Boletim-Sindromes-Respiratorias-2024-02
Boletim-Sindromes-Respiratorias-2024-02
Boletim-Sindromes-Respiratorias-2024-02
BOLETIM DAS
SÍNDROME
RESPIRATÓRIAS
COVID-19, INFLUENZA E OUTROS
VÍRUS RESPIRATÓRIOS (OVR)
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO.....................................................................................................................................03
2. DEFINIÇÃO DE CASO............................................................................................................................04
Síndrome Gripal (SG)................................................................................................................................................04
7. RECOMENDAÇÕES..................................................................................................................................17
População.....................................................................................................................................................................17
8. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS.............................................................................................18
1. APRESENTAÇÃO
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC), por meio da Gerência de Doenças Infecciosas
Agudas e Imunização (GEDIM), da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), divulga o boletim
epidemiológico da Vigilância das Síndromes Respiratórias.
Os dados contidos neste informe são oriundos da Vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
que monitora os casos hospitalizados e óbitos, da vigilância universal da Covid-19 e de uma rede composta
por Unidades Sentinelas das Síndromes Gripais.
O objetivo é apresentar o cenário epidemiológico das doenças respiratórias agudas e virais com potencial
epidêmico, mais incidentes no estado, a exemplo da influenza, Covid-19, entre outros vírus, orientando os
órgãos de saúde na tomada de decisão frente a circulação dos vírus.
Os dados são obtidos através da notificação dos casos suspeitos conforme o fluxo municipal no Sistema de
Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e E-Sus Notifica.
As informações apresentadas neste informe são referentes ao período que compreende as Semanas
Epidemiológicas (SE) 01 até a 31, que foi encerrada em 03/08/2024.
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2. DEFINIÇÃO DE CASO
• Para efeito de notificação no SIVEP-Gripe devem ser considerados os casos de SRAG hospitalizados
ou os óbitos por SRAG independentemente de hospitalização.
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3. VIGILÂNCIA SENTINELA DE
SÍNDROME GRIPAL (SG)
A Vigilância Sentinela conta com uma rede de unidades distribuídas em todas as regiões geográficas do país
e tem como objetivo principal identificar os vírus circulantes, além de permitir o monitoramento da demanda
de atendimento por essa doença, antes da ocorrência de casos graves, que demandam hospitalização. Os
dados são coletados por meio de formulários padronizados e inseridos no sistema de informação online
SIVEP-Gripe.
No Estado de Santa Catarina existem 11 Unidades Sentinelas de Síndrome Gripal (SG) e estão localizadas
nos municípios de: Balneário Camboriú, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Florianópolis,
Joaçaba, Joinville, Lages, Mafra e São José.
Entre a SE 01/2024 e a SE 31/2024 foram realizadas 19.367 consultas de SG nas Unidades Sentinelas
e, conforme demonstrado no Tabela 1, foram coletadas 1.723 amostras para análise laboratorial. Das 11
unidades cadastradas, quatro atingiram a meta preconizada.
Tabela 1: Percentual de casos de SG nas Unidades Sentinelas com coleta de amostra em relação
ao preconizado pelo Ministério da Saúde. Santa Catarina, 2024.
Pronto atendimento
Chapecó 155 311 200,7
Grande EFAPI
U.S.F. Dionísio
Dionísio Cerqueira 155 30 19,4
Cerqueira
Unidade de Pronto
Florianópolis 152 96 98,1
Atendimento - UPA Sul
Unidade Básica de
Criciúma 155 65 41,9
Saúde Pinheirinho
UPA 24 horas
Joinville 155 294 189,7
Aventureiro
Hospital Regional de
São José - Dr. Homero São José 155 43 27,7
Miranda Gomes
Fonte: SIVEP-Gripe, atualizado em 03/08/2024 (SE31), dados sujeitos à alteração. **Preconizado da SE 01 até SE 31 (5 coletas/semana).
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FIGURA 1. Casos notificados de SG nas Unidades Sentinelas, segundo classificação final e agente etiológico.
Santa Catarina, 2024.
1.723
Total de notificações
960
Total de amostras com
identificação viral
67,7%
RINOVÍRUS
15,7% 48,8% 35,5%
COVID-19 INFLUENZA (OVR) OUTROS VÍRUS
RESPIRATÓRIOS
17,0%
(VSR) VÍRUS SINCICIAL
RESPIRATÓRIO
No cenário atual, o vírus da influenza é o principal agente causador de infecções respiratórias identificadas
pela rede sentinela, correspondendo a 48,8% (469) dos casos, o que indica uma alta circulação deste vírus
na população. Em relação ao agente etiológico, 47 foram influenza A não subtipado, 344 influenza A (H3N2),
71 casos influenza A (H1N1) pdm09 e 7 influenza B.
