais 6

1 Introdução 7

2 Características do Sistema de Admissão para Motores Convencionais 7

3 Sistema de Admissão de Motores Não Superalimentados 10

4 Unidades Adicionais do Sistema de Admissão 12

5 Formação de Gelo no Sistema de Admissão 14

6 Filtragem no Sistema de Admissão 16

7 Sistemas de Admissão Superalimentados 18

8 Turboalimentadores Acionados Internamente 19

9 Turboalimentadores Acionados Externamente 22

Glossário 30

Atividades 31

Referências 32

Unidade 2 | Inspeção, Manutenção e Pesquisa de Panes do Sistema de


Admissão de Motores Convencionais 34

1 Introdução 35

2 Inspeção e Manutenção do Sistema de Admissão 35

3 Pesquisa de Panes no Sistema de Admissão 37

4 Pesquisa de Panes em Sistema de Admissão Turboalimentado 39

Glossário 42

Atividades 43

Referências 44

Unidade 3 | Sistemas de Admissão de Motores a Turbina 46

1 Introdução 47

2
2 Conceitos do Sistema de Admissão dos Motores a Reação 47

3 Sistemas de Admissão do Motor Turbojato 48

4 Duto de Entrada Única 50

Glossário 61

Atividades 62

Referências 63

Gabarito 65

3
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Sistemas de Admissão e de Escapamento!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

Este curso possui carga horária total de 40 horas e foi organizado em 6 unidades,
divididas em 3 módulos, conforme a tabela a seguir.

Módulos Unidades Carga Horária


Unidade 1 | Sistema de Admissão dos Motores
12h
Convencionais
Unidade 2 | Inspeção, Manutenção e Pesquisa
Módulo 1 de Panes do Sistema de Admissão de Motores 5h
Convencionais
Unidade 3 | Sistemas de Admissão de Motores a
8h
Turbina
Unidade 4 | Sistemas de Escapamento de
5h
Motores Convencionais
Módulo 2
Unidade 5 | Sistema de Escapamento de
5h
Motores a Turbina
Módulo 3 Unidade 6 | Reversores de Empuxo 5h

4
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br.

Bons estudos!

5
UNIDADE 1 | SISTEMA DE
ADMISSÃO DOS MOTORES
CONVENCIONAIS

6
Unidade 1 | Sistema de Admissão dos Motores
Convencionais

1 Introdução

Esse sistema é o responsável pela forma como a mistura combustível-ar será


comprimida, a fim de transformar a energia calorífica contida no combustível em
energia mecânica. Nos motores alternativos, o método de compressão mais comum é
realizado pelo pistão.

Nesse sentido, contudo, existem os motores alternativos, comumente denominados


superalimentados por possuírem um componente que melhora a razão da mistura
fornecendo mais energia para a árvore de manivelas e, consequentemente, para
a hélice. Esse componente pode ser ativado internamente, como acontece com os
motores radiais, ou externamente, como em motores que utilizam turbocompressores.

2 Características do Sistema de Admissão para Motores


Convencionais

O sistema de admissão tem grande relevância para o correto funcionamento e a


performance do motor. Desse modo, são algumas funções exercidas por ele:

• captar o ar;

• filtrar o ar que é admitido pelo motor para que as impurezas não causem danos
(o ar encaminhado para o cilindro do motor está contaminado por diversos
tipos de impureza, tais como: poeiras, fuligem, partículas sólidas, gases, etc.);

• assegurar o controle do volume de ar admitido pelo motor;

• distribuir de forma homogênea o ar entre os cilindros.

7
Um fluxo correto, limpo e livre de turbulências corrobora para obter um rendimento
adequado a qualquer motor de alto rendimento.

O sistema de admissão de um motor alternativo consiste, basicamente, em uma


unidade reguladora de combustível (carburador), em um tubo de direcionamento do
ar para a unidade reguladora de combustível e em tubulações para distribuí-lo a todos
os cilindros. Pode, ainda, ter alguns componentes adicionais, como indicadores de
temperatura do ar admitido e das válvulas, usadas para regular a temperatura do ar.

Muitos motores que equipam aeronaves leves (aeronaves de pequeno porte) não
utilizam qualquer recurso, como compressores/turboalimentadores, para obter ganho
de potência. Com isso, os sistemas de coleta e de distribuição de ar para motores
alternativos recebem classificações do tipo motores aspirados, superalimentados ou
não.

Os sistemas de indução podem apresentar diferentes arranjos. Com efeito:

Os dois tipos de sistemas de captação e distribuição de ar mais


amplamente utilizados são o de fluxo de ar ascendente, em inglês,
updraft e de fluxo de ar descendente, em inglês, downdraft. Um
sistema que utiliza a forma de admissão de ar com corrente
ascendente consiste em dois corredores de distribuição do fluxo de
ar com dutos de distribuição para fornecer ar para a entrada de ar
de cada cilindro e uma barra de equilíbrio (barra estabilizadora).
Esse tubo é usado para reduzir os desequilíbrios de pressão entre
os dois corredores dos tubos de distribuição do fluxo de ar (FAA,
2012, p. 2).

A Figura 1 apresenta a vista dos componentes de um típico sistema de admissão de


fluxo ascendente.

8
Figura 1: Componentes de um sistema de distribuição de ar do tipo fluxo ascendente (updraft)

O conjunto de indução (admissão) de corrente descendente, em inglês, downdraft,


proporciona um escoamento do ar mais balanceado para cada cilindro individualmente.
Além disso, propicia melhor razão de mistura combustível-ar, contribuindo para uma
operação muito mais suave e eficiente, como se vê na Figura 2.

Figura 2: Componentes de um sistema de distribuição de ar do tipo fluxo descendente (downdraft)

9
3 Sistema de Admissão de Motores Não Superalimentados

Neste sistema, o fluxo normal de ar do carburador é admitido na parte inferior frontal


do nariz da aeronave, abaixo da hélice. Ele é passado através de um filtro de ar e de
tubos, que conduzem a massa de ar ao carburador (Figura 3).

Figura 3: Vista de uma entrada de ar frontal para o sistema de admissão em pequenas aeronaves

A Figura 4 evidencia o esboço de um sistema de admissão de ar sem recursos de


superalimentação utilizado em um motor equipado com carburador em que a massa
de ar frio para a unidade reguladora de combustível (carburador) é admitida pela
tomada de ar frontal. Após isso, o ar é filtrado e direcionado por tubos até o carburador.
Uma válvula localizada abaixo deste último componente permite selecionar uma fonte
alternativa de ar quente (carburator heat) para evitar a criação de gelo.

Figura 4: Sistema de admissão sem superalimentador utilizado em um motor equipado com carburador

10
O estado de criação de gelo na unidade reguladora de combustível (carburador)
ocorre quando o ar admitido encontra-se em temperaturas muito baixas e existe uma
quantidade suficiente de vapor d’água em suspensão presente.

Quando a temperatura no Venturi da unidade reguladora de combustível é reduzida


em razão da evaporação do combustível, o vapor d’água em suspensão na massa
de ar congela, aderindo às paredes da garganta do Venturi e à borboleta (válvula
de aceleração) da unidade reguladora de combustível, de modo a bloquear o ar de
admissão para o motor.

A válvula de aquecimento do ar para a unidade reguladora de combustível admite ar


a partir da tomada de ar externo em operações que não apresentem condições de
formação de gelo (condição normal) e ar quente oriundo do compartimento do motor
para a operação que apresente possibilidades de formação de gelo.

O dispositivo de aquecimento do carburador é operado por um controle push-pull


localizado no cockpit. Quando esse dispositivo está posicionado para alimentar o
carburador com ar quente, eleva-se a temperatura do ar de admissão, o que impede o
início de formação de gelo. Nesse sentido:

Uma porta alternativa de admissão de ar no mecanismo pode


ser aberta por sucção se o caminho normal da massa de ar for
bloqueado por alguma coisa. A porta alternativa é fechada por
atuação de mola e é aberta por sucção causada pelo deslocamento
descendente do pistão no tempo de admissão (FAA, 2012, p. 2).

O elemento filtrante do carburador, exposto na Figura 5, está instalado na tomada de


ar à frente do duto condutor de ar da unidade reguladora de combustível (carburador).
Seu propósito é impossibilitar que partículas sólidas e outros materiais estranhos
sejam introduzidos no cilindro do motor por intermédio do carburador.

Figura 5: Elemento filtrante da entrada de ar do sistema de admissão de um motor alternativo

11
O elemento filtrante é constituído por uma liga de alumínio trançado em uma trama
bem fechada disposta a fornecer a máxima retenção das partículas presentes na
corrente de ar. Existem diversificados tipos de filtro de ar em uso, incluindo papel,
espuma e outros. Dessa maneira, a maioria deles requer manutenção em intervalos
regulares e as instruções específicas para cada tipo devem ser seguidas.

