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Wolff, Janet A Prod Social Arte

Janet Wolff

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pnd 1 ( 7 . Ss : A PRODUCAO SOCIAL DA ARTI Janet Wolff Titulo origi The Social Production of Art Tradugao autorizada da | publicada em 1981 por de Londres, Inglaterra \ PRODUCAO SOCIAL DA ARTE A arte 6 um produto social, Este livro proura mostrar as varias maneiras pelas quais as artes s6 podem ser adequadamente compreendidas dentro de uma perspectiva sociolégica. A po- sigsio adotada pela autora é fundamentalmente contraria & nogéo romantica e mistica da ar- te como a eriagdo do génio, transcendéndo a fexisténcia, a sociedade e a época, Ao desenvol- Iver sua-argumentacio, JANET WoLer focaliza |virios aspectos recentes da sociologia da arte, muitos dos quais se desenvolveram isoladamen. te, Por exemplo, as teorias sobre recep¢ao da arte, examinadas em detalhe no capitulo 5, ra- ramente foram integradas as teorias da produ. Gio artistica, apesar da freqiiéncia com que se | tem afirmado (a partir do Grundrisse de Marx) que a produgao e o consumo da arte deve ser ;considerados como complementares. Os varios aspectos da produgao social da arte s80 discutidos separadamente; cada capitulo representa e resume uma tradicdo e uma abor- dagem mais ou menos auténomas. Em cada Caso, 0 ponto de partida é diferente, e a argu- \Mentacdo desenvolve-se no sentido de demons- ‘trar que a arte e a literatura devem ser vistas dentro de um contexto hist6rico, e nio como resultado de uma inspiracdo divina de pessoas dotadas de um génis {viato. Uma sociologia da jarte deve abranger e inteyrar essas perspectivas, ‘cujo modelo a autora procura desenvolver. 'A questo da criatividade constitui, portanto, um dos temas centrais deste livro, examinado m profundidade no primeiro capitulo e is iientemente mencionado nos demais. A ant se da arte do ponto de vista sole eal imediatamente uma critica & nogao tra oi We artista e de autor, cuja autonomia cri (continue na 24 aba) (continuagao da 19 aba) parece reduzir-se, nesse enfoque, a uma série de coordenadas sociais, econdmicas e ideoldgi- cas. O trabalho art/stico, diz a autora, nao é essencialmente diferente de outros tipos de tra- balho, e a atividade criativa e inovadora esta presente, da mesma maneira, em todas as reas da vida social e pessoal. Nao obstante, é neces- sdrio levar em consideragao o forte elemento subjetivo de que se reveste a criagao art/stica. A relacao entre o artista e as estruturas social, ideolégica e econdmica que o cercam jé nao po- de, a esta altura do conhecimento dos proble- mas de infra-estrutura e superestrutura, ser ana- lisada da maneira relativamente simples ditada pelas proposices weberiana ou durkheimiana. t JANET WOLFF 6 professora de sociologia na Universidade de Leeds, na Gra-Bretanha, e au- tora de varios trabalhos sobre a sociologia e a filosofia da arte. ZAHAR EDITORES Introducao A arte 6 um produto social. Este livro procura mostrar sistematicamente as varias maneiras pelas quais as artes sé podem ser adequadamente compre- endidas dentro de uma perspectiva socioldgica. Argumenta contra a nocio Foméntica e m/stica da arte como a criagio do “génio”, que transcende a “existéncia, a sociedade e a época, e defende o Ponto de vista de que ela é antes a constru¢do completa de varios fatores reais, historicos. Ao dat pros- seguimento a tal argumentacao, examinarei algum; tivas recentes da sociologia da arte, muitas das quais se desenvolveram, em grande medida, isoladamente umas das outras.Por exemplo, as teorias so- bre a recepeiio da arte, discutidas detalhadamente no Capitulo 5, raramen- te foram integradas is