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Casa de Bourbon

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(Redirecionado de Dinastia dos Bourbons)
 Nota: Para outros significados de Bourbon, veja Bourbon (desambiguação).
Casa de Bourbon
Maison de Bourbon (fr)
Casa de Borbón (es)
Casa di Borbone (it)
Casa de Bourbon
Brasão da Casa de Bourbon
Estado França
Navarra
Espanha
Ducado de Parma e Placência Parma
Etrúria
Reino das Duas Sicílias Duas Sicílias
Luxemburgo Luxemburgo
Título Rei de França
Rei de Navarra
Rei de Espanha
Rei das Duas Sicílias
Rei da Etrúria
Príncipe de Condé
Príncipe de Conti
Grão-Duque de Luxemburgo
Duque de Parma
Delfim de França
Origem
Fundador
Fundação 1268
Casa originária Capetiana
Etnia Francos
Atual soberano
Luís Afonso de Bourbon[1]
Último soberano
Dissolução
Linhagem secundária
Bourbon-Parma
Bourbon-Duas Sicílias
Bourbon-Bragança
Orleans
Bourbon-Condé (extinto)

A Casa de Bourbon (em castelhano: Borbón; em italiano: Borbone), é uma casa real de origem francesa, a atual casa reinante na Espanha e em Luxemburgo. O sobrenome vem de um topônimo: o Castelo de Bourbon-l'Archambault, localizado no departamento francês de Auvergne, por ser esta a sede de todos os nobres daquela linhagem que, segundo os genealogistas, eles descendem de um ramo secundário dos Capetianos, dinastia que governou a França entre 987 e 1328.

Durante o século XVI, os reis Bourbon governaram França e Navarra. Já no século XVIII, membros da Casa de Bourbon detiveram tronos em Espanha, Duas Sicílias e Parma. Também se enlaçaram com diversas outras casas reinantes por casamento, em especial das da Áustria, Portugal e Brasil.

A nobreza da família dos Bourbon data, pelo menos, do início do século XIII, quando o patrimônio dos Bourbon foi assumido por um lorde que era vassalo do rei da França. Em 1268, o conde de Clermont, sexto filho do rei Luís IX de França, casou-se com Beatriz de Borgonha, herdeira do senhorio de Bourbon.[2] Seu filho, Luís, tornou-se duque de Bourbon em 1327. A linhagem de seus herdeiros foi desapossada do ducado em 1523 em função da traição do duque Carlos III, mas a linhagem de La Marche-Vendôme adquiriu o ducado de Vendôme. A ramificação Bourbon-Vendôme tornou-se a casa real governante primeiro do reino de Navarra em 1555 e de França em 1589, quando Henrique III de Navarra tornou-se Henrique IV, rei de França.[2]

O governo na França estende-se até 1792, quando a monarquia é derrubada durante a Revolução Francesa, com a prisão de Luís XVI e o estabelecimento da Primeira República Francesa. Restaurada brevemente em 1814 e definitivamente em 1815 após a queda do Primeiro Império Francês, a dinastia Bourbon é finalmente derrubada em França durante a Revolução de Julho de 1830. Depois disso, uma ramificação da casa de Bourbon, a Casa de Bourbon-Orléans, governou a França por os últimos 18 anos da monarquia francesa.

Filipe V de Espanha, neto do rei Luís XIV de França e de Maria Teresa de Áustria, foi o primeiro da casa de Bourbon a governar Espanha, iniciando o seu reinado em 1700. A dinastia Bourbon na Espanha foi derrubada e restaurada muitas vezes, reinando de 1700 a 1808, de 1813 a 1868, de 1875 a 1931, e de 1975 até o presente. Da linha de sucessão espanhola originaram-se a linha do Reino das Duas Sicílias (17341806 e 18151860, e em Sicília apenas no período de 18061816), a família Bourbon da Sicília e os governantes Bourbon do Ducado de Parma. Em 1919, a grã-duquesa Carlota de Luxemburgo casou-se com o mais novo da ramificação Bourbon-Parma, e assim, consequentemente, os seus sucessores, que governaram em Luxemburgo desde a sua abdicação em 1964, pertenceram, indiretamente, à casa de Bourbon.

Espanha e Itália

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O ramo espanhol da Casa de Bourbon foi fundado por Filipe V. Filipe nasceu em 1683 no Palácio de Versalhes, sendo o segundo filho de Luís, o Grande Delfim e, portanto, neto de Luís XIV de França. Filipe era Duque de Anjou por nascimento e um herdeiro aparente do trono de seu avô. No entanto, Carlos II de Espanha morreu em 1700 sem descendência e legou o trono espanhol a Filipe, que era também seu sobrinho-neto por linhagem materna.