4 Unidades Adicionais do Sistema de Admissão

Por meio do aumento da temperatura do ar que passa pelo sistema, o gelo no duto
de admissão pode ser impedido ou eliminado. Utiliza-se, para isso, um mecanismo que
fica localizado e montado bem à frente das zonas perigosas de formação de gelo no
carburador. Esse ar é recolhido por um condutor localizado em volta do coletor de
escape.

O calor útil para conter a formação de gelo é obtido por meio de um dispositivo de
controle que abre o duto de admissão para o ar quente que circula ao redor do coletor
de escape.

Ressalta-se que o uso inapropriado ou descuidado de calor na unidade reguladora de


combustível (carburador) pode ser tão grave quanto uma fase avançada de gelo no
duto de admissão.

O aumento da temperatura do ar faz com que ele se expanda


e diminua a sua densidade. Essa ação reduz o peso da carga de
força aplicada ao cilindro e provoca uma perda perceptível de
força em razão da diminuição da eficiência volumétrica. Ademais,
a ingestão de ar com temperatura elevada causa detonação e a
operação incorreta do motor, em particular no decorrer da fase
de decolagem e operação de alta potência. À vista disso, durante
todas as etapas de operação do motor, a temperatura na unidade
de controle de combustível deve oferecer o maior resguardo
contra a formação de gelo e a detonação (FAA, 2012, p. 4).

12
Quando houver iminência de início de gelo no duto de admissão, move-se para a
posição quente (hot) o controle do mecanismo de aquecimento da unidade reguladora
de combustível (carburador) localizado no cockpit. Da mesma maneira, caso não haja
ameaça de formação de gelo, normalmente mantém-se o mecanismo de aquecimento
do carburador na posição frio (cold), conforme mostra a Figura 6.

Figura 6: Mecanismo adicional de aquecimento do ar para a unidade de controle de combustível


(carburador).

A densidade do ar varia inversamente com a temperatura. Se houver acréscimo


da temperatura atmosférica, a densidade do ar diminui e a tração acompanha essa
diminuição. Tal afirmação pode ser mais bem entendida na Tabela 1.
Tabela 1: Relação entre a massa de ar atmosférico e a tração do motor

Temperatura do ar Densidade do ar Tração do motor


Aumenta Diminui Diminui
Diminui Aumenta Aumenta

Em certos tipos de aeronaves, o mecanismo degelador operado por ar quente é


complementado por um dispositivo que dispõe de fluidos de alta volatilidade para
auxiliar na dissipação do gelo (degelo por fluido).

Esse sistema auxiliar é basicamente composto de um reservatório, uma unidade


geradora de pressão (bomba), bicos injetores e um dispositivo de comando disponível
no cockpit, como se vê na Figura 7.

13
Figura 7: Diagrama de um mecanismo degelador por fluido

Utiliza-se esse sistema para extinguir o gelo, sempre que o ar aquecido pelo motor não
for elevado suficiente para realizar sua remoção. É comumente utilizado álcool como
fluido descongelante, mas essa substância tende a aumentar a razão combustível-ar
enriquecendo a mistura de combustível.

5 Formação de Gelo no Sistema de Admissão

Uma breve discussão sobre o início da criação e o posicionamento do gelo no sistema de


indução é útil. Desse modo, o técnico de manutenção deve ter conhecimento sobre o
sistema de admissão, a influência e o efeito que o acúmulo de gelo causa no rendimento
do motor. Ainda que uma inspeção indique que tudo se encontra em boas condições de
funcionamento e o motor apresente performance de operação satisfatória no solo, o
gelo no sistema pode fazer o motor agir de modo irregular e perder potência durante
o voo.

14
Portanto, muitas das falhas com motores, habitualmente conferidos a outras fontes,
são causadas por acúmulo de gelo no duto de admissão (Figura 8).

Figura 8: Áreas de acúmulo de gelo no carburador

Conforme a Federal Aviation Administration (FAA):

Gelo no duto de admissão é um risco operacional porque pode


cortar o fluxo da carga de combustível/ar ou variar a proporção
da mistura ar/combustível. O gelo pode formar-se no sistema de
admissão enquanto uma aeronave está voando entre nuvens,
névoa, chuva, granizo, neve ou mesmo a céu claro que tem alto
teor de umidade (umidade alta) (FAA, 2012, p. 5).

Frequentemente, classifica-se em três tipos o gelo no sistema de admissão:

• gelo de impacto;

• gelo na evaporação do combustível;

• gelo na válvula de aceleração (borboleta).

O funcionamento da unidade reguladora de combustível (carburador) com a borboleta


em uma postura parcialmente fechada pode originar gelo em torno da borboleta
(válvula de aceleração). Isso acontece quando o acelerador é colocado em um ponto
parcialmente fechado, que em efeito, reduz o volume de ar acessível para o motor.

15
Mas sob essas circunstâncias, estabelece uma maior velocidade a massa de ar por meio
do acelerador (válvula borboleta) e, consequentemente, cria uma área com pressão
intensamente enfraquecida. O ponto com pressão baixa reduz a temperatura do ar que
envolve a borboleta. Dessa maneira, caso a temperatura do ar neste ponto caia abaixo
de zero e a umidade esteja presente, ocorrerá a criação de gelo, restringindo a massa
de ar para o motor. O gelo do acelerador pode ser reduzido em motores providos de
hélices de ângulo variável mediante a aplicação de uma pressão média efetiva ao freio,
em inglês, Brake Mean Effective Pressure (BMEP), maior que o habitual. A alta BMEP
diminui a propensão de concentração de gelo, pelo fato de haver uma grande abertura
do acelerador em baixas rotações por minuto (rpm) do eixo de manivelas. Isso faz com
que seja eliminado parcialmente o bloqueio à massa de ar que, por sua vez, causa a
diminuição da temperatura e, em consequência, propicia o aparecimento de gelo.

6 Filtragem no Sistema de Admissão

Poeira e sujeira são sérias fontes de problemas para o motor de uma aeronave. O pó,
por exemplo, é composto de pequenos pedaços de matéria sólida e abrasiva. Ele pode
ser transportado pelo ar e admitido pelo cilindro do motor, caso não sejam criados
meios para reterem essas partículas indesejáveis em suspensão no ar. Ademais,
pode interferir aderindo aos atomizadores de combustível da unidade reguladora de
combustível (carburador) e alterar, dessa maneira, a proporção da mistura combustível-
ar em qualquer das configurações de potência do motor.

Saliente-se que poeira pode danificar as paredes do cilindro, arruinando as superfícies


e os anéis dos pistões. Com isso, contamina-se o óleo do sistema de lubrificação,
originando, consequentemente, a deterioração dos mancais, dos rolamentos e das
engrenagens. Em ocorrências excepcionais, a sujeira pode impedir a passagem do
óleo, provocando avarias por insuficiência de lubrificação.

Embora as circunstâncias de poeira sejam mais críticas quando a aeronave se


encontra no solo, a operação continuada sem a providência de qualquer proteção
pode converter-se em desgaste extremo do motor e contribuir para uma situação de
consumo excessivo de óleo.

16
Quando é inevitável a operação em um ambiente empoeirado, é possível proteger o
motor por meio de um dispositivo de entrada de ar opcional, que incorpora um
elemento filtrante. Esse tipo de instrumento é, normalmente, constituído pelo filtro
de uma passagem de ar alternativa e um atuador operado eletricamente, e quando em
operação, a massa de ar é aspirada mediante um acesso lateral, evitando o contato
direto com a corrente de ar. Com essa entrada alternativa, localizada de modo a forçar
o ar a virar e entrar no duto, boa parte da poeira é desviada nesse processo. Uma vez
que as partículas de poeira são sólidas e têm a tendência de continuar em uma linha
reta (primeira lei de Newton), a maioria delas é separada nesse ponto, e as que são
atraídas para a entrada de ar de admissão são facilmente retidas pelo filtro (Figura 9).

Figura 9: Filtro alternativo do duto de admissão para operações em atmosferas empoeiradas

A primeira lei de Newton, ou Lei da Inércia, sustenta que a

ee tendência dos corpos, quando nenhuma força é exercida sobre


eles, é de permanecer em seu estado natural, ou seja, em
repouso ou movimento retilíneo e uniforme.

17
7 Sistemas de Admissão Superalimentados

Homa (2011) introduz os sistemas de admissão equipados com dispositivos


superalimentadores, nos seguintes termos:

Nos motores comuns, não superalimentados, a aspiração do ar


pelo pistão ocorre através da rarefação que é criada no cilindro
durante a fase de admissão. Diante disso, a pressão no tubo de
admissão será sempre menor do que a pressão atmosférica (isto
é, menor que 760 mm ou 29,92 polegadas de mercúrio ao nível do
mar, na atmosfera padrão internacional, em inglês, International
Standard Atmosphere (ISA) (HOMA, 2011, p. 61).