teorias da produgio artistica, apesar das freqiientes afirmagées (em geral apoiadas nos Grundrisse de Marx)! de que a produ. go _¢ 0 consumo devem ser considerados como complementares.” Pareceu- me inevitavel, porém, que os varios aspectos da producdo social da arte fossem discutidos separadamente, pelo menos numa primeira instancia, na medida em que cada capitulo apresenta, ¢ resume, uma determinada tradi- Gao e abordagem mais ou menos completa em si mesma, e também porque no me ocorreu nunhuma outra maneira de tratar com os diferentes argu: Mentos ao mesmo tempo, Deve-se ter presente, porém, que os arqumentos apresentados nos Cap/tulos 2 e § ndo sao independentes entre si, nem constituem, em nenhum sentido, um desenvolvimento progressivo, Em am. bos 0s casos meu ponto de partida é diferente, e procuro demonstrat que giarte ea literatura devem ser vistas como situadas e produzidas historica. mente e ngo como inspiracao divina que baixa sobre pessoas de génio inato. ‘Uma sociologia da arte abrangente deve, afinal, integrar essas perspectivas, @ um dos meus objetivos neste livro serd o de procurar mostrar como seria esse modelo integrado, . Um dos temas centrais deste livro é a questo da criatividadey que. seré.examinada com maiores detalhes no Cap/tulo-t-Mas-vale-a pana fazer- Mos agora-algumas-observagbes_preliminares-sobre o problema, porque é evidente que o simples fato de se,abordar a arte de.um_ponto de vista so Ciolbgico representa uma ameaga imediata a qualquer noco tradicional de as tendéncias e perspec- ee a a produsio social da arte ‘rtista"” ou de “autor, cuja autonomia criativa parece ficar reduzida a uma série de coordenadas sociais, econdmicas e ideologicas. No primeira capitulo, parto da oposicdo entre “estrutura” e “‘criatividade” por duas ra- 25es: primeiro, porque a sociologia da arte e da cultura parece contrapor esses dois conceites ou, pelo menas, manté-los em tensio; segundo, porque desejo argumentar que eles nJo esto, na verdade, em competicio, mas que a devida compreensio de cada um deles revelard a sua interdependéncia matua. Isso exige, porém, a rejeicso de muitas definicbes existentes de “criatividade"” e a elaboragao de um conceito que nao seja metafisico e no escape & andlise Argumento, no Capitulo 1, que no hi utilidade em se considerar 0 _Arabalho artistico como essencialmente diferente de outros tipos de traba- tho, e que, portanto, a questdo de atividade prética, inclusive a atividade criativa ou inovadora, de qualquer agente se apresenta da mesma maneira em todas as éreas da vida social e pessoal. Som antecipar essa anélise, o que desejo observar agora ¢ 0 fato de que a categoria de “sujeito” ou de “agen _1e"" tem sido recentemente vista como um tanto problemética na sociolo- ‘gia em geral.? Até certo ponto, 0 reconhecimento de que ¢ teoricamente inadequado e analiticamente incorreto falar, sem critica, de “atores"* & “agentes” como seres fundamentais, inconstituldos, irredutiveis, veio de certos desenvolvimentos da teorla marxista da ideologia, particularmente Ga obra de Althusser e dos que o seguem.* Alguns desses trabalhos sero texaminados no Capitulo 6, mas é evidente que as quest&es do agenciamen to e da subjetividade so também postuladas como problemas destacados tno que se poderia chamar de “‘corrente principal da sociologia”. Por exer- lukes e Anthony Giddens trataram desse t6pico om livros re ores individuals, de um lado, e estrutu: jé nio pode ser tratada de pio steven Paes? A vlog entre slltos/t se eciaedeolegicafocondmicss, de outro, oc seerate simples, como propse uma posico weberiana ou manera at erguer nogdo humanistic, em particu, de un ine durkneimians Que aemistonte dexperénela socal ingager, rlabes uo essence once inducto Weolegicas ea etruturas socias¢ my inerpesoa nat cantes) dove se abandonada Creo qu todos cOn- teri aus Ines Se spor seo Intengos a conrovrsa eo dabate sobre a Co soe fnvfdues a constitutes. As pies mais ada rr urarnonprecem a om queer ube En a femora com feqinci os eos desis Bo ve ery mal o que ol elmente dito, em su apsirnace dees do sujeito humano).