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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a
Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira:
a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens,
Códigos e suas Tecnologias;
b. Proposta de Redação;
c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências
Humanas e suas Tecnologias.
2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões
e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência,
comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com
caneta esferográfica de tinta preta.
4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá
ser substituído.
5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas
com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente
à questão.
6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira.
7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no
CARTÃO-RESPOSTA.
8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao
código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros
espaços e deixe os demais em branco.
9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida
para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo
que uma das respostas esteja correta.
10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA.
Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não
serão considerados na avaliação.
12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este
CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO.
14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do
início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em
definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término
das provas.
15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de:
a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata;
b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante
ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas;
c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das
provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização
do Exame;
d. secomunicar,duranteasprovas,comoutroparticipanteverbalmente,
por escrito ou por qualquer outra forma;
e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação
durante a realização do Exame;
f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou
de terceiros, em qualquer etapa do Exame;
g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame;
h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE
QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA
a qualquer tempo.
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
*de acordo com o horário de Brasília
2020
Código da Prova: 32
Simulado 2 – Prova I
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01
As tirinhas da série Itchy Feet retratam, de forma cômica, situações vivenciadas por viajantes. Na tirinha anterior, o autor
busca satirizar o(a)
A. comportamento de turistas provenientes de nações desenvolvidas, os quais tendem a considerar exóticos os hábitos
culturais de outros países.
B. desinteresse de alguns viajantes pelas práticas religiosas dos países que visitam, optando por ignorar seus templos
e outros locais de adoração.
C. displicência típica de alguns turistas com seus objetos de valor, os quais são deixados sem supervisão, mesmo em
países onde roubos são comuns.
D. substituição paulatina das câmeras digitais, antes muito comuns entre viajantes, por celulares com câmera, que são
menores e mais fáceis de carregar.
E. diminuição gradual do entusiasmo de turistas que começam suas viagens registrando todos os detalhes, mas,
eventualmente, perdem o interesse.
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QUESTÃO 02
Disponível em: <http://moviefone.tumblr.com/>.
Acesso em: 16 abr. 2015.
A publicidade tem como objetivo não só divulgar empresas,
produtos ou serviços, mas também persuadir o público a aderir
a uma ideia ou comportamento. Nessa campanha, o leitor
é incentivado a
A. dirigir conforme os limites de velocidade permitidos.
B. telefonar para os parentes em caso de defeitos no veículo.
C. respeitar a proibição do uso de telefone celular ao volante.
D. utilizar o serviço de motorista do estabelecimento.
E. evitar a combinação de bebida alcoólica e direção.
QUESTÃO 03
Success is counted sweetest
Success is counted sweetest
By those who never succeed.
To comprehend a nectar
Requires sorest need.
Not one of all the purple Host
Who took the Flag today
Can tell the definition
So clear of Victory
As he defeated – dying –
On whose forbidden ear
The distant strains of triumph
Burst agonized and clear!
DICKINSON, E. Disponível em: <http://www.poetryfoundation.org>.
Acesso em: 18 mar. 2016.
Emily Elizabeth Dickinson foi uma poetisa americana cujos
poemas aparentam simplicidade, mas, na verdade, descrevem
complicadas verdades psicológicas. No poema “Success is
counted sweetest”, a autora afirma que as pessoas tendem a
A. comemorar o sucesso alheio com mais entusiasmo.
B. buscar o sentido da vida nos momentos de dificuldade.
C. reclamar dos percalços que encontram em seu caminho.
D. desejardeformamaisagudaaquiloquenuncapossuíram.
E. vangloriar-se de seus triunfos e envergonhar-se de seus
fracassos.
QUESTÃO 04
We teach girls to shrink themselves, to make
themselves smaller.
We say to girls: You can have ambition, but not too much.
You should aim to be successful but not too successful,
otherwise you will threaten the man. If you are the breadwinner
in your relationship with a man, pretend that you are not,
especially in public, otherwise you will emasculate him.
[…] Because I am female, I’m expected to aspire to
marriage. I am expected to make my life choices always
keeping in mind that marriage is the most important. Marriage
can be a good thing, a source of joy, love, and mutual support.
But why do we teach girls to aspire to marriage, but we don’t
teach boys to do the same?
[…] Our society teaches a woman at a certain age who
is unmarried to see it as a deep personal failure. While a man
at a certain age who is unmarried has not quite come around
to making his pick.
[…] We raise girls to see each other as competitors – not
for jobs or accomplishments, which in my opinion can be a
good thing – but for the attention of men.
ADICHIE, C. N. We should all be feminists. Nova Iorque:
Vintage Books, 2014. [Fragmento]
Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana que
explora, em suas obras, temas como feminismo, racismo,
intolerância, religião e política, entre vários outros. Nesse
excerto de seu discurso, a autora
A. condena alguns hábitos culturais de seu país de origem
com os quais não concorda.
B. denuncia o modo díspar com que são tratados homens
e mulheres na sociedade.
C. declara sua oposição à imposição do casamento a
meninas menores de idade.
D. critica o espírito competitivo que as mulheres nutrem
umas contra as outras.
E. defende o direito da mulher de trabalhar fora e de ser
a provedora do lar.
QUESTÃO 05
Formation
My daddy Alabama
My mama Louisiana
You mix that negro with that Creole, make a Texas-bama
I like my baby hair with baby hair and afros
I like my negro nose with Jackson 5 nostrils
I earned all this money but they never take the country out me
I got hot sauce in my bag… swag
Disponível em: <http://www.beyonce.com/track/>.
Acesso em: 20 out. 2016. [Fragmento]
Amúsica “Formation” foi lançada pela cantora Beyoncé no ano
de2016.PormeiodousodetermoseexpressõescomoCreole,
afros, negro nose e hot sauce, além da referência aos estados
do Alabama e da Luisiana, a artista busca, nessa canção,
A. refrear o ódio racial nos Estados Unidos.
B. enaltecer as suas raízes afro-americanas.
C. revisitar a história dos negros em seu país.
D. mostrar a diversidade étnica estadunidense.
E. reproduzir o discurso racista do qual foi vítima.
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01
LINIERS, R. Disponível em: <http://www.porliniers.com>. Acesso em: 27 out. 2016.
A tirinha do argentino Liniers faz uma crítica ao(à)
A. ausência de tempo das pessoas que trabalham muito.
B. uso das redes sociais para reencontrar os amigos distantes.
C. falta de interesse das pessoas em buscar informação nas redes sociais.
D. excesso de tempo que possuem as pessoas que não utilizam as redes sociais.
E. sociedade contemporânea, que prioriza as relações virtuais em detrimento das pessoais.
QUESTÃO 02
Julieta
Película: Julieta
Dirección y guion: Pedro Almodóvar
País: España
Año: 2015
Duración: 95 min
Género: Drama
[…]
Calificación por edades: No recomendada para menores de 12 años
Julieta vive en Madrid con su hija Antía. Las dos sufren en silencio la pérdida de Xoan, padre de Antía y marido de Julieta.
Pero el dolor a veces no une a las personas sino que las separa. Cuando Antía cumple dieciocho años abandona a su madre,
sin una palabra de explicación. Julieta la busca por todos los medios, pero lo único que descubre es lo poco que sabe de su hija.
La película habla de la lucha de la madre para sobrevivir a la incertidumbre. Habla también del destino, del complejo de culpa
y de ese misterio insondable que nos hace abandonar a las personas que amamos, borrándolas de nuestra vida como si
nunca hubieran significado nada, como si no hubieran existido.
Disponível em: <http://www.labutaca.net>. Acesso em: 27 out. 2016 (Adaptação).
De acordo com a sinopse, o filme do diretor espanhol Pedro Almodóvar
A. aborda a questão das relações afetivas entre marido e mulher.
B. procura mostrar a luta de mães que tiveram seus filhos desaparecidos.
C. classifica-se como uma comédia, gênero bastante explorado pelo diretor.
D. é recomendada para crianças e adolescentes por possuir classificação livre.
E. trata do complexo de culpa e da obscuridade em torno do abandono de entes queridos.
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QUESTÃO 03
Riñon, el órgano que más esperan los mexicanos para trasplante
En el marco del Día Mundial del Donador de Órganos y Tejidos, la Secretaría de Salud dio a conocer que en México hay
más de 20 mil personas en espera de recibir un trasplante y el riñon es el más solicitado.
Esta conmemoración fue establecida por la Organización Mundial de la Salud (OMS) en Ginebra, Suiza, y tiene como
objetivo difundir y promover la donación de órganos y tejidos para trasplantes, y sumar los esfuerzos de quienes trabajan en
el mundo a favor de esta causa.
Detalla que el Centro Nacional de Trasplantes y la Ley General de Salud ofrecen como alternativa para donar la firma
de un documento oficial de la donación donde se manifiesta el consentimiento de las personas cuya voluntad, después de la
vida, es ceder sus órganos o tejidos para que sean utilizados con fines terapéuticos.
[...]
Agrega que los órganos que pueden ser trasplantados son el corazón, riñones, hígado, páncreas y pulmón, mientras
que entre los tejidos están la médula ósea, córneas, piel, hueso, válvulas cardíacas, cartílago, tendones, arterias y venas.
Disponível em: <http://www.eluniversal.com.mx>. Acesso em: 27 out. 2016. [Fragmento]
A respeito da doação de órgãos no México, a notícia informa que
A. há mais de 20 mil pessoas na fila por um transplante de rim nesse país.
B. há uma data exclusiva, estabelecida pela OMS, para realizar as doações de órgãos.
C. promover a doação de órgãos diminui os esforços dos que trabalham em favor da causa.
D. assinar um documento oficial garante o consentimento de doação de órgãos após a morte.
E. existe um estoque de órgãos como coração, rins, fígado e pulmão disponíveis para doação.
QUESTÃO 04
Novelas al dictado
Álvaro Pombo ni escribe a mano ni aporrea un teclado. Él dicta. “Dicto todo lo que se me va ocurriendo y eso forma un bloque.
Lo leo, lo corrijo, lo vuelvo a leer, me lo leen. Es un mundo de la viva voz. Yo cuento las cosas. Para una novela habitualmente
dicto 300 páginas y después de esas se quitan 50 o las que sean. La gracia es quitar. Y el ordenador es más cómodo para
quitar y poner. Los calcos ya son historia”. Siempre trabaja por las tardes. El autor de Contra natura o Donde las mujeres se
levanta temprano. Emplea las mañanas en leer. “Leo los periódicos con gran atención y preparo un poco lo que voy a hacer
por la tarde”. A mediodía se da un paseo. “La artrosis me ha martirizado y me ha inmovilizado mucho. Yo antes podía andar
y andar. Ahora, que soy más lento y cojitranco, me siento más”. Está escribiendo un libro de poemas al que llama El barrio.
“Yo soy muy de barrio, de este barrio (Argüelles). Se ha vuelto totalmente mestizo, se ha llenado de tailandeses y negros.
Es estupendo”.
Disponível em: <http://www.elmundo.es/>. Acesso em: 18 nov. 2015.