Esses motores perdem potência com a altitude, pelo fato de haver diminuição da
densidade do ar (ar rarefeito).

Quando as aeronaves operam em altitudes elevadas, em que a pressão do ar


atmosférico é menor, há a necessidade do emprego de dispositivos que comprimam a
mistura combustível-ar para compensar a condição da baixa pressão em consequência
do aumento de altitude. Alguns sistemas são empregados para normalizar a pressão do
ar que entra no motor. Tais sistemas são utilizados para compensar a perda de pressão
do ar devido ao aumento da altitude.

Um verdadeiro motor superalimentado pode incrementar a pressão do ar de admissão


acima de 30 polegadas de mercúrio. Em outras palavras, um verdadeiro compressor
eleva a pressão do ar de admissão acima da pressão ambiente (1 atm = 29,92126 polHg).

No entanto, muitos motores que equipam pequenas aeronaves não utilizam nenhum
tipo de compressor ou dispositivo de sobrealimentação para o sistema de admissão.
Diante disso, eles podem ser especificados como motores superalimentados ou não
superalimentados.

O conjunto de admissão superalimentado utilizado em motores


convencionais é geralmente comandado interna ou externamente.
Os compressores acionados internamente comprimem a mistura
combustível/ar depois de terem deixado a unidade reguladora de
combustível (carburador). Enquanto os compressores acionados
externamente comprimem o ar antes de ele ser misturado com o
combustível medido pelo carburador (FAA, 2012, p. 3).

18
8 Turboalimentadores Acionados Internamente

Compressores acionados internamente, por intermédio de conexões mecânicas, são


utilizados em motores a pistão radiais de alta potência quase que exclusivamente.
Embora a sua utilização atual seja muito limitada, alguns motores ainda são utilizados
em aviões de transporte e aviões de pulverização.

Exceto para a elaboração e o arranjo dos diversos tipos de carburadores, todos os


mecanismos de admissão com compressores acionados internamente são muito
semelhantes. Motores aeronáuticos exigem um controle da temperatura do ar
admitido para dar origem a uma boa queima da mistura nos cilindros do motor.

A título de exemplo, o ar admitido deve ser quente o bastante para garantir a vaporização
completa do combustível e, portanto, uma distribuição uniforme. Concomitantemente,
ele não pode ser excessivamente quente, passível de reduzir a eficiência volumétrica
ou provocar a detonação da mistura combustível-ar. Todo motor superalimentado deve
estar equipado com dispositivos aptos a controlar a temperatura do ar comprimido e
admitido, que se torna excessivamente quente. Isso ocorre pelo fato do ar elevar a sua
temperatura, uma vez que é comprimido.

Às vezes, esse ar necessita de resfriamento antes de ser


encaminhado para as portas de admissão do motor. Com esses
requisitos, a maior parte dos sistemas de admissão que utilizam
compressores acionados internamente devem incorporar
mecanismos medidores de pressão e sensoriamento de
temperatura e as unidades necessárias exigidas para aumentar
ou diminuir a temperatura do ar (FAA, 2012, p. 6).

Um conjunto de admissão equipado com superalimentador acionado internamente,


evidenciado na Figura 10, é usado para exemplificar a posição dos componentes e o
caminho do ar e da mistura combustível-ar.

19
Figura 10: Conjunto de admissão superalimentado acionado internamente

O ar penetra no sistema pelas entradas de ar RAM AIR (entradas de ar de impacto). A


abertura está disposta de maneira a forçar o ar para o interior do sistema de admissão
criando o efeito de ar de impacto causado pelo movimento da aeronave. O ar é então
conduzido pelos dutos ao carburador. Assim, na proporção do volume de ar que
está sendo admitido, a unidade medidora de combustível (carburador) disponibiliza
a quantidade de combustível necessária. A partir disso, forma-se uma mistura
combustível-ar em proporções corretas.

A unidade medidora de combustível pode ser monitorada a partir da cabine para


regular o fluxo de ar. Desse modo, a força desenvolvida pelo motor pode ser ajustada.

O medidor de pressão de admissão realiza a leitura da mistura combustível-ar antes


que ela ingresse nos cilindros. Além disso, transmite uma leitura para um indicador na
cabine de comando, dando uma informação do desempenho desejado do motor.

O sensor de medição de temperatura da unidade reguladora de combustível


(carburador) mensura a temperatura do ar de entrada ou da mistura de combustível-ar.
Com efeito, serve como guia para manter a temperatura do volume de ar de entrada
nos cilindros dentro dos limites seguros, tanto a leitura da temperatura do ar quanto
da mistura.

Um método usado principalmente em motores radiais, para aumentar a performance


dos motores e o emprego de dispositivos, evidenciado na Figura 11. Esse dispositivo é
denominado impulsor de distribuição.

20
Figura 11: Vista em corte de um mecanismo impulsor de distribuição

O impulsor é ligado diretamente à extremidade traseira do virabrequim por parafusos


ou prisioneiros. Uma vez que que o impulsor está ligado à extremidade do virabrequim,
ele opera na velocidade idêntica à do eixo. Dessa maneira, não contribui para um
acréscimo de pressão da mistura que flui para dentro dos cilindros.

Em contrapartida, colabora para que o combustível pulverizado no ar admitido, que


se apresenta na forma de glóbulos (gotículas), seja fracionado em partículas menores
quando se choca com o impulsor, proporcionando contato com uma fração maior do ar
admitido. Isso cria uma mistura mais uniforme e, em consequência, uma melhor divisão
para os vários cilindros, principalmente durante a aceleração do motor ou a operação
em condições de baixas temperaturas.

Para obter uma maior pressão da mistura de combustível-ar no interior dos cilindros,
o superalimentador opera a velocidades muito elevadas. Ao contrário do impulsor de
distribuição, que está ligado diretamente ao virabrequim, ele é comandado por meio
de um trem de engrenagens acionado pelo virabrequim.

21
9 Turboalimentadores Acionados Externamente

Os compressores acionados externamente (turbocompressores) são concebidos a fim


de fornecer ar comprimido para a admissão da unidade de controle combustível-ar
(carburador) de um motor. Eles adquirem seu poder a partir da carga dos gases de
escape do motor dirigidos contra uma turbina que aciona um compressor, que por sua
vez, comprime o ar para o sistema de admissão. Por essa razão, eles são normalmente
intitulados de turbocompressores ou turbosuperalimentadores.

Um típico turbocompressor é mostrado na Figura 12. Ele compõe-se de três principais


partes:

• conjunto do disco do compressor;

• turbina;

• conjunto de rolamento e eixo.

Figura 12: Típico turboalimentador e suas partes principais

O compressor é composto por um impulsor, uma carcaça e alguns difusores. O ar entra


no conjunto de admissão por uma porta circular localizada no centro da carcaça do
compressor. Em seguida, é capturado pelas aletas do impulsor, o que lhe proporciona
um grande aumento de velocidade e, então é direcionado para os difusores.

22
Assim, as aletas difusoras dirigem o fluxo de ar à medida que sai do impulsor e converte
a alta velocidade do ar em alta pressão.

A força motriz utilizada para mover o impulsor é fornecida pela conexão com o eixo da
roda da turbina dos gases de escape. Esse conjunto completo é denominado rotor, que
gira sobre os rolamentos lubrificados com óleo.

O conjunto da turbina dos gases de exaustão é constituído por um turbocompressor


(ou turboalimentador) e um dispositivo de controle dos gases de escapamento
(válvula), como se vê na Figura 13.

Figura 13: Conjunto turboalimentador e suas partes principais

O disco da turbina, impulsionada pelos gases de exaustão, aciona o compressor e o


dispositivo de controle dos gases (válvula) localizados na saída dos gases de exaustão.
Ademais, ela administra a quantidade de gases de escape que é dirigido para a turbina
e regula a velocidade de rotação do rotor (turbina e compressor).

Se a porta do dispositivo de controle dos gases de escape estiver completamente


fechada, os gases de exaustão serão desviados e forçados a mover-se pela turbina
acionando-a. Enquanto esse componente (válvula) é parcialmente fechado, direciona-
se uma fração equivalente dos gases de exaustão para a turbina. Dessa forma, controla-
se o volume dos gases de escape dirigidos para incidir na turbina. É possível ajustar a
velocidade de rotação do conjunto rotor e, com isso, assegurar o controle do volume
de ar que será enviado ao duto de admissão (Figura 14).

