Concepções Referentes À Loucura - PPTX Aula 1
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À LOUCURA
Saúde Mental
Foucault não fala o que é a loucura, entretanto, fala da loucura,
pois relata o que ela é a partir dos discursos de saberes sobre
esse objeto vindos de determinadas épocas (no caso, a Idade
Média, o Renascimento e a Idade Clássica), de determinados
momentos históricos, de um determinado saber específico, ou
geral.
A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA
DOENÇA MENTAL
Afirmou-se, afirmou-se até demais que o louco era considerado até o advento de uma medicina
positiva como um "possuído". E todas as histórias da psiquiatria até então quiseram mostrar no
louco da Idade Média e do Renascimento um doente ignorado, preso no interior da rede
rigorosa de significações religiosas e mágicas. Assim, teria sido necessário esperar a
objetividade de um olhar médico sereno e finalmente científico para descobrir a deterioração da
natureza lá onde se decifravam apenas perversões sobrenaturais. Interpretação que repousa num
erro de fato: que os loucos eram considerados possuídos; num preconceito inexato: que as
pessoas definidas como possuídas eram doentes mentais; finalmente, num erro de raciocínio:
deduz-se que se os possuídos eram na verdade loucos, os loucos eram tratados realmente como
possuídos.
De fato, o complexo problema da possessão não releva diretamente de uma história da loucura, mas de
uma história das idéias religiosas.
De fato, antes do século XIX, a experiência da loucura no mundo ocidental era bastante polimorfa; e sua
confiscação na nossa época no conceito de "doença" não deve iludir-nos a respeito de sua exuberância
originária. Sem dúvida, desde a medicina grega, uma certa parte no domínio da loucura já estava ocupada
pelas noções de patologia e as práticas que a ela se relacionam. Sempre houve, no Ocidente, curas
médicas da loucura e os hospitais da Idade Média comportavam, na sua maior parte, como o HôtelDieu
de Paris, leitos reservados aos loucos (frequentemente leitos fechados. espécies de jaulas para manter os
furiosos). Mas isto era somente um setor restrito, limitado às formas da loucura que se julgavam curáveis
(frenesis, episódios de violência, ou acessos "melancólicos"). De todos os lados, a loucura tinha uma
grande extensão, mas sem suporte médico.
O fim de século XV é certamente urra destas épocas em que a loucura renova-se com os
poderes essenciais da linguagem. As últimas manifestações da idade gótica foram,
alternadamente e num movimento contínuo, dominadas peio pavor da morte e da loucura. A
dança ,Macabra representada no cemitério dos Inocentes, ao Triunfo da morte cantado nos
muros do Campo Santo de Pisa, sucedem as inumeráveis danças e festas dos Loucos que a
Europa celebrará de tão bom grado durante todo o Renascimento. Há as festas populares em
tôrno dos espetáculos dados pelas "associações de loucos", como o Navio Azul em Flandres; há
toda uma iconografia que vai da Nave dos loucos de Bosch, a Breughel e a Margot a Louca; há
também os textos sábios, as obras de filosofia ou crítica moral, como a Stultifera Nazis de Brant
ou o Elogio da Loucura de Erasmo
ICONOGRAFIA