A Covid-19 representa 15,7% das infecções respiratórias e demonstra a circulação do vírus SARS-CoV-2,
embora em níveis inferiores ao que se registrou em anos anteriores. Os Outros Vírus Respiratórios (OVR)
constituem 35,5% das infecções respiratórias. Destes, o Rinovírus é responsável por 67,7% dos casos e o
Vírus Sincicial Respiratório (VSR) por 17% das infecções.
Ao analisarmos a ocorrência da circulação dos vírus respiratórios em casos de SG pela vigilância sentinela,
observa-se que o período começa com predominância do Rinovírus na SE1. Depois, o SARS-CoV-2 passa a ser
mais frequente, com grande circulação entre as SE 3 e 10, mostrando uma diminuição nos casos nas semanas
subsequentes. O vírus influenza, embora presente desde o início do ano, apresenta um aumento significativo
a partir da semana 11, especialmente entre as semanas 15 e 20, coincidindo com o período de sazonalidade. A
partir da SE 21 ocorre uma queda na circulação deste vírus, com estabilidade nas últimas semanas. O Rinovírus
aparece em todo o período e o VSR com maior frequência nas últimas semanas (Figura 2).
FIGURA 2. Número de casos de SG por Semana Epidemiológica e vírus identificado nas Unidades Sentinelas.
Santa Catarina, 2024.
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4.VIGILÂNCIA UNIVERSAL
DA COVID-19
A série histórica da Covid-19 abrange o período de 2020 (início da transmissão da doença) até a SE 28 de
2024, considerando os casos confirmados pela data de início dos sintomas. O maior pico de transmissão
foi entre as Semanas Epidemiológicas 02 e 08 de 2022, com a variante Ômicron, resultando em um rápido
aumento na transmissão. Em fevereiro de 2022, os casos diminuíram rapidamente, com novos picos em abril
e novembro devido à sublinhagem BQ.1.1. Em 2023, os casos estabilizaram em níveis baixos, mantendo esse
mesmo padrão no ano de 2024, com um leve aumento no início deste ano (Figura 3).
FIGURA 3. Casos de Covid-19 por data de início de sintomas. Santa Catarina, de 2020 a 2024.
Fonte: SIVEP-Gripe e E-SUS Notifica, atualizado até 13/07/2024 (SE 28) devido a inconsistências nos sistemas de notificação, dados sujeitos à
alteração.*
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5.VIGILÂNCIA DA SÍNDROME
RESPIRATÓRIA AGUDA
GRAVE (SRAG)
No Estado de Santa Catarina, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC) disponibiliza, desde 2023,
o painel viral com a análise de 7 (sete) vírus respiratórios nas solicitações de exames para os casos de SRAG
(na solicitação com os agravos “COVID-19” e “INFLUENZA”). São testados os vírus SARS-CoV-2, influenza A,
influenza B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Metapneumovírus, Adenovírus e Rinovírus, contribuindo para
o monitoramento dos vírus respiratórios de importância em saúde pública em todo o Estado.
FIGURA 4. Casos notificados de SRAG, segundo classificação final e agente etiológico. Santa Catarina, 2024.
8.684
Total de notificações
5.102
Total de amostras com
identificação viral
A análise dos casos de SRAG por Semana Epidemiológica (SE) mostra que o ano de 2024 começou com
uma incidência maior de Covid-19, que reduz a partir da SE 11, mantendo um número pequeno de casos nas
últimas semanas. Com a redução da Covid-19, percebe-se o aumento da circulação de OVR e da influenza.
O ano de 2024 inicia com 13 casos de influenza, com queda nas semanas seguintes. A partir da SE 06
ocorreu um aumento, com um pico de 78 casos de SRAG pela doença na SE 18. A partir da semana 20, existe
uma tendência de queda, embora com as baixas temperaturas, esse padrão possa sofrer uma modificação.
Os casos de OVR mostram um aumento gradual com oscilações até a SE 08. Os casos aumentam entre as
semanas 09 e 19, com um pico na semana 19 (195 casos). Após o pico há um declínio até a semana 28.
A Covid-19 apresentou uma tendência de aumento constante desde o início do ano, sendo o vírus de maior
ocorrência até a SE 09. A partir da semana 18, os casos reduzem significativamente. Os dados de todas as
SE estão detalhados na Figura 5.