23
Figura 14: Conjunto de tubos de exaustão, mecanismo de controle (válvula) e turboalimentadores

Por outro lado, todos os gases de exaustão são desviados para o meio externo
(atmosfera) fornecendo pouco ou nenhum impulso, caso a válvula de controle dos
gases de escapamento esteja completamente aberta. Isso pode ser observado na
Figura 15. Alguns sistemas turboalimentados são desenhados para atuar desde o nível
do mar até a sua altitude crítica.

Figura 15: Vista em corte de um mecanismo de controle dos gases de exaustão

Esses motores, por vezes referidos como superalimentados ao nível do mar, são capazes
de desenvolver uma potência bem maior do que um motor sem turboalimentação.

A Figura 16 representa o esquema de um sistema turboalimentado reforçado ao nível


do mar. Esse dispositivo é muito utilizado, pois regula automaticamente a carga de ar
oferecida ao motor por meio de três componentes:

24
• válvula de derivação de escape;

• dispositivo controlador de densidade;

• dispositivo controlador de pressão diferencial.

Figura 16: Típico sistema turboalimentado reforçado ao nível do mar

A potência produzida pelo motor pode ser regida pela regulagem da posição do
dispositivo de controle de descarga dos gases de exaustão. Quando essa válvula está
completamente aberta, todos os gases de exaustão são dirigidos para o meio externo
(atmosfera) e nenhum ar comprimido é fornecido à porta de admissão de ar do motor.
Em contraste, quando está completamente fechada, uma quantidade máxima dos
gases de exaustão é direcionada para a turbina do turbocompressor e um valor máximo
de sobrealimentação é ofertado para a admissão do motor.

Entre esses dois extremos de posição do dispositivo de controle de descarga dos gases
de exaustão (válvula de descarga), pode-se obter uma potência constante abaixo da
altitude máxima em que o sistema é projetado para operar. Um motor operando a
altitudes elevadas não é capaz de produzir cem por cento da sua pressão de admissão
que o qualifica para operar ao nível do mar. Se a aeronave se encontra em voo acima
dessas condições de altitude sem uma mudança equivalente no ajuste de potência,

25
o dispositivo de controle é automaticamente levado para a condição fechada num
esforço para manter a potência anteriormente selecionada pelo comando de potência
da cabine de comando.

De acordo com manual da Federal Aviation Adminstration (FAA):

[...] o dispositivo de descarga é quase que totalmente aberto


ao nível do mar e continua a mover-se na direção da posição
fechada, conforme a aeronave ganha altitude, de forma a
permanecer o ajuste de pressão pré-selecionado. Quando ela está
completamente fechada (permitindo apenas uma pequena folga
para coibir que haja um travamento por colagem), a pressão no
coletor de admissão irá cair se a aeronave continuar a subir. Dessa
forma, não será possível atingir um acréscimo de potência, pois
o turbocompressor terá atingido o seu ponto crítico e não será
capaz de aumentar a pressão no duto de admissão além dessa
altitude (FAA, 2012, p. 14).

A posição do dispositivo de controle dos gases de exaustão estabelece a potência de


saída do motor, que é controlada através de pressão de óleo proveniente do sistema
de lubrificação. O óleo opera sobre um pistão (êmbolo) no conjunto do dispositivo de
controle de descarga. No momento em que ocorre um aumento da pressão do óleo no
pistão, o controlador do tipo borboleta movimenta-se para a posição fechada, Dessa
maneira, força a corrente dos gases de exaustão a acionar a turbina do turboalimentador.

Em consequência, faz com que o compressor admita mais ar para o duto de admissão
aumentando a potência de saída. Inversamente, quando a pressão de óleo é reduzida
no dispositivo de controle (válvula de controle dos gases de exaustão), a borboleta de
acionamento se move para a posição aberta por atuação de mola. Após isso, a potência
de saída do motor é diminuída, conforme descrito anteriormente.

A posição da borboleta do dispositivo de controle dos gases de exaustão é acionada


por pressão de óleo que é aplicada à parte superior do pistão ligado mecanicamente
à borboleta. O óleo é devolvido ao cárter do motor através de dois componentes de
controle, o dispositivo controlador de densidade e o dispositivo de controle de pressão
diferencial. Esses dois componentes atuam de forma independente, determinando a
porção de óleo que é sangrado de volta ao motor e estabelecendo a pressão que atua
no êmbolo do dispositivo de controle dos gases de exaustão.

26
O dispositivo de controle de densidade tem a incumbência de restringir a pressão
no coletor de admissão abaixo da altitude crítica do turbocompressor e sangrar óleo
do êmbolo do controlador dos gases de exaustão apenas na posição de aceleração
máxima (potência máxima). Os foles (diafragmas) medidores de pressão e temperatura
do dispositivo de controle de densidade agem em resposta às alterações de pressão e
temperatura, entre a entrada da unidade de controle de combustível (carburador) e o
compressor do turboalimentador.

O movimento do fole, portanto, posiciona novamente a válvula de controle. Isso


ocasiona uma mudança no volume de óleo no topo do êmbolo, modificando a
pressão de óleo e a disposição da borboleta do mecanismo de controle dos gases de
escapamento.

Já o componente de controle de pressão diferencial exerce sua função ao longo de


todos os posicionamentos do controlador dos gases de exaustão (válvula de aceleração)
em que sejam diferentes da posição totalmente aberta, aquela regulada pelo controle
de densidade. Sente-se a pressão do ar no fluxo de entrada do carburador por um lado
do diafragma do dispositivo de controle de pressão diferencial, enquanto o outro toma
uma amostragem de pressão no lado da válvula de aceleração (borboleta) próximo ao
cilindro.

Na posição do manete totalmente aberto, quando o dispositivo de controle de


densidade determina a posição da válvula de controle dos gases de escapamento, a
pressão sobre o diafragma do dispositivo de controle de pressão diferencial está em
seu mínimo, e a mola do controlador mantém fechada a válvula de sangria dos gases.

Na condição de potência parcial, aumenta-se o diferencial de ar no dispositivo de


controle de pressão diferencial. Com isso o dispositivo de sangria dos gases de exaustão
é aberto a fim de redirecionar o óleo para o motor e posicionar novamente o êmbolo
do dispositivo de controle dos gases de exaustão (válvula de controle de descarga dos
gases de exaustão).

Dessa maneira, os dois dispositivos de controle operam independentemente a fim de


assegurar o controle da funcionalidade do turboalimentador em todas as condições de
potência.

O controle de pressão diferencial age em todas as configurações do controlador dos


gases de exaustão, desde que não sejam as de potência máxima, pois são ajustadas
pelo dispositivo de controle de densidade. A pressão do ar de entrada da unidade
de controle de combustível (carburador) é detectada por um lado do diafragma do

27
controle de pressão diferencial, enquanto a outra tomada de pressão é efetuada após
a válvula de aceleração do carburador (borboleta) próximo à entrada da válvula de
admissão do cilindro.

Na posição em que o acelerador (válvula borboleta do carburador) encontra-se


completamente aberto e quando o mecanismo de controle de densidade está atuando
o dispositivo de controle dos gases de exaustão (válvula de descarga), a pressão no
diafragma do lado da tomada de ar de entrada do carburador, no dispositivo de controle
de pressão diferencial, é a mínima, assim como o controle de pressão diferencial
encontra-se fechado por atuação de mola.

Na condição em que a borboleta do carburador está parcialmente aberta, o diferencial


de pressão de ar é aumentado entre as câmaras do controlador de pressão diferencial,
abrindo a válvula e sangrando óleo da parte superior do êmbolo do dispositivo de
controle dos gases de exaustão (válvula de controle). Dessa maneira, reposiciona-se
o pistão e ajusta-se a sangria dos gases de exaustão. Em suma, os dois controladores
operam de forma independente e atuam no funcionamento do turbocompressor nas
posições, absolutamente, em que se encontram a borboleta do carburador.

Na ausência do dispositivo de controle de pressão diferencial


durante operação parcial do acelerador, o controle de densidade
iria atuar posicionando o dispositivo de controle dos gases de
exaustão para a condição de potência máxima. O mecanismo de
controle de pressão diferencial diminui a pressão de entrada no
carburador e progride ajustando o mecanismo de controle dos
gases de exaustão em toda a gama de operação do motor (FAA,
2012, p. 14).

No decorrer da operação de potência parcial, o dispositivo de controle de pressão


diferencial, então, diminui a situação de instabilidade conhecida por contrarreação,
em inglês, bootstrapping. A modificação de potência desregulada, que resulta em uma
flutuação contínua de pressão na tubulação de admissão, denomina-se contrarreação.
Este fenômeno é um ciclo indesejável de eventos de turboalimentação que induz a
pressão da tubulação a flutuar a fim de tentar alcançar um estado de equilíbrio.

Em alguns casos, confunde-se a contrarreação com uma condição conhecida por


overboost. No entanto, a primeira não é uma circunstância que compromete a vida do
motor.