A possibilidade de um outro Bourbon assumir o trono espanhol foi motivo de forte oposição de vários outros monarcas que temiam um desequilíbrio de poder continental. Após a morte de Carlos II em 1700, diversas nações europeias formaram a Grande Aliança — liderada principalmente por Sacro Império Romano-Germânico e Inglaterra — contra a ascensão de Filipe ao trono espanhol. O conflito decorrente ficou conhecido como Guerra da Sucessão Espanhola e perdurou de 1701 a 1714, quando os termos do Tratado de Utreque (1713) foram reconhecidos e Filipe assumiu o trono como Filipe V de Espanha. Como contraparte dos acordos, o novo monarca espanhol abriu mão de seu direito ao trono da França, a Sicília foi cedida ao Ducado de Saboia e os Países Baixos, Ducado de Milão e Reino de Nápoles foram cedidos aos Habsburgos.

Filipe V teve quatro filhos com sua primeira esposa, Maria Luísa de Saboia, entre os quais os reis Luís I e Fernando VI da Espanha. Após a morte de Maria Luísa, Filipe V casou-se com Isabel Farnésio, sobrinha de Francisco Farnésio, Duque de Parma, em 1714. O segundo casamento rendeu três filhos, para os quais Filipe V pretendeu garantir possessões na Península Itálica. Desta forma, a Espanha ocupou Sardenha e a Sicília em 1717.

Em 2 de agosto de 1718, Grã-Bretanha, França, Áustria e Holanda formaram a Quádrupla Aliança para impedir os avanços territoriais dos espanhóis. O conflito subsequente durou até 1720, quando o Tratado de Haia obrigou Filipe V a renunciar suas conquistas territoriais na Europa e garantiu a ascensão de seu filho Carlos de Bourbon como Duque de Parma. Filipe V abdicou do trono espanhol em janeiro de 1724 em favor de Luís I, seu filho mais velho de seu primeiro casamento. Entretanto, Luís I morreu após meses de reinado e Filipe V reassumiu a coroa.

Quando a Guerra de Sucessão da Polônia eclodiu em 1733, Filipe V e Isabel Farnésio viram outra oportunidade de impor as reivindicações dinásticas de seus filhos e recuperar pelo menos parte das antigas posses da Coroa espanhola na Península Itálica. Filipe V assinou o Pacto de Família com Luís XV de França, seu sobrinho, fortalecendo ainda mais os laços políticos entre as duas nações. Seu filho Carlos — que reinava como Duque de Parma desde 1731 — invadiu e ocupou Nápoles. Nos acordos de paz de 13 de novembro de 1738, o controle de Parma e Placência foi cedido à Áustria, que foi forçada a reconhecer Carlos como rei de Nápoles e da Sicília. Filipe V também usou a Guerra de Sucessão Austríaca (1740–1748) para angariar mais territórios na Itália.

Fernando VI e Carlos III

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Fernando VI, segundo filho de Filipe V e sua primeira esposa, sucedeu a seu pai em 1748, sendo descrito como um monarca apaziguador que manteve a Espanha fora de conflitos regionais, como a Guerra dos Sete Anos (1756–1763). Fernando VI morreu em 1759 antes do findar deste conflito e foi sucedido por seu meio-irmão, Carlos III, que já vinha reinando como Duque de Parma desde 1731.

Após a vitória da Espanha sobre os austríacos na Batalha de Bitonto, provou-se inconveniente reunir Nápoles e Sicília à Espanha. Então, como um compromisso, Carlos tornou-se Rei de Nápoles como "Carlos IV" e Rei da Sicília como "Carlos VII". Após sua ascensão ao trono espanhol em 1759, Carlos III foi obrigado pelo Tratado de Nápoles (1759), a abdicar dos tronos de Nápoles e da Sicília em favor de seu terceiro filho, Fernando, iniciando assim o ramo dos "Bourbons Napolitanos".

Carlos retomou o Pacto de Família com a França em 15 de agosto de 1761 e inseriu a Espanha na Guerra dos Sete Anos contra a Grã-Bretanha no ano seguinte; as políticas reformistas que ele havia adotado em Nápoles foram seguidas energeticamente na Espanha, onde ele reformulou completamente a pesada burocracia estatal. Como aliado dos franceses, Carlos III se opôs à Grã-Bretanha durante a Revolução Americana de 1779, fornecendo armamentos aos norte-americanos e eventualmente conquistando as regiões da Flórida e do Alabama.