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FIGURA 5. Número de casos de SRAG por Semana Epidemiológica. Santa Catarina, 2024.
SRAG
CASOS POR ÓBITOS
COVID-19
101
882 ÓBITOS
CASOS
1,3
11,4 MORTALIDADE POR 100 MIL HAB.
Os casos de SRAG por Covid-19 tiveram uma distribuição mais uniforme em 2023, com exceção da SE 01.
Em 2024 houve um aumento expressivo de casos entre as SE 05 e 10. A partir da SE 11, o número de casos
diminuiu significativamente, mantendo um número baixo de casos até o momento (Figura 7).
Os óbitos, apesar de baixos em ambos os anos, mostram uma diminuição a partir da SE13 de 2024 em
comparação a 2023. Nas últimas semanas não foram registrados óbitos por Covid-19.
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FIGURA 7. Número de casos e óbitos de SRAG por Covid-19 por Semana Epidemiológica. Santa Catarina, 2023 - 2024.
Conforme os dados da Figura 8, os casos de SRAG por Covid-19 são distribuídos entre todas as faixas
etárias, com destaque para a população entre 0 e 4 anos e acima de 80 anos. Os óbitos são mais baixos nas
faixas etárias mais jovens e atingem o maior número na faixa etária acima de 80 anos de idade (35 óbitos),
seguidos pelas faixas de 70-79 anos de idade (27 óbitos).
FIGURA 8. Número de casos e óbitos de SRAG por Covid-19, segundo a faixa etária. Santa Catarina, 2024.
Mais informações sobre a Covid-19 podem ser obtidas nos Painéis de Informação do CIEGES/SC.
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FIGURA 9. Casos e óbitos de SRAG por influenza. Santa Catarina, 2024.
SRAG
CASOS POR ÓBITOS
INFLUENZA
72
1.079 ÓBITOS
CASOS
0,9%
13,9 MORTALIDADE POR 100 MIL HAB.
Em comparação com o ano de 2023, percebe-se um aumento no número de casos desde a primeira semana
do ano de 2024 (SE 1 a SE 23). Esse cenário indica para uma transmissão acelerada, que pode se intensificar
considerando o período de sazonalidade na transmissão dos vírus respiratórios (Figura 10).
FIGURA 10. Número de casos e óbitos de SRAG por influenza por Semana Epidemiológica.
Santa Catarina, 2023 - 2024.
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Em relação à faixa etária, os indivíduos acima de 60 anos de idade representam 35,7% dos casos de SRAG
confirmados por influenza. Na sequência, os indivíduos entre 0 e 4 anos de idade, com 26,5% dos casos. Os
óbitos atingem seu maior número nas faixas etárias acima de 60 anos (52 óbitos) (Figura 11).
FIGURA 11. Número de casos e óbitos de SRAG por influenza segundo a faixa etária. Santa Catarina, 2024.
FIGURA 12. Casos e óbitos de SRAG por Outros Vírus Respiratórios (OVR). Santa Catarina, 2024.
66
3.141 ÓBITOS
CASOS
0,8%
40,4% MORTALIDADE POR 100 MIL HAB.
Em 2024 é possível verificar um aumento expressivo dos casos de SRAG por OVR entre a SE11 e a SE 19. A
partir da SE 20 é observado uma leve diminuição, mantendo uma estabilidade elevada. Os dados das últimas
semanas precisam ser analisados com cautela, considerando o atraso na informação. Em ambos os anos, o
número de óbitos é baixo e estável, com poucas variações semanais (Figura 13).
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FIGURA 13. Número de casos e óbitos de SRAG por Outros Vírus Respiratórios (OVR) por Semana Epidemiológica.
Santa Catarina, 2023 - 2024.
Os indivíduos entre 0 e 4 anos de idade são mais acometidos por SRAG por OVR (83,6% dos casos), seguido
de indivíduos de 5 a 9 anos (7,0%) (Figura 14). Entretanto, quando se analisa a mortalidade do total de óbitos
ocorridos até a SE 31 (66 óbitos), indivíduos com idades mais avançadas (a partir dos 60 anos) representam
a maior proporção (56%), indicando uma maior vulnerabilidade. Já outros 27,2% dos óbitos ocorreram em
indivíduos de 0 a 4 anos.
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FIGURA 14. Número de casos e óbitos de SRAG por Outros Vírus Respiratórios (OVR) segundo a faixa etária.
Santa Catarina, 2024.