28
Diante disso, o dispositivo de controle de pressão diferencial torna-se indispensável
para a operação suave do turboalimentador de controle automático, pois reduz a
contrarreação pela diminuição do tempo atribuído para alcançar o estado de equilíbrio.

Salienta-se que um motor turboalimentado mostra-se muito mais sensível ao comando


de potência do que um convencional. Caso o comando de potência na cabine de
pilotagem seja movimentado rapidamente, poderá ocasionar uma determinada
oscilação de pressão no duto, pelo fato de existir um retardo dos componentes para
ajustar o novo regime imposto.

Resumindo

Nesta unidade, foram ressaltadas as principais características dos sistemas


de admissão e escapamento dos motores alternativos superalimentados
ou não. Assim como as peculiaridades dos dispositivos adicionais utilizados
pelos sistemas de admissão para combater e prevenir a formação de gelo e
os perigos inerentes se tais condições não forem combatidas.

A importância e a função dos filtros nos sistemas de admissão foram


discutidas.

Ademais, apresentaram-se as características e o funcionamento dos


principais componentes dos turboalimentadores acionados internamente
e dos sistemas de admissão superalimentados por dispositivos acionados
externamente.

29
Glossário

Aleta: dispositivo utilizado para dissipar calor (saliências), como os utilizados em


cilindros de motores aeronáuticos.

Cockpit: cabine de comando, na qual o piloto e o copiloto operam a aeronave.

Controlador de pressão diferencial: sistema superalimentado ao nível do mar, regula


automaticamente a carga de ar entregue ao motor por meio de três componentes.

Força motriz: força que impulsiona, que faz mover ou ocasiona movimento. Capaz de
produzir ou transmitir movimento.

Overboost: Condição que ocorre com a válvula de controle de descarga dos gases de
exaustão do turbocompressor (também conhecida como wastegate).

Push-pull: sistema de comando mecânico utilizado para abrir e fechar mecanismos.

Trama: fios horizontais e transversais dispostos para formar a tela do filtro.

30
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O sistema de admissão dos
motores convencionais é o responsável pela forma como a
mistura combustível-ar será comprimida, a fim de transformar
a energia calorífica contida no combustível em energia
mecânica.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O dispositivo de controle de


pressão diferencial é indispensável para a operação suave do
turboalimentador de controle automático, pois reduz a
contrarreação pela diminuição do tempo atribuído para
alcançar o estado de equilíbrio.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

31
Referências

AUTOENTUSIASTAS. Motores a pistão aeronáuticos, um panorama. 2014. Disponível


em: <http://autoentusiastas.com.br/2014/08/motores-a-pistao-aeronauticos-um-
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33
UNIDADE 2 | INSPEÇÃO,
MANUTENÇÃO E PESQUISA DE
PANES DO SISTEMA DE ADMISSÃO
DE MOTORES CONVENCIONAIS

34
Unidade 2 | Inspeção, Manutenção e Pesquisa
de Panes do Sistema de Admissão de Motores
Convencionais

1 Introdução

A tubulação de admissão fornece os meios de distribuição de ar ou da mistura ar/


combustível para os cilindros. É um importante item do motor devido ao efeito que ela
tem sobre a mistura de ar/combustível que chega ao cilindro.

Qualquer vazamento no sistema de admissão afeta diretamente a razão de potência


do motor, interferindo na razão da mistura enviada aos cilindros. Por exemplo, uma
tubulação de admissão com baixa pressão em virtude do vazamento causará um efeito
de empobrecimento da mistura ar/combustível. O cilindro afetado pode aquecer ou
falhar intermitentemente ou, ocorrer tudo ao mesmo tempo.

A manutenção do sistema de admissão visa manter a integridade e a funcionalidade


dos componentes.

2 Inspeção e Manutenção do Sistema de Admissão

O sistema de admissão deve ser observado cuidadosamente, a fim de averiguar se


existem rachaduras e vazamentos durante todas as inspeções regulares dos motores.
Da mesma maneira, todos os componentes do sistema devem ser examinados para
assegurar a montagem.

Em todas as fases de operação do motor, o sistema deve ser mantido limpo e sem
obstruções para evitar que, por imprudência ou descuido, pedaços de pano usados na
limpeza, papéis, ferramentas ou quaisquer outros objetos, possam restringir o fluxo de
ar em caso de penetração nos dutos de entrada de ar. Em contrapartida, caso alguns

35
materiais fiquem soltos próximos ao sistema de admissão, podem ocasionar sérios
danos se forem sugados para dentro do motor. Portanto, deve-se ter atenção com
parafusos, pedaços de arame de freno, arruelas soltas, etc.

Em sistemas equipados com um filtro de ar do carburador, as recomendações de


manutenção, especificadas pelo fabricante, devem ser cumpridas a fim de verificar
regularmente o seu estado. Filtros do tipo papel, por exemplo, têm de ser inspecionados
e substituídos conforme a necessidade, sempre seguindo as orientações do fabricante.

A utilização desse equipamento impede que resquícios de poeira ou sujeira entrem no


sistema de admissão do motor. Daí a importância de mantê-lo em boas condições de
limpeza.

Destaca-se que as causas de desgaste do motor estão associadas à utilização de um


filtro sujo ou danificado. Portanto, a frequência com a qual ele deve ser removido,
inspecionado e checado é recomendada por alguns fabricantes. Ao menos uma
vez, deve-se removê-lo quando as condições de operação indicarem que há mau
funcionamento. Alguns operadores, no entanto, preferem mantê-lo pelo período de
uso especificado pelo fabricante até que um novo seja disponibilizado para uso.

Se houver condições de poeira extrema, recomenda-se a manutenção diária do filtro,


que deve acontecer da seguinte maneira:

• retirar o filtro da aeronave;

• inspecionar o alojamento do filtro quanto à sujidade;

• limpar o filtro soprando-o com ar comprimido (não mais de 100 psi), a partir da
direção oposta ao fluxo normal do ar. Setas no filtro indicam o sentido normal
do fluxo de ar;

hh
É necessário ter cuidado para evitar danos ao elemento filtrante
durante a limpeza do filtro com ar comprimido.

• lavar após a limpeza, se necessário, em uma solução de água quente e um


detergente doméstico suave;

• enxaguar após a lavagem até que seja removido todo o resíduo e somente
água limpa saia da tela do filtro;

36
• secar com ar comprimido;

• instalar um novo filtro, caso ele esteja danificado;

• instalar o filtro no alojamento da caixa de ar com a junta voltada para a


estrutura e com as setas de fluxo de ar do filtro apontadas na direção correta.

hh
Não utilizar líquidos de limpeza ou solventes para lavar o filtro,
mas sim, uma solução de água e detergente.

Um novo filtro deve ser instalado após 500 horas de funcionamento do motor, ou um
ano de utilização. As indicações de dano são bordas afiadas ou quebradas nos painéis
de filtragem, permitindo que ar não filtrado entre no sistema de admissão.

Caso sejam geradas dúvidas quanto às condições de utilização de um equipamento, o


recomendado é substituí-lo.

As informações apresentadas anteriormente são apenas instrutivas. O objetivo é


orientar sobre a importância de se realizar a manutenção conforme preconizam os
manuais, sem a pretensão de substituir tais procedimentos.

3 Pesquisa de Panes no Sistema de Admissão

A Tabela 2 fornece uma orientação geral referente às panes mais comuns no sistema
de admissão. Ressalta-se que ela não substitui as informações das ordens técnicas dos
respectivos fabricantes.

37
Tabela 2: Pesquisa de pane para a falha na partida do motor

Procedimento
Pane Causa provável Correção
de pesquisa
(a) Sistema de
(a) Inspecionar
admissão (a) Remover as
a tomada e os
obstruções.
dutos de ar.
Obstruído.
1. Falha na
(b) Inspecionar (b) Fixar/apertar
partida do motor
o suporte do o carburador
(b) Vazamento
carburador e os e reparar ou
de ar.
dutos de entrada substituir o duto
de ar. de entrada de ar.
(a) Inspecionar a
(a) Dutos de ar Remover as
tomada de ar e
soltos. obstruções.
os dutos do ar.
(b) Inspecionar (b) Fixar/apertar
(b) Vazamento o suporte do o carburador
nos dutos carburador e os e reparar ou
coletores de ar. dutos de entrada substituir o duto
do ar. de entrada de ar.
2. Mau (c) Remover
funcionamento a tampa do
(d) Lubrificar e
do motor (c) Válvulas comando dos
soltar as válvulas
do motor balancins e
que estejam
prendendo. checar se existe
presas.
alguma válvula
presa.
(d) Hastes de
(d) Substituir as
comando das (d) Inspecionar
hastes gastas ou
válvulas tortas as hastes.
danificadas.
ou desgastadas.