° Nao pretendo, no momento, fazer uma exposigao a sujito humane) Meine em favor de quaiquer dls; eo QUE dese argues Oe spa 1 « examinada mais detalhadmente 99 Ue ser esa pate, Mos a relevacia mals mpl do debote deo Capit 8 om Comet me permit, areto suse dena dat Que introdugio. 15 tes mais amplas da andlise sociol6gica em geral o que parecem ser questBer paroquiais para @ andlise cultural, De um lado, isso apdia meu argumento ado postular_a_prética artistica como totalmente diferen- __te de-qualquer outra pratica humana; do outro, 0 fato de que o problema dda subjetividade terv sido formulado de maneira mais vigorose e desenvol- vido de forma mais completa na andlise da cultura (bem como na teoria feminista e na andlise do patriarcado) significa que a sociologia em geral se pode beneficiar com o trabalho jé realizado nessas 4reas.” Cuero, Finalmente, fazer alguns comentérios preliminares sobre 0 Ambito deste estudo e sobre a terminologia nele empregada. Tais questbes, s¢ enquadram ern quatro temas distintos, embora no necessariamente inde- pendentes, a saber: (i) 0 que entendo por “arte"’ e as artes” em todo este Tivro; fi) 6 que entendo por “sociologia" (tendo em vista a multiplicidade de sociologias existentes hoje em dia); (ii) a relevancia do que eu discuto neste livro para a questo crucial do valor estético (inclusive a distineso ‘entre arte “intelectual” e “ago-intelectual” ou popular):e (iv) 0 problema do sexismo na sociologia, @ das divisbes sexuais e da diferenga sexual na produgao artistica em particular O CONCEITO DE“ARTE™ Pelas citagdes que fago e pela maneira bastante eclética de recorrer a trab Ios de varias fontes, torna-se evidente que pretendo que minha argumen- fe, na medida do possivel, 3s artes em geral. Nesse sentido, "em seu significado gonérico. Isso suscitar4, claro, proble- ‘has qué no ocorreriam se eu Timitasse meu estudo a literatura, & pintura ‘ou 8 misica, e, na verdade, a maior parte das obras sobre a sociologia da arte se centralizaram, até agora, numa érea particular da producSo artist ca € Obvi0, por exemplo, que um filme constitu um produto coletivo iée uma mancira que a elaborago de um romance, no seU todo, no é; 0 lanalisar mais adiante as maneiras pelas quais todas as artes so, num cecto sentido, coletivas, as importantes diferencas entre as formas de arte tex80, ‘Portanto, de ser esclacecidas. Também as artes de_espeticulos, idsica, @ Opera e o drama, envolvem niveis de cooperagio © medi social entre a concepedo e a recepeio que ndo se aplicam na maior parte as veres § escultura ou & literatura, Portanto, a0 examinar as coordenadas sociais das vérias artes, & absolutamente essencial i generalzag “amplas. que obscurecem diferencasctuciais. E, porém, um fato social, por ‘assim dizer, a existencia de um geemo genérico “arte” que nos leva a reunir numa Gnica classe todos esses empreendimantos.e atividades diversos, € esta j8 6 uma razfo que torna interessante e atraente para 0 soci6logo in Vestigar 0 que tém em comum, Uma razio mais importante, tlvez, est no te a produto social da arte fato de que © cinema, a literatura, a pintura e 0 rock podem, todos, ser istos, em certo sentide, como repositorios de significado cultural ou, Como por vezes se diz, como sistemas de