Para o espanhol Álvaro Pombo, em seu ofício de escritor, o que mais lhe agrada é
A. andar à tarde pelas ruas do bairro onde mora.
B. retirar trechos dos romances ditados por ele.
C. conviver com os mestiços do bairro onde vive.
D. ler atenciosamente os jornais pelas manhãs.
E. ditar as histórias para escrever um romance.
QUESTÃO 05
Qué es Ni Una Menos
Ni Una Menos es un grito colectivo contra la violencia machista. Surgió de la necesidad de decir “basta de femicidios”,
porque en Argentina cada 30 horas asesinan a una mujer solo por ser mujer. La convocatoria nació de un grupo de periodistas,
activistas, artistas, pero creció cuando la sociedad la hizo suya y la convirtió en una campaña colectiva. A Ni Una Menos se
sumaron a miles de personas, cientos de organizaciones en todo el país, escuelas, militantes de todos los partidos políticos.
Porque el pedido es urgente y el cambio es posible, Ni Una Menos se instaló en la agenda pública y política.
El 03 de junio de 2015, en la Plaza del Congreso, en Buenos Aires y en cientos de plazas de toda Argentina una multitud de
voces, identidades y banderas demostraron que Ni Una Menos no es el fin de nada sino el comienzo de un camino nuevo. Sumate.
Disponível em: <http://niunamenos.com.ar>. Acesso em: 27 out. 2016.
O texto informativo apresenta o movimento feminista Ni Una Menos. De acordo com o texto,
A. o coletivo foi um reflexo de manifestações ocorridas na América Latina.
B. a campanha representa um grito coletivo contra a violência de gênero.
C. a convocatória nasceu da iniciativa de políticos do congresso argentino.
D. as mulheres possuem direitos semelhantes aos dos homens na Argentina.
E. os crimes contra a mulher ocorrem com pouca frequência no país rio-platense.
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QUESTÃO 06
Disponível em: <http://creativelife.cz/>. Acesso em: 16 dez. 2016
(Adaptação).
É comum, em publicidades ou propagandas, o uso de recursos
verbo-visuais para gerar reflexão ou humor. A figura de
linguagem identificada no anúncio anterior também é vista em:
A.
Disponível em : <http://adsoftheworld.com/>. Acesso em: 14 nov. 2016.
B.
Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/>.
Acesso em: 31 out. 2016.
C.
Disponível em: <http://pt.slideshare.net/>. Acesso em: 31 out. 2016.
D.
Disponível em: <https://revistavelha.wordpress.com/>.
Acesso em: 06 dez. 2016.
E.
Disponível em: <http://antesqueanaturezamorra.blogspot.com.br/>.
Acesso em: 31 out. 2016.
QUESTÃO 07
Roteiros e patrimônios tão incríveis que sua viagem
também será histórica.
Disponível em: <https://www.mg.gov.br/>. Acesso em: 07 dez. 2016.
A palavra “que”, presente no texto publicitário do governo de
Minas Gerais, está a serviço da coesão do texto. As ideias
que essa conjunção traz combinadas são
A. adição e comparação.
B. conclusão e explicação.
C. causa e adição.
D. consequência e causa.
E. explicação e adição.
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QUESTÃO 08
A pátria de trompetes
Nova Orleans, no estado americano da Louisiana, era
no século XIX o que Paris só viria a ser mais de 100 anos
depois: uma festa. [...]
Dos antigos colonizadores, Nova Orleans herdara a
tolerância católica a manifestações dos escravos – bem
diferente do resto do país, protestante. Aos domingos, os
escravos podiam exibir suas danças e cantos em Congo
Square. Desde o século XVIII, ainda sob o domínio dos
franceses, o carnaval, chamado de Mardi Gras, era
tradicionalíssimo. Um jornal de 1838 revelava a nova mania
de trompetes e cornetas que tomava conta da cidade.
Nova Orleans tinha tanta fama de licenciosidade que um
bairro foi criado em 1897, Storyville, para abrigar a zona de
meretrício. [...]
Amusicalidade da cidade não se restringia aos trompetes
e atingia as camadas mais miseráveis da população.
Os escravos se esqueciam da expectativa de 36 anos
entoando as chamadas canções de trabalho, as canções
religiosas de fé ou de lamentação e um tipo de interação
aprendido nas igrejas, o “chamado e resposta”, em que o
pastor conclamava, e os fiéis respondiam. De uma fusão
dos elementos musicais africanos com o som de bandas
militares e a tradição erudita europeia, ensinada a colonos
e créoles (os filhos livres dos antigos colonos europeus com
suas amantes negras), nasciam os embriões de um gênero
musical que tornaria a vida dos negros de lá mais feliz.
SEBBA, J. Aventuras na História. São Paulo, ano 6, n. 62, p. 37-38,
set. 2008. [Fragmento]
De acordo com o texto, o que tornou possível o surgimento
do jazz na cidade de Nova Orleans foi o
A. comportamento tolerante dos ex-colonizadores, que
permitiam aos escravos expressar sua cultura e credo.
B. pioneirismo cultural dos habitantes, que influenciavam
os hábitos até mesmo dos colonizadores vindos de
Paris.
C. medo de uma morte prematura por parte dos escravos,
que almejavam ser lembrados por meio da arte.
D. número elevado de zonas boêmias, que funcionavam
como antro da prostituição, mas também da criação
artística.
E. Mardi Gras, que oferecia grandes oportunidades aos
artistas locais de mostrar seus trabalhos.
QUESTÃO 09
Como se não bastasse não entendermos as letras
das receitas médicas, é possível ouvir palavras que nem
sabemos de onde vieram durante uma consulta. E você não
está sozinho nessa situação. Dependendo do médico, fica
bem difícil entender tudo o que ele diz. Mas, em qualquer
circunstância, na dúvida, pergunte! Nada de ficar com
vergonha. É da sua saúde que estamos falando. [...]
Por mais que essa ferramenta possa ser útil, nem
sempre os dados encontrados se aplicam a seu caso
específico. A ideia inicial das idas tanto ao pronto-socorro
quanto em uma visita a um especialista é que você saia de
lá com todas as questões sanadas. Afinal, todos os médicos
são treinados para isso!
Cláudia Vasconcellos, professora da Faculdade de
Medicina de Petrópolis (FMP), conta que “esse processo
se inicia com o estudante de Medicina entendendo o novo
termo e, a partir daí, ele deve fazer uma tradução para que
qualquer paciente possa compreendê-lo”. Cláudia lembra
que essas traduções são também exploradas durante as
aulas de semiologia – que é a parte da Medicina relacionada
ao estudo de sinais e sintomas de patologias –, em que o
futuro médico aprende a fazer a história com o paciente
e examiná-lo.
Disponível em: <http://revistavivasaude.uol.com.br>.
Acesso em: 29 jul. 2016. [Fragmento]
Baseando-se no texto, pode haver, na comunicação
entre médico e paciente, um problema de compreensão
relacionado à
A. informatividade, pois o uso da linguagem médica faz
com que o paciente não receba ideias inéditas durante
a comunicação.
B. aceitabilidade, visto que o paciente que não tem
conhecimento de termos da área da saúde pode ter
dificuldade de entender as informações.
C. coerência, haja vista que é inadequado que os
pacientes busquem uma consulta médica sem o
conhecimento de determinadas palavras.
D. intencionalidade, porque o médico que utiliza o
“mediquês” tem o objetivo de poupar o paciente de
notícias desagradáveis sobre a sua saúde.
E. situacionalidade, já que, em uma consulta, é coerente
utilizar o “mediquês” quando faltam palavras que
substituam termos médicos.
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QUESTÃO 10
Consoada
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
– Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
BANDEIRA, M. Consoada. In: Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009.
No texto de Manuel Bandeira, a iminência da morte é
encarada de forma debochada pelo eu lírico, no entanto
eufemismos são empregados para se referir a ela. O uso
dessa figura de linguagem no poema se justifica pelo(a)
A. apelo estético do autor, que preferiu uma expressão
mais longa para caracterizar a morte.
B. convocatória por parte do autor para que os leitores
reflitam sobre a efemeridade da vida.
C. necessidade do autor de sensibilizar seu leitor ao tratar
de tema tão controverso na literatura.
D. desconfortodoeulíricopelamorte,aindaquedemonstre
alguma proximidade dela em sua abordagem.
E. comparação que o eu lírico faz entre a morte e a
passagem do tempo, vista na dicotomia dia / noite.
QUESTÃO 11
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br>.Acesso em: 01 nov. 2016.
A placa apresenta erro de acentuação na palavra “proibido”.
De acordo com a norma-padrão da língua, a inadequação
justifica-se porque o(a)
A. vocábulo classifica-se como proparoxítono.
B. hiato nas vogais “o” e “i” não é tônico.
C. vogal tônica no ditongo “proi” é o “o”.
D. sílaba tônica dessa palavra é “-do”.
E. acento diferencial não é necessário.
QUESTÃO 12
Todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar
Onda que vem do azul, todo azul do mar
VENTURINI, F.; BASTOS, R. Todo azul do mar. In: Flávio Venturini.
Ao vivo. LP. Som Livre, 1991. [Fragmento]
Uma mesma palavra pode pertencer a classes gramaticais
distintas, dependendo do contexto da frase em que está
inserida. O trecho de música que apresenta o uso da palavra
“azul” equivalente a seu uso na canção anterior é:
A. Você pega o trem azul
O sol na cabeça
O sol pega o trem azul
Você na cabeça
O sol na cabeça
Disponível em: <http://www.letras.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016.
B. Mas quem sofre sempre tem que procurar
Pelo menos vir a achar
Razão para viver
Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar
Disponível em: <http://www.timmaia.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016.
C. Se acaso anoitecer
E o céu perder o azul
Entre o mar e o entardecer
Alga marinha, vá na maresia
Buscar ali um cheiro de azul
Disponível em: <http://www.djavan.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016.
D. E esse amor é azul
Como o mar azul
Como no coração
Uma doce ilusão
Disponível em: <http://www.letras.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016.
E. Eu não sei
Se vem de Deus
Do céu ficar azul
Ou virá
Dos olhos teus
Essa cor
Que azuleja o dia...
Disponível em: <https://www.vagalume.com.br>.
Acesso em: 12 dez. 2016.
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QUESTÃO 13
Meu povo preste atenção
O que agora vou contar
De um homem muito valente
Que morava num lugar –
Até o próprio governo
Tinha medo de o cercar
O seu nome era Vilela
Do Sertão pernambucano,
E ele desde pequenino
Que tinha o gênio tirano:
Só com dez anos de idade
Vilela mata o seu mano
Os dois estavam brincando
Na véspera de São João.
Vilela mais o seu mano
Tiveram uma discussão –
Só por causa de um cachimbo
Vilela mata o seu irmão.
ATHAYDE, J. M. História do Valente Vilela. Ceará: José Bernardo da
Silva, 1975. [Fragmento]
O texto de João MartinsAthayde é um exemplar da literatura
de cordel, tipicamente nordestina. Uma característica desse
gênero identificada no texto é a
A. banalização da violência para retratar a difícil realidade
dos sertanejos.
B. incorporação da literatura como meio para alertar os
leitores sobre um criminoso.
C. caracterização de Vilela num texto que tem como fim
biografar figuras importantes.
D. reação de protesto do cordelista contra o governo, que
nada faz para prender Vilela.
E. apresentação da personagem Vilela como um temido
herói do Sertão pernambucano.