38
(a) Bloqueio no
(a) Examinar o (a) Remover
duto coletor de
duto coletor. obstruções.
ar.
(b) Porta
quebrada,
3. Baixa potência (b) Inspecionar a (b) Substituir a
na válvula
válvula de ar. válvula de ar.
de ar para o
carburador.
(c) Filtro de ar (c) Inspecionar o (c) Limpar o
sujo. filtro de ar. filtro.
(a) Verificar se
(a) Vedação da
há desgaste ou (a) Substituir a
tomada de ar
deslocamento do vedação.
reduzida.
vedador.
4. Motor com (b) Substituir
(b) Tubo de (b) Inspecionar
marcha lenta os tubos de
tomada de ar os tubos de
irregular tomada de ar
perfurado. tomada de ar.
defeituosos.
(c) Folga no (c) Inspecionar (c) Apertar os
suporte do os parafusos de parafusos de
carburador. fixação. fixação.

4 Pesquisa de Panes em Sistema de Admissão


Turboalimentado

A Tabela 3 inclui algumas das falhas mais comuns encontradas em sistemas de admissão
com turbocompressor, juntamente com sua causa e reparação.

Esses procedimentos para a resolução de problemas são apresentados como um guia


e não devem substituir as instruções do fabricante ou os procedimentos de resolução
de problemas.

39
Tabela 3: Possíveis panes em sistemas de admissão turboalimentados

Pane Causa provável Reparo


(a) Roda da turbina ou (a) Substituir o
compressor danificado. turboalimentador.
(b) Vazamento no sistema (b) Fazer o reparo dos
de escapamento. vazamentos.
(c) Rolamentos
(c) Substituir o
1. Aeronave não atinge a defeituosos no
turboalimentador.
altitude crítica. turboalimentador.
(d) Comporta de (d) Ver comporta de
escapamento não fecha escapamento na coluna
totalmente. pane.
(e) Mau funcionamento do (e) Ver controlador
controlador. diferencial na coluna pane.
(a) Verificar se o motor
(a) Vibração de pressão na
está operando na faixa
tubulação.
adequada.
(b) Mau funcionamento (b) Ver comporta de
2. Vibrações do motor.
da comporta de escapamento na coluna
escapamento. pane.
(c) Mau funcionamento do (c) Ver controlador
controlador. diferencial na coluna pane.
(a) Rolamentos da válvula
(a) Substituir a válvula de
de desvio da comporta
desvio.
estão emperrados.
(b) Orifício de entrada de
(b) Limpar o orifício.
3. Comporta de óleo bloqueado.
escapamento não fecha (c) Mau funcionamento do (c) Ver controlador na
totalmente. controlador. coluna pane.
(d) Substituir a articulação
(d) Articulação da
e ajustar a comporta de
comporta de escapamento
escapamento para abrir e
está quebrada.
fechar adequadamente.

40
(a) Saída de óleo (a) Limpar e reconectar a
obstruída. linha de retorno de óleo.
(b) Articulação da (b) Substituir a articulação
4. Comporta de
comporta de escapamento e ajustar a abertura e
escapamento não abre.
quebrada. fechamento da comporta.
(c) Mau funcionamento do (c) Ver controlador na
controlador. coluna pane.
(a) Substituir o
(a) Vazamento na vedação.
controlador.
5. Mau funcionamento do (b) Substituir o
(b) Diafragma danificado.
controlador diferencial. controlador.
(c) Válvula do controlador (c) Substituir o
emperrada. controlador.
(a) Substituir o
(a) Vazamento na vedação.
controlador.
6. Mau funcionamento do (b) Substituir o
(b) Foles danificados.
controlador de densidade. controlador.
(c) Substituir o
(c) Válvula emperrada.
controlador.

Fonte: FAA, 2012, p. 6.

Resumindo

Nesta unidade, abordaram-se as falhas mais comuns que podem ocorrer no


sistema de admissão de um motor convencional superalimentado ou não.

Além disso, apresentou-se a importância do processo de inspeção e de


limpeza e a conservação para manter o sistema em boas condições de
segurança e funcionalidade, a fim de proporcionar uma operação do motor
livre de falhas.

41
Glossário

Mistura: define-se uma mistura como a junção de duas ou mais substâncias, sejam elas
simples ou compostas.

42
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A manutenção do sistema de
admissão não contribui para manter a integridade e a
funcionalidade dos componentes.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Qualquer vazamento no


sistema de admissão afeta diretamente a razão de potência
do motor, interferindo na razão da mistura enviada aos
cilindros.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

43
Referências

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45
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE
ADMISSÃO DE MOTORES A
TURBINA

46
Unidade 3 | Sistemas de Admissão de Motores a
Turbina

1 Introdução

Os motores térmicos têm a capacidade de converter energia calorífica em energia


mecânica, e o ar é o principal fluido utilizado para produzir essa propulsão em quase
todos os tipos de motores.

Para se obter um fluxo de ar contínuo e uniforme, é necessário que o sistema de


admissão dos motores a reação, que é formado pelas entradas de ar, seja projetado. O
intuito é evitar turbulências e promover um fluxo de ar para o compressor, de forma a
oferecer ao motor máxima eficiência.

2 Conceitos do Sistema de Admissão dos Motores a Reação

A admissão de um motor a turbina é concebida para proporcionar um fluxo de


ar relativamente livre de distorção, na quantidade necessária, para a entrada do
compressor. Muitos desses motores usam um sistema de palhetas guias na entrada
do compressor, em inglês, Inlet Guide Vanes (IGV), para ajudar a conduzir e melhorar a
eficiência da admissão da massa de ar pelos estágios do compressor.

Portanto, um fluxo de ar uniforme é necessário para evitar que uma perturbação do


escoamento, no ar recebido pelo compressor, provoque o desprendimento desse ar
das palhetas do compressor. Decorrente disso, há uma baixa pressão na região de
entrada da câmara de combustão ao mesmo tempo em que há redução da quantidade
de ar de ingresso na câmara. Com a redução do ar na câmara de combustão, os gases
oriundos da queima podem se deslocar de forma inversa, bloqueando a massa de ar
vinda do compressor e fazendo o motor perder sua eficiência.

47
Por outro lado, a refrigeração é prejudicada, tornando a mistura ar/combustível muito
rica, podendo ocasionar uma condição de sobretemperatura, em inglês, overtemp,
e consequente queima do motor com o aumento descontrolado da temperatura.
Normalmente, o duto de entrada de ar é considerado uma parte da fuselagem e não
uma parte do motor. No entanto, a condução da massa de ar de admissão é de extrema
importância para o desempenho geral do motor e a sua capacidade para produzir a
quantidade correta de empuxo requerido.

3 Sistemas de Admissão do Motor Turbojato

Um motor de turbina a gás admite um volume de ar bem maior do que um motor


alternativo, e a passagem para a entrada do ar é consideravelmente maior. Além disso,
é um item considerado crítico, pois tem uma importante atuação na determinação da
performance do motor da aeronave, especialmente em altas velocidades.

A ineficiência do duto de entrada de ar, resultante de danos ou qualquer interferência


que possam alterar e prejudicar seu correto funcionamento, implica perdas de eficiência
que será refletida em outros componentes o motor.

A entrada de ar varia de acordo com o tipo de motor a turbina. Pequenos motores


turboélice e turboshaft têm uma admissão de fluxo de ar mais baixa do que os grandes
motores turbofan que exigem um tipo de entrada completamente diferente.

Muitos motores turboélices, turboeixos e unidades auxiliares de energia, em inglês,


Auxiliary Power Unit (APU), usam telas de proteção que cobrem a entrada de ar para
evitar que objetos estranhos, ou Foreign Object Damage (FOD), sejam absorvidos e
causem danos ao motor. As Figuras 17.A e 17.B demonstram um motor com entrada
de ar com tela de proteção.

48
Figura 17.A: Vista lateral de um motor Figura 17.B: Tela de proteção da entrada de ar
turboélice, cuja entrada de ar possui tela de de um motor turboélice
proteção

Conforme a velocidade da aeronave aumenta, o impulso produzido tende a diminuir,


como se vê na Tabela 4.
Tabela 4: Razão entre a velocidade de voo e a potência de tração do motor

Velocidade de voo Potência de tração


Aumenta Diminui rapidamente
Diminui Aumenta rapidamente

Quando a velocidade da aeronave atinge determinado ponto, a entrada de ar é


projetada de forma a recuperar e a compensar as perdas causadas pelo aumento da
velocidade. Dessa maneira, ela deve ser capaz de recuperar a maior parte da corrente
de ar livre.

Como as moléculas de ar começam a ser comprimidas na entrada, a massa de ar é


conduzida com o mínimo de perda de pressão. Com isso, a entrada de ar aumenta a
pressão e o fluxo de ar para o motor, o que é denominado de recuperação do ar de
impacto ou recuperação total de pressão.