significagio; parto, portanto, da SGposigao de que serd proveitase abordi los como similares pelos menos fob esse aspecto. Pode ocotter que UM romance seja “ileoldgico” de uma maneita muito diferente de, digamos, uM quarteto, €, como eu js disse, teaos diferencas no devem ser ignoradas, nem devemos permitir que gene obstante, argumento em favor de uma sociolagia genérica das.artes, sensivel a diversidade na arte (que constitui, na verdade, uma questio cada vez menos clara, desde 0 advent do modernismo) € ao mesmo tempo aberta a coracteristicas co: nuns e getais, 1550 significard, inevitavelmente, uma certa fragmentacio na Gpresentagao dos capitulos que sequem, nos quais passo de uma discussio Go pintura a uma discussio sobre a literatura, por exemplo, Além disso, ‘nuns exposigge aio pretende ser, de modo algum, abrangente (certamen: fe, nem sempre sera possivel analisar todas as categorias sob cada titulo). Eusee problemas s30 inevitiveis em qualquer teoria razoavelmente ampla € so diminuem, a0 que espero, 0 valor dos argumentos bésicos que quero ralizacdes inadequadas interfiram na andlise apresentar A NATUREZA DA SOCIOLOGIA um dos methores livros recentemente publicados sobre a historia, soci sete 82 Art History and Class Struggle, de Nicos Hadjinicolaow.” Tere ferit a ele novamente, adiante, mas o menciono ica. Si0 poucas as coisas na exposicio da his- 29019 ta e de matureza ideol6gica da pintura feitos por Hadlinicolaae or a ais nfo concordo, e, na verdade, muitos de meus argamentos it cor ae aprosentados naquele liv. & contuco, 20 rejeitar at bordoatrs see storia da arte predominantes atualmente, Hadjinicoleou diz semvin\s: foportunidade de me ref ‘agora por uma razdo especifi que 2 sociologi da arte nfo existe como fi feito em seu nome pouco se di 1p Burckhardt NJo existe jc (Madjinicolaou 1978, P. $2). Poderlamos dizer, de certo modo os chamadessoilogos do arte 0 argumentos de Hadiniclsou conta Oe a Cal, Tomas, Hebert ead « Pie en) f art tera on arte Ebr (oe Je Keanu ratho no ere reimen oe ene 6.0 de ue su open ania astra de arte wads pe sar aaeamengao para com 0 contexto soc : fata de ateneoae Coen neces de const au ODD OF rabaintgtico, que permanece tO vago e pouco cientitico quanto na his: introdugio. Loria da arte, Mais expecificamente, 2 sociologa da arte, surgi, coma & fociologa em geal, como uma “concessdo feta pela burguesia” (p51) € timo “eacio. 20 movimento ascendente da claie operria « suas ids thuvrister" pp. SO", serve a0 propbsto de enterrr 0 "papel das Classes reeios da ta de clases sab um numero ifiito.de denominacbes dite renter" [p_ 52), Hadjnicolaou nio rejeita toda a sociologia como “go Cramtilca, pois seredita que, quaisquer que sejan suas orgens, ela pode se ranstovmmada numa céneis. Sua opinido, prem, € de que 2 sciologia Gh-arte ado ests numa fase pre-cientiica jb que No provos a validade Seeritica Ge sea objeto € 0 que € mais, quando otiver feito, como outrat seeeeifs vociioga tteram, serd uina Gisiplina "pertencente a materia tismo hstrico”(p. 58) ‘0 muito frequentes os comentiios de rejeicd0& socologia, auase sempee menos incinador a serem conciliatorios do que a citaGio acim, serritoe maraitan Pateceme importante exclarecer 30. Trata-se, por Teves simplemente de uma reeico qosteira da sociologia como sendo Tine''diseptine burgues" por ser ensinada em instituicbes do sistem, ou orave o autor ignore a veredade de sbordagent sciol6gieasexistentes, Rrecticando-as tees como antimarxistas, Ax eriticas melhores fazer 3 contraposi¢go mais especifica do materialismo histérico 0 que é (ou era ‘Ceramente antes G2 decada ce 1960) a corrente principal da soc‘olog, Socio funcionalimo estrutural e/ou a sociologia weberiana, No caso os primeiror estudos sobre a sociclogia da art, hd pouca duvide de que sain, com tequénela, de um positivism exreito e cetamente passives de cetica e reeicdo tanto. pelos marxistas como pelos socilogos mais sofisticados."