QUESTÃO 14
O projeto Viva Rugby, que visa divulgar o esporte
e apresentar os valores da modalidade, esteve nessa
sexta-feira, 14, na Satc. O atleta Daniel Xavier, da Seleção
Brasileira, conversou com os estudantes sobre a prática que
vem crescendo no Brasil.
O jogador falou com os estudantes durante palestra onde
apresentou o esporte e a trajetória do rúgbi como esporte
olímpico. “Nossa intenção com o projeto é tornar a modalidade
conhecida, já que está se popularizando país afora. Além
disso, queremos propagar valores importantes como respeito,
amor ao próximo e disciplina”, destacou o atleta.
Além de visitar a Satc, o projeto desenvolvido pelo
Criciúma Rugby Clube esteve no bairro da Juventude. Os
treinos da equipe criciumense ocorrem nos campos da Satc.
Disponível em: <http://www.portalsatc.com>. Acesso em: 28 out. 2016.
Embora sua história no Brasil date do século XIX, somente
nas últimas décadas o rúgbi tem se disseminado pelo
país, conquistando adeptos de todas as idades. O projeto
desenvolvido na cidade catarinense de Criciúma busca
difundir a prática do rúgbi, mas também tem a finalidade de
A. incorporar esse esporte como uma prática de prestígio
perante a sociedade.
B. aperfeiçoar as táticas empregadas pela equipe local
durante os treinamentos.
C. associar esse esporte a uma manifestação corporal
necessária a um grupo social.
D. levar às pessoas que praticam atividades físicas uma
nova opção de lazer.
E. conquistar a mesma estima associada ao futebol como
esporte olímpico.
QUESTÃO 15
Capítulo III
Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e,
enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando
a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os
metais que amava de coração; não gostava de bronze,
mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e
assim se explica este par de figuras que aqui está na sala:
um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher,
escolheria a bandeja, – primor de argentaria, execução fina
e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e
não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de
Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado
aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras
em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a
necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com
pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como
um pedaço da província, nem o pôde deixar na cozinha, onde
reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.
ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1993. [Fragmento]
Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor
e da literatura brasileira. No fragmento apresentado,
a peculiaridade do texto que garante a universalização
de sua abordagem reside
A. no conflito entre o passado pobre e o presente rico,
que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência.
B. no sentimento de nostalgia do passado devido
à substituição da mão de obra escrava pela dos
imigrantes.
C. na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam
o desejo de eternização de Rubião.
D. na admiração dos metais por parte de Rubião, que
metaforicamente representam a durabilidade dos bens
produzidos pelo trabalho.
E. na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que
reproduz o sentimento de xenofobia.
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QUESTÃO 16
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
ANDRADE, C. D. Antologia poética. 12. ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1978.
Para retratar a paisagem de uma cidade, o autor utiliza
elementos que reforçam as características interioranas
encontradas nesse lugar. Entre esses recursos, destaca-se a
A. repetição do advérbio “devagar”, que dá a ideia de
mesmice, rotina comum de quem vive no interior.
B. representação da paisagem natural, única imagem
presente nos ambientes desse tipo de cidade.
C. enumeração de substantivos, que representam os
pacatos habitantes de uma cidade do interior.
D. reiteração do uso do artigo, que indica a quantidade
reduzida de habitantes de pequenas cidades.
E. reprodução da fala de um morador da cidade do interior,
indicada pela marca de regionalismo.
QUESTÃO 17
“Se a minha vida não vale, que produzam sem mim.”
A frase no cartaz de uma manifestante nas ruas de
Buenos Aires, em 19 de outubro [2016], expressa um ponto
de inflexão nos protestos contra a violência sofrida pelas
mulheres. Não são apenas mulheres no lado de dentro
das ruas, mas mulheres fora da produção. Ao relacionar
corpos violados com corpos que se recusam a produzir, pela
declaração de greve geral, o potencial de questionamento e
de rebelião amplia-se. Não é uma fagulha, mas um incêndio.
Este não é um outubro qualquer no campo dos feminismos.
BRUM, E. Disponível em: <http://brasil.elpais.com>.
Acesso em: 08 nov. 2016. [Fragmento]
O texto debate as manifestações de mulheres ao redor
do mundo, em especial na Argentina. Sobre o excerto,
depreende-se que explicita, principalmente,
A. a crítica à precária situação das mulheres empregadas.
B. o menosprezo governamental às mulheres que
reivindicam.
C. o incentivo à greve pelo aumento da violência contra
mulheres.
D. a ampliação dos motes e das reivindicações de
protestos feministas.
E. o aprofundamento da crise social das mulheres que
não produzem.
QUESTÃO 18
TEXTO I
Books de cachorros resgatados fazem o número de
adoções aumentar
Uma iniciativa simples impulsionou a adoção de
cachorros resgatados pela Prefeitura de Piraquara, na
Região Metropolitana de Curitiba. O setor de comunicação
da administração municipal se mobilizou para fazer uma
campanha diferente: alguns dos cães ganharam um ensaio
fotográfico.
Os dois books foram postados na página da prefeitura no
Facebook e repercutiram rapidamente. O primeiro, divulgado
em fevereiro, teve quase dez mil compartilhamentos e quatro
mil curtidas, além de centenas de comentários, mais de 500.
O interesse pela adoção foi tão grande que a administração
municipal decidiu fazer uma campanha de adoção logo
depois do lançamento do ensaio fotográfico na rede social.
KANIAK, T. Disponível em: <http://g1.globo.com/>.
Acesso em: 31 out. 2016. [Fragmento adaptado]
TEXTO II
Campanha realizada pelo shopping Golden Square, em
São Bernardo do Campo.
Disponível em: <http://www.abcdoabc.com.br/>. Acesso em: 31 out. 2016.
A notícia e o cartaz tratam da adoção de cachorros. Quanto
à abordagem, o texto II apresenta um posicionamento que
A. invalida o texto I, pois, se aumentam as adoções, as
campanhas tornam-se desnecessárias.
B. desvirtua o texto I, pois é uma campanha de iniciativa
privada, visando, portanto, ao lucro.
C. reforça o texto I, pois, bem como a notícia, o cartaz tem
o objetivo de promover mais adoções.
D. completa o texto I, pois o fato noticiado somente se legitima
pela exposição do cartaz.
E. apoia o texto I, pois a adoção de animais tende a
aumentar por meio de campanhas.
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QUESTÃO 19
Fora da ordem
Em 1588, o engenheiro militar italianoAgostinho Romelli
publicou Le Diverse er Artficiose Machine, no qual descrevia
uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente,
como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor
fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira.
Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais
facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos
imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para
isso, usamos o computador, e principalmente a Internet –
tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento,
época em que Romelli viveu.
BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa, ano II, n. 14.
O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios
definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitura
e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse
do leitor. Além de ser característica essencial da Internet, do
ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se
manifesta também em textos impressos, como
A. dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de
acesso à informação.
B. documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos
e das imagens.
C. relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua
percepção dos fatos.
D. editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem
detalhada dos fatos.
E. romances românticos, pois os eventos ocorrem em
diversos cenários.
QUESTÃO 20
Vambora
Entre por essa porta agora
e diga que me adora
Você tem meia hora
pra mudar a minha vida
Vem vambora
que o que você demora
é o que o tempo leva
Ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
porque meu coração dispara
quando tem o seu cheiro
dentro de um livro
Dentro da noite veloz
CALCANHOTO, A. Vambora. In: Adriana Calcanhoto. Maritmo. CD.
Sony Music, 1998. [Fragmento]
Em textos literários, é recorrente o uso de figuras de
linguagem para a expressão de ideias. Na letra da canção,
a autora emprega a figura de linguagem
A. metonímia, em “você tem meia hora”.
B. antítese, em “Vem vambora”.
C. sinestesia, em “Ainda tem o seu perfume pela casa”.
D. metáfora, em “porque meu coração dispara”.
E. prosopopeia, em “Dentro da noite veloz”.
QUESTÃO 21
Alguns episódios que reforçam a sina de agosto,
o mês do cachorro louco
A história brasileira deu sua contribuição para reforçar
a crendice em torno do “mês do desgosto”, mas sua origem
vem, como boa parte das coisas boas e ruins da pátria,
de Portugal.
Segundo o folclorista Mário Souto Maior, as mulheres
portuguesas não casavam em agosto porque este era o mês
preferido para os navios deixarem o país em busca de novos
territórios para o reino.
Como casar neste mês significava ficar sem lua de
mel ou mesmo viúva logo após o matrimônio, cunhou-se a
expressão: “Casar em agosto traz desgosto”. A superstição
veio para a colônia e persiste em várias regiões do país
(os destemidos que ousam contrariá-la podem, inclusive,
conseguir bons descontos).
Em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, Câmara Cascudo
define agosto como “o mês das desgraças e das infelicidades”
nos países latinos.
VISEU, R. Disponível em: <http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol.
com.br>. Acesso em: 27 out. 2016. [Fragmento]
Ao longo do texto, que trata do misticismo que cerca o mês
de agosto, muitos substantivos que carregam conotações
negativas são usados para traçar a origem da crença de
que esse período do ano é cercado de maus agouros.
No entanto, outros vocábulos são empregados com acepção
positiva no texto, como é o caso de
A. “sina”.
B. “cachorro”.
C. “contribuição”.
D. “pátria”.
E. “territórios”.
QUESTÃO 22
A curiosidade de um ouvinte belo-horizontino foi
despertada após escutar o slogan de uma estação de rádio
de sua cidade natal. Ele pensou, então, que haveria duas
possibilidades de escrita, grafadas a seguir:
I. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe por que ouve.
II. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe, porque ouve.
A diferença na escrita das palavras em destaque implica à
interpretação dos slogans
A. duplicidade de sentidos, pois o texto I exprime a ideia
de “razão”, e o II a de explicação.
B. ideia de consequência de um fato no texto I, e noção
de causa no texto II.
C. incoerência, posto que os pronomes relativos nos
textos I e II estão mal-empregados.
D. redundância, já que existe certeza do informado nos
dois textos.
E. semelhança de sentido, mas classificações
morfológicas diferentes.
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QUESTÃO 23
Múmia de 3 mil anos passa por tomografia
Como estudar uma múmia de quase 3 mil anos dentro
de um sarcófago, quando só o fato de abrir o invólucro,
colocando-a em contato com o ar, pode transformar em pó
os restos conservados por milênios? Aliando a tecnologia
médica com estudos arqueológicos, o Museu Oriental da
Universidade de Chicago conseguiu obter uma imagem
tridimensional da múmia Meresamun sem violar seu sarcófago.
Pesquisadores supõem que Meresamun foi sacerdotisa
de um templo de Tebas em 800 a.C. Sua urna funerária é
decorada com elaboradas pinturas e está em ótimo estado
de conservação. Por isso, depois de descoberta, passou
80 anos lacrada. Segundo os cientistas da universidade,
com as informações obtidas no exame será possível estudar
como Meresamun vivia, e continuar deixando-a descansar
em paz dentro de seu sarcófago.
BETING, G. História viva. São Paulo, ano 6, n. 66, p. 13, abril. 2009.
O texto anterior é informativo, por isso sua abordagem é
objetiva, estruturada em relatos hierarquizados pelo nível de
importância dentro do contexto. Com base nisso, a autora
privilegia a informação de que o
A. estudo das múmias deve ser feito por especialistas
para que elas não se deteriorem.
B. museu usou recursos tecnológicos atuais para estudar
uma múmia sem degradá-la.
C. sarcófago encontrado pertenceu a uma personagem
de relativo destaque na sociedade egípcia.
D. contato do ar com achados arqueológicos pode
desgastar ou até destruir relíquias milenares.
E. tempo por que ficou lacrada a urna funerária depois de
descoberta denota sua conservação.
QUESTÃO 24
Guardar
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la,
isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto
é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar
por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por
isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas
brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Amemória é um importante recurso do patrimônio cultural de
uma nação. Ela está presente nas lembranças do passado
e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético
como uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto
A. ressalta a importância dos estudos históricos para a
construção da memória social de um povo.
B. valoriza as lembranças individuais em detrimento das
narrativas populares ou coletivas.
C. reforça a capacidade da literatura em promover a
subjetividade e os valores humanos.
D. destaca a importância de reservar o texto literário
àqueles que possuem maior repertório cultural.
E. revela a superioridade da escrita poética como forma
ideal de preservação da memória cultural.
QUESTÃO 25
Pacutiguibê Iaô
Pacutiguibê macumba Iaê!
Pacutiguibê macumba Iaô!
Hoje tem festa no terreiro
De Maria Cotia
Pois hoje é dois de fevereiro
Para felicidade minha
Hoje eu vou me mandar
É pra lá
Já levo atabaque
Afinado enfeitado inteiro
Já levo zamba minha nêga
Um batuque pro sinhô
Já levo a fita rubro-negra
Pra ofertar pra Iaô
Iaô chegou pra comemorar
Iaô entrou na roda de zambar bonito
Iaô chegou do mar
RIBAS, M. Pacutiguibê Iaô. In: Marku Ribas. Underground. LP.
Copacabana, 1973. [Fragmento]
Uma nação é formada por aspectos sociais, econômicos
e políticos, que estão diretamente relacionados às formas
de expressão e à língua. A canção de Marku Ribas trata da
cultura afrodescendente, empregando versos que destacam a
A. dificuldade do negro de se inserir social e culturalmente
hoje no Brasil.
B. oposição da crença e fé europeias em relação à
religiosidade africana.
C. festividade de origem negra, envolvendo dança e
instrumentos musicais.
D. diversidade dos idiomas africanos em relação àqueles
falados na Europa.
E. participação de negros em rituais conhecidos como de
origem portuguesa.
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QUESTÃO 26
DAHMER, André. Disponível em: <http://www.malvados.com.br/>. Acesso em: 10 dez. 2014.
A tirinha aborda uma prática recorrente na contemporaneidade: a utilização das redes sociais virtuais. A fala do terceiro
quadrinho contém uma crítica à(ao)
A. democratização dos aparatos virtuais na contemporaneidade.
B. existência da escravidão em tempos remotos.
C. possibilidade de escravos terem acesso às redes sociais.
D. tempo disponibilizado na utilização das redes virtuais.
E. tempo gasto pelos escravos na construção das pirâmides.
QUESTÃO 27
GALHARDO. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 14 nov. 2016.
Com frequência, as tirinhas servem-se de poucos elementos composicionais para despertar reflexões sobre a vida humana.
Nesse sentido, os recursos verbo-visuais no texto anterior apontam, simbolicamente, a
A. condição das pessoas com deficiência.
B. dúvida existencial de muitas pessoas.
C. complexidade de questionamentos abstratos.
D. hipocrisia nos julgamentos dos indivíduos.
E. ignorância do sujeito sobre sua condição.
QUESTÃO 28
BROWNE, D. Disponível em: <http://planetatirinhas.wordpress.com>. Acesso em: 22 dez. 2016.
Na tirinha, as personagens dialogam, até que, no último quadrinho, algo inesperado acontece. A atitude da personagem
principal revela, supostamente, sua intenção de demonstrar a
A. sabedoria dos anciãos.
B. esperteza dos adultos.
C. negligência dos jovens.
D. humildade das crianças.
E. determinação dos pais.
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QUESTÃO 29
O mundo se tornava fascista. Num mundo assim,
que futuro nos reservariam? Provavelmente não havia
lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos de cárcere
em cárcere, findaríamos num campo de concentração.
Nenhuma utilidade representávamos na ordem nova.
Se nos largassem, vagaríamos tristes, inofensivos
e desocupados, farrapos vivos, velhos prematuros;
desejaríamos enlouquecer, recolher-nos ao hospício ou
ter coragem de amarrar uma corda ao pescoço e dar o
mergulho decisivo. Essas ideias, repetidas, vexavam-me;
tanto me embrenhara nelas que me sentia inteiramente
perdido. Afligia-me especialmente supor que não me seria
possível nunca mais trabalhar; arrastando-me em ociosidade
obrigatória, dependeria dos outros, indigno e servil.
RAMOS, G. Memórias do cárcere. São Paulo: José Olympio, 1953.
Graciliano Ramos apresenta um relato sobre sua prisão
durante o Estado Novo, no qual narra as situações com que
se deparou naquele período. No fragmento apresentado, o
autor
A. denuncia o modo como o Brasil que surgia tratava os
cidadãos com ideologias contrárias à Ditadura.
B. expõe, com a menção a assassinatos ou suicídios,
uma constante sensação de que a morte se aproxima.
C. afirma que os presos eram inúteis e loucos, sem
condições dignas de trabalhar e sustentar a si mesmos.
D. faz uma equiparação das pessoas que se encontram
em cárcere, seja em cadeias, seja em hospícios.
E. reflete sobre os sentimentos de perdição e ócio
causados por sua incapacidade de trabalhar na cadeia.
QUESTÃO 30
Fechado após ser destruído durante um incêndio no fim
do ano passado [2015], o Museu da Língua Portuguesa fará
exposições itinerantes do seu acervo no estado de São Paulo
em 2016.Amostra de “Estação da Língua” será aberta no dia
4 de março, emAraraquara, interior paulista, e depois passará
por outras cidades durante o ano, como Pirassununga.
O fogo destruiu parte do prédio da Estação da Luz, onde
funciona o Museu da Língua Portuguesa, região central da
capital paulista, em 21 de dezembro.
Segundo a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a
exposiçãoitineranteem2016seguiráoconceitocentraldoMuseu
daLínguaPortuguesa,propondointeratividadeetecnologiacomo
veículos para apresentar o idioma ao público, nos seus mais
variadossotaqueseevoluções.Comooacervodomuseuédigital,
ele pode ser aplicado e adaptado para outros espaços.
Disponível em: <http://g1.globo.com/>. Acesso em: 14 nov. 2016.
[Fragmento]
Segundo a notícia, o Museu da Língua Portuguesa destaca-se
ao preservar o patrimônio linguístico nacional sobretudo por
A. oferecer interatividade efetiva ao público que o visita.
B. possibilitar a flexibilidade e a segurança de seu acervo.
C. promover o acesso à investigação dos variados sotaques.
D. retratar cronologicamente a evolução do português
brasileiro.
E. simbolizar a identidade brasileira por meio da língua
padrão.
QUESTÃO 31
“Ler para uma criança é uma atitude transformadora. Por
meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade e adquire
cultura, conhecimento e valores”, afirma a educadora Ana
Teberoski, professora da Universidade de Barcelona e uma das
pesquisadorasmaisrespeitadasquandootemaéalfabetização.
FLEURY, Y. Disponível em: <http://www.curtamais.com.br>.
Acesso em: 07 dez. 2016.
Quanto mais cedo a leitura começar, melhor será para a
criança, de acordo com a pesquisadora entrevistada na
reportagem. Nessa reflexão, sua fala apoia-se em
A. permitir o contato com um mundo completamente
desconhecido.
B. apontar para os pais quais são os interesses futuros
de seu filho.
C. ampliar o potencial de descobertas e a compreensão
da ética pela criança.
D. buscar o contato com o multiculturalismo para o futuro
leitor.
E. aumentar logo cedo as chances de uma alfabetização
eficiente.
QUESTÃO 32
O quereres
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flíper-vídeo
E onde queres romance, rock ‘n’ roll
Onde queres a Lua, eu sou o Sol
Onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
VELOSO, C. O quereres. In: Caetano Veloso. Totalmente demais. LP.
Phillips Records, 1986. [Fragmento]
Caetano Veloso utiliza na canção figuras de linguagem para
falar da expectativa que pessoas afetivamente envolvidas
têm uma da outra. Para construir o sentido do texto,
a principal figura de linguagem presente no trecho é o(a)
A. antítese, porque existe uma relação de sentidos opostos
entre as palavras para reforçar a ideia das diferenças
enfrentadas pelo par.
B. eufemismo, pois são utilizados termos que amenizam a
situação problemática que envolve a expectativa de um
em relação ao outro.
C. metáfora, porque as palavras permitem inúmeras
possibilidades de leitura, construindo uma comparação
implícita entre as pessoas.
D. metonímia, porque há termos empregados no lugar de
outros, com proximidade de ideias, representando as
diferenças do par.
E. paradoxo, pois as combinações de ideias expressas
pelas palavras são inconcebíveis, sugerindo a
incompatibilidade entre as pessoas.
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QUESTÃO 33
Arrumação
Josefina sai cá fora e vem vê
olha os fôrro ramiado vai chovê
vai trimina riduzi toda a criação
das banda da lá do ri Gavião
chiquêra prá cá já ronca a truvão
Futuca a tuia, pega o catadô
Vamo plantá feijão no pó
Mãe Purdença inda num culheu o ai
o ai rôxo essa lavora tardâ
diligença pega panicum balai
vai cum tua irmã, vai num pulo só
vai colhê o ai, ai da tua avó
[...]
MELO, E. F. Arrumação. In: Elomar. Na quadrada das águas perdidas.
LP. Seminário Música de Agora na Bahia, 1978.
Aletra da canção manifesta aspectos do repertório linguístico
e cultural do Brasil. Para expressar melhor esse repertório o
compositor faz uso de vários recursos, como a(o)
A. adoção de uma ordem cronológica na narrativa,
impedindo, assim, a construção de sentido da letra da
canção.
B. citação de vários elementos típicos da paisagem
urbana para expressar a cultura regional brasileira.
C. emprego da norma-padrão da Língua Portuguesa para
garantir a expressão cultural do tema retratado pela
canção.
D. omissão de alguns elementos da narrativa, como o
uso de personagens para retratar vários aspectos da
cultura brasileira.
E. utilização de expressões regionais que, embora
possam inicialmente dificultar o entendimento, não
impedem a construção de sentido da canção.
QUESTÃO 34
Tá faltando eu
Preciso me curtir bem mais
É pena que só olho pros lados
Se a alma quer um banho de sais
O corpo quer me ver apaixonado
O medo aguça a atração
A solidão na pele arde
Espero que quando eu me ver
E acordar não seja tarde
LEÃO, F. Tá faltando eu. In: Gusttavo Lima. Buteco do Gusttavo. CD.
Som Livre, 2015. [Fragmento]
Em letras de músicas, a linguagem informal é usada para
aproximar a canção dos ouvintes. No entanto, ao se analisar
o texto pelo viés da norma-padrão, inadequações podem ser
identificadas, como visto no(a)
A. colocação do pronome “me” no primeiro verso.
B. ausência de um artigo indefinido antes de “pena”.
C. uso da preposição que antecede “atração”.
D. conjugação do verbo “ver” na segunda estrofe.
E. emprego do advérbio de negação após o verbo.
QUESTÃO 35
Como as novas gerações vão expandir a energia solar
O Greenpeace Brasil e a NESsT Brasil lançaram um
desafio: convocar universitários de todo o país para trazerem
suas ideias de como democratizar a energia solar. O concurso
DesafioSolarparaNegóciosSociaistevemaisde250inscrições
e mostrou que há muitos jovens com boas ideias por aí.
Aolongodecincomeses,gruposselecionadosparticiparam
de seminários, palestras e mentorias com profissionais do
mercado. Assim, eles receberam informações valiosas para
conseguir tirar suas ideias do papel.
Segundo Rodrigo Sauaia, presidente executivo da
Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR),
é muito importante ouvir esses jovens e incentivá-los, ainda
mais quando o interesse é por uma fonte limpa e renovável
de energia.
Disponível em: <http://www.greenpeace.org>.
Acesso em: 26 out. 2016. [Fragmento]
Quando lançou o concurso em busca de soluções de
expansão do uso de energia solar, a organização do desafio
visou
A. divulgar as boas ideias sustentáveis das instituições.
B. chamar a atenção das universidades para o problema.
C. avaliar o desempenho dos futuros profissionais da área.
D. buscar investimentos em diversos eventos acadêmicos.
E. convidar os jovens a contribuir com propostas
atualizadas.
QUESTÃO 36
Disponível em: <http://www.alwaysbrasil.com.br>. Acesso em: 27 out. 2016.
Textos publicitários exploram diferentes recursos para o
convencimento do público-alvo. A mensagem transmitida
pelo anúncio anterior estrutura-se pela confluência do texto
verbal com o texto não verbal, uma vez que o(a)
A. corte na frase e o chute na caixa refutam papéis sociais
atribuídos à mulher.
B. produto anunciado cessa os limites sociais historicamente
impostos ao gênero feminino.
C. radicalismo de movimentos feministas do século XXI é
enaltecido pelo anunciante.
D. estampa da camiseta denota que o produto anunciado
tem respaldo científico.
E. igualdade de gêneros torna-se tangível com a existência
e a venda do produto.
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QUESTÃO 37
Crônica da abolição
[...] Toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim
prevista,tantoquenasegunda-feira,antesmesmodosdebates,
tratei de alforriar um molecote que tinha. [...]
Disse-lhe com rara franqueza:
–Tuéslivre,podesirparaondequiseres.Aquitenscasaamiga,
já conhecida, e tens mais um ordenado, um ordenado que...
– Oh! meu senhô! Fico.
– Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo
cresce neste mundo: tu cresceste imensamente. Quando
nasceste eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto
que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos...
– Artura não qué dizê nada, não, senhô...
– Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis: mas é de
grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito
mais que uma galinha.
– Eu vaio um galo, sim, senhô.
– Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se
andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo: aceitou até um peteleco que lhe dei
no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da
liberdade.Maseuexpliquei-lhequeopeteleco,sendoumimpulso
natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título
que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois
estadosnaturais,quasedivinos.Tudocompreendeuomeubom
Pancrácio: daí para cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés.
MACHADO DE ASSIS. Crônica da abolição.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 07 ago. de 2014.
Com um objetivo marcadamente irônico, Machado de Assis
publicou essa crônica poucos dias depois da abolição da
escravatura no Brasil. O discurso e a atitude do “dono” de
Pancrácio, que o alforria para contratá-lo como assalariado,
são os elementos que sustentam a ironia do texto.
A fala que melhor revela a hipocrisia desse personagem é:
A. “Toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim
prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos
debates, tratei de alforriar um molecote que tinha.”
B. “Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens
casa amiga, já conhecida, e tens mais um ordenado.”
C. “Um ordenado pequeno, mas que há de crescer.
Tudo cresce neste mundo: tu cresceste imensamente.
Quando nasceste eras um pirralho deste tamanho;
hoje estás mais alto que eu.”
D. “Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis: mas é de
grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales
muito mais que uma galinha.”
E. “Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem,
conta com oito. Oito ou sete.”
QUESTÃO 38
– Aí, beleza? Você joga bola?
– Jogo.
– A gente tá precisando de um lateral direito pra
completar o time da turma, tá afim?
– Tô dentro.
– Aí, gente, fechamos o time! Qual é seu nome?
– É Léo.
– Vem pra cá, Léo! Chega mais! – chamou um outro garoto.
REBOUÇAS, T. Ela disse, ele disse. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
Por causa de influências históricas, sociais, regionais, entre
outras, a variação linguística do Brasil é rica e retrata a
diversidade de seu povo. No trecho apresentado, à procura
de mais um jogador de futebol, um garoto convida Léo para
completar o time. A linguagem utilizada
A. pertence à variedade culta da língua e está adequada
ao contexto, pois os garotos acabaram de se conhecer.
B. representa o modo de falar dos garotos daquela idade,
pois a informalidade é comum nesse grupo de falantes.
C. está em desacordo com o contexto, pois a informalidade
do ambiente pede que a linguagem seja coloquial.
D. reforça a ideia de como os jovens se expressam mal,
pois esse modo de falar não condiz com a norma-padrão.
E. dificulta a compreensão dos garotos, pois as abreviações
das palavras e o uso de gírias são inadequados.
QUESTÃO 39
O Brasil figura entre os países de maior diversidade
linguística. Estima-se que, atualmente, são faladas mais de
200 línguas. A partir dos dados levantados pelo Censo IBGE
de 2010, especialistas calculam a existência de pelo menos
170 línguas ainda faladas por populações indígenas.
Embora não contabilizadas pelo Censo, pesquisas na
área de linguística também apontam para outras línguas
historicamente “situadas” e amplamente utilizadas no
Brasil, além das indígenas: línguas de imigração, de sinais,
de comunidades afro-brasileiras e línguas crioulas. Esse
patrimônio cultural é desconhecido ou mesmo ignorado
por grande parte da população brasileira.
A historiografia do país demonstra que foi necessário
considerável esforço do colonizador português em impor
sua língua pátria em um território tão extenso. Trata-se
de um fenômeno político e cultural relevante o fato de,
na atualidade, a Língua Portuguesa ser a língua oficial e
plenamente inteligível de norte a sul do país, apesar das
especificidades e da grande diversidade dos chamados
“sotaques” regionais. Esse empreendimento relacionado à
imposição da Língua Portuguesa foi adotado enquanto uma
das estratégias de dominação, ocupação e demarcação
das fronteiras do território nacional, sucessivamente, em
praticamente todos os períodos e regimes políticos. Da
Colônia ao Império, da República ao Estado Novo e daí
em diante.
GARCIA, M. V. C. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>.
Acesso em: 21 out. 2016. [Fragmento]
Em um país territorialmente tão grande como o Brasil, é
impossível não haver variedade linguística. Sobre essa
diversidade exposta no texto, conclui-se que
A. as influências de outras culturas no país contribuíram
para que a Língua Portuguesa alcançasse todos os
falantes do território brasileiro.
B. os sotaques interferem na compreensão e na qualidade
da Língua Portuguesa, apesar de esta ser falada de
norte a sul do país.
C. as outras línguas, embora plenamente usadas, são
irrelevantes, visto que a maioria da população usa a
Língua Portuguesa.
D. as línguas faladas pela minoria são desvalorizadas pela
população geral, que sabe muito pouco ou nada sobre
a existência e a importância delas.
E. os portugueses esforçaram-se para que a Língua
Portuguesa dominasse o Brasil por considerarem
inferiores as outras línguas.
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QUESTÃO 40
TEXTO
ASSINATURA
= CONFIRMO MINHA PRESENÇA JANTAR DIA TRES VG QUANDO TEREI
SEMPRE RENOVADO PRAZER ABRACAR VELHOS ET PREZADOS AMIGOS
PRESTIGIOSO PT CORDIALMENTE =
HABITUE-SE A INDICAR NO RECIBO DO SEU TELEGRAMA A HORA EM QUE
O RECEBER. COM ESSA PROVIDÊNCIA, AUXILIARÁ O DEPARTAMENTO NA
FISCALIZAÇÃO DA ENTREGA DOS TELEGRAMAS
Disponível em: <http://www.anosdourados.blog.br>.
Acesso em: 27 out. 2016 (Adaptação).
O telégrafo foi um meio de comunicação popular no Brasil
ao longo dos séculos XIX e XX. Um dos gêneros textuais
decorrentes dele era o telegrama, correspondência social
caracterizada pela pronta-entrega e por seu texto curto,
já que a cobrança era feita por palavra. A necessidade de
compor um texto simples inovou a língua, como comprovado,
no texto anterior, pela
A. dispensa de todos os sinais diacríticos.
B. supressão de preposições e conjunções.
C. omissão do sujeito em todas as orações.
D. utilização de abreviações em termos longos.
E. ausência de marcadores de pausa na escrita.
QUESTÃO 41
Oceano
Vem me fazer feliz
Porque eu te amo
Você deságua em mim
E eu oceano
Esqueço que amar
É quase uma dor
Só sei
Viver
Se for
Por você
DJAVAN. Oceano. In: Djavan. Djavan. LP. Luanda Edições Musicais,
1989. [Fragmento]
No texto da canção, como recurso estrutural, o autor muda a
classe gramatical de um dos vocábulos. Essa estratégia implica
subjetividade temática, demonstrando que o compositor
A. identificasemelhançasonoraentreosubstantivo“oceano”
e a desinência número-pessoal de “amo”.
B. associa uma ideia de ação ao substantivo concreto
“água”, inserindo-o entre dois pronomes pessoais.
C. percebeasemelhançadesomnosvocábulosterminados
em “r”, empregando-os todos como verbos.
D. impõe noção de experiência no lugar de ação ao utilizar
o verbo “viver” como um substantivo.
E. trabalha a ambiguidade apresentada pelo vocábulo
“por”, sendo tanto um verbo como uma preposição.
QUESTÃO 42
Linha de frente
O nó da tua orelha ainda dói em mim
E Cebolinha mandou avisar
Quando a “fleguesa” chegar
Muitos pãezinhos há de degustar
Magali faz a cadência da situação
É que essa padaria nunca vendeu pão
E tudo que é de ruim sempre cai pra cá
Tem pouca gente na fronteira, então é só chegar
O dinheiro vem pra confundir o amor
O santo pesado que tá sem andor
Na turma da Mônica do asfalto
Cascão é rei do morro e a chapa esquenta fácil
Quem tá na linha de frente
Não pode amarelar
O sorriso inocente
Das crianças de lá
Disponível em: <http://www.letras.com.br>. Acesso em: 20 out. 2016.
O rapper Criolo evidencia, em seu discurso, a preocupação
com o povo brasileiro, levando para suas canções a realidade
das periferias. Em “Linha de frente”, o cantor refere-se à
Turma da Mônica, conhecida história em quadrinhos de
Mauricio de Sousa, para
A. denunciar o trabalho infantil presente nas favelas
brasileiras, em que crianças se sujeitam a empregos
no comércio local em troca de um salário ínfimo, pois
estão na linha de frente do sustento da família.
B. refletir sobre o abandono das crianças de periferia,
que vivem ociosas, observando o movimento da rua
e do comércio sem fregueses, e conscientes de sua
condição, sem dinheiro e assistência.
C. falar da realidade das crianças envolvidas com o tráfico
no Brasil, que utilizam os comércios de fachada para a
venda de drogas, as quais entram facilmente no país
porque as fronteiras são pouco vigiadas.
D. homenagear as personagens, fazendo uma menção
ao seu papel de representantes das crianças, tanto
do morro quanto dos grandes centros, mesmo sendo
essas realidades tão diferentes.
E. mostrar como a realidade das crianças da periferia é
difícil, pois, como há policiamento na fronteira, o que
há de pior na sociedade vai para lá, afastando-as das
pessoas que evitam frequentar esses locais.
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QUESTÃO 43
O meu nirvana
No alheamento da obscura forma humana,
De que, pensando, me desencarcero,
Foi que eu, num grito de emoção, sincero
Encontrei, afinal, o meu nirvana!
Nessa manumissão schopenhauereana,
Onde a vida do humano aspecto fero
Se desarraiga, eu, feito força, impero
Na imanência da ideia soberana!
Destruída a sensação que oriunda fora
Do tato – ínfima antena aferidora
Destas tegumentárias mãos plebeias –
Gozo o prazer, que os anos não carcomem,
De haver trocado a minha forma de homem
Pela imortalidade das ideias
ANJOS, A. O meu nirvana. In: Eu e outras poesias. 3. ed. São Paulo:
Livraria Martins Fontes Editora, 2011.
No soneto de Augusto dos Anjos, o eu lírico reflete acerca
de sua imortalidade como poeta. O gênero literário em que
esse poema se enquadra é o lírico, pois a voz poética
A. usa da confluência de tempos, espaços, ações e vozes
na construção do texto.
B. busca homenagear o autor Schopenhauer por meio de
linguagem grandiloquente.
C. dá vazão à sua subjetividade num texto em que
prevalecem rima e musicalidade.
D. trabalha uma temática cotidiana numa ordem sequencial
e progressiva de tempo.
E. narraseusgrandes feitos,citando oautorSchopenhauer,
aqui visto como o herói.
QUESTÃO 44
Disponível em: <www.ivancabral.com>. Acesso em: 27 fev. 2012.
O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação
de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto
da ilustração, a frase proferida recorre à
A. polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão
“rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.
B. ironia para conferir um novo significado ao termo
“outra coisa”.
C. homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o
espaço da população pobre e o espaço da população
rica.
D. personificação para opor o mundo real pobre ao mundo
virtual rico.
E. antonímia para comparar a rede mundial de
computadores com a rede caseira de descanso da
família.
QUESTÃO 45
Disponível em: <http://www.ebah.com.br>. Acesso em: 08 nov. 2016.
Alinguagem publicitária visa atrair vendas para o produto que
anuncia usufruindo de recursos linguísticos e expressivos
variados. A forma e o vocabulário apresentados no texto,
que divulga um jornal impresso, têm como objetivo
A. alertar os leitores sobre o problema da comunicação
no país, apresentando como solução o uso de termos
coloquiais na publicação.
B. esclarecer que os jornalistas preferem a linguagem
informal por não causar polêmicas ou distorções na
intenção discursiva.
C. convidar o leitor a ler o periódico, já que neste é
empregada uma linguagem acessível e popular para
relatar os fatos acontecidos.
D. demonstrar que a informalidade, juntamente com os
regionalismos, também é tema de notícias, mesmo
aparentando não ser.
E. divulgar que a “língua da gente” é a informal, embora
haja normas e convenções em textos de outros jornais
em circulação.
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TEXTO I
O atual conceito de família valoriza a dignidade da pessoa
humana, no momento em que tutela o afeto como o ponto
central, o próprio coração de uma legítima família. A família
é um vínculo de afeto e é protegida constitucionalmente,
considerada como a base da sociedade.Adiversidade sexual
com a sua pluralidade afetiva deve ser compreendida como
um elemento de integração social.
SENA, M. T. C. Novas formas de família. Disponível em:
<http://ambito-juridico.com.br>. Acesso em: 14 nov. 2016.
TEXTO II
O projeto de lei 6 583 / 13 [Estatuto da Família], de autoria
do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), [...] apresenta,
logo no artigo 2º, a definição de família: “define-se entidade
familiar como o núcleo social formado a partir da união entre
um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união
estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos
pais e seus descendentes.”
A proposta está de acordo com o que diz a Constituição
Federal de 1988, mas vai de encontro a uma decisão do
Supremo Tribunal Federal brasileiro de 2011. [...] Neste
ano, ministros do STF reconheceram por unanimidade
a união entre pessoas do mesmo sexo como família,
igualando direitos e deveres de casais heterossexuais e
homossexuais. E, em 2013, o CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) regulamentou a união homoafetiva por meio de
resolução que obriga os cartórios a realizar o casamento
civil entre pessoas do mesmo sexo.
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 14 nov. 2016.
[Fragmento]
TEXTO III
Composição das famílias brasileiras
Casal sem filhos
Casal sem filhos e com parentes
Casal com filhos
Casal com filhos e com parentes
Mulher sem cônjuge com filhos
Mulher sem cônjuge com filhos e com parentes
Homem sem cônjuge com filhos
Homem sem cônjuge com filhos e com parentes
Outros
4,2%
6,3%
2000 2010
13%
1,9%
56,4%
7,2%
11,6%
3,7%
1,5%
0,4%
0,6%
1,8%
4%
12,2%
5,5%
49,4%
2,5%
17,7%
Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 06 dez. 2016.
TEXTO IV
[...] De acordo com o IBGE, que elaborou o estudo
Estatísticas de Gênero, em 2000, as mulheres chefiavam
24,9% dos 44,8 milhões de domicílios particulares.
Em 2010, 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios registrados
já eram comandados por mulheres. Segundo a Secretaria
de Políticas para as Mulheres (SPM), em mais de 42%
destes lares, a mulher vive com os filhos, sem marido ou
companheiro. Neste cenário de dificuldades e desafios, elas
conquistaram muito, mas é preciso avançar mais. [...]
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br>. Acesso em: 14 nov. 2016.
[Fragmento]
Reprodução
/
Fonte:
IBGE
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de
linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema
“Pluralidade familiar no Brasil: desafios e perspectivas”, apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.
TEXTOS MOTIVADORES
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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46
Assim formou-se a Liga de Delos, com Atenas
encarregando-se de garantir a proteção das cidades que
dela faziam parte mediante um tributo destinado a financiar
a constituição e o funcionamento da frota.
MARITAIN, J. A filosofia da natureza. São Paulo: Edições Loyola. p. 27.
A Liga de Delos, importante instrumento na luta contra os
persas, assumiu dimensão distinta da destacada no texto,
na medida em que os(as)
A. cidades gregas propunham um papel agressivo na
busca da formação de um império.
B. pitonisas de Delfos profetizaram a ameaça proveniente
da Guerra do Peloponeso.
C. espartanos compreenderam o papel militar decisivo
dos povos de origem dória.
D. gregos foram invadidos pelas tropas militares
macedônicas de Alexandre, o Grande.
E. recursos arrecadados foram desviados para os
interesses exclusivos da pólis ateniense.
QUESTÃO 47
Disponível em: <http://www.italiamedievale.org>. Acesso em: 19 out. 2016.
A imagem retrata figuras femininas do século XIV na defesa
de um castelo. Essa representação questiona a
A. versão de que as mulheres eram consideradas inferiores
pelos homens medievais.
B. definição tradicional de sociedade estamental justificada
ideologicamente pela Igreja.
C. concepção de que as mulheres tinham papéis sociais
ligados ao trabalho doméstico.
D. interpretação historiográfica que limita aos homens a
participação nos combates.
E. visão que restringe os papéis sociais exercidos pelas
mulheres no Período Medieval.
QUESTÃO 48
Talvez não haja melhor lugar para se observar o
impacto inicial da queda das taxas de fertilidade da Europa
nas últimas décadas que a zona rural alemã, um problema
com implicações assustadoras para a economia e a psique
do continente.
[...]
Em seu censo mais recente [2013], a Alemanha
descobriu que havia perdido 1,5 milhão de habitantes.
Segundo especialistas, em 2060, a população do país poderá
ter encolhido outros 19%, chegando a cerca de 66 milhões.
Disponível em: <http://economia.estadao.com.br>.
Acesso em: 01 dez. 2015 (Adaptação).
Entre as medidas adotadas por alguns países europeus para
evitar a grande escassez de mão de obra, destacam-se o(a)
A. redução do tempo de permanência dos trabalhadores
em atividade.
B. contenção do fluxo migratório proveniente de países
mais pobres.
C. limitação do número de mulheres no mercado de trabalho.
D. estímulo à natalidade por meio de subsídios financeiros
aos pais.
E. geração de emprego para a população ativa em
idade adulta.
QUESTÃO 49
As três viagens de que Américo [Vespúcio] participou,
realizadas entre 1499 e 1503, tiveram o mérito de invalidar
Colombo. Depois delas, ficou claro que as novas terras
[compunham] um continente desconhecido. Mesmo sem
ter sido responsável direto por essa descoberta, Américo foi
recebido na Corte como autoridade na matéria.
GOMES, P. F. Américo antes da América.
Disponível em: <http://www.revistadehistoria.com.br>.
Acesso em: 23 out. 2015.
No contexto da Expansão Marítima, o continente que
os europeus encontraram recebeu o nome de América,
em homenagem ao florentino Américo Vespúcio, mesmo
Colombo tendo sido o primeiro europeu a desembarcar
oficialmente na região. Essa homenagem está relacionada
com o fato de que Américo Vespúcio
A. invalidou a “descoberta” de Colombo, uma vez que
o florentino realizou mais viagens que o navegante
genovês.
B. possuía mais conhecimentos geográficos do que
Colombo, pois aquele se apoiava na cartografia do
geógrafo grego Ptolomeu.
C. refutou, por meio de relatos detalhados, a tese de
Colombo, o qual acreditava ter chegado ao Extremo
Oriente.
D. estudou em Florença, fato que lhe conferiu legitimidade,
pois a cidade era considerada uma referência em
assuntos náuticos.
E. promoveu uma conquista bem-sucedida da América
do Sul, ao contrário de Colombo, que fracassou nesse
intento.
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QUESTÃO 50
Eternos moradores do luzente
Estelífero polo, e claro assento,
Se do grande valor da forte gente
De luso não perdeis o pensamento,
Deveis de ter sabido claramente,
Como é dos fados grandes certo intento,
Que por ela se esqueçam os humanos
De assírios, persas, gregos e romanos.
CAMÕES, L. Os Lusíadas. Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br>. Acesso em: 23 nov. 2016. [Fragmento]
Um argumento baseado no trecho do poema épico de Camões
e outro fundamentado pela atual Historiografia, que buscam
justificar o pioneirismo português nas viagens ultramarinas,
são, respectivamente:
A. Capacidade técnica dos cosmógrafos / Financiamento
dos grupos mercantis.
B. Heroísmo de figuras públicas / Domínio português da
navegação de cabotagem.
C. Vocação marítima do povo português / Vasta experiência
dos navegadores.
D. Posição geográfica de Portugal / Desenvolvimento das
ciências da navegação.
E. Surgimento de novos instrumentos náuticos / Fundação
da Escola de Sagres.
QUESTÃO 51
[...] Os europeus pensaram que a América lhes estava
destinada. De início, o Novo Mundo constituiu um país de
sonho, o Eldorado, e de aventuras. O sonho se desfez
depressa, a aventura permaneceu durante muito tempo a
regra. A rápida derrocada dos impérios indígenas deu aos
europeus a impressão de que se encontravam diante de uma
natureza virgem que poderiam modelar. Como a América
oferecia menos obstáculos e mais interesses que a África,
projetaram transplantar para essa região sua civilização
e engrandecer sua pátria. A América foi o continente das
novas províncias: Novas Castela, Galiza, Granada, Espanha,
[...]. Realmente [...], as sociedades constituídas pelos
europeus diferenciavam-se sensivelmente das de seus
países.
CORVISIER, A. História Moderna. São Paulo: Difel, 1980. p. 256.
[Fragmento]
A expectativa inicial dos europeus, de que a América era
um território virgem onde poderiam reproduzir fielmente
sua própria civilização, não se concretizou. Um aspecto que
corrobora essa originalidade da sociedade colonial que se
constituiu na América Espanhola foi a
A. adoção de aspectos da cultura nativa pelos colonos.
B. adesão do catolicismo por parte da população ameríndia.
C. rejeição dos valores europeus pelos povos nativos.
D. miscigenação entre colonos e nativos incentivada
pela Coroa.
E. imposição de critérios elitistas de organização social.
QUESTÃO 52
O conceito de lugar sempre esteve presente na análise
geográfica, sofrendo amplas considerações em diferentes
épocas. Por muito tempo, a Geografia tratou o lugar como
uma expressão do espaço geográfico sob uma dimensão
pontual (localização espacial absoluta). Para ultrapassar
esta ideia, a discussão de lugar tem sido realizada sob duas
acepções: lugar e experiência e lugar e singularidade.
GIOMETTI, S.; PITTON, S. E.; ORTIGOZA, S. A. G. Leitura do
espaço geográfico através das categorias: lugar, paisagem e território.
Disponível em: <http://www.acervodigital.unesp.br>.
Acesso em: 05 dez. 2016 (Adaptação).
A Geografia, como ciência social, utiliza, em sua análise, um
conjunto de categorias que expressam sua identidade, ao
discutir a ação humana no ato de ocupar, modificar e modelar
a superfície terrestre. Dessa forma, a análise do lugar como
experiência pessoal caracteriza-se principalmente pela
A. valorização da afetividade em relação ao ambiente.
B. definição do espaço como realidade socialmente
construída.
C. interpretação da noção coletiva da análise espacial.
D. inserção da noção de território como algo particular.
E. redução dos limites entre tudo que é público e individual.
QUESTÃO 53
Uma das revoltas de escravos mais conhecida é
a de Espártaco, ocorrida no ano 70, a partir da fuga
de um grupo de gladiadores na Campânia [...]. Outras
revoltas igualmente famosas foram as da Sicília de
136 a 133 [...]. Estes dois movimentos, não obstante
terem provocado, pelas suas dimensões, o pânico
entre os romanos, não foram capazes de ameaçar
verdadeiramente a ordem estabelecida (escravista) [...].
É deste ângulo que também deve ser abordada a
participação dos escravos urbanos nas lutas políticas entre
os cidadãos durante o último século da República; lutas que,
como se sabe, degeneraram em verdadeiras guerras civis.
Os escravos que se envolveram nestes conflitos na verdade
serviam de massa de manobra aos políticos ambiciosos e
não apresentavam um programa político próprio.
FLORENZANO, M. B. O mundo antigo: economia e sociedade.
São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 75-77.
Os exemplos mencionados no texto evidenciam que as lutas
escravistas ocorridas em Roma, na Antiguidade, foram
A. incapazes de desestabilizar a ordem política dos
governos romanos.
B. fragilizadas pelo distanciamento dos demais grupos
sociais subalternos.
C. ineficientes em relação às conquistas de alforrias de
pessoas escravizadas.
D. limitadas pela falta de uma proposta alternativa à
estrutura social vigente.
E. irrelevantes historicamente pela incapacidade de
combater o escravismo.
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QUESTÃO 54
[Tom] Standage, editor de conteúdo do site da
revista britânica The Economist, afirma que redes sociais
como Facebook, Twitter e Tumblr podem ser as últimas
encarnações de uma prática que começou por volta do ano
51 a.C., na Roma Antiga.
O autor relata como Cícero usava um escravo,
que posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir
mensagens em rolos de papiro que eram enviados a uma
espécie de rede de contatos. Essas pessoas, por sua
vez, copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios
comentários e repassavam adiante.
Disponível em: <https://noticias.terra.com.br>.
Acesso em: 18 out. 2016. [Fragmento adaptado]
Os meios de comunicação foram fundamentais para a
construção da vida social na Roma Antiga, cujos cidadãos
A. compartilhavam mensagens com pessoas de outros
países, da mesma forma como se faz atualmente.
B. foram os precursores do uso das atuais redes sociais,
utilizando-as para se comunicar com seus escravos.
C. faziam uso de ferramentas de interação social por meio
das quais compartilhavam mensagens entre si.
D. redigiam mensagens em rolos de papiro, considerados
encarnações das redes sociais utilizadas nos dias
de hoje.
E. usavam meios de comunicação similares aos atuais
para enviar mensagens às suas redes de contatos.
QUESTÃO 55
Mapa é a representação no plano, normalmente em
escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais,
culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de
uma figura planetária, delimitada por elementos físicos,
político-administrativos e destinada aos mais variados usos,
temáticos, culturais e ilustrativos.
IBGE. Noções de cartografia. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>.
Acesso em: 28 out. 2016 (Adaptação).
Considerando os aspectos de elaboração de um mapa
político, a finalidade de sua construção reside no fato de
ele ser
A. aplicado em trabalhos de fotointerpretação e atualização
de cartas topográficas já existentes devido a seu caráter
minucioso.
B. útil na compreensão da correspondência entre
dimensões verticais e horizontais, pois retrata elementos
espaciais tridimensionalmente.
C. destinado à verificação precisa de curtas distâncias,
direções e localização de pontos e áreas, uma vez que
prioriza a descrição de detalhes.
D. eficiente na exata transposição de uma superfície
esférica para uma superfície plana, visto que a técnica
cartográfica dispensa distorções.
E. capaz de demonstrar com clareza aspectos
selecionados de um espaço delimitado, pois estabelece
uma abordagem que utiliza a generalização.
QUESTÃO 56
TEXTO I
Nosso mundo acaba de descobrir um outro, não
menos povoado e organizado que o nosso. Os que o
subjugaram usavam coletes de uma pele luminosa e
dura e armas cortantes e resplandecentes para quem,
pelo milagre da luz de um espelho ou de uma faca, iam
trocando uma grande riqueza em ouro e pérolas. Quantas
cidades arrasadas, quantas nações exterminadas,
quantos milhões de povos passados a fio de espada:
vitórias mecânicas.
ENSAIOS. Tradução de Rosemary Costhek Abílio.
São Paulo: Martins Fontes, 2000/2001.
TEXTO II
Assim, não pense que foram tirados o poder, os bens e
a liberdade dos indígenas, e sim que Deus lhes concedeu
a graça de pertencerem aos espanhóis, que os tornaram
cristãos e que os tratam e os consideram exatamente
como digo.
GÓMARA, F. L. História general de las Índias: coletânea
de documentos para a história da América. São Paulo: CENP, 1978.
Os textos apresentam visões diferentes em relação à
conquista e à colonização da América pelos espanhóis.
Isso acontece porque os autores dão foco, respectivamente,
A. às vitórias mecânicas e às injustiças sociais.
B. à aculturação indígena e às prerrogativas religiosas.
C. à imposição cultural e ao extermínio em massa.
D. ao humanismo e ao poder militar.
E. à dominação militar e ao eurocentrismo.
QUESTÃO 57
Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas
retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao
tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos.
Em compensação, as áreas extensas ou situadas em
latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões
exageradamente ampliadas.
Disponível em: <http://www.ead.uepb.edu.br>.
Acesso em: 21 out. 2016.
Qual é a projeção conforme caracterizada no texto anterior?
A. Goode.
B. Azimutal.
C. Mercator.
D. Afilática.
E. Peters.
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QUESTÃO 58
TEXTO I
Só é possível aprender a filosofar, ou seja, exercitar
o talento da razão, fazendo-a seguir os seus princípios
universais em certas tentativas filosóficas já existentes, mas
sempre reservando à razão o direito de investigar aqueles
princípios até mesmo em suas fontes, confirmando-os ou
rejeitando-os.
KANT, I. Crítica da razão pura. Tradução de Valerio Rohden e Udo B.
Moosburger. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 407-408.
TEXTO II
A razão é, sem dúvida, um princípio ativo que não
deve tomar nada emprestado da autoridade alheia e, em
se tratando de seu uso puro, nem sequer da experiência.
A indolência faz, porém, que um número muito grande de
homens prefira seguir as pegadas de outrem ao invés de
empenhar as forças da própria inteligência. Homens desse
jaez só podem se tornar sempre cópias de outros, e, se todos
fossem dessa espécie, o mundo permaneceria eternamente
em um só e mesmo lugar. É, por isso, de alta necessidade
e importância que a juventude não se mantenha, como
costuma ocorrer, a imitar pura e simplesmente.
KANT, I. Manual dos cursos de lógica geral. Tradução de Fausto
Castilho. 2. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2003. p. 155.
Kant foi um importantíssimo pensador do século XVIII que,
entre muitos outros temas, refletiu sobre a questão do
filosofar e que formulou uma famosa concepção acerca do
tema. Com base nos textos I e II, a postura própria da atitude
filosófica em Kant consiste em
A. rejeitar os conhecimentos de outros pensadores, já que
aceitá-los significa tornar-se uma cópia intelectual de outrem.
B. confiar na autoridade das experiências que levam às
verdades, uma vez que o conhecimento depende da empiria.
C. confirmar as tentativas filosóficas anteriores, pois são
princípios universais da razão e devem ser reconhecidas
como autoridades.
D. duvidar da possibilidade de se alcançar verdades sobre
o mundo, considerando a dificuldade de se chegar a um
conhecimento certo.
E. investigar criticamente as teorias filosóficas da História,
evitando a aceitação irrefletida de autoridades.
QUESTÃO 59
Uma turista planeja visitar Meca, na Arábia Saudita,
localizada no fuso 45° L. Sua viagem tem início às 13 horas
do dia 22 de setembro, na cidade de Cuiabá, Brasil,
localizada no fuso 60° O. A duração do trajeto é de 10 horas.