Os dados relatados mostram um perfil diferente entre os casos de VSR no sistema SIVEP-Gripe (SRAG
hospitalizados) e nas unidades sentinela de SG. Enquanto o SIVEP-Gripe (SRAG hospitalizados) apresenta
números mais altos, nas Unidades Sentinelas os casos predominantes são de influenza. Esse fato pode
ser atribuído ao perfil dos indivíduos atendidos por essas unidades, uma vez que as unidades sentinelas
atendem menos crianças em comparação aos casos hospitalizados. Além disso, as unidades sentinela de
SG representam a situação de saúde de uma população mais ampla.
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6. CASOS E ÓBITOS DE SRAG
POR VÍRUS RESPIRATÓRIOS POR
REGIÃO DE SAÚDE
A Tabela 2 apresenta os dados de casos e óbitos por vírus respiratórios no estado, por Região de Saúde de
residência. A Região de Florianópolis registrou o maior número de casos, com 1.824, e 30 óbitos. Em seguida,
a Região de Criciúma apresentou 705 casos e 18 óbitos. A Região de Joinville, embora tenha registrado
446 casos, teve um número de óbitos (29) quase equivalente ao de Florianópolis, indicando uma taxa de
mortalidade significativamente maior.
TABELA 2. Casos e óbitos por vírus respiratórios, segundo agente etiológico, por Região de Saúde de residência.
Santa Catarina, 2024.
Araranguá 67 6 42 3 82 1 1 0 48 1 6 0
Chapecó 39 7 56 4 116 2 1 0 73 2 14 1
Concórdia 9 2 10 0 42 2 0 0 21 0 1 0
Jaraguá do Sul 37 0 28 5 7 1 0 0 7 0 1 0
Joaçaba 26 0 13 0 15 0 0 0 9 0 2 0
Lages 15 1 39 2 10 0 0 0 8 0 0 0
Mafra 25 2 15 2 13 1 0 0 19 1 4 0
Rio do Sul 12 2 15 2 13 1 0 0 8 0 1 0
S.M.O 32 0 27 1 10 0 0 0 3 0 0 0
Tubarão 36 9 59 15 39 6 0 0 48 12 7 0
Videira 22 3 40 3 6 1 0 0 6 0 1 0
Xanxerê 9 1 10 0 34 1 0 0 23 1 4 0
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FIGURA 15. Distribuição espacial dos casos confirmados de SRAG por vírus respiratórios,
segundo município de residência. Santa Catarina, 2024.
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7. RECOMENDAÇÕES
População
Atenção aos sintomas: febre, tosse, dor de garganta e dores nas articulações musculares ou de cabeça. É
fundamental ao apresentar esses sinais/sintomas, procurar o serviço de saúde mais próximo da residência
para o tratamento adequado, em especial os portadores de fatores de risco para agravamento e óbito
(idosos, crianças, doentes crônicos etc.), pois estes têm maior probabilidade de apresentar complicações
quando infectados pelo vírus influenza.
• Usar máscara;
• Manter superfícies e objetos que entram em contato frequente com as mãos, como mesas, teclados,
maçanetas e corrimãos limpos com álcool;
• Notificar e tratar todos os casos que atendam a definição de caso de SRAG, independentemente de
coleta ou resultado laboratorial;
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8. CONSIDERAÇÕES
METODOLÓGICAS
Os dados divulgados neste Boletim Epidemiológico estão sujeitos a alterações e podem apresentar
divergências em relação àqueles apresentados em edições anteriores, pois as informações são revisadas e
atualizadas constantemente.
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EXPEDIENTE
O Boletim Epidemiológico da Vigilância das Síndromes Respiratórias é uma publicação técnica da Diretoria
de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.
Rua Esteves Júnior, 390 - Anexo I - 1º andar - Centro - Florianópolis/SC. CEP: 88010-002
Fone: (48) 3664-7400.
www.dive.sc.gov.br
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Governador do Estado: Jorginho dos Santos Mello | Secretário de Estado da Saúde: Diogo
Demarchi Silva | Superintendente de Vigilância em Saúde: Fábio Gaudenzi | Diretor de Vigilância
Epidemiológica: João Augusto B. Fuck | Gerência de Doenças Infecciosas Agudas e Imunização:
Arieli Schiessl Fialho | Elaboração: Thémis Aparecida de Almeida Pedroso Rossi e Juliana Righetto
Moser | Produção: Núcleo de Comunicação DIVE/SC | Supervisão: Patrícia Pozzo | Revisão: Amanda
Mariano | Projeto gráfico e diagramação: Alex Martins.
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GOVERNO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado da Saúde
Superintendência de Vigilância em Saúde
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Gerência de Doenças Infecciosas Aguda e Imunização (GEDIM)
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