A entrada de ar deve fornecer ar uniformemente para a admissão do compressor, com


o mínimo de turbulência e de variação de pressão possível. A entrada de ar de admissão
do motor também deve manter o efeito de arrasto sobre a aeronave no mínimo.

Durante a admissão do motor, a queda de pressão do ar é causada pelo atrito do ar ao


longo das paredes do duto de entrada e por curvas nos dutos do sistema. A entrada de
ar deve ser capaz de manter uma fluidez na massa de ar e criar o mínimo de turbulência
possível.

49
A escolha do tipo do duto de entrada é determinada pela localização do motor na
aeronave, e pela velocidade do ar, altitude e atitude em que a aeronave é projetada
para operar.

De acordo com Schiavo (1984, p. 69), a ingestão de ar dos motores a reação é muito
elevada. Para exemplificar: se o consumo de ar em um motor de 14.000 Ibf chega
a aproximadamente 150 lb/s ou o equivalente a 70 kg/s, em cada segundo o motor
admite 70 kg de ar, o que corresponde a 53.800 Iitros.

O sistema de admissão de ar de um motor a reação deve possuir as seguintes


características:

• capacidade de recuperação da pressão total do fluxo de ar causada pelas


perdas ocorridas por causa do atrito do ar com as paredes do duto;

• fornecimento de ar com a mínima turbulência possível;

• distribuição de modo uniforme da pressão do ar em toda a área do compressor;

• impedimento da ingestão de detritos pelo compressor.

4 Duto de Entrada Única

O duto de construção de entrada única é o mais simples e eficiente possível, devido à


localização da entrada exatamente à frente do motor, o que proporciona a admissão
de um fluxo de ar livre de turbulência.

Ele proporciona uma configuração reta ou apresenta algumas curvaturas discretas.


De acordo com isso, pode promover uma pequena queda de pressão ocasionada pelo
seu comprimento. No entanto, essa condição é superada pelas características que
proporcionam um fluxo de ar uniforme.

50
Em aeronaves multimotoras, é necessário que o duto seja curto, reto ou com um
mínimo de curvatura, como se vê nas Figuras 18.A e 18.B.

Figura 18.A: Desenho da entrada de ar Figura 18.B: Vista traseira da entrada


simples de uma aeronave 727 de ar simples em uma aeronave 727

Embora o duto mais curto e sem curvaturas permita uma queda de pressão menor,
o motor fica sujeito aos efeitos de turbulência na entrada da admissão de ar,
principalmente em condições de baixa velocidade ou ângulos de ataque muito
acentuados.

a) Duto de Entrada Dividida

Nos aviões de caça militares, em que o piloto fica sentado normalmente no nariz, torna-
se difícil o emprego de um duto de entrada única.

Um tipo de duto dividido, que leva o ar de ambos os lados da fuselagem, tem sido
bastante utilizado. Ele pode estar tanto na raiz da asa quanto nos dois lados da
fuselagem, como mostrado na Figura 19.

Figura 19: Aeronave com dutos de entrada de ar localizados em cada lado da fuselagem

Esse tipo de duto apresenta mais problemas para o projetista de aviões do que um de
entrada única, em razão da dificuldade de obtenção de área de admissão suficiente
sem impor valores excessivos de arrasto.

51
Dessa maneira, encontra-se uma dificuldade de se obter um duto que promova o
mínimo de interferência na massa de ar e um comprimento razoável com o mínimo de
curvas possível. Uma série de lâminas guias, às vezes, é utilizada na entrada de ar para
ajudar a direcionar o fluxo de ar de entrada e evitar turbulência.

b) Duto de Geometria Variável

A principal função de um duto de entrada de ar é proporcionar a quantidade de ar


necessária na entrada do motor. Portanto, o seu formato interno depende de vários
fatores, como, por exemplo, a velocidade de operação das aeronaves.

Em um típico avião militar que utiliza um motor turbojato ou um turbofan de baixo


bypass, as entradas de ar devem ser projetadas para fornecer uma velocidade ao fluxo
de ar menor que Mach 1. Por conseguinte, o fluxo de ar que passa através do motor
deve ser inferior a Mach 1 em todos os momentos.

Em suma, sob todas as condições de voo, a velocidade do fluxo de ar que penetra


no duto de entrada de ar deve ser reduzida por intermédio da entrada de ar e estar
pronta para ser entregue ao compressor. Para isso, as aberturas de entrada de ar são
construídas para operarem como difusores, diminuírem a velocidade e aumentarem a
pressão estática do ar que passa através deles.

Em aeronaves subsônicas, a construção da entrada de ar tem uma característica interna


de um duto de ar em forma de um bocal divergente (difusor subsônico). Obtêm-se,
dessa maneira, em condições de voo cruzeiro, uma redução da velocidade do ar e,
consequentemente, um ganho de pressão estática, permitindo ao compressor operar
com o máximo de rendimento possível. Para as aeronaves subsônicas, o duto de
entrada de ar normalmente tem o seu tamanho aumentado em direção à sua
extremidade posterior, conforme ilustra a Figura 20.

Figura 20: Duto de entrada de ar divergente (difusor subsônico)

52
As aeronaves que atingem velocidades supersônicas enfrentam um problema
para adotar a melhor entrada. Isso se deve ao fato de a aeronave encontrar-se em
velocidades subsônicas nas decolagens, subidas e aproximações para pouso.

O duto de entrada de ar em aeronaves supersônicas é formado pela combinação de


duas seções (supersônica e subsônica) e um difusor supersônico tem a sua área de
entrada progressivamente diminuída no sentido do fluxo de ar. Dessa forma, um duto
de admissão supersônico seguirá um padrão geral de reduzir a velocidade do ar
admitido até que atinja Mach 1. Então a seção seguinte começará a ter sua área
aumentada, funcionando como um difusor subsônico (Figuras 21.A e 21.B).

Figura 21.A: Duto de entrada de ar em aeronaves supersônicas

Figura 21.B: Representação da formação da onda de choque nos dutos supersônicos

53
Na entrada de ar supersônica, a velocidade do ar é retardada para Mach 1na porção
convergente da entrada e uma onda de choque é formada. Quando o ar flui através
da onda de choque, a sua velocidade é retardada a uma velocidade subsônica e ainda
sofre uma redução na porção divergente da entrada de ar antes da sua entrada no
compressor.

Para aeronaves que operam com velocidades supersônicas muito altas, a área dentro
do duto de entrada de ar pode ter sua configuração alterada por meio de dispositivos
mecânicos que se movem. Com isso, muda-se a área interna do duto conforme a
velocidade da aeronave aumenta ou diminui, pois esta não voa todo o tempo a
velocidades supersônicas. “Outro sistema é uma espécie de arranjo que promove um
desvio no fluxo de ar extraindo parte do fluxo a partir do duto de entrada à frente do
motor” (FAA, 2012, p. 20).

Em alguns casos, uma combinação de ambos os sistemas é utilizada como mostram as


Figuras 22.A e 22.B.

Figura 22.A: Representação da combinação de um duto de geometria variável com arranjos de válvulas
de desvio do fluxo de ar em condição subsônica

Figura 22.B: Representação da combinação de um duto de geometria variável com arranjos de válvulas
de desvio do fluxo de ar em condição supersônica

54
A onda de choque é uma região de descontinuidade em um fluxo de ar ou gás, durante
a qual a velocidade, a pressão, a densidade e a temperatura do ar ou do gás são
submetidas a uma alteração súbita.

Quanto mais fortes forem as ondas, maiores são as mudanças produzidas nas
propriedades do ar ou do gás. Elas são deliberadamente inseridas no fluxo supersônico
do ar do duto de entrada de ar, por meio de alguma restrição ou pequena obstrução,
que é automaticamente projetada para dentro do duto quando o número de Mach
aumenta. Como resultado, a onda de choque provoca a difusão do fluxo de ar que, por
sua vez, diminui a velocidade.

O mesmo dispositivo que modifica a área do duto de entrada também configura


uma onda de choque que reduz ainda mais a velocidade do ar do duto de entrada.
A quantidade de mudança na área do duto e a magnitude do choque são variadas
automaticamente com a velocidade da aeronave. Ressalta-se que esse tipo é conhecido
como duto de entrada de ar de geometria variável. Sua área interna é ajustada por
dispositivos comandados automaticamente.

c) Entrada do Compressor Tipo Boca de Sino

A entrada em boca de sino é normalmente instalada em um motor em fase de testes


quando em um banco de prova. Esse tipo de entrada (Figura 23) praticamente não tem
perdas e é usada em bancos de prova. Além disso, é projetada com o único objetivo de
obter alta eficiência aerodinâmica.