Considerando o percurso e o tempo de viagem, o horário de
chegada à cidade de Meca é às
A. 5 horas do dia 23 de setembro.
B. 6 horas do dia 23 de setembro.
C. 7 horas do dia 23 de setembro.
D. 13 horas do dia 23 de setembro.
E. 14 horas do dia 24 de setembro.
QUESTÃO 60
Nessa época (meados do século XX a.C.), foram
chegando à região vários povos que, em ondas sucessivas,
ocuparam a península. Aos poucos, fundaram dezenas de
núcleos populacionais, os “genos”, que mais tarde deram
origem às pólis, as cidades-estados gregas. As pólis eram
autônomas, com governos locais e leis próprias. Não havia
um Estado grego unificado. Cada uma possuía sua própria
assembleia de cidadãos para debater e decidir questões
de interesse.
As Olimpíadas [...] eram festivais religiosos que reuniam,
de quatro em quatro anos, atletas de todas as pólis para
homenagear os deuses do Olimpo com competições
esportivas. [...] As comunidades da Hélade também
compartilhavam a admiração e o fascínio pelos heróis, pelos
deuses e pelas batalhas narradas na Ilíada e na Odisseia,
poemas épicos atribuídos a Homero.
REVISTA DESVENDANDO A HISTÓRIA. São Paulo:
Editora Escala, ano I, n. 1, p. 19.
A descrição contida no texto sobre aspectos da Grécia
Clássica destaca o seguinte fato:
A. A presença de uma religião politeísta engendrou a
descentralização política.
B. As competições esportivas acirravam as rivalidades
políticas das cidades-estados.
C. O espírito guerreiro resultou no confronto expansionista
das pólis.
D. A diversidade cultural dos “genos” impediu a unificação
política.
E. A inexistência de unidade política não impediu a
unidade cultural.
QUESTÃO 61
Os 168 espanhóis que com tanta rapidez derrotaram e
capturaram Atahualpa também contaram com muita sorte,
pois tal conquista aparentemente fácil logo se transformaria
numa tarefa complexa, já que agora eles tinham que
aprender a governar o [Império Inca].
STERN, S. J. Los pueblos indígenas del Peru y el desafio de la conquista
española. In: PORTUGAL, A. R. Mitos e fatos nas crônicas da conquista
do Antigo Peru. Revista de História Unisinos, v. 20, maio 2016.
A conquista da América pelos europeus é um episódio
marcado por diversos relatos que, quase sempre, tendem
à parcialidade. O trecho anterior considera que a conquista
do Império Inca pelos espanhóis resultou na
A. consolidação do poder espanhol por meio da sua
capacidade bélica.
B. imposição dos valores culturais ocidentais aos nativos
da América.
C. redução populacional dos incas em virtude de guerras
e de doenças.
D. criação de um desafio administrativo aos conquistadores
espanhóis.
E. consagração dos envolvidos na conquista após o
retorno à Espanha.
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QUESTÃO 62
Disponível em: <http://www.umsabadoqualquer.com>. Acesso em: 29 dez. 2016.
Para a Filosofia, as perguntas apresentam-se mais importantes do que as respostas obtidas. A atitude filosófica exemplificada
na charge pela figura de Sócrates mostra-se contrária ao conhecimento
A. mítico, recusando qualquer ponto de convergência entre o conhecimento mítico e o filosófico.
B. dogmático, pois a sabedoria está centrada na busca contínua da verdade, não em sua posse.
C. científico, pois este impõe verdades que são tão inquestionáveis quanto aquelas impostas pelo mito.
D. crítico, na medida em que este confia nos conhecimentos adquiridos por meio da tradição sem questioná-los.
E. cético, visto que este recusa a possibilidade de se alcançar a verdade, defendendo a prática de suspensão do juízo.
QUESTÃO 63
Taxa de fecundidade total e diferença relativa, segundo as Grandes Regiões (2000 / 2010)
Grandes Regiões
Taxa de fecundidade total
Diferença relativa 2000 / 2010 (%)
2000 2010
Brasil 2,38 1,90 –20,1
Norte 3,16 2,47 –21,8
Nordeste 2,69 2,06 –23,4
Sudeste 2,10 1,70 –19,0
Sul 2,24 1,78 –20,6
Centro-Oeste 2,25 1,92 –14,5
IBGE. Censo Demográfico 2000 / 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 26 out. 2016.
Entre o Censo de 2000 e o de 2010, a mudança do principal indicador da dinâmica demográfica é notável. O declínio da taxa
de fecundidade foi mais expressivo na região
A. Norte, e, em 2000, esta ainda possuía taxa de fecundidade acima do nível de reposição.
B. Sudeste, e, em 2010, a taxa de fecundidade estava acima do nível de reposição em duas regiões.
C. Centro-Oeste, e, em 2000, todas as regiões estavam acima do nível de reposição.
D. Sul, e, em 2010, a fecundidade foi insuficiente para assegurar a reposição populacional.
E. Nordeste, e, em 2010, quatro regiões tinham taxas de fecundidade abaixo do nível de reposição.
QUESTÃO 64
Diante da fraqueza do poder público e da necessidade de segurança, desenvolveram-se as relações pessoais, diretas,
sem intermediação do Estado. Estreitaram-se os laços de sangue, as relações dentro das linhagens, grupos cuja solidariedade
podia proteger melhor os indivíduos dos perigos de fora. De acordo com essa forma de pensar, a morte violenta de uma pessoa
atingia todo o grupo, o que punha em ação a faide, “a vingança dos parentes”. Ou seja, na falta de instituições públicas que
pudessem punir o agressor, os amigos e parentes da vítima faziam justiça pelas próprias mãos. Como os laços familiares
não bastavam, criaram-se laços artificiais, uns ligando homens livres entre si, outros ligando homens livres a dependentes.
Este último – relação de nobre-camponês – baseava-se na desigualdade, estabelecendo complexos vínculos econômicos,
políticos e religiosos; o senhor era um misto de protetor e propiciador.
FRANCO JÚNIOR, H. Feudalismo: uma sociedade religiosa, guerreira e camponesa. São Paulo: Moderna,1999.
A situação do poder público na sociedade medieval, retratada no texto, teve como consequência o
A. alastramento das tradições populares.
B. nascimento da desigualdade nobre-camponês.
C. fortalecimento dos poderes locais.
D. desenvolvimento da justiça social.
E. desaparecimento da figura dos reis.
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QUESTÃO 65
Queridos compatriotas, concidadãos,
Tendo em vista a situação criada com a formação da
Comunidade de Estados Independentes (CEI), concluo
minha atividade como presidente da União Soviética.
Tomo esta decisão por questões de princípio. [...] Impôs-se
a linha de fragmentação do país e desunião do Estado,
o que não posso aceitar... [...] O destino quis que, ao
me encontrar à frente do Estado, já estivesse claro
que nosso país estava doente. [...] Tudo devia mudar.
[...] Hoje estou convencido da razão histórica das
mudanças iniciadas em 1985. [...] Acabamos com a
Guerra Fria, deteve-se a corrida armamentista e a
demente militarização do país que havia deformado
nossa economia, nossa consciência social e nossa moral.
Acabou-se a ameaça de uma guerra nuclear. [...]Abrimo-nos
ao mundo, e responderam-nos com confiança, solidariedade e
respeito. Mas o antigo sistema desmoronou antes que o novo
começasseafuncionar.[...]Deixomeucargocompreocupação,
mas também com esperança, com fé em todos vocês,
na sua sabedoria e na sua força de espírito. [...] Meus
melhores votos a todos.
GORBATCHEV, M. Discurso de despedida.
Moscou, 25 de dezembro de 1991. In: CORTÁZAR, F. G.;
ESPINOSA, J. M. Historia del mundo actual (1945-1995).
Madrid: Alianza Editorial, 1996.
No discurso do ex-presidente da URSS, identifica-se um
ponto de grande preocupação mundial durante a segunda
metade do século XX. Tal ponto é caracterizado pelo(a)
A. consolidação do bloco econômico CEI e pela
acentuação da crise na URSS.
B. finalização da Guerra Fria e pela instauração da
hegemonia dos Estados Unidos.
C. desmonte do socialismo e pela implantação de uma
economia de mercado.
D. corrida belicista das superpotências e pela utilização
de armas nucleares.
E. fragmentação territorial da Rússia e pela intensificação
migratória na Europa.
QUESTÃO 66
Vai, orgulhosa, querida
Mas aceita esta lição:
No câmbio incerto da vida
A libra sempre é o coração
O amor vem por princípio, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim [...]
ROSA, N.; BARBOSA, O. Positivismo. Disponível em:
<https://www.letras.mus.br>. Acesso em: 24 out. 2016. [Fragmento]
Acanção anterior demarca a influência da corrente positivista,
e sua letra remete ao(à)
A. questão do progresso, linear e particular de cada sociedade.
B. ideia central da religião positivista, proposta por Durkheim.
C. busca por leis sociais não universais, porém regulares.
D. fórmula sagrada do positivismo de Auguste Comte.
E. projeto positivista de revolução social no Brasil.
QUESTÃO 67
A primeira roupa de que a América se travestiu, aos
olhos do europeu, foi dada por Colombo através da palavra
Índias. Colombo pensou ter chegado às Índias, e, portanto,
tudo o que viu correspondia a um indício capaz de comprovar
sua hipótese [...]. Colombo se esquiva de analisar a flora
americana, pois não podia identificá-la com a flora das
Índias ou das Moluscas. [...]. O seu imaginário era regido por
inúmeras informações, trazidas por viajantes (como Marco
Polo) que gostavam de contar suas façanhas, sem que os
interlocutores estivessem interessados em pedir provas.
O prazer de produzir uma narração, de acordo com as suas
expectativas, construídas bem antes da viagem, era superior
à sua capacidade de descrever um continente desconhecido.
SILVA, J. T. Revista de História Brasileira. Disponível em:
<www.anpuh.org>. Acesso em: 27 out. 2016 (Adaptação).
O texto sugere uma incapacidade de Cristóvão Colombo de
descrever as terras do Novo Mundo, uma vez que, para o
navegador genovês, a “descoberta” da América
A. significava uma conquista inacreditável para o europeu
dotado de conhecimentos limitados.
B. precisava legitimar aquilo que ele e seus
contemporâneos europeus imaginavam.
C. confrontava com o seu projeto baseado no
conhecimento pré-existente das novas terras.
D. fundamentava o discurso dos viajantes acerca das
características das terras encontradas.
E. invalidava a existência do paraíso terrestre ambicionado
desde os tempos medievais.
QUESTÃO 68
O homem é não apenas como ele se concebe, mas
como ele quer que seja, como ele se concebe depois da
existência, como ele se deseja após este impulso para a
existência; o homem não é mais que o que ele faz. [...] Mas
se realmente a existência precede a essência, o homem é
responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do
existencialismo é o de pôr todo homem na posse do que ele
é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.
SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo.
3. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Coleção Os Pensadores).
O tema da autodeterminação representa o cerne das
discussões sobre a liberdade humana. A afirmação que
caracteriza a noção de liberdade, em sentido filosófico, como
o apresentado por Sartre, é:
A. A minha liberdade termina onde começa a do outro.
B. O dinheiro não escraviza, ele torna as pessoas mais
livres.
C. O advogado de João está pleiteando a sua liberdade
condicional.
D. Júnia escolheu não estudar, mesmo sabendo do risco
de fracassar nas provas.
E. Considero-me uma adolescente livre, pois meus pais
não me impedem de sair.
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