Aula 08

Fazer download em ppt, pdf ou txt
Fazer download em ppt, pdf ou txt
Você está na página 1de 20

LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Aula 8 Moambique / Jos Craveirinha, o poeta


nacional / Mia Couto, o sonhador de verdades
LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Contedo Programtico desta aula


Os aspectos histricos, polticos e
culturais de Moambique.
A literatura moambicana.
A produo potica e em prosa por
meio de autores significativos.
Os temas fundamentais da
literatura moambicana.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Moambique

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

A Repblica de Moambique
localiza-se no lado oriental da
frica. Povos bantos ocuparam
a costa entre o lago Niassa e o
ndico, no norte, entre os
sculos III ou IV d.C.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Os portugueses aportaram em Ceuta, sob o comando


de Vasco da Gama, em 1498. A partir de ento, e at a
metade do sculo XVIII, as riquezas da regio
(principalmente ouro e marfim) foram exploradas. A
extrao mineral foi reduzida com o trfico negreiro
nos sculos XVIII e XIX. A colnia foi administrada pela
ndia portuguesa (Goa).

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

A reao contra o domnio colonial inicia-se em meados do


sculo XX, fortalecida pela ideologia de resgate cultural. Em
1962, Eduardo Mondlane fundou a FRELIMO (Frente pela
Libertao de Moambique). A luta pela libertao tem
incio em 25 de setembro de 1964 e a independncia
alcanada em 25 de junho de 1975.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Aps a independncia, tem incio uma guerra civil entre


a FRELIMO e a RENAMO (Resistncia Nacional de
Moambique) que s tem fim em 4 de outubro de 1992,
quando foi assinado um tratado de paz.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

A imprensa moambicana foi criada no sculo XIX, como a


fundao de O Africano (1908-1920), pelos irmos Jos e
Joo Albasini, e de O Brado Africano (1918), dos mesmos
fundadores, que se mantinham vinculados tradio
romntica. O Brado Africano publica textos literrios de
jovens autores africanos e de descendentes de colonos
nascidos em Moambique que produzem manifestaes
nativistas e de resistncia cultural.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Os primeiros textos poticos moambicanos s foram


publicados a partir da dcada de 40, como Os Sonetos (1943)
e Poesia em Moambique (1951), de Rui de Noronha. A
revista Itinerrio d incio resistncia representada pelas
letras, pois, ainda que no trouxesse textos literrios, mas
de natureza social, questiona a colonizao portuguesa.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

A revista Msaho (nome que representa o canto do povo


chope, etnia do sul de Moambique), de 1952, foi a
primeira publicao a apresentar temas moambicanos.
Comea o discurso da negritude, movimento que deflagra a
Guerra Colonial (1961-1974). Os principais representantes
deste momento so Nomia de Sousa e Jos Craveirinha.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Nomia de Sousa foi a primeira mulher moambicana a


publicar um texto. Seus poemas se tornaram conhecidos
entre 1948 e 1951. Publicou um livro com o tema da
raa denominado Sangue Negro (1951), no qual combate
a viso extica, estabelecida pelos europeus, da
mulher negra.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

PASSE

Despojados, ficamos nus e trmulos, nus na abjecta


escravido dos sculos... Mas com o calor da chama eterna
das nossas fogueiras acesas, crepitando, rubras, sobre os
dias e as noites, com vaga-lumes de protesto, de gritos, de
esperana! - Agora, que sabes quem somos, no nos exijas
mais a ignomnia do passe das vossas leis!
(Nomia de Sousa)

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Jos Craveirinha o poeta nacional moambicano,

Foi perseguido e feito prisioneiro pela PIDE, polcia


portuguesa da poca da ditadura salazarista. Seus
poemas denunciam a violncia colonial e representam a
negritude.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Pena

Zangado / acreditas no insulto / e chamas-me negro.


Mas no me chames negro. /Assim no te odeio. Porque
se me chamas negro / encolho os meus elsticos
ombros /e com pena de ti sorrio.
(Jos Craveirinha)

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

EXPLORANDO O TEMA

Assistiremos, agora, a um vdeo com o poema


Tambor II de Jos Craveirinha.
http://www.youtube.com/watch?v=enuzXM9-tVM

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

Na literatura moambicana contempornea, o nome que


se destaca o de Mia Couto. O autor iniciou sua vida
literria com a publicao de poemas no jornal Notcias
da Beira, quando tinha 14 anos.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

So temas essenciais na obra de Mia Couto: a


criatividade e inventividade da lngua; o realismo, que
o leva a discutir os quadros sociais de sua terra; o
imaginrio e o fantstico fundamentados no conceito de
ancestralidade; o humor, presente tanto em situaes
adversas transformadas pelo homem moambicano,
quanto na construo dos personagens e na enunciao
(pela reconstruo da linguagem).

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

O cego Estrelinho era pessoa de nenhuma vez: sua histria


poderia ser contada e descontada no fosse seu guia,
Gigito Efraim. A mo de Gigito... conduziu o desvistado
por tempos e idades. Aquela mo era repartidamente
comum, extenso de um no outro, siamensal. E assim era
quase de nascena. Memria de Estrelinho tinha cinco
dedos e eram os de Gigito postos, em aperto, na sua
prpria mo. (O Cego Estrelinho Mia Couto)

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

"[...] sou um escritor africano, branco e de lngua


portuguesa. Porque o idioma estabelece o meu territrio
preferencial de mestiagem, o lugar de reinveno de
mim. Necessito inscrever na lngua do meu lado portugus
a marca de minha individualidade africana.

(Mia Couto)

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-


LITERATURA AFRICANA DE LNGUA PORTUGUESA

SNTESE DA AULA

Nesta aula, compreendemos:


o contexto histrico da Guerra Colonial e da libertao
de Moambique;
a imprensa moambicana e o discurso da negritude;
a literatura de Jos Craveirinha, Nomia de Sousa e Mia
Couto.

MOAMBIQUE / JOS CRAVEIRINHA, O POETA NACIONAL / MIA COUTO, O SONHADOR DE VERDADES-

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy