A Ética e Bioética em Enfermagem em UTI

A Ética e Bioética em
Enfermagem em Unidade
de Terapia Intensiva.
Prof. Marcos Vinícios Ferreira
Enfermeiro Intensivista
Especialista em Urgência, Emergência e UTI.

Especialista em Saúde do Adulto.
Redenção – Para
2016
Introdução
“Necessário lembrar que, quem não tem ética
pessoal, não terá ÉTICA PROFISSIONAL”.
• A palavra Ética, do grego ethos, designa ...

- Os costumes;
- A condução da vida;
- As regras de comportamento.
2
• A ética é o estudo da moralidade do agir humano;
• É o estudo da bondade ou da maldade dos atos

humanos;
• A retidão dos atos humanos frente à ordem moral.

• A ética se coloca como um questionamento sobre
o agir, uma reflexão sobre o que é preciso fazer,
uma procura pelo que é bom ou justo.
• A ética não existe sem responsabilidade.

3
Ética Profissional
• A ética profissional pode ser definida como:
As reflexões sobre as exigências do profissional em

sua relação:

- com o cliente/usuário;
- com o público;
- com os colegas;
- com a corporação; 4
- com os demais profissionais.
• Estas exigências remetem ao conjunto de
direitos e de obrigações expressos no Código
de Ética da Profissão.
A reflexão sobre as ações realizadas no

exercício de uma profissão ...

• ... no que consistem,...
• ... a quem se destinam,...
• ... para que se destinam...
• deve iniciar antes da prática profissional. 5
• A escolha por uma profissão é optativa, mas
ao escolhê-la, o conjunto de deveres
profissionais passa a ser obrigatório.
• É fundamental ter em mente que há uma

série de atitudes que não estão descritas nos
códigos de ética de todas as profissões, mas
que são comuns a todas as atividades que
uma pessoa pode exercer.
6
Proatividade
• Uma postura proativa, ou seja, não ficar restrito apenas às
tarefas que foram das a você, mas contribuir para o
engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário.
“Fazer além do que é esperado”.

• É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando
não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos de sua
área profissional, mas também nos aspectos legais normativos.
• Processos éticos disciplinares acontecem por desconhecimento,

negligência.
7
Comportamento ético
adequado
• Competência técnica;
• Respeito às pessoas;
• Confidencialidade;

• Privacidade;
• Tolerância;
• Flexibilidade;
• Fidelidade;
• Envolvimento. 8
Ética e Humanização
• A ética pode contribuir significativamente para a
humanização no ambiente hospitalar, favorecendo o
desenvolvimento profissional com sensibilidade e
competência.

• A política de humanização parte dos princípios e/ou
valores éticos:
- Autonomia;
- Beneficência;
- Não maleficência 9
- Justiça.
Beneficência
• Ação de fazer o bem – maximizar benefícios;
• Procurar o bem-estar do doente, através da ciência médica e dos

seus agentes;

• Atender os interesses legítimos do paciente e, na medida do
possível, evitar danos;
• Obrigação moral de agir para o benefício do outro.
“Usarei o tratamento para ajudar os doentes, de acordo com minha

habilidade e julgamento e nunca utilizarei para prejudicá-los”.
Juramento de Hipócrates 10
Não maleficência
• Não prejudicar nem causar danos;
• O profissional de saúde tem o dever de, intencionalmente,

não causar mal e/ou danos a seu paciente. Considerado por

muitos como o princípio fundamental da tradição
hipocrática;
• Minimizar os prejuízos;
• Princípio universal que objetiva evitar ou reduzir os eventos

adversos nos procedimentos de diagnóstico e terapêutico. 11
Autonomia
• Princípio da liberdade ou de respeito às pessoas;
• Requer respeito a todos e, em especial, do profissional da saúde

pelo seu doente;

• É a capacidade de pensar, decidir e agir de modo livre e
independente;
• Informações disponíveis para fundamentar a escolha;
Todo indivíduo tem por consagrado o direito de ser o autor do seu

próprio destino e optar pelo caminho que quer dar a sua vida. 12
Justiça
• Exige equidade na distribuição de bens e

benefícios no que se refere ao exercício da
medicina ou área da saúde.

• EQUIDADE: disposição de reconhecer
igualmente o direito de cada uma a partir de
suas diferenças.
13
O Código de Ética dos
Profissionais de
Enfermagem – CEPE.

14
Código de Ética
• Código de Ética é um conjunto de normas a serem cumpridas pelo
profissional de enfermagem.
• “Ética ensina o homem a agir corretamente”.
• Ética profissional refere-se aos padrões de conduta moral.

• Padrões de comportamento relativos ao paciente, ao padrão e aos
colegas de trabalho.
• Está centrado na pessoa, família e coletividade.
• Leva em consideração a necessidade e o direito de assistência em

enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua 15
organização.
Ética na enfermagem
• O profissional da enfermagem tem que ter
compromisso com a dignidade da pessoa humana,
para que possa reconhecer o seu papel no processo de
transformação social, em especial, nos serviços de

saúde oferecidos à população.
• O profissional de enfermagem atua na promoção,

prevenção, recuperação e reabilitação da saúde com
autonomia e em consonância com os preceitos éticos e
legais.
16
Capítulo I
Das Relações Profissionais
• Art. 1º - Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser
tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos
direitos humanos.
• Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade,

resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade,
honestidade e lealdade.
• Art. 6º - Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no

respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição
ideológica.
17
Proibições
• Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia
e difamação de membro da equipe de enfermagem,
equipe de saúde e trabalhadores de outras áreas.

• Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime,
contravenção penal ou qualquer outro ato, que infrinja
postulados éticos e legais.
18
Seção I
Das relações com a pessoa, família e coletividade
DIREITOS:
• Art. 10º - Recusar-se a executar atividades que não sejam

de sua competência técnica, científica, ética e legal ou

que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa,
família e coletividade.
• Art. 11º - Ter acesso às informações, relacionadas à

pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício
profissional.
19
RESPONSABILIDADES E DEVERES
• Art. 12º - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistencial de

enfermagem livre de danos de imperícia, negligência ou
imprudência.
• Art. 14º - aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos

e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do

desenvolvimento da profissão.
• Art. 15º - prestar assistência de enfermagem sem discriminação

de qualquer natureza.
• Art. 17º - prestar adequadas informações à pessoa, família e

coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e
20
intercorrências acerca da assistência de enfermagem.
• Art. 18º - respeitar , conhecer e realizar ações que
garantam o direito da pessoa ou de seu representante
legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento,
conforto e bem estar.
• Art. 19º - Respeitar o pudor, a privacidade e intimidade do

ser humano, em todo o seu ciclo vital, inclusive nas

situações de morte e pós-morte.
• Art. 22º - Disponibilizar seus serviços profissionais à

comunidade em casos de emergência, epidemia e
catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.
21
PROIBIÇÕES
• Art. 27º - executar ou participar da assistência à saúde sem o

consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto
em risco iminente de morte.
• Art. 28º - provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a

interromper a gestação. O profissional deverá decidir, de acordo

com a sua consciência, sobre a participação ou não do processo
abortivo.
• Art. 29º - promover eutanásia ou participar de prática destinada

a antecipar a morte do cliente.
• Art. 30º - administrar medicamentos sem conhecer a ação da

22
droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos.
Seção II
Das relações com os trabalhadores de
enfermagem, saúde e outros
DIREITOS
• Art. 36º - participar da prática profissional multi e interdisciplinar

com responsabilidade, autonomia e liberdade.

• Art. 37º - recusar-se a executar prescrição medicamentosa e
terapêutica, onde não conste a assinatura e o número de registro
do profissional, em caso de identificação de erro ou ilegibilidade.
Exceto em casos de urgência e emergência.
23
RESPONSABILIDADE E DEVERES
• Art. 38º - responsabilizar-se por falta cometida em suas

atividades profissionais, independente de ter sido praticada
individualmente ou em equipe.
• Art. 41º - Prestar informações, escritas e verbais, completas e

fidedignas necessárias para assegurar a continuidade da

assistência.
PROIBIÇÕES
• Art. 42º - assinar as ações de enfermagem que não executou,

bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro
profissional. 24
Seção IV
Das relações com as organizações pagadoras
DIREITOS
• Art. 60º – participar de movimentos de defesa da dignidade

profissional, do seu aprimoramento técnico-científico, do
exercício da cidadania e das reivindicações por melhores

condições de assistência, trabalho e remuneração.
• Art. 61º – suspender suas atividades, individual ou coletivamente,

quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não
oferecer condições dignas para o exercício profissional.
25
PROIBIÇÕES
• Art. 76º - receber vantagens da instituição, empresa,

pessoa, família e coletividade, além do que lhe é devido,
como forma de garantir assistência de enfermagem
diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si
ou para outrem.

• Art. 79º - delegar suas atividades privativas a outro
membro da equipe de enfermagem ou de saúde, que
não seja enfermeiro.
26
Capítulo II
Do sigilo profissional
DIREITOS
• Art. 81º - abster-se de revelar informações

confidenciais de que tenha conhecimento em razão de
seu exercício profissional a pessoa ou entidades que
não estejam obrigadas ao sigilo.
27
RESPONSABILIDADE E DEVERES
• Art. 82º - manter segredo sobre fato sigiloso de que

tenha conhecimento em razão de sua atividade
profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial,
ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou
de seu representante legal.

PROIBIÇÕES
• Art. 85º - divulgar ou fazer referência a casos, situações

ou fatos de forma que os envolvidos possam ser
identificados.
28
Para refletir:
O que é ético?
• Deixar um paciente com quadro, segundo os

conhecimentos médicos, irreversível,

irrecuperável num leito de UTI ou considerá-lo
fora de possibilidade terapêuticas e diminuir os
fármacos, tirar a ventilação mecânica para que
outras pessoas possível de recuperação ocupem
esse leito ?
29
Para refletir:
• E nos casos de aborto? Uma mulher que foi

estuprada pode recorrer à justiça e requerer
o aborto. E aquele feto não tem direito à
vida? Qual é a atitude correta? O que é ético?
30

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• Obrigação moral de agir para o benefício do outro.

“Usarei o tratamento para ajudar os doentes, de acordo com minha

• O profissional de saúde tem o dever de, intencionalmente,

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• Requer respeito a todos e, em especial, do profissional da saúde

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• Ética profissional refere-se aos padrões de conduta moral.

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• Está centrado na pessoa, família e coletividade.

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• Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade,

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• Art. 10º - Recusar-se a executar atividades que não sejam

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• Art. 11º - Ter acesso às informações, relacionadas à

• Art. 12º - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistencial de

• Art. 14º - aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos

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• Art. 17º - prestar adequadas informações à pessoa, família e

• Art. 19º - Respeitar o pudor, a privacidade e intimidade do

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