Figura 23: Duto de ar de entrada de ar tipo boca de sino

Ele, geralmente, é equipado com sensores que, com o uso de instrumentos, podem
medir a temperatura e a pressão (total e estático) de admissão.

55
Essencialmente, é uma entrada em forma de funil com boca de
sino com seus bordos arredondados cuidadosamente, os quais
oferecem praticamente nenhuma resistência ao ar. A perda do
duto é tão pequena que é considerada zero. O motor pode, por
conseguinte, ser operado sem as complicações decorrentes de
prejuízos comuns quando instalado com os dutos de entrada
tradicionais das aeronaves (FAA, 2012).

Os dados de desempenho do motor, quando estiverem em um banco de prova como a


classificação de impulso e o consumo específico de combustível, são obtidos enquanto
estiverem usando uma entrada de boca de sino, de acordo com a Figura 24.

Figura 24: Tela de proteção instalada em uma entrada tipo boca de sino

Normalmente, as entradas são montadas com telas de proteção. Nesse caso, a perda
de eficiência, conforme o ar passa através da tela, deve ser levada em consideração
quando dados muito precisos do motor são necessários.

d) Entradas de Ar do Compressor em Motores Turboélice

A entrada de ar em um turboélice é um problema maior do que em outros motores de


turbina a gás, porque o eixo de acionamento da hélice, o cubo e o spinner devem ser
considerados, além de outros fatores do projeto.

Em muitos tipos de motores turboélices são utilizados elementos elétricos


(degeladores) no duto de entrada de ar de ingestão (degelo elétrico). Os defletores
e dispositivos mecânicos, por exemplo, são portas, por vezes utilizadas, para desviar
gelo ou sujidade que possam estar em suspensão no ar de admissão e serem ingeridos
pelo motor. O ar passa, então, através de um crivo no duto de entrada que exerce uma
importante função na operação e desempenho do motor.

56
A aspiração de corpos estranhos, não importando o que sejam, é capaz de causar danos
sérios, devido ao impacto causado por eles nos componentes situados na entrada do
compressor. Dessa maneira, a proteção no duto de indução visa promover, mediante
meios mecânicos, uma segurança contra a admissão desses objetos que possam causar
danos ao motor (separação inercial).

Quando a aeronave opera em campos não pavimentados ou há condições de voo


favoráveis à formação de gelo, a separação inercial trabalhará com o objetivo de
diminuir a ingestão de poeira e partículas sólidas em suspensão no ar de admissão. A
Figura 25 demonstra um sistema de separação inercial utilizado em uma aeronave
bimotora de grande porte.

Figura 25: Sistema de separação inercial utilizado em uma aeronave bimotora de médio porte

O sistema de separação inercial consiste em:

• um defletor móvel instalado no duto de entrada de ar;

• uma tela fixa junto à entrada de ar;

• uma tela fixa junto à entrada de ar do motor;

• um duto de desvio com uma porta móvel;

• um atuador eletromecânico;

• um interruptor de comando.

Os dissipadores vórtex (Figura 26) são usados em alguns motores montados em


montantes abaixo da asa. Quando os motores turbojatos estão em operação no solo,
é possível formar um redemoinho (vórtex) entre a entrada de ar do motor e o solo.

57
Com isso, esse dissipador pode causar uma grande força de sucção capaz de levantar
do chão pequenos objetos, conduzindo-os à entrada do motor e, consequentemente,
ocasionar danos.

Um fluxo de alta velocidade de sangria de ar do compressor é dirigido para a área onde


ocorre a formação do vórtex, dissipando-os quando se formam.

Figura 26: Esquema representativo de um sistema dissipador de vórtex

Para evitar que o motor ingira facilmente todos os itens que possam estar em suspensão
no ar ou mesmo no solo, insere-se uma tela em volta da entrada de ar do motor ou em
algum local ao longo do duto de entrada de ar. Portanto, os motores que incorporam
telas de entrada, tais como turboélices e APU, não são tão vulneráveis aos FODs.

Destaca-se que as telas adicionam sensivelmente uma perda de pressão ao duto de


entrada e são muito suscetíveis à formação de gelo. A falha por fadiga é também um
problema e, por vezes, pode causar mais dano do que se não houvesse nenhuma tela
instalada.

e) Seções do Fan dos Motores Turbofan

Os motores turbofan com alta razão de bypass são geralmente construídos com o fan
na extremidade à frente do compressor.

Uma típica seção de admissão de um turbofan é mostrada na Figura 27.

Figura 27: Entrada de ar típica de um turbofan

58
Ademais, o fan reduz os danos e os riscos do motor ingerir algum material estranho,
pois grande parte de qualquer material que poderia ser ingerida é lançada radialmente
para fora e passa pela descarga do fan, em vez de passar pelo núcleo do motor. O
ar quente sangrado, por sua vez, é direcionado para circular no interior do bordo de
ataque da entrada de ar para evitar a formação de gelo (anticongelamento).

Os fans são equipados com um spinner elíptico ou cônico. Caso a unidade seja do tipo
elíptica, ela será aquecida por ar quente proveniente de algum estágio do compressor
para evitar formação de gelo. A seguir são apresentados alguns exemplos de spinner
cônico e elíptico usados em motores turbofan.

Figura 28: Exemplos de spinner cônico e elíptico utilizados em motores turbofan

Nos motores de alto desvio, o fan consiste em um estágio de lâminas rotativas e aletas
fixas que podem variar em diâmetro de menos de 84 polegadas até mais de 112
polegadas, conforme mostra a Figura 29.

Figura 29: Pás de um típico motor turbofan com spinner elíptico

O ar acelerado pelas pontas das pás do fan, fabricadas de titânio oco ou materiais
compostos, forma uma corrente de ar secundário, que é canalizado para a atmosfera
sem passar através do núcleo principal do motor.

Esse ar secundário (fluxo do fan) produz 80 por cento do impulso em motores de alto
desvio.

59
Assim, o ar que passa através da parte interior das pás do ventilador torna-se a corrente
de ar primário que flui pelo núcleo do próprio motor.

Figura 30: Caminho do fluxo de ar primário e secundário em um motor turbofan

Resumindo

Nesta unidade, foram apresentadas as principais características dos


sistemas de admissão dos motores a reação. Assim como as diferenças e
peculiaridades dos tipos de dutos de entradas de ar mais comuns utilizadas
nestes tipos de motores.

Ademais, foram abordados alguns dos recursos utilizados para melhorar a


eficiência dos dutos de admissão de ar, como os sistemas de separação
inercial, dutos de geometria variável e os dissipadores de vórtex. Dessa
maneira, tornou-se possível compreender a importância desse componente
para a correta eficiência de operação dos motores a reação.

60
Glossário

Atitude: é a dinâmica do voo da aeronave, o controle e a orientação em três direções


que são os ângulos de rotação em torno do centro de massa da aeronave.

Bypass: caminho derivado ou alternativo.

Difusor subsônico: desacelera o escoamento, reduzindo a pressão total e aumentando


a pressão estática.

IGV: normalmente, é o nome dado ao primeiro disco de aletas estatoras na entrada do


compressor.

Mach: o número de Mach ou velocidade Mach é a definição de razão entre a velocidade


do avião e a velocidade do som. A velocidade Mach é quantas vezes o objeto atingiu a
velocidade do som.

Overtemp: ou simplesmente sobretemperatura. É o termo usado para designar um


rompimento do limite da temperatura máxima de operação de um motor.

Spinner elíptico: é uma carenagem aerodinâmica montada sobre o cubo de um motor


equipado com hélice ou no centro de um motor turbofan.

Velocidades supersônicas: a velocidade supersônica (diz-se também ultrassônica) se


refere a qualquer velocidade acima da velocidade do som.

Voo cruzeiro: etapa do voo compreendida entre o final da subida e o início de sua
descida ao local de destino.

Vórtex: vórtex ou vórtice é um escoamento giratório no qual as linhas de corrente de


ar apresentam um padrão circular ou espiral. Pequenos redemoinhos (vórtex) entre a
entrada de ar do motor e o solo.

61
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A admissão de um motor a
turbina é concebida para proporcionar um fluxo de ar
relativamente livre de distorção.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Os motores turbofan com alta


razão de bypass são geralmente construídos com o fan na
extremidade à frente do compressor.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

62
Referências

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63
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SCHIAVO, A. C. Motores a reação. São Paulo: Eapac, 1984.

TURBO FOZ. Conheça o histórico do turbo. Turbo Foz, 2015. Disponível em: <http://
turbofoz. com.br/inicio/historico-do-turbo>. Acesso em: 20 set. 2015.

64
Gabarito

Questão 1 Questão 2
Unidade 1 V V
Unidade 2 F V
Unidade 3 V V

65

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