! Nao pretendo defender 0s tipos mais limitados de anélise Sociologica que me parecem ter sido iquidados de maneira adequads por ties outtos autores! Minha opinio€ ade que o materialsmo histrico Cferece o melhor méiodo de andlise da sociedade no momento, emibora Sir seriamenteinadequodo 300 certo aspectos, mais notadamente na ands lise das divisbes sexuais e da opresséo das mulheres. Sob esse aspecto, Had- ‘Fricolaou me parece ter razio quando afiema que uma sociologia maduta Trtisfazme menos a sua vlizaeao da nogSo althuseriana de “cientiico”) 2 ume parte do materialismo historico. No vejo porque precizamas ser apologéticos ou defensivos em relagdo a0 uso da palavra “sociologis™. Es: uso nZo nos socio necestariamente a trabalho realizado sob © mesmo some e que poderfamos eonsiderar como trivial, ou limitado, ou ideol6g to tno sent de nfo reconhecer, ou neg, sua prOpra posigSo particular asus inoreses de funda), O matrialismo histrico €, entre ouras cosas, S Ghode do sociedade, e # esse significado que atribuo 20 terme “sociolo Gas 5 uattencio que Tago de trabalhor com titulos como Marxism ans Literary Criteam’? (Marvsmo e critica litera), The Marxist Theory ‘of Art!* (A teoria marxista da arte), Criticism and Ideology'* (Critica 18. aprodugao social da arte ¢ [eeologa), Marxism and Literature'® (Marxisino e literatura) e Art History o' (Historia da arte e luta de classes) yorna claro 6 tipo de sociologia que me parece mais adequado em vigor explicativa analitico, A QUESTAO DO VALOR ESTETICO 0 estuda sosioldgico das artes realizou um bom trabalho a0 expor muitos dos elementos extra-estéticas envolvidos no julgamento estético — os valo- res de classe!® ou a influéncia de ideais politicos ou morais, por exemplo. Teve menos ésito, at@ agora, em propor uma nova estética, que ndo tenha pretensdes a uma falsa neutralidade em questdes nJo-estéticas. Até mesmo 35 melhores tentativas nesse sentido acabam por confundir 0 mérito artis: tico com a correcdo political? e, quando no recorrem a essa equacio, conservam certos aspectos de uma qualidade estética universal, intemporal, ue € dificil defender. Quero dizer, portanto, logo de inicio, que este livro do procuraré tratar ds questo do valor estético. No conheco a resposta, bo problema Ga "beleze” ou do "rit artistico” es® dire! que is n00 te parece ser redutivel afatores politicos e socials, nem acredito que con: sta de uma qualidade transcencente, nfo-contingente, Espero que est dgnoitiisme nfo preucique os argumentos dest io; nclin-me s pers ue nio constitu uma desvantagem séria (ede qualquer modo prefio 0 & trapacear em questOes como esses ou a fund discursos diferentes de tims manera iegtimal. Mar a questi € relevante no seguinte sentido: 2 compreensio de que a aie ¢ produzida sotalments implica nedeiariamen io esclarecimento-de algumas das maneires peas quait Bs vérias formas, “Géneros, estlos etc. chegaram a ter um valor que The for aifiburGo por Gertot grupos, em certor contextos. Em outras palavas, fosse ou no ‘Thomas Hann “realmente” um bom excrtor (qualquer que sea 0 signifi cado diss} as condigbes em que sua obra {ci aclamada como de grande valor podem certamente ser investigadas,e descabertas as raz0es dess jul camento, Isso apicase também @ controversa quertéo dos “aiveis” de ane ~ aio apenas highbrow contre lowbrow (Edward Bond contra novela de 1V), mas também a avantgarde contra 0 popular (Carl André ou Gal auin), 64 