Bourbons de Parma

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As ambições de Isabel Farnésio foram alcançadas na conclusão da Guerra da Sucessão Austríaca em 1748, quando o Ducado de Parma e Placência já ocupado por tropas espanholas foi cedido pela Áustria a seu segundo filho, Filipe, e combinado com o antigo Ducado de Guastalla.

Dinastias de governantes Bourbon

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Soberanos de França

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Brasão de armas usado por Luís Afonso, Duque de Anjou, chefe da Casa de Bourbon.
Brasão de armas usado por Luís Afonso, Duque de Anjou, chefe da Casa de Bourbon.

SAR o Duque de Anjou
SAR a Duquesa de Anjou

Ver artigo principal: Rei da França

Os Soberanos de França da Casa de Bourbon são aqui contados a partir de Henrique IV, que já reinava como Rei de Navarra com o nome régio de Henrique III desde 9 de junho de 1572. A listagem abaixo inclui apenas indivíduos que foram soberanos e reinaram de fato na França, omitindo assim Luís Antônio, Duque de Angolema e Henrique, Conde de Chambord que foram aclamados monarcas em 1830 durante a Revolução de Julho, mas que nunca reinaram de fato. Por outro lado, a listagem inclui Filipe II, Duque d'Orleães que nunca foi coroado monarca francês mas exerceu o governo regencial em favor de seu sobrinho Luís XV de 1715 a 1723.

Monarca Reinado Casamento e descendência

Henrique IV
o Grande
2 de agosto de 158914 de maio de 1610
(20 anos, 9 meses e 12 dias)
Margarida de Valois
18 de agosto de 1572
Maria de Médici
5 de outubro de 1600

Luís XIII
o Justo
14 de maio de 161014 de maio de 1643
(33 anos)
Ana da Áustria
24 de novembro de 1615

Luís XIV
14 de maio de 16431 de setembro de 1715
(72 anos, 3 meses e 18 dias)
Maria Teresa
9 de junho de 1660

Luís XV
o Bem-Amado
1 de setembro de 171510 de maio de 1774
(58 anos, 8 meses e 9 dias)
Maria Leszczyńska
15 de agosto de 1725

Filipe II
1 de setembro de 171515 de fevereiro de 1723
(7 anos, 5 meses e 14 dias)
Francisca Maria de Bourbon
9 de janeiro de 1692

Luís XVI
10 de maio de 177421 de setembro de 1792
(18 anos, 4 meses e 11 dias)
Maria Antonieta
16 de maio de 1770

Luís XVII
21 de janeiro de 17938 de junho de 1795
(2 anos, 4 meses e 18 dias)

Luís XVIII
o Desejado
11 de abril de 181420 de março de 1815
(11 meses e 9 dias)
Maria Josefina de Saboia
14 de maio de 1771
7 de julho de 181516 de setembro de 1824
(9 anos, 2 meses e 9 dias)

Carlos X
16 de setembro de 18242 de agosto de 1830
(5 anos, 10 meses e 17 dias)
Maria Teresa de Saboia
1773

Luís Filipe I
o Rei Cidadão
9 de agosto de 183024 de fevereiro de 1848
(17 anos, 6 meses e 15 dias)
Maria Amélia de Nápoles
25 de novembro de 1809

Soberanos de Espanha

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Ver artigo principal: Rei da Espanha

Outros títulos nobiliárquicos importantes detidos pelos Bourbons

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Rei das Duas Sicílias
Grão-Duque de Luxemburgo
Duque de Bourbon
Duque de Montpensier
Duque de Vendôme
Duque de Orleães
Duque de Parma e Placência
Príncipe de Condé
Príncipe de Conti
Conde de Barcelona
Príncipe-regente de Portugal

Referências

  1. État présent de la Maison de Bourbon : pour servir de suite à l’Almanach royal de 1830 et à d'autres publications officielles de la Maison, Paris, Éditions du Palais Royal, puis du Léopard d'or : 1re éd. (1975), p. 2, 2e éd. (1983), p. 2, 3e éd. (1986), p. 3, 4e éd. (1991), p. 3.
  2. a b Anselme, Père. ‘’Histoire de la Maison Royale de France’’, tome 4. Editions du Palais-Royal, 1967, Paris. pp. 144-146, 151-153, 175, 178, 180, 185, 187-189, 191, 295-298, 318-319, 322-329. (French).
  • Anselme, Père. ‘’Histoire de la Maison Royale de France’’, tome 4. Editions du Palais-Royal, 1967, Paris.


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