0 tradicional contra 9 novo (Alan Ayekbourn¢ Ibsen ou © te tro de rua), ou ainda a recep retita contr areeepedo em masa (uma sca num teatro ou um drama televsionado), Tods es95 fo opotedes Giterentes, mat que se entrecruzam, E novamente sem nos embrenhat- ‘mos diretamente na questo de qual dessas artes é “realmente boa” (e com ess variadade de exempios nfo ereio que alguém puessesugert qe isS0 ‘tem qualquer relago com as proporgbes da recepgo, por exemplo), OS capitulos que sequem podem comegar a indicar afgumas das maneiras pe las quasexsascategoriaseclviebes so criadase mantidas historicamente. introduglo 19 0 SEXISMO NA SOCIOLOGIA DA ARTE A sociologia ests impregnada de sexismo ~ na linguagem que usa, no cor: ipo de obras que constituem a sua hist6ria de cem anos e nas éreas de ané Tises que mapeou progressivamente como dignas de estudo.” Iss0 vern sendo reconhecido cada vez mais nos Ultimos dez anos, e um dos resulta dos foi uma tentativa de recompor 0 equilibrio tomando as divisbes se Zuais da sociedade como tOpico de estudo.}" Os socidlogos verificaram que 4reas tradicionais, como a sociolagia da familia, basearam-se em grande parte em suposicbes sexistas e tim de ser agora repensadas num quadro feferencial distinto.? A analise cultural e a sociologia da arte tém sido particularmente ativas na denincia do sexismo tanto na sociedade como fas andlises desta; io tomou a dupla forma de anilise de imagens e repre- sentagBes dos sexos na arte e na cultura e de exame das estruturas que per: item acesso diferencial 4 producio artistica a homens e mutheres.?? TTenho, portanto, a vantagem considerdvel de dispor desse crescente corpo de obras como referencia e de poder recorrer a elas. Mas 0 fato € que uma sociologia totalmente nio-rexista no existe, N5o se trata apenas de uma questo de lembrarse de escrever “‘ele/ela”, ou outra forma equivalente, fem lugar de usar apenas © pronome masculino, embora eu pense que é importante e nao apenas uma questio linguistica superficial." O problema ‘ que, na medida em que no nos interessamos primordialmente em inves- igar as divisdes sexuais na sociedade e nas artes, fica muito dificil incorpo rar a visdo feminista a analise de maneira coerente. J me referi a uma debi- lidade central do marxismo, e 0 fato é que, no desenvolvimento de uma anilise de classes da sociedade na qual a literatura 6 compreendida como sendo, de certo modo, ideoldgica, as quest&es de sexismo e patriarcado sfo necessariamente marginalizadas, questGes a serem apensas, arquivadas ‘ou ignoradas, H8 muito trabalho em andamento sobre teoria socialista feminista™ e sobre as maneiras pelas quais classe e sexo estdo sistemati ‘Apsrar Ge todo 0 respeito que marsce este ponto de vist ds sutor, que & tam ‘bm de seus editores branes, eas forma de india’ oF dois gener wads no texto orignal alo pide er mama na tradugko de ta obra. No caso do portugues = como das emis inguesIntinar ~ ndo poder lrnos limo nos a "exrever leet, ‘ou ourra forma equivalent, em lugar de usar aponos © promome masculing's sera ‘reco faze variate gener os artigos, oF rubrtantivon, or oethos, os parctpoe #08 pronomes, 2o pesto que em ings impor apenet » istingde de genera dot bronomes he/he, hime, tire «dor adres heer ‘ar conta de todas of ditingSer alternatives ira rar no texto em portuguls um verdadero emarannade, tomando a isiura atch, um verdadero Geta | ltncia do menos machista dos letoresdss litres eas cu, embora nao se We {ifquem com qualquer port pris sexta respite, ov edtores brasleios hab com serene vera do ina de net Wa se asinges de gener dee @ autre faz questo, (N. da Ed, bras.) = a 7

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